XII Congresso Brasileiro de Ecotoxicologia 25 a 28 de setembro de 2012 Porto de Galinhas – PE AVALIAÇÃO DOS EFEITOS TÓXICOS DO FÁRMACO OMEPRAZOL SOBRE MEXILHÕES Perna perna (Linnaeus, 1758) Arthur J.C. Mathias1; Lorena da S. Souza2; Fernando S. Cortez2; Camilo D. Seabra Pereira2,3 1 [email protected] (Universidade Federal de Rio Grande, Rio Grande, Rio Grande do Sul) [email protected] (Universidade Santa Cecília, Santos, São Paulo) 2 [email protected] (Universidade Santa Cecília, Santos, São Paulo) 3 [email protected] (Universidade Federal de São Paulo, Santos, São Paulo) 2 A presença de Fármacos e Produtos de Higiene e Cuidados Pessoais (FPHCP) no ambiente aquático tem sido detectada graças à evolução da química analítica que permitiu a identificação de diversos micropoluentes em matrizes ambientais. Atualmente considerados como poluentes emergentes, FPHCP chamam a atenção pela falta de regulamentação para o descarte, ausência de tratamentos eficientes para sua retirada de efluentes domésticos, e especialmente pelos efeitos adversos que estes compostos podem causar sobre a biota aquática. Sendo um dos fármacos mais indicados para tratamento de desordens ácido-pépticas, o Omeprazol pertence à classe dos inibidores de bomba de prótons e age por interação irreversível com a enzima H+/K+ -ATPase na bomba de prótons da membrana celular, reduzindo a produção de ácido gástrico. Estudos na Europa estimam concentrações ambientais em corpos aquáticos receptores na ordem de µg.L -1. O presente estudo visou a avaliação dos efeitos agudo (fertilização), crônico (desenvolvimento embriolarval) e citotóxico (estabilidade da membrana lisossômica) do fármaco Omeprazol sobre diferentes estágios de vida do mexilhão marinho Perna perna. Na avaliação do efeito agudo, o valor da CI50;1h foi de 342,71 mg.L-1. Já na avaliação do efeito crônico, o valor da CI50;48h foi 56,12 µg.L-1. O efeito citotóxico avaliado através da diminuição da estabilidade da membrana lisossômica de hemócitos, ocorreu a partir de concentrações de 10,0µg.L-1. As concentrações de efeitos encontradas foram menores que as concentrações ambientais estimadas (Predicted Environmental Concentration) descritas na literatura, não evidenciando risco ecológico deste composto no ambiente aquático. No entanto, a partir dos resultados obtidos e considerando a diretiva europeia 93/67/EEC, o Omeprazol pode ser classificado como “Extremamente Tóxico”, e futuros estudos devem avaliar a concentração ambiental real desse composto e seus efeitos adversos, a fim de proporcionar uma melhor avaliação do risco ecológico e subsidiar uma futura regulamentação do descarte desse fármaco em corpos receptores. Palavras-chave: Omeprazol, biomarcadores, mexilhões Sociedade Brasileira de Ecotoxicologia (SBE) Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) 114