Um novo sistema de classificação para doença discal degenerativa

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ARTIGO ORIGINAL / ORIGINAL ARTICLE
Um novo sistema de classificação para doença discal
degenerativa da coluna lombar com base em imagens de
ressonância magnética, discografia provocativa,
radiografias simples e considerações anatômicas*
A new classification system for degenerative disc disease of the
lumbar spine based on magnetic resonance imaging, provocative
discography, plain radiographs and anatomic considerations
Un nuevo sistema de clasificación para la enfermedad discal
degenerativa de la columna lumbar con base en imágenes de
resonancia magnética, discografía provocativa,
radiografías simples y consideraciones anatómicas
John S. Thalgott1
Todd J. Albert2
Alexander R. Vaccaro2
Charles N. Aprill3
James M. Giuffre1
John S. Drake1
Jonathan P. Henke1
ABSTRACT
RESUMO
RESUMEN
Prior attempts to classify degenerative
disc disease (DDD) of the lumbar spine
have been based on MRI signal intensity.
Internal disruption of the disc is not
reliably diagnosed by MRI alone. No
attempt has been made to include
provocative discography and plain
radiographs. The intervertebral joint
is a three joint complex consisting not
only of the endplate-disc-endplate
joint of the anterior column, but also
the two facet joints of the posterior
Tentativas prévias para a classificação
das doenças degenerativas discais
(DDD) da coluna vertebral lombar têm
sido fundamentadas na intensidade do
sinal da ressonância magnética (RM).
O diagnóstico da ruptura interna do
disco intervertebral não é totalmente
confiavel somente pela RM e não houve
tentativas de se incluir discografias
provocativas e radiografias simples. A
articulação intervertebral é um complexo de três articulações, consistindo
Intentos previos de clasificar las
Enfermedades Degenerativas Discales
(DDD) de la columna vertebral lumbar
han sido con base en la intensidad de la
señal de la resonancia magnética (RM).
Ruptura interna del disco intervertebral
no es confiablemente diagnosticado
solamente por la RM. No hubo intentos
de incluirse disco-grafías provocativas
y radiografías simples. La articulación
intervertebral es un complejo de tres
articulaciones, consistiendo no solo en
* Tradução de: Thalgott JS, Albert TJ, Vaccaro AR, Aprill CN, Giuffre JM, Drake JS, Henke JP. A new classification system for degenerative disc disease of the lumbar
spinebased on magnetic resonance imaging, provocative discography, plain radiographs and anatomic considerations. Spine J. 2004;4(6 Suppl):167S-172S.Review.
Traduzido e adaptado por: Carlos Fernando Pereira da Silva Herrero e Carlos Frederico Wanderley Estelita Romeiro. Com permissão do autor.
1
International Spinal Development & Research Foundation, Las Vegas, Nevada USA
The Rothman Institute, Philadelphia, Pennsylvania, USA
3
Magnolia Diagnostic Clinic, New Orleans, Louisiana, USA
2
Recebido: 05/10/2006 - Aprovado: 06/08/2007
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column. To date, no classification system
for lumbar DDD has taken into
account the state of degeneration of
the facet joints. In the past this may
not have been important with regard
to arthrodesis. But as early experience
indicates, the degree of degeneration
of the facet joints is paramount to the
clinical success of an artificial disc
replacement. As we transition from
intervertebral joint fusion to
intervertebral joint replacement it is
imperative that the state of degeneration
of the three joint complex be classified
in such a way that all can evaluate
lumbar DDD using the same terminology.
A new classification system for lumbar
DDD is presented. The intervertebral
segment is graded in two parts, the
anterior column, and the posterior
column, based on MRI, discography,
and plain radiographs. The system
will be validated through a blinded
study of 100 patients requiring stand
alone anterior lumbar interbody
fusion or circumferential fusion.
