Seu pé direito nas melhores faculdades. FUVEST/2002 – 2a Fase MATEMÁTICA 01. Carlos, Luís e Sílvio tinham, juntos, 100 mil reais para investir por um ano. Carlos escolheu uma aplicação que rendia 15% ao ano. Luís, uma que rendia 20% ao ano. Sílvio aplicou metade de seu dinheiro em um fundo que rendia 20% ao ano, investindo a outra metade numa aplicação de risco, com rendimento anual pós-fixado. Depois de um ano, Carlos e Luís tinham juntos 59 mil reais; Carlos e Sílvio, 93 mil reais; Luís e Sílvio, 106 mil reais. a) Quantos reais cada um tinha inicialmente? b) Qual o rendimento da aplicação de risco? Resolução: a) Indicando os montantes finais possuídos por Carlos, Luís e Sílvio por C, L e S, respectivamente, temos: C + L = 59 000 C + S = 93 000 L + S = 106 000 De onde obtemos: C = 23 000 L = 36 000 S = 70 000 Indicando os capitais iniciais possuídos por C0, L0 e S0, temos: C0 x 1,15 = 23 000 L0 x 1,2 = 36 000 C + L + S = 100 000 0 0 0 ⇒ C0 = 20 000 ⇒ L0 = 30 000 ⇒ S0 = 50 000 Portanto, Carlos tinha 20 mil reais, Luís tinha 30 mil reais e Sílvio tinha 50 mil reais. b) Sendo i a taxa anual de rendimento pós-fixado, temos, para Sílvio: R$ 25 000 (x 0,2) → R$ 5 000 R$ 50 000 R$ 25 000 (x i) → R$ 25 000 . i Como seu rendimento total foi de: (rendimento do fundo pré-fixado) (rendimento da aplicação de risco) 70 000 – 50 000 = 20 000 ⇒ 5 000 + 25 000 x i = 20 000 De onde: i = 60% 02. Maria quer cobrir o piso de sua sala com lajotas quadradas, todas com lado de mesma medida inteira, em centímetros. A sala é retangular, de lados 2m e 5m. Os lados das lajotas devem ser paralelos aos lados da sala, devendo ser utilizadas somente lajotas inteiras. Quais são os possíveis valores do lado das lajotas? Resolução: Como se desejam lajotas quadradas, devemos calcular os divisores comuns entre 200 e 500 (em centímetros). D (200) = { 1, 2, 4 , 5, 8, 10, 20, 25, 40, 50, 100, 200 } D (500) = { 1, 2, 4 , 5, 10, 20, 25, 50, 100, 125, 250, 500 } Os possíveis valores dos lados das lajotas são os divisores comuns de 200 e 500, que são: { 1, 2, 4 , 5, 10, 20, 25, 50, 100 } (em centímetros) FUV20021E2F 1 2 FUVEST/2002-2a Fase Seu pé direito nas melhores faculdades 03. Um tabuleiro tem 4 linhas e 4 colunas. O objetivo de um jogo é levar uma peça da casa inferior esquerda (casa (1, 1)) para a casa superior direita (casa (4, 4)), sendo que esta peça deve mover-se, de cada vez, para a casa imediatamente acima ou imediatamente à direita. Se apenas uma destas casas existir, a peça irá mover-se necessariamente para ela. Por exemplo, dois caminhos possíveis para completar o trajeto são (1, 1) → (1, 2) → (2, 2) → (2, 3) → (3, 3) → (3, 4) → (4, 4) e (1, 1) → (2, 1) → (2, 2) → (3, 2) → (4, 2) → (4, 3) → (4, 4). 