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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC
CURSO DE FARMÁCIA
CASSIANO CARDOSO EMERIM
Avaliação de cápsulas de Omeprazol de baixo custo.
CRICIÚMA, JUNHO DE 2009.
CASSIANO CARDOSO EMERIM
Avaliação de cápsulas de Omeprazol de baixo custo.
Projeto do Trabalho de Conclusão de
Curso, apresentado para a Disciplina de
TCC I no curso de Farmácia da
Universidade do Extremo Sul Catarinense,
UNESC.
Orientadora: Professora Msc Giordana
Maciel Dário.
CRICIÚMA, JUNHO DE 2009.
1 INTRODUÇÃO
Desde o passado a farmácia faz parte da vida diária da humanidade,
onde por meio de tentativa e erro cresceu o conhecimento sobre as
propriedades curativas de certas substâncias (Remington, 2004). Mas hoje a
prática farmacêutica mudou radicalmente seu foco de atuação com os produtos
farmacêuticos para o desenvolvimento do cuidado de pacientes, sendo essa
evolução decorrente das necessidades da população e oportunidades do
mercado de trabalho, que cada vez mais exige profissionais especializados no
manejo da farmacoterapia e nos desfechos terapêuticos dos pacientes, dando
em diferentes velocidades nos diversos países, dependendo substancialmente
da estrutura organizacional dos sistemas de saúde e da qualidade da
regulação dos mercados de medicamentos (Correr et al., 2009).
Existem
milhares
de
princípios
ativos
e
associações
de
medicamentos, dificultando a escolha do medicamento mais adequado para o
paciente. A tarefa de diagnosticar a necessidade terapêutica do paciente e
identificar os medicamentos disponíveis de melhor custo-benefício requer
conhecimentos além da formação dos profissionais (Rumel et al., 2006). Os
farmacêuticos, profissionais capazes de interagir com os prescritores e os
pacientes, deve possuir o quesito informação como alicerce desta relação
(Pepe et al., 2000). A informação repassada deve ser confiável e baseada em
evidências (Correr, et al., 2004). Os farmacêuticos são estimulados a usar
estratégias de cuidados farmacêuticos para manter a saúde dos pacientes aos
quais servem. Os farmacêuticos estão em uma posição única para promover a
saúde pública, devido seu acesso e capacidade de comunicação, sendo
colocado como o profissional de maior confiabilidade (Remington, 2004).
Os medicamentos podem ser administrados em inúmeras formas
farmacêuticas, que resultam em diferentes velocidades de absorção e tempos
de início, picos e duração de ação e também várias vias de administração
(Ansel et al., 2000). Existem conceitos para determinados tipos de
medicamentos. Os medicamentos de referência são os medicamentos
inovadores registrados no órgão federal responsável pela vigilância sanitária e
comercializado no País, cuja eficácia, segurança e qualidade foram
comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente, por ocasião
do registro. Os medicamentos inovadores são medicamentos comercializados
no mercado nacional composto por, pelo menos, um fármaco ativo, sendo que
esse fármaco deve ter sido objeto de patente, por parte da empresa
responsável por seu desenvolvimento e introdução no mercado do país ou o
primeiro medicamento a descrever um novo mecanismo de ação ou definido
pela ANVISA que tenha comprovado eficácia, segurança e qualidade. Um
medicamento similar é aquele que contém o mesmo principio ativo, apresenta a
mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e
indicação terapêutica, e que é equivalente ao medicamento registrado no órgão
federal responsável pela vigilância sanitária, podendo diferir somente em
características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade,
embalagem, rotulagem, excipientes e veículo, devendo sempre ser identificado
por nome comercial ou marca (Brasil, 2007b), enquanto que um medicamento
genérico é medicamento similar a um produto de referência ou inovador, que
se pretende ser com este intercambiável, geralmente produzido após a
expiração ou renúncia da proteção patentária ou de outros direitos de
exclusividade, comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade, e designado
pela DCB ou, na sua ausência, pela DCI (Brasil, 2007a).
No momento da compra, a intercambialidade entre marca e produtos
sem marca (produtos genéricos com identificação específica na etiqueta) na
dispensação
é
aceitável.
Os
medicamentos
similares
acabam
sendo
intercambiáveis com genéricos ou novos medicamentos contra vontade dos
prescritores (Rumel et al., 2006). A relação entre o fármaco, a forma
farmacêutica e a via pela qual é administrado determina quanto e com que
velocidade esse fármaco entra na circulação. Para que um fármaco seja eficaz,
é necessário que uma quantidade suficiente dele chegue ao sítio de ação e
permaneça pelo tempo suficiente para exercer o efeito farmacológico (Aulton,
2005).
Nos últimos anos houve muitas discussões e investigações
científicas voltadas aos problemas de determinação de equivalências entre
produtos de fabricantes concorrentes (Ansel et al., 2000). Alguns testes são
necessários
para
garantir
segurança
e
efetividade.