Though the debate over which discs
are best treated surgically with
indicated for total disc replacement,
or with fusion will continue for some
time, the basic understanding of
intervertebral disc and posterior facet
joint pathology, classified and
validated in a simple forthright
manner, is essential as we move forward
with artificial disc technology.
não apenas na articulação placa
vertebral terminal-disco-placa vertebral
terminal da coluna anterior, como
também nas duas articulações facetárias da coluna posterior. Até hoje,
nenhum sistema de classificação para
DDD da coluna lombar levou em
consideração o estado de degeneração
das articulações facetárias. Antigamente,
esse fato pode não ter sido importante
quando relacionado à artrodese, mas,
como a experiência recente nos mostra,
o grau de degeneração das articulações
facetárias é muito importante para o
bom resultado clínico da artroplastia
com disco artificial. Com a evolução da
artrodese para a substituição da
articulação intervertebral é imperativo
que o estado de degeneração do complexo de três articulações seja classificado, de tal forma que todos possam avaliar a DDD lombar utilizando a
mesma terminologia. Um novo sistema
de classificação para a DDD lombar é
apresentado. O segmento intervertebral é dividido em duas partes, a
coluna anterior e a coluna posterior, e
a classificação é baseada na RM,
discografia e radiografia simples. O
sistema de classificação será validado
por meio de um estudo cego de 100
pacientes necessitando artrodese
intervertebral lombar anterior isolada
ou artrodese circunferencial. Embora a
discussão sobre se o melhor tratamento cirúrgico é a artroplastia total
do disco ou a artrodese continue por
algum tempo, o conhecimento básico
da patologia do disco intervertebral e
das articulações facetárias posteriores,
classificada e validada de uma maneira
simples e objetiva, é essencial conforme avançamos para a tecnologia do
disco artificial.
la articulación placa vertebral Terminaldisco-placa vertebral Terminal de la
columna anterior, así como también en
las dos articulaciones facetáreas de la
columna posterior. Hasta hoy, ningún
sistema de clasificación para DDD de la
columna lumbar llevó en consideración
el estado de degeneración de las
articulaciones facetáreas. Antiguamente
podría no haber sido importante según
su relación con artrodesis, pero según lo
que nos muestra la experiencia reciente,
el grado de degeneración de las
articulaciones facetáreas es muy
importante para un buen resultado
clínico de la artroplastía con disco
artificial. Con evolución de la artro-desis
para la sustitución de la articu-lación
intervertebral es imperativo que el estado
de degeneración del complejo de tres
articulaciones sea clasificado, de forma
tal que todos puedan evaluar a DDD
lumbar utilizando la misma terminología.
Un nuevo sistema de clasificación para
la DDD lumbar es mostrado. El segmento
intervertebral es dividido en dos partes,
la columna anterior y la columna
posterior, y la clasificación basada en la
RM, discografía y radiografía simples.
El sistema de clasificación será evaluado
por medio de un grupo ciego de 100
pacientes necesitando artrodesis
intervertebral lumbar anterior aislada
o artrodesis circunferencial. Sin
embargo la discusión, si el mejor
tratamiento quirúrgico y la artroplastia
total del disco o artrodesis, irá continuar
por algún tiempo, el conocimiento
básico de la patología del disco
intervertebral y de las articulaciones
facetáreas posteriores, clasificada y
válidada de una manera sencilla y
objetiva, es esencial conforme avanzamos
para la tecnología del disco artificial.
KEYWORDS: Intervertebral disk/
anatomy & histology;
Intervertebral disk/
radiography; Lumbar
vertebrae; Magnetic
resonance imaging/methods;
Osteoarthritis/classification;
Osteoarthritis/diagnosis;
Osteoarthritis/radiography
DESCRITORES: Disco
intervertebral/anatomia &
histologia; Disco
intervertebral/radiografia;
Vértebras lombares; Imagem
por ressonância magnética/
métodos; Osteoartrite/
classificação; Osteoartrite/
diagnóstico; Osteoartrite/
radiografia
DESCRIPTORES: Disco
intervertebral/anatomía &
histología; Disco
Intervertebral/radiografía;
Vértebras lumbares; Imagen
por resonancia magnética/
métodos; Osteoartritis/
classificación; Osteoartritis/
diagnóstico; Osteoartritis/
radiografía
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INTRODUÇÃO
Sistemas de classificações para hérnias discais lombares e
doença degenerativa discal (DDD) da coluna lombar foram
previamente desenvolvidas por outros pesquisadores. A
classificação de hérnia discal lombar foi primeiramente descrita
em 1992 por Kim et al.1, os quais relataram uma série de casos
com 28 pacientes, predizendo os tipos de hérnias discais
lombares através da RM, com uma acurácia de 80,6%. Em
1995, Kramer et al.2 descreveram uma classificação para
hérnias discais lombares mais complexa, abrangendo tanto o
tamanho da hérnia quanto a direção do material extruso para
formular um modelo de intervenção cirúrgica consistente.
