Em Ponta Grossa, aposta é na acreditação

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Unimeds estudam hospitais próprios
Convênios com redes públicas e privadas estão difíceis em cidades menores. Segundo a
federação do estado, unidades não dão lucro
A Unimed Brasil anunciou neste mês um investimento de R$ 200 milhões na
construção de sete hospitais e ampliação de outros três nos estados de São
Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina. No Paraná há seis
unidades próprias (Cornélio Procópio, Foz do Iguaçu, Palotina, Paranaguá,
Paranavaí e Ponta Grossa) e mais três podem surgir em breve. O
investimento tem sido necessário para a manutenção e ampliação da rede
assistencial dos usuários frente às dificuldades em se firmar convênios com
entidades públicas e privadas. É o que diz o cirurgião Orestes Barrozo
Medeiros Pullin, presidente da Unimed Paraná, que reúne as 22 cooperativas
do estado.
“Isso tem sido necessário em cidades menores, em que o setor privado
deixou de investir. As cooperativas estão entrando em um negócio que não
era o seu original, mas que é necessário para manter a rede assistencial aos
usuários e também para dar condições de trabalho a seus cooperados”,
explica.
Os números do Datasus, do Ministério da Saúde, mostram que realmente
houve, de 2005 para cá, uma redução no número de hospitais gerais da
esfera privada no país, no estado e em algumas das cidades onde a Unimed
precisou investir (veja no gráfico).
Os convênios dos planos com os hospitais que atendem pelo sistema público
de saúde também têm passado por uma revisão. Segundo o diretor financeiro
da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do
Paraná (Fehospar), Benno Kreisel, isso vem ocorrendo porque o SUS passou
a oferecer outras complementações orçamentárias, além dos valores
tabelados por procedimentos. “Algumas entidades filantrópicas, públicas e
privadas, estão preferindo atender 100% SUS por conta disso, o que, em
algumas localidades, acaba diminuindo a rede assistencial dos planos de
saúde”.
Para aperfeiçoar a gestão das unidades próprias, a Unimed Paraná formou
um comitê que está reunindo históricos e pensando em soluções e
indicadores que ajudem na eficiência do novo negócio. “Não focamos lucro,
mas precisamos sempre buscar a melhoria da qualidade com um bom
controle de custos”, ressalta Pullin.
Modelo
As duas Unimeds que começaram a estudar a possibilidade de hospitais
próprios são Guarapuava e Campo Mourão. Em Londrina, o projeto conduzido
pela diretoria para um hospital de média/alta complexidade e 150 leitos
acabou sendo rejeitado pelos cooperados no último dia 11, em assembleia.
Dos 310 votantes, 166 foram contrários e 144 favoráveis ao projeto de R$ 107
milhões. Embora a proposta não tenha sido aprovada, ela poderá voltar à
negociação em breve.
Em Ponta Grossa, aposta é na acreditação
Maria Gizele da Silva, da sucursal
Quase seis anos após a sua instalação, o Hospital Geral da Unimed (HGU)
em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, é o primeiro das cooperativas no
Paraná a obter a acreditação, que é uma espécie de selo de qualidade em
gestão e em atendimento ao paciente. Dos R$ 16,2 milhões investidos no
complexo, pelo menos R$ 180 mil foram destinados ao processo. O selo foi
conferido pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) em abril deste
ano.
O hospital é considerado de média complexidade e, apesar de não ser
referência em nenhuma especialidade médica, possui setores de prontoatendimento, oncologia, transporte de urgência e emergência, além de um
centro de diagnóstico equipado com aparelhos para a realização de exames
de mamografia, ultrassom, densiometria óssea, tomografia computadorizada,
radiologia digital e ecodopplercardiografia (exame complementar do coração).
Nos 2,3 mil metros quadrados da construção, que foi inaugurada em 2007,
estão os cinco pavimentos que comportam os 71 leitos de internamento e
mais 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Na opinião de usuários ouvidos pela Gazeta do Povo, o atendimento é
adequado. O auxiliar de mecânica Jorge Luiz dos Santos, acompanhou a
esposa que deu à luz no hospital. “Foi tudo muito bom, a operação durou só
10 minutos”, acrescenta.
Já a professora Jocélia Huk de Lima precisou do tratamento intensivista do
HGU para o filho Andrey, que sofreu ferimentos no braço esquerdo durante
um acidente de trabalho. Ela aprovou o atendimento no hospital. No pósoperatório, o filho terá de comparecer diariamente ao hospital para os
curativos. A rotina será a mesma nos próximos dois meses até a recuperação
total. “Não posso me queixar do atendimento e da estrutura”, completa
Jocélia.
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