Assim
temos
a
biodisponibilidade, indicando a velocidade e a extensão de absorção de um
princípio ativo em uma forma de dosagem, a partir de sua curva
concentração/tempo na circulação sistêmica ou sua excreção na urina (Brasil,
2007a). Dois medicamentos são considerados terapeuticamente equivalentes
se eles são equivalentes farmacêuticos e, após administração na mesma dose
molar, seus efeitos em relação à eficácia e segurança são essencialmente os
mesmos, o que se avalia por meio de estudos de bioequivalência apropriados,
ensaios farmacodinâmicos, ensaios
clínicos
ou estudos in vitro.
Os
equivalentes farmacêuticos são medicamentos que contêm o mesmo fármaco
na mesma quantidade e forma farmacêutica, podendo ou não conter
excipientes idênticos. Devem cumprir com as mesmas especificações ou com
outros padrões aplicáveis de qualidade, relacionados à identidade, dosagem,
pureza, potência, uniformidade de conteúdo, tempo de desintegração e
velocidade de dissolução, quando for o caso (Brasil, 2007a).
A via de administração mais frequente para os fármacos é a oral,
sendo considerada o meio mais natural, simples, conveniente e segura. Por
outro lado sabe-se que essa via possui resposta lenta, probabilidade de
absorção depende de fatores como constituição física, quantidade ou tipo de
alimento presente no trato gastrintestinal e também distribuição de certos
fármacos pela reação com os ácidos do estômago ou enzimas gastrintestinais.
Em geral, quanto mais próximo da parte superior do trato alimentar o fármaco é
absorvido, mais rápida será sua ação, sendo desejável em alguns casos. O pH
tem grande importância sobre o grau de ionização da maioria dos fármacos,
afetando a lipossolubilidade, permeabilidade e absorção. O intestino delgado
serve como importante via de absorção, devido seu pH adequado, em cerca de
6,5 na luz do intestino, e sua grande área de superfície disponível para a
absorção. Alguns medicamentos passam por um processo de revestimento,
que são empregados para permitir que estes não sejam destruídos, garantindo
a passagem segura do medicamento pelo meio ácido do estômago, chegando
ao meio intestinal, mais adequado, onde ocorre a dissolução (Ansel et al,
2000). Entre esses medicamentos, podemos citar o Omeprazol, por sofrer
rápida degradação em pH baixo e por isso é apresentado na forma de cápsulas
contendo grânulos de revestimento entérico (Rang et al, 2001).
O Omeprazol é descrito como cristais brancos que sofrem fusão a
cerca de 156º C, com solubilidade de 1 grama em cerca de 8.000 mL de água
(1:8000) ou 25 mL de álcool (1:25) (Remington, 2004). Dissolve-se em
soluções de hidróxidos alcalinos, onde deve ser armazenado em recipientes
fechados, a uma temperatura entre 2º e 8º C, protegido da luz (Real
Farmacopea Española, 2005) e umidade (USP 25, 2001).
O Omeprazol é um inibidor da bomba de prótons (H+, K+ ATPase)
que por suas propriedades anti-secretoras é utilizado no tratamento de
problemas pépticos como úlcera duodenal, úlcera de estresse, refluxo
gastroesofágico, entre outros (Silva et al., 2003). Esse inibidor da bomba de
prótons é administrado na forma de pró-fármaco inativo, atingindo a luz
intestinal alcalina e dissolve o revestimento causando a absorção do prófármaco. Como é uma base fraca lipofílica, sofrem rápida difusão através das
membranas lipídicas para os compartimentos acidificados, sendo protonado e
concentrado > 1.000 vezes dentro do canalículo da célula parietal. Assim, sofre
rápida conversão molecular no cátion sulfonamida tiofílico, onde a sulfonamida
reage com a H+, K+ ATPase, formando uma ligação dissulfeto covalente e
inativa irreversivelmente a enzima (Katzung, 2006).
O processo de peletização, utilizado para garantir que o fármaco
chegue ao local de ação sem sofrer danos, consiste na aglomeração por via
úmida de pós de uma substância ativa e excipientes sob a forma de unidades
esféricas. Estas unidades esféricas diferem-se de grânulos obtidos pelo
processo clássico de granulação no que respeita às características físicas
conseguidas (Santos et al,
2004). Não
diferente de
outras formas
farmacêuticas, os pellets devem possuir características físicas que suportem
um subsequente processamento, manipulação, transporte e armazenamento
(Santos et al, 2006).
Frente a todas as características que um medicamento deve possuir,
este trabalho mostra-se importante para a verificação da concentração de
fármaco presente em cada medicamento, tanto no referência quanto no similar,
podendo com os resultados demonstrar dosagens fora dos padrões,
interferindo no tratamento medicamentoso.
