3 Revista Filosofia Capital ISSN 1982 6613 Vol. 6, Edição 12, Ano 2011. A CONTRIBUIÇAO DA REFLEXÃO FILOSÓFICA NO PROCESSO DA APRENDIZAGEM: PARA CONHECER E PENSAR É PRECISO ANTES APRENDER A LER E INTERPRETAR A CONTRIBUTION OF PHILOSOPHICAL REFLECTION ON LEARNING PROCESS: TO KNOW AND THINK BEFORE YOU NEED TO LEARN TO READ AND INTERPRET TREVISAN, Mauro 1 RESUMO O presente artigo visou analisar a importância da leitura e interpretação no processo de aprendizagem, destacando-se assim, que para o processo de ensino aprendizagem, o desenvolvimento de habilidades, a prontidão e a motivação para aprender são fatores determinantes para o ensino. O problema apresenta-se na maior parte das vezes no final do ensino médio e no ensino superior quando os alunos demonstram uma enorme dificuldade no aspecto de interpretação. Uma das hipóteses para sanar o problema seria exatamente a motivação pessoal desde os primeiros anos da educação escolar, outra seria com programas específicos nas instituições, inclusive alguma Instituição de nível superior já trabalham hoje com esta perspectiva de aprimoramento da parte de leitura e interpretação no primeiro semestre dos cursos de graduação. Ressalta como elemento relevante a formação inicial dos alunos. Como forma metodológica percorreu-se o aspecto legal, as normativas repensando a própria Lei das Diretrizes e Bases da Educação, apresentando alguns elementos como fonte alternativa para tentar resolver a falta de disciplina. Em suma, o processo de ensino aprendizagem demanda certa organicidade e disciplina que fazem a diferença. Palavras-chave: Filosofia; Educação; Interpretação; Leitura. ABSTRACT This article aims to analyze the importance of reading and interpretation in the learning process, especially so that the process of teaching and learning, skills development, readiness and motivation to learn are decisive factors for teaching. The problem presents itself in most cases at the end of high school and higher education where students demonstrate an enormous difficulty in the aspect of interpretation. One hypothesis to solve the problem exactly is personal motivation from the first years of school education, another would be in institutions with specific programs, including any institution of higher education have been working today with such a prospect of improvement on the part of reading and interpretation in the first semester of undergraduate courses. Highlights an important aspect to training of students. As a methodological form come to the legal aspect, the normative rethinking the very Law of Directives and Bases of Education, with some elements as an alternative source to solve the lack of discipline. In short, the process of teaching and learning demand certain corporate and discipline those make a difference. Keywords: Philosophy; Education; Interpretation; Reading. 1 Formado em Filosofia pela USF-SP; Especialista em Direito Civil Processo Civil pela UNIPAR-PR; mestrado filosofia pela PUC-PR, mestrando em Gerontologia pela UCB-DF; Professor das seguintes Instituições em Brasília: Faculdade LS, Faculdade IESCO, Centro Educacional Adventista. Email: [email protected]. Revista Filosofia Capital – RFC ISSN 1982-6613, Brasília, vol. 6, n. 12, p. 03-13, jan/2011. 4 Revista Filosofia Capital ISSN 1982 6613 Introdução O processo de conhecimento percorre a aprendizagem e a interpretação. Destacase que praticamente todas as atividades que são desenvolvidas cotidianamente, exceto aquelas que não demandem de um processo de racionalização, as chamadas do senso comum, sejam teóricas ou praticas, requerem processos adequados. O problema que se lança é justamente a questão da interpretação, porque alunos de todos os níveis escolares têm dificuldades quanto a interpretação. Esta é a questão que tentaremos resolver no decorrer deste artigo. Assim, o que realmente se aprende; quanto se conhece sobre alguma coisa e qual é o processo de racionalização (reflexão-pensamento). “[...] o desenvolvimento de habilidades, a prontidão e a motivação para a aprendizagem são fatores determinantes para o ensino.” (O repensar do processo, 1993, p.13). É necessário considerar os resultados de uma pesquisa científica, que indicam que proporção a aprendizagem se processa. Assim, 1% através do gosto, 1,5% através do tato, 3,5% através do olfato, 11% através da audição, 83% através da visão. Do mesmo modo, a retenção do conhecimento ocorre na proporção de: 10% do que é lido, 20% do que é escutado, 30% do que é visto, 50% do que é visto e escutado, 70% do que é dito e discutido e 90% do que é dito e realizado2. Os tempos mudaram as realidades, os valores e conceitos mudaram. Platão em seus diálogos já dizia: “a boa educação dá ao corpo e à alma toda a beleza e perfeição