0 RELAÇÕES DE TRABALHO DA POPULAÇÃO NEGRA NO BRASIL: situação das trabalhadoras negras e a contribuição das políticas públicas e do Serviço Social para o enfrentamento de desigualdades Jussara Francisca de Assis 1 Resumo: As relações de trabalho da população negra brasileira foram e são permeadas por complexidades que merecem estudos e reflexões que permitam entender porque negros (as) vivenciam situações de desigualdades extremas, sobretudo no mundo do trabalho. Vale especial destaque para a situação das mulheres negras, já que é o segmento social que mais sofre as condições díspares no campo laboral. Deste modo, o presente trabalho pretende suscitar algumas reflexões acerca da inserção ocupacional das mulheres negras nas empresas trazendo como alternativa de enfrentamento das desigualdades no trabalho sugestões de políticas públicas e a possível contribuição do Serviço Social. Palavras-chaves: Mulheres negras, trabalho, políticas públicas, serviço social Abstract: The relations of work of the black Brazilian population were and they are permeated by complexities that deserve studies and reflections that allow to understand because black men survive (them) situations of extreme unequalities, especially in the world of the work. Special valley stands out for the situation of the black women, since it is the social segment that more suffers the dissimilar conditions in the field laboral. In this way, the present work intends to cause some reflections about the occupational insertion of the black women in the enterprises bringing like alternative of enfrentamento of the unequalities in the work suggestions of public politics and the possible contribution of the Social Work. Key words: Black women, work, public politics, social work. 1 Mestranda. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected] 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem a pretensão de provocar reflexões acerca das condições de trabalho da população negra no Brasil dando particular ênfase às trabalhadoras negras em espaços empresariais. Para tanto, considero importante fazer um breve resgate de como as relações de trabalho de negros (as) ocorrerão e ocorrem em nossa sociedade ilustrando as condições complexas sob a qual tais relações se deram. Posteriormente, são colocadas particularidades que permeiam as trabalhadoras negras nas empresas brasileiras e algumas ações tomadas para o enfrentamento da questão. Como exemplo de ações é apresentado o Programa Pró Eqüidade de Gênero do governo federal, além das possíveis contribuições do Serviço Social do trabalho. I - RELAÇÕES DE TRABALHO DA POPULAÇÃO NEGRA: NOTAS INTRODUTÓRIAS. Com o intuito de embasar a discussão sobre as condições de trabalho das mulheres negas no Brasil é interessante que façamos uma rápida, mas não menos importante recapitulação da dinâmica ocupacional da qual a população negra foi submetida ao longo de nossa história. Primeiramente, é interessante elencarmos alguns motivos que nos possibilitam compreender as particularidades das relações de trabalho no Brasil. Comecemos pelo período colonial. Após 30 anos de descobrimento do Brasil, os portugueses, com intuito de povoar a colônia para inibir ocupações de outras nações aproveitam o clima quente e as características do solo brasileiro para o cultivo da cana (realizada também em outras colônias portuguesas). Decidido o que cultivar restava definir as formas de trabalho para tal cultivo. Portugal já possuía experiência com o sistema escravocrata e o sistema de trabalho livre não condizia com acumulação rápida de fortuna. De acordo com Genarri (2008, p.15) se o trabalho livre fosse adotado nesta época “... a escassez de braços elevaria o ordenado a um patamar tão alto que os lucros obtidos com o açúcar não seriam compensatórios”. Assim, o 2 trabalho escravo foi introduzido e estabeleceu-se como marco referencial da economia agrária exportadora do Brasil colônia que consistia, primeiramente na extração de pau-brasil, com utilização da mão-de-obra escrava indígena, e posteriormente no cultivo de cana-de-açúcar com o uso majoritário de mão-de-obra escrava africana negra. As relações de trabalho eram baseadas sem qualquer tipo de regulação e o alvitre decorrente dos senhores fazia com que escravos trabalhassem à exaustão. As jornadas de trabalho nas lavouras ultrapassavam 15 horas diárias. Aliadas a tal aspecto, as condições de sobrevivência nas