UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE FARMÁCIA CASSIANO CARDOSO EMERIM Avaliação de cápsulas de Omeprazol de baixo custo. CRICIÚMA, JUNHO DE 2009. CASSIANO CARDOSO EMERIM Avaliação de cápsulas de Omeprazol de baixo custo. Projeto do Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para a Disciplina de TCC I no curso de Farmácia da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC. Orientadora: Professora Msc Giordana Maciel Dário. CRICIÚMA, JUNHO DE 2009. 1 INTRODUÇÃO Desde o passado a farmácia faz parte da vida diária da humanidade, onde por meio de tentativa e erro cresceu o conhecimento sobre as propriedades curativas de certas substâncias (Remington, 2004). Mas hoje a prática farmacêutica mudou radicalmente seu foco de atuação com os produtos farmacêuticos para o desenvolvimento do cuidado de pacientes, sendo essa evolução decorrente das necessidades da população e oportunidades do mercado de trabalho, que cada vez mais exige profissionais especializados no manejo da farmacoterapia e nos desfechos terapêuticos dos pacientes, dando em diferentes velocidades nos diversos países, dependendo substancialmente da estrutura organizacional dos sistemas de saúde e da qualidade da regulação dos mercados de medicamentos (Correr et al., 2009). Existem milhares de princípios ativos e associações de medicamentos, dificultando a escolha do medicamento mais adequado para o paciente. A tarefa de diagnosticar a necessidade terapêutica do paciente e identificar os medicamentos disponíveis de melhor custo-benefício requer conhecimentos além da formação dos profissionais (Rumel et al., 2006). Os farmacêuticos, profissionais capazes de interagir com os prescritores e os pacientes, deve possuir o quesito informação como alicerce desta relação (Pepe et al., 2000). A informação repassada deve ser confiável e baseada em evidências (Correr, et al., 2004). Os farmacêuticos são estimulados a usar estratégias de cuidados farmacêuticos para manter a saúde dos pacientes aos quais servem. Os farmacêuticos estão em uma posição única para promover a saúde pública, devido seu acesso e capacidade de comunicação, sendo colocado como o profissional de maior confiabilidade (Remington, 2004). Os medicamentos podem ser administrados em inúmeras formas farmacêuticas, que resultam em diferentes velocidades de absorção e tempos de início, picos e duração de ação e também várias vias de administração (Ansel et al., 2000). Existem conceitos para determinados tipos de medicamentos. Os medicamentos de referência são os medicamentos inovadores registrados no órgão federal responsável pela vigilância sanitária e comercializado no País, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente, por ocasião do registro. Os medicamentos inovadores são medicamentos comercializados no mercado nacional composto por, pelo menos, um fármaco ativo, sendo que esse fármaco deve ter sido objeto de patente, por parte da empresa responsável por seu desenvolvimento e introdução no mercado do país ou o primeiro medicamento a descrever um novo mecanismo de ação ou definido pela ANVISA que tenha comprovado eficácia, segurança e qualidade. Um medicamento similar é aquele que contém o mesmo principio ativo, apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, e que é equivalente ao medicamento registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária, podendo diferir somente em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículo, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca (Brasil, 2007b), enquanto que um medicamento genérico é medicamento similar a um produto de referência ou inovador, que se pretende ser com este intercambiável, geralmente produzido após a expiração ou renúncia da proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade, comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade, e designado pela DCB ou, na sua ausência, pela DCI (Brasil, 2007a). No momento da compra, a intercambialidade entre marca e produtos sem marca (produtos genéricos com identificação específica na etiqueta) na dispensação é aceitável. Os medicamentos similares acabam sendo intercambiáveis com genéricos ou novos medicamentos contra vontade dos prescritores (Rumel et al., 2006). A relação entre o fármaco, a forma farmacêutica e a via pela qual é administrado determina quanto e com que velocidade esse fármaco entra na circulação. Para que um fármaco seja eficaz, é necessário que uma quantidade suficiente dele chegue ao sítio de ação e permaneça pelo tempo suficiente para exercer o efeito farmacológico (Aulton, 2005). Nos últimos anos houve muitas discussões e investigações científicas voltadas aos problemas de determinação de equivalências entre produtos de fabricantes concorrentes (Ansel et al., 2000). Alguns testes são necessários para garantir segurança e efetividade. Assim temos a biodisponibilidade, indicando a velocidade e a extensão de absorção de um princípio ativo em uma forma de dosagem, a partir de sua curva concentração/tempo na circulação sistêmica ou sua excreção na urina (Brasil, 2007a). Dois medicamentos são considerados terapeuticamente equivalentes se eles são equivalentes farmacêuticos e, após administração na mesma dose molar, seus efeitos em relação à eficácia e segurança são essencialmente os mesmos, o que se avalia por meio de estudos de bioequivalência apropriados, ensaios farmacodinâmicos, ensaios clínicos ou estudos in vitro. Os equivalentes farmacêuticos são medicamentos que contêm o mesmo fármaco na mesma quantidade e forma farmacêutica, podendo ou não conter excipientes idênticos. Devem cumprir com as mesmas especificações ou com outros padrões aplicáveis de qualidade, relacionados à identidade, dosagem, pureza, potência, uniformidade de conteúdo, tempo de desintegração e velocidade de dissolução, quando for o caso (Brasil, 2007a). A via de administração mais frequente para os fármacos é a oral, sendo considerada o meio mais natural, simples, conveniente e segura. Por outro lado sabe-se que essa via possui resposta lenta, probabilidade de absorção depende de fatores como constituição física, quantidade ou tipo de alimento presente no trato gastrintestinal e também distribuição de certos fármacos pela reação com os ácidos do estômago ou enzimas gastrintestinais. Em geral, quanto mais próximo da parte superior do trato alimentar