de que são capazes”; que definição é possível apresentar hoje sobre educação! Quanto realmente se aprende ou se conhece sobre algo ou alguma coisa! As pessoas necessitam passar urgente 2 Socony – vacuum oil co studies (Ferreira, Oscar Manuel de Castro & Silvia Junior, Plínio Dias da. Recursos audiovisuais no processo ensino-aprendizagem). Vol. 6, Edição 12, Ano 2011. por um processo de reeducação visando tratar de valores. O mundo moderno acabou por tolher a capacidade das pessoas, isso incorreu na acomodação, ora, é mais cômodo aquilo que facilita a vida, quanto menos utilizar a razão melhor. Afinal, nos parece que esta é a intenção de todos os sistemas, de que cada vez mais as pessoas concluam seus cursos secundários e de nível superior e saiam cada vez mais com o mínimo de conhecimento possível. O que ocorre é que o processo da vida social condiciona cada vez mais as pessoas a viverem sob uma perspectiva, sem perceber a realidade que as circunda. A maior parte das pessoas não trabalha com base em um método, ou com uma metodologia que lhe auxilie no desenvolvimento de suas atividades diárias, o que realmente falta, é um método, disciplina. Daí dizer que muitas pessoas precisam inicialmente aprender a conhecer e a pensar, e, quebrar esse paradigma implantado pelo modelo social vigente, não é tão simples assim, pois a cada dia as pessoas são instigadas mais e mais a se tornarem mecanicistas esquecendo-se do seu lado humano. As pessoas estão cheias, mas de coisas vazias. Contudo, este artigo objetiva propor uma reflexão sobre a questão da leitura, interpretação, do conhecimento e da aprendizagem, retomando elementos da formação inicial dos alunos, repensando a própria Lei das Diretrizes e Bases da Educação, 5.540 de 1968, 5.692 de 1971 e a 9.394 de 1996, apresentando alguns elementos como fonte alternativa para a tentar resolver a falta de disciplina. A constatação inicial É preciso tomar como ponto de partida a análise das dificuldades no modelo de ensino brasileiro, seja ele a nível m médio ou superior, mas falemos de modo especial em relação ao Ensino Superior brasileiro. É preciso enfatizar aqui, que o Revista Filosofia Capital – RFC ISSN 1982-6613, Brasília, vol. 6, n. 12, p. 03-13, jan/2011. 5 Revista Filosofia Capital ISSN 1982 6613 problema que se apresenta na atual conjuntura, não ocorre exclusivamente no ensino superior, pelo contrário, o problema por sua vez inicia-se justamente nas séries iniciais, denominado ensino fundamental, passa para o ensino médio e continua no ensino superior. Mas este aspecto será desenvolvido a frente. Quando retomamos a Lei 5.540 de 1968, no seu primeiro artigo, onde dispõe sobre o ensino superior, determinando: “o ensino superior tem por objetivo a pesquisa, o desenvolvimento das ciências, letras e artes e a formação de profissionais de nível universitário”. Façamos uma análise de três pontos importantes deste artigo, a pesquisa, o desenvolvimento das ciências e a formação de profissionais. O primeiro ponto a ser comentado é com relação à pesquisa, de acordo com a LDB 5.540 de 1968, em se tratando de pesquisa, nenhuma disciplina de curso superior será suficiente como conteúdo desenvolvido nos programas de sala de aula. Aqui já temos um elemento importante a considerar, a maior parte do alunado, desde o ensino fundamental, médio e superior, tem a concepção de que o conteúdo que o professor passa é suficiente, não considera que é importante o fator pesquisa, buscar outros elementos além de sala de aula. A importância da pesquisa apresentase como elemento complementar dos conteúdos programáticos das “respectivas disciplinas, bem como a necessidade de continuidade do processo de pesquisa além do curso como tal, (...)” (BASTOS, 2001, p.13). É preciso ressaltar que a grande maioria dos alunos não são motivados a tal evento, daí um elemento imprescindível está lá no ensino fundamental, e, aí entra o papel do educador, onde a criança deve ser motivada a aprender a gostar, deve-se estimulá-la. Aqui não podemos esquecer a teoria de Skinner, esta por sua vez fundamenta-se na ideia de que aprendemos em função de mudança no comportamento manifesto. Destaca-se que as mudanças no Vol. 6, Edição 12, Ano 2011. comportamento são o resultado de uma resposta individual a eventos (estímulos) que ocorrem no meio. Uma resposta produz uma consequência, bater em uma bola, solucionar um problema matemático. Quando um padrão particular EstímuloResposta (S-R) é reforçado (recompensado), o indivíduo é condicionado a reagir. O segundo ponto a ser comentado em relação à Lei citada anteriormente, faz referência ao desenvolvimento das ciências, letras e artes, haverá desenvolvimento nessas áreas se os cursos deixarem de ser uma simples transmissão de conhecimentos