senzalas2 era degradante. Durante mais de três séculos a escravidão deixou como legado para a população negra, em sua maioria, a espoliação, violência e o preconceito3. A escravidão, em primeiro lugar, legitimou a inferioridade e, enquanto durou, inibiu qualquer discussão sobre cidadania. Além disso, o trabalho limitou-se exclusivamente aos escravos e a violência se disseminou na sociedade das desigualdades e da posse de um homem pelo outro (SCHWARCZ, 1998, p. 185). A transição do trabalho escravo para o trabalho livre ocorre, muito mais por pressões externas do que por opção das camadas dominantes presentes no Brasil colônia: “... o tipo legal e político de dominação colonial adquiriu o caráter de exploração ilimitada, em todos os níveis de existência humana e da produção, para benefícios das coroas e dos colonizadores” (FERNANDES, 1998, p. 97). O domínio capitalista, especialmente da Inglaterra, não admitia o sistema escravocrata, já que o poderio econômico necessitava de um cenário que tivesse como pano de fundo o trabalho livre para escoamento de seus produtos industrializados. Além disso, novas possibilidades de investimentos, políticas migratórias européias, crescimento das fugas dos escravos, a campanha abolicionista (impregnada do ideário liberal) podem ser entendidas como alguns condicionantes para o fim do trabalho escravo. Em 1888, é decretada a Lei Áurea e com ela novas questões são colocadas. Se por um lado a tão esperada liberdade concretizava-se para negros (as), por outro a falta de perspectiva e preparo para o trabalho competitivo e qualquer forma de integração numa sociedade capitalista não parecia fazer parte da realidade dos ex-cativos, pois “... a mudança de estado social não acarretava ‘a redenção da raça negra’” (FERNANDES, 1978, p. 28). Acompanhando 2 “Alojamento de escravos de uma plantação”. Disponível em: http://www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx. Acesso 27 fev 2009. 3 É importante ressaltar que nas relações sociais não podemos nos ater a dicotomizações, ou seja, formas maniqueístas de compreender a realidade (bem x mal). Sabemos que as situações autoritárias e violentas nas relações de trabalho e, conseqüentemente, das relações sociais entre negros e brancos, homens e mulheres, pobres e ricos no período colonial (e atualmente) são passíveis de mediações. Porém, o período colonial, foi marcado pela violência, falta de alteridade, pratrimonialismo e patriarcalismo. 3 as colocações de Florestan Fernandes, verificamos que os ex-escravos, em sua maioria, tiveram que escolher entre “a reabsorção no sistema de produção, em condições substancialmente análogas às anteriores, e a degradação de sua situação econômica, incorporando-se a massa de desocupados da economia de subsistência do lugar ou de outra região” (1978, p. 17). Aliada a tais aspectos temos a Proclamação da República, em 1889, que embora estivesse pautada no progresso social e no desenvolvimento do Brasil, conservava as práticas imperiais colonialistas do período anterior. Segundo Silva (2008, p. 53) “nossa Primeira república foi construída à base de práticas políticas reiterativas, com pequenas doses de modernização e mínima de democratização”. Desta feita, podemos inferir que a situação de trabalho e vida da população negra permanece à deriva, já que os próprios negros (as) são os únicos responsáveis por sua sobrevivência numa realidade completamente desfavorável. Além desses fatores, as teoria raciais reforçavam os impeditivos de mobilidade laboral dos negros. As teorias raciais foram inventadas no século XIX na Europa e nos Estados Unidos para explicar as origens e características de grupos humanos. Essas teorias tiveram grande aceitação no Brasil entre 1870 e 1930. Elas tinham por base argumentos biológicos, convincentes na época, que relacionavam as características físicas dos indivíduos à capacidade intelectual. Logo essas explicações foram ampliadas para povos inteiros. Desse modo, a humanidade passou a ser classificada a partir de estágios civilizatórios: as nações européias eram o modelo de sociedades mais adiantadas, e os povos africanos e indígenas eram tidos como os mais atrasados e “bárbaros” (ALBUQUERQUE & FILHO, 2006, p.204). No Brasil, diferentemente dos países de capitalismo central, o início do século XX é tido como referência no que diz respeito ao nascimento da política social. Como foi possível perceber, até este período