Construindo Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável das Autogestões Não Conformidade Combatendo o OVER USE no Sistema de Saúde Suplementar José Cechin FenaSaúde FENASAÚDE Federação Nacional de Saúde Suplementar 2 Grupos associados a FenaSaúde ALLIANZ SAÚDE S.A CARE PLUS MEDICINA ASSISTENCIAL LTDA CAIXA SEGURADORA ESPESCIALIZADA EM SAÚDE S.A GRUPO AMIL SAÚDE GRUPO BRADESCO SAÚDE GRUPO INTERMÉDICA GRUPO SUL AMÉRICA SAÚDE GOLDEN CROSS ASSISTENCIA INTERNACIONAL DE SAÚDE LTDA ITAUSEG SAÚDE S.A MARÍTIMA SAÚDE SEGUROS S.A METLIFE PLANOS ODONTOLÓGICOS LTDA ODONTOPREV OMINT SERVIÇOS DE SAÚDE LTDA PORTO SEGURO - SEGURO SAÚDE S.A SALUTAR SAÚDE SEGURADORA S.A TEMPO SAÚDE UNIMED SEGUROS SAÚDE S.A FenaSaúde Associadas à FenaSaúde: 17 grupos empresariais 31 operadoras 13 seguradoras 12 medicinas de grupo 6 odontologias de grupo Beneficiários : 27,1 milhões de pessoas – 38,1% do total (Dez/2013) Despesas assistenciais : 2013 - R$ 35,7 bilhões - 38,9% do total do mercado 4 Consumidor Responsável Alinhamento de incentivos 5 Aspirações do indivíduo • Aspirações do indivíduo – Vida longa, prazerosa, saudável, sem dor – Diagnóstico rápido e preciso – Tratamento para recuperação segura, rápida e sem sofrimento – Acesso ao último grito da tecnologia – preferência pelas mais sofisticadas e caras • Uso cada vez mais frequente dos recursos da medicina: – Estamos usando mais serviços médicos: mais cuidados, mais diagnósticos, mais prescrições... • Mas estamos tendo mais saúde? • Promoção da saúde e prevenção da doença – Em tese, deseja, pois está convencido da importância – Na prática sucumbe às tentações do prazer imediato ás custas do amanhã 6 Aspirações do indivíduo • Consumerismo – consumo responsável - avalia consequências do consumo – busca de valor – serviços por real • Medir valor – precisa construir indicadores e medi-los • Responsabilização do indivíduo – o indivíduo é sempre o pagador em última instância, mas nem sempre é o que lhe parece – racionalidade individual difere da coletiva – Em consequência • Tende a consumir em excesso, pressionando custos • Menospreza a adoção de hábitos saudáveis de vida • Hábitos inadequados afetam a ele no futuro e também toda a coletividade 7 Fatores determinantes da Saúde Estado de saúde depende de cada um 50% 20% 20% 10% Acesso aos serviços de saúde Importância 10% Genética 20% Ambiente 20% Comportamento 50% Fonte: IFTF, Centers for Disease Control and Prevention 8 8 Exemplo – custo da obesidade nos US 2007 9 Custo de hábitos de vida (US 2006) 450 Custo anual de=hábitos vida não-saudáveis (EUA, 2006) Total US$ 1,1de trilhão (metade do gasto total) 403,13 400 US$ em bilhões 350 300 250 206,4 188,2 200 150 151,6 143,3 100 50 0 Obesidade Tabagismo Sedentarismo Diabetes Doença cardíaca e Derrame Fonte: www.healthpromotionadvocates.org 10 10 Consumidor para a conta Fonte: McKinsey Center for US Health System Reform. Dec 2011, p. 13. 11 Over Use Conceitos 12 OVER USE • Over use ou over treatment: Excesso de procedimentos sem fazer diferença no desfecho clínico, podendo até piorar a situação, e encarecendo custos. • Archives of Internal Medicine1 noticia pesquisa com médicos de cuidados primários nos US com os seguintes resultados: • 46% reportaram que seus pacientes recebem cuidados além do necessário • 6% que recebem cuidados insuficientes • 52% que recebem o montante certo 1 Sirovitch B.E. et alli. Too Little? Too Much? Primary Care Physicians´ views on US Health Care. Arch. Internal Medicine, V. 171, Sep. 26, 2011. 