Conteúdo 1 Conjunto dos números complexos 1 1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1.2 Operações (na forma algébrica) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 1.3 Conjugado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 1.4 Potências de i . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 1.5 Representação Gráca (O Plano de Argand-Gauss) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 2 Polinômios 12 2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 2.2 Operações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 3 Equações Polinomiais 25 3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 3.2 Rebaixamento do grau de equações polinomiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 3.3 Relações de Girard (entre raízes da equação P (x) = 0 e seus coecientes) . . . . . . . 28 3.4 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 3.5 Respostas dos Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 i Capítulo 1 Conjunto dos números complexos 1.1 Introdução √ n Observação 1.1.1 : Sejam n ∈ Z∗+ e par e a ∈ R∗+ . Sabemos que Observação 1.1.2 : Denindo o número representado por i (chamado unidade imaginária) tal que −a ∈ / R. i2 = −1, temos: α ∈ R∗ ⇒ (αi)2 = −α2 . De fato, (αi)2 = α2 i2 = α2 (−1) = −α2 . Exemplo(s) 1.1.1 : • (6i)2 = −36 ⇒ √ −36 := ±6i √ √ √ • ( 2i)2 = −2 ⇒ −2 := ± 2i. • A equação x2 − 2x + 10 = 0 possui solução nesse novo conjunto. /2(1 + 3i) 2 + 6i = = 1 + 3i x1 = 2 /2 √ √ De fato, ∆ = b2 −4ac = 4−4(1)(10) = −36 ⇒ ∆ = −36 = ±6i ⇒ e 2 − 6i / 2 (1 − 3i) = = 1 − 3i x2 = 2 /2 que são números do tipo a + bi, com a, b ∈ R. Denição 1.1.1 : Todo número que pode ser escrito na forma a + bi com a, b ∈ R é denominado número complexo. 1 Números Complexos Simone D. Ramos 2 Notações: • C = {z/z = a + bi com a, b ∈ R e i2 = −1}. • Re(a + bi) := a. • Im(a + bi) := b. Observação 1.1.3 : (a) R ⊂ C pois ∀a ∈ R temos a = a + 0i (b = 0); (b) b = 0 ⇒ z é real; (c) b ̸= 0 ⇒ z é dito imaginário; (d) a = 0 e b ̸= 0 ⇒ z é dito imaginário puro; (e) Sejam z = a + bi ∈ C e w = c + di ∈ C. z = w ⇔ a = c e b = d. Execício(s) 1.1.1 : Determinar α (α ∈ R) para que o complexo z = (α2 − 1) + (α + 1)i seja imaginário puro. Resp. α = 1 1.2 Operações (na forma algébrica) I- Adição: z = a + bi e w = c + di ⇒ z + w := (a + c) + (b + d)i Propriedades: • z1 + z2 = z2 + z1 (comutativa) • (z1 + z2 ) + z3 = z1 + (z2 + z3 ) (associativa) • 0 + z = z + 0 = z (elemento neutro) • z + (−z) = 0 (elemento oposto ou simétrico aditivo: −a − bi) II- Diferença: z = a + bi e w = c + di ⇒ z − w := z + (−w) = a + bi + (−c − di) = (a − c) + (b − d)i. Propriedades: as mesmas da adição. III- Produto: z = a + bi e w = c + di ⇒ z · w = (a + bi)(c + di) := ac + adi + bci − bd = (ac − bd) + (ad + bc)i. Números Complexos Simone D. Ramos 3 Propriedades: • z1 · z2 = z2 · z1 (comutativa) • (z1 · z2 ) · z3 = z1 · (z2 · z3 ) (associativa) • z · 1 = 1 · z = z (elemento neutro) • Veremos também que ∀z ∈ C∗ , ∃!z −1 := 1 ∈ C tal que z · z −1 = z −1 · z = 1 (elemento z inverso) Observação 1.2.1 : Além das propriedades citadas acima, a distributividade da multiplicação em relação à adição permanece válida. Execício(s) 1.2.1 : Escreva as expressões abaixo na forma algébrica a+bi. (a) 2i + (1 − 5i) + 7 + (3 + i) (b) (2 + 4i)(3 + 2i) (c) (3 − 5i)(2 + 4i)3i (d) (1 + i)2 − (1 − i)2 Respostas: (a) 11 − 2i; (b) − 2 + 16i; (c) − 6 + 78i; (d) 4i. Execício(s) 1.2.2 : Determine os reais x e y de modo que se tenha (x + yi)(1 + 3i) = 5 + 5i. Resp.: x = 2 e y = −1 1 ∈ C tal que z · z −1 = z −1 · z = 1. z De fato, seja z = a + bi ∈ C∗ . Considere z −1 = x + yi. ax − by = 1 Queremos: (a + bi)(x + yi) = 1 ⇔ (ax − by) + (bx + ay)i = 1 ⇔ e bx + ay = 0(∗) a2 x − aby /=a a (∗) y = −b . Daí, + b2 x + aby /=0 ⇒x= 2 2 a +b ⇒ a2 + b 2 x(a2 + b2 ) = a a b Assim, z −1 = x + yi := 2 − 2 i. 2 a +b a + b2 Propriedade (elemento inverso): IV- Divisão: ∀z ∈ C∗ , ∃!z −1 := Seja w ∈ C∗ . Então z : w = z · w−1 . Exemplo(s) 1.2.1 : 3+i 1 2 1 7 = (3 + i)(1 − 2i)−1 = (3 + i)( + i) = + i. 1 − 2i 5 5 5 5 Números Complexos Simone D. Ramos 1.3 Conjugado z = a + bi ⇒ z := a − bi denota o conjugado de z. Observação 1.3.1 (a) z=z (b) z · z = a2 + b2 (c) z ̸= 0 ⇒ z −1 = : z = a + bi (d) a b 1 a − bi z = 2 − 2 i = = 2 2 2 z zz a +b a +b a + b2 z zw w= ̸ 0⇒z:w= = w ww (e) z1 z2 = z 1 z 2 (f) z1 + z2 = z 1 + z 2 De fato, esse resultados seguem imediatamente dos cálculos. Exemplo(s) 1.3.1 : (a) z = 2 + 3i ⇒ z = (2 − 3i) = 2 + 3i (b) (2 − i)(3 − 2i) 6 − 4i − 3i + 2i2 4 − 7i 4 7 2−i = = = = − i 2 2 3 + 2i (3 + 2i)(3 − 2i) 3 +2 13 13 13 (c) Resolva a equação iz − 2i = 4 + 2z. Seja z = x + yi. Então z = x − yi. Assim, iz − 2i = 4 + 2z ⇔ i(x − yi) − 2i = 4 + 2(x + yi) ⇔ xi + y − 2i = 4 + 2x + 2yi ⇔ y − 4 − 2x + xi − 2i − 2yi = 0 ⇔ (y − 2x − 4) + (x − 2 − 2y)i = 0 Daí, ⇔ y − 2x − 4 = 0 e x − 2 − 2y = 0 y − 2x − 4 = 0 10 8 (+)2x − 4 − 4y = 0 ⇒ y = − ⇒ x = − . 