International Journal for Quality in Health Care 2015; pp. H9–H16 10.1093/intqhc/mzv102 Resumos neste número* The missing evidence: a systematic review of patients’ experiences of adverse events in health care A evidência que faltava: uma revisão sistemática das experiancias vividas pelos doentes que sofreram eventos adversos (EA) HARRISON REEMA, WALTON MERRILYN, MANIAS ELIZABETH, SMITH-MERRY JENNIFER, KELLY PATRICK, IEDEMA RICK, ROBINSON LAUREN Int J Qual Health Care 27: 423–441 Objetivos: As lesões/danos evitáveis provocadas por eventos adversos são um significativo problema de saúde nos dias de hoje, no que diz respeito aos cuidados de saúde. O conhecimento de experiências de EAs dos doentes é fundamental para melhorar a segurança e a qualidade dos cuidados de saúde Foi realizada uma revisão sistemática de estudos de experiências de EAs dos doentes para relatar as suas experiências, as lacunas de conhecimento e quaisquer desafios encontrados durante a recolha de informação sobre a experiência dos doentes. Fontes de informação: palavras-chave, sinónimos e cabeçalhos sobre o tema foram utilizados para pesquisar 8 bases de dados eletrónicas no período de janeiro de 2000 a fevereiro de 2015. Foi também feita pesquisa manual de listas de referência e jornais considerados relevantes. O rendimento dos doentes, a educação, saúde e o estado civil influenciam a probabilidade de reportar o EA. Os doentes relatam desconforto após um EA, muitas vezes agravado por receber informações inadequadas sobre a causa. A Investigação das experiências dos doentes é dificultada pela falta de amostras grandes de pacientes que sejam representativas, dados relativos a períodos de tempo suficientes e diferentes definições de uma EA. Conclusões: Apesar do aparecimento de iniciativas políticas desenvolvidas com o objetivo de aumentar o envolvimento do doente, alguns estudos relatam as experiências de EAs dos pacientes. Esta informação deve ser regularmente recolhida e utilizada para desenvolver políticas para o sistema, mais amplas, centrado no paciente e eficazes para minimizar e gerir os EAs. Population experiences of primary care in 11 Organization for Economic Cooperation and Development countries Experiências dos utentes nos cuidados de saúde primários em 11 países da OCDE MACINKO JAMES, GUANAIS FREDERICO C. Int J Qual Health Care 27: 442–449 Objetivos: Estudo transversal de informação recolhida por questionário no ano 2013 Seleção de estudos: Os títulos e resumos de publicações foram selecionados por dois revisores e verificados por um terceiro. Artigos completos foram selecionados de acordo com os critérios de elegibilidade Contexto: Austrália, Canadá, França, Alemanha, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Suécia, Suiça, Reino Unido e Estados Unidos da América. Recolha de dados: Dados sobre desenho do estudo, métodos e principais conclusões foram recolhidos e compilados. Principal medida de resultado: Relatório individual do esquema de proteção financeira ( pagamentos diretos realizados pelos doentes/famílias acima de 1,000 dólares americanos), falha no atendimento no tempo apropriado (idas à urgência nos últimos dois anos, ter consultado três ou mais médicos no último ano) e ações de prevenção (medição da tensão arterial no último ano, medição do colesterol nos últimos cinco anos, ter sido vacinado para a gripe no último Resultados: Trinta e três publicações demonstraram doentes que identificaram uma série de problemas nos cuidados recebidos; sendo os mais frequentemente identificados os erros de medicação, de comunicação e de coordenação dos cuidados * Participantes no estudo: 20,045 respondentes This translation has not been verified and should not be relied upon – it is provided for reference purposes only. The Publishers, Editor and the International Society for Quality in Health Care have not checked this translation and accept no liability for completeness or accuracy of this translation or the use of this translation for whatever purpose. This translation may be incomplete and inaccurate in whole or in part. If you need to rely upon a translation of this abstract, a professional human translator should be engaged to supply an accurate translation of the original English. When referencing articles from this journal, please always refer to the original English