Tema: Métodos de Avaliação: seletivos ou orientadores - IBB

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Tema: Métodos de Avaliação: seletivos ou orientadores? – Responsável:
Jaqueline Amanda S. C. de Camargo Bolsista MEC/SESu – PET
O processo pedagógico tal como o conhecemos é composto por três
etapas fundamentais (planejamento, execução e avaliação), que devem ser
encaradas como igualmente importantes dentro do processo de ensinoaprendizagem. Porém nas últimas décadas a “avaliação” tem obtido grande
destaque não só diante de estudiosos da área educacional, mas perante toda a
sociedade brasileira. Isso graças a definição tortuosa que professores, alunos
e pais lançam sobre o processo de avaliação; caracterizando-o como finalista e
com o mero objetivo de aprovar e/ou reprovar os alunos, não se importando
com a aprendizagem efetiva dos mesmos.
Ao longo de toda a história do processo pedagógico, inúmeras dúvidas
surgem quando se tenta conceituar o termo avaliação. Profissionais da
educação devem permanecer atentos a diferença existente entre avaliar e
verificar; pois o objetivo maior da escola é a avaliação (“atribuição de um valor
a alguma coisa, ato ou curso de ação”) e não somente a verificação
(“investigação da verdade sobre algo, sem atribuição de valor”), conceito esse
que se torna cada vez mais presente nas instituições educacionais brasileiras.
A escola atual está pautada na “pedagogia do exame”, cuja atenção maior é a
promoção, erros por parte dos alunos e elaboração de provas, causando o
detrimento da relação professor-aluno, além de implantar o medo nos
discentes perante o processo de aprendizagem.
O erro como fonte de “tortura” está presente desde a época da
implantação da escola em nosso país. Porém ao longo de todo o processo de
construção da mesma, e graças ao advento de algumas leis que asseguram a
integridade de crianças e adolescentes, os castigos físicos transformaram-se
em psicológicos, não menos culpado em promover transtornos e diversos tipos
de humilhação aos alunos. Diante de tal situação surge um questionamento: mas
afinal, o que é o erro se não uma breve pausa para avaliarmos o caminho
tomado?
Embora a visão de avaliação como seletiva ainda permaneça em nossa
sociedade, a idéia de avaliar sendo sinônimo de orientar, cada vez mais se
solidifica no meio educacional. A avaliação orientadora é aquela que se
caracteriza por ser um processo contínuo e sistemático, integral (contendo
princípios básicos como o cognitivo, afetivo e psicomotor) e estar em função de
objetivos. Logo, auxiliar os alunos a repensar sobre suas dificuldades e assim
promover uma efetiva práxis.
Dentro do processo de avaliação, educadores e outros profissionais da
área podem lançar mão de diversos instrumentos de avaliação, que oscilam de
acordo com o objetivo que se queira alcançar, com a faixa etária dos alunos,
com o grau de alfabetização e outros. Segundo Susana Cols e Maria Martí as
técnicas são divididas em aplicação de provas (podendo ser oral ou escrita,
sendo essa última separada em dissertativa ou objetiva), observação (registro
anedótico, lista de controle e escalas de classificação), auto-avaliação
(inventário) ou ainda técnica sociométrica.
Com tantas alternativas as quais os educadores se deparam, quase
sempre surge a dúvida de qual instrumento escolher. Para que se tenha certeza
que está diante de um bom instrumento de avaliação, deve-se atentar a
algumas características como validade, fidedignidade (precisão), objetividade e
praticidade. E como relatam os estudiosos da área, uma boa avaliação é aquela
que orienta os educandos ao longo de seu caminho e não aquela que interrompe
sua jornada rumo a aprendizagem efetiva. Se assim encará-la, não mais causará
pavor nos alunos, mas servirá de escada para formar cidadãos conscientes e
vitoriosos; que é o que toda nação deseja.
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