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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ORÇAMENTÁRIA
AULA 04: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DE CURTO PRAZO
TÓPICO 01: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DE CURTO PRAZO
VERSÃO TEXTUAL
Neste tópico, apresentamos os elementos constituintes da gestão
financeira de curto prazo referenciado na gestão do capital de giro e
sua relação com o risco e retorno das empresas.
Espera-se que você seja capaz, ao final deste tópico:
■ Descrever o ciclo operacional, de caixa e econômico das empresas;
■Discutir as formas de financiamento do capital de giro e suas
implicações na rentabilidade e riscos das organizações;
Embora a geração de valor esteja associada, de forma mais efetiva, às
políticas de longo prazo das organizações, sua aferição se dá no curto prazo.
Adicionalmente, você deve se perguntar: existe perspectiva de longo prazo se
não há gestão eficiente no curto prazo? Nenhuma organização chegará muito
longe se a gestão de seus ativos e passivos de curto prazo não for executada
de forma eficiente.
A administração financeira de curto prazo, embora apresente uma
estrutura de gestão própria, deve convergir para uma política de gestão de
longo prazo, principalmente no que se refere aos custos estimados e
utilizados para a determinação dos projetos, às previsões realizadas, ao uso
de capitais, às formas de pagamento e recebimento determinadas tanto
quanto de seus investimentos em ativos cíclicos.
OLHANDO DE PERTO
Gestão de Curto Prazo
Podemos, aqui, nos referir à gestão de curto prazo como sendo a
gestão da execução financeira e operacional da empresa. A gestão de curto
prazo é que age pro-ativamente e reativamente aos estímulos do mercado.
De forma mais ampla, qualquer insucesso nos investimentos de longo
prazo tenderão a compor um efeito intenso nas finanças de curto prazo.
Por isso, é preciso conhecer mais a dinâmica das decisões de curto prazo.
Assim sendo, esta unidade tem como objetivo fazer com que você
compreenda a administração de curto prazo e seus itens constituintes
como a gestão do capital de giro. Para isso, você precisará resgatar
conhecimentos
contabilidade.
tratados
em
disciplinas
anteriores,
tais
como
a
ASPECTOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
ASPECTOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO DE CAPITAL DE GIRO
É notável que uma boa gestão financeira, seja mediada pelo
gerenciamento efetivo de suas contas a pagar e receber, seja pela captação
adequada de recursos no curto prazo, representa boa parte das atividades
de um administrador financeiro. Não por menos, todas as dificuldades
operacionais serão evidenciadas na gestão do capital de giro. E, neste
ponto, notícias veiculadas na imprensa e pesquisas acadêmicas têm
apontado um número considerável de fechamento de empresas por má
gestão financeira. Não é difícil inferir que parcela relevante destas
ocorrências advém de problemas de curto prazo.
As próprias políticas de curto prazo de uma empresa podem contribuir
para uma inatividade ou perda de competitividade. Neste sentido,
podemos dizer que dificuldades financeiras também podem estar
vinculadas à condução equivocada dos elementos do giro que, de forma
geral, contribui para a redução do resultado almejado e, por consequência,
a perda de competitividade.
Dentro desta perspectiva, devemos ser capazes de identificar e avaliar
os pontos relevantes para uma gestão financeira de curto prazo eficiente.
Isto significa que precisamos diagnosticar e avaliar os elementos
constituintes da estrutura financeira de curto prazo, a fim de promovermos
ações de correção e implementação de políticas de capital de giro que
atendam as necessidades da organização.
ASPECTOS NORTEAORES DA GESTÃO DO CAPITAL DE GIRO
O capital de giro tem participação relevante no desempenho
operacional das empresas, cobrindo geralmente mais da metade de seus
ativos totais investidos.
É importante você ter em mente que a administração do capital de giro
trata dos ativos e passivos correntes. E as decisões acerca destes elementos
devem ser tomadas como interdependentes. Por exemplo: o que acontece
se uma empresa dimensiona uma maior participação de estoques no ativo
circulante? Certamente ela perderá liquidez. E o que isso tem de
importante? Se não houver compensação de um maior volume de caixa, a
empresa pode apresentar maiores dificuldades para pagamento de suas
contas. De forma equivalente, qual a importância de mudarmos a política
de compras de nossa empresa e passarmos a comprar com prazos menores,
ainda que tenhamos um desconto na transação? A presença de passivos de
prazos mais curtos exige, por seu lado, ativos correntes mais líquidos, ou
seja, recursos que consigam transformar-se em dinheiro rapidamente. A
presença de ativos correntes na estrutura financeira das empresas é
importante para viabilizar financeiramente seus negócios e contribuir para
a formação do retorno econômico do investimento realizado.