já adquiridos. A ideia de que o alunado hoje em dia é mero receptor de conhecimento, não comporta mais, pois estamos diante de uma geração que aprende muito em uma velocidade enorme, e imaginar que na década de 50, em muitas regiões do Brasil registrava-se o conteúdo em um pequeno quadro, e, ao preencher o aluno tinha que apagar, e não tinha como armazenar as informações. Quando comentamos isso hoje nas salas de aula, os alunos não acreditam, parece para eles ser uma realidade muito distante, mas não é. Podemos pensar como as coisas mudaram e evoluíram com uma rapidez, por exemplo, a questão da própria internet no inicio da década de 90 e a disseminação dos aparelhos de telefonia celular. Tudo isso e muito mais evoluiu, mudou, transformou o meio, do mesmo modo que o desenvolvimento das ciências não se resume em apenas um processo de transmissão de conhecimento. Em terceiro o que a Lei destaca, é a formação dos profissionais, ressalta-se que o profissional deve receber, no curso de nível superior, o instrumental técnicocientífico que habilite a desempenhar sua atividade, eficiência e segurança. Este sem dúvidas é um elemento muito importante o professor enquanto educador e formador de opiniões tem um papel muito importante na vida discente. Desde o ensino fundamental quando o aluno espelha-se no professor Revista Filosofia Capital – RFC ISSN 1982-6613, Brasília, vol. 6, n. 12, p. 03-13, jan/2011. 6 Revista Filosofia Capital ISSN 1982 6613 vendo-o como um herói, passando ao ensino fundamental quando começa a formar uma consciência critica, e no ensino superior quando os paradigmas são quebrados, e os mesmos começam a ver o mundo sob outro aspecto. Definitivamente o professor tem uma figura imprescindível. Nesta linha de raciocínio, a lei 5.692 de 1971, dispõe em seu primeiro artigo: “ o ensino de primeiro e segundo graus tem por objetivo geral proporcionar ao educando a formação necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades como elemento de auto - realização, qualificação para o trabalho e preparo para o exercício consciente da cidadania”. Em meio a um período de dificuldades percebe-se que o objetivo da lei é que haja uma continuidade nos estudos. Analisando mais detalhada mente a lei 5.692 de 1971, prevê e determina a instalação de cursos técnicos que teoricamente, visariam dar condições aos alunos a desempenhar uma profissão. Aqui deve-se questionar o seguinte: algumas escolas desenvolveram certos ajustes visando ter seus alunos já ensino superior, mas quem iria preparar e que classe seria beneficiada! Em síntese, esta política educacional era tendenciosa e visava a satisfação do Estado como elemento concentrador do poder. Assim, vale destacar que efeitos surgiram em relação à reforma do segundo grau, Sob a alegação de carência de técnicos de ensino médio, a política educacional adotada esconde seu verdadeiro objetivo: conter a demanda do ensino universitário, tornando-o ainda mais elitista e possibilitar ao Estado desempenho de funções político-econômicas e não educacionais (BASTOS, 2001, p.15). A ideia era fazer do ensino um instrumento de dominação e de imposição de políticas ideológicas de interesse particular. Vol. 6, Edição 12, Ano 2011. Em meio a este contexto, se observarmos a realidade constatar-se-á, que a maioria dos estudantes que ingressam no ensino superior manifestaram inúmeras dificuldades, deficiências que na grande parte das vezes não são resolvidas, exceto se o aluno realmente tiver interesse em buscar sanar o problema. Essas deficiências que acompanham os alunos no ensino superior são inúmeras e que dependem do contexto onde o mesmo está inserido. A questão está em resolver o problema de fato e não apenas os efeitos do problema. Em se tratando das respectivas deficiências podemos classificá-las em três níveis, deficiência respectiva a imaturidade cultural, deficiência com relação a imaturidade psicológica e deficiência com relação a imaturidade lógica. Da imaturidade cultural É preciso iniciar dizendo que uma grande parte dos conteúdos trabalhados no segundo grau reduziu-se no chamado “educação geral” para permitir a inclusão de programas que tinham por objetivo a profissionalização. O resultado é o empobrecimento do nível cultural. Antes de mencionar alguns exemplos deve-se ressaltar o seguinte: o chamado antigo ensino médio ou segundo grau disponibilizava da seguinte formação, técnico em contabilidade, onde o aluno estudava por quatro anos e saia com uma “profissão”, o magistério, também quatro anos e habilitava o professor a trabalhar com as séries iniciais, e por fim “educação geral”, com o intuito realmente de preparar o aluno como uma visão “geral” para o ingresso na universidade. Com as reformas no ensino médio, hoje temos como curso apenas “educação geral” e após o ensino médio, é possibilitado aos alunos uma espécie de especialização para aqueles que tenham interesse em nível de ensino médio. Mas o que percebemos é cada vez mais a imaturidade cultural e o rebaixamento do Revista Filosofia Capital – RFC ISSN 1982-6613, Brasília, vol. 6, n. 12, p. 03-13, jan/2011. 