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Avaliação de cápsulas de Omeprazol de menor custo disponível
para comercialização.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Selecionar cápsulas de Omeprazol de menor custo;
-
Avaliar
características
externas
e
internas
dos
produtos
selecionados;
- Determinar o peso médio das cápsulas avaliadas;
- Verificar as concentrações de fármaco no medicamento similar
selecionado frente ao referência.
3 METODOLOGIA
O presente trabalho é do tipo experimental, no qual serão realizados
análises para determinar a concordância ou não de medicamentos similares,
frente ao referência.
3.1 MATERIAIS
3.1.1 Amostras
Cápsulas do medicamento Referência 20 mg;
Duas amostras de medicamento similar 20 mg.
3.1.2 Reagentes e Insumos
Água destilada, acetonitrila.
3.1.3 Equipamentos e Utensílios
Erlenmeyer 50 mL, Erlenmeyer 100 mL, Erlenmeyer 250 mL,
Agitador magnético, Balão volumétrico 50 mL, Balão volumétrico 100 mL, Funil,
Papel filtro, Pipetador, Espectrofotômetro, Cubeta Quartzo, Pipeta volumétrica
5 mL, Pipeta volumétrica 10 mL, Cronômetro, Gral, Pistilo, Balança, Vidro
relógio, Espátula metal.
3.2 MÉTODOS
3.2.1 Seleção das cápsulas de Omeprazol
Será realizado a seleção das cápsulas de Omeprazol de baixo custo
mediante comparação de preços de diferentes fornecedores, onde os similares
com menor custo serão selecionados para o experimento.
3.2.2 Avaliação das características externas e internas
Após aquisição do medicamento referência e da seleção dos
medicamentos com baixo custo, será analisado a validade dos mesmos, o
lacre, a quantidade de cápsulas contidas nos rótulos compatível com os frascos
e blíster e as informações da caixa com o rótulo.
3.2.3 Determinação do peso médio
Pesa-se individualmente 20 cápsulas e determina-se o peso médio.
Pode-se tolerar variação dos pesos individuais em relação ao peso médio,
conforme indicado na tabela 1.
Tabela I – Variação de peso em formas farmacêuticas.
Formas Farmacêuticas
Peso médio ou valor Limites de variação
nominal declarado
Cápsulas duras e moles, Até 300,0 mg
± 10,0%
cápsulas vaginais.
± 7,5%
Acima de 30,0 mg
Fonte: Farmacopéia, 1988-2004
3.2.4 Elaboração da curva padrão
Para a elaboração da curva padrão pesa-se, quantitativamente, em
frasco de erlenmeyer de 100 mL, o equivalente a 30,0 mg de omeprazol da
substância
referência
de
trabalho,
previamente
triturada.
Adiciona-se
aproximadamente 40 mL de solução água:acetonitrila (7:3, v/v) e agita-se por
30 min. Transfere-se, analiticamente, a suspensão obtida para balão
volumétrico de 100 mL e completa-se o volume até a marca com
água:acetonitrila (7:3, v/v). Filtra-se a suspensão, obtendo-se solução com
concentração de 0,3 mg/mL de omeprazol. Transfere-se 10 mL da Solução A
para balão volumétrico de 100 mL e completou-se o volume até a marca com
água:acetonitrila (7:3, v/v), obtendo-se solução com concentração de 30 g/mL
de omeprazol (Miron, 2002).
Em seguida retira-se, 3 mL; 5 mL; 6 mL; 7 mL; 9 mL; de solução e
dilui-se em 50 mL de água:acetonitrila (7/3, v/v), sendo todas feitas em
triplicata. Após as diluições serão retiradas alíquotas de 4 mL, efetuando-se a
leitura das amostras no espectrofotômetro em um comprimento de onda de 300
nm (Souza, 2005).
3.2.5 Análise do Referência 20 mg, Similar A e B 20 mg
Pesa-se, quantitativamente, o equivalente a 2,5 pesos médios de
grânulos revestidos de omeprazol contido nas cápsulas, previamente triturados.
À massa pesada, em frasco de erlenmeyer de 100 mL, adiciona-se,
aproximadamente, 20 mL de água:acetonitrila (7:3, v/v) e mantem-se sob
agitação por 30 min. O volume será transferido, analiticamente, para balão
volumétrico de
50 mL e completa-se o volume até a marca com
água:acetonitrila (7:3, v/v). Procede-se filtração e a suspensão filtrada será
coletada em frasco de erlenmeyer de 50 mL. Da solução filtrada resultante, 5,0
mL, coletados com pipeta volumétrica, serão transferidos para balão
volumétrico de 50 mL e completa-se o volume até a marca com
água:acetonitrila (7:3, v/v), obtendo-se concentração teórica de 100 g/mL de
omeprazol. Dilui-se a solução de concentração teórica de 100
g/mL de
omeprazol dez vezes, como no item anterior, a fim de obter solução final para
medida da absorvância, com concentração teórica de 10 g/mL de omeprazol.
