PERFIL GENÉTICO CLÍNICO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) ESTUDO RETROSPECTIVO DOS PACIENTES ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE GENÉTICA DO HOSPITAL REGIONAL DE SOROCABA NO PERÍODO DE 2003 – 2013 1 Autores Instituição 1 2 Luana Ajala Christiano , Gabriela Tizianel de Carvalho , Elisa Varella Branco , Debora Aparecida 1 1 Rodrigueiro , Marta Wey Vieira 1 PUC-SP - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Rua Joubert Wey, 290. Sorocaba/SP CEP: 2 18030-070), UFSCar - Universidade Federal de São Carlos (Rodovia João Leme dos Santos, Km 110 SP-264) Resumo OBJETIVOS Quantificar e descrever os casos de TEA atendidos no ambulatório de genética do Hospital Regional de Sorocaba de janeiro de 2003 a dezembro de 2013 MÉTODOS Análise do arquivo genético-clínico de pacientes com alterações em uma das grandes áreas do TEA: comportamental estereotipado, alteração da linguagem e/ou dificuldade de socialização, com ênfase no uso de medicamentos. Os dados foram tabulados e analisados estatisticamente visando traçar o perfil dos pacientes. RESULTADOS Durante o período foram atendidos 1.564 pacientes,179 enquadraram-se nos critérios de inclusão (11,5%). Idade na primeira consulta: 38,5%até 5 anos, 73%até 10 anos e 27%chegam depois de 10 anos. Sexo masculino (65%) predominante sobre o feminino (37%); razão2:1 (1,7:1). Comportamento alterado: 80%apresentavam pelo menos um, predomínio de agitação, isolamento e agressividade. Em 49%referiam o uso de medicamentos, 37,5%faziam o uso de mais de um. Medicamentos mais utilizados: psicotrópico(58%), anticonvulsivante(34%) e antidepressivo(8%). O exame citogenético foi solicitado para 78%dos pacientes, 83,5%realizaram, com 9,5%alterados. Análise molecular solicitada em 39%dos casos. Análise molecular para síndrome do X-Frágil (SXF) foi solicitada em 61,5%dos casos e realizada por 46,5%,com 2 resultados alterados (10%). Array CGH foi solicitado em 20%dos pacientes (todos nos 2 últimos anos); 21,5%realizaram, sem alterações. O diagnóstico final conclusivo abrangeu 26% dos pacientes, apenas 8,5%eram TEA. Outros diagnósticos: SXF e síndrome de Rett (4%cada). Ainda há 9,5%pacientes em pesquisa que continuam frequentando o ambulatório de genética. Quanto às fases do aconselhamento genético, 100%dos pacientes realizaram avaliação genético-clínica; 69%com hipótese diagnóstica; 87%obtiveram exames complementares, 28%com diagnóstico final e 38,5%tiveram seguimento multiprofissional. CONCLUSÃO A literatura refere prevalência de TEA em 1 a cada 68, aumentada nos últimos anos devido a ampliação da definição de autismo. O diagnóstico precoce é possível, a maior parte não é diagnosticada até os 4 anos. Em nossa amostra, 38,5%dos pacientes procuram os serviço de genética com idade inferior a 5 anos. A razão sexual de cerca 2:1 para o sexo masculino, menor que a da literatura (5:1) provavelmente na inclusão da síndrome de Rett. As diretrizes do ministério da saúde sobre o autismo definem que o tratamento deve ser estabelecido de modo acolhedor e humanizado, direcionando suas ações ao desenvolvimento de funcionalidades e à compensação de limitações funcionais. Apesar disso, muitas famílias e pacientes recorrem ao uso de medicamentos, muitas vezes sem o diagnóstico, e podem ser prejudicadas ao tentar uma abordagem terapêutica mais ampla. Acredita-se que a principal causa da baixa resolução diagnóstica se deve ao baixo acesso ao Array CGH, nossos resultados corroboram para esta hipótese já que apenas 21%dos pacientes realizaram o exame quando solicitado. Palavras-chaves: Asperger, Síndrome de Rett, Síndrome do X Frágil, Transtorno do Espectro Autista, TGD sem outra especificação Agência de Fomento: CNPq