AVALIAÇÃO DO USO DE PLANTAS MACRÓFITAS PARA REMOÇÃO DE ADENOVÍRUS EM EFLUENTES DE ESGOTO SANITÁRIO Autores Larissa Ferreira de Jesus; Rodrigo Staggemeier; Carolina Augusto Venker; Isabel Cristina Giehl; Günther Gehlen; Fernando Orientador Rosado Spilki Email [email protected] e [email protected] As plantas macrófitas, por sua reconhecida capacidade de realizar remoção de alguns poluentes, têm sido utilizadas em wetland construídas ou alagados superficiais como uma promissora opção de tratamento terciário de esgoto. Os processos biológicos que atuam na remoção de poluentes do efluente são a absorção direta pela macrófita, mineralização microbiológica e transformações como desnitrificação e amonificação. Os processos abióticos constituem a sedimentação, precipitação química e adsorção, sendo a sedimentação importante na remoção de material particulado do efluente. O tratamento de efluentes com wetland apresenta vantagens como moderado custo de instalação, baixo consumo de energia, fácil operação e manutenção. No presente estudo, visando a avaliação do efeito de macrófitas Typha dominguensi ) na remoção de adenovírus (vírus entérico veiculado pela água) foram coletadas amostras de água afluente e residual provenientes de tratamento com macrófitas em estação de tratamento de esgoto localizada em Novo Hamburgo (ETE Mundo Novo). De maio a agosto de 2013 foram coletadas mensalmente amostras de água e macrófitas (junho a agosto de 2013) situadas no setor de entrada do esgoto bruto e no setor de saída do mesmo, estas foram separadas em raízes, bulbos e folhas. As amostras de água foram coletadas de forma asséptica em frascos de vidro estéreis 0,5 L. As macrófitas, foram coletadas separadamente em frascos estéreis de 100 mL acondicionando um volume de sólidos de 50g. As águas foram concentradas usando um método de adsorção-eluição. As amostras de plantas foram diluídas em Meio Mínimo Essencial de Eagle (E-MEM, Nutricell; pH 7,4), de modo a permitir a extração de ácidos nucleicos para testes e, em seguida, cortadas e maceradas nesse meio líquido, homogeneizadas em vortex durante 1 minuto e, posteriormente, centrifugada a 14000 rpm por 10 minutos, sendo o sobrenadante utilizado para a extração de DNA/RNA viral. A fim de avaliar a influência da utilização de macrófitas em genoma viral íntegro foram realizadas extrações em duplicata com e sem utilização prévia de DNAse (TURBOTM DNAse, Ambicon) Página 1 de 2 de acordo com metodologia recomendada pelo fabricante.A extração de genomas virais foi realizada através do Kit comercial (Invitek DNA/RNA Virus Mini kit®, Alemanha). A detecção viral ocorreu através da reação em cadeia da polimerase em tempo real (qPCR) utilizando oligonucleotídeos com potencial alinhamento em uma região conservada do gene hexon do Adenovírus. Foi utilizado o kit comercial Platinun® SYBR® Green qPCRSupermix-UDG (Invitrogen, EUA), seguindo metodologia recomendada pelo fabricante. Ao comparar a água bruta e a água após o tratamento com macrófitas, durante os meses de maio e junho observou-se uma redução de 2 logs enquanto nos meses de julho e agosto de 1 log sem a utilização prévia de DNAse. Com a utilização de DNAse, não foi observado em nenhum dos meses resultado significativo. Ao analisar as plantas em junho e agosto notou-se uma maior concentração viral no bulbo. As normativas internacionais apontam que para uma redução do risco de contaminação dos corpos hídricos por vírus entéricos, deve-se buscar uma eficiência de redução maior ou igual a 4Log, o que não foi alcançado. Dessa forma, a utilização de plantas macrófitas para remoção viral em efluentes sanitários não se mostrou capaz de eliminar as estruturas virais íntegras no presente estudo. (Universidade Feevale; CNPq, FAPERGS, Feevale) Palavras-chave: Macrófitas. Remoção viral. Efluentes sanitários. Página 2 de 2