3 3 −3y − 8 = 0 Assim, z = − 10 8 − i. 3 3 4 Números Complexos Simone D. Ramos 5 1.4 Potências de i • i0 = 1 • i1 = i • i2 = −1 • i3 = i2 · i = −1 · i = −i • i4 = i2 · i2 = (−1)(−1) = 1 • i5 = i4 · i = 1 · i = i • i6 = i2 = −1 .. . • i91 =? Suponha n ∈ N, n ≥ 4. Observe que n = 4q + r onde q ∈ N∗ e r representa o resto da divisão de n por 4, ou seja, r = 0 ou r = 1 ou r = 2 ou r = 3. Então, in = i4q+r = i4q · ir = (i4 )q · ir = 1q · ir = ir . Logo, in = ir onde r = 0 ou r = 1 ou r = 2 ou r = 3. Exemplo(s) 1.4.1 : i91 ? 91 4 3 22 ⇒ 91 = 4 × 22 + 3. Daí, i91 = i3 = −i. Números Complexos Simone D. Ramos 1.5 Representação Gráca (O Plano de Argand-Gauss) z = a + bi ↔ P (a, b) Im ou y Ox : eixo real P b Oy : eixo imaginário P : af ixo ou imagem geométrica do complexo z 0 a) a x ou Re Forma Trigonométrica (ou forma polar) Im P(a,b) b r≥0 r r e θ são chamados b coordenadas polares θ 0 a Re a • r2 = a2 + b2 ⇒ r = √ a2 + b2 (módulo de z ). Notação: r = |z| b ⇒ b = rsen θ. r a • cos θ = ⇒ a = r cos θ. r • sen θ = • θ = arctg b (argumento principal do complexo z ). a 6 Números Complexos Simone D. Ramos 7 Então, z = a + bi = r cos θ + (rsen θ)i = r(cos θ + isen θ) := rcisθ (forma trigonométrica de z ). Observação 1.5.1 : Existem innitos argumentos já que cos(θ + 2kπ) = cos θ e sen(θ + 2kπ) = sen θ ∀k ∈ Z. Exemplo(s) 1.5.1 (i) : z =1+i √ √ √ √ 1 π r = 12 + 12 = 2 e tg θ = = 1 ⇒ θ = = 45o ⇒ z = 2(cos 45o + i sen 45o ) = 2cis45o 4 √ π π 1√ π ou z = 2(cos + isen ) = 2cis . 4 4 4 (ii) z=7 √ 0 = 0. 7 Como 7 é real positivo, sua imagem pertence ao semi-eixo real positivo ⇒ θ = 0o ⇒ z = z = 7 + 0i ⇒ r = 72 + 02 = 7 e tg θ = 7(cos 0o + isen, 0o ) = 7cis 0o = 7cis 0. Observação 1.5.2 : A determinação de θ (argumento principal de z) pode ser feita usando os valores do seu seno e cosseno ou o valor da sua tangente e o quadrante que contém a imagem geométrica do complexo z. (iii) o Escreva na forma algébrica o complexo z = 3cis √ 60 . √ 3 1 3 3 3 o o o z = 3cis60 = 3(cos 60 + isen 60 ) = 3( + i )= + i. 2 2 2 2 Operações (na forma trigonométrica) (I) Produto: z1 = r1 cisθ1 e z2 = r2 cisθ2 ⇒ z1 z2 = r1 r2 cis(θ1 + θ2 ) De fato, isto segue imediatamente das fórmulas trigonométricas: cos(a + b) = cos a cos b − sen a sen b e sen(a + b) = sen a cos b + sen b cos a. Exemplo(s) 1.5.2 (II) √ √ (2cis 45o ) · ( 3cis 60o ) = 2 3cis 105o . Divisão: z1 = r1 cisθ1 e z2 = r2 cisθ2 ⇒ z1 r1 = cis(θ1 − θ2 ). z2 r2 De fato, r2 cis(2π − θ2 ) 1 1 z1 1 z2 = = = cis(2π − θ2 ) = cis(−θ2 ) ⇒ = z1 · z2−1 2 z2 z2 z 2 r2 r2 r2 z2 1 r1 = r1 cisθ1 · cis(−θ2 ) = cis(θ1 − θ2 ) r2 r2 Números Complexos Simone D. Ramos 4 4cis75o = cis(75o − 30o ) = 2cis45o o 2cis30 2 Exemplo(s) 1.5.3 : Observação 1.5.3 : z = rcisθ ⇒ z −1 = ou z −1 = 8 1 1 = cis(−θ) z r 1 1cis 0o 1 1 1 = = cis(−θ) = [cos(−θ) + isen (−θ)] = (cos θ − isen θ), z rcisθ r r r já que cos(−θ) = cos θ e sen θ = −sen(−θ). Observação 1.5.4 (i) : |z| = |z| (ii) |z · w| = |z| · |w| z |z| (iii) = (w ̸= 0) w |w| (III) Potenciação: (Fórmula de De Moivre) z = r cis θ e n ∈ Z ⇒ z n = rn cis nθ Exemplo(s) 1.5.4 : (2 cis 30o )6 = 26 cis 180o = 64(cos 180o + isen 180o ) = 64(−1 + i0) = −64 Exemplo(s) 1.5.5 : Uma aplicação: cos 3x e sen 3x? (cos x + isen x)3 = cos 3x + isen 3x ⇔ cos3 x + 3 cos2 x · isen x + 3 cos x · (isen x)2 + (isen x)3 = cos 3x + isen 3x ⇔ cos3 x + 3isen x · cos2 x − isen3 x − 3 cos x · sen2 x = cos 3x + isen 3x ⇔ cos3 x − 3 cos x · sen 2 x + i(3sen x · cos2 x − sen3 x) = cos 3x + isen 3x ⇔ cos 3x = cos3 x − 3 cos x · sen2 x e sen 3x = 3sen x · cos2 x − sen3 x (IV) Radiciação (aplicação da fórmula de De Moivre) Teorema 1.5.1 : z = r cis θ e n ∈ N∗ ⇒ raízes n-ésimas diferentes). √ De fato, observe que ( n r cis θ+2kπ )n = z. n √ n z = √ n r cis θ+2kπ onde k = 0, 1, 2, . . . , n − 1 (n n Números Complexos Simone D. Ramos Observação 1.5.5 • r=0⇒ √ n : 0 = 0 ∀k = 0, 1, . . . , n − 1 (todas as raízes são iguais a zero) • r ̸= 0 k=0 ⇒ k=1 ⇒ k=2 ⇒ k=3 ⇒ ...... ⇒ k =n−1 ⇒ k=n ⇒ Exemplo(s) 1.5.6 √ 4 16cis 120o = √ 4 : √ 4 ( ) θ z = r cis n ( ) √ √ θ 2π n n z = r cis + n n ( ) √ √ θ 4π n n z = r cis + n n ( ) √ √ θ 6π n n z = r cis + n n ............... ( ) √ √ θ (2n − 2) n n z = r cis + π n n ( ) √ √ θ n n z = r cis + 2π (começamos a obter valores repetidos) n √ n √ n 16cis 120o ? (calcule as 4 raízes quartas de z = 16cis 120o ) 16cis 120 Observação 1.5.6 9 o +2kπ 4 o o k = 2cis 120 +360 4 k=0 k=1 ⇒ k=2 k=3 = 2cis(30o + k · 90o ), k = 0, 1, 2, 3. ⇒ z1 = 2cis 30o ⇒ z2 = 2cis 120o ⇒ z3 = 2cis 210o ⇒ z4 = 2cis 300o : As 4 raízes encontram-se sobre a mesma circunferência (mesmo módulo) e são vértices de um polígono regular convexo de 4 lados (quadrado de centro na origem). 