INFLUÊNCIA DE DIFERENTES TIPOS DE ESTACAS NA

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XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
INFLUÊNCIA DE DIFERENTES TIPOS DE ESTACAS NA
PROPAGAÇÃO DE HORTÊNSIA
Hydrangea macrophylla (Thunb.) Ser.
Wiliana Maciel de Almeida 1, Thayse Rafaela Martins 1, Josabete Salgueiro Bezerra de Carvalho 2

Introdução
Dentre as plantas ornamentais muito apreciadas no Brasil destaca-se a hortênsia que pertence ao gênero
Hydrangea, família Saxifragaceae. É um arbusto semi-lenhoso, originário da China e Japão, de 1,0 a 2,5 m de altura, de
folhagem e florescimento decorativos. As flores são grandes, compactas, com numerosas flores estéreis de cor branca,
rósea ou azul. Usadas como planta ornamental em composição de jardins e parques, suas folhas e flores podem ser
usadas também em decoração, principalmente em casamentos e festas, pois seu diferencial esta na produção de flores
azuis que é uma cor difícil de encontrar em flores usadas em decoração (LORENZI e SOUZA, 2008). Para a produção
comercial da hortênsia, efetua-se a multiplicação mediante estacas de ponta de ramos podados no outono-inverno e
cultivados em local protegido até enraizar. O período de enraizamento varia de 20 a 40 dias, sendo feito sob nebulização
intermitente, normalmente em bandejas ou em sacos de polietileno contendo geralmente como substrato areia (ABRIL
CULTURAL, 1988). Dentre os métodos de propagação vegetativa, a estaquia é, ainda, a técnica de maior viabilidade
econômica para o estabelecimento e plantio clonais, pois permite, a um custo menor, a multiplicação de genótipos
selecionados, em curto período de tempo. Além disso, a estaquia tem a vantagem de não apresentar o problema de
incompatibilidade que ocorre na enxertia (PAIVA e GOMES, 2001). Alguns fatores podem interferir na propagação
por estaquia, como a condição fisiológica do tecido ao longo do ramo, o conteúdo de carboidratos e substâncias que
promovem e inibem o crescimento apresentam variação, principalmente quando as estacas são provenientes de
diferentes porções do ramo, diferindo quanto ao potencial de enraizamento (FACHINELLO et al., 1994; PASQUAL et
al., 2001).
Com o presente trabalho, objetivou-se avaliar a influência da posiçãoda estaca de hortênsiano desenvolvimento
de mudas aptas para o plantio.
Material e métodos
O experimento foi desenvolvido na Universidade Federal Rural de Pernambuco – Unidade Acadêmica de
Garanhuns UFRPE – UAG, no período de 24 de julho a 02 de setembro de 2013, perfazendo um período de 40 dias.
Para o estudo da formação de mudas de hortênsia utilizaram-se estacas de plantas matrizes oriundas do Seminário São
José – Garanhuns/PE. Os ramos foram seccionados em três segmentos sendo parte apical, mediana e basal de
aproximadamente 15 cm, os quais constituíram as estacas para enraizamento. Retiraram-se todas as folhas e colocaramse a estaca no substrato areia lavada. O substrato foi disposto em sacos de polietileno de 20cm, foram produzidas 45
ewstacas sendo 15 da parte apical, 15 da parte mediana e 15 da parte basal, a irrigação foi feita manualmente sendo
fornecida duas vezes por semana. A avaliação foi realizada 40 dias após a instalação e os parâmetros analisados foram:
porcentagem de estacas enraizadas: determinada retirando-se do saco de polietileno cuidadosamente e com sucessivas
lavagens obtinha-se o sistema radicular intacto, contando-se posteriormente as estacas com raízes, considerando-se
enraizadas aquelas estacas com pelo menos uma raiz; número de raízes: mensurado de acordo com a contagem do
número médio de raízes por estaca correspondente a cada tratamento; número de brotações: foram consideradas na
contagem as brotações com no mínimo um centímetro de comprimento e obtida à média por estaca;comprimento de
raízes: medido em centímetros a partir da base das raízes, com auxílio de régua graduada.O delineamento experimental
foi inteiramente casualizado, constituído por uma espécie e três tipos de estacas. Os dados foram analisados
estatisticamente a partir da análise de variância (ANOVA), por meio do ASSISTAT e a comparação de médias foi feita
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
1
Alunos do curso de Agronomia da Unidade Acadêmica de Garanhuns, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Bom Pastor, s/n, Boa
vista, - CEP: 55292.270 - Garanhuns-PE.
