Camila Dal Piva Sgarbi - Apresentação

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RESUMO
Avaliação do potencial de utilização de Mayaca sellowiana como planta
ornamental
AUTOR PRINCIPAL:
Camila Dal Piva Sgarbi
E-MAIL:
[email protected]
TRABALHO VINCULADO À BOLSA DE IC::
Não
CO-AUTORES:
Gladis Cleci Hermes Thomé
ORIENTADOR:
Gladis Cleci Hermes Thomé
ÁREA:
Ciências Biológicas e da Saúde
ÁREA DO CONHECIMENTO DO CNPQ:
Ciências Biológicas 2.00.00.00-6
UNIVERSIDADE:
Universidade de Passo Fundo
INTRODUÇÃO:
Áreas úmidas são consideradas ecossistemas prioritários para a conservação da biodiversidade, já que são locais de alta
produtividade e que permitem que uma rica biota exclusiva ali se estabeleça (Rolon, 2011).
Essas áreas oferecem excelentes condições para a presença expressiva de macrófitas aquáticas, plantas cujas partes
fotossinteticamente ativas estão, permanentemente ou por alguns meses, submersas ou flutuantes em água e são visíveis
a olho nu. Algumas macrófitas são utilizadas como ornamentais e quer-se contribuir com mais uma planta que poderia ser
utilizada como ornamental, a Mayaca sellowiana, planta herbácea, aquática, da família Mayacaceae. Espécies deste
gênero já são utilizadas e comercializadas como plantas de aquário.
O objetivo deste trabalho foi obter informações sobre o comportamento e relações fisiológicas de M. sellowiana, cultivada
ex situ, a fim de usá-la como uma planta ornamental.
METODOLOGIA:
A avaliação de ocorrência das plantas realizou-se em quatro áreas, duas em Passo Fundo e duas em Marau, uma na zona
urbana e uma na rural de cada município. As coletas foram realizadas após um período de pelo menos três dias
consecutivos sem chuva e com presença de plantas férteis. As plantas matrizes coletadas foram conduzidas ao Laboratório
de Ecologia do ICB/UPF. Dessas retirou-se mudas de 5cm de comprimento.
As mudas foram cultivadas em bandejas de isopor (10x15cm), contendo 2cm de solo argiloso, as quais foram colocadas no
fundo de bandejas plásticas (26x40cm), contendo uma lâmina de água da torneira com 2cm de profundidade. Foram
cultivadas 28 mudas em sete repetições contendo quatro mudas cada. As bandejas foram mantidas no laboratório, com
temperatura média de 28,7ºC.O experimento foi conduzido de 05/03/13 a 17/04/13, com avaliações semanais da parte
vegetativa e de indução da floração a cada dois dias. No final, foram contados e medidos os brotos de cada amostra.
RESULTADOS E DISCUSSÕES:
A maioria das mudas transplantadas (85%) entrou em senescência ao longo do experimento, as demais não apresentaram
crescimento. A floração foi rara; observou-se apenas três flores em mudas diferentes.
As mudas não apresentaram diferença significativa em relação ao número de brotos nem ao comprimento dos mesmos,
apresentando uma média de 4,5 brotações por planta e uma média geral no comprimento dos brotos de 8,9 mm. Este
resultado indica que a espécie mantém uma constante em seu crescimento e suas brotações.
M. sellowiana apresentou crescimento lento durante o experimento. Sendo assim, para se cultivar essa espécie em jardins
aquáticos e obter propagação, seria um processo lento, que ocorreria somente na primavera e no verão. Este período de
tempo provavelmente não seria suficiente para as plantas se propagarem adequadamente no novo ambiente.
De acordo com Esteves (1998) as macrófitas aquáticas de regiões temperadas nascem na primavera, têm seu máximo de
biomassa no verão e morrem no inverno, isso porque na primavera surgem pequenos brotos a partir de rizomas. No final do
outono, toda a comunidade está praticamente morta.
A dúvida é se no segundo ano de cultivo da planta o crescimento também será lento como no primeiro ou ela poderá
crescer e se desenvolver mais rapidamente a cada ano que passa, por se adaptar melhor no novo ambiente. Os fatores
abióticos condicionantes do crescimento das plantas aquáticas, de modo geral, podem ser divididos em três categorias: a
temperatura, os nutrientes e a luz (Thomaz; Bini, 2003). Conforme os autores, vários pesquisadores têm avaliado as taxas
de crescimento de macrófitas aquáticas em experimentos de campo e laboratório, sendo que as taxas mais elevadas têm
sido obtidas em águas com altas concentrações de nutrientes.
Outro aspecto que não foi testado e pode ser motivo para uma continuação do experimento é a quantidade de nutrientes na
água que pode influenciar o crescimento das plantas.
CONCLUSÃO:
M. sellowiana pode ser retirada do seu habitat e transplantada para outro local, porém seu crescimento demanda muito
tempo. Quanto à sua utilização como ornamental, os resultados obtidos neste estudo são insuficientes e inconclusivos,
necessitando de comprovação e avaliação de outras variáveis através da continuidade das pesquisas com esta espécie.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ESTEVES, F. A. Fundamentos de Limnologia. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Interciência. p. 110-136, 1998.
ROLON, A. S. 2011. Diversidade de macrófitas aquáticas do Parque Nacional da lagoa do peixe. São Leopoldo. 149 f.
Dissertação (Pós-graduação em Ecologia e Recursos Naturais) - Centro de Ciências Biológicas e da Saúde. Universidade
Federal de São Carlos, 2011.
THOMAZ, S. M. BINI, L. M. Ecologia e Manejo de Macrófitas Aquáticas. Maringá: Editora da Universidade Estadual de
Maringá. p. 60-83, 2003.
Assinatura do aluno
Assinatura do orientador
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