2 cis 120o 2 cis 30o 30o 0 2 cis 210o 2 cis 300o Números Complexos Exemplo(s) 1.5.7 Simone D. Ramos : √ 6 10 1 =? 1 = 1 + 0i = 1cis 0o , assim √ √ √ o o 6 1 = 6 cis 0o = 6 1 cis 0 +k·360 = 1cis k · 60o , k = 0, 1, 2, 3, 4, 5. Então: 6 k = 0 ⇒ z1 = 1 cis 0o k = 1 ⇒ z2 = 1 cis 60o k = 2 ⇒ z = 1 cis 120o 3 k = 3 ⇒ z4 = 1 cis 180o k = 4 ⇒ z5 = 1 cis 240o k = 5 ⇒ z = 1 cis 300o 6 Observação 1.5.7 : As seis raízes estão na circunferência de raio 1 e são vértices de um polígono regular convexo de 6 lados (hexágono regular de centro na origem). Observação 1.5.8 : As n raízes n-ésimas de um complexo encontram-se todas sobre a mesma circunferência, pois têm o mesmo módulo. Além disso, elas são os vértices de um polígono regular convexo de n lados, de centro na origem. Observação 1.5.9 : As n-raízes n-ésimas de um complexo z, podem ser obtidas multiplicando-se uma delas pelas raízes n-ésimas da unidade. b) Forma Exponencial Todo número complexo z = rcis θ pode ser escrito como z = reθi Números Complexos Simone D. Ramos 11 onde r = |z|, θ é o argumento de z e "e"é a base do Sistema Neperiano de Logaritmos. Operações(na forma exponencial) Exemplo(s) 1.5.8 π : Escreva o complexo z = 2e 4 i na forma algébrica. π z = 2e 4 i = 2cis π4 = 2(cos π4 + isen π4 ) = 2( Exemplo(s) 1.5.9 Temos que r = √ 3 2 ) 2 (i) +i √ 2 ) 2 = π 6 √ 2 + i 2. √ √ 3 2 − 12 i. 3 4 + 1 4 (vestibular - 78) O número e3πi é: (a) racional positivo (b) inteiro negativo (d) irracional negativo (e) irracional positivo (ii) √ √ −1/2 = 1 e tg θ = √ = − √13 = − 33 = −tg 30o . 3/2 11 11π πi 6 = 6 . Logo, z = 1e . + ( 21 )2 = O que acarreta: θ = 2π − Execício(s) 1.5.1 2 2 : Escreva, na forma exponencial, o complexo z = √ ( √ Calcule Respostas: (i)(b); √ √ 3 2 + 2 3i. √ k = 0 ⇒ z1 = 3 4cis 20o √ (ii) k = 1 ⇒ z2 = 3 4cis 140o 3 k=2 ⇒ z =√ 4cis 260o 3 (c) imaginário puro Capítulo 2 Polinômios 2.1 Introdução Denição 2.1.1 : Um polinômio em x é qualquer expressão que pode ser escrita na forma: P (x) = an xn + an−1 xn−1 + · · · + a1 x + a0 , onde: • a0 , a1 , a2 , . . . , an são números complexos denominados coecientes do polinômio; • as parcelas an xn , an−1 xn−1 , . . . , a0 são os termos do polinômio; • a0 é chamado termo independente; • os expoentes n, n − 1, n − 2, . . . são números naturais. Polinômios com um, dois e três termos são chamados monômios, binômios e trinômios, respectivamente. Um polinômio escrito com as potências de x na ordem decrescente está na forma padrão. Denição 2.1.2 (Polinômio nulo ou identicamente nulo): Polinômio nulo é aquele em que todos os seus coecientes são iguais a zero (P (x) ≡ 0). Observação 2.1.1 Denição 2.1.3 : P (x) ≡ 0 ⇔ P (x) = 0, ∀x ∈ C. (Grau): Dado P (x) = an xn + an−1 xn−1 + · · · + a1 x + a0 , não identicamente nulo e na forma padrão, com an ̸= 0, dizemos que o grau do polinômio P (x) é o número n. 12 Números Complexos Notação: Simone D. Ramos 13 gr(P ) = n. Denição 2.1.4 (Valor numérico e raíz): Seja P (x) um polinômio não nulo. O valor numérico de um polinômio P (x) para x = α ∈ C é o número complexo P (α). Quando P (α) = 0, dizemos que α é uma raíz ou um zero de P (x). Exemplo(s) 2.1.1 (a) a = 2, a = −1, a = 3, a = 1 e n = 3. 3 2 1 0 3 2 P (x) = 2x − x + 3x + 1 ⇒ P (0) = 1 e P (−1) = −2 − 1 − 3 + 1 = −5. (b) a = 3, a = −2 e n = 1. 1 0 P (x) = 3x − 2 ⇒ P (5) = 15 − 2 = 13 e P (2/3) = 0. (c) P (x) = −5 + 10x5 + 5x10 a10 = 5, a9 = a8 = a7 = a6 = 0, a5 = 10, a = a = a = a = 0, a = −5 e n = 10. 4 3 2 1 0 ⇒ P (0) = −5, P (1) = −5 + 10 + 5 = 10 e P (−1) = −5 − 10 + 5 = −10. Contra-exemplos(não representam polinômios): (a) F (x) = x − 3x1/2 + 5; (b) F (x) = x−7 + 2x + 15; (c) √ F (x) = 3 x − 11x. Denição 2.1.5 (Polinômios idênticos): Os polinômios A(x) = an xn + an−1 xn−1 + · · · + a1 x + a0 e B(x) = bn xn +bn−1 xn−1 +· · ·+b1 x+b0 são idênticos se, e somente se, an = bn , an−1 = bn−1 , . . . , a1 = b1 e a0 = b0 (A(x) ≡ B(x)). Observação 2.1.2 : A(x) ≡ B(x) ⇔ A(x) = B(x), ∀x ∈ C. 2.2 Operações • Adição (ou subtração) Para adicionar ou subtrair polinômios, usamos a propriedade distributiva e adicionamos ou subtraímos os termos semelhantes, ou seja, os termos dos polinômios que têm a variável x com o mesmo expoente. Números Complexos Simone D. Ramos 14 • Multiplicação A multiplicação de dois polinômios requer a multiplicação de cada termo de um polinômio por todos os termos do outro. Assim, torna-se natural o uso da propriedade distributiva. Exemplo(s) 2.2.1 : Sejam f (x) = −2x4 +3x2 +x−1, g(x) = 3x2 +x−3 e h(x) = 2x3 −3x2 −x+3. Vamos calcular: (i) f (x) + g(x); (ii) h(x) − g(x); (iii) g(x) · f (x). Solução: (i) f (x) + g(x) = −2x4 + 3x2 + x − 1 + 3x2 + x − 3 = −2x4 + 3x2 + 3x2 + x + x − 1 − 3 = −2x4 + 6x2 + 2x − 4. (ii) h(x) − g(x) = 2x3 − 3x2 − x + 3 − (3x2 + x − 3) = 2x3 − 3x2 − x + 3 − 3x2 − x + 3 = 2x3 − 3x2 − 3x2 − x − x + 3 + 3 = 2x3 − 6x2 − 2x + 