1 introdução

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SAÚDE COLETIVA E SAÚDE DA FAMÍLIA
ALESSANDRA CAROLINA DE MENDONÇA FURLAN
NAIARA CANDIDA DA SILVA
A ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA NO PROGRAMA
NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR (PNAE)
Londrina
2012
ALESSANDRA CAROLINA DE MENDONÇA FURLAN
NAIARA CANDIDA DA SILVA
A ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA NO PROGRAMA
NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR (PNAE)
Monografia apresentada ao curso de Pós
graduação em Saúde Coletiva e Saúde da
Família da UniFil – Centro Universitário
Filadélfia, para a obtenção do título de
especialista.
Orientadora: Ms Profª. Vânia Oliveira Melo
Londrina
2012
ALESSANDRA CAROLINA DE MENDONÇA FURLAN
NAIARA CANDIDA DA SILVA
A ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA NO PROGRAMA
NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR (PNAE)
Monografia apresentada ao curso de Pós
graduação em Saúde Coletiva e Saúde da
Família da UniFil – Centro Universitário
Filadélfia, para a obtenção do título de
especialista.
Aprovada em: ___ / ___ / ___
__________________________________
Ms. Vânia Oliveira Melo
Centro Universitário Filadélfia
__________________________________
Ms. Maria Lúcia da Silva Lopes
Centro Universitário Filadélfia
Aos nossos pais, grande exemplo de força, de
coragem, perseverança e energia infinita para
nunca desistir diante do primeiro obstáculo
encontrado, nosso maior exemplo de vitória.
AGRADECIMENTOS
A Deus o principal responsável por tudo o que acontece nas nossas vidas, a
força maior que nos segura, nos guia, nos ilumina em todos os momentos, por ter
nos concedido a força, a persistência e todos os ingredientes necessários para que
chegássemos até aqui, a paciência, aos amigos, aos professores, a coragem, a
esperança e acima de tudo a fé.
A toda a nossa família pelo apoio incondicional, compreensão, dedicação e
atenção. Vocês são e sempre serão nosso porto seguro, nosso maior exemplo de
vitória, nossos heróis e simplesmente aqueles que mais amamos. Obrigada
simplesmente por participarem conosco durante essa caminhada. Vocês nos
ensinaram direta e indiretamente lições pra toda uma vida.
A nossa orientadora Professora Vânia Melo, pela paciência e dedicação,
pelos ensinamentos e conhecimentos transmitidos, pelas oportunidades dadas, pela
confiança em nós depositada, e por todo o esforço que fez para que esse trabalho
pudesse ser concretizado.
A todas as pessoas que direta ou indiretamente, contribuíram para a
realização deste sonho, todos os amigos, neste momento agradeço e divido a
felicidade desta realização.
“Sem sonhos, a vida não tem brilho. Sem
metas, os sonhos não têm alicerces. Sem
prioridade, os sonhos não se tornam reais.
Sonhe, trace metas, estabeleça prioridade
e corra riscos para executar seus sonhos.
Melhor é errar por tentar do que errar por
se omitir! Não tenhas medo dos tropeços
da jornada. Não podemos esquecer que
nós, ainda que incompleto, fomos o maior
aventureiro da história”.
Augusto Cury
FURLAN, Alessandra. Carolina. Mendonça.; SILVA, Naiara. Candida. A atuação do
nutricionista no programa nacional de alimentação escolar (PNAE). 2012. 21f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Pós-Graduação) – Centro Universitário Filadélfia –
Unifil, Londrina, 2010.