version, rather than a translated equivalent. International Journal for Quality in Health Care vol. 27 no. 6 © The Author 2015. Published by Oxford University Press in association with the International Society for Quality in Health Care; all rights reserved H9 Resumos neste número ano, notificação de algum erro decorrente da prestação de cuidados de saúde). Participantes: Doentes internados com pelo menos um de 80 diagnósticos. Metodologia: Um score baseado na experiência dos utentes nos cuidados de saúde primários foi construído a partir de um questionário com 14 perguntas. Foi utilizada a regressão de Poisson para medir a relação entre a experiência vivenciada nos cuidados de saúde primários e o resultado (outcome). Intervenção: Acreditação pela 1a versão do modelo Dinamarquês. Será usado um questionário para avaliar a adesão aos padrões. Os hospitais serão reconhecidos como acreditação complete (n=11) ou acreditação parcial (=20). Resultados: Foram encontradas diferenças entre países no que diz respeito às experiências vividas pelos utentes dos cuidados de saúde primários (CSP). Nas análises feitas, ajustadas para a idade, sexo, estado de saúde, doença crónica, nível de rendimento e tipo de seguro, verificou-se que os utentes que tiveram uma experiência menos positiva no contacto com os CSP foram os que referiram gastar mais dinheiro em pagamentos diretos; ter ido mais vezes às urgências nos últimos dois anos; ter consultado mais de três médicos nos último ano, tiveram menor probabilidade de avaliar a tensão arterial e os níveis de colesterol e reportaram mais erros relacionados com a prestação de cuidados de saúde. Conclusão: A medição da experiencia vivida pelos utentes aquando do contacto com os CSP pode ser usado para distinguir a abordagem dos CSP, entre diferentes países, e pode estar fortemente associado com o desempenho do sistema de saúde e ser usado como indicador de qualidade. Is compliance with hospital accreditation associated with length of stay and acute readmission? A Danish nationwide population-based study Será que a adesão a programas de acreditação de hospitais está associado com a estadia hospitalar e com readmissões agudas? Estudo Dinamarquês de base populacional e dimensão nacional FALSTIE-JENSEN ANNE METTE, NØRGAARD METTE, HOLLNAGEL ERIK, LARSSON HEIDI, JOHNSEN SØREN PAASKE Int J Qual Health Care 27: 450–457 Objetivos: Analisar a associação entre a adesão a programas de acreditação de hospitais, a estadia hospitalar e as readmissões agudas. Desenho: Estudo nacional de base populacional, com seguimento de Novembro 2009 a Dezembro 2012. Contexto: Hospitais públicos Dinamarqueses, à excepção dos hospitais psiquiátricos. H10 Principal medida de resultado: Estadia hospitalar, incluindo transferência entre hospitais e todas as causas de readmissão aguda ocorridas no period de 30 dias pós alta. Foi usada a regressão proporcional de Cox e foi feito ajustamento para potenciais factores de confundimento e efeitos de grupos a nível hospitalar. Resultados: A estadia hospitalar foi avaliada em 275,589 doentes dos quais 266,532 tiveram alta vivos e foram avaliados em termos de readmissões a 30 dias pós alta. A media de dias de estadia hospitalar foi de 4.51 dias (95% IC 4.46–4.57) nos hospitais com acreditação complete e de 4.54 (IC 4.50–4.57) nos hospitais com acreditação parcial. As readmissões a 30 dias no grupo de hospitais com acreditação complete foi de 13.70% (IC 13.45–13.95) e de 12.72% (IC 95% 12.57–12.86) nos hospitais com acreditação parcial. Conclusão: Os doentes admitidos em hospitais com acreditação completa tiveram uma estadia menor quando comparados com os hospitais com acreditação parcial, sendo essa diferença ligeira. Não se observaram diferenças na readmisssão a 30 dias após a alta. Implementation of a multidisciplinary clinical pathway for the management of postpartum haemorrhage: a retrospective study Implementação de um itinerário clínico multidisciplinar para a conduta na hemorragia pós-parto: um estudo retrospectivo CHO HEE YOUNG, NA SUNGWON, KIM MAN DEUK, PARK INCHEOL, KIM HYUN OK, KIM YOUNG-HAN, PARK YONG-WON, CHUN JA HAE, JANG SEON YOUNG, CHUN HYE KYUNG, CHUNG DAWN, JUNG INKYUNG, KWON JA-YOUNG Int J Qual Health Care 27: 458–464 Objetivo: Comparar os resultados de episódios de hemorragia pós-parto (HPP) antes e depois