Efetua-se a leitura das amostras no espectrofotômetro em um comprimento de
onda de 300 nm (Miron, 2002).
R
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XX
4. CRONOGRAMA
ATIVIDADE
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
Pesquisa
X
X
X
X
X
X
X
X
Bibliográfica
Entregar
X
Projeto
Revisão
metodologias
X
DEZ
5 ORÇAMENTO
Quantidade
Descrição: Equipamentos,
Custo total (em Reais)
Solicitada
Materiais e Reagentes
07
Omeprazol Refência (unidade)
1,57
07
Omeprazol Similar 01 (unidade)
0,06
07
Omeprazol Similar 02 (unidade)
0,09
As amostras de Omeprazol utilizadas para produção do experimento
gerarão um custo de R$ 12,04.
Equipamentos, materiais e reagentes, já expostos neste projeto, não
gerarão custo, uma vez que serão cedidos ou já fazem parte da estrutura
presente no laboratório de Controle de Qualidade e Química Farmacêutica
desta Universidade.
6 REFERÊNCIAS
Ansel, H. C.; Popovich, N. G.; Junior, L. V. A. Farmacotécnica : formas
farmacêuticas & sistemas de liberação de fármacos. 6.ed. São Paulo: Premier,
2000. 568 p.
Aulton, M. E. Delineamento de formas farmacêuticas. 2. ed Porto Alegre:
ARTMED, 2005. 677 p.
Brasil. Resolução RDC nº 16, de 02 de março de 2007. Regulamento Técnico
para Medicamentos Genéricos, anexo I. Acompanha esse Regulamento o
Anexo II, intitulado "Folha de rosto do processo de registro e pós-registro de
medicamentos genéricos". Diário da União; Poder Executivo, Brasília, DF, 05
de Março de 2007a.
Brasil. Resolução RDC nº 17, de 02 de março de 2007. Registro de
Medicamento Similar e dá outras providências. Diário Oficial da União; Poder
Executivo, Brasília, DF, 05 de Março de 2007b.
Correr, C. J.; Pontarolo, R.; Melchiors, A. C.; Souza, R. A. P.; Rossignoli, P.;
Llimós, F. F. Satisfação dos usuários com serviços da farmácia: tradução e
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Correr, C. J.; Rossignoli, P.; Souza, R. P. A.; Pontarolo, R. Perfil de los
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Katzung, B. G. Farmacologia: básica & clínica. 9. ed. Rio de Janeiro:
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Miron, D. S. Validação de método analítico para doseamento por
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Disciplina de Estágio Curricular em Farmácia) – Departamento de produção e
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Pepe, V. L. E.; Castro, C. G. S. O. A interação entre prescritores,
dispensadores e pacientes: informação compartilhada como possível benefício
terapêutico. Cad. Saúde Pública, v. 16, n. 3, p. 815-822, 2000.
Rang, H. P.; Ritter, J.M.; Dale, M. M. Farmacologia. 4. ed. Rio de Janeiro:
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Real Farmacopea Española. 3.ed. Espanha: Imprensa Nacional Del Boletin
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Remington, J. P. Remington: A Ciência e a Prática da Farmácia. 20. ed Rio de
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Santos, H. M. M.; Veiga, F. J. B.; Pina, M. E. T.; Sousa, J. J. M. S. Obtenção de
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Silva, L. C.; Paludetti, L. A. Manipulação de Omeprazol. International Journal of
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Souza, J. P. Desenvolvimento de uma forma farmacêutica liquida com
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Monografia (Trabalho de conclusão de curso) – Departamento de Farmácia,
Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma.
United States Pharmacopeia USP-25; U. S. Pharmacopeial Convention, Inc.
Rockville, MD, 2001.
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em negrito, com inicial maiúscula, seguida apenas pelo número correspondente. As
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devem ser numerados, em algarismos arábicos, na ordem em que aparecem no texto.
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nomes comerciais poderão ser citados, com inicial maiúscula e seguido pela marcação
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de mercúrio (mmHg).
Referências Bibliográficas
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algarismos arábicos sobrescritos, na ordem em que são citadas pela primeira vez.
Devem ser elaboradas de acordo com as normas de Vancouver e os periódicos devem
ser citados pelo nome abreviado, conforme lista de jornais indexados para o
MEDLINE. Outras informações podem ser adquiridas no documento referência
Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals: Writing and
Editing for Biomedical Publication, disponível em www.icmje.org.
Exemplos:
• Artigo de periódico: listar todos os autores, até seis. Acima de sete autores, listar os
seis primeiros e acrescentar a expressão et al.