4 3 2 1 a) Por quantos caminhos distintos pode-se completar esse trajeto? b) Suponha que o caminho a ser percorrido seja escolhido da seguinte forma: sempre que houver 2 4 1 3 duas opções de movimento, lança-se uma moeda não viciada; se der cara, a peça move-se para a casa à direita e se der coroa, ela se move para a casa acima. Desta forma, cada caminho contado no item a) terá uma certa probabilidade de ser percorrido. Descreva os caminhos que têm maior probabilidade de serem percorridos e calcule essa probabilidade. Resolução: a) De acordo com as restrições do problema, para chegar à casa (4, 4) partindo da casa (1, 1), a peça deve realizar seis movimentos (3 para a direita e 3 para cima, independentemente da ordem). Por exemplo: CCCDDD, CDCDCD e DDCDCC são caminhos possíveis. Assim, aplicando a expressão de permutação com repetição de elementos, temos P63,3 = 6! = 20 caminhos distintos. 3! 3! b) Inicialmente, calculando as probabilidades associadas a alguns caminhos, temos: I. III. 1 1 1 1 P= . . .1.1.1= 2 2 2 8 P= 1 1 1 1 1 . . . .1.1= 2 2 2 2 16 P= 1 1 1 1 1 1 . . . . .1= 2 2 2 2 2 32 IV. Para os três primeiros passos, a chance de ir para cima é 1/2 e para os três passos finais é 1 (não há outra opção que não “direita” a partir do 4o passo). II. 1 1 1 1 . . .1.1.1= 2 2 2 8 Da mesma forma, não há outra opção que não “cima” a partir do 4o passo. P= FUV20021E2F Ou seja, quanto mais “torto” (menos “direito”) o caminho, menor a probabilidade associada a ele. Finalmente, os caminhos de maior probabilidade são: (1, 1) → (1, 2) → (1, 3) → (1, 4) → (2, 4) → (3, 4) → (4, 4) e (1, 1) → (2, 1) → (3, 1) → (4, 1) → (4, 2) → (4, 3) → (4, 4), 1 cada um com uma chance de P = de acontecer. 8 CPV Consolação - 3256-8981 • Eldorado - 3813-6299 • Morumbi - 3472-4530 • www.cpv.com.br Seu pé direito nas melhores faculdades FUVEST/2002-2a Fase 3 04. Sejam A = (0, 0), B = (8, 0) e C = (–1, 3) os vértices de um triângulo e D = (u, v) um ponto do segmento BC . Sejam E o ponto de intersecção de AB com a reta que passa por D e é paralela ao eixo dos y e F o ponto de intersecção de AC com a reta que passa por D e é paralela ao eixo dos x. a) Determine, em função de u, a área do quadrilátero AEDF. b) Determine o valor de u para o qual a área do quadrilátero AEDF é máxima. Resolução: C (–1, 3) 3 0<u<8 B D (u, v) F (a, v) A (0, 0) –1 a E (u, 0) B (8, 0) b r –1 < a < 0 S x a) ( r ) y 1 −1 3 1 = 0 ⇒ 3x + 8y – 24 + y = 0 → x + 3y – 8 = 0 8 0 1 8–u D ∈ ( r ) ⇒ u + 3v – 8 = 0 ⇒ v = 3 x (s) b = − u = xV = – 2a 128 64 54 = + 17 17 2 . − 54 y 1 −1 3 1 0 b) A área é máxima no vértice da parábola, onde: = 0 ⇒ 3x + y = 0 0 1 F ∈ ( s ) ⇒ 3a + v = 0 ⇒ a = – u−8 v = 9 3 O quadrilátero é um trapézio de área: AQ = (B + b) . h 8u + 8 8–u , onde: b = u, B = u – a = e h=v= 2 9 3 8u + 8 8–u 2 9 + u . 