UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JHON JORDÃO DE OLIVEIRA ASPECTOS FITOSSANITÁRIOS DA CULTURA DO TOMATEIRO (Lycopersicon esculentum Mill.) NA SERRA DE IBIAPABA (CE) Tubarão 2012 JHON JORDÃO DE OLIVEIRA ASPECTOS FITOSSANITÁRIOS DA CULTURA DO TOMATEIRO (Lycopersicon esculentum Mill.) NA SERRA DE IBIAPABA (CE) Trabalho de Conclusão do Curso apresentado ao Curso de Graduação Agronomia da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro agrônomo. Orientadora: Prof.ª Patrícia Menegaz de Farias, Msc. Supervisor: Natalício de Souza Brandão, Eng. Agr. Tubarão 2012 JHON JORDÃO DE OLIVEIRA ASPECTOS FITOSSANITÁRIOS DA CULTURA DO TOMATEIRO (Lycopersicon esculentum Mill.) NA SERRA DE IBIAPABA (CE) Este Trabalho de Conclusão do Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Engenheiro Agrônomo e aprovado por sua forma final pelo Curso de Agronomia, da Universidade do Sul de Santa Catarina. Tubarão, 14 de Novembro de 2012. ________________________________________________________ Prof.ª e orientadora Patrícia Menegaz de Farias, Msc. Universidade do Sul de Santa Catarina _____________________________________________________ Prof.ª Rossana Faraco Bianchini, Msc. Universidade do Sul de Santa Catarina _____________________________________________________ Prof. e coordenador Celso Lopes de Albuquerque Júnior, Msc. Universidade do Sul de Santa Catarina “Dedico este trabalho à minha família, que são à base da minha vida e por estar sempre ao meu lado me apoiando durante toda esta trajetória.” AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar agradeço a Deus por estar sempre ao meu lado, por ter me dado força e coragem, fazendo com que conseguisse vencer cada obstáculo encontrado em meu caminho. Aos meus pais, João Oliveira e Maria Solange Jordão de Oliveira que me proporcionaram a realização deste curso e pela preocupação para com minha educação e bem-estar. Pelos momentos de apoio, de escuta, por sempre acreditar no meu potencial, por me dizerem palavras de conforto e por compreender a minha ausência. Amo vocês. À minha namorada, Angela Pereira Pires que demonstrou ser mais que uma companheira, uma verdadeira amiga. Que compreendeu, apoiou e, respeitou minha ausência, deu colo nas horas tristes, fazendo-me sorrir e ter fé que tudo daria certo e, assim, estaríamos sempre juntos. A distância pôde impedir que eu te tocasse, mais nunca impediu que eu te amasse. A você meu grande amor, meu eterno agradecimento. À IHARABRAS Indústrias Químicas S/A, por ter me oportunizado o estágio e o conhecimento indescritível durante esta caminhada, tendo a oportunidade de conhecer pessoas ótimas e acima de tudo, por me tornar um profissional preparado para o mercado de trabalho. À minha orientadora e amiga professora Patrícia Menegaz de Farias, por aceitar orientar meu trabalho, pela sua dedicação, seus conselhos e por ter acreditado em mim. Com certeza foi uma pessoa indispensável para que esse caminho pudesse ser concluído. Aos meus tutores, Waldenir José Castellar e Natalício de Souza Brandão, por todos os ensinamentos que me ofereceram durante o estágio, que auxiliaram e contribuíram para o andamento desta caminhada. Ao Sr. Francisco Romildo Mesquita e Dona Zádina Maria Camelo Mesquita, por terem me acolhido em sua empresa e fornecido toda apoio que foi preciso durante o estágio. Pela atenção dada e por me dizer: “Calma, que no final tudo dá certo”. Meus sinceros agradecimentos. Ao meu amigo Fabiano Lopes, pelas diversas vezes em que ajudou nesta etapa de minha vida. Pelos momentos de descontração com suas piadas e por todo conhecimento prático que pode me proporcionar. À minha amiga Julia da Silva Machado, que foi uma pessoa fundamental durante toda essa etapa. Quero que saiba que você ocupa um lugar especial em minha vida e quero te ter sempre por perto. A todos os professores do curso de Agronomia, da Universidade do Sul de Santa Catarina, que fizeram parte deste processo de aprendizagem. Em especial ao prof. Celso Lopes de Albuquerque Júnior, que auxiliou muito durante toda a minha vida acadêmica. Por todas as informações fornecidas, pela paciência em ensinar e pela confiança em mim depositado. Meu muito obrigado! São inúmeras as pessoas que contribuíram para que este sonho fosse concretizado, e foram contribuições das mais diversas, desde profundas discussões conceituais até um simples, mas valioso olhar de carinho e segurança na hora certa. Então, o que tenho a dizer é muito obrigado à todos. “Quando penso que cheguei ao meu limite descubro que tenho forças para ir além”. (Airton Senna) RESUMO O tomate (Lycopersicon esculentum Mill.) é uma das hortaliças mais cultivadas nos Brasil, ingrediente de vários pratos típicos e importante componente de uma dieta saudável devido seu alto teor de licopeno, vitaminas A, C e sais minerais. Por demandar considerável mão de obra, a tomaticultura contribui como atividade geradora de empregos. A produção de tomate na Serra de Ibiapaba (CE) vem sendo difundida entre os agricultores da região, ganhando cada vez mais destaque. O sistema de manejo predominante nas propriedades é convencional e, as lavouras ficam expostas aos efeitos diretos do clima, consequentemente ao ataque de pragas e de doenças em suas diferentes fases fenológicas. Buscou-se através da oportunidade do estágio curricular, realizado na Agrofértil Camelo Comércio de Adubos, no município de Guaraciaba do Norte (CE), o acompanhamento de visitas técnicas e dias de campo aos produtores de tomate (Lycopersicon esculentum Mill.), da região da Serra de Ibiapaba (CE), com ênfase nos aspectos fitossanitários da cultura. O problema principal da atual nesta região refere-se à fitossanidade, principalmente ataque de pragas, sendo elas: Tuta absoluta (Meyrick) (Lepidoptera: Gelechiidae) (traça-do-tomateiro); Neoleucinodes elegantalis (Guenée) (Lepidoptera: Crambidae) (broca-pequena); Bemisia tabaci (Bellows & Perring) (Homoptera: Aleyrodidae) (mosca branca); Liriomyza huidobrensis (Blanchard) (Diptera: Agromyzidae) (mosca minadora); Frankliniella schultzei (Trybom) (Thysanoptera: Thripidae) (tripes); já as doenças com maior severidade foram: Alternaria solani (ELL. & Martin) (pinta preta); Phytophthora infestans (Mont.) de Bary (requeima) e o Oidium lycopersici (Cooke & Massee) (oídio). Sendo assim, para o controle dos problemas citados, o químico é o mais eficiente e mais utilizado pelos produtores. Palavras-chave: Lycopersicon esculentum; Aspectos fitossanitários; Serra de Ibiapaba (CE). LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Tipos de inflorescências do tomateiro: simples (A), bifurcada (B) e ramificada (C) ............................................................................................................ 