Hepler CD, Strand LM. Opportunities and responsibilities in pharmaceutical care.
Am J Hosp Pharm 1990;47(3):533-43.
• Livro
Greenblatt DJ, Shader RI. Benzodiazepines in clinical practice. New York: Raven
press, 1974:28.
Morrison R, Boyd R. Química Orgânica. Lisboa: Calouste Gulbenkian; 1996.
• Capítulo de livro
Scheife RT, Levy M, Greenblatt DJ. Antimicrobial agents. In: Miller RR, Greenblatt
DJ, editores. Drug effects in hospitalized patients. New York: John Wiley and Sons,
1976:227–64.
• Documento on-line
Sociedade Brasileira de Diabetes. Tratamento e acompanhamento do Diabetes
Mellitus: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, 2007. Disponível em
http://www.diabetes.org.br/educacao/docs/Diretrizes_SBD_2007.pdf. Acesso em 25 de
fevereiro de 2009.
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Todos os autores do artigo devem enviar seu nome completo e curriculum vitae
resumido, para publicação no final do texto, constando, nesta ordem:
1º - Em que é graduado e onde (qual instituição)
2º - Em que é especializado, pós-graduado, mestrado ou doutorado e onde (quais
instituições)
3º - Em que atuou profissionalmente (cargo) e onde (qual empresa/instituição) apenas o que considerar relevante
4º - Em que atua hoje (cargo) e onde (qual empresa/instituição)
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dados que compõem a Ficha Cadastral e enviem-na junto com o texto. As informações
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Avaliação de cápsulas de Omeprazol de baixo custo.
Cassiano Cardoso Emerim
Giordana Maciel Dário
Resumo
A Farmácia está presente na vida da humanidade há muito tempo, porém, com o
aumento da demanda dos produtos farmacêuticos e a busca em suprir necessidades,
foi primordial a busca por inovação, tanto em fórmulas quanto em técnicas de
fabricação. Com isso, surgiram muitos produtores, auxiliando na geração de inúmeras
formas farmacêuticas, sendo estas acompanhadas de controle de qualidade efetivo.
Dentro deste contexto, conhecer as características de produtos disponibilizados pela
indústria farmacêutica torna-se fundamental. O medicamento Omeprazol é um inibidor
da bomba de prótons (H+, K+ ATPase) que por suas propriedades anti-secretoras é
utilizado no tratamento de problemas pépticos. A utilização dos similares, geralmente,
dá-se por seu baixo custo disponível para compra. Dentro dos resultados obtidos, uma
marca de medicamento similar mostrou-se abaixo do limite estipulado, podendo gerar
para seus usuários um tratamento ineficiente, produzindo um novo problema de saúde
no paciente ou agravando um problema pré existente.
Palavras-chave
Omeprazol, Medicamento Similar, Doseamento.
Introdução
Desde o passado a farmácia faz parte da vida diária da humanidade, que
por meio de tentativa e erro aumentou o conhecimento sobre as propriedades
curativas de certas substâncias1. Hoje a prática Farmacêutica também está envolvida
nos cuidados de pacientes, decorrentes das necessidades da população, exigindo
profissionais especializados no manejo da farmacoterapia e dependendo da estrutura
organizacional dos sistemas de saúde e da qualidade da regulação dos mercados de
medicamentos2.
Os medicamentos são utilizados na prevenção, cura ou controle de
doenças e alívio de sintomas3. Existem milhares de princípios ativos e associações de
medicamentos, dificultando a escolha do medicamento mais adequado para o
paciente. A tarefa de diagnosticar a necessidade terapêutica do paciente e identificar
os medicamentos disponíveis de melhor custo-benefício requer conhecimentos além
da formação dos profissionais4. Os Farmacêuticos são colocados como os
profissionais de maior confiabilidade e estão em uma posição única para promover a
saúde pública1, sendo profissionais capazes de interagir com os prescritores e os
pacientes, devendo possuir o quesito informação como alicerce desta relação5 e essa
informação deve ser confiável e baseada em evidências 6.
Os medicamentos podem ser administrados em inúmeras formas
farmacêuticas e vias de administração, que resultam em diferentes velocidades de
absorção e tempos de início, picos e duração de ação7.
Resoluções normativas classificam os tipos de medicamentos, sendo os
Medicamentos de Referência àqueles considerados inovadores cuja eficácia,
segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal
competente, por ocasião do registro. Um medicamento similar é aquele que contém o
mesmo principio ativo, apresenta mesma concentração, forma farmacêutica, via de
administração, posologia e indicação terapêutica, e que é equivalente ao medicamento
registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária, podendo diferir
somente em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de
validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículo8 enquanto que um
medicamento genérico é intercambiável com um medicamento referência ou inovador,
sendo comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade, designado pela
Denominação Comum Brasileira ou, na sua ausência, pela Denominação Comum
Internacional9.