o fármaco é absorvido, mais rápida será sua ação, sendo desejável em alguns casos. O pH tem grande importância sobre o grau de ionização da maioria dos fármacos, afetando a lipossolubilidade, permeabilidade e absorção. O intestino delgado serve como importante via de absorção, devido seu pH adequado, em cerca de 6,5 na luz do intestino, e sua grande área de superfície disponível para a absorção. Alguns medicamentos passam por um processo de revestimento, que são empregados para permitir que estes não sejam destruídos, garantindo a passagem segura do medicamento pelo meio ácido do estômago, chegando ao meio intestinal, mais adequado, onde ocorre a dissolução (Ansel et al, 2000). Entre esses medicamentos, podemos citar o Omeprazol, por sofrer rápida degradação em pH baixo e por isso é apresentado na forma de cápsulas contendo grânulos de revestimento entérico (Rang et al, 2001). O Omeprazol é descrito como cristais brancos que sofrem fusão a cerca de 156º C, com solubilidade de 1 grama em cerca de 8.000 mL de água (1:8000) ou 25 mL de álcool (1:25) (Remington, 2004). Dissolve-se em soluções de hidróxidos alcalinos, onde deve ser armazenado em recipientes fechados, a uma temperatura entre 2º e 8º C, protegido da luz (Real Farmacopea Española, 2005) e umidade (USP 25, 2001). O Omeprazol é um inibidor da bomba de prótons (H+, K+ ATPase) que por suas propriedades anti-secretoras é utilizado no tratamento de problemas pépticos como úlcera duodenal, úlcera de estresse, refluxo gastroesofágico, entre outros (Silva et al., 2003). Esse inibidor da bomba de prótons é administrado na forma de pró-fármaco inativo, atingindo a luz intestinal alcalina e dissolve o revestimento causando a absorção do prófármaco. Como é uma base fraca lipofílica, sofrem rápida difusão através das membranas lipídicas para os compartimentos acidificados, sendo protonado e concentrado > 1.000 vezes dentro do canalículo da célula parietal. Assim, sofre rápida conversão molecular no cátion sulfonamida tiofílico, onde a sulfonamida reage com a H+, K+ ATPase, formando uma ligação dissulfeto covalente e inativa irreversivelmente a enzima (Katzung, 2006). O processo de peletização, utilizado para garantir que o fármaco chegue ao local de ação sem sofrer danos, consiste na aglomeração por via úmida de pós de uma substância ativa e excipientes sob a forma de unidades esféricas. Estas unidades esféricas diferem-se de grânulos obtidos pelo processo clássico de granulação no que respeita às características físicas conseguidas (Santos et al, 2004). Não diferente de outras formas farmacêuticas, os pellets devem possuir características físicas que suportem um subsequente processamento, manipulação, transporte e armazenamento (Santos et al, 2006). Frente a todas as características que um medicamento deve possuir, este trabalho mostra-se importante para a verificação da concentração de fármaco presente em cada medicamento, tanto no referência quanto no similar, podendo com os resultados demonstrar dosagens fora dos padrões, interferindo no tratamento medicamentoso. 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Avaliação de cápsulas de Omeprazol de menor custo disponível para comercialização. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS - Selecionar cápsulas de Omeprazol de menor custo; - Avaliar características externas e internas dos produtos selecionados; - Determinar o peso médio das cápsulas avaliadas; - Verificar as concentrações de fármaco no medicamento similar selecionado frente ao referência. 3 METODOLOGIA O presente trabalho é do tipo experimental, no qual serão realizados análises para determinar a concordância ou não de medicamentos similares, frente ao referência. 3.1 MATERIAIS 3.1.1 Amostras Cápsulas do medicamento Referência 20 mg; Duas amostras de medicamento similar 20 mg. 3.1.2 Reagentes e Insumos Água destilada, acetonitrila. 3.1.3 Equipamentos e Utensílios Erlenmeyer 50 mL, Erlenmeyer 100 mL, Erlenmeyer 250 mL, Agitador magnético, Balão volumétrico 50 mL, Balão volumétrico 100 mL, Funil, Papel filtro, Pipetador, Espectrofotômetro, Cubeta Quartzo, Pipeta volumétrica 5 mL, Pipeta volumétrica 10 mL, Cronômetro, Gral, Pistilo, Balança, Vidro relógio, Espátula metal. 3.2 MÉTODOS 3.2.1 Seleção das cápsulas de Omeprazol Será realizado a seleção das cápsulas de Omeprazol de baixo custo mediante comparação de preços de diferentes fornecedores, onde os similares com menor custo serão selecionados para o experimento. 3.2.2 Avaliação das características externas e internas Após aquisição do medicamento referência e da seleção dos medicamentos com baixo custo, será analisado a validade dos mesmos, o lacre, a quantidade de cápsulas contidas nos rótulos compatível com os frascos e blíster e as informações da caixa com o rótulo. 3.2.3 Determinação do peso médio Pesa-se individualmente 20 cápsulas e determina-se o peso médio. Pode-se tolerar variação dos pesos individuais em relação ao peso médio, conforme indicado na tabela 1. Tabela I – Variação de peso em formas farmacêuticas. Formas Farmacêuticas Peso médio ou valor Limites de variação nominal declarado Cápsulas duras e moles, Até 300,0 mg ± 10,0% cápsulas vaginais. ± 7,5% Acima de 30,0 mg Fonte: Farmacopéia, 1988-2004 3.2.4 Elaboração da curva padrão Para a elaboração da curva padrão pesa-se, quantitativamente, em frasco de erlenmeyer de 100 mL, o equivalente a 30,0 mg de omeprazol da substância referência de trabalho, previamente triturada. Adiciona-se aproximadamente 40 mL de solução água:acetonitrila (7:3, v/v) e agita-se por 30 min. Transfere-se, analiticamente, a suspensão obtida para balão volumétrico de 100 mL e completa-se o volume até a marca com água:acetonitrila (7:3, v/v). Filtra-se a suspensão, obtendo-se solução com concentração de 0,3 mg/mL de omeprazol. Transfere-se 10 mL da Solução A para balão volumétrico de 100 mL e completou-se o volume até a marca com água:acetonitrila (7:3, v/v), obtendo-se solução com concentração de 30 g/mL de omeprazol (Miron, 2002). Em seguida retira-se, 3 mL; 5 mL; 6 mL; 7 mL; 9 mL; de solução e dilui-se em 50 mL de água:acetonitrila (7/3, v/v), sendo todas feitas em triplicata. Após as diluições serão retiradas alíquotas de 4 mL, efetuando-se a leitura das amostras no espectrofotômetro em um comprimento de onda de 300 nm (Souza, 2005). 