23 Figura 2 - Vista lavoura de tomate: Método de tutoramento em “V” invertido utilizando estacas de Marmeleiro Croton sonderianus .............................................. 24 Figura 3 - Adultos de Bemisia tabaci Biótipo B em folha do tomate .......................... 30 Figura 4 - Excreção de substâncias açucaradas pelo inseto, resultando o crescimento de Fumagina (A); Transmissão de geminivírus, causado pela Bemisia tabaci Biótipo B (B) .................................................................................................... 31 Figura 5 - Adulto de Tuta absoluta (Meyrick) (Lepidoptera: Gelechiidae) ................. 33 Figura 6 - Danos causados por Tuta absoluta (Meyrick) (Lepidoptera: Gelechiidae) (traça-do-tomateiro) ................................................................................................... 34 Figura 7 - Forma adulta da Neoleucinodes elegantalis (Guenée) (Lepidoptera: Crambidae) (broca-pequena) .................................................................................... 36 Figura 8 - Danos causados por Neoleucinodes elegantalis (Guenée) (Lepidoptera: Crambidae) em frutos de tomate ............................................................................... 37 Figura 9 - Adulto de Liriomyza huidobrensis (A); Pucnias (cavidade para depositar os ovos) realizadas por L. huidobrensis em folha do tomate (B).................................... 39 Figura 10 - Danos causados pela Liriomyza huidobrensis em planta de tomateiro... 40 Figura 11 - Ninfa (coloração clara) e adulto de Frankliniella schultzei (Trybom) (Thysanoptera:Thripidae) (tripes) .............................................................................. 41 Figura 12 - Planta contaminada pelo vírus do “vira-cabeça” do tomateiro – vetor: Frankliniella schultzei (Trybom) (Thysanoptera: Thripidae) (tripes) ........................... 42 Figura 13 - Sintomas da Alternaria solani (ELL. & Martin) (pinta preta) no tomateiro44 Figura 14 - Sintomas de Phytophthora infestans (Mont.) De Bary na folha do tomateiro ................................................................................................................... 46 Figura 15 - Sintomatologia de Oidium lycopersici em tomateiro. Primeiro, folhas ficam grossas e com manchas amareladas (A); Segundo, folhas começam a enrolar (C); Terceiro, aparecimento do mofo na folha (B) ............................................................ 48 Figura 16 - Croqui dos municípios que compõem a Serra de Ibiapaba (CE) e detalhe, a sede da revenda Agrofértil ..................................................................................... 49 Figura 17 - Campo Demonstrativo na cultura do tomate com a realização do tratamento IHARA (A); Realização do Dia de Campo para demonstrar a eficiência no controle de problemas fitossanitários com os produtos IHARA (B) ........................... 52 Figura 18 - Aplicador de Produtos fitossanitários utilizando todas as peças do EPI (A); Aplicador de Produtos fitossanitários sem o uso do EPI (B) ............................... 52 Figura 19 - Utilização de armadinhas luminosas distribuídas na lavoura de tomate (A); Aplicação de inseticida para o controle de N. elegantalis (B) ............................. 58 Figura 20 - Realização do teste do pH da água (A); Fazendo a leitura do teste do pH (B). ............................................................................................................................ 62 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Dados de área plantada, produção e rendimento médio da cultura do tomate no Brasil / Safra 2011. ................................................................................... 26 Tabela 2 - Inseticidas IHARA® registrados na cultura do tomate com seus respectivos alvos e doses. ........................................................................................ 56 Tabela 3 - Fungicidas IHARA registrados na cultura do tomate com seus respectivos alvos e doses. ........................................................................................................... 60 LISTA DE SIGLAS ANDEF – Associação Nacional de Defesa Vegetal ETENE – Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária GEECAS – Grupo de Estudos em Ecologia e Conservação de Abelhas Silvestres IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística INPEV – Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias MAPA – Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 15 2. IDENTIFICAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO ........................................................ 19 3. IDENTIFICAÇÃO DO ESTÁGIO ........................................................................... 20 3.1. IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO.............................................. 20 3.2. IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DA CONCEDENTE .................................. 20 3.3. IDENTIFICAÇÃO DO ESTAGIÁRIO................................................................... 20 3.4. IDENTIFICAÇÃO DO ESTÁGIO PROPRIAMENTE DITO ................................. 20 4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 22 4.1. CULTURA DO TOMATEIRO (Lycopersicon esculentum Mill.) ........................... 22 4.2. ASPECTOS FITOSSANITÁRIOS NO TOMATEIRO (Lycopersicon esculentum Mill.). .......................................................................................................................... 27 4.3. INSETOS-PRAGA PRESENTES NO TOMATEIRO ....................................... 28 4.3.1. Aspectos bioecológicos de Bemisia tabaci (Bellows & Perring) (Homoptera: Aleyrodidae) ...................................................................................... 28 4.3.1.1. Danos e controle .......................................................................................... 30 4.3.2. Aspectos Bioecológicos de Tuta absoluta (Meyrick) (Lepidoptera: Gelechiidae) ............................................................................................................. 