7 Revista Filosofia Capital ISSN 1982 6613 nível dos alunos. De acordo com BASTOS (2001, p.16), apresenta alguns exemplos da imaturidade cultural para que se perceba quão grande é o problema. O primeiro enfatiza, por exemplo, se ao mencionar sobre uma “corrente dos enciclopedistas” referencia esta ao pensamento Frances, existe uma confusão com o indivíduo que trabalha com enciclopédia. Quando se trata do assunto “Evolução”, os alunos têm lembranças vagas, de alguns nomes que tem relação com o tema, mas não “conseguem distinguir quais são os elementos principais”. Ou ainda, ao fazer menção a ambas as Guerras Mundiais (Primeira e Segunda), o alunado tem conhecimento apenas dos conflitos, desconhecendo fatos ou pormenores. Seria pedir demais aos alunos para citarem, por exemplo, o nome dos cinco últimos presidentes. Aqui constatamos o problema que praticamente todas as universidades públicas e particulares, faculdades e outros centros universitários enfrentam, e que se não tomar uma providência, a tendência é que se torne cada vez mais trágico o problema. O que está aliado a este universo cultural restrito, é exatamente a falta de leitura. Se por um lado ocorreu todo o avanço tecnológico, por outro os alunos, com o vídeo games, computadores, mp3, celular, se acomodaram, e a tendência quando se acomoda tende-se a estagnar. Em muitas turmas quando cito este problema da falta de leitura, até brinco com os alunos dizendo que hoje, quando queremos esconder algo, o melhor local a esconder alguma coisa, é justamente em uma biblioteca, porque praticamente ninguém procuraria algo lá. E, este problema da falta de leitura de certo modo é mais acentuado em algumas regiões do país. Existem regiões que as pessoas não tem o habito de ler nem ao menos o jornal local, quem dera ler um livro, e, isso incorre exatamente no problema levantado, a questão da interpretação. Vol. 6, Edição 12, Ano 2011. Parece que em algumas instituições é preciso fazer todo um processo de ordem inversa, mesmo no ensino superior, em vez de avançar é preciso reeducar, re-alfabetizar muitos alunos. O resultado é obvio se não tem leitura, muito menos capacidade de interpretar. Cabe lembrarmos aqui, que conhecimento não é sabedoria, sabedoria, é saber fazer. Leitura não é apenas a pronuncia de palavras, mas é preciso estar consciente do contexto, leitura é muito mais do que mera repetição de palavras ou simplesmente porque “sei ler” e sou alfabetizado, isso é senso comum. Há pouco tempo, em sala de aula, indagava uma aluna a fazer a leitura de um parágrafo de cinco linhas, a mesma procedeu com a leitura e, ao final, perguntei a ela o que compreendeu da leitura, para não dizer como interpretaria aquelas linhas, talvez fosse pedir demais. No mesmo instante respondeu “que não sabia”. Esse problema, entre os muitos que existem é resultado de uma dependência cultural. Da imaturidade psicológica Muitos alunos ingressam no ensino superior com a mesma mentalidade que tinham lá no ensino médio, os mesmos não tem uma definição precisa de seus objetivos e aspirações. Aqui compete ressaltar o pensamento de Heráclito, quando menciona sobre o Devir ou a mudança, diz ele: “as águas de um rio não tornam a passar duas vezes pelo mesmo lugar, pois nem mais a água será a mesma e nem o leito do rio será o mesmo, tudo muda, tudo flui”. Devemos estar convictos em uma coisa, a nossa mentalidade sofre transformações no período de formação, e inúmeras transformações. Sempre costumo questionar os alunos quando iniciam o ensino superior, especialmente no primeiro ano, os questiono sobre o seguinte ponto: “como vocês pensam hoje!” E, ao final do semestre ou ano volto a fazer o mesmo questionamento, mudando um pouco a forma: “vocês pensam hoje da mesma Revista Filosofia Capital – RFC ISSN 1982-6613, Brasília, vol. 6, n. 12, p. 03-13, jan/2011. 