da introdução de um itinerário clínico [clinical pathway] denominado Severance Protocol para tratar a hemorragia pós-parto por meio da Prestação de Cuidados Rápidos no Parto [Expeditious Care Delivery]— SPEED). Resumos neste número Desenho: O presente estudo foi delineado como uma análise retrospectiva. Contexto: Consulta externa de pediatria, ortopedia, medicina interna e urologia, de um hospital Dinamarquês. Contexto: O estudo foi realizado em um hospital em vias de implementação do SPEED. Participantes: 2,784 utentes que acederam a gravar as suas consultas por 49 profissionais de saúde. Participantes: O grupo “não-SPEED” foi composto por 74 pacientes com HPP tratadas antes da introdução do SPEED, e o grupo SPEED contou com 155 pacientes. Intervenção: A gravação áudio da consulta foi fornecida aos doentes permitindo-lhes ouvir o conteúdo sozinhos ou junto com familiares. Métodos: Foram comparadas as diferenças nos resultados entre os grupos. Principal medida de resultado: Repetição da consulta num período de 90 dias. Principais medidas de resultado: a redução na duração do tratamento foi a principal medida de resultado, ao passo que a preservação do útero foi uma medida de resultado secundária. Resultados: Nas consultas externas de adultos, uma em cada três foi ouvida. No entanto, no caso das consultas de pediatria esse número foi mais reduzido, sendo de uma em cada cinco consultas. A utilização de gravações áudio apresentou uma associação positive com a idade avançada e com as primeiras consultas. O sexo influenciou a repetição em diferentes formas; por exemplo, os familiares de doentes do sexo masculino ouviram as gravações mais vezes do que os familiares de doentes do sexo feminino. A aprovação de gravações em consultas subsequentes foi maior entre os doentes que ouviram a sua consulta. Resultados: Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos no que se refere a níveis de hemoglobinas, hematócritos e os sinais vitais dos pacientes ao entrarem no serviço de emergência. O tempo de entrega dos resultados dos exames de hemoglobina, o tempo médio decorrido até o tratamento por obstetras e ginecologistas, e o tempo decorrido entre a solicitação e a realização de radiografia de tórax diferiram significativamente entre os dois grupos (SPEED, 10,0 [1,0–30,0], 3,0 [0–25,0], e 23,0 [1.0–86.0] minutos, respectivamente; grupo “não-SPEED”, 17,0 [1,0-37,0], 12,0 [0–62,0] e 46,0 [1,0-580,0] minutos, respectivamente; p<0,001). Da mesma forma, o tempo médio decorrido até a transfusão de hemácias testadas para compatibilidade (SPEED, 77,6 ± 58,6 minutos; “não-SPEED”, 103,4 ± 64,4 minutos; p = 0,015) e a taxa de preservação do útero (SPEED, 90,1% [136/151]; “não-SPEED”, 81,7% [58/71]; p = 0,043) também diferiram significativamente entre os grupos. Conclusões: O itinerário clínico propiciou agilidade e eficiência nos cuidados de saúde para pacientes com HPP devido à rapidez na avaliação e no acesso à transfusão de hemácias, resultando na diminuição da mortalidade materna. Patients’ use of digital audio recordings in four different outpatient clinics Conclusão: Os doentes consideram que ouvir as gravações da consulta acrescentou informação importante ao seu conhecimento e que a gravação das consultas é algo exequível na prática corrente. Bradycardia as an early warning sign for cardiac arrest during routine laparoscopic surgery Bradicardia como sinal de alerta para parada cardíaca durante cirurgia laparoscópica de rotina YONG JONATHAN, HIBBERT PETER, RUNCIMAN WILLIAM B., COVENTRY BRENDON J. Int J Qual Health Care 27: 472–477 Utilização da gravação das consultas dos doentes em diferentes especialidades WOLDERSLUND MAIKEN, KOFOED POUL-ERIK, HOLST RENÉ, AMMENTORP JETTE Int J Qual Health Care 27: 465–471 Objetivos: Investigar o uso de gravações digitais nas consultas médicas no sentido de fornecer conhecimento sobre a utilização das mesmas pelos doentes. Desenho: Análise transversal da intervenção usando informação da plataforma de gravação e de um questionário passado aos utentes. Objetivo: O objetivo deste estudo foi identificar padrões clínicos de ocorrência, conduta e resultados de parada cardíaca durante cirurgia laparoscópica, usando a base de dados do Estudo Australiano de Monitoramento de Incidentes [Australian Incident Monitoring Study ] — AIMS para orientar