6. (iii) g(x) · f (x) = (3x2 + x − 3) · (−2x4 + 3x2 + x − 1) = −6x6 + 9x4 + 3x3 − 3x2 − 2x5 + 3x3 + x2 − x + 6x4 − 9x2 − 3x + 3 = −6x6 − 2x5 + 9x4 + 6x4 + 3x3 + 3x3 − 3x2 + x2 − 9x2 − x − 3x + 3 = −6x6 − 2x5 + 15x4 + 6x3 − 11x2 − 4x + 3. • Divisão Observe a divisão numérica ilustrada a seguir: 91 4 3 22 ⇒ 91 = 4 × 22 + 3. A divisão, seja de números inteiros ou de polinômios, envolve um dividendo dividido por um divisor para obter um quociente e um resto. Veja, nos próximos exemplos, como podemos dividir polinômios usando um algoritmo bastante semelhante ao que já conhecemos para a divisão numérica. Números Complexos Simone D. Ramos (i) x3 + 2x2 − x − 3 −x3 + 2x2 + 3x 15 Assim, x2 − 2x − 3 Q(x) = x + 4 x+4 4x2 + 2x − 3 −4x2 + 8x + 12 R(x) = 10x + 9 10x + 9 (ii) x4 − 3x2 + 5 x2 − 2x + 1 −x4 + 2x3 − x2 Assim, Q(x) = x2 + 2x R(x) = −2x + 5 x2 + 2x 2x3 − 4x2 + 5 −2x3 + 4x2 − 2x −2x + 5 Exemplo(s) 2.2.2 O algoritmo (Método da chave): da divisão(ou método da chave) para polinômios pode ser apresentado no seguinte esquema: dividendo divisor D(x) R(x) resto d(x)(6= 0) Q(x) quociente onde: (i) gr(D) ≥ gr(d); (ii) gr(R) < gr(d) ou R(x) ≡ 0; (iii) ∃!Q(x) e ∃!R(x) tais que D(x) = d(x) · Q(x) + R(x) ∀x ∈ C; (iv) gr(D) = gr(d) + gr(Q); Números Complexos (v) Simone D. Ramos 16 D(x) é divisível por d(x) ou d(x) é um divisor de D(x) se, e somente se, R(x) = 0 ∀x ∈ C (ou seja,R ≡ 0). Observação 2.2.1 : Na divisão D(x) R(x) d(x) Q(x) sempre que gr(D) < gr(d), temos: Q(x) ≡ 0 e R(x) ≡ D(x). Observação 2.2.2 : Além do método acima, existe o Método de Descartes (ou método dos coe- cientes a determinar) que se baseia na análise dos graus dos polinômios e utiliza a resolução de sistemas lineares. Exemplo(s) 2.2.3 : Efetuar a divisão apresentada acima (em (ii)) usando o método de Descartes. D(x) = x4 − 3x2 + 5 e d(x) = x2 − 2x + 1. Observe que gr(D) = 4 e gr(d) = 2 ⇒ gr(Q) = 2. Assim, Q(x) é do tipo Q(x) = ax2 + bx + c com a ̸= 0. Por outro lado, como gr(R) < gr(d), o resto da divisão é um polinômio no máximo do primeiro grau. Então, R(x) = αx + β. Assim, a partir da identidade D(x) ≡ d(x)Q(x) + R(x), podemos escrever x4 − 3x2 + 5 = (x2 − 2x + 1)(ax2 + bx + c) + αx + β e efetuando as operações no segundo membro, obteremos: x4 − 3x2 + 5 ≡ ax4 + (b − 2a)x3 + (c − 2b + a)x2 + (α + b − 2c)x + β. Logo, a=1 b − 2a = 0 ⇒ b = 2 c − 2b + a = −3 ⇒ c = 0 α + b − 2c = 0 ⇒ α = −2 β=5 Assim, Q(x) = x2 + 2x e R(x) = −2x + 5. Números Complexos Teorema 2.2.1 Simone D. Ramos 17 (Teorema do resto): d(x) = x − a ⇒ R(x) = D(a). Em geral, d(x) = ax − b ⇒ R(x) = D(b/a). Exemplo(s) 2.2.4 : Vamos calcular o resto da divisão de P (x) = x2 − 3x + 1 por: (a) x − 1 ⇒ R = P (1) = 1 − 3 + 1 = −1; (b) x + 1 ⇒ R = P (−1) = 1 + 3 + 1 = 5; (c) 2x − 1 ⇒ R = P (1/2) = Teorema 2.2.2 3 1 1−6+4 1 1 − + = =− . 4/1 2/2 1/4 4 4 (Teorema de DAlembert): D(x) é divisível por x − a se, e somente se, D(a) = 0. Em geral, D(x) é divisível por ax − b se, e somente se, D( ab ) = 0 Exemplo(s) 2.2.5 : Podemos fatorar D(x) = 3x2 + 7x − 20, ou seja, escrevê-lo como um produto de polinômios, dividindo D(x) pelo fator x + 4, já que D(−4) = 0. De fato, 3x2 + 7x − 20 −3x2 − 12x x+4 3x − 5 −5x − 20 5x + 20 0 Logo, D(x) = 3x2 + 7x − 20 = (x + 4)(3x − 5). O exemplo seguinte exibe um esquema denominado Dispositivo Prático de Briot-Runi. Este método simplica os cálculos usados no Método de Descartes para a obtenção do quociente Q(x) e o resto R da divisão de D(x) por x − a. Exemplo(s) 2.2.6 seguinte modo: : A divisão de D(x) = 2x4 − 3x3 + x − 4 por d(x) = x + 2 pode ser efetuada do Números Complexos Simone D. Ramos 18 raiz de d(x) coef. de D(x) 0 1 2 −3 2 −7 14 −27 50 −4 −2 resto coef. de Q(x) De fato, 2 × (−2) − 3 = −7 (2o coef.); −7 × (−2) + 0 = 14 (3o coef.); 14 × (−2) + 1 = −27 (4o coef.); −27 × (−2) − 4 = 50 (resto). Logo, Q(x) = 2x3 − 7x2 + 14x − 27 e R = 50. Em geral: se D(x) = an xn + an−1 xn−1 + · · · + a1 x + a0 e d(x) = x − a, o Dispositivo Prático de Briot-Runi pode ser ilustrado no seguinte esquema: bn−1 = an ; an an−1 ··· a1 a0 bn−1 bn−2 ··· b0 R a bn−2 = a · bn−1 + an−1; onde : resto coef. de Q(x) ······ b0 = a · b1 + a1 ; R = a · b0 + a0 . Números Complexos Simone D. Ramos Exercícios 1. Dados os polinômios A(x) = 2x3 − x + 2, B(x) = x2 + x + 1 e C(x) = 3x − 1, calcule: a) A(x) + B(x); e) A(x) · B(x); b) A(x) + C(x) − B(x); f ) [A(x) + B(x)] · C(x); c) A(x) · C(x); g) [A(x) − 2x · B(x)] · [B(x) + C(x)]. d) B(x) · C(x); 2. Sendo P (x) = x3 + 2x − 1, calcule [P (x)]2 . 3. Se A(x) = x2 − 3x, determine: b) A(2 − x); a) A(x + 1); c) [A(x − 1)]2 . 4. Qual é o grau dos polinômios seguintes? a) f (x) = 5x3 + 2x; b) g(x) = 9x2 + 2 − 3x5 ; c) h(x) = 10x + 5; d) i(x) = 52; e) j(x) = 4x + 10x15 . 5. Dado o polinômio f (x) = 2x3 + 2x2 − 2x + 2, calcule o seu valor numérico para: a) x = 0; b) x = −1; c) x = 2; d) x = 1/2. 