2
Professora de Botânica da Unidade Acadêmica de Garanhuns, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Bom Pastor, s/n, Boa Vista, CEP: 55292.270- Garanhuns-PE.
XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
Resultados e Discussão
De acordo com análise de variância, houve diferença significativa para as posições das estacas, em todos os
parâmetros avaliados. Observa-se que as estacas que tiveram maior número de raízes e número de brotações foram as
da parte basal, já as estacas apicais tiveram maior tamanho da raiz (tabela 1).LUZ et. al. (2007) relataram quea estaca da
parte basal da planta de hortênsia foi superior em quase todos os parâmetros avaliados (qualidade de raízes,
porcentagem de enraizamento, número de brotações). Com relação à porcentagem de enraizamento, não houve
diferenças entre as estacasjá que todas obtiveram 100% de enraizamento.Além disso, esses resultados indicam uma
dependência entre o número de folhas produzidas por brotação e a capacidade de enraizamento da estaca, bem como do
desenvolvimento da raiz.Essa observação vai ao encontro daquelas apresentadas por HARTMANN & KESTER (1990)
e FACHINELLO et al. (1994), que consideram as folhas como um dos fatores preponderantes no enraizamento, através
da produção de fitormônios, tal como ácido indolácetico, e de cofatores essenciais a esse processo .
Tabela 1 – Tamanho das raízes (TR), quantidade de raízes (QR) e número de brotações (NB) de hortênsias em estacas
originadas de diferentes partes da planta.
Estacas
TR
QR
NB
Apical
4.52 a
47.20 b
8.40 a
Mediana
3.20 b
87.00ab
5.20 b
Basal
2.44 b
115.20 a
9.00 a
CV
17.55%
43.79%
17.14%
As médias seguidas da mesma letra, na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Conclusão
A estaca basal da planta se mostrou superior no número de raízes e brotações, enquanto que a estaca da porção
apical apresentou maior tamanho das raízes. Podem ser utilizadas estacas de qualquer posição do ramo para
porcentagem de enraizamento de estacas de hortênsias.
REFERÊNCIAS
ABRIL CULTURAL. PLANTAS E FLORES. SÃO PAULO, 1988. 159 P.
FACHINELLO, J.C., HOFFMAN, A., NACHTIGAL, J.C., et al. Propagação de plantas frutíferas de clima
temperado. Pelotas: Editora e Gráfica UFPEL, 1994. 179 p.
HARTMANN, H.T., KESTER, D.E. Propagación de plantas: princípios y praticas. 1 ed. México: Compañia editorial
continental, 1990. 810 p.
LORENZI, H.; SOUZA H. M.Hydrangeaceae. In:LORENZI, H.; SOUZA H. MPlantas ornamentais no Brasil:
arbustivas, herbáceas etrepadeiras. 4. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008, p. 673-676.
LUZ, P. B.; PAIVA, P. D. O.; LANDGRAF, P. R. C. Influência de diferentes tipos de estacas e substratos na
propagação assexuada de hortênsia [Hydrangeamacrophylla (Thunb.) Ser.]. Ciência eagrotecnologia, v.31, n.3, p. 699703, 2007.
PASQUAL, M.; CHALFUN, N. N. J.; RAMOS, J. D.; VALE, M. R. do; SILVA, C. R. de. R. e. Fruticultura
comercial: propagação de plantas frutíferas. Lavras: UFLA/FAEPE, 2001. 137p.
PAIVA, H. N.; GOMES, J. M. Propagação vegetativa de espécies florestais. (Série cadernos didáticos, 83), Editora
UFV,Viçosa, MG, 2001, 46p.
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