possíveis ações de prevenção e tratamento. Contexto: O banco de dados AIMS é composto por notificação de incidentes realizada por médicos atuantes em centros de saúde secundários e terciários na Austrália e na Nova Zelândia. Participantes: A base de dados AIMs contém mais de 11.000 incidentes perioperatórios e intraoperatórios. H11 Resumos neste número Medidas de resultados principais e secundárias: O resultado principal foi caracterizar o padrão de eventos que envolvem a parada cardíaca. O resultado secundário foi identificar estratégias de conduta bem-sucedidas na possibilidade de prevenção e tratamento da parada cardíaca durante a cirurgia laparoscópica. Resultados: Foram identificados 14 casos de parada cardíaca durante a cirurgia laparoscópica. A maioria dos casos ocorreu em pacientes “aptos e saudáveis” durante procedimentos cirúrgicos eletivos de cirurgia geral e ginecológica. Doze casos de parada cardíaca estiveram diretamente associados a pneumoperitônio com bradicardia precedendo a parada cardíaca em 75% dos casos. A conduta incluiu a deflação do pneumoperitônio, administração de atropina e ressuscitação cardiopulmonar com a restauração circulatória em todos os casos. Os resultados implicam mecanismos vagais associados com distensão peritoneal como fator predominante para a bradicardia e subsequente parada cardíaca durante a laparoscopia. Conclusões: Bradicardia durante a insuflação de gás não é necessariamente um evento benigno e supõe-se que seja um importante sinal de alerta precoce para uma possível parada cardíaca iminente e inesperada. Deflação imediata do pneumoperitônio e administração de atropina são medidas eficazes que podem aliviar a bradicardia e possivelmente evitar a evolução para a parada cardíaca. Is accreditation linked to hospital infection rates? A 4-year, data linkage study of Staphylococcus aureus rates and accreditation scores in 77 Australian acute hospitals Está a acreditação ligada às taxas de infeção hospitalares? Um estudo de 4 anos de ligação de dados entre as taxas de Staphylococcus aureus e os resultados da acreditação em 77 hospitais de agudos na Australia VIRGINIA MUMFORD, REEVE REBECCA, GREENFIELD DAVID, FORDE KEVIN, WESTBROOK JOHANNA, BRAITHWAITE JEFFREY Int J Qual Health Care 27: 478–484 Objetivos: Testar a hipótese de que os hospitais com melhores resultados no processo de acreditação, especificamente no controlo da infeção, estariam associados a bacteremias por Staphylococcus aureus (SAB) com taxas mais baixas. Desenho do estudo: Estudo de coorte retrospetivo. H12 Contexto e Participantes: Hospitais públicos de agudos (n=77) em New South Wales, Austrália, com taxas reportadas de SAB, os resultados de duas pesquisas de acreditação e resultados de, pelo menos, quatro auditorias a higiene das mãos. Métodos: Foram trabalhados três conjuntos de dados: taxas de SAB, resultados do processo de acreditação e taxas de higienização das mãos. Foi feita uma regressão com as taxas de SAB e os resultados da acreditação, os resultados das auditorias à higiene das mãos e os dados demográficos dos hospitais, utilizando um modelo linear para explicar a natureza não linear da variável de resultado. Resultados: Os resultados significativos ( p<0,05) incluíram: as taxas de SAB em todos os hospitais diminuíram de 1,34/10 000 camas dia em 2009 para 0,77/10 000 camas dia em 2012; as taxas médias de SAB em hospitais de menores dimensões (0,62/10 000 camas dia) ao longo do estudo foram mais baixas que as obtidas nos principais hospitais de referência (1,52/10 000 camas dia);hospitais de menores dimensões com taxas de acreditação mais elevadas apresentaram taxas de SAB mais baixas, mas hospitais de grandes dimensões com taxas de acreditação mais elevadas em geral apresentaram taxas de SAB mais altas, apesar do efeito “dimensão” ser pequeno (<2%). Conclusões: Existe uma forte base de evidência para utilizar as taxas de SAB para medir o impacto dos programas de controlo de infeção que são considerados durante o processo de acreditação. No entanto, há menos evidências que suportem com precisão que os resultados da acreditação refletem a implementação das normas de acreditação para o controlo da infeção. Isto influencia a identificação de indicadores para a medição da segurança do doente e a qualidade dos cuidados prestados, especialmente em