RESUMO
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), tem como objetivo a melhoria das condições
nutricionais, a contribuição para a aprendizagem e o rendimento escolar dos estudantes, bem como a
formação de hábitos alimentares saudáveis. Considerando que as crianças atendidas por esse
programa estão em constante crescimento e fazem parte do grupo de indivíduos mais vulneráveis às
Doenças Veiculadas por Alimentos (DVA), é importante avaliar todas as condições em que os
alimentos são preparados e distribuídos para que eles cumpram plenamente sua função de nutrir. Os
distúrbios nutricionais acontecem em decorrência de uma alimentação inadequada. O nutricionista é o
profissional de saúde habilitado a assumir a Responsabilidade Técnica do Programa de Alimentação
Escolar (PNAE), bem como para desenvolver projetos de educação alimentar e nutricional para a
comunidade escolar, promovendo, inclusive, a consciência ecológica e ambiental e, ainda, articular-se
com a direção e com a coordenação pedagógica da escola, visando o planejamento de atividades
lúdicas com o conteúdo de alimentação e nutrição, de forma a contribuir para a prática da
alimentação saudável e segura. O profissional também tem o importante papel de promover uma
reeducação dos hábitos alimentares fazendo a prevenção de doenças e a promoção da qualidade de
vida. A sua atuação no Programa visa corrigir e prevenir certas doenças nutricionais através de uma
alimentação adequada e balanceada, sendo possível também realizar atividades educativas que
proporcionem e incentivem os alunos a um maior interesse no consumo de alimentos saudáveis.
Portanto a educação nutricional é uma das formas mais eficientes de combate a essas modificações
na alimentação nos grupos populacionais. O objetivo deste trabalho é apresentar o funcionamento do
PNAE, seu público alvo e a atuação do nutricionista neste programa destacando a importância de
uma alimentação saudável na escola.
Palavras-Chave: Alimentação escolar. Nutricionista. PNAE.
ABSTRACT
The National School Nutrition Programme (PNAE), aims to improve the nutritional conditions, the
contribution to learning and academic performance of students as well as the formation of healthy
eating habits. Whereas the children served by this program are constantly growing and are part of the
group of individuals most vulnerable to foodborne illnesses (DVA), it is important to evaluate all
conditions in which food is prepared and distributed so that they comply fully with its function of
nurturing. The nutritional disorders occur due to improper feeding. The dietitian is the healthcare
professional to assume the responsibility of the Technical School Feeding Program (PNAE), as well as
projects to develop food and nutrition education for the school community, promoting inclusive,
ecological and environmental awareness and also articulate with the direction and coordination of
pedagogical school in order to plan activities with the content of food and nutrition in order to
contribute to the practice of safe and healthy food. The professional also has the important role of
promoting rehabilitation eating habits making disease prevention and the promotion of quality of life.
Her performance in the Program aims to correct and prevent certain nutritional diseases through
proper nutrition and balanced, and you can also perform educational activities that provide students
and encourage greater interest in healthy food consumption. Therefore nutrition education is one of
the most effective ways to combat these changes in feeding the population groups. The objective of
this paper is to present the operation of the Program, its target audience and the role of dietitian in this
program highlighting the importance of healthy eating in school.
Keywords: School feeding. Nutritionist. PNAE.
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO.........................................................................................
08
2
METODOLOGIA....................................................................................... 10
3
REVISÃO DE LITERATURA....................................................................
11
3.1
Programa nacional de alimentação escolar (PNAE)................................
11
3.1.2
Diretrizes e recomendações do PNAE……………………………………
12
3.2
Promoção da reeducação alimentar e alimentação saudável nas 13
escolas.....................................................................................................
3.3
A intervenção nutricional..........................................................................
14
3.4
Importância do profissional nutricionista na incorporação de hábitos 16
alimentares...............................................................................................
4
CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................
18
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................
19
8
1 INTRODUÇÃO
No Brasil, assim como em outros países, o sobrepeso e a obesidade vêm
crescendo aceleradamente. Paralelamente, a prevalência de doenças crônicas nãotransmissíveis vem aumentando e entre as principais causas destas doenças está a
alimentação inadequada. Sendo assim, os países economicamente desenvolvidos,
bem como a maioria dos países em desenvolvimento, estão atualmente definindo
estratégias para o controle de doenças crônicas não-transmissíveis, sendo uma
destas
a
promoção
da
alimentação
saudável
(VINHOLES;
ASSUNÇÃO;
NEUTZLING, 2009).
Observa-se que a obesidade infantil, de acordo com Amorim, Bernardon,
Rodrigues (2008) vem crescendo mundialmente em países desenvolvidos e em
desenvolvimento, com sérias repercussões na saúde da população infanto-juvenil.