A intercambialidade entre um medicamento referência e medicamento
genérico na dispensação é aceitável, onde isso não é valido para os medicamentos
similares, mas acabam sendo intercambiáveis com genéricos, muitas vezes contra a
vontade dos prescritores4. A relação entre o fármaco, a forma farmacêutica e a via
pela qual é administrado determina quanto e com que velocidade esse fármaco entra
na circulação, sua eficácia e quantidade suficiente para que chegue ao sítio de ação e
exerça o efeito farmacológico10.
Nos últimos anos houve muitas discussões e investigações científicas
voltadas aos problemas de determinação de equivalências entre produtos de
fabricantes concorrentes7. Antigas e novas modalidades de promoção comercial
ampliam indiscriminadamente o consumo de medicamentos e o conhecimento
insuficiente da população sobre riscos e benefícios do uso de medicamentos constitui
um problema de saúde publica11. Alguns testes são necessários para garantir
segurança e efetividade de medicamentos. A RDC nº 210 de 2003 torna obrigatório os
testes de bioequivalência e biodisponibilidade para os medicamentos similares. A
biodisponibilidade indica a velocidade e a extensão de absorção de um princípio ativo
em uma forma de dosagem, a partir de sua curva concentração/tempo na circulação
sistêmica ou sua excreção na urina. São considerados medicamentos
terapeuticamente equivalentes se conterem o mesmo fármaco na mesma quantidade,
forma farmacêutica e se após administração na mesma dose molar, seus efeitos em
relação à eficácia e segurança forem essencialmente os mesmos, o que se avalia por
meio de estudos de bioequivalência apropriados, ensaios farmacodinâmicos, ensaios
clínicos ou estudos in vitro9.
A via de administração para fármacos mais frequente é a oral, sendo
considerada a mais natural, simples, conveniente e segura. Por outro lado, sabe-se
que essa via possui resposta lenta, probabilidade de absorção depende de fatores
como constituição física, pH, quantidade ou tipo de alimento presente no trato
gastrintestinal e também distribuição de certos fármacos pela reação com os ácidos do
estômago ou enzimas gastrintestinais. Alguns medicamentos passam por um processo
de revestimento, garantindo a passagem segura do medicamento pelo meio ácido do
estômago, chegando ao meio intestinal, mais adequado, em certos casos, onde ocorre
a dissolução7. Entre esses medicamentos, podemos citar o Omeprazol, por sofrer
rápida degradação em pH baixo e por isso é apresentado na forma de cápsulas
contendo grânulos de revestimento entérico (pellets)12.
O Omeprazol é descrito como cristais brancos que sofrem fusão a cerca de
156º C, com solubilidade de 1 grama em cerca de 8.000 mL de água ou 25 mL de
álcool1. Dissolve-se em soluções de hidróxidos alcalinos, devendo ser armazenado em
recipientes fechados, em temperatura entre 2º e 8º C, protegido da luz13 e umidade14.
Este fármaco é um inibidor da bomba de prótons (H+, K+ ATPase) que por suas
propriedades anti-secretoras é utilizado no tratamento de problemas pépticos, como
úlcera duodenal e refluxo gastroesofágico15. Esse inibidor da bomba de prótons é
administrado na forma de pró-fármaco inativo, que atingindo a luz intestinal alcalina
dissolve o revestimento, causando a absorção do pró-fármaco. Como é uma base
fraca lipofílica, sofre rápida difusão através das membranas lipídicas para os
compartimentos acidificados, sendo protonado e concentrado maior que 1.000 vezes
dentro do canalículo da célula parietal. Assim, sofre rápida conversão molecular no
cátion sulfonamida tiofílico, onde a sulfonamida reage com a H+, K+ ATPase, formando
uma ligação dissulfeto covalente e inativa irreversivelmente a enzima16.
O processo de peletização consiste na aglomeração por via úmida de pós
de uma substância ativa e excipientes sob a forma de unidades esféricas17. Não
diferente de outras formas farmacêuticas, os pellets devem possuir características
físicas que suportem um subsequente processamento, manipulação, transporte e
armazenamento18.
Frente a todas as características que um medicamento deve possuir, este
trabalho mostra-se importante para avaliar as características externas e internas dos
produtos selecionados, determinar o peso médio das cápsulas avaliadas e verificar as
concentrações de fármaco, tanto no referência quanto nos similares.
Metodologia
As seleções das cápsulas deram-se mediante comparação de preços de
diferentes fornecedores, onde as cápsulas que tiveram menor custo foram
selecionadas. Verificou-se a validade dos mesmos, o lacre, a quantidade de cápsulas
contidas nos rótulos compatível com os frascos e blíster e as informações da caixa
com o rótulo. Para a determinação peso médio, pesou-se individualmente o conteúdo
de 7 cápsulas de cada fabricante. Realizou-se a elaboração da curva padrão segundo
descrito por Miron19 e Souza20. A análise do medicamento referência e dos similares
foi realizado segundo Miron19.