3.2.5 Análise do Referência 20 mg, Similar A e B 20 mg Pesa-se, quantitativamente, o equivalente a 2,5 pesos médios de grânulos revestidos de omeprazol contido nas cápsulas, previamente triturados. À massa pesada, em frasco de erlenmeyer de 100 mL, adiciona-se, aproximadamente, 20 mL de água:acetonitrila (7:3, v/v) e mantem-se sob agitação por 30 min. O volume será transferido, analiticamente, para balão volumétrico de 50 mL e completa-se o volume até a marca com água:acetonitrila (7:3, v/v). Procede-se filtração e a suspensão filtrada será coletada em frasco de erlenmeyer de 50 mL. Da solução filtrada resultante, 5,0 mL, coletados com pipeta volumétrica, serão transferidos para balão volumétrico de 50 mL e completa-se o volume até a marca com água:acetonitrila (7:3, v/v), obtendo-se concentração teórica de 100 g/mL de omeprazol. Dilui-se a solução de concentração teórica de 100 g/mL de omeprazol dez vezes, como no item anterior, a fim de obter solução final para medida da absorvância, com concentração teórica de 10 g/mL de omeprazol. Efetua-se a leitura das amostras no espectrofotômetro em um comprimento de onda de 300 nm (Miron, 2002). R e a lizra çã o e p e nd td oo ss D ixrse cse u silm ã o u ta d o soos C o fA n e c ç ã rta ig E n esg rto T A ptrre en a çC ãC o X X X XX 4. CRONOGRAMA ATIVIDADE ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV Pesquisa X X X X X X X X Bibliográfica Entregar X Projeto Revisão metodologias X DEZ 5 ORÇAMENTO Quantidade Descrição: Equipamentos, Custo total (em Reais) Solicitada Materiais e Reagentes 07 Omeprazol Refência (unidade) 1,57 07 Omeprazol Similar 01 (unidade) 0,06 07 Omeprazol Similar 02 (unidade) 0,09 As amostras de Omeprazol utilizadas para produção do experimento gerarão um custo de R$ 12,04. Equipamentos, materiais e reagentes, já expostos neste projeto, não gerarão custo, uma vez que serão cedidos ou já fazem parte da estrutura presente no laboratório de Controle de Qualidade e Química Farmacêutica desta Universidade. 6 REFERÊNCIAS Ansel, H. C.; Popovich, N. G.; Junior, L. V. A. Farmacotécnica : formas farmacêuticas & sistemas de liberação de fármacos. 6.ed. São Paulo: Premier, 2000. 568 p. Aulton, M. E. Delineamento de formas farmacêuticas. 2. ed Porto Alegre: ARTMED, 2005. 677 p. Brasil. Resolução RDC nº 16, de 02 de março de 2007. Regulamento Técnico para Medicamentos Genéricos, anexo I. Acompanha esse Regulamento o Anexo II, intitulado "Folha de rosto do processo de registro e pós-registro de medicamentos genéricos". Diário da União; Poder Executivo, Brasília, DF, 05 de Março de 2007a. Brasil. Resolução RDC nº 17, de 02 de março de 2007. Registro de Medicamento Similar e dá outras providências. Diário Oficial da União; Poder Executivo, Brasília, DF, 05 de Março de 2007b. Correr, C. J.; Pontarolo, R.; Melchiors, A. C.; Souza, R. A. P.; Rossignoli, P.; Llimós, F. F. Satisfação dos usuários com serviços da farmácia: tradução e validação do Pharmacy Services Questionnaire para o Brasil. Caderno de Saúde Pública. 25(1), 2009. Correr, C. J.; Rossignoli, P.; Souza, R. P. A.; Pontarolo, R. Perfil de los farmacêuticos e indicadores de estructura y processo en la farmácias de Curitiba – Brasil. Seguim Farmacoter., v. 2, n. 1, p. 37-45, 2004. Farmacopéia Brasileira. 4.ed. São Paulo: Atheneu, 1988-2004. Parte I e II. Katzung, B. G. Farmacologia: básica & clínica. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. 991 p. Miron, D. S. Validação de método analítico para doseamento por espectrofotometria no ultravioleta do Omeprazol na forma farmacêutica cápsula. Setembro de 2002. 51 f. Monografia (Trabalho de conclusão da Disciplina de Estágio Curricular em Farmácia) – Departamento de produção e controle de medicamentos, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. Pepe, V. L. E.; Castro, C. G. S. O. A interação entre prescritores, dispensadores e pacientes: informação compartilhada como possível benefício terapêutico. Cad. Saúde Pública, v. 16, n. 3, p. 815-822, 2000. Rang, H. P.; Ritter, J.M.; Dale, M. M. Farmacologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. Real Farmacopea Española. 3.ed. Espanha: Imprensa Nacional Del Boletin Oficial del Estado, 2005. Remington, J. P. Remington: A Ciência e a Prática da Farmácia. 20. ed Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. 2208 p. Rumel, D.; Nishioka, S. A.; Santos, A. A. M. Drug interchangeability: clinical approach and consumer’s point of view. Revista Saúde Pública. 40(5): 921-7, 2006. Santos, H. M. M.; Veiga, F. J. B.; Pina, M. E. T.; Sousa, J. J. M. S. Obtenção de pellets por extrusão e esferonização farmacêutica. Parte I. Avaliação das variáveis tecnológicas e de formulação. Rev. Bras. Cienc. Farm. Braz. J. Pharm. Sci. 40(4), 2004. Santos, H. M. M.; Veiga, F. J. B.; Pina, M. E. T.; Sousa, J. J. M. S. Obtenção de pellets por extrusão e esferonização farmacêutica. Parte II. Avaliação das características física de pellets. Rev. Bras. Cienc. Farm. Braz. J. Pharm. Sci. 42(3), 2006. Silva, L. C.; Paludetti, L. A. Manipulação de Omeprazol. International Journal of Pharmaceutical Compounding. 2004; 6(4):210-1. Souza, J. P. Desenvolvimento de uma forma farmacêutica liquida com Omeprazol usada em crianças com refluxo gastroesofágico. 2005. 48 f. Monografia (Trabalho de conclusão de curso) – Departamento de Farmácia, Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma. United States Pharmacopeia USP-25; U. S. Pharmacopeial Convention, Inc. Rockville, MD, 2001. PUBLICAÇÕES RACINE Recomendações aos articulistas Obrigado pelo interesse em participar das publicações do Grupo Racine: Revista Racine - dedicada ao farmacêutico e outros profissionais da área da saúde -, Revista Fármacos & Medicamentos - dirigida aos profissionais da indústria farmacêutica - e Revista Nutrição Profissional - direcionada aos profissionais da área de nutrição. Estas três publicações reúnem, bimestralmente, artigos técnicos e mercadológicos que chegam a cerca de 70 mil leitores, em todo o país. A fim de facilitar sua colaboração e permitir a diagramação em um alto padrão gráfico, seguem recomendações e instruções importantes. Prazo de entrega O prazo de entrega é definido a cada edição pela redação das revistas. A data é estabelecida de modo que todas as outras etapas subseqüentes ao recebimento do artigo - aprovação do Conselho Editorial, reenvio ao autor para eventuais