32 4.3.2.1. Danos e controle .......................................................................................... 33 4.3.3. Aspectos Bioecológicos de Neoleucinodes elegantalis (Guenée) (Lepidoptera: Crambidae) ....................................................................................... 35 4.3.3.1. Danos e controle .......................................................................................... 36 4.3.4. Aspectos Bioecológicos de Liriomyza huidobrensis (Blanchard) (Diptera: Agromyzidae) ........................................................................................................... 38 4.3.4.1. Danos e controle .......................................................................................... 39 4.3.5. Aspectos bioecológicos Frankliniella schultzei (Trybom) (Thysanoptera: Thripidae) ................................................................................................................. 40 4.3.5.1. Danos e controle .......................................................................................... 41 4.4. PRINCIPAIS DOENÇAS PRESENTES NO TOMATEIRO ................................. 42 4.4.1. Epidemiologia de Alternaria solani (ELL. & Martin) ................................... 43 4.4.2. Epidemiologia da Phytophthora infestans (Mont.) de Bary ....................... 45 4.4.3. Epidemiologia de Oidium lycopersici (Cooke & Massee) (Oídio).............. 47 4.5. CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO ...................................................................... 48 5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ....................................................................... 50 5.1. INSETOS-PRAGA PRESENTES NO CULTIVO DE TOMATE NA SERRA DE IBIAPABA (CE) .......................................................................................................... 55 5.2. DOENÇAS PRESENTES NO CULTIVO DE TOMATE NA SERRA DE IBIAPABA (CE) .......................................................................................................... 59 6. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 63 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 64 15 1. INTRODUÇÃO Uma das hortaliças mais comercializadas, o tomateiro (Lycopersicon esculentum Mill.) (Solanaceae) apresenta porte herbáceo e, seu cultivo é favorecido pelo clima fresco e seco, juntamente com a alta luminosidade (FILGUEIRA, 2008). Seu cultivo é amplamente difundido em todo o território nacional devido à importância comercial, seja para o consumo in natura ou para industrialização (FILGUEIRA, 2003; ALVARENGA, 2004). Características físico-químicas, tais como: a aparência, o sabor e o aroma; tornam as cultivares de tomateiros mais adequadas ao consumo (CARVALHO & NAKAGAWA, 2000). Para o desenvolvimento da cultura é necessário temperatura no período diurno de 20° a 25°C, e no noturno entre 11° e 18°C (FILGUEIRA, 2008), temperaturas acima de 35°C, ou em temperaturas excessivamente baixas (-2°C) podem ocorrer problemas na frutificação, fecundação prejudicada e, queda acentuada de flores e frutos (CALIMAN et al, 2005) O tomateiro possui caule flexível, incapaz de suportar o peso dos frutos e manter a posição vertical (FILGUEIRA, 2000). O método de tutoramento do tomateiro tradicionalmente usado na maior parte das regiões produtoras é o cruzado (WANSER, 2007). Embora seja uma planta perene, o cultivo é anual, o ciclo varia de quatro a sete meses, incluindo um a três meses de colheita (FILGUEIRA, 2000). As flores formam cachos, são hermafroditas dificultando a fecundação cruzada (SILVA, 2009). Seu cultivo exige alto nível tecnológico e intensa utilização de mão de obra, o que confere a esta cultura elevada importância econômica e social (LOPES et al., 2000). No Brasil, o tomate constitui uma das hortaliças fruto mais importantes comercialmente (MUELLER et al., 2008). O Estado do Ceará possui uma produção anual de 114.554 toneladas, com área plantada em torno de 2.235 ha (IBGE, 2011). A produção desta hortaliça tem se destacado no Nordeste, em contrapartida, sua produtividade média é considerada baixa (cerca de 42.250 toneladas/ha), devido a grande instabilidade climática e ocorrência de longos períodos secos, assim, resulta em um substancial impacto negativo no crescimento e desenvolvimento da cultura, aliado aos problemas fitossanitários que ocorrem com grande incidência (IBGE, 2011; ETENE, 2010). 16 Na região da Serra da Ibiapaba (CE), além do cultivo de tomate há outras hortaliças, tais como: pimentão, pepino, repolho, couve-flor; estas atuam como importantes fontes de renda aos pequenos agricultores. Os municípios cearenses com produção de hortaliças localizam-se em regiões de clima favorável, com altitudes acima de 800 metros do nível do mar, ideais para o cultivo dessas plantas. A Serra da Ibiapaba é composta por nove cidades e por sua tradição e potencial, abastece mercados consumidores dos Estados do Piauí, Maranhão e regiões adjacentes do Ceará (MARTINS et al., 2010). A produção de tomate é considerada atividade de alto risco, principalmente, devido à variedade de ambientes e sistemas de cultivo, bem como a suscetibilidade ao ataque de pragas e doenças e a exigência em insumos e serviços, que acarreta em elevados investimentos de recursos financeiros por unidade de área (LOOS et al., 2008). A cultura do tomate apresenta alto custo em relação ao tratamento fitossanitário, sendo que os agroquímicos são responsáveis por aproximadamente 30% do custo total da produção (PINTO, 2008). Segunda MARTINS et al., (2010) devido à incidência de fungos, bactérias e aos constantes ataques de insetos-praga, as lavouras são pulverizadas em média duas vezes por semana com produtos fungicidas e inseticidas para reduzir os danos e garantir produção comercial. Porém, os produtores recentemente buscam alternativas para melhorar a qualidade dos frutos e reduzir os custos relacionados à utilização e aplicação dos defensivos agrícolas. A produção integrada, no Brasil surge não como uma revolução técnica, mas como uma reflexão moderna sobre a melhor forma de administrar os ecossistemas combinando métodos tradicionais, que se adaptam e ajustam conforme os cultivos, o clima e o solo, com toda uma gama de novas tecnologias, produtos e serviços (PROTAS & SANHUEZA, 2003). Emprega uma gama de métodos de controle, como a utilização de armadilhas luminosas para diminuir a incidência de pragas