3 – 17 u + 128u + 64 = ∴ AQ = 2 54 FUV20021E2F CPV Consolação - 3256-8981 • Eldorado - 3813-6299 • Morumbi - 3472-4530 • www.cpv.com.br 4 FUVEST/2002-2a Fase Seu pé direito nas melhores faculdades 05. As raízes do polinômio p(x) = x3 – 3x2 + m, onde m é um número real, estão em progressão aritmética. Determine: a) o valor de m; b) as raízes desse polinômio. Resolução: a) As raízes de p (x) = x3 – 3x2 + m são da forma α – r, α e α + r . Portanto: α – r + α + α + r = 3 ∴ α = 1 P (1) = 0 ⇔ 1 – 3 + m = 0 ∴ m = 2 b) 1 1 –3 0 1 –2 –2 2 0 ⇒ P (x) = (x – 1) (x2 – 2x – 2) = 0 x2 – 2x – 2 = 0, onde x = 1 ± Para as demais raízes, temos: { S = 1; 1 + 3; 1 – 3 3. } 06. O triângulo retângulo ABC, cujos catetos AC e AB medem 1 e 3 , respectivamente, é C dobrado de tal forma que o vértice C coincida com o ponto D do lado AB . Seja MN o ˆ é reto, determine segmento ao longo do qual ocorreu a dobra. Sabendo que NDB N M a) o comprimento dos segmentos CN e CM ; b) a área do triângulo CMN. A D B Resolução: ∆MCN ≡ ∆MDN tg Ĉ = sen 30º = O comprimento dos segmentos CM = CN é x 60º 2 N y 1 2 . 3 M 1–y A 2–x x y 60º 30º( ( x 1 2 = ∴ x= 2−x 2 3 1− y 1 2 No triângulo ADM sen 30º = = ∴ y= 2 y 3 a) No triângulo DBN: C 3 ∴ Ĉ = 60º e B̂ = 30º 1 ) No triângulo ABC: 30º( D B 3 2 2 3 . 3 3 2 b) O ∆CMN é eqüilátero de lado . Logo, A = = 9 4 3 A área do triângulo CMN é A = FUV20021E2F 3 . 9 CPV Consolação - 3256-8981 • Eldorado - 3813-6299 • Morumbi - 3472-4530 • www.cpv.com.br Seu pé direito nas melhores faculdades FUVEST/2002-2a Fase 5 07. Determine as soluções da equação (2 cos2 x + 3 sen x) (cos2 x – sen2 x) = 0 que estão no intervalo [0, 2π]. Resolução: Se (2 cos2 x + 3 sen x) . (cos2 x – sen2 x) = 0 Então: 2 cos2 x + 3 sen x = 0 (I) ou cos2 x – sen2 x = 0 (II) Equação (I): 2 cos2 x + 3 sen x = 0 Como cos2 x = 1 – sen2x, vem: 2 (1 – sen2 x) + 3 sen x = 0 ou 2 sen2 x – 3 sen x – 2 = 0 Daí: sen x = 2 (não convém) ou sen x = − 1 2 Com soluções no intervalo [0; 2π], temos: x= 7π 6 x= 11π 6 Equação (II): cos2 x – sen2 x = 0 ⇒ cos2 x = sen2 x ou tg2 x = 1 ∴ tg x = ±1 Com soluções no intervalo [0; 2π], temos: x= π 4 x= 3π 4 x= 5π 4 x= 7π 4 π 3π 5π 7π 7π 11π ; ; ; ; Logo, o conjunto-solução da equação dada é: S = ; 4 4 6 6 4 4 08. Na figura abaixo, as circunferências C1 e C2, de centros O1 e O2, respectivamente, se interceptam nos pontos P e Q. A reta r é tangente a C1 e C2; a reta s passa por O1 e O2 e β é o ângulo agudo entre r e s. Sabendo que o raio de C1 é 4, o de C2 é 3 e que sen β = 1 , calcule: 5 C1 s P a) a área do quadrilátero O1QO2P; b) sen α , onde α = QÔ2P. Resolução: α O2 O1 β Q r C1 C2 P O2 O1 4 3 Q T1 FUV20021E2F C2 β T2 A CPV Consolação - 3256-8981 • Eldorado - 3813-6299 • Morumbi - 3472-4530 • www.cpv.com.br 6 FUVEST/2002-2a Fase a) Temos que o sen β = Seu pé direito nas melhores faculdades 1 1 3 . Então no ∆O2T2A: sen β = = ⇒ O2A = 15 5 O2A 5 1 4 no ∆O1T1A: sen β = = ⇒ O1A = 20 O1A 5 ∴ O1O 2 = 20 – 15 = 5 Como ∆PO1O2 é retângulo em P, (Teorema de Pitágoras: 32 + 42 = 52), 3.4 ∴ S = 12 a área do quadrilátero O1PO2Q é S = 2 2 b) Redesenhando apenas o quadrilátero em estudo, temos: P 4 sen Portanto: sen α = 2 sen 3 O1 5 α /2 α /2 4 α 4 α 3 = e cos = 2 5 2 5 Temos que O2 3 α α cos 2 2 ⇒ sen α = 2 . 