correções, diagramação e entrada em gráfica - transcorram adequadamente. Em caso de dúvida sobre o prazo, entre em contato diretamente com a Redação - telefone + 55 (11) 36703499 ou e-mail [email protected]. Como entregar Via e-mail ([email protected]) - Limite máximo de tamanho por e-mail: 5 megabytes. Texto Tamanho Caso não tenha recebido orientações específicas, os artigos devem ter no mínimo quatro e no máximo dez páginas de computador. Exceções devem ser discutidas diretamente com a Redação. Autores Devem ser listadas como autores do artigo todas as pessoas que participaram diretamente da elaboração de seu conteúdo. O autor principal será considerado o responsável por eventuais contatos posteriores e ligação com os demais autores. Título Deve existir, com a função de traduzir a idéia geral do conteúdo do artigo. Descritores ou Palavras-Chave Termos relacionados ao tema do artigo. Poderá conter até seis descritores e deve-se evitar termos genéricos. Texto O texto deve ser elaborado em fonte Arial, corpo 11, com espaçamento simples entre linhas e parágrafos. Para facilitar a diagramação, não devem ser utilizados títulos e intertítulos somente com letras maiúsculas. Para fazer marcações no texto, deve-se utilizar o sinal traço (-) ao invés de setas, asterisco, quadrados e outros objetos do Word. Estrutura do texto Escrever um artigo técnico é transmitir em palavras todo o conhecimento e competência adquiridos pelo autor. É altamente recomendável que os artigos possuam uma introdução, em que o autor expõe a proposta do texto, e uma conclusão, espaço em que os pontos principais são resumidos e também há indicação de novas leituras e abordagens. Caso o tema permita, são também recomendáveis os seguintes tópicos: • • • • • • Contextualização (cenário) Dados numéricos que comprovem o exposto Experiências comprovadas Importância do tema para o profissional Aspectos tecnológicos Recomendações de segurança, qualidade, normas técnicas etc. Nova Ortografia O novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entrou em vigor em janeiro de 2009, mas as duas normas ortográficas - a anterior e a prevista no acordo - poderão ser utilizadas e aceitas como corretas nos exames escolares, vestibulares, concursos públicos e demais meios escritos até dezembro de 2012. O Grupo Racine prevê adotar em breve as novas regras, inclusive em seus meios de comunicação, como as publicações, o que informará assim que ocorrer, inclusive a articulistas e colaboradores das revistas, sendo que ainda não é necessário que os artigos e demais conteúdos enviados respeitem as novas regras. Abreviaturas Abreviaturas e siglas podem ser utilizadas, desde que descritas integralmente na primeira vez em que aparecem no texto. Por exemplo: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Tabelas As tabelas devem ser numeradas consecutivamente na ordem em que aparecem no texto, em algarismos arábicos seguidos pelo título. No texto, a tabela deve ser citada em negrito, com inicial maiúscula, seguida apenas pelo número correspondente. As tabelas devem ser dispostas ao final do texto. Figuras Fotografias, ilustrações e gráficos serão considerados figuras. Assim como as tabelas, devem ser numerados, em algarismos arábicos, na ordem em que aparecem no texto. Não é necessário enviar fotografias apenas com a função de ilustrar o tema, pois as Publicações Racine possuem um banco de imagens apropriado para esta finalidade. As figuras devem ser enviadas nos programas originais em que foram feitas (Excel, Powerpoint, Corel Draw etc.), e não coladas no Word, o que inviabiliza sua utilização. Nomenclatura e Unidades de Medida Os medicamentos devem ser citados pelo nome genérico, sempre com iniciais minúsculas, obedecendo à Denominação Comum Brasileira, para textos nacionais, e à Denominação Comum Internacional, para textos internacionais. Caso necessário, os nomes comerciais poderão ser citados, com inicial maiúscula e seguido pela marcação de registrado (®) sobrescrita. Medidas como altura, peso e volume devem ser citadas de acordo com o sistema métrico (metro, kilograma, litro) ou seus múltiplos decimais. As temperaturas devem ser em graus Celsius e a pressão sanguínea em milímetros de mercúrio (mmHg). Referências Bibliográficas As referências bibliográficas, se utilizadas, devem ser citadas no texto, numeradas, em algarismos arábicos sobrescritos, na ordem em que são citadas pela primeira vez. Devem ser elaboradas de acordo com as normas de Vancouver e os periódicos devem ser citados pelo nome abreviado, conforme lista de jornais indexados para o MEDLINE. Outras informações podem ser adquiridas no documento referência Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals: Writing and Editing for Biomedical Publication, disponível em www.icmje.org. Exemplos: • Artigo de periódico: listar todos os autores, até seis. Acima de sete autores, listar os seis primeiros e acrescentar a expressão et al. Hepler CD, Strand LM. Opportunities and responsibilities in pharmaceutical care. Am J Hosp Pharm 1990;47(3):533-43. • Livro Greenblatt DJ, Shader RI. Benzodiazepines in clinical practice. New York: Raven press, 1974:28. Morrison R, Boyd R. Química Orgânica. Lisboa: Calouste Gulbenkian; 1996. • Capítulo de livro Scheife RT, Levy M, Greenblatt DJ. Antimicrobial agents. In: Miller RR, Greenblatt DJ, editores. Drug effects in hospitalized patients. New York: John Wiley and Sons, 1976:227–64. • Documento on-line Sociedade Brasileira de Diabetes. Tratamento e acompanhamento do Diabetes Mellitus: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, 2007. Disponível em http://www.diabetes.org.br/educacao/docs/Diretrizes_SBD_2007.pdf. Acesso em 25 de fevereiro de 2009. Nome e Curriculum Vitae Todos os autores do artigo devem enviar seu nome completo e curriculum vitae resumido, para publicação no final do texto, constando, nesta ordem: 1º - Em que é graduado e onde (qual instituição) 2º - Em que é especializado, pós-graduado, mestrado ou doutorado e onde (quais instituições) 3º - Em que atuou profissionalmente (cargo) e onde (qual empresa/instituição) apenas o que considerar relevante 4º - Em que atua hoje (cargo) e onde (qual empresa/instituição) Cadastro Para ter seu texto publicado na Revista Racine, na Revista Fármacos & Medicamentos ou na Revista Nutrição Profissional, é obrigatório que todos os