garantir que estes são apropriados em hospitais com diferentes dimensões e tipos de cuidados prestados. Documentation and disclosure of adverse events that led to compensated patient injury in a Norwegian university hospital Documentação e abertura de informação sobre a ocorrência de eventos adversos que levaram à indenização de pacientes que sofreram danos na Noruega SMEBY SUSANNE SKJERVOLD, JOHNSEN ROAR, MARHAUG GUDMUND Int J Qual Health Care 27: 485–490 Objetivo: O principal objetivo é descrever até que ponto os danos em pacientes, indenizados/indemizados por um sistema nacional de indenização de pacientes, foram relatados no sistema de notificação obrigatória de incidentes e Resumos neste número documentados no prontuário do paciente. O segundo objetivo é investigar se há documentação de abertura de informações sobre o dano e comprovação de que o paciente foi informado sobre seu direito de solicitar indenização financeira. Desenho: Estudo retrospectivo que empregou dados administrativos e dados de prontuário do paciente. Contexto: Trondheim University Hospital, Noruega. Participantes: Pacientes beneficiários de indenização financeira por motivo de dano ocorrido entre o dia 1° de março de 2009 e 31 de dezembro de 2012. Intervenção: Nenhuma. Principais Medidas de Resultado: Documentação do dano, do tipo de dano ou lesão e consequência para o paciente. Abertura de informação sobre o paciente descrita no prontuário. Prevalência de notificação de incidentes. Resultados: 20,4% de todos os danos indenizados e 26,3% dos danos e lesões graves indenizadas, definidas como óbito ou incapacidade superior a 15%, haviam sido notificados. O dano havia sido documentado no prontuário do paciente em 90,7% dos casos, mas como um evento adverso que teria gerado dano ao paciente, em apenas 3,4% dos casos. Faltava documentação sobre abertura de informação para o paciente em 32,1% dos casos, e informação sobre seu direito jurídico de pedir indenização foram documentadas em 21,6% dos casos. Conclusão: Subnotificação e ausência de abertura de informação sobre danos em pacientes continuam sendo problemas, embora haja um sistema de notificação obrigatória. Ajudar os médicos e cirurgiões a reconhecer eventos adversos, notificá-los e discuti-los com os pacientes deve ser prioridade entre hospitais e faculdades de medicina. Impact of working 48 h per week on opportunities for training and patient contact: the experience of Irish interns O impacto de trabalhar 48 horas por semana em oportunidades de formação e de contacto com o doente: a experiência de estagiários Irlandeses estudo é estudar a quantidade de tempo que os estagiários gastam e vários tipos de atividades no trabalho. Desenho do estudo: Um diário de registo de tempo online foi utilizado para recolher informação sobre os internos. Contexto: Dois hospitais universitários na República da Irlanda. Participantes: No período de 24 horas registaram-se, pelo menos uma vez, um total de 45 internos. Os registos foram obtidos a partir de 67 turnos de uma ronda cirúrgica e 83 turnos de uma ronda médica. Principais medidas de resultado: A quantidade de tempo gasto pelos internos em cuidados diretos prestados ao doente, cuidados indiretos, atividades educacionais e atividades pessoais. Resultados: Num turno diurno, os internos gastam uma percentagem mais baixa do seu turno em cuidados diretos (159/613 minutos, 25,9% versus 214/636 minutos, 33,6%), e uma grande proporção em educação (195/613 minutos, 31,8% versus 139/636 minutos, 21,9%), que os internos de cirurgia. Em dias prolongados, os internos de medicina gastam uma percentagem significativa maior do seu turno em educação, comparativamente a internos de cirurgia (243/814 minutos, 29,9% versus 126/804 minutos, 15,7%). No turno da noite os internos de medicina gastam uma percentagem significativamente maior do seu turno em cuidados diretos (590/720 minutos, 81,9% versus 346/727 minutos, 47,6%) e em educação (33/720 minutos, 4,6%, versus 6/727 minutos, 0,8%), comparativamente a internos de cirurgia. Conclusões: Os estagiários que participaram no estudo referiram passar mais tempo no cuidado direto do doente e em atividades educacionais, e menos tempo em atividades de atendimento indireto, comparativamente com estagiários de outros países. Quality management and perceptions of teamwork and