O excesso de sono entre os idosos pode não ser um bom sinal.

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CONHECENDO MELHOR O SEU CÉREBRO
O excesso de sono entre
os idosos pode não ser um
bom sinal.
U
m estudo liderado por pesquisadores
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POR DR. RICARDO A. TEIXEIRA
brasileiros acaba de ser publicado pela
revista Journal of Sleep Research, periódico
oficial da Sociedade Européia de Pesquisa em
Sono, apontando que o excesso de sono entre os
idosos pode indicar uma má condição de saúde.
Esse foi o primeiro estudo que correlacionou o
padrão de sono de uma população da América
do Sul com índices de mortalidade.
A pesquisa acompanhou 1512 indivíduos
com mais de 60 anos na cidade mineira de
Bambuí, o que representou 87% de todos
os moradores dessa faixa etária. A média
de horas de sono foi de 7 h e 13 min e, após
um acompanhamento médio de nove anos,
os pesquisadores demonstraram que os
idosos que dormiam mais de 9 horas por noite
promover disfunções metabólicas e processos
apresentavam maiores índices de mortalidade,
inflamatórios aumentando o risco de doenças
independente da causa, quando comparados
cardiovasculares, hipertensão arterial, diabetes
àqueles que dormiam sete horas. Além disso,
e obesidade. Já o sono em excesso pode
foi demonstrada uma correlação linear entre
influenciar negativamente a saúde por uma
a quantidade de sono e mortalidade, ou
menor exposição a desafios fisiológicos como
seja, quanto maior a noite de sono, maior a
exposição à luz e mudanças de temperatura,
mortalidade.
estímulos que são bem reconhecidos como
fatores que promovem a longevidade, pelo
Estudos anteriores com adultos jovens já
menos em modelos animais.
haviam demonstrado que tanto dormir pouco
como dormir demais está associado a uma
Entre os idosos essa questão parece ser um
maior mortalidade. Um sono muito curto pode
pouco diferente, já que há evidências de que
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o sono em excesso tem um impacto maior
na saúde do que um sono curto. Na presente
pesquisa, idosos que dormiam 6 horas por
noite tinham índices de mortalidade menores
que aqueles que dormiam 7-8 horas. Outros
estudos conduzidos na Inglaterra, Espanha
e Taiwan também mostraram que idosos que
dormiam pouco não tinham maiores índices
de mortalidade. Esses resultados colocam em
xeque, no caso dos idosos, a velha recomendação
de sete a oito horas de sono por noite.
A grande maioria das pessoas, incluindo os
brasileiros, dorme entre 7 e 8 horas por dia.
O padrão normal do sono entre idosos ainda
é uma questão polêmica e a principal razão
é o fato de que algumas pesquisas incluem
em suas análises idosos com problemas de
saúde, enquanto outras não. Uma pesquisa
realizada pelo Centro de Medicina do Idoso da
Universidade de Brasília demonstrou que, entre
idosos moradores de Brasília, sem qualquer
problema de saúde ou uso de medicamentos,
quase 90% deles tinham um sono de boa
qualidade, com uma média de 6.8 horas por
noite e cerca de 90% iam para a cama após
as 22:00h, contrariando a crença de que
os idosos “dormem com as galinhas”. Os
resultados são concordantes com estudos
internacionais que nos demonstram cada
vez mais que os idosos realmente precisam
de um pouco menos de sono noturno para se
sentirem dispostos durante o dia e isso não
deve ser visto como um sono insuficiente.
Set 2010
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