4 3 . 5 5 ⇒ sen α = 24 25 Q 09. Um bloco retangular (isto é, um paralelepípedo reto-retângulo) de base quadrada de lado 4cm e 2 altura 20 3 cm , com de seu volume cheio de água, está inclinado sobre uma das arestas da 3 base, formando um ângulo de 30º com o solo (ver seção lateral ao lado). Determine a altura h do 4 20 3 nível da água em relação ao solo. h Resolução: 30º x Calculando o volume do bloco retangular temos, 20 3 4 30º x h 20 3− x V = 20 3 . 4 . 4 ⇒ V = 320 3 . cm3 4 y 60º 30º V [ x + (x + y) ] . 4 O volume sem água do bloco 3 , é igual ao volume do prisma trapezoidal: .4 2 Como tg 30º = y 4 3 ⇒ y= 4 3 4 3 2x + .4 3 320 3 = .4 3 2 ⇒ x = 6 3 cm. 14 3 3 h h h Portanto, sen 60º = = = − x = − 6 3 2 14 3 20 3 20 3 FUV20021E2F ⇒ h h = 21 cm )60º CPV Consolação - 3256-8981 • Eldorado - 3813-6299 • Morumbi - 3472-4530 • www.cpv.com.br Seu pé direito nas melhores faculdades FUVEST/2002-2a Fase 7 10. São dados os pontos A e M e a reta s. Sabe-se que o ponto A é vértice de um paralelogramo ABCD; o lado AB está na reta s; M é o ponto médio do lado BC e o ângulo CÂB tem medida 30º. Usando régua e compasso, construa esse paralelogramo. Descreva e justifique sua construção. M Resolução: s A I. Traça-se a reta t passando por A e formando 30º com a reta s. t M A 30º s II. Traça-se a reta r//s por M, obtendo-se antes R e R’, pois MR ≡ AR ' e AR ≡ MR ' . t C R’ O r//s M A s R III. Sendo O o encontro de r e t, determina-se o ponto C tal que O é o ponto médio de AC . C t O r//s M A FUV20021E2F s CPV Consolação - 3256-8981 • Eldorado - 3813-6299 • Morumbi - 3472-4530 • www.cpv.com.br 8 FUVEST/2002-2a Fase Seu pé direito nas melhores faculdades IV. Sendo M o ponto médio de BC , e B pertencente a s, temos: t C O r M A s B V. Determina-se o ponto D tal que O é ponto médio de BD . t D C O r M s B A Justificativa: as diagonais do paralelogramo se encontram no ponto médio. C D O r M A FUV20021E2F B s CPV Consolação - 3256-8981 • Eldorado - 3813-6299 • Morumbi - 3472-4530 • www.cpv.com.br Seu pé direito nas melhores faculdades FUVEST/2002-2a Fase 9 COMENTÁRIO Os professores de Matemática consideraram a prova de excelente nível quanto à dificuldade das questões, quanto à clareza dos enunciados e quanto à cobertura do programa estabelecido. Sem dúvida, tratou-se de uma prova que contemplou os alunos bem preparados. DISTRIBUIÇÃO Polinômios e Equações Algébricas 10% Construção Geométrica 10% Análise Combinatória 5% Probabilidades 5% Geometria Métrica 10% Geometria Plana 15% Geometria Analítica 5% Funções de 2 o Grau 5% Trigomometria 15% Aritmética 10% FUV20021E2F Porcentagem 5% Sistemas 5% CPV Consolação - 3256-8981 • Eldorado - 3813-6299 • Morumbi - 3472-4530 • www.cpv.com.br