13 OVER USE • Razões alegadas: • Preocupações com mas práticas • Requisitos de desempenho • Tempo insuficiente com seus pacientes • Incentivos financeiros Médicos acreditam que são remunerados para fazer mais e estão sujeitos a apenações se fizerem menos. OVER USE • Variabilidade de procedimentos entre regiões nos US: • Pesquisa em 15 comunidades em Vermont1 mostrou grande variabilidade nas taxas de realização de procedimentos. • Examinaram questões de produtividade e se mais procedimentos significavam melhores resultados • Ex. amigdalectomia até os 15 anos: variação entre 20% e 65% • O que explica a variabilidade? • Variabilidade ligada a doenças: hospitalizações por fraturas, por ex. • Porque pessoa sabe que tem fratura • Mas as diferenças observadas em procedimentos cirúrgicos, admissões para cirurgias e consultas por condições crônicas não eram explicadas pela epidemiologia 1 Entrevista no Medscape com J. E. Wennberg, Feb. 24, 2012 OVER USE • Variabilidade grande tanto nas taxas de admissões ou procedimentos cirúrgicos quanto nas intensidades dos tratamentos • Explica-se pela existência de múltiplos procedimentos para uma mesma doença • E quando aos procedimentos resultam em desfechos clínicos semelhantes: • a quem compete escolher – ao profissional ou ao paciente? • por qual critério? OVER USE e OVER DIAGNOSE • Diagnósticos excessivos por imagens com radiação trazer efeitos colaterais adversos:1 • Crescente literatura apontando para o uso inadequado exames de PSA ou de imagens para câncer de próstata • Resultam em tratamentos para casos que nunca desenvolveriam a doença e deixariam sequelas muito indesejáveis. • Campanha para reduzir testes médicos não necessários na Suécia: • Dez anos de campanha caiu de 45% para 3% a quantidade de testes desnecessários • Mas também caiu a quantidade de testes apropriados para pessoas de alto risco, de 63% para 43%. • Em 2012, a American Society of Clinical Onclogy recomendou que se descontinuem 5 procedimentos ou testes para câncer. 1 Medscape de 10/13/20122 e 25/07/2013 Efeitos adversos do excesso de diagnóstico e tratamento • Estima-se que entre 1991 e 1996, cerca de 0,4% de todos os canceres no US são atribuíveis à radiação proveniente de exames de tomografia (IESS 2014) • No Reino Unido, estudo verificou que mamografias a partir dos 20 anos de idade causariam mais mortes por câncer induzido por radiação do que previniria (IESS 2014) 1 Medscape de 10/13/20122 e 25/07/2013 Fontes de desperdício • Fontes de desperdício os US:1 • • • • • Falhas na prestação da assistência Falhas de coordenação Overtreatment Falhas de preços Abusos e fraudes • Complexidade administrativa • Estimativa de recursos envolvidos (2011) Total (US$ bilhões) % do gasto total 1 Baixa 558 21% média 910 34% Informações baseadas nos seguintes textos: IESS Fontes de desperdício de recursos no sistema de saúde americano. Berwick & Hackbarth, JAMA 2012. Eliminating Waste in US Health Care. alta 1.263 47% Indicadores Assistenciais taxas de utilização 20 Indicadores Econômico-financeiros e de Beneficiários Fontes e usos da receita – Mercado (R$ bilhões) Fontes: DIOPS/ANS - Extraído em 11/4/14 - IBGE- Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor - Extraído em 18/3/14. Notas: ¹Variação entre 2008 e 2013. ²Contempla as despesas comerciais. Indicadores Econômico-financeiros