O desenvolvimento de estratégias de promoção da alimentação saudável com
a comunidade escolar está intimamente relacionado à educação nutricional. A
comunidade escolar é formada por pais, diretores, coordenadores, alunos,
educadores, donos de cantina, merendeiros e demais funcionários, podendo incluir
ainda conselheiros tutelares, de educação, dos direitos da criança, organizações
não-governamentais e universidades, entre outros. Diante dessa diversidade, essa
comunidade bem esclarecida e informada, pode participar ativamente na orientação
de hábitos alimentares saudáveis das crianças (SCHMITZ et al., 2008).
A escola aparece como espaço privilegiado para o desenvolvimento de ações
de melhoria das condições de saúde e do estado nutricional das crianças, sendo um
setor estratégico para a concretização de iniciativas de promoção da saúde, com o
conceito da “Escola Promotora da Saúde”, que incentiva o desenvolvimento humano
saudável e as relações construtivas e harmônicas (SCHMITZ et al., 2008).
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), gerenciado pelo
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), tem como objetivo a
melhoria das condições nutricionais, a contribuição para a aprendizagem e o
rendimento escolar dos estudantes, bem como a formação de hábitos alimentares
saudáveis (CUNHA; SOUSA; MACHADO, 2010).
9
O Programa tem como público definido os pré-escolares e escolares do
ensino da rede pública, os alunos de creches públicas e filantrópicas, assim como os
de escolas indígenas e quilombolas, com atendimento de cerca de 36 milhões de
brasileiros. Considerando que as crianças atendidas por esse programa estão em
constante crescimento e fazem parte do grupo de indivíduos mais vulneráveis às
Doenças Veiculadas por Alimentos (DVA), é importante avaliar todas as condições
em que os alimentos são preparados e distribuídos para que eles cumpram
plenamente sua função de nutrir (CARDOSO et al., 2010).
A gestão do Programa, quando realizada de forma compartilhada entre os
atores envolvidos no processo, gera um impacto positivo nas várias áreas que o
PNAE contempla. Na área nutricional, a alimentação nas escolas se configura como
fator de promoção da reeducação alimentar e de revalorização da cultura alimentar
local. Na área financeira, o Programa promove um maior envolvimento do poder
local, o que se reflete em um maior investimento no próprio PNAE. Na área social, a
presença do Programa significa uma maior adesão à alimentação escolar por parte
dos alunos, um maior interesse e envolvimento da comunidade escolar, como pais e
professores, com o propósito de que a escola ofereça uma alimentação nutritiva e de
boa aceitação (BELIK; CHAIM, 2009).
O nutricionista como profissional de saúde habilitado a assumir a
Responsabilidade Técnica do Programa de Alimentação Escolar (PNAE), bem como
para desenvolver projetos de educação alimentar e nutricional para a comunidade
escolar, promovendo, inclusive, a consciência ecológica e ambiental e, ainda,
articular-se com a direção e com a coordenação pedagógica da escola, visando o
planejamento de atividades lúdicas com o conteúdo de alimentação e nutrição, de
forma a contribuir para a prática da alimentação saudável e segura (BRASIL, 2011).
Assim sendo, é indispensável que as escolas forneçam um cardápio que seja
capaz de atender às necessidades nutricionais dos alunos durante sua permanência
em sala de aula, contribuindo para a preservação e o resgate da cultura alimentar
brasileira (CHAVES et al., 2009).
O objetivo deste trabalho é apresentar o funcionamento do PNAE, seu público
alvo e a atuação do nutricionista neste programa destacando a importância de uma
alimentação saudável na escola.
10
2 METODOLOGIA
O trabalho procurou alcançar o objetivo mediante a utilização da pesquisa
baseada em revisão de literatura, abordando a atuação do nutricionista no programa
nacional de alimentação escolar (PNAE). Para tanto foram utilizados artigos
científicos impressos e on line, Portarias Ministeriais, bem como teses e monografias
publicadas no período de 2004 a 2010, entre outras fontes de pesquisas disponíveis.