não se havia qualquer iniciativa por parte do Estado ao enfrentamento da questão social no país. Segundo Behring e Boschetti: A questão social já existente num país de natureza capitalista, com manifestações objetivas de pauperismo e iniqüidade, em especial após o fim da escravidão e com imensa dificuldade de incorporação dos escravos libertos no mundo do trabalho, só se colocou como questão política a partir da primeira década do século XX, com as primeiras lutas de trabalhadores e as primeiras iniciativas de legislação voltadas ao mundo do trabalho (2008, p. 78). Deste modo, a população negra masculina começa a ser incorporada em alguns segmentos ocupacionais (estivadores e ferroviários). É importante dizer que neste período houve a expansão ferroviária e marítima com vistas à exportação de produtos nacionais (dentre os quais o café). No entanto, a discriminação racial não retrocede e manifestações do 4 movimento negro em prol de formas menos desiguais nas relações sociais, sobretudo nas relações de trabalho, se fazem presentes de maneira mais contundente. A Associação José do Patrocínio (São Paulo), por exemplo, teria apresentado, em 1941, ao presidente Getulio Vargas, uma documentação solicitando a proibição dos anúncios discriminatórios contra os trabalhadores negros. Seu pedido foi atendido quatorze meses mais tarde (Andrews, 1991) (SILVA, 2003, p. 219). A situação ocupacional da população negra no Brasil pouco se altera até a década de 1980. No entanto, o protagonismo do movimento negro, com destaque para o Movimento Negro Unificado (MNU), e da intensificação de estudos como os de Hasembalg (1979) e Carneiro e Santos (1985) chamam a atenção para a questão racial no Brasil. Um marco dessa produção encontra-se na publicação O lugar do Negro na força de trabalho (1985), na qual Oliveira e outras apontam como principais características da situação do trabalhador negro: 1. remuneração extremamente baixa quando comparada a outros grupos; 2. concentração em determinados setores do mercado e em certas atividades cujos salários e condições de trabalho são inferiores (BENTO, 2000, p.14). A década de 1990 e os primeiros anos do século XXI apresentaram tímidas melhoras no que tange aos rendimentos auferidos pela população negra. Para se ter uma idéia de 1995 a 2006 o desequilíbrio de rendimentos entre pretos & pardos e brancos, tanto para homens quanto para mulheres caiu de 113,9% para 93,3% (PAIXÃO; CARVANO, 2007-2008, p.187). Diante disso, vale lembrar que tal situação tem a ver com uma ordem social, política e econômica maior. O avanço do ideário neoliberal que traz no seu bojo a desregulamentação da legislação trabalhista e o desmonte dos direitos sociais acaba por neutralizar as conquistas, não só da população negra, mas da classe trabalhadora como um todo. Nesta perspectiva, as mulheres, sobretudo as negras, merecem destaque por conta de sua presença marcante no mercado de trabalho e todas as complexidades que tal fato acarreta. II – PARTICIPAÇÃO DE TRABALHADORAS NEGRAS NAS EMPRESAS BRASILEIRAS: A URGÊNCIA POR POLÍTICAS PÚBLICAS NO MERCADO DE TRABALHO E O PAPEL DO SERVIÇO SOCIAL. A realidade vivenciada pelas mulheres negras brasileiras, na maior parte das vezes, traz no seu interior relatos de discriminação e desqualificação, principalmente, no mercado de trabalho. A exposição feita na seção anterior ilustra que a situação dos negros, sobretudo dos homens, sempre esteve permeada de complexidades que, muitas vezes os impediam de se 5 inserir e se manterem no mercado de trabalho formal de maneira que pudessem garantir, para si e para seus dependentes, qualidade de vida digna. As mulheres negras, desde a escravidão, vivenciam o trabalho de modo peculiar. Enquanto escravas trabalhavam desde a lavoura até a “Casa Grande” executando atividades domésticas e/ou utilizadas como instrumento de prazer sexual. No período pós-abolição ficaram responsáveis pelo sustento das famílias, já que para os homens, como já dito, a inserção formal no mundo do trabalho era difícil. Como bem ilustra Andrade (2005, p. 42) para as mulheres negras: “A ‘famosa’ dupla jornada de trabalho muito citada atualmente, mas que já estava presente na vida delas, faziam com que se desdobrassem nos trabalhos dentro e fora de casa e ainda assumissem todas as responsabilidades para com filhos/as”. Os estudos realizados partir da categoria gênero foram importantíssimos para descortinar