Produção de mudas de Zamioculcas zamiifolia por estaca foliar

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Produção de mudas de Zamioculcas zamiifolia por estaca foliar
Raíssa Pereira Dinalli1, Regina Maria Monteiro de Castilho2, Rodolfo de Niro Gazola3,
4
5
6
Thiago de Souza Celestrino , Douglas de Araújo Gonzaga e Antônio Flávio Arruda Ferreira
1,3,4,5,6
Pós-graduanda (o) (Mestrado) em Sistemas de Produção, Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Engenharia, Avenida Brasil
Centro, 56, CEP 15385-000, Ilha Solteira/SP, Brasil ([email protected], [email protected],
[email protected], [email protected], [email protected]) 2Professora Assistente Doutora, UNESP,
Ilha Solteira/SP, Brasil ([email protected])
Resumo - O objetivo do trabalho foi avaliar a produção de Zamioculcas zamiifolia por estaca de folha, utilizando-se o ácido
indolbutírico (AIB) via pó e gel. O experimento foi conduzido no período de 17/07 a 03/10 de 2012 em casa de vegetação
do tipo Pad & Fan, no Campus II da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, SP. Utilizou-se o delineamento inteiramente
casualizado, com três tratamentos (estacas de folha de Z. zamiifolia sem aplicação de AIB, com aplicação de AIB 1.000 ppm
via gel e com aplicação de AIB 1.000 ppm via pó, ambos aplicados na base de cada estaca) e oito repetições. As estacas
foliares (limbo mais parte da raque suculenta) foram obtidas de matrizeiro adulto, cultivado em vaso e colocadas para
enraizar (posição de 45o) em jardineiras contendo o substrato Top Garden®. Foram avaliados, aos 78 dias após
estaqueamento, porcentagem de estacas enraizadas; comprimento de raiz; volume de raiz; volume de rizoma; massa
fresca de raiz e massa fresca de rizoma. A aplicação de 1.000 ppm de ácido indolbutírico via gel é viável na propagação por
estacas de folha de Z. zamiifolia.
Palavras-chave: ácido indolbutírico, regulador de crescimento, estaquia, propagação.
Seedling production of Zamioculcas zamiifolia by leaf cuttings
Abstract - The objective of this study was to evaluate the production of Zamioculcas zamiifolia by leaf cuttings, using the
indolbutyric acid (IBA) via powder and gel. The experiment was conducted in the period from 17/07 to 03/10 of 2012, in
greenhouse-type Pad & Fan, in Campus II of the Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, SP, Brazil. The experimental
design was completely randomized with three treatments (leaf cuttings Z. zamiifolia without application of IBA, with
application of IBA 1,000 ppm in gel way and application of IBA 1,000 ppm in powder way) with eight replicates. The leaf
cuttings (limbo more part of the succulent rachis) were obtained from adult plant cultivated in pot and placed for rooting
(position of 45o) in gardeners containing the substrate Top Garden®. Were evaluated to the 78 days after staking: rooting
percentage, length of root; root volume; volume of rhizome; mass fresh of root and mass fresh of rhizome. The application
of IBA 1,000 ppm in gel way is viable in propagation by leaf cuttings of Z. zamiifolia.
Keywords: indolbutyric acid, growth regulator, cutting, propagation.
Introdução
A zamioculcas (Zamioculcas zamiifolia Engl.) é uma
planta ornamental originária da África, sendo pertencente a
família Araceae, e pode ser usada na decoração de
interiores (Ribeiro, 2010). De acordo com Lorenzi & Mello
Filho (2001), apesar de sua dormência durante a maior
parte do outono e inverno, é uma planta cultivada em
jardins a meia-sombra nos trópicos e subtrópicos, e em
vasos e jardineiras.
A planta apresenta raque suculenta, onde se inserem as
folhas cerosas e brilhantes, e rizomas grossos,
consequências prováveis de sua seleção, uma vez que as
folhas apresentam taxas extremamente baixas de
transpiração e os rizomas têm a capacidade de armazenar
água, daí a resistência da planta ao estresse hídrico (Chen &
Henny, 2003).
