cálculos biliares

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CÁLCULOS BILIARES
O que é?
Cálculos biliares ou cálculos das vias biliares, tecnicamente são chamados de litíase biliar.
Litíase vem do grego "lithos"- pedra. De fato, cálculos são pedras mais ou menos duras.
Conceito de Vias Biliares:
O fígado tem múltiplas funções e uma delas é produzir bile que será eliminada através do
intestino. O órgão se constitui de duas porções, chamadas lobos, que por sua vez se
subdividem em vários segmentos.
A via biliar é um conjunto de canais que se forma dentro do fígado e que confluem de modo
completamente similar a um rio. Começam com canalículos, dentro dos diversos segmentos,
que vão confluindo até formar dois canais maiores que drenam o lobo hepático direito e o
lobo hepático esquerdo.
Já ao saírem do fígado, esses dois canais se unem para formar um canal hepático comum
que, depois de receber o canal da vesícula biliar, continua com o nome de colédoco.
Este nada mais é do que a última porção da via biliar que desembocará no duodeno, sendo
este a primeira porção do intestino delgado.
Nessa junção do colédoco com o duodeno, há um músculo circular, denominado esfíncter de
Oddi, que regula a passagem de bile para o intestino. O colédoco reforçado por esse
esfíncter, ao entrar no duodeno, forma uma saliência visível designada papila duodenal.
A vesícula biliar é uma bolsa, localizada sob o fígado, fora deste, comparável a um lago, que
se comunica com a via biliar comum por um canal próprio, o ducto cístico. Na vesícula biliar
a bile se concentra no intervalo das refeições e é esguichada, logo após as mesmas, para o
intestino.
Onde ocorrem cálculos biliares?
Cálculos biliares podem existir em qualquer porção da via biliar, mas aparecem comumente
na vesícula e com menor freqüência no colédoco.
Como se formam os cálculos biliares?
A bile tem três componentes básicos: bilirrubina, sais biliares e colesterol. A bilirrubina é um
pigmento derivado da destruição dos glóbulos vermelhos do sangue, efetuada no baço.
Através da circulação, é levada para o fígado que a elimina pelos canais biliares; ela dá a cor
à bile. O fígado produz os sais biliares que são importantes no processo de digestão dos
alimentos, especialmente das gorduras. O colesterol é eliminado pelo fígado, através da bile.
Há um equilíbrio físico-químico entre essas três substâncias que mantêm a bile em estado
líquido. Rupturas nesse equilíbrio provocam precipitação de seus componentes, dando
origem aos cálculos. Os componentes dos cálculos, entre outros, são sais de cálcio e
colesterol. Conforme a predominância, serão cálculos colesterólicos, cálcicos ou mistos.
Conseqüências da litíase biliar?
Os cálculos biliares podem permanecer silenciosos durante anos ou se manifestarem a
qualquer momento. Quando um cálculo da vesícula biliar obstrui o ducto cístico, seu canal de
drenagem pára o colédoco, provocando contração da parede muscular da vesícula que se
traduz por dor em cólica - cólica biliar. Quando o cálculo se encrava no ducto cístico,
impedindo a passagem de bile, esta é retida e desencadeia um processo inflamatório agudo colecistite aguda. Habitualmente, nessa bile retida, crescem bactérias e a vesícula obstruída
se comporta com um abscesso e pode ser o desencadeamento de doença grave.
A colecistite aguda pode regredir ou não. Quando for persistente, vai se comportar como um
abscesso local. Pode romper, ficando bloqueada sob o fígado ou romper para dentro do
abdômen provocando peritonite aguda. Quando um cálculo localizado no colédoco obstrui
esse canal, a bile não passa para o intestino e reflui através das células hepáticas para a
corrente circulatória. A bilirrubina refluída para o sangue provoca uma cor amarelada típica
da pele - icterícia. Essa bile retida pode infectar, provocando doença grave designada
colangite aguda.
Cálculos biliares e câncer
O câncer da vesícula biliar não é freqüente e o câncer em canais biliares é ainda mais raro.
Seu índice de cura é muito baixo. Câncer da vesícula biliar é relacionado à presença de
cálculos em seu interior, habitualmente presentes há muito tempo.
Tratamento da litíase biliar
A litíase biliar sintomática deve ser tratada. Seu tratamento habitual é cirúrgico. A litíase de
colédoco pode ser tratada por endoscopia: o endoscopista faz uma incisão na papila
duodenal, corta o esfíncter de Oddi e, por essa abertura, retira os cálculos. Houve mudança
importante na abordagem cirúrgica da via biliar com o desenvolvimento da cirurgia
laparoscópica. A ressecção laparoscópica da vesícula biliar é totalmente similar à extração do
órgão por cirurgia tradicional, aberta.
Com essa nova abordagem cirúrgica (videolaparoscopia), há menos dor pós-operatória,
recuperação mais rápida para as atividades normais, menor tempo de internação hospitalar e
evitam-se complicações inerentes a extensas incisões cirúrgicas no abdômen.
Autores: Dr. Loreno Brentano
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