Protocolo de Hemodiluição Introdução: Este não é um procedimento comum no Hospital de Clínicas. Poderá ser ocasionalmente solicitado e, nestes casos, o Serviço de Hemoterapia do HCUFPR deve ser informado, pois deverá fornecer as bolsas necessárias para a coleta e a equipe cirúrgica deverá seguir as recomendações deste protocolo. Justificativa: O objetivo inicial da hemodiluição é obter sangue autólogo para repor as perdas durante o ato operatório. Além da retransfusão, outros benefícios seriam a redução da viscosidade e melhora do fluxo sangüíneo. Baseia-se no fato de que podemos remover o sangue total em quantidades seguras desde que a volemia seja mantida. Para isto utilizam-se soluções cristalódes (soro fisiológico por exemplo) ou colóides (Dextran ou Hidroxistarch). O sangue coletado fica armazenado e será utilizado durante a cirurgia na medida que as perdas sangüíneas aconteçam. Assim, o sangue perdido terá uma massa eritrocitária menor do que o sangue que está sendo transfundido assegurando um transporte de oxigênio adequado. Vantagens: Ausência de riscos de doenças transmissíveis por transfusão; Ausência de riscos de reações transfusionais; Particularmente útil nos casos de sangues raros ou com anticorpos irregulares; Contra-indicações: - insuficiência cardíaca descompensada - angina pectoris instável - estenose aórtica grave - presença de infecção ativa Indicações: Tem sido usada em cirurgias cardiotorácicas, vasculares, ortopédicas, cirurgias geral, hepática, ressecção de tumores em crianças, neurocirurgias, ginecológicas e obstétricas. Os pacientes devem atender aos seguintes critérios- perda sangüínea prevista de aproximadamente 1000 a 2000 ml; - hemoglobina > 12 g/dl; - ausência de doença cardíaca coronariana; - ausência de doença pulmonar restritiva ou obstrutiva; - ausência de doença renal; - ausência de hipertensão grave ou cirrose hepática; - ausência de deficiência de fatores de coagulação. Técnica: É iniciada logo no começo ou na indução da anestesia. As bolsas devem ser rotuladas corretamente e numeradas seqüencialmente. Devem ficar no centro cirúrgico durante todo o transcorrer do ato. Podem ser utilizadas no paciente em até 24 horas se armazenadas entre 4±2 C ou por até 8 horas se mantidas entre 20±2 C. A reposição de volume é simultânea à retirada obedecendo ao cálculo de 3 ml de cristalóide para cada 1 ml de sangue ou 1 ml de colóide para para cada 1 ml de sangue. A quantidade de sangue que pode ser removida segue a fórmula: Volume = volemia X (VG inicial – VG desejado) Média do VG inicia + desejado Volemia = peso X 70 para adultos peso X 80 para crianças A hemoglobina não deve ficar abaixo de 9 g/dl ou VG 27%. O volume não deve exceder 40% da volemia. Reposição: Pode-se iniciar a reposição assim que for observado sangramento excessivo. A última bolsa coletada será a primeira a ser transfundida daí a importância das bolsas terem uma numeração seqüencial.