8 Revista Filosofia Capital ISSN 1982 6613 forma que pensavam quando entraram aqui”! E, a resposta é precisa, NÃO, porque é próprio do ser humano, ser um ser social, que anseia pelo conhecimento, como o próprio Aristóteles, no início de sua obra metafísica destaca: “Todos os homens, por natureza, tendem ao saber.” (ARISTÓTELES, Metafísica). A verdade é que inúmeros alunos quando prestam o vestibular não tem a certeza de que curso fazer, ou escolher porque o fazem por motivação dos pais ou pela família a fazer o curso de Direito porque é tradição familiar, e deve fazer porque é bom. Na verdade isso é uma falácia, chamada falácia da tradição, o argumento é falacioso, é falso, fazer um curso porque é tradição familiar, porque a cinco gerações se faz não quer dizer que será bom para esta ou a outra geração, a realidade é outra. Quem sabe esteja aí a explicação “para tantas desistências e trancamentos de matrículas” (BASTOS, 2001, p.17). Em relação a esta imaturidade psicológica, o mercado tende a proporcionar uma cultura antiética no contexto universitário, onde os alunos solicitam a outras pessoas (compram) trabalhos que muitas vezes são meros plágios, incorrendo nos artigos 184, 185 e 186 do Código Penal. A falta de consideração para com os profissionais da educação de modo especial com a figura do professor, onde se costuma ouvir por parte dos alunos “aquela matéria é chata”, “esse professor é um saco”, “não gosto dele”. Não é muito difícil encontrarmos essas respostas, é só entrar em uma sala de aula a nível médio ou superior e questionar os alunos em relação a certas disciplinas como, por exemplo, filosofia e sociologia. A pouco tempo, o respectivo questionamento fora feito a uma turma de 50 alunos, do ensino superior, se os mesmos no ensino médio gostavam das disciplinas de filosofia e sociologia. Cerca de 90% da turma motivou o desinteresse e comentavam que os professores “eram Vol. 6, Edição 12, Ano 2011. loucos”, ou que “só falavam”. Aqui temos realmente um problema em relação a que profissionais trabalharam essas disciplinas, realmente o número de pessoas com habilitação no país são poucas, mas o outro lado também é preciso frisar, a imaturidade dos alunos em perceberem a importância desses conteúdos e disciplinas. Muitas vezes o problema está na pessoa que trabalha a disciplina por não ter a habilitação correta, mas na maioria das vezes se fosse bem aproveitada pelo alunado, teríamos com certeza uma melhora significativa principalmente no aspecto da interpretação, pois um dos objetivos do estudo da filosofia é proporcionar uma visão ampla do meio onde o sujeito está inserido, quebrando os paradigmas, tirando as viseiras do condicionamento social, mas o que observamos é que não há interesse, e, assim cada vez mais ficam alienados ao meio. Outra questão que deve ser levantada no aspecto da imaturidade psicológica é o “tabu” da nota. Os alunos vêm desde casa com o pré-conceito que para ser bom precisa tirar boas notas, claro que é um elemento que leva a aprovação ou reprovação, mas, a formação de uma pessoa não se resume apenas em suas notas obtidas durante a vida escolar. Questionamento este, que está presente na obra “Pai rico, Pai pobre”, onde a mãe questiona o filho: “estude, tire boas notas para conseguir um bom trabalho”. Conforme mencionado, a nota é consequência dos resultados obtidos de um aluno, é um efeito. Mas a maior parte dos pais pensa dessa forma em relação aos filhos, o mundo não é constituído apenas de notas, conceitos, mas é formado de pessoas e valores que estão se perdendo com o passar dos anos, mais e mais, por isso tem-se o problema da precariedade em relação a interpretações de texto, leitura, formulação de ideias, conceitos, porque os alunos estão preocupados com suas notas. E, na maior parte das vezes em conseguir atingir a média proposta pela instituição; se a média Revista Filosofia Capital – RFC ISSN 1982-6613, Brasília, vol. 6, n. 12, p. 03-13, jan/2011. 9 Revista Filosofia Capital ISSN 1982 6613 é 5,0, estuda-se para tirar 5,0; se a média é 7,0, estuda-se para alcançá-la. Quanto realmente se absorve o que se aprende assim! A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, 9.394 de 1996, na seção IV, onde trata do Ensino Médio, art. 35, ressalta que: “(...) o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;” Em se tratando da Educação Superior a Lei também é clara, em seu artigo 43, destaca: “A educação superior tem por finalidade: estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo”. Os aspectos da ética, da autonomia intelectual e do pensamento reflexivo, desenvolvem-se com o auxílio de uma base filosófica e sociológica sem sombra de dúvidas, mas para isso os alunos precisam aprender a gostar e, os mesmos tem que querer, aprender a ler e interpretar. Se, houver a aceitação por parte dos alunos com certeza é possível resolver uma grande parcela dessa imaturidade psicológica. Da imaturidade lógica Acompanhando a trajetória de alunos do que terminam o ensino médio e ingressam no ensino superior, o que nos é passado, é que muitos alunos passaram direto do primeiro para o terceiro grau, “tão gritantes e infantis são os erros cometidos” (BASTOS, 2001, p.17). Percebe-se a falta de raciocínio lógico, em pensar algo e transcrever para o papel o que se pensou. Às vezes o que se afirma em