Para a elaboração da curva padrão pesa-se, quantitativamente, em frasco
de erlenmeyer de 100 mL, o equivalente a 30,0 mg de omeprazol da substância
referência de trabalho, previamente triturada. Adiciona-se aproximadamente 40 mL de
solução água:acetonitrila (7:3, v/v) e agita-se por 30 min. Transfere-se, analiticamente,
a suspensão obtida para balão volumétrico de 100 mL e completa-se o volume até a
marca com água:acetonitrila (7:3, v/v). Filtra-se a suspensão, obtendo-se solução com
concentração de 0,3 mg/mL de omeprazol. Transfere-se 10 mL da Solução A para
balão volumétrico de 100 mL e completou-se o volume até a marca com
água:acetonitrila (7:3, v/v), obtendo-se solução com concentração de 30 g/mL de
omeprazol19. Em seguida retira-se, 3 mL; 5 mL; 6 mL; 7 mL; 9 mL; de solução e diluise em 50 mL de água:acetonitrila (7/3, v/v), sendo todas feitas em triplicata. Após as
diluições serão retiradas alíquotas de 4 mL, efetuando-se a leitura das amostras no
espectrofotômetro em um comprimento de onda de 300 nm20.
Para a análise do medicamento referência e dos similares pesa-se,
quantitativamente, o equivalente a 2,5 pesos médios de grânulos revestidos de
omeprazol contido nas cápsulas, previamente triturados. À massa pesada, em frasco
de erlenmeyer de 100 mL, adiciona-se, aproximadamente, 20 mL de água:acetonitrila
(7:3, v/v) e mantem-se sob agitação por 30 min. O volume será transferido,
analiticamente, para balão volumétrico de 50 mL e completa-se o volume até a marca
com água:acetonitrila (7:3, v/v). Procede-se filtração e a suspensão filtrada será
coletada em frasco de erlenmeyer de 50 mL. Da solução filtrada resultante, 5,0 mL,
coletados com pipeta volumétrica, serão transferidos para balão volumétrico de 50 mL
e completa-se o volume até a marca com água:acetonitrila (7:3, v/v), obtendo-se
concentração teórica de 100 g/mL de omeprazol. Dilui-se a solução de concentração
teórica de 100 g/mL de omeprazol dez vezes, como no item anterior, a fim de obter
solução final para medida da absorvância, com concentração teórica de 10 g/mL de
omeprazol. Efetua-se a leitura das amostras no espectrofotômetro em um
comprimento de onda de 300 nm19.
Resultados e Discussão
Os medicamentos similares A e B que obtiveram menor custo
encontraram-se, respectivamente, com 26 e 17,5 vezes menos custo frente ao
medicamento referência. As características internas e externas apresentaram de
acordo com normativas.
A tabela 1 apresenta os resultados dos pesos médios das cápsulas de
Omeprazol referência e Omeprazol similar A e B, conforme comparação com a
Farmacopéia Brasileira21, sendo que todas as três amostras estavam dentro dos
limites Farmacopêicos.
Tabela 1. Peso médio das cápsulas de Omeprazol referência e Omeprazol similar A e
B.
Referência (g)
Similar A (g)
Similar B (g)
Peso médio
0,239
0,214
0,245
Fonte: Autor.
A análise da curva padrão mostra a adequação favorável ou não ao
experimento22. O critério mínimo aceitável do coeficiente de correlação deve ser igual
a 0,9923, sendo que o experimento apresenta seu coeficiente de correlação de 0,9957,
demonstrando relação existente entre a concentração de Omeprazol e a absorvância
obtida.
A tabela 2 apresenta as concentrações de Omeprazol utilizadas e suas
respectivas medidas de absorvância, realizadas em triplicatas.
Tabela 2. Medida das absorvâncias do Omeprazol por espectrofotometria
no Ultra Violeta (UV) a 300 nanômetros (nm) para determinação da curva padrão.
Concentração
Abs. 1
Abs. 2
Abs. 3
Média
( g/mL)
das abs.
1,86
0,068
0,068
0,067
0,0677
3,1
0,098
0,104
0,093
0,0983
3,72
0,126
0,117
0,121
0,1213
4,34
0,144
0,141
0,142
0,1423
5,58
0,198
0,176
0,162
0,1787
Fonte: Autor.