autores preencham os dados que compõem a Ficha Cadastral e enviem-na junto com o texto. As informações serão incorporadas ao sistema computadorizado do Grupo Racine. As informações solicitadas nessa Ficha são confidenciais e intransferíveis para outros fins, tendo como objetivo único permitir o cadastramento de novos colaboradores no banco de dados. A inclusão de seu nome no Banco de Dados também é a garantia de que, caso seu texto seja publicado, exemplares da publicação chegarão em sua casa ou no endereço indicado. Envie a ficha abaixo totalmente preenchida, conforme seu interesse (Pessoa Física ou Pessoa Jurídica), junto com o texto de sua autoria, para a redação. Nome CPF RG Inscrição no Conselho no Endereço residencial Cidade UF Empresa (razão social) CNPJ Insc Estadual Cidade UF Skype Formação Profissional E-mail CEP CEP Site Nascimento __/__/___ Bairro Tel res Celular Empresa (nome fantasia) End Com Tel com Fax com Esperamos que estas recomendações lhe auxiliem a redigir e formatar seu texto, bem como no esclarecimento de dúvidas no momento de enviar o artigo e suas ilustrações. A Redação permanece à disposição para qualquer outro esclarecimento que se fizer necessário. Redação - Revista Racine, Revista Fármacos & Medicamentos e Revista Nutrição Profissional Editor e Jornalista Responsável: André Policastro ([email protected]) Rua Padre Chico, 93 - Pompéia - São Paulo - SP - CEP 05008-010 Telefone/Fax: + 55 (11) 3670-3499 Avaliação de cápsulas de Omeprazol de baixo custo. Cassiano Cardoso Emerim Giordana Maciel Dário Resumo A Farmácia está presente na vida da humanidade há muito tempo, porém, com o aumento da demanda dos produtos farmacêuticos e a busca em suprir necessidades, foi primordial a busca por inovação, tanto em fórmulas quanto em técnicas de fabricação. Com isso, surgiram muitos produtores, auxiliando na geração de inúmeras formas farmacêuticas, sendo estas acompanhadas de controle de qualidade efetivo. Dentro deste contexto, conhecer as características de produtos disponibilizados pela indústria farmacêutica torna-se fundamental. O medicamento Omeprazol é um inibidor da bomba de prótons (H+, K+ ATPase) que por suas propriedades anti-secretoras é utilizado no tratamento de problemas pépticos. A utilização dos similares, geralmente, dá-se por seu baixo custo disponível para compra. Dentro dos resultados obtidos, uma marca de medicamento similar mostrou-se abaixo do limite estipulado, podendo gerar para seus usuários um tratamento ineficiente, produzindo um novo problema de saúde no paciente ou agravando um problema pré existente. Palavras-chave Omeprazol, Medicamento Similar, Doseamento. Introdução Desde o passado a farmácia faz parte da vida diária da humanidade, que por meio de tentativa e erro aumentou o conhecimento sobre as propriedades curativas de certas substâncias1. Hoje a prática Farmacêutica também está envolvida nos cuidados de pacientes, decorrentes das necessidades da população, exigindo profissionais especializados no manejo da farmacoterapia e dependendo da estrutura organizacional dos sistemas de saúde e da qualidade da regulação dos mercados de medicamentos2. Os medicamentos são utilizados na prevenção, cura ou controle de doenças e alívio de sintomas3. Existem milhares de princípios ativos e associações de medicamentos, dificultando a escolha do medicamento mais adequado para o paciente. A tarefa de diagnosticar a necessidade terapêutica do paciente e identificar os medicamentos disponíveis de melhor custo-benefício requer conhecimentos além da formação dos profissionais4. Os Farmacêuticos são colocados como os profissionais de maior confiabilidade e estão em uma posição única para promover a saúde pública1, sendo profissionais capazes de interagir com os prescritores e os pacientes, devendo possuir o quesito informação como alicerce desta relação5 e essa informação deve ser confiável e baseada em evidências 6. Os medicamentos podem ser administrados em inúmeras formas farmacêuticas e vias de administração, que resultam em diferentes velocidades de absorção e tempos de início, picos e duração de ação7. Resoluções normativas classificam os tipos de medicamentos, sendo os Medicamentos de Referência àqueles considerados inovadores cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente, por ocasião do registro. Um medicamento similar é aquele que contém o mesmo principio ativo, apresenta mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, e que é equivalente ao medicamento registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária, podendo diferir somente em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículo8 enquanto que um medicamento genérico é intercambiável com um medicamento referência ou inovador, sendo comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade, designado pela Denominação Comum Brasileira ou, na sua ausência, pela Denominação Comum Internacional9. A intercambialidade entre um medicamento referência e medicamento genérico na dispensação é aceitável, onde isso não é valido para os medicamentos similares, mas acabam sendo intercambiáveis com genéricos, muitas vezes contra a vontade dos prescritores4. A relação entre o fármaco, a forma farmacêutica e a via pela qual é administrado determina quanto e com que velocidade esse fármaco entra na circulação, sua eficácia e quantidade suficiente para que chegue ao sítio de ação e exerça o efeito farmacológico10. Nos últimos anos houve muitas discussões e investigações científicas voltadas aos problemas de determinação de equivalências entre produtos de fabricantes concorrentes7. Antigas e novas modalidades de promoção comercial ampliam indiscriminadamente o consumo de medicamentos e o conhecimento insuficiente da população sobre riscos e benefícios do uso de medicamentos constitui um problema de saúde publica11. Alguns testes são necessários para garantir segurança e efetividade de medicamentos. A RDC nº 210 de 2003 torna obrigatório os testes de bioequivalência e biodisponibilidade para os medicamentos similares. A biodisponibilidade indica a velocidade e a extensão de absorção de um princípio ativo em uma forma de dosagem, a partir de sua curva concentração/tempo na circulação sistêmica ou sua excreção na urina. São considerados medicamentos terapeuticamente equivalentes se conterem o mesmo fármaco na mesma quantidade, forma