6. Determine o valor de k de modo que os polinômios abaixo tenham uma raiz igual a 1. a) f (x) = (k + 2)x2 + 5k; b) h(x) = (2k + 1) − kx + (7 + k)x2 . 7. Determine: a) o valor de k de modo que 0 seja raiz do polinômio f (x) = 2k − x3 + x + kx2 . b) o valor de m, sabendo que i é uma raiz do polinômio A(x) = 2x3 + mx2 + 2x + 3. 8. Determine um polinômio cujas raízes são 2, -1 e 3. 9. Dados os polinômios f (x) = x2 + 1, g(x) = 2x + 3 e h(x) = −x2 + x, calcule: 19 Números Complexos a) f (x) + g(x) + h(x); b) f (x) − g(x); c) h(x) − f (x); d) f (x) − g(x) + h(x). Simone D. Ramos 10. Efetue os seguintes produtos: a) (−x3 + 2x2 + 1) · (2x + 3); b) (4x2 + 3x + 5) · (−x − 4); c) (x3 + 7x) · (−x2 − 2x). 11. Efetue a divisão dos seguintes polinômios pelo método da chave: a) x3 − 5x2 − 4x + 2 e x − 3; b) x5 − 3x2 + 6x − 1 e x2 + x + 1; c) x10 + x5 + 1 e x2 + x + 1. 12. Efetue a divisão dos seguintes polinômios pelo dispositivo de Briot-Runi: a) 3x2 − 7x + 3 e x − 2; b) 9x2 − 33x + 37 e −x + 7; c) 2x2 + 13x − 27 e x + 6; d) 2x3 − 7x2 − 2x + 5 por 2x + 1. 13. Determine, sem efetuar a divisão, o resto da divisão de: a) x6 − x4 + x2 − 1 por x − 1/2; b) x8 + 1 por 2x − 4; c) x2 + x + 1 por x + 1. 14. Determine k ∈ R, de modo que: a) x3 + 5x2 + kx + 1 seja divisível por x − 1; b) 2x3 + kx2 − (2k + 1)x − 13k + 3 seja divisível por x + 4; 20 Números Complexos c) Simone D. Ramos 21 x142 + k seja divisível por x + 1. 15. Dividindo-se um polinômio P (x) por x − 3, resulta um resto de -7 e um quociente de x − 4. Qual é P (x)? 16. Calcule a, de modo que dividindo-se f (x) = 4x3 + ax2 − 3x + 4 por x − 2 seja obtido resto 4. 17. Dividindo o polinômio P (x) = x3 + x2 + x + 1 pelo polinômio Q(x), obtemos o quociente S(x) = 1 + x e o resto R(x) = x + 1. O polinômio Q(x) satisfaz a: a) Q(2) = 0; b) Q(3) = 0; c) Q(0) ̸= 0; d) Q(1) ̸= 0; e) n.d.a. 18. O polinômio x3 + px + q é divisível por x2 + 2x + 5. Os valores de a) 2 e 5; b) 5 e 2; c) 1 e 5; d) 1 e -10; e) 3 e 6. p e q são respectivamente: 19. Um polinômio f, dividido por x − 1 e x + 3, dá restos -2 e 1, respectivamente. O resto da divisão de f por (x − 1)(x + 3) é: a) b) c) d) e) 5 −3 x− ; 4 4 −3 5 x+ ; 4 4 3 5 x− ; 4 4 3 5 x+ ; 2 2 3 5 x− . 2 2 Números Complexos Respostas dos Exercícios 1. a) 2x3 + x2 + 3; b) 2x3 − x2 + x; c) 6x4 − 2x3 − 3x2 + 7x − 2; d) 3x3 + 2x2 + 2x − 1; e) 2x5 + 2x4 + x3 + x2 + x + 2; f) 6x4 + x3 − x2 + 9x − 3; g) −2x4 − 11x3 − 10x2 + 8x. 2. x6 + 4x4 − 2x3 + 4x2 − 4x + 1. 3. a) x2 − x − 2; b) x2 − x − 2; c) x4 − 10x3 + 33x2 − 40x + 16. 4. a) 3; b) 5; c) 1; d) 0; e) 15. 5. a) 2; b) 4; c) 22; d) 7/4. 6. a) − 1/3; b) − 4. 7. a) k = 0; b) m = 3. 8. f (x) = x3 − 4x2 + x + 6. 9. a) 3x + 4; b) x2 − 2x − 2; c) − 2x2 + x − 1; d) − x − 2. 10. 11. a) −2x4 + x3 + 6x2 + 2x + 3; b) −4x3 − 19x2 − 17x − 20; c) −x5 − 2x4 − 7x3 − 14x2 . a) Q(x) = x2 − 2x − 10 e R(x) = −28; b) Q(x) = x3 − x2 − 2 e R(x) = 8x + 1; c) Q(x) = x8 − x7 + x5 − x4 + x3 − x + 1 e R(x) = 0. Simone D. Ramos 22 Números Complexos 12. Simone D. Ramos a) Q(x) = 3x − 1 e R = 1; b) Q(x) = −9x − 30 e R = 247; c) Q(x) = 2x + 1 e R(x) = −33; d) Q(x) = x2 − 4x + 1 e R = 4. 13. a) 23 −51 ; b) 257; c) 1. 64 14. a) k = −7; b) k = 11; c) k = −1. 15. P (x) = x2 − 7x + 5. 16. a = −13 . 2 17. (d). 18. (d). 19. (a). Teorema 2.2.3 (divisão por (x − a)(x − b)) Seja P (x) um polinômio de grau n ≥ 2. P (x) é divisível por (x − a) e por (x − b) com a ̸= b ⇒ P (x) é divisível por (x − a) · (x − b). Demonstração: De fato, P (x) é divisível por (x − a) e por (x − b) ⇒ P (a) = 0 e P (b) = 0 (Teorema de D'Alembert). Além disso, ∃Q(x) e R(x) = αx + β tais que P (x) ≡ (x − a)(x − b) · Q(x) + R(x). Assim, temos que: P (a) = αa + β = 0 a̸=b ⇒ αa − αb = 0 ⇒ α(a − b) = 0 ⇒ α = 0 ⇒ β = 0. e P (b) = αb + β = 0 Então R(x) ≡ 0. Logo, P (x) é divisível por (x − a)(x − b). Observação 2.2.3 (i) : Se P (x) ≡ (x − a)(x − b)Q(x) então o quociente da divisão de P (x) por (x − a) é divisível por (x − b). Números Complexos (ii) O teorema Simone D. Ramos acima se generaliza, isto é, se P (x) é divisível 24 por (x − α1 ), por (x − α2 ), . . . e por (x − αk ), com α1 , α2 , . . . e αk , distintos dois a dois, então P (x) é divisível por (x − α1 ) · (x − α2 ) . . . (x − αk ). Além disso, a recíproca é verdadeira. Exemplo(s) 2.2.7 : P (x) = x20 + x10 − 2 é divisível por x2 − 1. De fato, como x2 − 1 = (x − 1)(x + 1) e P (−1) = P (1) = 0, temos que P (x) é divisível por (x + 1) e por (x − 1). Logo, P (x) é divisível por (x + 1)(x − 1) = x2 − 1. Capítulo 3 Equações Polinomiais 3.1 Introdução Denição 3.1.1 : Uma equação polinomial, ou algébrica, é toda sentença da forma P (x) = 0, onde P (x) é um polinômio qualquer. O grau do polinômio P (x) é também denominado grau da equação P (x) = 0. Exemplo(s) 3.1.1 : (a) 2x + 5 = 0 (1o grau) (b) x3 − 3x2 + 7 = 0 (3o grau) (c) x6 + x5 − 4x2 − 1 = 0 (6o grau) 3.2 Rebaixamento do grau de equações polinomiais Já vimos (Teorema de DAlembert) que A(x) é divisível por x − a ⇔ A(a) = 0. Nesse caso, ∃Q(x) polinômio tal que A(x) = (x − a) · Q(x). Esta propriedade pode ser útil nas resoluções de equações polinomiais das quais se conhecem uma ou mais raízes. Exemplo(s) 3.2.1 : Resolva a equação x4 − 5x3 + 5x2 + 5x − 6 = 0 sabendo que 1 e 2 são suas raízes. De fato, como P (x) = x4 − 5x3 + 5x2 + 5x − 6 é divisível por x − 1 e por x − 2, podemos aplicar o dispositivo de Briot-Runi: 25 Números Complexos Simone D. Ramos 1 -5 5 5 -6 1 1 -4 1 6 0 2 1 -2 -3 0 26 x2 − 2x − 3 Assim, P (x) = (x − 1)(x − 2)(x2 − 2x − 3). Então x−1=0 P (x) = 0 ⇔ x−2=0 x2 − 2x − 3 = 0 ⇒ x=1 ou (raízes dadas) ⇒ x=2 ou ⇒ x = −1 ou x = 3 Logo, S = {−1, 1, 2, 3}. Observação 3.2.1 : Toda equação polinomial de grau n ≥ 1 possui pelo menos uma raiz complexa (Teorema Fundamental da Álgebra - Gauss). Teorema 3.2.1 (da decomposição) : Todo polinômio P (x) = an xn + an−1 xn−1 + an−2 xn−2 + . . . + a1 x + ao com an ̸= 0 pode ser decomposto em n fatores do 1o grau na forma P (x) = an (x − α1 )(x − α2 )(x − α3 ) . . . (x − αn ) onde os números complexos α1 , α2 , α3 , . . . , αn são as raízes de P (x). Além disso, sem considerar a ordem dos fatores, esta decomposição é única. Demonstração: De fato, seja P (x) = an xn + an−1 xn−1 + . . . + a1 x + a0 . Como n ≥ 1, P (x) possui pelo menos uma raiz complexa α1 (T.F.A.). Assim, podemos escrever: P (x) = (x − α1 )Q1 (x), onde Q1 (x) é de grau n − 1 com coeciente dominante an . Como grau de Q1 (x) ≥ 1, podemos novamente usar o T.F.A. e escrever Q1 (x) = (x − α2 )Q2 (x). Assim, temos: P (x) = (x − α1 )(x − α2 )Q2 (x). Números Complexos Simone D. Ramos 27 De forma análoga, podemos decompor Q2 (x) e os sucessivos quocientes e escrever P (x) na forma P (x) = (x − α1 )(x − α2 ) · . . . · (x − αn )Qn (x) onde Qn (x) é de grau zero com coeciente dominante an . Logo, P (x) = an (x−α1 )(x−α2 )·. . .·(x−αn ). Exemplo(s) 3.2.2 : Se as raízes de P (x) = 2x3 + x2 − 13x + 6 são −3, decompô-lo na forma: 1 e 2, então podemos 2 1 P (x) = 2(x + 3)(x − )(x − 2) 2 Observação 3.2.2 : As raízes α1 , α2 , . . . , αn de um polinômio de grau n não são necessariamente distintas. Caso um fator (x − αi ) ocorrra m vezes, dizemos que αi é uma raiz de multiplicidade m. Se (x − αi ) ocorrer uma única vez, então αi é uma raiz simples. Exemplo(s) 3.2.3 : Para P (x) = 5(x − 2)(x − 2)(x − 2)(x − 1)(x − 1)(x + 3) temos: • 2 é uma raiz tripla (ou de multiplicidade 3) de P (x). • 1 é uma raiz dupla (ou de multiplicidade 2) de P (x). • -3 é uma raiz simples de P (x). Teorema 3.2.2 (das raízes conjugadas) : Sejam P (x) um polinômio de grau n ≥ 2, e de coe- cientes reais e z um número imaginário. P (z) = 0 ⇔ P (z) = 0. Além disso, z e z são raízes com a mesma multiplicidade. Demonstração: De fato, P (z) = an z n + an−1 z n−1 + . . . + a1 z + a0 = an z n + an−1 z n−1 + . . . + a1 z + a0 = an z n + an−1 z n−1 + . . . + a1 z + a0 = an z n + an−1 z n−1 + . . . + a1 z + a0 = P (z) Exemplo(s) 3.2.4 Números Complexos (a) Simone D. Ramos 28 Obtenha um polinômio com coecientes reais, de menor grau possível, que admite -3 e 1+2i como raízes. Pelo teorema anterior, P (x) deve admitir no mínimo três raízes: -3, 1+2i e 1-2i. Então, teremos: P (x) = a(x + 3)(x − 1 − 2i)(x − 1 + 2i) = a(x + 3)(x2 − 4x + 5) = a(x3 − x2 − 7x + 15), onde a ∈ R∗ Logo, por exemplo, P (x) = x3 − x2 − 7x + 15. (b) Resolva a equação x4 + 4x3 − 17x2 + 26x − 14 = 0 sabendo que 1-i é uma de suas raízes. Pelo teorema anterior, se 1-i é uma raiz da equação, então 1+i também será raiz. Assim, temos x4 + 4x3 − 17x2 + 26x − 14 = (x − 1 + i)Q(x) Q(x) = x3 + (5 − i)x2 + (−13 − 6i)x + 7 + 7i = (x − 1 − i)(x2 + 6x − 7) Então, x4 + 4x3 − 17x2 + 26x − 14 = (x − 1 + i)(x − 1 − i)(x2 + 6x − 7). Daí, x−1+i=0 4 3 2 x + 4x − 17x + 26x − 14 = 0 ⇒ x−1−i=0 x2 + 6x − 7 = 0 ⇒ x=1−i ou ⇒ x=1+i ou ⇒ x = 1 ou x = −7 Logo, S = {−7, 1, 1 − i, 1 + i} 3.3 Relações de Girard (entre raízes da equação P (x) = 0 e seus coecientes) • Seja a equação ax2 + bx + c = 0 (a ̸= 0) com raízes α1 e α2 . Então ax2 + bx + c = a(x − α1 )(x − α2 ) ⇔ ax2 + bx + c = a[x2 − (α1 + α2 )x + α1 α2 ] c b = x2 − (α1 + α2 )x + α1 α2 . ⇔ x2 + x + a a Números Complexos Simone D. Ramos Assim, obtemos: α1 + α2 = − 29 b c e α1 α2 = a a • Seja a equação ax3 + bx2 + cx + d = 0 (a ̸= 0) com raízes α1 , α2 e α3 . Então ax3 + bx2 + cx + d = a(x − α1 )(x − α2 )(x − α3 ) ⇔ ax3 + bx2 + cx + d = a[x3 − (α1 + α2 + α3 )x2 + (α1 α2 + α1 α3 + α2 α3 )x − α1 α2 α3 ] b c d ⇔ x3 + x2 + x + = x3 − (α1 + α2 + α3 )x2 + (α1 α2 + α1 α3 + α2 α3 )x − α1 α2 α3 . a a a Assim, obtemos: b α1 + α2 + α3 = − , a α1 α2 + α1 α3 + α2 α3 = c a e α1 α2 α3 = − d . a De forma