CHOQUE DEFINIÇÃO Estado de grave alteração na perfusão tecidual com indução de disfunções metabólicas importantes em células normais ANATOMIA E FISIOLOGIA  METABOLISMO AERÓBIO – Glicose + oxigênio = ENERGIA – Subprodutos: CO2 e H2O – Produção de energia através de reações químicas – Ciclo de Krebs – ATP (molécula de alta energia)  METABOLISMO ANAERÓBIO – Ausência de O2 – Processo curto e ineficiente na produção de energia – Subprodutos: ácido láctico e pirúvico – Disfunção orgânica PRINCÍPIO DE FICK  Componentes necessários para oxigenação dos tecidos: – Ligação do oxigênio às hemácias nos pulmões; – Chegada das hemácias às células; – Passagem do oxigênio das hemácias para as células. O tratamento do choque é dirigido para a manutenção dos componentes críticos da oxigenação adequada. “A hipotensão é um sinal tardio de choque e indica que os mecanismos de compensação já entraram em falência.” FISIOPATOLOGIA GERAL DO CHOQUE  DISFUNÇÃO METABÓLICA  MORTE CELULAR  FALÊNCIAS ORGÂNICAS MÚLTIPLAS  ÓBITO DO PACIENTE  MORTE CELULAR  Na injúria orgânica, as células remanescentes sobrecarregadas tentam manter a função do órgão.  Se morrer um número suficiente de células em determinado órgão, eventualmente o órgão inteiro para de funcionar.  FALÊNCIAS ORGÂNICAS MÚLTIPLAS Tolerância dos órgãos à isquemia Coração, cérebro e pulmoes – 4 a 6min Rins, fígado e TGI – 45 a 90min Músculo, ossos e pele – 4 a 6h RESPOSTA NEURO-ENDÓCRINA  DESCARGA ADRENÉRGICA  HORMÔNIOS VASO-ATIVOS  HORMÔNIOS METABOLICAMENTE ATIVOS  HORMÔNIOS CONSERVADORES DE VOLUME  RE-ENCHIMENTO DO VOLUME VASCULAR  DILATAÇÃO DE ARTERÍOLAS SISTÊMICAS RESPOSTA CELULAR  ALTERAÇÕES NA FUNÇÃO DA MEMBRANA CELULAR  ROMPIMENTO DO ENDOTÉLIO VASCULAR  Causas e tipos de choque – HIPOVOLÊMICO – CARDIOGÊNICO – DISTRIBUTIVO • SÉPTICO • NEUROGÊNICO CHOQUE HIPOVOLÊMICO  ETIOLOGIA – perdas exógenas • diarréia vômitos desidratação hemorragias queimaduras – perdas endógenas (“seqüestros”) • inflamações traumas  FISIOPATOLOGIA – redução da volemia – colapso de veias e vênulas – diminuição da pressão venosa – diminuição das pressões de enchimento do coração – diminuição do débito cardíaco  SINAIS CLÍNICOS – QUEDA da VOLEMIA DISCRETA (< 20%) : • perfusão diminuída de órgãos que toleram bem isquemia (pele, ossos , músculos, tecido adiposo • sensação de frio • hipotensão postural • taquicardia postural • palidez • sudorese fria QUEDA DA VOLEMIA  SINAIS CLÍNICOS – QUEDA da VOLEMIA MODERADA (20-40%): • Perfusão diminuída de órgãos que toleram mal isquemia (pâncreas, rins, baço) • Sensação de sede • Hipotensão • Taquicardia • Oligúria (< 0,5 ml / kg / h) – QUEDA da VOLEMIA GRAVE (> 40%) : • Perfusão diminuída do coração e cérebro • Agitação , confusão mental • Hipotensão • Taquicardia (> 120 bpm) • Pulso fino e irregular • Parada cardíaca CLASSIFICAÇÃO DO CHOQUE HEMORRÁGICO tabela  TRATAMENTO – compressão mecânica – – – infusão de volume mudança de posição MAST CHOQUE CARDIOGÊNICO  Falha na atividade de bombeamento do coração. FALHA DE BOMBA  ETIOLOGIA – Causas intrínsecas • Lesão do músculo cardíaco • ICC • Arritmia • Disfunção valvar • Miocardiopatia – Causas extrínsecas • Tamponamento pericardico • Pneumotórax hipertensivo • Ventilação com pressão positiva • Ruptura diafragmatica  FISIOPATOLOGIA : – diminuição do retorno venoso – diminuição do enchimento das câmaras cardíacas  SINAIS CLÍNICOS – cardiopatia – hipotensão / vasoconstrição / oligúria – pressão venosa central elevada • distensão das veias do pescoço – sinal de Kussmaul  TRATAMENTO – remoção da causa mecânica – medicamentoso : • opióides , diuréticos • agentes cronotrópicos e inotrópicos • vasodilatadores • agentes beta-bloqueadores CHOQUE DISTRIBUTIVO  Aumento do continente vascular sem aumento proporcional do volume de líquido – hipovolemia relativa.  