A revisão de literatura tem papel fundamental no trabalho acadêmico, pois é
através dela que o trabalho é situado dentro da grande área de pesquisa da qual faz
parte, contextualizando-o. Situar o trabalho é muito importante tanto para quem faz,
quanto para o leitor do texto, ou seja, para quem escreve, porque precisa definir os
autores pertinentes para fundamentar o trabalho, o que demanda uma leitura vasta,
constante e repetida e ainda para quem lê, porque identifica a linha teórica em que o
trabalho se insere com base nos autores selecionados para a revisão de literatura
(SANTOS, 2006).
A revisão de literatura fornece informações para contextualizar a extensão e
significância do problema que se maneja. Aponta e discute possíveis soluções para
problemas similares e oferece alternativas de metodologias que têm sido utilizadas
para a solução do problema (MOREIRA, 2004).
A revisão de literatura serve também ao próprio autor do trabalho, pois
aumenta o conhecimento do assunto e o torna mais claro o objetivo. O contato com
os desenvolvimentos já alcançados por outras pesquisas pode reforçar a
necessidade do cumprimento dos objetivos propostos (MOREIRA, 2004).
11
3 REVISÃO DA LITERATURA
3.1 Programa nacional de alimentação escolar (PNAE)
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é uma política
governamental, de âmbito nacional, que visa a suprir, no mínimo, 15% das
necessidades nutricionais dos escolares durante a permanência na escola. O PNAE
objetiva, ainda, contribuir para a redução dos índices de evasão escolar, para a
formação de bons hábitos alimentares e para o aumento da capacidade de
aprendizagem (MUNIZ; CARVALHO, 2007).
O PNAE funciona de forma descentralizada. A perspectiva é de permitir uma
maior regularização no fornecimento das refeições, possibilitar melhoria na sua
qualidade, atender aos hábitos alimentares dos estudantes, incentivar a economia
local e regional, diminuir custos operacionais e estimular a participação da
comunidade (MUNIZ; CARVALHO, 2007).
O PNAE defende princípios e diretrizes pautadas pelo direito à alimentação
de todos os escolares e não se enquadra, apenas como um programa para carentes
ou pobres (SOBRAL; COSTA, 2008).
O Programa teve origem, com a criação da Comissão Nacional de
Alimentação (CNA), vinculada ao setor de Saúde Pública do Ministério da Saúde,
denominado, à época, Programa Nacional de Merenda Escolar, seu objetivo
principal era reduzir a deficiência nutricional de estudantes carentes do Brasil
(BELIK; CHAIM, 2009).
O PNAE completou, em 2004, 50 anos de existência, e está presente em
quase todos os municípios brasileiros e é considerado o maior programa de
suplementação alimentar no Brasil, tendo em vista sua abrangência e seu alcance. A
alimentação escolar desempenha um papel fundamental no processo de
aprendizagem e desenvolvimento do aluno, ao mesmo tempo em que também
garante um suprimento mínimo de alimentos às populações carentes (BELIK;
CHAIM, 2009).
Seu objetivo geral visa atender às necessidades nutricionais dos alunos
durante sua permanência em sala de aula, por meio da oferta de, no mínimo, uma
refeição diária, contribuindo para o crescimento, o desenvolvimento, a aprendizagem
12
e o rendimento escolar dos estudantes, bem como para a formação de hábitos
alimentares saudáveis (SOBRAL; COSTA, 2008).
Como objetivos específicos, o PNAE tem por intuito melhorar as condições
fisiológicas do aluno, de forma a contribuir para a melhoria do desempenho escolar;
promover a educação nutricional no âmbito da escola, de forma a reforçar a
aquisição de bons hábitos alimentares; reduzir a evasão escolar; além de dinamizar
a economia local e a vocação agrícola da região (SOBRAL; COSTA, 2008).
Os recursos do Programa de Alimentação Escolar são destinados,
exclusivamente, à compra de alimentos, devendo 70% desses serem utilizados na
aquisição de produtos básicos. Estes devem estar presentes diariamente no
cardápio, elaborado e programado por nutricionista habilitado, com a participação do
(CAE), devendo o índice de aceitabilidade dos cardápios, por parte dos alunos, ser
superior a 85% (MUNIZ; CARVALHO, 2007).