farmacêutica e se após administração na mesma dose molar, seus efeitos em relação à eficácia e segurança forem essencialmente os mesmos, o que se avalia por meio de estudos de bioequivalência apropriados, ensaios farmacodinâmicos, ensaios clínicos ou estudos in vitro9. A via de administração para fármacos mais frequente é a oral, sendo considerada a mais natural, simples, conveniente e segura. Por outro lado, sabe-se que essa via possui resposta lenta, probabilidade de absorção depende de fatores como constituição física, pH, quantidade ou tipo de alimento presente no trato gastrintestinal e também distribuição de certos fármacos pela reação com os ácidos do estômago ou enzimas gastrintestinais. Alguns medicamentos passam por um processo de revestimento, garantindo a passagem segura do medicamento pelo meio ácido do estômago, chegando ao meio intestinal, mais adequado, em certos casos, onde ocorre a dissolução7. Entre esses medicamentos, podemos citar o Omeprazol, por sofrer rápida degradação em pH baixo e por isso é apresentado na forma de cápsulas contendo grânulos de revestimento entérico (pellets)12. O Omeprazol é descrito como cristais brancos que sofrem fusão a cerca de 156º C, com solubilidade de 1 grama em cerca de 8.000 mL de água ou 25 mL de álcool1. Dissolve-se em soluções de hidróxidos alcalinos, devendo ser armazenado em recipientes fechados, em temperatura entre 2º e 8º C, protegido da luz13 e umidade14. Este fármaco é um inibidor da bomba de prótons (H+, K+ ATPase) que por suas propriedades anti-secretoras é utilizado no tratamento de problemas pépticos, como úlcera duodenal e refluxo gastroesofágico15. Esse inibidor da bomba de prótons é administrado na forma de pró-fármaco inativo, que atingindo a luz intestinal alcalina dissolve o revestimento, causando a absorção do pró-fármaco. Como é uma base fraca lipofílica, sofre rápida difusão através das membranas lipídicas para os compartimentos acidificados, sendo protonado e concentrado maior que 1.000 vezes dentro do canalículo da célula parietal. Assim, sofre rápida conversão molecular no cátion sulfonamida tiofílico, onde a sulfonamida reage com a H+, K+ ATPase, formando uma ligação dissulfeto covalente e inativa irreversivelmente a enzima16. O processo de peletização consiste na aglomeração por via úmida de pós de uma substância ativa e excipientes sob a forma de unidades esféricas17. Não diferente de outras formas farmacêuticas, os pellets devem possuir características físicas que suportem um subsequente processamento, manipulação, transporte e armazenamento18. Frente a todas as características que um medicamento deve possuir, este trabalho mostra-se importante para avaliar as características externas e internas dos produtos selecionados, determinar o peso médio das cápsulas avaliadas e verificar as concentrações de fármaco, tanto no referência quanto nos similares. Metodologia As seleções das cápsulas deram-se mediante comparação de preços de diferentes fornecedores, onde as cápsulas que tiveram menor custo foram selecionadas. Verificou-se a validade dos mesmos, o lacre, a quantidade de cápsulas contidas nos rótulos compatível com os frascos e blíster e as informações da caixa com o rótulo. Para a determinação peso médio, pesou-se individualmente o conteúdo de 7 cápsulas de cada fabricante. Realizou-se a elaboração da curva padrão segundo descrito por Miron19 e Souza20. A análise do medicamento referência e dos similares foi realizado segundo Miron19. Para a elaboração da curva padrão pesa-se, quantitativamente, em frasco de erlenmeyer de 100 mL, o equivalente a 30,0 mg de omeprazol da substância referência de trabalho, previamente triturada. Adiciona-se aproximadamente 40 mL de solução água:acetonitrila (7:3, v/v) e agita-se por 30 min. Transfere-se, analiticamente, a suspensão obtida para balão volumétrico de 100 mL e completa-se o volume até a marca com água:acetonitrila (7:3, v/v). Filtra-se a suspensão, obtendo-se solução com concentração de 0,3 mg/mL de omeprazol. Transfere-se 10 mL da Solução A para balão volumétrico de 100 mL e completou-se o volume até a marca com água:acetonitrila (7:3, v/v), obtendo-se solução com concentração de 30 g/mL de omeprazol19. Em seguida retira-se, 3 mL; 5 mL; 6 mL; 7 mL; 9 mL; de solução e diluise em 50 mL de água:acetonitrila (7/3, v/v), sendo todas feitas em triplicata. Após as diluições serão retiradas alíquotas de 4 mL, efetuando-se a leitura das amostras no espectrofotômetro em um comprimento de onda de 300 nm20. Para a análise do medicamento referência e dos similares pesa-se, quantitativamente, o equivalente a 2,5 pesos médios de grânulos revestidos de omeprazol contido nas cápsulas, previamente triturados. À massa pesada, em frasco de erlenmeyer de 100 mL, adiciona-se, aproximadamente, 20 mL de água:acetonitrila (7:3, v/v) e mantem-se sob agitação por 30 min. O volume será transferido, analiticamente, para balão volumétrico de 50 mL e completa-se o volume até a marca com água:acetonitrila (7:3, v/v). Procede-se filtração e a suspensão filtrada será coletada em frasco de erlenmeyer de 50 mL. Da solução filtrada resultante, 5,0 mL, coletados com pipeta volumétrica, serão transferidos para balão volumétrico de 50 mL e completa-se o volume até a marca com água:acetonitrila (7:3, v/v), obtendo-se concentração teórica de 100 g/mL de omeprazol. Dilui-se a solução de concentração teórica de 100 g/mL de omeprazol dez vezes, como no item anterior, a fim de obter solução final para medida da absorvância, com concentração teórica de 10 g/mL de omeprazol. Efetua-se a leitura das amostras no espectrofotômetro em um comprimento de onda de 300 nm19. Resultados e Discussão Os medicamentos similares A e B que obtiveram menor custo encontraram-se, respectivamente, com 26 e 17,5 vezes menos custo frente ao medicamento referência. As características internas e externas apresentaram de acordo com normativas. A tabela 1 apresenta os resultados dos pesos médios das cápsulas de Omeprazol referência e Omeprazol similar A e B, conforme comparação com a Farmacopéia Brasileira21, sendo que todas as três amostras estavam dentro dos limites Farmacopêicos. Tabela 1. Peso médio das cápsulas de Omeprazol referência e Omeprazol similar A e B. Referência (g) Similar A (g) Similar B (g) Peso médio 0,239 0,214 0,245 Fonte: Autor. A análise da curva