Ocorre diminuição da resistência ao fluxo por causa do tamanho maior dos vasos. (queda da PAd).  Etiologia  Perda do controle do sistema nervoso autônomo sobre a musculatura vascular  Liberação de substâncias químicas que causam vasodilatação periférica. CHOQUE SÉPTICO  ETIOLOGIA – infecções graves  FISIOPATOLOGIA – efeitos vasoativos das endotoxinas  diminuição da resistência vascular periférica  diminuição do retorno venoso  aumento do débito cardíaco  estado hiperdinâmico – bloqueio celular da utilização de O2 – perda de volume > > estado hipodinâmico  SINAIS CLÍNICOS – infecção ativa , febre – taquicardia – PA normal ou baixa – taquipnéia – vasodilatação cutânea – veias do pescoço normais  TRATAMENTO – tratamento da infecção – drogas vasoativas – reposição volêmica CHOQUE NEUROGÊNICO  ETIOLOGIA: perda de controle autonômico – lesões medulares acima do local de saída dos nervos do sistema nervoso simpático (Região toracolombar) – anestesia regional  FISIOPATOLOGIA – diminuição do tônus venoso – diminuição da pressão venosa e arterial – diminuição das pressões de enchimento do coração – pressão de pulso dentro da faixa normal – diminuição do débito cardíaco  SINAIS CLÍNICOS – lesão neurológica – taquicardia / bradicardia – hipotensão – vasodilatação  TRATAMENTO – mudanças posturais – vasoconstritores COMPLICAÇÕES DO CHOQUE  Síndrome da angústia respiratória aguda (SARA) – Lesão do endotélio capilar pulmonar com estravasamento de líquido no espaço intersticial e alvéolos.  Insuficiência renal aguda  Insuficiência hematológica  Insuficiência hepática  Falência multipla de órgãos TRATAMENTO  Reverter o metabolismo anaeróbio – Melhora oxigenação das hemácias – Balão com válvula unidirecional – Melhora da circulação – Iniciar logo que possível tratamento definitivo  Decisão sobre tratamento – 1. Qual a causa do choque desse doente? – Qual o tratamento definitivo para o choque desse doente? – Que local poderá prestar melhor esse tratamento? – O que pode ser feito para tratar o doente enquanto é encaminhado para o tratamento definitivo?  Estabelecer prioridades dos doentes – Os que não estão respirando – Compromentimento evidente de VA – Frenquência respiratória acima de 20 irpm – Respiração ruidosa  VENTILAÇÃO – FiO2 1  Controle da hemorragia – Comprimir diretamente o local – Manter compressão + elevação – Comprimir pontos de pressão (trajetos arteriais) – Torniquete  Acesso venoso – Cateteres curtos de grosso calibre (14 ou 16) – Local do acesso  Soluções intravenosas – Cristalóides – Cristalóides hipertônicas – Colóides (sintéticas) – Substitutos do sangue  Soluções cristalóides isotônicas – Funcionam como expansores plasmáticos – Escolha - Ringer lactato  Na, K, Ca, Cl, lactato – Soro fisiológico NaCl 0.9% – Regra 3:1 – Aquecimento a 39ºC  Soluções cristalóides hipertônicas – Elevada concentração de eletróilitos – Cloreto de Na 7,5%  Soluções colóides sintéticas – Funções: – Ajuda a manter o líquido no espaço intravascular – Gelofusine – Hespan – Dextran Não se recomenda o uso para o tratamento pré-hospitalar  Substitutos do sangue – PERFLUOROCARBONOS (PFC) • Elevada solubilidade para oxigênio • Podem dissolver 50 vezes mais O2 que o plasma • Isentos de elementos biológicos      • Podem ser estocados por longos períodos – Desvantagem – toxicidade Hb Adultos em choque classe II, III e IV – Bolo inicial 1 a 2 litros sol cristalóide aquecida Monitorar sinais vitais Caminho para o hospital Resposta a reposição volêmica incial: – 1. Resposta rápida – 2. Resposta transitória – 3. resposta mínima ou ausente REPOSIÇÃO – controvérsia!!!