A figura 1 mostra a curva padrão do doseamento de Omeprazol por
espectrofotometria no UV a 300 nm, onde Y é a variável dependente (absorvância), X
é a variável independente (concentração) e R é o coeficiente de correlação.
y = 0,0266x + 0,0419
0,2000
2
0,9914
RR= =0,9957
0,1800
Absorvância
0,1600
0,1400
0,1200
0,1000
0,0800
0,0600
0,0400
0,0200
0,0000
1,86
3,1
3,72
4,34
5,58
Concentração (µg/mL)
Figura 1. Curva padrão
espectrofotometria no UV a 300 nm.
do
doseamento
de
Omeprazol
por
O Omeprazol deve conter não menos que 99,0% e não mais que
101,0%21. O medicamento Referência (100,8%) e o similar B (100,4%) apresentaramse de acordo, enquanto que o similar A (98,6%) expressou resultado abaixo do
especificado. Sabe-se que a estabilidade de produtos farmacêuticos depende de
fatores como temperatura, umidade, luz e também tipo de embalagens24 e aspectos
básicos como armazenamento incorreto de medicamentos podem levar a perda da
qualidade e danos para o paciente25. Erros podem decorrer por parte do manipulador
ou também por parte de equipamentos não calibrados, gerando interferência em seus
resultados. Várias são as orientações referentes à qualidade, segurança e eficácia24.
Conhecer os processos e fatores são essenciais para avaliação de riscos inerentes
aos quais os medicamentos poderão estar expostos, onde estabelecer padrões será
necessário para promover a saúde pública26. A instabilidade pode acarretar em
diversos problemas27.
Um medicamento pode ser considerado inseguro quando produz um novo
problema de saúde no paciente ou agrava um problema pré existente 28, podendo ser
decorrente de possibilidades de fraude de medicamentos, onde este problema ainda
permanece nos dias atuais29. A existência de grande número de medicamentos com
desvio de qualidade e também falsificados circula no mercado e envolvem o uso
irracional de medicamentos30.
A eficácia de um medicamento corresponde à medida do efeito de um
tratamento31. Um medicamento é custo efetivo se produz melhora nos desfechos
clínicos, isto significando o aumento justificável no custo32. Em outras palavras, um
medicamento custo eficiente é aquele que quando utilizado, alcança seus resultados
com ênfase. As causas mais comuns relacionadas à falta de efetividade incluem-se
baixa dosagem33, para isso espera-se que um bom sistema de saúde seja capaz de
combater e melhorar todos os aspectos de inefetividade34.
O uso de matérias primas com teor abaixo das especificações acarretam
na produção de lotes de medicamentos sem uniformidade química, podendo levar ao
uso de sub-dosagem na formulação farmacêutica, o que por sua vez contribuiria para
a não eficiência do medicamento35.
Os processos usados na fabricação de medicamentos influenciam na
qualidade farmacêutica e composição, dose e disponibilidade. Portanto, a
monitorização de medicamentos, que garante aos pacientes produtos seguros e
eficazes, é de excepcional valor como ferramenta para detectar problemas,
especialmente quando se trata de produtos falsificados e com desvio de qualidade30.
Com o objetivo de traçar uma padronização, a ANVISA decidiu pela
obrigatoriedade de todos os medicamentos denominados similares que estão no
mercado passarem pelos testes de bioequivalência farmacêutica e biodisponibilidade
relativa. Mesmo necessitando passar por estes testes, em função do alto prazo
estipulado pelos órgãos competentes, alguns produtores podem não adequar-se a
necessidade de realização dos testes de biodisponibilidade relativa, podendo ser uma
problemática, já que só a adequação a quantidade ideal de fármaco não é garantia da
liberação do mesmo no local de ação no tempo e quantidade adequada.
Conclusão
O presente estudo revela uma questão presente no dia-a-dia dos
profissionais envolvidos com os medicamentos e seus pacientes, onde a grande
preocupação referente aos similares é sobre sua efetividade comparada ao preço de
aquisição. Os medicamentos similares possuem seu papel importante no mercado,
onde geralmente seu custo inferior aos medicamentos referência possibilita a adesão
de terapias. A Resolução nº 210 de 2003 que determina o cumprimento de algumas
normativas pode ser adequada pelos produtores até 2013, onde algumas indústrias já
realizaram os devidos testes e estão de acordo.
As inconformidades refletem em fármacos com falta de imprecisão e subdosagens com conseqüentes possibilidades de tratamentos farmacológicos sem
sucesso. Para esta problemática, espera-se uma maior adesão dos produtores e maior
controle por parte dos órgãos competentes para assegurar qualidade dos produtos
farmacêuticos. Aqueles que não se adequarem terão que deixar o mercado
farmacêutico, sendo que aqueles que obtiverem bons resultados permanecerão.
Assim, pode-se ressaltar que os objetivos deste trabalho foram alcançados
com ênfase, mostrando-nos a necessidade de cumprimento das Resoluções e a
interferência na saúde da população e deixa-se uma proposta para a realização com
um número maior de medicamentos similares, bem como os testes de bioequivalência
e biodisponibilidade relativa obrigatórios segundo a RDC nº 210 de 2003.
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