padrão mostra a adequação favorável ou não ao experimento22. O critério mínimo aceitável do coeficiente de correlação deve ser igual a 0,9923, sendo que o experimento apresenta seu coeficiente de correlação de 0,9957, demonstrando relação existente entre a concentração de Omeprazol e a absorvância obtida. A tabela 2 apresenta as concentrações de Omeprazol utilizadas e suas respectivas medidas de absorvância, realizadas em triplicatas. Tabela 2. Medida das absorvâncias do Omeprazol por espectrofotometria no Ultra Violeta (UV) a 300 nanômetros (nm) para determinação da curva padrão. Concentração Abs. 1 Abs. 2 Abs. 3 Média ( g/mL) das abs. 1,86 0,068 0,068 0,067 0,0677 3,1 0,098 0,104 0,093 0,0983 3,72 0,126 0,117 0,121 0,1213 4,34 0,144 0,141 0,142 0,1423 5,58 0,198 0,176 0,162 0,1787 Fonte: Autor. A figura 1 mostra a curva padrão do doseamento de Omeprazol por espectrofotometria no UV a 300 nm, onde Y é a variável dependente (absorvância), X é a variável independente (concentração) e R é o coeficiente de correlação. y = 0,0266x + 0,0419 0,2000 2 0,9914 RR= =0,9957 0,1800 Absorvância 0,1600 0,1400 0,1200 0,1000 0,0800 0,0600 0,0400 0,0200 0,0000 1,86 3,1 3,72 4,34 5,58 Concentração (µg/mL) Figura 1. Curva padrão espectrofotometria no UV a 300 nm. do doseamento de Omeprazol por O Omeprazol deve conter não menos que 99,0% e não mais que 101,0%21. O medicamento Referência (100,8%) e o similar B (100,4%) apresentaramse de acordo, enquanto que o similar A (98,6%) expressou resultado abaixo do especificado. Sabe-se que a estabilidade de produtos farmacêuticos depende de fatores como temperatura, umidade, luz e também tipo de embalagens24 e aspectos básicos como armazenamento incorreto de medicamentos podem levar a perda da qualidade e danos para o paciente25. Erros podem decorrer por parte do manipulador ou também por parte de equipamentos não calibrados, gerando interferência em seus resultados. Várias são as orientações referentes à qualidade, segurança e eficácia24. Conhecer os processos e fatores são essenciais para avaliação de riscos inerentes aos quais os medicamentos poderão estar expostos, onde estabelecer padrões será necessário para promover a saúde pública26. A instabilidade pode acarretar em diversos problemas27. Um medicamento pode ser considerado inseguro quando produz um novo problema de saúde no paciente ou agrava um problema pré existente 28, podendo ser decorrente de possibilidades de fraude de medicamentos, onde este problema ainda permanece nos dias atuais29. A existência de grande número de medicamentos com desvio de qualidade e também falsificados circula no mercado e envolvem o uso irracional de medicamentos30. A eficácia de um medicamento corresponde à medida do efeito de um tratamento31. Um medicamento é custo efetivo se produz melhora nos desfechos clínicos, isto significando o aumento justificável no custo32. Em outras palavras, um medicamento custo eficiente é aquele que quando utilizado, alcança seus resultados com ênfase. As causas mais comuns relacionadas à falta de efetividade incluem-se baixa dosagem33, para isso espera-se que um bom sistema de saúde seja capaz de combater e melhorar todos os aspectos de inefetividade34. O uso de matérias primas com teor abaixo das especificações acarretam na produção de lotes de medicamentos sem uniformidade química, podendo levar ao uso de sub-dosagem na formulação farmacêutica, o que por sua vez contribuiria para a não eficiência do medicamento35. Os processos usados na fabricação de medicamentos influenciam na qualidade farmacêutica e composição, dose e disponibilidade. Portanto, a monitorização de medicamentos, que garante aos pacientes produtos seguros e eficazes, é de excepcional valor como ferramenta para detectar problemas, especialmente quando se trata de produtos falsificados e com desvio de qualidade30. Com o objetivo de traçar uma padronização, a ANVISA decidiu pela obrigatoriedade de todos os medicamentos denominados similares que estão no mercado passarem pelos testes de bioequivalência farmacêutica e biodisponibilidade relativa. Mesmo necessitando passar por estes testes, em função do alto prazo estipulado pelos órgãos competentes, alguns produtores podem não adequar-se a necessidade de realização dos testes de biodisponibilidade relativa, podendo ser uma problemática, já que só a adequação a quantidade ideal de fármaco não é garantia da liberação do mesmo no local de ação no tempo e quantidade adequada. Conclusão O presente estudo revela uma questão presente no dia-a-dia dos profissionais envolvidos com os medicamentos e seus pacientes, onde a grande preocupação referente aos similares é sobre sua efetividade comparada ao preço de aquisição. Os medicamentos similares possuem seu papel importante no mercado, onde geralmente seu custo inferior aos medicamentos referência possibilita a adesão de terapias. A Resolução nº 210 de 2003 que determina o cumprimento de algumas normativas pode ser adequada pelos produtores até 2013, onde algumas indústrias já realizaram os devidos testes e estão de acordo. As inconformidades refletem em fármacos com falta de imprecisão e subdosagens com conseqüentes possibilidades de tratamentos farmacológicos sem sucesso. Para esta problemática, espera-se uma maior adesão dos produtores e maior controle por parte dos órgãos competentes para assegurar qualidade dos produtos farmacêuticos. Aqueles que não se adequarem terão que deixar o mercado farmacêutico, sendo que aqueles que obtiverem bons resultados permanecerão. Assim, pode-se ressaltar que os objetivos deste trabalho foram alcançados com ênfase, mostrando-nos a necessidade de cumprimento das Resoluções e a interferência na saúde da população e deixa-se uma proposta para a realização com um número maior de medicamentos similares, bem como os testes de bioequivalência e biodisponibilidade relativa obrigatórios segundo a RDC nº 210 de 2003. Referências (1) Remington, J. P. Remington: A Ciência e a Prática da Farmácia. 20. ed Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. 2208 p. (2) Correr, C. J.; Pontarolo, R.; Melchiors, A. C.; Souza, R. A. P.; Rossignoli, P.; Llimós, F. F. Satisfação dos usuários com serviços da farmácia: tradução e validação do Pharmacy Services Questionnaire para o Brasil. Caderno de Saúde Pública. 