um parágrafo, nega-se no outro, sem contar os erros ortográficos, concordância verbal e nominal, sem esquecer-se de alunos do ensino médio e superior que carecem urgentemente de correção na caligrafia. Assim, muitos alunos que buscam a Universidade com o intuito de encontrar todas as fórmulas do sucesso irão decepcionar-se, pois sem a sua participação Vol. 6, Edição 12, Ano 2011. e responsabilidade, assumida, e, aqui entra a ideia de assumir uma causa, em busca de outros meios (fontes) que complementem, não há êxito. O domínio do pensamento lógico e a totalidade do conhecimento não se alcançam de um dia para o outro, em um curto espaço de tempo e na fragmentação de um curso e suas disciplinas. É inevitável que o caminho é aberto, longo e, há muito a percorrer. Daquilo que antecedo o processo do conhecimento: a leitura e a interpretação O ato da leitura significa conhecer, decifrar e interpretar, de modo que em nosso cotidiano a maior parte dos conhecimentos que adquirimos são obtidos por meio da leitura, que possibilita amplitude e aprofundamento do saber, nos mais variados campos do conhecimento. O processo da leitura também tem grande influencia no sentido de eleger, escolher elementos importantes dos menos importantes. Nesse sentido frisa Lakatos: A leitura constitui-se em um dos fatores decisivos do estudo e imprescindível em qualquer tipo de investigação cientifica. Favorece a obtenção de informações já existentes, poupando o trabalho da pesquisa de campo ou experimental. A leitura propicia a ampliação de conhecimentos, abre horizontes na mente, aumenta o vocabulário, permitindo melhor entendimento do conteúdo das obras. (LAKATOS, 2001, p.15) É inevitável que a leitura é um processo, do qual se caracteriza por algumas habilidades, entre as quais a interpretação do texto e sua compreensão. Assim, mencionamos especificamente o objetivo e também pode ser considerado um problema, com relação a falta desses elementos, a interpretação e a compreensão, levando realmente a ampliação dos Revista Filosofia Capital – RFC ISSN 1982-6613, Brasília, vol. 6, n. 12, p. 03-13, jan/2011. 10 Revista Filosofia Capital ISSN 1982 6613 conhecimentos. De acordo com Bastos, reforça a ideia. O processo inicia pelo reconhecimento das palavras impressas, o que pode ocorrer silaba por silaba, palavra por palavra, conjuntos de palavras ou captação de frases inteiras. Após o reconhecimento passa-se à interpretação do pensamento do autor para, a seguir, compreende-lo. O passo seguinte será a retenção das ideias do autor e, quando necessário, a reprodução das ideias de modo pessoal, o que confirma a compreensão. (BASTOS, 2001, p.38). Aqui há um elemento muito importante, muitas pessoas acreditam que a leitura é apenas um deslizar de olhos e juntar vogais e consoantes, mas não é bem assim. A leitura além desses elementos basilares depende muito para que se tenha um resultado, a fixação, das linhas, captar o conjunto das palavras, é preciso aprender a ler pelo significado para tornar a leitura mais eficiente. Em se tratando da leitura e interpretação para se chegar a um conhecimento dado, é preciso considerar a velocidade da leitura, e, precisamos fazer uma distinção, de modo que algumas obras ler-se-ão com maior velocidade e outras com menor, pois depende da característica do assunto. Livros técnicos, revistas, jornais, novelas, exigem padrões distintos de velocidade, dependendo do teor do assunto. Existe até uma conta a ser feita para medir a velocidade de nossa leitura, por exemplo, devemos assinalar um texto com aproximadamente 500 palavras, procedendo com a leitura normal, cronometrando o tempo total gasto. Entende-se que, se, por exemplo, o tempo gasto foi de 2 minutos exatos, a leitura corresponde à velocidade de 250 palavras por minuto. A conta é simples, divide-se o numero de palavras Vol. 6, Edição 12, Ano 2011. lidas pelo tempo gasto, o resultado é o número de palavras lidas por minuto. Alguns estudos indicam que o ideal para um bom leitor seria que conseguíssemos atingir uma leitura de 400 palavras por minuto, portanto, o desafio está lançado, é só praticar. Outro elemento com relação a leitura é preciso destacar que existe o bom leitor e o mau leitor, e, algumas características precisam ser destacadas. O bom leitor por exemplo tem o hábitos como objetivo determinado, lê unidades de pensamento, tem vários padrões e estilos, avalia, tem bom vocabulário, dispõe de habilidades para conhecer livros, sabe quando interromper a leitura, discute o que lê, forma sua biblioteca, conhece vários assuntos, sabe e gosta de ler. Enquanto que o mau leitor lê sem finalidades, palavra por palavra, tem apenas um ritmo (vagaroso), não avalia, tem limitação em seu vocabulário, não dispõe de habilidades para