safety climate in European hospitals Gestão da qualidade e perceções do trabalho em equipa e do clima de segurança em hospitais europeus O’CONNOR PAUL, LYDON SINÉAD, OFFIAH GOZIE, AHERN SEAN, MOLONEY BRIAN, BYRNE DARA KRISTENSEN SOLVEJG, HAMMER ANTJE, BARTELS PAUL, SUÑOL ROSA, GROENE OLIVER, THOMPSON CAROLINE A., ARAH ONYEBUCHI A., KUTAJ-WASIKOWSKA HALINA, MICHEL PHILIPPE, WAGNER CORDULA Int J Qual Health Care 27: 491–497 Int J Qual Health Care 27: 498–505 Objetivos: O Regulamento Europeu sobre Horas de Trabalho (EWTR) tem sido criticado pelo suposto impacto negative na formação de jovens médicos. O objetivo deste Objetivo: Este estudo teve como objetivo estudar as associações de sistemas de gestão da qualidade com o trabalho em equipa e o clima de segurança, e descrever e comparar H13 Resumos neste número diferenças de perceção do clima trabalho em equipa e clima de segurança entre os chefes clínicos e clínicos da linha de frente. Método: Foi utilizada uma abordagem transversal multi-método para recolher informação sobre os sistemas de gestão da qualidade e o clima de trabalho de equipa e segurança percebidos. A análise de dados incluiu métodos descritivos e de regressão multinível. Contexto e participantes: Foram avaliados os dados sobre a implementação do sistema de gestão da qualidade de sete países europeus, incluindo inquéritos de cultura de segurança do paciente a partir de 3622 a chefes clínicos e 4903 clínicos da linha de frente. Principais medidas de resultado: Clima de segurança e de trabalho de equipa percebidos. Resultados: O trabalho de equipa foi classificado com positivo por 67% dos chefes clínicos e 43% dos médicos de primeira linha. O clima de segurança foi percebido como positivo por 54% dos chefes clínicos e 32% dos médicos de primeira linha. Foram encontradas associações positivas entre a implementação de sistemas de gestão da qualidade e trabalho em equipa e o clima de segurança. Health services should collect feedback from inpatients at the point of service: opinions from patients and staff in acute and subacute facilities Resultados: Os participantes indicaram que os pacientes devem ser convidados a avaliar os serviços de saúde quando estiverem hospitalizados ou em serviços de pacientes subagudos, e a melhoria do cuidado foi o motivo mais importante para essa consideração. Os profissionais indicaram que: • Obter feedback de pacientes durante sua permanência no serviço representou uma parte importante do atendimento, não consistindo em uma interrupção do cuidados de saúde prestado (n=187 de 221, 85%) • A melhor forma de obter feedback de pacientes foi através do emprego de métodos diversos: conversar diretamente com os pacientes durante sua estadia no serviço foi a opção preferida (n=161 de 219, 74%). Um número maior de pacientes preferiu: • Fornecer feedback durante sua estadia no serviço (51%), e não após a alta (15%). • Fornecer feedback falando com alguém (45%), e não através do preenchimento de um questionário (31%). Alguns pacientes (14%) ficaram preocupados com represálias por parte dos profissionais caso dessem feedback negativo. Conclusões: POSF podem ser aceitáveis e úteis para avaliar os serviços de saúde e devem ser incorporados a uma abordagem centrada no indivíduo, permitindo que os pacientes escolham entre uma variedade de opções de feedback, tanto durante quanto após sua permanência no serviço. Para ser mais útil, o feedback deve ser incorporado a um sistema de melhoria de qualidade. Os serviços de saúde devem coletar feedback no ponto de cuidado de pacientes internados: opinião de pacientes e profissionais de saúde em hospitais de pacientes agudos e subagudos Predictors and outcomes of unplanned readmission to a different hospital GILL STEPHEN D., REDDEN-HOARE JANE, DUNNING TRISHA L., HUGHES ANDREW J., DOLLEY PAMELA J. KIM HONGSOO, HUNG WILLIAM W., PAIK MYUNGHEE CHO, ROSS JOSEPH S., ZHAO ZHONGLIN, KIM GI-SOO, BOOCKVAR KENNETH Int J Qual Health Care 27: 506–511 Objetivo: Feedback no ponto de cuidado (POSF) permite que pacientes deem feedback sobre o serviço de saúde com base em suas experiências durante ou imediatamente após o atendimento. Apesar do uso crescente de POSF, pouco se sabe a respeito da opinião dos pacientes e profissionais sobre essa prática e se eles a consideram aceitável ou útil. O estudo teve como