Mesmo com os trabalhos de Kim e Kramer, Milette3 realizou
uma nova tentativa de classificar as hérnias discais lombares,
recomendando a utilização de CT scans e discografias como
complemento à RM. Embora os três artigos supracitados sejam
úteis na discussão da anatomia patológica da hérnia discal
lombar, não localizam nem classificam a anatomia patológica
da doença discal degenerativa lombar.
Thompson et al.4 propuseram pela primeira vez, em 1990,
um sistema de classificação para DDD da coluna lombar
baseado somente em análises histológicas. A classificação
de cinco pontos refletia as relações entre idade e o grau de
degeneração. Em 2002, Boos et al.5 também classificou a
degeneração discal lombar utilizando espécimes de cadáveres
humanos, no qual sistema histológico classificava os discos
em 8 grupos baseados somente na idade e descrevia a
estrutura geral dos discos em cada grupo de idade.
Em 2000, Southern et al.6 foram os primeiros a classificar a
DDD com RM, utilizando uma escala de 4 pontos em
cadáveres humanos, correlacionando os dados obtidos da
RM com a discomanometria quantitativa (QD), que avalia
diretamente a integridade biomecânica/funcional do complexo
placa vertebral terminal-disco-placa vertebral terminal através
da injeção de líquido no disco e medida da pressão intradiscal.
A RM avalia o conteúdo de hidrogênio e morfologia do disco
baseada na intensidade do sinal. Embora o foco principal
deste artigo tenha sido a biomecânica, Southern mostrou que
a RM, que se relacionou diretamente com a função
biomecânica do segmento, poderia ser usada para classificar
a DDD. Em 2001, Pfirrmann et al.7 aprimoraram o trabalho de
Thompson baseando seu sistema na classificação morfológica
de Thompson, mas utilizando a RM como meio principal de
classificação. Utilizaram uma escala de 5 pontos e obtiveram
excelente validação do seu sistema de classificação através
da confiabilidade intra e interobservador.
Em 2001, em um trabalho conjunto da Sociedade Norte
Americana de Coluna, Sociedade Americana de Radiologia
em Coluna e Sociedade Americana de Neuroradiologia foi
desenvolvido um sistema de nomenclatura e classificação
para patologia do disco lombar8. Esse sistema é completo
na sua descrição da nomenclatura, mas não investe
significativamente em desenvolver um sistema de
classificação para DDD lombar. Este sistema não especifica
graus de degeneração nem recomenda intervenções
cirúrgicas baseadas na DDD lombar.
Até a presente data, nenhum sistema de classificação
levou em consideração modalidades múltiplas de diagnóstico
de imagem. Um aspecto da DDD não detectável na RM e, que
pode ser confiavelmente detectável apenas pela discografia
provocativa, é a ruptura interna do disco (RID). Além disso, o
segmento intervertebral é um complexo de três articulações e
sistemas de classificações prévias ignoraram completamente
o estado de degeneração das articulações facetárias.
Um sistema de classificação compreensivo identificando a
RID e degeneração das facetas articulares pode não ser
necessário quando artrodese (intervertebral, posterolateral com
instrumentação ou circunferencial) do segmento degenerado
for o único método de tratamento cirúrgico, mas artrodese,
através de qualquer abordagem para o tratamento da DDD
lombar, não é mais o único procedimento cirúrgico disponível.
Prótese de Disco (PD) na coluna lombar tem sido realizada na
Europa por quase duas décadas e logo a tecnologia do disco
artificial estará amplamente disponível nos Estados Unidos. É
imperativo que a comunidade de cirurgia de coluna tente evitar
os mesmos erros cometidos no passado pelos cirurgiões
ortopédicos durante a transição da artrodese articular total
para a artroplastia articular total. Nenhum dos sistemas de
classificações descritos na literatura correlaciona RM com
discografia e radiografias simples, que são os três principais
testes radiográficos diagnósticos para doença degenerativa
discal lombar. Além disso, nenhum desses sistemas inclui as
condições dos elementos posteriores no nível da degeneração
nem as condições da placa vertebral terminal. Um disco lombar
degenerado que é apropriado para tratamento com artrodese
intervertebral pode ser ou não apropriado para artroplastia do
disco intervertebral. Artrodese intervertebral e artroplastia discal
não podem vistas como tratamentos cirúrgicos semelhantes
para DDD lombar, pois a biomecânica de movimento é muito
diferente da biomecânica da artrodese.