conhecer um livro e saber se é bom ou não, não sabe quando interromper a leitura, não tem o habito de discutir o que lê, não gosta de livros ou de formar sua biblioteca, lê apenas um tipo de assunto, lê pouco e não gosta de ler. Com base no bom leitor e no mau leitor, infelizmente esta é uma realidade em termos de Brasil, muito atual, na maior parte das vezes temos outro elemento ai associado, e não podemos dizer que a culpa é exclusiva do aluno, não, pelo fato que existe a questão da motivação, elemento imprescindível na vida de uma pessoa. Com certeza poucos de nós tivemos este tipo de motivação por parte de nossos pais, poucos são os que tiveram, e, aqui não entremos no mérito de elencar os problemas porque seriam muitos e esse não é o objetivo, apenas evidenciar. Falar por exemplo àquela pessoa sabe mais, é mais inteligente ou menos, isso não existe, o que ocorre é que existem pessoas que treinaram, disciplinaram e conheceram melhor suas capacidades, todos nos temos capacidade dê, compete a cada um Revista Filosofia Capital – RFC ISSN 1982-6613, Brasília, vol. 6, n. 12, p. 03-13, jan/2011. 11 Revista Filosofia Capital ISSN 1982 6613 desenvolver, claro que o contexto social também interfere. Assim, destacam-se três elementos, o social, o político e o econômico que influenciam também diretamente no ato de ler ou não ler, mesmo que isso não pareça mas influencia. Sabemos de casos, ou mesmo países que tem um desenvolvimento cultural, que se pensou em ter um povo formado culturalmente, os hábitos são realmente diferentes, seria o mesmo que tomarmos como exemplo um universitário e um indígena, não aqui desconsiderando a questão cultural, porque também tem os seus méritos e valores, mas são duas realidades totalmente distintas, claro que o indígena terá propensão a desenvolver atividades voltadas ao seu contexto, ao tipo de instrução e motivação que recebeu, e da mesma forma o acadêmico. Em síntese, vale destacar outro elemento que complementa o que estamos tratando, é a linguagem. O mundo não fala apenas nós falamos. Desde que fomos programados com uma linguagem, o mundo pode levar-nos a aderir a crenças. Mas não poderia fornecer uma linguagem para que nós falássemos. Apenas outros seres humanos podem fazê-lo. (RORTY: Contingence, Irony, Solidarity, 1989.) A linguagem é o ponto culminante da cultura humana, de modo que as interrelações culturais simbólicas possibilitam a comunicação, “geram relações sociais, mantêm ou interrompem essas relações, possibilitam o pensamento abstrato e os conceitos” (ARAÚJO, 2004, p.09.) É possível dizer que a linguagem é a ponte de acesso à realidade. Ter a possibilidade de fazer referência a algo ou nomear, tudo isso faz parte do comportamento humano. Entretanto: A simples manipulação de um instrumento vem acompanhada de certa intenção expressa pelo uso de Vol. 6, Edição 12, Ano 2011. signos linguísticos e não-linguísticos. Pensamento é sempre pensamento acerca de alguma coisa e, por isso mesmo, consiste em linguagem, que não é um mero subproduto do pensamento. É na e pela linguagem que se pode não somente expressar ideias e conceitos, mas significar como um comportamento a ser compreendido, isto é, como comportamento que provoca relações e reações. (ARAÚJO, 2004, p.09). Para que seja possível expressar as ideias e o comportamento é necessária a linguagem, ou seja, não há linguagem se não existirem os fatores da situação da fala, o contexto, intenção, comportamento verbal, circuito da comunicação, efetividade do dito e do dizer. A linguagem para ser linguagem necessita desse “processo de significação.” Para os antigos “a comunicação entre os homens era função banal, menor da linguagem, não há dialogo entre o poeta e seus ouvintes, entre o tirano e seus súditos, entre o adivinho e seu publico” (FARIAS, 1995, p.29). Com isso, a nobreza da linguagem e seu poder não vinham de sua função enquanto utilidade cotidiana, ao contrário, qualquer novidade ou ideia atribuía-se à manifestação divina. Em se tratando da linguagem, 3 isto é escrita e fala, estas vão além da enunciação de sons ou grafias de determinados sinais. Considerações finais O elemento leitura e interpretação, sempre foi um problema, observa-se que 3 A linguagem tem fundamental relevância no viver político, mas antes é preciso compreender, já foi dito que a linguagem vai além de sons, partir do século XIX, a linguagem e seu estudo passam a ter relevância, pois antes, raros foram os pensadores que trabalharam o tema. Conforme frisa ARAÚJO (2004, p.19), “até o século XIX, a linguagem foi praticamente ignorada, uma vez que seu papel era confundido com o papel de logos, de ideias na mente, de cogito. [...] raros foram os momentos em que a própria linguagem foi alvo de preocupação filosófica e/ou linguística. Destacamos os estóicos, Agostinho, a Gramática de Port-Royal, Locke e Hobbes.” Revista Filosofia Capital – RFC ISSN 1982-6613, Brasília, vol. 6, n. 12, p. 03-13, jan/2011. 