nas plantações. Nessa região, a Serra da Ibiapaba, o cultivo sucessivo do tomateiro e o abandono dos restos de cultura ao final da safra são as principais fontes de inóculos de desenvolvimento de epidemias em novos cultivos (MARTINS et al., 2010). Os principais insetos-praga que atacam a cultura do tomateiro são: Tuta absoluta (Meyrick) (Lepidoptera: Gelechiidae) (traça-do-tomateiro), ocasiona broqueamento do caule e de frutos, entretanto pode também atacar as folhas ao se alimentar do parênquima foliar gerando minas (PAULA et al., 1998); Neoleucinodes 17 elegantalis (Guenée) (Lepidoptera: Crambidae) (broca-pequena) o dano é caracterizado por um orifício de entrada, no qual permite a larva se alojar no interior do fruto, alimenta-se da polpa (PICANÇO et al., 1999); Helicoperva zea (Hüeb.) (Lepidoptera: Noctuidae) (broca-grande-do-fruto), o dano caracteriza-se pela presença de orifícios na epiderme do fruto com formatos irregulares (MUELLER et al., 2008); Bemisia tabaci (Bellows & Perring) (Homoptera: Aleyrodidae) (mosca branca) compromete a capacidade fotossintética da planta devido à sucção de seiva, favorecendo a proliferação de fungos (principalmente, fumagina) (VILLAS et al., 1997), além de transmissão de diversos vírus (JONES, 2003); Liriomyza huidobrensis (Blanchard) (Diptera: Agromyzidae) (mosca minadora), as fêmeas perfuram as folhas para alimentação e/ou para oviposição, além disso, as larvas se desenvolvem no interior destas, formando minas caracterizando o dano propriamente dito (LENTEREN & YATHOM 1989) e; Frankliniella schultzei (Trybom) (Thysanoptera: Thripidae) (tripes), um dos principais transmissores de vírus para as plantas (NAGATA et al., 1999). Segundo a EMBRAPA HORTALIÇAS (2012), existem várias doenças que atacam o tomateiro e conforme a severidade, estas podem causar uma grande redução da produtividade e da qualidade do produto. Sendo assim, é necessário realizar vistorias frequentes na lavoura, procurando identificar os problemas fitossanitários que ocorrem frequentemente, permitindo assim, a identificação precoce das doenças e consequentemente o controle ideal que deve ser realizado para cada problema. Alternaria solani (ELL. & Martin) (pinta preta) é uma das mais importantes e frequentes doenças da cultura. Apresenta alto potencial de proliferação ao incidir sobre folhas, hastes, pecíolos e frutos do tomateiro, gerando elevados prejuízos econômicos. O fungo sobrevive nos restos culturais e, infecta outras hortaliças (TOLEDO et al., 2009). Além desta doença, existem outras que causam danos severos, tais como: Colletotrichum gloesporioides (Penzig) (antracnose), caracterizado por atacar todos os órgãos da parte aérea da planta (ramos, botões florais e frutos), as lesões são deprimidas com podridão seca, cujo sintoma é o enrugamento precoce da área afetada (SANTOS FILHO et al., 2004); Phytophthora infestans (Mont.) de Bary (requeima), os sintomas se manifestam intensamente nas folhas e as lesões tendem ao formato circular (TOLEDO et al., 2009); 18 Doenças e pragas incidem sobre folhas, hastes, pecíolos e frutos, ocasionando elevados prejuízos econômicos (VIDA et al., 2004). Por isso são necessários estudos que busquem alternativas para o controle e soluções destes problemas fitossanitários que ocorrem nas várias etapas do cultivo do tomateiro. Serão abordados temas como a produção do tomate, descrição dos principais insetos-praga e doenças, danos e sintomas, bem como os métodos de controle utilizados. Este trabalho teve como objetivo o acompanhamento de visitas técnicas a produtores de tomate da região da Serra de Ibiapaba (CE) com ênfase nos aspectos fitossanitários da cultura. 19 2. IDENTIFICAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO A IHARABRAS S.A. Indústrias Químicas atua há 45 anos no mercado e possui em seu portfólio mais de 60 produtos para as mais diversas culturas e também para o controle de pragas domésticas. A IHARA produz fungicidas, herbicidas, inseticidas, nutrientes, produtos especiais, domissanitários e fumigantes. No município de Sorocaba (SP) estão localizados o escritório central, a estação experimental (reconhecida pelo Ministério da Agricultura para experimentos oficiais) e a fábrica que estabelece, documenta, implementa e mantém seu sistema de gestão integrada segundo os requisitos da ISO 9001:2000, ISO 14001:2004 e OHSAS 18001, em contínua melhoria. A empresa está situada em uma fazenda de 230 hectares, sendo mais de 20% do total desta área Reserva Legal. A IHARA conta com seis filiais, localizadas em Goiânia (GO), Cuiabá (MT), Luís Eduardo Magalhães (BA), Londrina (PR), Porto Alegre (RS) e Barueri (SP), criadas para otimizar a logística e oferecer atendimento mais rápido aos clientes. O trabalho da IHARA proporciona além das soluções ao agricultor, serviços com o objetivo de auxiliar o produtor rural a obter uma melhor produtividade com a maior qualidade possível e de forma sustentável. Estabelece parcerias com outras empresas do setor, com as quais realiza intercâmbio de produtos para melhor atender o agricultor, oferecendo-lhe uma gama de opções na resolução de seus problemas na lavoura. A Agrofértil Camelo Comércio de Adubos LTDA. é uma das revendas que a IHARA é parceira. Está localizada em Guaraciaba do Norte (CE). Esta revenda atende produtores principalmente de hortaliças, atuando na região da Serra de Ibiapaba. A Agrofértil Camelo trabalha com revenda e representação agrícola de sementes, adubos, defensivos agrícolas, fertilizantes e venda e instalação de irrigação. A empresa também oferece assistência técnica aos clientes, através de técnicos agrícolas e agrônomos. 