objetivo saber a opinião de pacientes e profissionais sobre POSF. Desenho: Estudo transversal. Contexto: Hospitais de pacientes agudos e subagudos. Participantes: 247 pacientes e 221 profissionais de saúde. H14 Preditores e resultados de reinternação não planejada em outro hospital Int J Qual Health Care 27: 512–518 Objetivos: Avaliar os pacientes, o hospital e fatores de mercado, e os desfechos associados à reinternação em outro hospital em comparação com a reinternação no mesmo hospital. Desenho: Estudo de base populacional, análise secundária utilizando modelagem causal multinível Contexto: Hospitais de pacientes agudos na Califórnia, Estados Unidos Participantes: 509.775 pacientes com 50 anos ou mais que receberam alta de hospitais de pacientes agudos ( primeira Resumos neste número hospitalização) e 59.566 pacientes que foram reinternados em 30 dias após sua primeira alta melhorar o seu conhecimento da situação e poder controlar os riscos. Intervenção: Nenhuma intervenção Escolha da solução: A auditoria interna fornece um enquadramento metodologico que possibilita assegurar, ao organism de governação, a monitorização dos riscos mais significativos. Principal(is) Medida(s) de Resultado(s): Reinternação/ reinternamento não planejada/planeado até 30 dias em outro hospital em comparação com reinternação mesmo hospital e também os custos e os resultados de saúde das reinternações. Resultados: Vinte e um por cento dos pacientes com re-hospitalização foram reinternados em outro hospital. Em comparação com o grupo que se reinternou no mesmo hospital, o grupo que se reinternou em outro hospital apresentou maior probabilidade de ter indivíduos mais jovens, do sexo masculino, e com renda mais baixa. Os primeiros hospitais [hospital índice] do grupo que se reinternou em outro hospital tinham maior probabilidade de serem menores, com fins lucrativos, e de estarem localizados em municípios com maior concorrência. O grupo que se reinternou em outro hospital apresentou maiores chances de falecerem no hospital (8,1% vs. 6,7%; p<0,0001) e maiores custos de reinternação hospitalar ($15.671,8 vs. $14.286,4; p<0,001) comparativamente ao grupo que se reinternou no mesmo hospital. Conclusões: As características dos pacientes, hospitais e de mercado foram preditores de reinternações em outros hospitais em comparação com reinternações no mesmo hospital. Os desfechos mortalidade hospitalar e custos foram piores entre os pacientes que se reinternaram em outros hospitais. São necessárias estratégias para uma melhor coordenação dos serviços direcionados a indivíduos em risco para reinternação em outros hospitais. The internal audit of clinical areas: a pilot of the internal audit methodology in a health service emergency department Auditoria interna a áreas clínicas: metodologia piloto de auditórias internas em serviços de urgência BROWN ALISON, SANTILLI MARIO, SCOTT BELINDA Int J Qual Health Care 27: 519–521 Problema ou assunto de qualidade: Os organismos de governação dos serviços de saúde precisam assegurar que os riscos para atingir os objetivos destes estão a ser monitorizados. Atualmente o principal mecanismo, dentro das organizações, para assegurar essa monitorização é através da revisão das politicas e procedimentos implementados, bem como a revisão de auditorias clínicas e de informação/indicadores de qualidade. Avaliação inicial: Os organismos que governam os serviços de saúde precisam de ter informação objetiva e robusta para Implementação: O artigo descreve uma experiencia piloto da implementação de uma auditoria interna em unidades do service de urgência. Uma equipa constituida por um auditor e um períto clinic avaliaram a aplicação dos critérios clínicos baseados nas melhores prácticas. Avaliação: Esta experiência piloto foi considerada um sucesso na identificação dos riscos clinicos mais significativos. Quality improvement and accountability in the Danish health care system Melhoria da qualidade e responsabilização no sistema de saúde dinamarquês MAINZ JAN, KRISTENSEN SOLVEJG, BARTELS PAUL Int J Qual Health Care 27: 522–526 A Dinamarca conta com oportunidades singulares para a medição e padrão de comparação de qualidade desde que desenvolveu registros de saúde e identificadores únicos por paciente, permitindo que todos os registros incluam dados do paciente, combinando