a realidade vivenciada pelas mulheres brasileiras, sobretudo as mulheres negras. Neste cenário, vale destacar a importância do movimento de mulheres negras para denunciar não só as diferenciações entre homens e mulheres, mas especialmente entre as próprias mulheres. Nossa sociedade é marcada pela extrema desigualdade social, econômica, política e racial. Seguindo as idéias de Azerêdo (2007, p.23) podemos dizer que a sociedade brasileira é uma “sociedade capitalista falocêntrica” onde a competição e a centralidade na figura do homem faz com que grupos que não estejam de acordo com o modelo homem-brancoheterossexual fiquem a margem de condições mais equânimes de vida. Neste sentido, tais aspectos são refletidos nas relações de trabalho e vida dos sujeitos. As empresas brasileiras podem ser tomadas como parâmetro ao analisarmos a situação das mulheres negras trabalhadoras onde sua representação é estimada em 7,4% no quadro funcional, 5,7% no quadro de supervisão, 3,9% na gerência e apenas 0,26% no quadro executivo (INSTITUTO ETHOS, 2007, p.14). Tal fato demonstra que a presença de mulheres negras nos espaços empresariais é pequena. Assim, não temos uma equiparação do número de representantes negros nas empresas condizentes com sua representação na sociedade brasileira que, atualmente, gira em torno de 49,7%. É importante ressaltar que a melhora dos níveis de escolaridade, sobretudo das mulheres vem se mostrando como uma realidade favorável no Brasil, mas infelizmente, tal fato 6 não tem refletido em efetivas melhoras para as trabalhadoras. A pesquisa realizada por Cambota & Pontes (2007, p.348) concluiu que: A desigualdade de rendimentos por gênero se mostrou mais elevada para as ocupações em que a escolaridade é maior e com tendência crescente ao longo da distribuição. Este último fato sugere que o mercado de trabalho brasileiro pode estar impedindo mulheres de ocuparem cargos de melhor remuneração e, conseqüentemente, dificultando a mobilidade social feminina e contribuindo para o grau de feminização da pobreza. Quanto as mulheres negras os autores afirmam que: De acordo com Soares (2000), o mercado de trabalho brasileiro discrimina homens negros e mulheres brancas e negras, mas a pior situação é a da mulher negra, que sofre com uma discriminação setorial-regional-cupacional maior do que os homens da mesma cor e as mulheres brancas (CAMBOTA; PONTES, 2007, p 332). Conforme o exposto é possível verificar que a realidade vivenciada pelas trabalhadoras negras é digna de especial atenção. Isso não quer dizer que tal assunto mereça cuidado apenas da população negra, mas da sociedade como um todo, já que a formação estrutural de nosso país está intimamente ligada à questão racial. No que tange as empresas brasileiras tem-se percebido que desde o início da década de 1990 ações ligadas a Responsabilidade Social Corporativa tem feito parte da dinâmica empresarial. Alguns dos motivos para tal perspectiva são: 1. consolidação do ideário neoliberal que traz como pressuposto a reconfiguração do papel do Estado. Este passa a ter como “parceiros” mercado (empresas) e sociedade civil no enfrentamento de expressões da questão social; 2. valorização da imagem da empresa (marketing social) perante os sujeitos que com ela mantém relações sendo, assim, premiadas por suas ações; 3. diante das novas exigências do mercado globalizado ações relativas a discussão da diversidade são cada vez mais introduzidas nas empresas. Tais ações estão num campo contraditório, já que as iniciativas corporativas das chamadas “empresas cidadãs” (CESAR, 2008) não perdem de vista a lucratividade (princípio do capitalismo) que nem sempre combina com práticas sociais efetivas. Não podemos deixar de considerar que as condições de trabalho e renda das mulheres negras necessita de visibilidade e que não há como não tratar desse assunto já que a cada dia ganha relevância nas agendas institucionais, acadêmicas e profissionais. Sendo assim, programas como Pró-Eqüidade de Gênero4 que busca formas mais eqüânimes relacionadas ao 4 “O Programa Pró-Equidade de Gênero tem por finalidade o desenvolvimento de concepções e procedimentos na gestão de pessoas e na cultura organizacional para alcançar a equidade de gênero no mundo do trabalho. O Programa é uma iniciativa do 7 trabalho em empresas como, Furnas Centrais Elétricas, Eletrobrás e Petrobrás são cada vez mais perceptíveis. Tal aspecto está