25(1), 2009. (3) Correr, C. J. Introdução à Farmácia clínica e atenção farmacêutica. Grupo de Pesquisa em Prática Farmacêutica. Departamento de Farmácia. Universidade Federal do Paraná, 2008. (4) Rumel, D.; Nishioka, S. A.; Santos, A. A. M. Drug interchangeability: clinical approach and consumer’s point of view. Revista Saúde Pública. 40(5): 921-7, 2006. (5) Pepe, V. L. E.; Castro, C. G. S. O. A interação entre prescritores, dispensadores e pacientes: informação compartilhada como possível benefício terapêutico. Cad. Saúde Pública, v. 16, n. 3, p. 815-822, 2000. (6) Correr, C. J.; Rossignoli, P.; Souza, R. P. A.; Pontarolo, R. Perfil de los farmacêuticos e indicadores de estructura y processo en la farmácias de Curitiba – Brasil. Seguim Farmacoter., v. 2, n. 1, p. 37-45, 2004. (7) Ansel, H. C.; Popovich, N. G.; Júnior, L. V. A. Farmacotécnica : formas farmacêuticas & sistemas de liberação de fármacos. 6.ed. São Paulo: Premier, 2000. 568 p. (8) Brasil. Resolução RDC nº 17, de 02 de março de 2007. Registro de Medicamento Similar e dá outras providências. Diário Oficial da União; Poder Executivo, Brasília, DF, 05 de Março de 2007. (9) Brasil. Resolução RDC nº 16, de 02 de março de 2007. Regulamento Técnico para Medicamentos Genéricos, anexo I. Acompanha esse Regulamento o Anexo II, intitulado "Folha de rosto do processo de registro e pós-registro de medicamentos genéricos". Diário da União; Poder Executivo, Brasília, DF, 05 de Março de 2007. (10) Aulton, M. E. Delineamento de formas farmacêuticas. 2. ed Porto Alegre: ARTMED, 2005. 677 p. (11) Castro, L. L. C. Uso racional de medicamentos: Conceitos, estratégias e perspectivas no Brasil. Revista Racine. Ano XVIII. Janeiro/Fevereiro 2008. (12) Rang, H. P.; Ritter, J.M.; Dale, M. M. Farmacologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. (13) Real Farmacopea Española. 3.ed. Espanha: Imprensa Nacional Del Boletin Oficial del Estado, 2005. (14) United States Pharmacopeia USP-25; U. S. Pharmacopeial Convention, Inc. Rockville, MD, 2001. (15) Silva, L. C.; Paludetti, L. A. Manipulação de Omeprazol. International Journal of Pharmaceutical Compounding. 2004; 6(4):210-1. (16) Katzung, B. G. Farmacologia: básica & clínica. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. 991 p. (17) Santos, H. M. M.; Veiga, F. J. B.; Pina, M. E. T.; Sousa, J. J. M. S. Obtenção de pellets por extrusão e esferonização farmacêutica. Parte I. Avaliação das variáveis tecnológicas e de formulação. Rev. Bras. Cienc. Farm. Braz. J. Pharm. Sci. 40(4), 2004. (18) Santos, H. M. M.; Veiga, F. J. B.; Pina, M. E. T.; Sousa, J. J. M. S. Obtenção de pellets por extrusão e esferonização farmacêutica. Parte II. Avaliação das características física de pellets. Rev. Bras. Cienc. Farm. Braz. J. Pharm. Sci. 42(3), 2006. (19) Miron, D. S. Validação de método analítico para doseamento por espectrofotometria no ultravioleta do Omeprazol na forma farmacêutica cápsula. Setembro de 2002. 51 f. Monografia (Trabalho de conclusão da Disciplina de Estágio Curricular em Farmácia) – Departamento de produção e controle de medicamentos, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. (20) Souza, J. P. Desenvolvimento de uma forma farmacêutica liquida com Omeprazol usada em crianças com refluxo gastroesofágico. 2005. 48 f. Monografia (Trabalho de conclusão de curso) – Departamento de Farmácia, Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma. (21) Farmacopéia Brasileira. 4.ed. São Paulo: Atheneu, 1988-2004. Parte I e II. (22) Singh, A. K. Separação enantiomérica de fármacos em medicamentos por cromatografia líquida com fase estacionária quiral. 21 de Jnaeiro de 2002. Tese Doutorado. Produção e Controle Farmacêuticos. Faculdade de Ciências Farmacêuticas. Universidade de São Paulo. São Paulo. (23) Brasil. Resolução RE nº 899, de 29 de maio de 2003. Determina a publicação do "Guia para validação de métodos analíticos e bioanalíticos". Diário Oficial da União; Poder Executivo, Brasília, DF, 02 de junho de 2003. (24) Braga, G. K. Estudo de estabilidade: Comparação entre a regulação Brasileira e a harmonizada da União Européia, Japão e Estados Unidos da América (EUA) – parte 1. Revista Fármacos e Medicamentos. Nº 53, Ano IX, pág. 20-26. Julho/Agosto de 2008. (25) Serafim, E. O. P.; del Vecchio, A.; Gomes, J.; Miranda, A.; Moreno, A. H.; Loffredo, L. M. C.; et al. Qualidade dos medicamentos contendo dipirona encontrados nas residências de Araraquara e sua relação com a atenção farmacêutica. Rev Bras Cienc Farm. 2007;43(1):127-35. (26) Macedo, S. H. M. Legislação de transportes de medicamentos: Uma visão aplicada. Revista Fármacos e Medicamentos. Nº 50, Ano IX, pág. 28-30. Janeiro/Fevereiro de 2008. (27) Vincent, C.; Neale, G.; Woloshynowych, M. Adverse events in British hospitals: preliminary retrospective record review. Bmj. 2001 Mar 3;322(7285):517-9. (28) Consensus Comitee. Second Consensus of Granada on Drug Therapy Problems. Ars Pharmaceutica. 2002;43(3-4):175-84. (29) Fundació Institut Català de Farmacologia, Universitat Autònoma de Barcelona. Las supuestas ventajas de celecoxib y rofecoxib: fraude cientifico. Butlletí Groc. 2002;15(4):13-5. (30) Organização Mundial da Saúde. Segurança dos medicamentos: um guia para detectar e notificar reações adversas a medicamentos. Por que os profissionais de saúde precisam entrar em ação. Brasília: OPAS/OMS; 2004. (31) Marley J. Efficacy, effectiveness, efficiency. Australian Prescriber. 2000;23(6):1145. (32) Silva, L. K. Technology assessment and cost-effectiveness analysis in health care: the adoption of technologies and the development of clinical guidelines for the Brazilian national system. Ciência e Saúde coletiva, 8(2):501-520, 2003. (33) Fernandez-Llimos, F.; Tuneu, L.; Baena, M. I.; Garcia-Delgado, A.; Faus, M. J. Morbidity and mortality associated with pharmacotherapy. Evolution and current concept of drug-related problems. Curr Pharm Des. 2004;10(31):3947-67. (34) Karnikowski, M. G.; Nóbrega, O. T.; Naves, J. O.; Silver, L. D. Access to essential drugs in 11 Brazilian cities: a communitybased evaluation and action method. J Public Health Policy. 2004;25(3-4):288-98. (35) Bara, M. T. F.; Ribeiro, P. A. M.; Arantes, M. C. B.; Amorim, L. L. S. S.; Paula, J. R. Determinação do teor de princípios ativos em matérias-primas vegetais. Revista Brasileira de Farmacognosia. Brazilian Journal of Pharmacognosy. 16(2): 211-215, Abr./Jun. 2006.