Após quatro meses de alta, confiança do micro e

Propaganda
Após quatro meses de alta, confiança do micro
e pequeno empresário do comércio e serviços
cai 8,3%, mostra SPC Brasil e CNDL
Oscilação do indicador reflete o clima de incerteza diante do cenário econômico.
Na comparação anual, empresários estão mais otimistas em relação aos seus
negócios e à economia. 56% dos MPEs estão confiantes com o futuro de sua
empresa
O Indicador de Confiança da Micro e Pequena Empresa de Varejo e
Serviços (ICMPE) calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e
pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) teve uma queda de
8,3% em setembro na comparação com agosto deste ano, registrando 46,0
pontos. O recuo acontece depois de quatro meses de crescimento no indicador
– agosto foi o primeiro mês da série histórica em que a confiança superou o nível
neutro de 50 pontos, com 50,17. A escala do indicador varia de zero a 100, sendo
que quanto mais próximo de 100, mais confiantes estão os empresários.
Indicador de Confiança
55
50,2
50
45
40
42,0
37,6
36,6 36,4 37,1 36,7
38,7 38,3
43,0 43,1
42,2 42,9
44,7
46,0
40,0
37,9
35
30
25
“O resultado interrompe uma sequência de quatro altas seguidas do indicador e
reflete o clima de incerteza diante dos impasses políticos e econômicos que
estamos vivendo. Porém, comparando-se os dados de setembro com os dados
de um ano atrás, a constatação é de que otimismo avançou com relação aos
negócios e à economia: em ambos os quesitos, formou-se uma maioria relativa
de empresários que se dizem otimistas com o futuro”, afirma o presidente da
CNDL, Honório Pinheiro. Em setembro de 2015, o indicador de confiança do SPC
Brasil e CNDL marcava 37,6 pontos. Com o resultado do último mês, o dado volta
a ficar abaixo do nível neutro, evidenciando uma percepção negativa do ambiente
de negócios, apesar de melhor do que a verificada há um ano.
Para Pinheiro, a consolidação da confiança é componente fundamental para o
rompimento do atual ciclo recessivo, mas não acontecerá instantaneamente.
“Além da agenda do ajuste fiscal, o governo precisa liderar uma pauta de
medidas que favoreça o empreendedorismo, retirando antigos entraves à
atividade produtiva, como a rigidez da legislação trabalhista e a complexidade do
sistema tributário, com o objetivo de recolocar a economia num novo ciclo
virtuoso de mais emprego, mais renda, mais consumo e, por consequência,
aquecimento da atividade econômica”, explica.
O Indicador de Confiança é composto pelo Indicador de Condições Gerais e pelo
Indicador de Expectativas. Por meio da avaliação das condições gerais, busca-se
medir a percepção dos micro e pequenos varejistas e empresários de serviços
sobre os últimos seis meses. Já através das expectativas, busca-se medir o que
se espera para os próximos seis meses.
Indicador de Condições Gerais recua e registra 27,3 pontos
O Indicador de Condições Gerais, que avalia a percepção do micro e pequeno
empresariado sobre o desempenho de suas empresas e da economia brasileira
nos últimos seis meses, também apresentou um recuo, passando de 31,6
pontos em agosto para 27,3 em setembro. O número ainda persiste abaixo
do nível neutro de 50 pontos, o que significa que, para a maioria dos micro e
pequenos empresários, a situação econômica do país e de suas empresas
apresentaram piora nos últimos meses.
“A economia brasileira caminha para o terceiro ano consecutivo sem crescimento
do PIB. No cotidiano dos consumidores e das empresas, isso significa menos
consumo e, simetricamente, menos faturamento. Essa realidade se reflete na
avaliação que os empresários fazem tanto da economia quanto do seu próprio
negócio”, avalia a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Em termos percentuais, 73,1% desses micro e pequenos empresários
afirmam que a economia piorou no último semestre e apenas 8,1%
relatam uma melhora. Em relação aos negócios, 63,1% consideram que houve
piora nos últimos seis meses – proporção que era de 53,0% em agosto – e 11,6%
consideram ter havido melhora. Entre os MPEs que relatam piora dos negócios,
a crise está diretamente ligada às dificuldades encontradas: 69,3% dizem que,
por causa dela, as vendas diminuíram. O aumento dos custos (10,1%), as
dificuldades de alguns segmentos específicos (8,3%) e o aumento da
inadimplência (8,1%) também pesaram.
Expectativas caem, mas se mantêm acima dos 50 pontos
Mesmo com visões mais negativas em relação aos últimos seis meses, os micro
e pequenos varejistas e prestadores de serviços projetam um futuro com
expectativas mais positivas. O Indicador de Expectativas recuou de 64,11
pontos em agosto para 60,0 pontos em setembro – apesar da queda, o
número está se encontra acima do nível neutro de 50 pontos.
Quando o assunto é o futuro da economia, 46,7% dos empresários manifestaram
otimismo com os próximos seis meses e 22,6% manifestaram pessimismo. Já
em relação ao próprio negócio, a proporção de otimistas sobe para 56,0% e a de
pessimistas cai para 15,1%. “O fato de o próprio negócio inspirar mais confiança
do que a economia é resultado de que os entrevistados demonstram ter mais
controle de sua empresa do que da economia. Assim, diante da adversidade,
podem promover ajustes para atenuar o impacto da crise”, explica Kawauti.
Resolução da crise política e econômica deixa empresário otimista
A maior parte dos empresários otimistas com a economia não sabe, porém,
explicar suas razões: dizem apenas acreditar que as coisas irão ser resolvidas de
alguma maneira (39,8%). Há também os que mencionam a resolução da crise
política (26,2%), e os que acreditam que a inflação será controlada e o país
retomará a rota de crescimento (13,6%).
Entre os que manifestam otimismo com relação ao seu negócio, a razão
predominante é o sentimento sem uma explicação aparente (32,8%), seguida
pela expectativa de que a economia irá melhorar, com recuo da inflação, aumento
das vagas de emprego e das vendas (26,8%). “Outra explicação para
demonstrarem otimismo é a elaboração de uma gestão profissional da empresa,
mencionada por 15,8% dos entrevistados. Esse é um ponto no qual todos os
empresários devem refletir, já que uma boa gestão do negócio é fundamental
em tempos de crise e também não deve ser negligenciada em tempos de
bonança”, alerta Flavio Borges, superintendente de Planejamento e Finanças do
SPC Brasil.
Outro dado positivo da sondagem é que 44,9% dos empresários esperam um
aumento no faturamento dos seus negócios e apenas 9,1% esperam uma
queda nos próximos seis meses.
Metodologia
O Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário (ICMPE) leva em
consideração 800 empreendimentos do setor comércio varejista e serviços, com
até 49 funcionários, nas 27 unidades da federação, incluindo capitais e interior.
Quando o indicador vier abaixo de 50, indica que houve percepção de piora por
parte dos empresários. A escala do indicador varia de zero a 100. As sondagens
são realizadas nos 10 primeiros dias úteis de cada mês.
Baixe a análise do Indicador de Confiança MPE clicando em "baixar arquivos" no
link: https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-economicos
Imprensa:
Renan Miret
(11) 3254 8810 | (11) 9 7215 6303
[email protected]
Vinícius Bruno
(11) 3251 2035 | (11) 9 7142 0742
[email protected]
Download