os dados em um sofisticado sistema de monitoramento de desempenho da qualidade. Ao longo de décadas, a Dinamarca desenvolveu e implementou no sistema de saúde iniciativas de qualidade e segurança do paciente de âmbito nacional, em termos de diretrizes clínicas nacionais, medição do desempenho e de resultados integrados em bases de dados clínicos para doenças e condições clínicas importantes, além da aferição da experiência dos pacientes, notificação de eventos adversos, gestão nacional de queixas de pacientes, acreditação de abrangência nacional e divulgação pública de todos os dados sobre a qualidade do cuidado. Ao longo dos anos, a Dinamarca desenvolveu uma cultura progressiva e transparente na gestão da qualidade; os diferentes atores nos diferentes níveis do sistema de saúde se apoiam num esforço conjunto em prol da qualidade dos serviços de saúde. Nas esferas nacional, regional, local e hospitalar, é obrigatória a participação em iniciativas de qualidade e utilização de dados e resultados na gestão da qualidade, melhoria da qualidade, transparência nos cuidados de saúde e responsabilização. Para desenvolver ainda mais o modelo de governança dinamarquês, é importante expandir o modelo para o setor da atenção primária. Além disso, um programa nacional de qualidade 2015-2018, lançado recentemente pelo governo, apoia um novo desenvolvimento na área de cuidados de saúde com foco na prestação de cuidados de saúde de alta qualidade — a alta qualidade é definida por resultados de valor para os pacientes. H15 Resumos neste número Pathology test-ordering behaviour of Australian general practice trainees: a cross-sectional analysis O comportamento de estagiários generalistas australianos na solicitação de exames de patologia clínica: um estudo transversal MORGAN SIMON, HENDERSON KIM M., TAPLEY AMANDA, SCOTT JOHN, VAN DRIEL MIEKE L., SPIKE NEIL A., MCARTHUR LAWRIE A., DAVEY ANDREW R., OLDMEADOW CHRIS, BALL JEAN, MAGIN PARKER J. Int J Qual Health Care 27: 527–534 Objetivos: Determinar a prevalência e a natureza das solicitações de exames de patologia clínica por parte de estagiários generalistas e descrever as associações dessas solicitações de exames, no contexto da crescente onda de solicitação de exames e suas implicações para a segurança do paciente. Desenho: Análise transversal dos dados do estudo de coorte Registrar Clinical Encounters in Training (ReCEnT) Contexto: Cinco dos dezessete centros regionais de formação de médicos generalistas da Austrália, abrangendo desde consultórios em áreas urbanas até consultórios localizados em áreas muito remotas Participantes: Estagiários generalistas H16 Principal(is) Medida(s) de Resultado: O número de exames de patologia clínica solicitados por problema/ diagnóstico Resultados: 856 indivíduos estagiários (taxa de resposta de 95,2%) contribuíram com dados de 1.832 períodos de estágio, 108.759 encontros e 169.304 problemas. A prevalência de solicitação de exames patologia clínica foi de 79,3 (IC de 95%: 78,8-79,8) exames a cada 100 encontros, 50,9 (IC de 95% 50,6-51,3) a cada 100 problemas, e pelo menos um exame foi solicitado em 22,4% das consultas. O exame mais frequentemente solicitado foi hemograma completo (6,1 a cada 100 problemas). O problema mais comum na solicitação de exame foi “check-up” (18,6%). Na análise multivariável, a solicitação de exames esteve significativamente associada ao fato de o estagiário ter trabalhado anteriormente em consultório; de o paciente ser adulto, do sexo masculino, e estar sendo atendido pela primeira vez tanto pelo estagiário quanto pelo serviço; com o consultório estar localizado em área urbana; com o fato de o problema/diagnóstico ser novo; com a solicitação de exames de imagem; com providências de encaminhamento; e para acompanhamento do paciente. Demonstrou-se que os estagiários tiveram probabilidade significativamente menor de solicitar exames para problemas/ diagnósticos para os quais buscaram informação ou parecer durante a consulta. Conclusões: Em comparação com médicos generalistas experientes, estagiários solicitam mais exames de patologia clínica por consulta e por problema tratado, e em uma maior proporção de consultas. Nossos achados irão instruir as políticas educacionais para melhorar a qualidade do cuidado e a segurança do paciente na formação de médicos generalistas.