20 3. IDENTIFICAÇÃO DO ESTÁGIO 3.1. IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL Endereço: Av. José Acácio Moreira, 787- Tubarão / SC CNPJ: 86.445.293/0001 – 36 Representante: Ailton Nazareno Soares Orientador (a): Professor Eng. Agr. Msc. Patrícia Menegaz de Farias Contato: patrí[email protected] / (48) 3621-3994 3.2. IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DA CONCEDENTE IHARABRAS S.A. Indústrias Químicas Endereço: Av. Liberdade, 1701, Cajuru do Sul- Sorocaba (SP) Supervisor (a) de estágio: Eng. Agr. Natalício de Souza Brandão Contato: [email protected] / (88) 9961-2843 3.3. IDENTIFICAÇÃO DO ESTAGIÁRIO Jhon Jordão de Oliveira Endereço: BR 101, Km 422, Sanga da Areia- Araranguá (SC) Curso: Agronomia Fase: Décima (10ª) Contato: [email protected] / (48) 8813-6675 3.4. IDENTIFICAÇÃO DO ESTÁGIO PROPRIAMENTE DITO Agrofértil Camelo Comércios de Adubos LTDA. Endereço: Av. Monsenhor Furtado, 544 - Guaraciaba do Norte (CE) Representante: Francisco Romildo Marinho Mesquita 21 Área de atuação: Fitossanidade Período: 02/07/2012 até 22/12/2012 Carga Horária Total: 300 horas Nível de estágio: Curricular Supervisor (a) de estágio: Eng. Agr. Natalício de Souza Brandão Professor (a) Orientador (a): Eng. Agr. Msc. Patrícia Menegaz de Farias 22 4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 4.1. CULTURA DO TOMATEIRO (Lycopersicon esculentum Mill.) Espécies selvagens de tomate (Lycopersicon esculentum Mill.) são nativas da região Andina, abrangendo parte do Chile, Colômbia, Equador, Bolívia e Peru, entretanto, a domesticação desta planta se deu no México (FILGUEIRA, 2003). A cultura do tomate é uma atividade agrícola socioeconomicamente importante para o Brasil (HAJI et al., 2002). A intensa utilização de mão de obra se dá principalmente para realização de tratos culturais, como desbastes, capinas e colheitas manuais; mesmo com o alto índice de mecanização em operações rotineiras como o preparo do solo, semeadura, irrigação e pulverização (SILVA & GIORDANO 2000). Esta cultura é responsável pela geração de grande número de empregos diretos e indiretos, contudo exige alto investimento, mão de obra qualificada e elevado nível tecnológico (HAJI et al,. 2004). Dentre as características que destacam a cultura estão: a ampla adaptabilidade e a disponibilidade de cultivo no ano inteiro, a versatilidade de uso, atratividade, baixo teor calórico, aroma estimulante e principalmente seu poder nutracêutico e funcional, que corresponde a altos teores de potássio, vitamina A, vitamina C, vitamina E (FONTES & SILVA, 2002). Além de ser uma rica fonte de vitaminas e minerais, o tomate e seus derivados são fontes ricas de licopeno, além de ser um carotenoide com alto poder antioxidante, benéfico no combate aos radicais livres e à saúde (RAO & AGARWAL, 2000). O tomateiro é uma dicotiledônea pertencente à família das solanáceas, (ALVARENGA, 2004). Segundo FILGUEIRA, (2008) esta é uma planta herbácea, com caule flexível e incapaz de suportar o peso dos frutos e manter a posição vertical, sendo necessário o tutoramento e por ser uma planta perene, a cultura comporta-se como anual – da semeadura até a produção de novas sementes, o ciclo biológico varia de quatro a sete meses, incluindo um a três meses de colheita. A raiz é do tipo pivotante, podendo chegar a uma profundidade de 1,5 m sendo que 70% do sistema radicular encontram-se nos primeiros 20 cm, superficialmente (ALVARENGA, 2004). As inflorescências da planta são cimeiras bíparas, diferenciam-se no meristema apical do caule, assumem posição lateral 23 entre as folhas e o caule (ALMEIDA, 2006). As flores se encontram em cachos são pequenas e amarelas (MINAMI & HAAG, 1989). Possuem entre cinco a 12 flores, completas, hermafroditas e de corola amarela (ALMEIDA, 2006). A inflorescência do tomateiro pode assumir a forma simples, bifurcada ou ramificada (Figura 1). O tipo simples ocorre com maior frequência na parte inferior da planta; os tipos ramificados desenvolvem-se na parte superior (MELO, 2007). A polinização é um dos processos chave na manutenção da diversidade, da abundância e das atividades dos organismos (KEVAN & VIANA 2003, KLEIN et al. 2007). Segundo o GEECAS (2012) o tomate é uma planta cujas flores não produzem néctar, de modo que o único alimento que elas fornecem para as abelhas é o pólen, onde um leve movimento na flor é suficiente para que o pólen caia das anteras sobre os estigmas. Entretanto, esse processo é mais eficiente quando os ponilizadores vibram as flores, liberando uma nuvem de pólen que recobre seus corpos e os estigmas (GEECAS, 2012). As flores abrem-se pela manhã, e a liberação pólen ocorre duas horas após a abertura da flor. O estigma permanece receptivo durante sete dias e até mesmo 16 horas antes de se abrir a flor (ALMEIDA, 2006). Figura 1 - Tipos de inflorescências do tomateiro: simples (A), bifurcada (B) e ramificada (C) Fonte: MELO, 2007. 24 O fruto do tomateiro é uma baga plurilocular com forma, do tipo carnoso (MINAMI & HAAG, 1989), cor e peso variáveis que dependem da cultivar. De acordo com o formato do fruto, o tomate é classificado em dois grupos: oblongo, quando o diâmetro longitudinal é maior que o transversal e redondo, quando o diâmetro longitudinal é menor ou igual ao transversal (BRASIL, 1995; 2002). A forma do tomate está relacionada ao grupo a que pertence a cultivar (MELO, 2007). A coloração do fruto pode ser amarela, rosada, laranja ou vermelha (MINAMI & HAAG, 1989; ALVES FILHO, 2006). O peso dos frutos varia amplamente, de menos de 25 g (tipo cereja) até mais de 400 g (tipo salada) (FILGUEIRA, 2008). Em relação ao hábito de crescimento, pode ser indeterminado ou determinado (ALVARENGA, 2006). Segundo ALVARENGA (2004), o crescimento indeterminado apresenta dominância apical e a emissão de ramos florais a cada três folhas lançadas, enquanto o determinado é marcado pela ausência de dominância apical e hastes ou ramificações apresentando um único ramo floral apical. Existem diversas formas de tutorar e diversos materiais, porém o mais utilizado na Serra de Ibiapaba (CE) são as varas de marmeleiro (Croton sonderianus) em forma de “V” invertido (Figura 2). À medida que cresce, a planta deve ser amarrada aos tutores, conhecida como amarrio (ALVARENGA, 2004). Figura 2 – Vista lavoura de tomate: Método de tutoramento em “V” invertido utilizando estacas de Marmeleiro Croton sonderianus Fonte: Autor, 2012. 