geral, considere a equação an xn + an−1 xn−1 + an−2 xn−2 + · · · + a1 x + a0 = 0 (an ̸= 0) com raízes α1 , α2 , α3 , . . . , αn . São válidas as seguintes relações (de Girard): 1a ) Soma das raízes: α1 + α2 + · · · + αn = − an−1 an 2a ) Soma dos produtos das raízes tomadas duas a duas: α1 α2 + α1 α3 + · · · + αn−1 αn = an−2 an 3a ) Soma dos produtos das raízes tomadas três a três: α1 α2 α3 + α1 α2 α4 + · · · + αn−2 αn−1 αn = − an−3 an .. . na ) Produto das n raízes: α1 α2 α3 · · · · · αn = (−1)n Exemplo(s) 3.3.1 (a) a0 an : Resolva a equação x3 − 5x2 + 2x + 8 = 0, sabendo que uma de suas raízes é o dobro da outra. De fato, pelas relações de Girard, temos: b=2a a + b + c = 5 ⇒ 3a + c = 5 ⇒ c = 5 − 3a 1 b=2a ab + bc + ac = 2 ⇒ 2a2 + 3ac = 2 ⇒ 7a2 − 15a + 2 = 0 ⇒ a = 2 ou a = . 7 abc = −8 Números Complexos Então, obtemos: a=2⇒b=4 a= 1 ⇒b= 2 7 7 Simone D. Ramos 30 c = −1(satisfazem a 3a relação de Girard) e ou e c= 32 (não satisfazem a 3a relação de Girard) 7 Logo, S = {−1, 2, 4} (b) Se a, b, c e d são as raízes da equação x4 − 2x3 + 3x2 − 5x + 7 = 0, calcule o valor da expressão 1 1 1 1 E= + + + . a b c d De fato, pelas relações de Girard, temos: a+b+c+d ab + ac + ad + bc + bd + cd abc + abd + acd + bcd abcd = 2 = 3 = 5 = 7 Logo, E= bcd + acd + abd + abc 5 = abcd 7 3.4 Exercícios Nos exercícios de 1 a 3 verique se A(x) é divisível or B(x). 1) A(x) = (x − 2)10 + (x − 1)8 − 1 e B(x) = (x − 2)(x − 1). 2) A(x) = x7 − x5 − 12x3 + 5x2 − 20 e B(x) = x2 − 4. 3) A(x) = x5 + x4 − 6x3 − 3x2 + 5x + 2 e B(x) = (x − 2)(x2 − 1). 4) Determine m e n para que P (x) = x6 + mx4 + nx3 − 3x − 2 seja divisível por (x + 1)(x − 2). 5) Seja P (x) = x6 + 2x5 − 4x4 + 2x2 − 2x + 1. (a) Verique que P (x) é divisível por (x + 1)(x − 1). (b) Obtenha o quociente da divisão de P (x) por x + 1 e verique que esse quociente é divisível por x − 1. Números Complexos 6) Simone D. Ramos 31 Verique que A(x) = 2x5 − 15x3 + 12x2 + 7x − 6 é divisível por (x − 1)(x − 2)(x + 3) e obtenha o quociente dessa divisão. Nos exercícios de 7 a 9 verique se A(x) é divisível por B(x). 7) A(x) = 2x3 − 11x2 + 4x + 5 e B(x) = (x − 1)(x − 5). 8) A(x) = x51 + x49 + x47 − 3x45 e B(x) = x2 − 1. 9) A(x) = 2x4 + 5x3 − 5x2 − 20x − 12 e B(x) = (x + 1)(x2 − 4). 10) Determine m e n para que P (x) = 2x4 + 3x3 + mx2 − nx − 3 seja divisível por (x + 1)(x − 3). 11) Seja A(x) = 3x3 + ax2 + bx + c. Determine a, b e c sabendo que A(x) é divisível por (x + 2)(x + 3) e que o resto da divisão de A(x) por x + 1 é -8. 12) Obtenha o resto da divisão de P (x) = x50 + 2x49 − 3x3 + 2x + 5 por (x − 1)(x + 2). 13) Os restos das divisões de P (x) por x − 1 e por x − 2 são 3 e 4, respectivamente. Qual é o resto da divisão de P (x) por (x − 1)(x − 2)? Nos exercícios de 14 a 24 resolva cada equação nas quais os números αi são raízes conhecidas. 14) x3 − 12x2 + 41x − 42 = 0, 15) x3 − 3x2 − 5x + 39 = 0, α1 = −3. 16) x4 − 2x3 − 13x2 + 14x + 24 = 0, α1 = 4 e α2 = −1. 17) x4 − 9x3 + 26x2 − 24x = 0, 18) x4 − 4x3 − 9x2 + 26x − 30 = 0, α1 = 1 + i e α2 = 1 − i. 19) x3 − x2 − 14x + 24 = 0, α1 = −4. 20) x3 − 7x2 + 14x − 8 = 0, α1 = 4. 21) x4 − 5x3 + 5x2 + 5x − 6 = 0, α1 = 2 e α2 = −1. 22) 5 2x4 + 3x3 − 17x2 − 30x = 0, α1 = − . 2 23) x4 − 4x3 − 20x2 − 4x − 21 = 0, α1 = 2. α1 = 3. α1 = i e α2 = −i. Números Complexos 24) x4 − 4x3 + 4x2 + 4x − 5 = 0, α1 = 2 + i e α2 = 2 − i. 25) Dê a multiplicidade de cada raiz de P (x) nos casos: (b) 1 P (x) = (x + 1)(x + 1)(x + 2)(x + 2)(x + 2). 3 1 P (x) = −4(x − 3)(x + 5)3 (x − )6 . 3 (c) P (x) = x3 (x − i)(x + i)(x − 7)4 . (a) Simone D. Ramos 32 Nos exercícios 26 a 33 decomponha P (x) e resolva a equação P (x) = 0. 26) P (x) = 3x3 − 16x2 + 23x − 6, sabendo que 3 é uma de suas raízes. 27) P (x) = 2x4 − 13x3 + 23x2 − 3x − 9, sabendo que 3 é uma raiz dupla de P (x). 28) P (x) = x4 − 6x3 + 9x2 − 6x + 8, sabendo que i e -i são duas raízes. 29) P (x) = 5x5 − 33x4 + 76x3 − 64x2 + 16, sabendo que 2 é uma raiz tripla de P (x). 30) P (x) = x3 − 5x2 − 8x + 48, sabendo que 4 é uma raiz. 31) P (x) = x4 + 4x3 + 13x2 + 36x + 36, sabendo que -2 é uma raiz dupla. 32) P (x) = 3x5 − 16x4 + 32x3 − 30x2 + 13x − 2, sabendo que 1 é uma raiz tripla. 33) P (x) = x4 − 4x3 + 7x3 − 6x + 2, sabendo que 1 + i e 1 − i são raízes. 34) Dê a multiplicidade de cada raiz de A(x) nos seguintes casos: (a) 35) (b) A(x) = −3(x − 2)(x − 2)(x − 2)(x + 7)(x + 7)(x + 10) √ √ A(x) = 2(x + 1)(x − 3)4 (x + 4)3 . (c) 3 A(x) = x2 (x − )5 (x + 5)6 . 2 O número 2 é uma raiz da equação x5 −6x4 +17x3 −38x2 +60x−40 = 0. Qual é a multiplicidade dessa raiz? 36) Qual é o menor grau de um polinômio de coecientes reais que admite: (a) 2, 1+i e 3-2i como raízes? (b) -2, i e 1+2i como raízes de multiplicidades 3, 1 e 2, respectivamente? Números Complexos 37) Simone D. Ramos 33 Dado um polinômio A(x), de grau ímpar e de coecientes reais, é possível concluir que A(x) possui ao menos uma raiz real? 38) Resolva x4 + 3x3 − 6x2 + 12x − 40 = 0 sabendo que 2i é uma de suas raízes. 