A Alimentação Escolar passou a ser um programa de Segurança Alimentar,
considerando oferta de alimentos e criação de condições para sua aquisição. Assim,
toda atenção é dada ao escolar, visando também o desenvolvimento de hábitos
alimentares saudáveis (SOBRAL; COSTA, 2008).
É importante referir o papel do PNAE como estratégia de educação nutricional
para aquisição de bons hábitos alimentares. Ou seja, caso as crianças não adquiram
hábitos alimentares saudáveis, estimuladas por preparações nutritivas, saborosas e
atrativas para a faixa etária escolar, as refeições oferecidas, dificilmente, serão bem
aceitas. Uma maior participação do escolar no processo de seleção e preparo da
alimentação oferecida na escola pode contribuir para tanto (MUNIZ; CARVALHO,
2007).
3.1.2 Diretrizes e recomendações do PNAE
O emprego da alimentação saudável e adequada são diretrizes da
alimentação escolar, visando o uso de alimentos variados, seguros, que respeitem a
cultura, as tradições e os hábitos alimentares saudáveis. (BRASIL, 2011).
13
As diretrizes preveem a aplicação de uma alimentação saudável e adequada,
incluindo educação alimentar e nutricional no processo de ensino, pautada na
universalidade e na segurança alimentar e nutricional (MELLO et al., 2012).
De acordo com Souza (2004, p. 6) as diretrizes do PNAE são:
Emprego da alimentação saudável e adequada;
Educação alimentar e nutricional no processo de ensino e
aprendizagem;
Promoção
de
ações
educativas
que
perpassam
transversalmente pelo currículo escolar;
Apoio ao desenvolvimento sustentável.
Já as recomendações estratégia global segundo Souza (2004, p. 6), visam:
Atingir o balanço energético e peso saudável;
Diminuir a ingestão de alta densidade de energia
Limitar o consumo total de gorduras e redirecionar o consumo
de gorduras não saturadas, eliminarem o consumo de
gorduras hidrogenadas (“trans”)
Aumentar o consumo de frutas, vegetais, grãos integrais e
castanhas;
Limitar a ingestão de açúcar simples;
Limitar o consumo de sal de todas as fontes e assegurar a
produção de sal iodado.
Promoção da alimentação saudável em ambiente escolar.
A alimentação escolar é direito dos alunos da educação básica pública e
dever do Estado e será promovida e incentivada com vistas no atendimento das
diretrizes estabelecidas por lei. Portanto o PNAE tem por objetivo contribuir para o
crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem, o rendimento
escolar e a formação de hábitos alimentares saudáveis dos alunos, por meio de
ações de educação alimentar e nutricional e da oferta de refeições que cubram as
suas necessidades nutricionais durante o período letivo (BRASIL, 2011).
3.2. Promoção da reeducação alimentar e alimentação saudável nas escolas
A modificação das práticas alimentares e da qualidade da dieta, como
estratégia de combate à carências nutricionais na população, é de extrema
importância, e deve ser objeto de reflexão para que as ações propostas possam se
tornar elemento efetivo de transformação de hábitos alimentares inadequados
(SOUZA; VILAS BOAS, 2004).
14
A escola se apresenta como um espaço e um tempo privilegiados para
promover a saúde e a incorporação de hábitos alimentares mais saudáveis, por ser
um local onde muitas pessoas passam grande parte do seu tempo. O ambiente de
ensino, ao articular de forma dinâmica alunos, familiares, professores, funcionários
técnico-administrativos e profissionais de saúde, proporciona as condições para
desenvolver atividades que reforçam a capacidade da escola de se transformar em
um local favorável à condição saudável, ao desenvolvimento psico-afetivo, ao
aprendizado e ao trabalho de todos os envolvidos nesse processo, podendo, como
conseqüência, constituir-se em um núcleo de promoção de saúde (SOBRAL;
COSTA, 2008).