25 A temperatura ótima para o crescimento vegetativo oscila entre 21 e 24ºC com limites extremos mínimos e máximos de 18 e 32ºC, respectivamente; temperaturas fora desses limites originam problemas no desenvolvimento da planta em geral e do sistema radicular em particular (MELO, 2007). O tomateiro é exigente em termoperiodicidade diária, pois requer temperaturas diurnas amenas e noturnas menores, com diferença de 6-8°C entre elas (FILGUEIRA, 2008). Temperaturas noturnas abaixo de 10ºC e superiores a 20ºC afetam a frutificação, devido o desenvolvimento de óvulos e a mobilidade dos grãos de pólen ser afetadas ocasionando aborto de botões florais. Sob temperaturas superiores a 25ºC e inferiores a 12ºC a fecundação é defeituosa ou nula (MELO, 2007). As hortaliças obtêm os nutrientes que necessitam através da absorção pelas raízes, dos elementos existentes na solução do solo. Os macronutrientes secundários (Ca, Mg e S) são tão importantes quanto os primários (N, P e K), sendo que o tomateiro é particularmente exigentes em Ca e Mg (MARTINS, 2010). Segundo FILGUEIRA (2008) o cultivo do tomate é altamente exigente quanto à fertilidade de solo, mais especificamente com relação ao teor de nutrientes, para que se possa obter uma elevada capacidade produtiva. Em relação aos tratos culturais, segundo ALVARENGA (2004), a amontoa consiste no ato de colocar terra rente ao colo da planta para o aproveitamento da emissão das raízes adventícias da base do caule, gerando assim melhor absorção de água e nutriente. Esta prática depende muito do tipo de solo, pois apesar do tomateiro ser adaptável a diversos tipos de solos, esta cultura não desenvolve-se em solos que excessivamente argilosos, compactados e/ou mal drenados (FILGUEIRA, 2008). Segundo ALMEIDA (2006), como as plantas não conseguem manter-se eretas durante o desenvolvimento, o tutoramento permite que o tomateiro se desenvolva na vertical, evitando o contato do fruto com o solo e com patógenos ali presentes, onde garante a produtividade pela qualidade do fruto colhido. A desbrota é uma prática cultural comum realizada em plantas de crescimento indeterminado, representando 20% do custo de mão de obra na cultura (ALVARENGA, 2004). Esta deve ser feita semanalmente, eliminando-se as brotações originadas nas axilas de cada folha e deixando crescer apenas a gema do ápice (SILVA et al., 2007). Possibilita aumento no peso médio dos frutos, além de 26 proporcionar uma melhora no arejamento da planta, facilitando o controle fitossanitário (ALVARENGA, 2004). Em 2010, a safra mundial de tomate de mesa e indústria totalizou 145,6 milhões de toneladas, em área cultivada de 4,33 milhões de hectare e produtividade média de 33,5 toneladas por hectare. O maior produtor mundial foi a China, com 41,8 milhões de toneladas em 0,87 milhões de hectare e produtividade de 48,0 toneladas por hectare. O Brasil produziu 3,69 milhões de toneladas, em quase 61 mil hectares, colocando-se em 9º e 13º lugares, respectivamente, na escala mundial. O segmento de tomate de mesa contribuiu com 63,4% da produção (2,34 milhões de toneladas) e os 36,6% restantes destinaram-se ao processamento industrial (1,35 milhões de toneladas) (FAOSTAT, 2012). Segundo IBGE (2011) a área plantada foi de 66.221 ha e a produção 4.146.466 toneladas. Em relação à produtividade, a região Centro-oeste do país detém o maior rendimento médio, 76.846 kg/ha. As regiões Sudeste e Sul apresentam 66.188 kg/ha e 58.605 kg/ha, respectivamente (Tabela 1). Tabela 1 – Dados de área plantada, produção e rendimento médio da cultura do tomate no Brasil / Safra 2011. Fonte: IBGE/CEPAGRO, Levantamento Sistemático da Produção Agrícola. Dezembro, 2011. O principal produtor nacional é o estado de Goiás, responsável por significativos 23,9% da área cultivada no país e por 30,3% da produção, já o estado do Ceará é responsável por 1,1% da área cultivada no país e por 3,1% da produção (IBGE, 2011). 27 4.2. ASPECTOS FITOSSANITÁRIOS NO TOMATEIRO (Lycopersicon esculentum Mill.). A cultura do tomateiro é uma das mais atacadas por insetos-praga, sendo a infestação intensa e podendo ocorrer durante todo o ciclo dessa cultura, desde a sementeira até a colheita dos frutos. A grande área foliar e o microclima favorável criado pela planta de tomateiro propiciam o desenvolvimento de pragas e doenças, as quais se instalam nessa cultura buscando a sua sobrevivência e, assim, o homem tem que buscar alternativas para manejá-las e forma mais conveniente (FERNANDES et al., 2005). Segundo LOPES & ÁVILA (2005) diversos problemas fitossanitários relacionados ao cultivo do tomateiro, principalmente pragas e doenças que ocorrem em todos os estádios de desenvolvimento dificultam o cultivo. Estes podem ocasionar perdas consideráveis na produção, sendo assim, o controle químico é o mais utilizado pelos produtores, devido à facilidade do controle, porém deve-se ter cuidado com este método, onde somente podem ser usados agrotóxicos registrados para o controle específico de cada problema fitossanitário (SILVA & CARVALHO, 2004). Por isso é importante sempre seguir a orientação de um profissional responsável, onde irá fornecer produtos registrados para cada cultura e o alvo que será combatido (AZEVEDO, 2001). Os desafios fitossanitários da cultura do tomate incluem insetos fitófagos e agentes fitopatógenos que exigem a adoção de técnicas de manejo para minimizar as perdas de produção, garantir a lucratividade em função da sazonalidade de preços, e para reduzir o impacto no ambiente e na saúde humana (SILVA & CARVALHO, 2004). O controle deve ser entendido como prática permanente de medidas integradas, para, preferencialmente, evitar que os problemas fitossanitários apareçam ou atinjam proporções que resultem em grandes danos e prejuízos, sendo importante resaltar, que prevenir é a melhor solução (LOPES & ÁVILA, 2005). Práticas de simples execução, como o uso de variedades resistentes, a adoção de espaçamentos adequados, a adubação correta e o manejo da irrigação, além de melhorarem a eficiência do controle químico, colaboram de maneira significativa para a redução do número de pulverizações e, consequentemente, do custo de produção e da contaminação do meio-ambiente (AZEVEDO, 2001). 28 Como as demais culturas, a cultura do tomateiro não pode ser estabelecida sem que sejam adotadas medidas de segurança contra as pragas. Desde o momento em que as sementes ou mudas são colocadas no solo, iniciam as preocupações dos produtores, pois é comum a presença de insetos (ESPINOSA, 1991). O cultivo de tomateiro exige investimentos altos, principalmente no emprego de defensivos que se torna uma prática obrigatória devido ao elevado índice de perdas decorrentes a pragas (ALVARENGA, 2004). 4.3. INSETOS-PRAGA PRESENTES NO TOMATEIRO Segundo OLIVEIRA et al., (2008) observa-se nas lavouras de tomateiro o acréscimo de insetos que atuam como pragas, que inviabilizam o desenvolvimento da cultura e comprometem quase que em sua totalidade a produção, onde danificam as plantas ao se alimentarem, além disso, podem transmitir viroses, as quais geralmente levam a planta à morte. Dentre os insetos de importância econômica destacam-se na produção do tomate a Bemisia tabaci (Bellows & Perring) (Homoptera: Aleyrodidae) (mosca branca) o principal vetor do Geminivírus, Tuta absoluta (Meyrick) (Lepidoptera: Gelechiidae) (traça-do-tomateiro), Neoleucinodes elegantalis (Guenée) (Lepidoptera: Crambidae) (broca-pequena), Liriomyza huidobrensis (Blanchard) (Diptera: Agromyzidae) (mosca minadora) e Frankliniella schultzei (Trybom) (Thysanoptera: Thripidae) (tripes). 