A definição do montante de capital de giro é uma tarefa com fortes
repercussões sobre o sucesso dos negócios, exercendo evidentes influências
sobre a liquidez e rentabilidade das empresas. Sob determinado enfoque,
uma empresa deve investir em capital de giro enquanto o retorno marginal
dos ativos correntes se mantiver acima do custo dos recursos alocados para
seu financiamento. Apesar da quantificação destas medidas de custo e do
retorno nem sempre ser simples na prática, a proposição é relevante
principalmente como uma orientação teórica para as decisões que
envolvem investimentos em capital de giro.
A importância e o volume do capital de giro para uma empresa são
determinados por diversos fatores como volume de vendas, política de
estoques, valores a receber e nível de caixa. A sazonalidade dos negócios
também pode determinar variações nas necessidades de recursos ao longo
do tempo. Mas como? As companhias de cerveja, por exemplo, devem se
preparar, antecipadamente, para disponibilizar as cervejas em épocas de
maior consumo como janeiro e fevereiro. Neste caso, a produção e estoque
devem ser mais intensos nos meses precedentes (ainda mais por
considerarmos que a produção de uma cerveja leva em média 14 dias).
LEITURA COMPLEMENTAR
Para uma melhor compreensão do termo capital de giro leia o texto
"Natureza e Terminologias do Capital de Giro" (clique aqui para abrir)
(Visite a aula online para realizar download deste arquivo.).
EXEMPLO 1
Ilustrativamente, admita a seguinte estrutura patrimonial de uma
empresa representada na Figura a seguir.
Figura – Empresa com capital de giro líquido positivo
O valor do capital circulante líquido apresenta, utilizando-se as
identidades de cálculo enunciadas, o mesmo resultado:
Observe que, como não há nenhum recurso descrito no Realizável
Longo Prazo, seu valor é igual a zero. Observe na ilustração que, do total de
R$ 40 aplicados no ativo circulante, R$ 15 são financiados por créditos de
curto prazo (passivo circulante), e os R$ 25 restantes, que representam o
capital de giro líquido da empresa, são oriundos de recursos de longo prazo
(exigível de longo prazo e patrimônio líquido).
Em outras palavras, dos R$ 85 captados à longo prazo, R$ 60 estão
aplicados em ativos também de longo prazo (ativo permanente) e os R$ 25
excedentes são direcionados para financiar o capital de giro da empresa,
denotando certa folga financeira.
Uma empresa com capital de giro líquido negativo, isto é, com passivo
circulante maior que ativo circulante, denota que os recursos de longo
prazo da empresa não são suficientes para cobrir suas aplicações de longo
prazo, devendo utilizar recursos do passivo circulante para tal fim. Ou seja,
um CCL negativo revela que a empresa está usando recursos passivos
correntes para financiar seus investimentos permanentes.
EXEMPLO 2
A Figura a seguir ilustra a estrutura financeira de uma empresa com
capital de giro líquido negativo.
Figura – Empresa com capital de giro líquido negativo
Perceba, neste caso, que a empresa não apresenta folga financeira pela
presença de exigibilidade de curto prazo financiando aplicações com prazos
de retorno maiores. Em outras palavras, parte da dívida tem prazo de
resgate menor que o retorno da aplicação destes recursos.
Nesta figura, o CCL é de menos R$10, indicando que R$ 10 dos R$ 70
aplicados em ativo permanente são financiados por dívidas de curto prazo.
Observa-se que a empresa tem levantado R$ 60 de recursos de longo prazo
(exigível e patrimônio líquido), não sendo suficiente para cobrir suas
aplicações permanentes de R$ 70. A diferença de R$ 10 é coberta por
obrigações correntes (passivo circulante).
Esta situação de aperto de liquidez é, muitas vezes, uma decisão de
estrutura financeira da empresa, optando-se por uma preferência em
relação ao dilema risco-retorno. A posição de liquidez é decidida com base
na estrutura que melhor satisfaça às necessidades e aos objetivos da
empresa. Por exemplo, empresas com fluxos de caixa bastante previsíveis
podem operar com capital circulante líquido baixo ou, até mesmo,
negativo.
No entanto, para a maioria das empresas, a presença de um CCL
positivo é básica aos seus negócios, principalmente ao se constatar que as
saídas de caixa (pagamentos) são eventos relativamente previsíveis,
enquanto as entradas de caixa (recebimentos) são geralmente de difícil
previsibilidade.
FONTES DAS IMAGENS
1. http://www.adobe.com/go/getflashplayer
Responsável: Prof. Sérgio César de Paula Cardoso
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