Discos que têm perda de altura significativa e placas
vertebrais terminais escleróticas e irregulares não são ideais
para artroplastia discal. O desenho da tecnologia atual da
prótese discal artificial não permite falhas em termos de
posicionamento central do disco e contato entre a placa
vertebral terminal e o implante. Discos deste tipo também têm
uma elasticidade reduzida do segmento, diferente dos modelos
biomecânicos utilizados para testar estes dispositivos.
Dados clínicos precoces da PD nos Estados Unidos
(Aléxis Shelokov, M.D., comunicação pessoal) sugerem que
pacientes com degeneração articular facetária pré-existentes
têm evolução pior à medida que as facetas articulares se
tornam sobrecarregadas, levando a dor no complexo articular
facetário. Assim, é fundamental que a seleção dos pacientes
para PD inclua a avaliação completa do estado degenerativo
da coluna posterior dos pacientes.
Estes são detalhes importantes à medida que a PD se torna
mais disponível. Nem todos pacientes com DDD lombar
deveriam ser submetidos à PD com a tecnologia dos
dispositivos disponíveis atualmente. A comunidade de cirurgia
de coluna deve definir melhor quais discos são apropriados
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para artroplastia e quais discos deveriam ser artrodesados.
Estas questões não podem ser respondidas até que o complexo
articular intervertebral seja adequadamente classificado.
MÉTODOS
Foi desenvolvido recentemente um novo sistema de classificação para a doença degenerativa discal lombar (DDD). O segmento intervertebral é dividido em duas partes, a coluna anterior
e a coluna posterior, baseada na RM, discografia e radiografias
simples. O sistema de classificação utiliza RM, discografia
provocativa e radiografias simples AP e perfil. Estas três
modalidades de imagens são combinadas para avaliar o seguinte: aparência da imagem na RM, ângulo de lordose do segmento
intervertebral, o formato e as condições da placa vertebral terminal,
presença ou ausência de rupturas internas no disco (discografia
provocativa dolorosa ou não), presença ou não de hérnia discal
ou mobilidade intersegmentar, altura do interespaço, presença
ou ausência de osteófitos, deformidade sagital ou coronal,
degeneração articular facetária, presença ou ausência de estenose
vertebral e, se presente, qual tipo de estenose. O CT scan é o
método de escolha para avaliar a degeneração facetária e estenose
vertebral, entretanto, se o paciente não apresentar sintomas de
dor radicular, CT scan freqüentemente não são realizados.
Portanto, embora as imagens de CT scan possam ser usadas
para avaliar a degeneração articular facetária e a estenose vertebral,
não é parte deste sistema porque nem todos os pacientes são
rotineiramente submetidos a este exame.
Este novo sistema de classificação é composto por três escalas, sendo uma escala para a coluna anterior e duas escalas
para a coluna posterior. A escala da coluna anterior descreve os
discos sem deformidades sagitais ou coronais em quatro partes,
A-B-C-D. Discos com deformidades sagitais são graduados como E e os discos com deformidades coronais são do
tipo F (Tabela 1).
TABELA 1 - Sistema de classificação para doença degenerativa discal lombar
Coluna anterior
A
Sinal normal nas seqüências ponderadas em T2 na RM
Lordose no plano sagital
Placas vertebrais terminais em forma de domo
Densidade normal da placa vertebral terminal
- Herniações
Ausência de mobilidade intersegmentar
Coluna anterior
D
Grave desidratação nas imagens ponderadas em T2
na RM
Neutro a cifose no plano sagital
+ Esclerose da placa vertebral terminal
Perda completa da anatomia da placa vertebral terminal
+Ruptura discal interna completa/dolorosa
+/- Herniações, provavelmente +
Ausência de mobilidade intersegmentar
Colapso total do espaço discal com perda do arco
posterior
+/- Osteófitos anteriores
- Perda de altura do disco
B
Desidratação nas imagens ponderadas em T2 na RM,
porém anatomia normal
Pode ocorrer perda da lordose no plano sagital
+ / - Leve esclerose da placa vertebral terminal
+ / - Ruptura discal interna/pode ser dolorosa
+ / - Herniações
Leve aumento da mobilidade intersegmentar
- Perda da altura do disco
E
Deformidade translacional no plano sagital
Espondilolistese ístimica/lítica – grau I-V
Subclassificação do disco “A” – “D”
Mobilidade do segmento devido a defeito na pars
Espondilolistese degenerativa – grau I-II
Todos possuem discos grau “C” ou “D”
+ / - Contato entre as placas vertebrais terminais
C
Grave desidratação nas imagens ponderadas
em T2 na RM
Ausência de lordose no plano sagital
F
Deformidade no plano coronal
Irregularidade na placa vertebral terminal
Etiologia degenerativa
Todos são discos “C” e “D”
+ Osteófitos
+ / - Esclerose da placa vertebral terminal
Perda do formato em domo da placa vertebral terminal
com irregularidade de sua superfície
+ Ruptura discal interna/dolorosa
+ / - Herniações
Mobilidade intersegmentar aumentada
+ Perda de altura do disco
Coluna Posterior
1
Ausência de degeneração articular facetária
2
Degeneração articular facetária / ausência de estenose
3
a
b
c
Degeneração articular facetaria com estenose
Presença de estenose central
Presença de estenose lateral
Presença de estenose foraminal
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Discos do Tipo A são discos “normais” com um sinal em
T2 na RM mostrando hidratação adequada e são lordóticos
no plano sagital. As placas vertebrais terminais têm um formato em domo e densidade normais. Não há ruptura interna
na discografia provocativa, hérnia, mobilidade
intersegmentar ou perda da altura do interespaço (Figura 1).