4.3.1. Aspectos bioecológicos de Bemisia tabaci (Bellows & Perring) (Homoptera: Aleyrodidae) A Bemisia tabaci biótipo B (Bellows & Perring) (Homoptera: Aleyrodidae), conhecida popularmente como mosca branca, é atualmente uma das principais pragas do tomateiro e apresenta difícil controle devido ao seu hábito de permanecer na face abaxial das folhas (VILLAS BOAS et al., 1997). A mosca branca apresenta metamorfose incompleta (GILL, 1990), passando pelas fases de ovo, quatro estádios ninfais, sendo o último também 29 chamado de “pupa” ou pseudo-pupa, e adulto. Apenas o adulto é capaz de migrar até novas plantas; os estádios imaturos permanecem o tempo todo numa mesma planta (SALGUERO, 1993). A reprodução pode ser sexual ou partenogenética. Na reprodução sexual, a prole será de macho e fêmea. Quando é partenogenética (sem fecundação), a prole será composta apenas de machos (o que é denominado arrenotoquia) (VILLAS BOAS & BRANCO, 2009). O ovo apresenta coloração amarela e formato de pêra, medindo de 0,2 a 0,3 mm. É fixado por uma pequena haste ao tecido da planta. São depositados pelas fêmeas, na parte inferior da folha, onde formam colônias (VILLAS BOAS & BRANCO, 2009). Fêmeas de B. depositam seus ovos preferencialmente na face abaxial das folhas mais novas, talvez pelo fato de a face abaxial apresentar cutícula geralmente menos espessa e estar mais próximo do floema, facilitando a alimentação e a oviposição (SIMMONS 1994; 1999). O local possibilita maior proteção contra o vento, chuva e dessecação e menor exposição à luminosidade (POLLARD, 1955; BUTLER & WILSON, 1984; VENDRAMIM, 2009). As ninfas são translúcidas e de coloração amarelada. No final do quarto estádio (também chamado de “pupa”), quando o adulto está prestes a eclodir, os olhos vermelhos tornam-se bem visíveis (VILLAS BOAS & BRANCO, 2009). O adulto da Mosca Branca se caracteriza por ser muito pequeno, de coloração branca a olho nu (Figura 3) e, sob lupa, amarelo-pálido em razão de seu abdômen ser dessa cor, os olhos são avermelhados e se destacam no corpo do inseto (FOLHA RURAL, 2012). 30 Figura 3 - Adultos de Bemisia tabaci Biótipo B em folha do tomate Fonte: Autor, 2012. 4.3.1.1. Danos e controle Os danos da mosca branca podem ser diretos e indiretos (PRABHAKER et al., 1998). A B. tabaci biótipo B os ataques são mais intensos comparada com a própria Bemisia tabaci em função da sua maior agressividade, que resulta da maior fecundidade, ampla gama de hospedeiros, alta resistência aos inseticidas e capacidade de causar desordens fisiológicas nas plantas (COSTA & BROWN, 1990; PRABHAKER et al., 1998). Os diretos caracterizam-se pela alimentação, quando ocorre a sucção de seiva da região do floema e a inoculação de toxinas (PRABHAKER et al., 1998); atuando no amadurecimento irregular dos frutos, o que dificulta o reconhecimento do ponto de colheita e torna a parte interna dos frutos esbranquiçada, com aspecto esponjoso ou isoporizado e os danos indiretos, se dão pela transmissão de geminivírus (Figura 4 B), decorrente da alimentação do inseto, sendo que as geminiviroses podem retardar o desenvolvimento das plantas reduzindo significativamente a produção, quanto mais cedo ocorrer à infecção, maiores serão as perdas (VILLAS BOAS & BRANCO, 2009). A infestação das lavouras de tomate por B. tabaci contribuem para reduzir a produção, sendo que as perdas devido ao 31 alcance de transmissão vírus chegam de 40 a 70%, se as plantas são infectadas dentro de 5-6 semanas após a germinação (VILLAS BOAS, 2005). Além da transmissão de vírus, o inseto adulto de B. biótipo B excreta substâncias que cobrem as folhas e servem de substrato para fungos, resultando no crescimento de fumagina (Figura 4 A), onde o processo de fotossíntese é afetado, podendo ocorrer redução na produção e qualidade dos frutos (VILLAS BOAS & BRANCO, 2009). Figura 4 - Excreção de substâncias açucaradas pelo inseto, resultando o crescimento de Fumagina (A); Transmissão de geminivírus, causado pela Bemisia tabaci Biótipo B (B) Fonte: Autor, 2012. O controle da mosca branca basicamente é realizado por inseticidas (BACCI et al., 2007). Segundo o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA, 2012), existem diversos grupos químicos de inseticidas registrados para controlar esta praga, sendo este: Neonicotinóides, Organofosforados, Piretróide, Éter Piridiloxipropílico, Cetoenol e Feniltiouréia. Uma alternativa para o controle é o uso de cultivares resistente. Algumas características biológicas e comportamentais do inseto favorecem o aparecimento de resistência aos inseticidas de diferentes grupos químicos (AHMAD et al., 2002). Assim, o potencial para populações de B. tabaci biótipo B se tornarem resistentes, 32 como consequência do uso intensivo de produtos químicos, estimulam estudos em estratégias alternativas de manejo integrado (BALDIN et al., 2005). 4.3.2. Aspectos Bioecológicos de Tuta absoluta (Meyrick) (Lepidoptera: Gelechiidae) Tuta absoluta (Meyrick) (Lepidoptera: Gelechiidae) (traça-do-tomateiro) ocorre durante todo o ano, especialmente no período mais seco, quase desaparecendo em períodos chuvosos (ALVINO et al., 2009). Lavouras irrigadas por aspersão convencional ou por pivô central são menos danificadas do que as irrigadas por sulco. A irrigação por aspersão derruba os ovos, larvas e pupas, reduzindo o potencial de multiplicação do inseto (EMBRAPA HORTALIÇAS, 2012). Ovos possuem formato elíptico e inicialmente são de coloração branca brilhante ou amarela-clara brilhante, passando a marrom ou avermelhada próximo à eclosão das lagartas, são depositados isoladamente ou em grupos nas superfícies superior ou inferior dos folíolos (COELHO & FRANÇA, 1987). As lagartas eclodem de três a cinco dias após a postura, possuem coloração esverdeada e penetram imediatamente no parênquima foliar, nos ápices das plantas, ou nos frutos (FRANÇA et al., 2000). Desenvolvem-se em quatro ínstares durante nove a 13 dias, quando próximo a atingir a fase de pupa assumem coloração vermelha no dorso (FRANÇA, 1993) e costumam abrigar-se no solo ou, principalmente, em folhas secas onde tecem um casulo esbranquiçado (COELHO & FRANÇA, 1987), permanecendo nesta fase em torno de 6 a 10 dias (COELHO & FRANÇA, 1987; FRANÇA et al., 2000). Em condições de laboratório o ciclo completo da T. absoluta varia de 26 a 38 dias, podendo haver sobreposição de gerações no campo (MICHEREFF FILHO & VILELA, 2001). Adultos de T. absoluta são microlepidópteros de coloração cinzaprateada, com envergadura variando de nove a 11 mm (COELHO & FRANÇA 1987; MICHEREFF FILHO & VILELA, 2001; GALLO et al., 2002). Podem viver até uma semana (Figura 5). Acasalam-se imediatamente após a emergência, voam e ovipositam predominantemente ao amanhecer e ao entardecer (EMBRAPA HORTALIÇAS, 2012). 