Educação alimentar em meio escolar - Educar e

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Educação alimentar em meio escolar
Renata Lima
A importância da inserção da educação alimentar no ambiente escolar da
educação infantil reside na convergência entre aspectos da pedagogia com a
instrução nutricional, que se alicerça nas atividades com brincadeiras. As
brincadeiras auxiliam o desenvolvimento global da criança, que se capacita a
exercitar e organizar o pensamento — formando sua individualidade e sua
linguagem. Essa estratégia pedagógica se vale de diversos jogos com o fim de
incentivar a criatividade, a sociabilidade e a espontaneidade da criança, além
de consistirem o melhor método de iniciação ao prazer estético, a descoberta
da individualidade e a meditação individual.
A alimentação é uma necessidade básica e um direito de todos. Segundo a
Constituição Federal, trata-se de fator tão necessário à educação quanto o livro
e o transporte. Para garantir o direito de alimentação na escola, o governo criou
o Programa Nacional de Alimentação Escolar, que rege o trabalho da nutrição
no âmbito educacional. Há vários aspectos que evidenciam a importância da
alimentação em nossas vidas e na educação infantil: a função biológica (atende
as necessidades individuais de acordo com a faixa etária); a psicológica (os
aspectos psicoemocionais); e a socialização do alimento (aspecto agregador).
Os educadores desempenham papel fundamental na tarefa de transmitir o
hábito da alimentação saudável às crianças. A ação em conjunto entre os
nutricionistas e os educadores é imprescindível para que se consigam
resultados satisfatórios na construção do projeto de alimentação saudável nas
escolas. Uma vez que trabalham cotidianamente com o grupo de alunos da
instituição de ensino e constituem um ponto de referência para as crianças, os
educadores podem exercer uma função de grande relevância ao demonstrar a
importância de se alimentar com equilíbrio.
A alimentação saudável significa a busca pelo equilíbrio entre os diversos
tipos de alimentos. Trata-se, portanto, de planejar a alimentação através de
todos os grupos alimentares, com o objetivo de obter a mais completa dieta do
conjunto de nutrientes: cereais (energéticos, a base da alimentação), frutas,
hortaliças, proteínas (animais e vegetais) e até açúcar e gordura.
É indiscutível a importância de uma alimentação adequada, visando
assegurar o crescimento e o desenvolvimento durante a infância, além de seu
papel na manutenção da saúde e do bem-estar do indivíduo. O hábito alimentar
saudável se inicia na infância, e, ao conseguirmos inserir esse costume no
processo educacional mais tenro, conseguiremos grande êxito na formação
saudável das crianças, que permanecerá até a idade adulta. Algo muito curioso
que tenho notado é a freqüência com que, hoje, muitas crianças são criadas
por seus avós, que cultivaram hábitos alimentares conservadores, e
argumentam com estes sobre aspectos da alimentação saudável que
aprenderam na escola. De fato, a alimentação equilibrada concorre para a
diminuição de ocorrência de doenças crônicas não-transmissíveis, como
pressão alta, diabetes, colesterol elevado, hipertensão e obesidade.
As crianças necessitam de estímulos para se alimentarem e a infância é o
momento ideal de inserção dos hábitos saudáveis de nutrição. Nesse contexto,
os professores desempenham cumpre função essencial na formação desses
hábitos, da memória alimentar e do paladar de seus alunos. Para esse fim, os
nutricionistas procuram executar todo um trabalho de preparação dos
profissionais de educação para criar a mais apropriada relação das crianças
com a alimentação. Noções referentes à rotina diária de alimentação, ao
conhecimento do ato de se alimentar, ao comportamento à mesa e à forma
como apresentar os alimentos reforçam a ideia da alimentação saudável nos
alunos.
Aos educadores competem algumas ações indispensáveis no sentido de
aprimorar os bons hábitos alimentares: jamais utilizar postura de chantagem ou
castigo; não fazer comentários negativos sobre alimentos; estimular e orientar
sobre a importância do consumo de certos alimentos; não misturar as
preparações para que as crianças reconheçam os diferentes alimentos; não
retirar do prato o alimento rejeitado, tentando identificar o motivo da recusa;
não supervalorizar significados carreados pelos sentimentos; e, servindo como
exemplo, participar da refeição, sempre que possível, junto com a criança e
estimulá-la a comer e saborear os alimentos.
Quanto ao campo de conhecimento da educação nutricional, é um processo
multidisciplinar que procura desenvolver a motivação pela alimentação
saudável e despertar nas crianças a escolha por esse hábito. As metas
estabelecidas pelos profissionais encarregados dessa prática são: formar
valores relativos à alimentação; promover a saúde individual e coletiva; reduzir
os riscos das doenças crônicas não-transmissíveis; e prevenir os distúrbios
nutricionais.
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