de acordo com o que aponta Cambota & Pontes (2007, p. 348). Para os pesquisadores uma das alternativas possíveis é “sugerir políticas públicas de ação afirmativa, as quais promovam a diversidade no ambiente de trabalho e estimulem a participação de mulheres em cargos executivos e de chefia”. Deste modo, poderíamos vislumbrar condições mais favoráveis no mercado de trabalho para a população negra, sobretudo para as trabalhadoras negras que raramente são representadas em altos de chefia. Vale destacar que o Serviço Social da área do trabalho representa importante elemento para a concretização destas ações. É sabido que as (os) assistentes sociais têm sua formação o preparo para planejar, implementar, executar e avaliar políticas públicas e sociais. Além disso, seu código de ética traz como um dos princípios fundamentais o “empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças” (CRESS-RJ, 2005, p.16)). Deste modo, pensar a contribuição do Serviço Social na implementação de políticas de inclusão no interior das empresas é de total relevância para que a realidade laboral e de vida, não só de trabalhadoras negras, mas de trabalhadores como um todo, possa ser menos desigual. III - CONCLUSÃO Com o objetivo de apresentar sucintamente a realidade laboral da população negra brasileira, especialmente das mulheres negras, a pretensão deste trabalho foi de chamar a atenção para uma das expressões da questão social que afligem de forma concreta nossa sociedade. A atual crise que vive o capitalismo tem feito com que milhares de pessoas em todo o mundo perca seus postos de trabalho. Num país, dito em desenvolvimento, como o Brasil tais refrações são sentidas de modo mais sensível. Com isso, a situação crítica das trabalhadoras negras nos espaços empresariais torna-se mais complexa diante dos últimos acontecimentos. Além disso, as características estruturais do Brasil, verificadas em nosso processo histórico Governo Federal que, por meio da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM/PR) e com base no Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, reafirma os compromissos de promoção da igualdade entre mulheres e homens inscrita na Constituição federal de 1988. O programa conta, também, com a parceria do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT)”. Disponível em: http://200.130.7.5/spmu/docs/pro_equidade2009_2010/Programa2010.pdf. Acesso: 16 mar 2009. 8 contribuem para o acirramento das desigualdades e conseqüentemente para vicissitudes desfavoráveis no ambiente de trabalho. Por outro lado, as iniciativas empresariais em prol de melhores condições para seus empregados e inserção de minorias em seus quadros efetivos respondem a tendências colocadas pelas transformações societárias ocorridas a partir da década de 1990. A incorporação de práticas socialmente responsáveis são permeadas de contradições. No entanto, não podemos negar que tais iniciativas podem ser tomadas como importantes, já que colocam em pauta a discussão da questão racial e a inclusão de minorias em empresas. Assunto que até a pouco tempo parecia oculto. Nesta perspectiva, vale ressaltar o papel das políticas públicas e o papel do Serviço Social no interior das mesmas. O profissional de Serviço Social tem no espaço empresarial um dos seus campos de atuação e nele, geralmente, está envolvido em ações direcionadas aos empregados (as). Ações que não fogem às contradições, já que o Serviço Social, assim como as demais profissões, está inserido dialeticamente na realidade social complexa de nossa sociedade. Logo, é de total importância que os (as) assistentes sociais estejam afinados ao debate contemporâneo acerca das desigualdades de raça e gênero associando-as a elaboração de políticas. Enfim, não podemos ignorar que medidas para coibir e entender a discriminação, não só nas empresas, mas na sociedade em geral, são urgentes e importantes para que possamos entrever formas que favoreçam a todos independente de raça, gênero e condição social. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, Wlamyra R. de. , FILHO, Walter Fraga. Uma história do negro no Brasil. Salvador: Centro de Estudos Afro-Orientais; Brasília: Fundação Cultural Palmares, 2006. AZERÊDO. Sandra. Preconceito contra a “mulher”: diferença, poemas e corpos. São Paulo: Cortez, 2007.v.1. BARRETO, Raquel de Andrade; PAMPLONA, Marco Antonio Villela. 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