Peixinho et al. (2011) mostram algumas estratégias de promoção de
alimentação saudável que são as seguintes atividades: estímulo à produção de
hortas escolares para a realização de atividades com os alunos e a utilização dos
alimentos produzidos na alimentação ofertada na escola; estímulo à implantação de
boas práticas de manipulação de alimentos nos locais de produção e fornecimento
de serviços de alimentação do ambiente escolar; restrição ao comércio e à
promoção comercial no ambiente escolar de alimentos e preparações com altos
teores de gordura saturada, gordura trans, açúcar livre e sal e incentivo ao consumo
de frutas, legumes e verduras; e monitoramento da situação nutricional dos
escolares.
O programa brasileiro deve fornecer, pelo menos, 20% das necessidades
nutricionais de cada aluno durante o período que permanecem na escola. Crianças
em creches e em escolas indígenas e áreas remanescentes de quilombos devem
receber, no mínimo, 30% de suas necessidades diárias (PEIXINHO, et al., 2011).
3.3 A intervenção nutricional
Segundo Ramalho e Saunders (2000) os hábitos alimentares e as
necessidades nutricionais começam desde a infância e as práticas alimentares
sofrem adaptações muitas vezes para hábitos pouco saudáveis, o que constitui
desvantagem para a saúde.
15
Ainda para Ramalho e Saunders (2000) inquéritos nutricionais têm apontado
com freqüência a inadequação dos hábitos alimentares e do grau de conhecimento
de nutrição de populações de baixa renda dentre os fatores determinantes da
subnutrição, ao invés de considerá-los também como integrantes de uma situação
na qual aparecem como resultado de normas estabelecidas e de condições criadas
pelo sistema produtivo vigente, pois, sabe-se que a boa alimentação e boa nutrição
dependem da produção e distribuição dos alimentos, que são influenciados pela
economia do país e também pela educação da população.
O profissional de saúde ao sugerir qualquer intervenção na área alimentar
deve ponderar os aspectos não só econômicos, mas também os culturais
envolvidos, principalmente quando a proposta de intervenção envolve aspectos
educativos. A modificação das práticas alimentares e as modificações da qualidade
da dieta como estratégia de combate a carências nutricionais, é de extrema
importância e deve ter como objetivo ações educativas propostas que possam se
tornar elemento efetivo na promoção de hábitos alimentares adequados (RAMALHO;
SAUNDERS, 2000).
[...] Políticas públicas, ambientes apropriados e reorientação
dos serviços de saúde para além dos tratamentos clínicos e
curativos, assim como propostas pedagógicas libertadoras,
comprometidas com o desenvolvimento da solidariedade e da
cidadania, orientando-se para ações cuja essência está na
melhoria da qualidade de vida e na promoção do homem
(SANTOS, 2005, p. 685).
O maior risco, a longo prazo, da obesidade infantil, é a sua persistência no
adulto, com todas as conseqüências para a saúde. O crescente aumento do número
de indivíduos obesos está relacionado, principalmente, às mudanças no estilo de
vida e aos hábitos alimentares inadequados. Diante dessa realidade, torna-se ainda
mais importante o papel da escola no que se refere à educação alimentar das
crianças e dos jovens (SOBRAL; COSTA, 2008).
Dessa forma Santos (2005) mostra que a promoção das práticas alimentares
saudáveis pode ser observada nas mais diversas ações políticas e estratégias
relacionadas com alimentação e nutrição. Pode-se afirmar que essa noção é
resultante do cruzamento entre o conceito de promoção da segurança alimentar e o
da promoção da saúde.
16
3.4 Importância do profissional nutricionista na incorporação de hábitos
alimentares
O nutricionista tem como missão contribuir para a saúde da população,
assegurando assistência nutricional e alimentar, por meio do exercício ético, por
profissionais habilitados e capacitados, como direito social fundamental de todos os
cidadãos (BRASIL, 2011).