A multiplicação da zamioculcas ocorre por sementes
retiradas dos frutos suculentos formados no espádice e por
segmentos do caule alongado em plantas idosas,
eventualmente já com raízes aéreas (Lorenzi & Souza,
2008). A planta multiplica-se, segundo Lorenzi & Mello Filho
(2001), por tubérculos (rizomas) que atingem 15 cm de
diâmetro. Após o plantio dos rizomas, as plantas levam de 8
a 1 2 m e s e s p a ra e sta re m p ro n ta s p a ra s e re m
comercializadas (Chen & Henry, 2003). Pode ser propagada,
ainda, através de estacas de folhas, em que folíolos são
utilizados individualmente (Chen & Henny, 2003;
Papafotiou & Martini, 2009).
Lajús et al. (2007) definiram estaca como sendo o
segmento retirado da planta-mãe, com pelo menos uma
gema vegetativa capaz de originar uma nova planta,
podendo ser estacas de ramos, de raízes e de folhas. As
estacas foliares são feitas utilizando a totalidade ou parte do
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limbo foliar, podendo ou não ter o pecíolo. No
desenvolvimento da nova planta, gemas, brotos e raízes se
formarão na base da folha, sendo que a folha utilizada como
estaca não fará parte do novo vegetal (Hartmann et al.,
1997).
Para que ocorra a indução da formação de raízes, assim
como uma uniformização destas, é essencial o uso de
reguladores vegetais, principalmente as auxinas (Hartmann
et al., 1997). A aplicação exógena de fitorreguladores, tais
como o ácido indolbutírico (AIB) que eleva o teor de auxina
no tecido, é uma das formas mais comuns de favorecer o
balanço hormonal para o enraizamento (Pasqual et al.,
2001). Existem disponíveis no mercado produtos que
podem ser usados via gel, líquida ou pó, e em diferentes
concentrações.
Dias et al. (2011) ressaltam que as espécies respondem
de forma diferente à aplicação de reguladores de
crescimento em função do balanço endógeno de auxinas e
citocininas na planta.
Avaliando o efeito da aplicação do ácido indolbutírico
-1
(AIB) na dose de 1.000 mg L em estacas foliares de duas
espécies de Sansevieria – Sansevieria sp. (folhas laminares)
e Sansevieria trifasciata Prain (folhas semicilíndricas),
Nascimento (2004) verificou que a aplicação de AIB não
favoreceu nenhum dos parâmetros analisados (peso de
massa seca das estacas, tempo para emergência de brotos,
brotação, desenvolvimento de mudas – peso de massa seca
da estaca original, número de brotos por estaca, número de
folhas, altura da planta, comprimento e diâmetro do
rizoma), apresentando efeito inibitório na Sansevieria sp.
Para o enraizamento de estacas foliares de violeta africana
(Saintpaulia ionantha), Chen & Henny (2009) recomendam
a aplicação de fitorreguladores.
Chen & Henry (2003) não recomendam a aplicação de
fitorreguladores para enraizamento de estacas de
zamioculcas. No entanto, não se encontram na literatura
científica trabalhos que comprovem ou discordem de tal
assertiva.
O objetivo deste trabalho foi avaliar a produção de
zamioculcas (Zamioculcas zamiifolia Engl.), por estaca de
folha, utilizando-se o ácido indolbutírico (AIB) via pó e gel.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido no período de 17/07 a
03/10 de 2012 em casa de vegetação do tipo Pad & Fan, no
Campus II da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, SP
(FEIS/UNESP), sob latitude de 20º 25' 28” S, longitude de
51º 21' 15” W a 354 m de altitude e temperatura média de
o
25 C.
Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado,
com três tratamentos - estacas de folha de zamioculcas sem
8
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aplicação de ácido indolbutírico (AIB) (Testemunha), com
aplicação de AIB 1.000 ppm via gel (Sela gel®), e via pó
(1.000 ppm AIB – Pó), ambos aplicados na base de cada
estaca), e oito repetições e dez estacas por repetição,
totalizando 80 estacas por tratamento.
Segundo o fabricante, o Sela Gel ® é um produto
formulado para evitar a embolia das estacas após o corte,
formando um película protetora evitando a entrada de ar,
porém permitindo a passagem de umidade, fazendo com
que a estaca não sofra rapidamente os efeitos da
desidratação, nem com os efeitos de fungos e bactérias. O
fabricante recomenda, ainda, aguardar por um período de 5
a 10 minutos antes de colocar a estaca no substrato
(Ecoplanet, 2012).