e de Beneficiários Fontes e usos da receita – FenaSaúde (R$ bilhões) Fontes e usos Receita Despesa Total Resultado operacional Despesa assistencial Consultas Exames Terapias Internações Despesa com administração2 Impostos IPCA% Reajuste ANS 2007 17,1 15,7 1,4 12,9 2,6 2,9 0,5 4,9 2,5 0,3 - 2008 19,7 18,7 1,0 15,4 2,7 3,2 0,8 6,9 3,0 0,3 5,9 5,5 2009 21,9 21,2 0,7 17,6 2,6 3,8 0,8 8,1 3,3 0,3 4,3 6,8 2010 24,7 24,0 0,7 19,8 3,0 4,1 1,0 9,0 3,8 0,4 5,9 6,7 2011 31,8 30,5 1,3 25,2 4,1 6,0 1,3 14,6 4,7 0,6 6,5 7,7 2012 37,2 36,1 1,0 30,1 4,7 7,0 1,4 15,8 5,4 0,6 5,8 7,9 Fontes: DIOPS/ANS - Extraído em 11/4/14 - IBGE- Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor - Extraído em 18/3/14. Notas: Consideradas 27 das 29 operadoras associadas entre 2007 e 2012. Em 2013, considera as 31 operadoras associadas à FenaSaúde em dez/13. ¹Variação entre 2007 e 2013 ²Considera as despesas com comercialização. (...) Dados indisponíveis. ∆ %¹ 117,7 129,9 133,8 81,6 143,3 150,8 223,3 114,9 90,6 31,9 39,7 2013 44,3 42,5 1,8 35,7 ... ... ... ... 6,1 0,7 5,9 9,0 Dados assistenciais - Eventos Quantidade de eventos na assistência médica - FenaSaúde Eventos Total¹ Consultas médicas Exames complementares Terapias Outros atendimentos ambulatoriais² Internações Beneficiários de Assist. Médica 2013 (mil) 366.343 76.639 221.637 16.057 49.808 2.201 Δ(%) 2013/2012 7,9 2,4 10,0 3,2 9,2 13,1 14.949 8,6 Fonte: SIP/ANS - Extraído em 28/3/14. Nota: ¹Não inclui procedimentos odontológicos. ²Atendimentos realizados em regime ambulatorial de caráter eletivo, urgência ou emergência. Inclui atendimentos com profissionais de nível superior. 23 Dados assistenciais Taxas per capita¹ de eventos na assistência médica - FenaSaúde Eventos Consultas médicas Exames complementares Terapias Outros atendimentos ambulatoriais² Internações (por 100 benef.) 2013 5,4 15,8 1,1 3,5 15,4 2012 5,2 14,3 1,1 3,2 13,6 Fonte: SIP/ANS - Extraído em 28/3/14. Notas: ¹Para fins de cálculo das taxas foram considerados os beneficiários expostos em cada tipo de evento no período. ²Atendimentos realizados em regime ambulatorial de caráter eletivo, urgência ou emergência. Inclui atendimentos com profissionais de nível superior. 24 Dados assistenciais Taxas per capita – FenaSaúde 2011 2012 2013 Consultas por Exames por beneficiário consulta 5,32 2,49 5,49 2,69 5,32 2,89 Exames por beneficiário 13,23 14,79 15,38 Fontes: SIP/ANS - Extraído em 25/4/12 (2011), 28/3/14 (2012 e 2013). TABNET/ANS - Extraído em 22/4/14. Nota: Média no ano dos Beneficiários de planos de assistência médica com ou sem odontologia. Considerados todos beneficiários de planos de assistência médica. Dados brutos informados pelas operadoras de planos de saúde. 25 Alta complexidade Taxas de RNM, TC e consultas – Brasil e países selecionados OCDE País Brasil Sistema Público (SUS)¹ (2012) Saúde Suplementar (2012) FenaSaúde² (2013) Média OCDE Alemanha (2009) Austrália (2012) Canadá (2011) Estados Unidos (2011) França (2011) Reino Unido (2010) Ressonância Tomografia nuclear magnética computadorizada por 1.000 hab. por 1.000 hab. 4,5 90,1 144,9 48,3 95,2 26,1 49,8 102,7 67,5 41,4 18,4 95,1 145,7 128,2 117,1 104,3 127,0 273,8 154,5 77,5 Consultas per capita 3,5 5,6 5,3 6,5 9,7 6,9 7,4 4,1 6,8 5,0 Fontes: FenaSaúde - SIP/ANS - Extraído em 28/3/14. SUS - DATASUS - Extraído em 28/12/13. IBGE - Projeção da população do Brasil por sexo e idade para o período 2000-2060. Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD) Health Data 2013 Notas: ¹Não inclui a população beneficiária de planos médicos da Saúde Suplementar. ²Os valores apurados para o Brasil nesta edição são diferentes daqueles apresentados na 4ª edição em razão da atualização do número de beneficiários realizada pela ANS e da nova projeção da população do IBGE. 26 Saúde é diferente • Quem escolhe o procedimento (prestador) não é quem utiliza • Quem utiliza (paciente) não é quem paga o procedimento • Quem paga o prestador (operadora) não escolhe o procedimento Decisões estão apartadas do custo Em outros setores: A escolha depende do preço, dos gostos e preferências, do preço de bens complementares/substitutos e da disponibilidade de recursos ($) Quem escolhe é a mesma pessoa que utiliza e paga (*) KENNETH J. ARROW. Fundador da Economia da Saúde. Prêmio nobel de economia de 1971. Seu trabalho mais importante foi “Uncertainty and the Welfare Economics of Medical Care”. The American Economic Review v.iii.1961 27 Oferta de equipamentos1 • A oferta de equipamentos tende a gerar sua própria demanda • Setor privado detém 62% dos equipamentos da alta complexidade • 90% dos que utilizam equipamentos privados de diagnóstico são beneficiários de planos de saúde • Disponibilidade de equipamentos por 100 mil habitantes é pouco inferior à média da OCDE, mas superior a de alguns países com sistemas universais de saúde como UK e Ca. 1 Dados do IESS: PIB Estadual e Saúde: riqueza regional relacionada à disponibilidade de equipamentos e serviços de saúde para o setor de saúde suplementar. 2014. 28 Crescimento das despesas 29 Percent Annual Increase in National Health Expenditures (NHE) per Capita vs. Increase in Consumer Price Index (CPI), 1980-2012 16% 14% Annual Increase in NHE per Capita Annual Increase in CPI 12% 10% 8% 6% 4% 2% 0% -2% SOURCE: Kaiser Family Foundation calculations using NHE data from Centers for Medicare and Medicaid Services, Office of the Actuary, National Health Statistics Group, at http://www.cms.hhs.gov/NationalHealthExpendData/ (see Historical; National Health Expenditures by type of service and source of funds; file nhe12.zip), and CPI data from Bureau of Labor Statistics at ftp://ftp.bls.gov/pub/special.requests/cpi/cpiai.txt (All Urban Consumers, All Items, 1982-1984=100, Not Seasonally Adjusted, U.S. city average). 818,0% 216,3% US – PIB e Gasto per capita VCMH - Variação de Frequência, Preço e Custo Aumento das despesas Fonte: OECD Health Statistics 2013. Por que crescem as despesas 34 Impulsionadores das despesas • Tecnologia • Renda • Envelhecimento • Transição epidemiológica Incorporação tecnológica - OPME O Setor de Saúde representa 9% do PIB (R$ 330 bi) R$ 155 bi 47% R$ 175 bi R$ 72 bi 53% R$ 60 bi 83% 41% 67% R$ 40 bi 20% Setor Público Setor Privado Fonte: Estudo Orizon 2011 Operadoras Despesas Assistenciais Insumos Hospitalares OPME R$ 8 bi Incorporação tecnológica - OPME Incorporação tecnológica Avaliação de Tecnologia em Saúde – custo-efetividade Efetividade Quando incorporar? + Tecnologia de mais baixo custo e melhor resultado Incorporar! - Vale incorporar? Comparar ganho de resultado com custo adicional Tecnologia de mais alto custo e melhor resultado Custo Tecnologia de mais baixo custo e menos eficaz Tecnologia de mais alto custo e menos eficaz - + Não incorporar! GUIA DO CONSUMIDOR 39 Obrigado José Cechin Diretor Executivo [email protected]