V Congresso Estadual de Iniciação Científica e Tecnológica do IF Goiano IF Goiano- Campus Iporá 21 a 23 de setembro de 2016 APLICAÇÃO DE AIB EM ESTACAS CAULINARES DE ARAÇAZEIRO CARVALHO, Welma Faria1; RIBEIRO, Flavio Henrique Martins2; SOUSA, Cleiton Mateus3 1,2 Estudante de Iniciação Científica – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano – Campus Ceres-GO. [email protected]; 3 Orientador – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano – Campus Ceres - GO. [email protected] RESUMO: O araçá (Psidium guinnensis) é um fruto nativo do Cerrado brasileiro da família Myrtaceae. Importante fonte de vitamina C, o araçazeiro possui ampla disseminação, cuja propagação sexuada é predominante para a espécie. A propagação por estaquia é uma alternativa para propagação da espécie. Com isso objetivou-se avaliar a aplicação de ácido indolbutírico na formação de raízes adventícias em estacas caulinares de araçazeiro. Foram preparados dois tipos de estacas (com duas folhas e sem folha), padronizadas no tamanho de aproximadamente 10 cm de comprimento, e no mínimo, três gemas. Após o preparo das estacas, um terço da mesma foi imerso em solução de auxina nas concentrações de 0 e 4000 mg.L -1. No experimento avaliou-se a sobrevivência, formação de calos, enraizamento, comprimento da raiz principal, volume, massa fresca e seca das raízes adventícias formadas. Aplicação de AIB na concentração de 4000 mg.L-1 em estacas com folhas proporcionou melhores resultados para enraizamento, comprimento, volume, massa fresca e seca das raízes adventícias formadas. Palavras-chave: Psidium guinnensis. Propagação vegetativa. Estaquia. Auxina. INTRODUÇÃO O araçá, Psidium guinnensis, é um fruto típico do cerrado brasileiro. Conhecido como araçá-do-campo, araçá-mirim, goiaba-da-guiné ou araçá azedo, é um fruto esférico, brancoamarelado, quando maduro apresenta polpa doce, levemente ácida e com numerosas sementes (DAMIANI, 2009). De acordo com Hartmann et al. (2002), a propagação vegetativa é possível devido a duas propriedades fundamentais das células vegetais, a totipotência e a desdiferenciação. A propagação vegetativa por estaquia é uma alternativa para superar as dificuldades na propagação via sementes, permitindo a clonagem de plantas (DIAS et al., 2012). Sousa et al. (2014) verificaram que a presença de folhas foi eficaz para a formação de raízes adventícias em estacas caulinares de maracujá-doce, assim como em estacas de ixora (SILVA et al., 2015). Diante o exposto, avaliou-se a aplicação de ácido indolbutírico no enraizamento de estacas caulinares de araçá. MATERIAL E MÉTODOS As estacas foram coletadas em março de 2016, no período matutino, de uma planta matriz localizada no Instituto Federal Goiano – Campus Ceres. A matriz se encontrava no fim da fase de frutificação. Os propágulos foram coletados e mantidos em caixa de isopor forrada com gelo e papel úmido. O local de implantação foi no canteiro de propagação, situado no setor experimental do IF Goiano – Campus Ceres, localizado na Rodovia GO 154, km 03, Zona Rural, Ceres, GO. Foram preparados dois tipos de estacas (com duas folhas e sem folha), padronizadas no amanho de aproximadamente 10 cm de comprimento e no mínimo três gemas. Após o preparo das estacas, um terço da mesma foi imerso em solução de auxina nas concentrações de 0 ou 4000 mg.L-1, durante cinco segundos e, posteriormente, inseridas em canteiro de propagação, contendo areia como substrato. Foram mantidas em cobertura em forma de arco, com plástico transparente e 100 micras de espessura, com sistema de nebulização intermitente, com intervalos de 30 minutos a cada 1 minuto de funcionamento, localizado a 0,60 m acima das estacas. Foi implantado experimento no delineamento de blocos ao acaso, em arranjo fatorial 2x2, sendo dois tipos de estacas (com duas folhas e sem folha) e duas concentrações de ácido indolbutírico (0; 4000 mg.L-1), com quatro repetições e dez estacas em cada unidade experimental. Aos 120 dias após implantação do experimento avaliou-se a sobrevivência, formação de calos, enraizamento, comprimento da raiz 1 V Congresso Estadual de Iniciação Científica e Tecnológica do IF Goiano IF Goiano- Campus Iporá 21 a 23 de setembro de 2016 principal, volume, massa fresca e seca das raízes adventícias formadas. Os dados obtidos foram submetidos a ANOVA, teste F a 5% de probabilidade de erro, utilizando software SISVAR 5.1. RESULTADOS E DISCUSSÃO O tipo de estaca influenciou na sobrevivência e na formação de calo nas estacas, as com folhas apresentando os melhores resultados. Já o enraizamento, comprimento da raiz principal, volume das raízes adventícias formadas, massa fresca e seca das raízes foram influenciados pela interação do tipo de estaca com as concentrações de auxina. Os melhores resultados para estas variáveis foram obtidos quando aplicou 4.000 mg L-1 de AIB nas estacas com folhas. A presença de folhas foi essencial para o enraizamento (Tabela 1). Tabela 1. Enraizamento de estacas de araçazeiro (Psidium guinnensis) submetidas a aplicação de AIB. Concentração Estacas com Estacas sem de AIB folhas folhas 0 17,5 aB 0,0 Aa 4000 55,0 aA 0,0 bA CV (%) 40,72 Médias seguidas de mesma letra minúscula nas linhas e maiúscula nas colunas não diferem entre si à 5% de probabilidade. De acordo com Yamamoto et al. (2010) a aplicação de 2000mg L-1 de AIB proporcionou os melhores resultados de enraizamento, ao número, ao comprimento e à massa seca de raízes em estacas herbáceas de Psidium guajava L. _Caracteriza%C3%A7%C3%A3o%20e%20agreg a%C3%A7%C3%A3o%20de%20valor%20aos%2 0frutos%20do%20cerrado%20ara%C3%A7%C3 %A1%20(Psidium%20guineensis%20Sw.)%20e %20marolo%20(Annona%20crassiflora%20Mart. ).pdf. Acesso em: 23/07/2016. SOUSA, C.M; SANTOS, M.P; CARVALHO, B.M. Enraizamento de estacas de maracujazeirodoce (Passiflora alata Curtis). Científica, Jaboticabal, v.42, n.1, p.68-73, 2014. SILVA, A. de S.; REGES, N. P. R.; MELO, J. K. de; SANTOS, M. P. dos; SOUSA, C. M. Enraizamento de estacas caulinares de ixora. Advances in ornamental horticulture and landscaping, v. 21, n. 2, p.201-208. DIAS, P. C.; OLIVEIRA, L. S. de; XAVIER, A.; WENDLING, I. Estaca e miniestaca de espécies florestais lenhosas do Brasil. Pesq. Flor. Bras., Colombo, v. 32, n. 72, p. 453-462, out./dez. 2012. 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Lavras: UFLA, 2009, p.171. Disponível em: http://repositorio.ufla.br/bitstream/1/2800/1/TESE 2