Cada estaca foliar era composta por uma folha
expandida aderida a raque, que tinha 0,5 cm abaixo da
inserção da folha. Após serem submetidas aos tratamentos,
as estacas foram colocadas para enraizar, na posição de 450
em jardineiras de plástico preto (20 cm de largura por 43 cm
de comprimento e 15 cm de altura) contendo o substrato
Top Garden® (condicionador de solo) que é composto por
turfa, carvão, vermiculita, além da adubação NPK e
-3
micronutrientes, possui alta CTC (200 mmolc dm ) e alta
capacidade de retenção de água (150%) (Base, 2012).
Foram determinados os valores de pH e CE do substrato.
O pH foi determinado através do peagâmetro pHTestr2 e a
condutividade (CE), através do condutivímetro TDSTestr 4,
ambos os aparelhos da Oakton Instruments®. As
determinações foram realizadas de acordo com a
metodologia descrita por Kämpf (2005) colocando-se o
substrato em repouso por 4 horas em água destilada na
proporção de 1:1,5 (volume de substrato: volume de água),
posteriormente fez-se a leitura na solução sobrenadante.
Os valores de pH e CE determinados para esse substrato
foram 4,48 e 2,91 dS m-1, respectivamente.
A irrigação foi realizada com auxílio de uma mangueira,
procurando manter o substrato sempre úmido.
Foram realizadas, aos 78 dias após estaqueamento, as
seguintes avaliações: a) porcentagem de estacas
enraizadas; b) comprimento de raiz; c) volume de raiz; d)
volume de rizoma; e) massa fresca de raiz e f) massa fresca
de rizoma de estacas de folha de zamioculcas.
Na determinação da porcentagem de estacas enraizadas
foram consideradas as que formaram rizoma juntamente
com raízes. O comprimento da raiz foi determinado com
auxílio de uma régua graduada em cm.
Para determinação do volume de raiz, volume do rizoma,
da massa fresca de raiz e massa fresca do rizoma as estacas
foram retiradas do substrato, lavadas e colocadas em sacos
plásticos devidamente identificados. Posteriormente,
foram medidos os volumes de raiz e dos rizomas: raízes e
rizomas foram colocados, separadamente, em uma proveta
graduada em mililitro (mL) contendo um volume de água
conhecido; pela diferença entre o volume inicial e o final
(após colocação de raízes/rizomas) obteve-se o volume de
raízes/rizomas, segundo metodologia descrita por Basso
(1999). Em seguida foi determinada a massa fresca de raiz e
dos rizomas com auxilio de uma balança analítica com três
casas decimais.
Os resultados foram submetidos à análise de variância e
as médias dos tratamentos comparadas pelo teste de Tukey
a 5 % de probabilidade, utilizando-se do programa SISVAR
(Ferreira, 2008).
Resultados e Discussão
A porcentagem de estacas enraizadas e comprimento de
raiz de estacas de folhas de zamioculcas foram afetados
significativamente pelos diferentes tratamentos (Tabela 1).
Verifica-se menor porcentagem de estacas enraizadas no
tratamento sem aplicação de AIB (Testemunha). Tal
resultado pode ser explicado pelo fato de que o uso do AIB
(via pó e gel) proporcionou maior rapidez no enraizamento,
causando menor estresse às estacas e assim, maior
capacidade de sobrevivência (Gratieri-Sossella et al., 2008).
Tabela 1. Valores médios de porcentagem de estacas
enraizadas e comprimento de raiz de estacas de folhas de
zamioculcas (Zamioculcas zamiifolia Engl.) em função dos
tratamentos.
Tratamentos
1.000 ppm AIB – Gel
1.000 ppm AIB – Pó
Testemunha
DMS
Teste F
CV (%)
Média Geral
Porcentagem de
estacas enraizadas
(%)
Comprimento
de raiz
(cm)
90 a
80 b
65 c
8,0 a
6,8 b
5,5 c
7
57,000**
4,26
78
1,1
21,105**
7,86
6,8
Médias seguidas de mesma letra, nas colunas, não diferem
significativamente entre si, pelo teste de Tukey a 5 % de
probabilidade. ** Significativo a 1%.