Os discos do Tipo B apresentam pouca desidratação nas
sequências ponderadas em T2 da RM. Porém tem anatomia
normal. Podem ter uma perda da lordose no plano sagital e
podem ou não apresentar leve esclerose na placa vertebral
terminal, ruptura interna no disco (dolorosa ou não), ou hérnia.
Há um pequeno aumento na mobilidade intersegmentar e perda
evidente da altura do interespaço (Figura 2).
215
Os discos do Tipo C demonstram grave desidratação nas
sequências ponderadas em T2 da RM e não apresentam
lordose no plano sagital. As placas vertebrais terminais são
comumente escleróticas, apresentando o formato irregular
evidente, com perda de seu formato em domo. Além disso,
são positivos para ruptura interna dolorosa e pode ou não
haver herniações. Existe um aumento na mobilidade segmentar
e perda significativa da altura do interespaço (Figura 3).
A
B
A
B
C
D
Figura 3
Representações de disco do Tipo C: A) Anatomia. B)
Ressonância magnética. C) Discografia. D) Radiografia
simples lateral
C
D
Figura 1
Representações de disco do Tipo A: A) Anatomia. B)
Ressonância magnética. C) Discografia. D) Radiografia
simples lateral
A
Discos do Tipo D demonstram grave desidratação nas
sequências ponderadas em T2 da RM e são neutros com
relação à cifose no plano sagital. As placas vertebrais
terminais são escleróticas e há perda completa de sua
anatomia. São positivos para ruptura discal internas
dolorosas e herniações são comuns. Não existe mobilidade
intersegmentar, porém está presente colapso total do
interespaço com perda do arco posterior. Pode ser ou não
acompanhados de osteófitos anteriores (Figura 4).
B
A
B
C
D
D
C
Figura 2
Representações de disco do Tipo B: A) Anatomia. B) Ressonância
magnética. C) Discografia. D) Radiografia simples lateral
Figura 4
Representações de disco do Tipo D: A) Anatomia. B) Ressonância
magnética. C) Discografia. D) Radiografia simples lateral
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Os discos do Tipo E são associados com deformidade
translacional no plano sagital, abrangendo espondilolistese
ístimica-lítica grau I-IV. Existe mobilidade no segmento
devido ao defeito na pars e nos graus II-IV pode ocorrer um
contato entre as pacas vertebrais terminais. Todos os discos ístimicos-líticos são subclassificados de A-D.
Espondilolistese degenerativa, grau I-II, pode apresentar contato entre as placas vertebrais terminais e todas são
subclassificadas em C ou D (Figura 5).
Discos do Tipo F são associados com deformidade no
plano coronal e irregularidade na placa vertebral terminal. A
presença de osteófitos é comum. Todos os discos do tipo F
são subclassificados em C ou D (Figura 6).
As duas escalas para a coluna posterior descrevem a
degeneração facetária e estenose vertebral. Degeneração
facetária é classificada em uma escala de 1 a 3, sendo 1 =
ausência de degeneração facetária articular, 2 = presença de
degeneração facetária articular sem estenose e 3 = degeneração facetária com estenose (Figura 7).
A escala de estenose vertebral é usada apenas com o
grau 3 da faceta articular. Estenose é classificada em a =
estenose central, b = estenose lateral e c = estenose foraminal
(Figura 8). Exemplos do sistema completo de classificação
são representados na Figura 9.