39) Resolva x6 − 2x5 + 3x4 − 4x3 + 3x2 − 2x + 1 = 0 sabendo que i é uma raiz dupla. 40) Dada a equação x3 − x2 + mx + n = 0 determine os reais m e n de modo que 1+i seja uma de suas raízes e dê o seu conjunto-solução. 41) Determine um polinômio P (x), de coecientes reais e de grau mínimo, que possua 1 e 3+2i como raízes. 42) Qual é o menor grau de um polinômio de coecientes reais que admite: (a) -3, 2 e 4+i como raízes? (b) i, 1-i e 1 como raízes de multiplicidade 2, 1 e 3, respectivamente? 43) Existe algum polinômio de 3o grau com coecientes reais, que tenha 2, 3 e i como raízes? 44) Resolva a equação x4 − 4x3 + 9x2 − 16x + 20 = 0 sabendo que 2+i é uma de suas raízes. 45) Determine a, b e o conjunto-solução da equação 2x3 + ax2 + bx − 27 = 0, sabendo que 3i é uma de suas raízes e que a e b são reais. 46) Escreva um polinômio de coecientes reais e de grau mínimo que possua: (a) 2, -3 e i como raízes. (b) -1 e i como raízes tripla e dupla, respectivamente. 47) Resolva a equação x3 − 3x2 − 4x + 12 = 0 sabendo que ela possui duas raízes opostas. 48) Resolva a equação 2x3 + x2 − 13x + 6 = 0 sabendo que ela possui duas raízes inversas. 49) Resolva a equação x3 − 6x2 + mx + 10 = 0 e encontre o valor de m sabendo que suas raízes estão em P.A. 50) Sejam a, b e c as raízes da equação x3 − 4x2 + 6x − 2 = 0. Calcule o valor de: (a) 1 1 1 + + a b c Números Complexos (b) 1 1 1 + + ab ac bc (c) a2 + b2 + c2 Simone D. Ramos 34 51) Resolva a equação x3 − 4x2 − 3x + 18 = 0 sabendo que ela admite uma raiz dupla. 52) Resolva a equação x3 − 2x2 − 5x + 6 = 0 sabendo que uma de suas raízes é o triplo de uma outra. 53) Resolva a equação 2x4 + 25x3 + 108x2 + 176x + 64 = 0 sabendo que ela admite uma raiz tripla. Nos exercícios 54 a 58 resolva as equações a partir das informações dadas sobre suas raízes. 54) x3 − 4x2 + x + 6 = 0. Uma das raízes é igual à soma das outras duas. 55) x3 − 11x2 + 36x − 36 = 0. Uma das raízes é igual ao produto das outras duas. 56) x3 − 3x2 − 4x + 12 = 0. Duas raízes são simétricas. 57) x3 − 9x2 + 24x − 20 = 0. Há uma raiz dupla. 58) 64x3 − 56x2 + 14x − 1 = 0. As raízes estão em P.G. 59) Dê a soma dos produtos distintos das raízes tomadas três a três, da equação 6x5 − 8x4 − 3x3 − x2 + 5x − 1 = 0. 60) Determine m em cada uma das equações seguintes, de modo que quem satisfeitas as condições indicadas: (a) x3 − 7x + m = 0, tenha uma raiz igual ao dobro da outra; (b) x3 − x2 + mx + 21 = 0, tenha a soma de duas de suas raízes igual a 4; (c) 2x3 − 21x2 + mx − 16 = 0, tenha suas raízes em P.G. 3.5 Respostas dos Exercícios 1. Sim 2. Sim 3. Sim Números Complexos Simone D. Ramos 4. m = −3 e n = −1 5. a) Q(x) = x5 + x4 − 5x3 + 5x2 ; 6. Q(x) = 2x2 − 1 7. Sim 8. Sim 9. Sim 10. m = −19 e n = 23 11. a = 14; b = 13 e c = −6. 12. R(x) = −6x + 13 13. R(x) = x + 2 14. S = {2, 3, 7} 15. S = {−3, 3 − 2i, 3 + 2i} 16. S = {−3, −1, 2, 4} 17. S = {0, 2, 3, 4} 18. S = {1 − i, 1 + i, −3, 5} 19. S = {−4, 2, 3} 20. S = {1, 2, 4} 21. S = {−1, 1, 2, 3} 22. S = {− 52 , −2, 0, 3} 23. S = {−i, i, −3, 7} 24. S = {2 − i, 2 + i, −1, 1} b) Q(x) = x4 + 2x3 − 3x2 + 2x − 1. x−1 35 Números Complexos Simone D. Ramos 25. (a) -1 é raiz dupla e -2 é raiz tripla; (b) 3 é raiz simples, -5 é raiz tripla e 1 3 36 é raiz sêxtupla; (c) 0 é raiz tripla, i e -i são raízes simples e 7 é raiz quádrupla. 26. P (x) = 3(x − 3)(x − 2)(x − 1/3) e S = {3, 2, 1/3} 27. P (x) = 2(x − 3)2 (x − 1)(x + 1/2) e S = {3, 1, −1/2} 28. P (x) = (x − i)(x + i)(x − 4)(x − 2) e S = {i, −i, 4, 2} 29. P (x) = 5(x − 2)3 (x − 1)(x + 2/5) e S = {2, 1, −2/5} 30. P (x) = (x − 4)2 (x + 3) e S = {−3, 4} 31. P (x) = (x + 2)2 (x − 3i)(x + 3i) e S = {−2, −3i, 3i} 32. P (x) = 3(x − 1)3 (x − 2)(x − 1/3) e S = {1, 2, 1/3} 33. P (x) = (x − 1)2 (x − 1 − i)(x − 1 + i) e S = {1, 1 + i, 1 − i} 34. (a) 2 é raiz tripla, -7 é raiz dupla e -10 é raiz simples; (b) -1 é raiz simples, √ 3 é raiz quádrupla e -4 é raiz tripla; (c) 0 é raiz dupla, 3/2 é raiz quíntupla e -5 é raiz sêxtupla. 35. Multiplicidade 3 36. (a ) 5o grau; (b) 9o grau 37. Sim 38. S = {−2i, 2i, −5, 2} 39. S = {−i, i, 1} 40. m = 0, n = 2 e S = {1 + i, 1 − i, −1} 41. P (x) = x3 − 7x2 + 19x − 13 42. (a) 4o grau; (b) 9o grau. 43. Não 44. S = {2 + i, 2 − i, 2i, −2i} 45. a = −3, b = 18 e S = {−3i, 3i, 3/2} Números Complexos Simone D. Ramos 46. (a) x4 + x3 − 5x2 + x − 6; (b) x7 + 3x6 + 5x5 + 7x4 + 7x3 + 5x2 + 3x + 1 47. S = {−2, 2, 3} 48. S = {−3, 1/2, 2} 49. m = 3 e S = {−1, 2, 5} 50. (a) 3; (b) 2; (c) 4. 51. S = {−2, 3} 52. S = {−2, 1, 3} 53. S = {−1/2, −4} 54. S = {−1, 2, 3} 55. S = {2, 3, 6} 56. S = {−2, 2, 3} 57. S = {2, 5} 58. S = {1/2, 1/4, 1/8} 59. 1/6 60. (a) m = ±6; (b) m = −5; (c) m = 42. 37