A aplicação de AIB via gel propiciou maior porcentagem
de estacas enraizadas (90%) em comparação aos outros
tratamentos, o que pode estar associado a característica do
produto. Segundo Ecoplanet (2012), por ser na forma de
gel, o produto evita a embolia das estacas após o corte,
formando um película protetora evitando a entrada de ar,
porém permitindo a passagem de umidade, fazendo com
que a estaca não sofra rapidamente os efeitos da
desidratação. Fortes (1998) cita que a forma mais utilizada
de auxina é via talco (pó), porém esta não é a mais
recomendada, pois sua aplicação não é homogênea, o que
pode ocasionar enraizamento desuniforme ou até mesmo a
lixiviação do produto.
Castan et al. (2009) avaliaram a aplicação ácido
indolbutírico (AIB) no enraizamento de Hibiscus rosasinensis por estaquia e constaram que uso de AIB via gel foi
mais efetivo que via talco resultando em maior
porcentagem de estacas enraizadas, semelhante ao
resultado obtido no presente trabalho.
Com relação ao enraizamento de estacas de folhas,
Lopes et al. (2005) avaliaram diferentes substratos no
enraizamento de estacas foliares de violeta africana
(Saintpaulia ionantha Wendl.), sem a utilização de
fitohormônios, obtidas por meio da retirada de propágulos
compostos por uma folha com pecíolo, reduzida a 2/3 do
tamanho original e verificaram, após 40 dias, que a cultivar
Nancy apresentou 100% de enraizamento em todos os
substratos (terra + areia + esterco; areia; pó de xaxim;
vermiculita e água destilada). Em trabalho desenvolvido por
Vazquez & Kozusny-Andreani (2001) foram avaliadas as
relações entre substratos, hormônio A I A (ácido
indolacético) e bactérias PGPR (bactérias rizosféricas
promotoras do crescimento vegetal) no enraizamento de
estacas de folhas de violeta, conservando-se o pecíolo (0,5
cm), plantadas a 45o. Concluiu-se que o emprego de
vermiculita foi suficiente para promover o enraizamento de
folhas de violeta-africana, dispensando o uso do hormônio
AIA, que resulta em aumento no custo de produção.
Quando utilizadas junto à vermiculita as bactérias PGPR
foram eficientes, dando enraizamento de 75%.
Já Bettoni et al. (2010) estudaram a propagação
vegetativa de patchouli (Pogostemon cablin Benth) por
estaquia (estacas caulinares com 1 par de folhas, 1 par de
folhas reduzidas a metade, 1 folha, 1 folha reduzida a
metade, estacas sem folhas e estacas foliares), sem a
aplicação de reguladores vegetais. Os autores concluíram
que, para a espécie em questão, a utilização da estaquia
foliar resultou em menor enraizamento e maior
porcentagem de estacas mortas, não sendo, portanto,
recomendada para esta espécie.
Gratieri-Sossella et al. (2008) avaliaram a formação de
mudas de corticeira do banhado (Erythrina crista-galli L.)
pela técnica da estaquia e verificaram, também em
experimento com estacas foliares, provenientes de matrizes
de diferentes idades, em dois substratos, que apenas 1,4%
enraizaram, sendo estas provenientes de plantas jovens,
com 1 ano de idade, mantidas em substrato de casca de
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arroz carbonizada, apresentando comprimento de maior
raiz variando entre 2,0 e 9,4 cm. Os autores verificaram
-1
ainda que o uso do AIB a partir de 1.000 mg L via líquida,
pode reduzir a mortalidade e favorecer o enraizamento da
espécie, quando utilizadas estacas herbáceas de plantas
jovens (75 a 100% de enraizamento).
As estacas de zamioculcas provenientes da aplicação via
gel apresentaram comprimento de raiz 17,6% e 45,5%
superior aos tratamentos via pó e testemunha,
respectivamente. Segundo Lajús et al. (2007) o
comprimento radicular relaciona-se à capacidade de
sobrevivência e de desenvolvimento da planta após o
período de formação das raízes, dessa forma, as
possibilidades de se obter uma muda de qualidade serão
maiores quanto maior for o comprimento das raízes
formadas.