A
A
B
C
Figura 7
Representações da escala de graduação da degeneração
facetária utilizando RM: A) 1 = ausência de degeneração
articular facetária. B) 2 = presença de degeneração articular
facetária sem estenose. C) 3 = presença de degeneração
articular facetária com estenose
A
B
C
Figura 8
Escala de classificação de estenose utilizando ressonância
magnética nos casos de degeneração grau 3: A) a =
presença de estenose central. B) b = presença de estenose
lateral. C) c = presença de estenose foraminal
B
Figura 9
Disco L5-S1 classificado como Tipo C.1
C
D
Figura 5
Representações de disco do tipo E:
A) Anatomia.
B) Ressonância magnética.
C) Discografia.
D) Radiografia simples lateral. Exceto pela anatomia, este
disco em particular é subclassificado como C
A
B
C
Figura 6
Representações de disco do tipo F:
A) Ressonância magnética lateral.
B) Ressonância magnética sagital.
C) Radiografia simples AP
DISCUSSÃO
No sentido de discutir quais segmentos interdiscais são ou
não apropriados para PD, um sistema de classificação com
nomenclatura simples deve ser validado e aceito, semelhante às classificações de King ou Lenke para deformidades da
coluna vertebral. A linguagem a DDD lombar deve ser igual
para todos, uma vez que estamos evoluindo da artrodese
para a PD.
As indicações para artrodese lombar e artroplastia do
disco lombar se sobrepõe em várias ocasiões, mas não são
idênticas. Pacientes apresentando sintomas de DDD associados à degeneração articular facetária e/ou à presença de
estenose são bons candidatos a artrodese lombar. Mas experiências precoces com PD nos ensinaram que pacientes
com patologia na coluna posterior não são candidatos ide-
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ais para PD. Dito isso, muitos pacientes com dor intratável
na coluna causada por DDD em 1 ou 2 níveis com patologia
na coluna posterior serão candidatos à artrodese ou à PD.
Entretanto, pacientes com discos do tipo D e muitos com
disco do tipo C não serão indicados a PD devido à placa
vertebral terminal com formato irregular e escleróticas e à
falta de elasticidade do interespaço. As placas vertebrais
terminais escleróticas não se adaptarão aos platôs das
próteses discais levando ao encaixe inadequado do dispositivo; e a falta de elasticidade não permitirá que a prótese
funcione livremente dentro de seu limite de mobilidade. Discos artificiais implantados nestes pacientes irão provavelmente ter uma taxa elevada de falha e/ou artrodese espontânea com o tempo.
Pacientes com discos do tipo E ou F (deformidades
sagitais ou coronais) normalmente não são indicados para
PD e provavelmente no futuro não o serão. Os discos do
tipo A são normais, então, claramente não serão artrodesados
nem substituídos. Isto deixa apenas os discos do tipo B e
alguns do tipo C (sem patologia posterior) como os únicos
segmentos degenerativos indicados para PD. Os discos do
tipo B apresentam pouca desidratação a RM, mas são, ao
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contrário, normais e sem perda de altura discal, com ou
sem ruptura discal interna. Em outras palavras, um outrora
segmento normal com ruptura discal interna clássica como
mostrado por discografia provocativa. Os discos do tipo
C apresentam na RM grave desidratação, com ou sem
esclerose da placa vertebral terminal e perda da forma normal de domo da placa vertebral terminal. As placas vertebrais terminais podem ser irregulares e o disco é positivo
para ruptura discal interna. Os discos do tipo C sem
esclerose ou irregularidades graves nas placas vertebrais
terminais são candidatos a PD. Entretanto, a prótese discal
deve ser plana para acomodar a perda do domo da placa
vertebral terminal. Uma prótese em forma de domo não se
adaptará de maneira adequada à placa vertebral terminal e
ocorrerá falha no encaixe.
Os debates sobre quais discos são indicados para PD
e quais discos não o são continuará por algum tempo. Com
o avanço tecnológico nas próximas décadas, as indicações para PD irão provavelmente expandir. No entanto é
imperativo que uma compreensão universal da patologia
do disco e da coluna posterior seja classificada e validada
para o uso por cirurgiões de coluna e pela indústria.
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Spine. 2001;26(5):E93-E113.
Correspondência
John S. Drake, M.S.
International Spinal Development &
Research Foundation
600 South Rancho Dr, Ste 101
Las Vegas, NV 89106
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COLUNA/COLUMNA. 2007;6(4):211-217
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