12 Revista Filosofia Capital ISSN 1982 6613 nos últimos anos ocorreu um processo inverso, na medida em que se teve maior acesso às informações e ao estudo como um todo, aumentou o desinteresse pelo processo de aprendizagem. O interessante que muitos de nós ou nossos pais vivenciaram no período de ditadura como a censura intelectual, onde alguns poucos tinham acesso ao conhecimento, e, quanto conquistamos isso, há uma desmotivação em buscar conhecimento de verdade. Grande parte das gerações que se encontram hoje não tem motivação para aprimorar, aprofundar e aprender tem um número assustador de informações disponíveis a todas as pessoas, aos internautas, mas um percentual muito pequeno de formação. E, aqui encontramos quem sabe um dos problemas que leva a falta de interesse ao conhecimento. Em épocas em que era proibido ler e conhecer, onde poucos tinham direitos, lutava-se para consegui-los de uma forma ou de outra para aprender, a isso se destacam as grandes Revoluções como é o caso da Francesa, visou a liberdade e a igualdade entre as pessoas, em 1789, onde na mesma época escreve-se o projeto da “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão”, que por sua vez o teor era pejorativo. Em 1948, efetiva-se a Declaração, mudando o teor, “Declaração dos Direitos Humanos”, começa ai, o acesso e a conquista pelos direitos civis, inclusive o de poder aprender e estudar. No Brasil, essa maior acessibilidade ocorreu tardiamente, não que em outros períodos não se permitia estudar, tinha-se maiores restrições, e nem todos tinham condições e possibilidades de, por exemplo, fazer uma faculdade, é em 1988, com o art. Da Constituição Federal, que garante os direitos fundamentais do cidadão. Realmente o que nos parece é que o processo inverteu, quando não se tinha acesso lutava-se para conseguir, e se tinha interesse, quando se tornou um elemento social, luta-se para não aprender, ou para aprender, conhecer o mínimo possível, tem- Vol. 6, Edição 12, Ano 2011. se, por exemplo, a questão da média escolar, acredita-se que a grande maioria dos alunos estudam para obter a média, poucos têm a consciência de que a nota é uma consequência da aprendizagem, mas infelizmente este é um problema inclusive daquilo que foi proposto no inicio, ter a capacidade de interpretação, é ter acima de tudo consciência de si e daquilo que está a sua volta. É triste perceber esta falta de percepção para com o alunado, pensando na importância da nota, claro que a mesma tem a sua relevância e o seu papel no contexto, agora o que deve ser questionado, é o que realmente o aluno conhece ou conheceu durante o seu processo de formação. É evidente que este problema, interpretação e conhecimento, irá perdurar, e isso não se resolve de um momento para o outro, é um problema que não apenas a escolha enquanto instituição formadora tem como compromisso, mas principalmente as famílias tem um papel determinante neste processo de ensino aprendizagem, os pais sãos os primeiros educadores e motivadores, a escola infelizmente ainda hoje para muitos pais é um depósito de filhos, onde os mesmos devem permanecer o dia todo, e a escola passa a ser a única responsável. Enquanto a respectiva ideia permanecer e a família não se tornar uma extensão da escola com certeza continuaremos com os problemas. Cabe as famílias o pensamento de Skinner, estimular a criança, o aluno desde cedo, para que quando ele ingressar no Ensino Superior, este aspecto da leitura e interpretação já esteja formado passando a ser um elemento natural em suas vidas. Revista Filosofia Capital – RFC ISSN 1982-6613, Brasília, vol. 6, n. 12, p. 03-13, jan/2011. 13 Revista Filosofia Capital ISSN 1982 6613 Vol. 6, Edição 12, Ano 2011. REFERÊNCIAS ARAUJO, Inês Lacerda de. Do signo ao discurso: introdução à filosofia da linguagem. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. ARISTÓTELES. Metafísica. Tradução: Giovanni Reale & Marcelo Perine. São Paulo: Edições Loyola, 2002. BASTOS e KELLER. Aprendendo Aprender – Introdução à Metodologia Científica. 15ª ed. Ed VOZES: Petrópolis, 2001. FARIAS, Maria do Carmo Bettencourt de. A liberdade esquecida: fundamentos ontológicos da liberdade no pensamento aristotélico. São Paulo: Loyola, 1995. LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho cientifico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. 6 ed., São Paulo: Atlas, 2001. SAVIANI, Dermeval. A nova lei da educação: LDB trajetória, limites e perspectivas. 8 ed. rev. Campinas, SP:Autores Associados, 2003. 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