Segundo Dias et al (1999), para tornar mais fácil e prático
aos viveiristas o processo de obtenção de mudas de plátano
(Platanus acerifolia (Aiton) Wildenow), é importante
determinar a espessura ideal da estaca bem como utilizar
auxina (AIB) em pó. Os autores avaliaram o efeito do AIB na
concentração de 6.000 ppm em talco sobre o processo de
enraizamento de estacas caulinares de diferentes
diâmetros (finas - 0,94 cm, médias -1,58 cm e grossas - 2,75
cm) de plátano e verificaram que a presença de AIB
aumentou, significativamente, o número de estacas
enraizadas nos três diâmetros. Somado a isso, a aplicação
de regulador de crescimento demonstrou melhorar a
qualidade das raízes formadas, uma vez que para o
comprimento médio das raízes, os melhores resultados
também foram obtidos com estacas tratadas com regulador
de crescimento, assim como no presente trabalho.
Foram encontradas diferenças significativas para o
volume de raiz, volume de rizoma, massa fresca de raiz e
massa fresca de rizoma de estacas de folha de zamioculcas
(Tabela 2).
1.000 ppm AIB – Gel
Tratamentos
Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.7, n.43 p.7-12, set. 2013
Volume
de raiz
Volume Massa fresca Massa fresca
de rizoma
de raiz
de rizoma
-1
-1
(mL estaca )
1.000 ppm AIB - Gel 1,4 a
0,9 ab
1.000 ppm AIB - Pó
0,5 b
Testemunha
DMS
0,7
Teste F
6,773*
CV (%)
34,56
Média Geral
0,9
(g estaca )
2,3 a
1,4 b
1,0 b
0,74 a
0,46 b
0,40 b
0,6
21,568**
18,30
1,6
0,27
7,998*
23,45
0,53
2,16 a
1,00 b
1,16 b
0,70
15,043**
22,55
1,44
Médias seguidas de mesma letra, nas colunas, não diferem
significativamente entre si, pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
* Significativo a 5% e ** Significativo a 1%.
A aplicação de AIB 1.000 ppm via gel resultou em maior
volume (2,3 mL estaca-1) (Figura 1) e massa fresca de rizoma
-1
(2,16 g estaca ) em relação aos tratamentos via pó e
testemunha. Portanto, propiciou rizomas com maior
quantidade de reservas, logo, mais vigorosos.
Nascimento (2004) avaliou o efeito da posição de
retirada das estacas foliares (basal, mediana e apical) e do
ácido indolbutírico (AIB) na dose de 1.000 mg L-1 no
desenvolvimento de mudas de duas espécies de Sansevieria
– Sansevieria sp. (folhas laminares) e Sansevieria trifasciata
Prain (folhas semicilíndricas). Para a Sansevieria trifasciata
Prain, o autor verificou que o tratamento testemunha (sem
aplicação de AIB) apresentou rizomas de peso seco médio
superior (4,0 g) àqueles obtidos em estacas tratadas com
-1
AIB 1.000 mg L (3,9 g). Já para a Sansevieria sp., constatou
que a aplicação de AIB 1.000 mg L-1 apresentou ação
inibitória sobre o peso de massa seca de estacas, de raízes e
1.000 ppp AIB – Pó
Figura 1. Volume dos rizomas em função dos tratamentos.
10
Tabela 2. Valores médios de volume de raiz, volume de
rizoma, massa fresca de raiz e massa fresca de rizoma de
estacas de folha de zamioculcas (Zamioculcas zamiifolia
Engl.) em função dos tratamentos.
Testemunha
de rizomas, interferindo no desenvolvimento dessas
estruturas vegetativas. Quando não tratada, a estaca basal
de Sansevieria sp. apresentou peso médio de matéria seca
de 6,64 g ao passo que na presença de auxina (AIB), seu
peso médio foi de 5,08 g. Esses resultados diferem dos
obtidos no presente estudo, embora o mesmo tenha
avaliado a massa fresca de raízes e rizomas.
O volume de raiz bem como a matéria fresca de raiz
também foram maiores quando da aplicação de AIB 1.000
ppm via gel, sendo que um maior volume de raízes permite
maior aproveitamento de nutrientes e de água garantindo a
qualidade da muda a ser formada. Resultado semelhante foi
encontrado por Takata et al. (2012) que verificaram que a
utilização do AIB em estacas de pingo-de-ouro (Duranta
repens Linn “Aurea”) promoveu acréscimo no número,
comprimento e massa seca de raízes, o que propiciou maior
volume do sistema radicular e, assim, melhor qualidade do
mesmo.
Conclusão
A aplicação de 1.000 ppm de ácido indolbutírico via gel é
viável na propagação por estacas de folha de Zamioculcas
zamiifolia.
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