64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013 MACRÓFITAS DA PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO DO ALTO RIO PARANÁ: LISTAGEM PRELIMINAR. 1, 2 3 Karina Fidanza Rodrigues *, Roger Paulo Mormul , Sidinei Magela Thomaz 1,2,3 Universidade Estadual de Maringá; *[email protected] Introdução A planície de inundação do alto rio Paraná é o último trecho livre de represamento deste rio em território brasileiro. A área abriga grande diversidade de ambientes aquáticos, onde as macrófitas desempenham papel fundamental, pois colonizam de forma profícua as regiões litorâneas de canais, rios e lagoas permanentes e temporárias. Nesse sentido, esses ambientes apresentam, em geral, alta diversidade dessas plantas, tanto em termos de espécies [1], quanto de tipos funcionais [2]. A comunidade de macrófitas ocorrentes na planície de inundação do alto rio Paraná vem sendo investigada ecologicamente pelo Núcleo de Pesquisas em Limnologia, Ictiologia e Aquicultura – Nupélia, da Universidade Estadual de Maringá - UEM, desde a década de 90. Os dados ecológicos obtidos até o momento ressaltam que a estrutura da assembleia de macrófitas está organizada em macro-escala e que a composição de espécies varia de acordo com os rios aos quais os hábitats aquáticos se encontram associados. Entretanto, do ponto de vista florístico/taxonômico a área é, até o presente, pouco explorada, o que justifica a realização de um inventário minucioso dos táxons existente na região. Sendo assim, o projeto proposto tem como objetivos realizar o inventário das macrófitas aquáticas da planície de inundação do alto rio Paraná visando contribuir para o conhecimento da flora local bem como sua preservação e conservação. Metodologia A área de estudo compreende a planície de inundação do 2 alto rio Paraná (5.268km ) que apresenta grande diversidade biológica e elevada relevância na manutenção dos estoques pesqueiros explorados na região. Na planície podem ser encontrados diversos canais secundários, lagoas e dois afluentes principais do rio Paraná, o rio Ivinheima e o rio Baia, sendo que as imediações do rio Baia são compostas por uma vasta área de várzea e inúmeras lagoas. As coletas do material botânico foram efetuadas durante campanhas realizadas pelo PELD (Pesquisas Ecológicas de Longa Duração, CNPq, sítio 6) da Universidade Estadual de Maringá desde 2009,as quais foram conduzidas por uma equipe de pesquisadores da UEM/NUPÉLIA, com a participação de alunos de graduação e pós-graduação. Todo material foi processado de acordo com as técnicas usuais de herborização e as exsicatas encontram-se depositadas no acervo do Herbário HUEM. Resultados e Discussão É aqui apresentada uma listagem preliminar das macrófitas que ocorrem na planície de inundação do alto rio Paraná, onde foram registradas até o momento 87 espécies, distribuídas em 63 gêneros e 34 famílias. As famílias com maior número de espécies foram Poaceae (15 spp.), Cyperaceae (11 spp.), Polygonaceae (6 spp.), e Araceae, Asteraceae, Convovulaceae, Leguminosae, Onagraceae e Pontenderiaceae com 4 espécies cada. Já as famílias Alismataceae, Amaranthaceae, Commelinaceae, Hydrocharitaceae apresentaram 3 espécies cada, ao passo que, Acanthaceae, Araliaceae, Capparaceae, Lentibulariaceae, Lythraceae, Malvaceae, Nymphaeaceae e Rubiaceae foram encontradas 2 espécies. As famílias com apenas uma espécie registrada foram: Apiaceae, Begoniaceae, Cabombaceae, Cucurbiaceae, Euphorbiaceae, Haloragaceae, Menyanthaceae, Phyllanthaceae, Podostemaceae, Solanaceae, Sterculiaceae, Typhaceae, Zingiberaceae. Nesse trabalho são também apresentadas ilustrações e chaves de identificação para os táxons amostrados para a área, bem como comentários sobre sua morfologia e distribuição geográfica dos mesmos. Conclusões De acordo com a listagem preliminar aqui apresentada a planície de inundação do alto rio Paraná abriga uma grande diversidade de táxons o que ressalta a importância da região e para a preservação e conservação da flora local, como por exemplo, o rio Baia, pela sua elevada riqueza de espécies. Através dos dados aqui apresentados poderão ser compreendidas as prováveis rotas migratórias da flora e os possíveis padrões de distribuição das espécies e sua raridade/endemismo ou não na região. Assim, é muito provável que levantamentos intensivos abordando tais áreas revelem um número bastante expressivo de espécies botânicas, incluindo a descoberta de novos taxa para a ciência. Os resultados aqui apresentados tornam-se imprescindíveis para subsidiar futuros estudos ecológicos e conservacionistas na planície. Referências Bibliográficas [1] Pott, V.J. & Pott, A. 2000. Plantas aquáticas do Pantanal. EMBRAPA, Brasília: 404pp. [2] Henry, R. & Costa, M.L.R. 2003. As macrófitas como fator de heterogeneidade espacial, um estudo em três lagoas com diferentes conectividades com o rio Paranapanema, 2003, In: Thomaz, S. M. & Bini, L. M. (eds.). Ecologia e Manejo de Macrófitas Aquáticas. Maringá: Eduem. .