O desafio crucial que se coloca contemporaneamente à alimentação e
nutrição públicas no mundo todo são os fatores básicos a uma melhor saúde, melhor
aprendizado, maior e melhor capacidade de trabalho físico e intelectual; consiste em
propor programas de intervenção educacional e cultural, sensíveis e adaptados ao
contexto no qual vivem as populações beneficiárias. Esse desafio envolve toda a
população, mas assume uma configuração mais nítida e contrastante quando se
trata de populações vivendo em condições de extrema pobreza (SOBRAL; COSTA,
2008).
Atualmente, sabe-se que os hábitos alimentares variam muito de região para
região e de pessoa para pessoa e que podem interferir, direta ou indiretamente, no
estado nutricional, no incremento da obesidade e no surgimento de diversas
doenças crônico-degenerativas. Dessa forma, torna-se importante conhecer os
fatores alimentares, geográficos, econômicos, sociais, entre outros, que determinam
a distribuição dos padrões alimentares na área delimitada para a realização de
estudos e pesquisas (SOBRAL; COSTA, 2008).
O consumo inadequado de alimentos, com alta ingestão de produtos pouco
saudáveis ou até mesmo a falta de alimentos gera a insegurança alimentar, que no
Brasil está associada à falta de acesso, que teria de ser o direito de cada cidadão.
Por esta condição de insegurança alimentar, gerando sobrepeso, obesidade,
desnutrição e doenças crônicas, é indispensável a atuação do nutricionista como um
modelo de atenção à saúde para uma intervenção adequada no ambiente escolar e
fora dele (MATOS; NEVES, 2008).
O nutricionista como profissional de saúde que atua em todas as situações
nas quais existam interações entre o homem e o alimento, pode exercer sua função
de promover a saúde na escola por meio de atividades assistenciais e educativas,
relacionadas com o desenvolvimento do Programa de Alimentação Escolar,
17
integrando-se com os demais profissionais que atuam nesse espaço (SOBRAL;
COSTA, 2008).
O nutricionista é o único profissional que recebe na sua formação acadêmica
um conhecimento específico que lhe permite a partir de diagnóstico e observação de
valores socioculturais de cada indivíduo, propor as devidas orientações nutricionais
adequando-as à realidade de cada pessoa (SANTOS, 2005).
O profissional também tem o importante papel de promover uma reeducação
dos hábitos alimentares fazendo a prevenção de doenças e a promoção da
qualidade de vida (MACHADO, 2006).
Portanto, as atividades educativas em nutrição podem e devem ser utilizadas
como importante instrumento de apoio na promoção da saúde, aproveitando-se do
espaço criado pelo Programa de Alimentação Escolar para refletir, analisar e discutir
esses fatores, sem que isso seja considerado um substitutivo das necessárias e
urgentes reformas estruturais que, certamente, proporcionam uma melhor
distribuição de renda e, por conseqüência, condições de vida mais dignas (SOBRAL;
COSTA, 2008).
18
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os distúrbios nutricionais acontecem em decorrência de uma alimentação
inadequada. A melhor maneira de prevenir é a ingestão de uma dieta equilibrada
(com os nutrientes distribuídos nas proporções corretas), diversificada (contendo
alimentos de todos os grupos) e adequada (na quantidade suficiente para o
funcionamento do organismo) a cada indivíduo. Portanto a educação nutricional é
uma das formas mais eficientes de combate a essas modificações na alimentação
nos grupos populacionais.
Tendo em vista que a má alimentação se tornou um problema de saúde
pública o governo investe em programas para minimizar essas causas. Dentre os
programas se encontra o Programa Nacional de Alimentação e Nutrição, que visa
prevenir.
O profissional nutricionista é habilitado para contribuir para a saúde da
população em geral. Portanto a sua atuação no Programa visa corrigir e prevenir
certas doenças nutricionais através de uma alimentação adequada e balanceada,
sendo possível também realizar atividades educativas que proporcionem e
incentivem os alunos a um maior interesse no consumo de alimentos saudáveis.
Portanto, esse programa é elemento muito importante para o crescimento e
a manutenção da saúde, tendo a eficiência em corrigir, erradicar e prevenir doenças
causadas por deficiências de nutrientes, o Programa deve ser colocado em prática
juntamente com outras ações, visando combater e evitar os problemas nutricionais
da população.
19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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