33 Figura 5 - Adulto de Tuta absoluta (Meyrick) (Lepidoptera: Gelechiidae) Fonte: Embrapa hortaliças, 2012. 4.3.2.1. Danos e controle Tuta absoluta apresenta um grande potencial destrutivo, podendo atacar órgãos da planta em qualquer estádio de desenvolvimento (SOUZA & REIS,1992). Destrói grande parte da área foliar da planta devido à penetração da lagarta no parênquima das folhas (COELHO & FRANÇA, 1987), atacam os frutos, depreciandoos para comercialização, e brotações apicais, podendo causar, em alguns momentos, a morte do tomateiro (MICHEREFF FILHO & VILELA, 2001). As larvas alimentam-se inicialmente do mesófilo foliar, constroe galerias transparentes, podem também broquear o caule, perfurar o broto terminal e, danificar flores e frutos (Figura 6). Estes, além de terem a polpa destruída, os frutos ficam mais suscetíveis à penetração de microrganismos, tornando-se, na maioria das vezes, inviáveis à comercialização (CASTELO BRANCO, 1992; SOUZA & REIS, 1992). 34 Figura 6 - Danos causados por Tuta absoluta (Meyrick) (Lepidoptera: Gelechiidae) (traça-do-tomateiro) Fonte: Embrapa hortaliças, 2012. Segundo (MAPA, 2012) é de extrema importancia utilizar os produtos registrados para o controle de cada praga, sendo assim, os principais grupos químicos de inseticidas que estão registrados para o controle da T. absoluta são os Aciluréias, Avermectina, Fosforados, Piretróides, Ditiocarbamato, Diacilidrazina, Benoiluréia e Biológicos. A aplicação de inseticidas não é capaz de eliminar todos os insetos presentes nas lavouras. Normalmente, os produtos mais eficientes controlam cerca de 95% da população. Estudos indicaram que o uso constante de um inseticida ou de um mesmo grupo químico selecionam populações resistentes (EMBRAPA HORTALIÇAS, 2012). O controle é particularmente difícil devido ao fato do inseto alimentar-se do interior da planta, o que torna ineficaz a ação dos inseticidas de contato; ter grande fecundidade, que conduz ao aumento rápido das populações e apresentar grande disponibilidade de plantas hospedeiras (SOARES et al., 2010). Para facilitar o controle é recomendado realizar o Manejo Integrado de Pragas (MIP), que segundo a FAO define como um sistema de manejo de pragas que no contexto associa o ambiente e a dinâmica populacional da espécie, utilizando todas as técnicas apropriadas e métodos de forma tão compatível quanto possível e 35 mantém a população da praga em níveis abaixo daqueles capazes de causar dano econômico (WAQUIL et al., 2006). 4.3.3. Aspectos Bioecológicos de Neoleucinodes elegantalis (Guenée) (Lepidoptera: Crambidae) A Neoleucinodes elegantalis (Guenée) (Lepidoptera: Crambidae) (brocapequena) é a principal praga do tomateiro cultivado no período chuvoso, no Estado do Ceará. Os maiores danos na produção são decorrentes das perdas de frutos furados, provocados pela mesma, com perdas que vão de no mínimo 20% até 80%. No período chuvoso (Dezembro a Junho) é quando esta praga é a maior preocupação e o maior volume de defensivos são direcionados para seu controle (CRUZ & FEITOSA, 2003). Os ovos têm formato achatado e depositados isolados ou agrupados no pecíolo, cálice ou superfície do fruto (CARNEIRO et al., 1998). São elípticos e apresentam largura e comprimento médio de 0,46 e 0,69 milímetros, respectivamente (MUÑOZ et al., 1991). A coloração é branca quando recémdepositados, tornando-se avermelhados quando se aproximam da eclosão da lagarta (MUÑOZ et al., 1991; GALLO et al., 2002). A oviposição ocorre entre 19 e 6 horas, podendo ovipositar 160 ovos ao longo do ciclo. Ao final do período larval, a lagarta sai do fruto e passa a pré-pupa e, finalmente, a pupa (CARNEIRO et al., 1998; GALLO et al., 2002). Na fase de prépupa a lagarta não se alimenta, reduz o tamanho e assume coloração esbranquiçada, onde as pupas ficam à profundidade de três a cinco cm, podendo ser encontradas com certa facilidade, escavando próximo ao pé de tomate que apresente frutos furados pela larva da broca pequena (CRUZ & FEITOSA, 2003). Adultos de N. elegantalis apresentam dimorfismo sexual, sendo as fêmeas de maior peso (20,2 ± 3,9 g) em relação aos machos (12,2 ± 2,6 g). As dimensões das fêmeas também superam às verificadas para os machos quanto ao comprimento do corpo (11,1 ± 0,7 e 9,8 ± 0,8 mm), comprimento da antena (9,4 ± 0,6 e 7,7 ± 0,8 mm), comprimento da asa (11,3 ± 0,9 e 8,1 ± 0,7 mm) e largura da asa (4,6 ± 0,4 e 3,2 ± 0,4 mm) (JAFFE et al., 2007). As mariposas apresentam coloração geral branca, asas transparentes, trazendo nas anteriores, uma mancha 36 cor de tijolo, e nas posteriores, pequenas manchas marrons esparsas (MUÑOZ et al., 1991; GALLO et al., 2002). A fêmea possui abdome volumoso, com a parte final truncada, enquanto no macho, o abdome é delgado com a parte final aguda e recoberta por um tufo de escamas em forma de pincel (Figura 7) (MUÑOZ et al., 1991; CARNEIRO et al., 1998). Figura 7 - Forma adulta da Neoleucinodes elegantalis (Guenée) (Lepidoptera: Crambidae) (broca-pequena) Fonte: Autor, 2012. 4.3.3.1. Danos e controle A broca-pequena é considerada praga chave na cultura do tomate por danificar as partes reprodutivas das plantas (GRAVENA & BENVENGA, 2003). Os frutos infestados tornam-se impróprios para o comércio e processamento industrial, pois apresentam a polpa destruída (GALLO et al., 2002), além de comprometer o controle de qualidade das empresas produtoras de sementes, devido ao menor poder germinativo (REIS et al., 2007). O potencial de dano é caracterizado por apenas uma lagarta no interior do fruto (TOLEDO, 1948), sendo relatados prejuízos da ordem de 50% (GALLO et al., 2002), 79% (MIRANDA et al., 2005) e 90% da produção (CARNEIRO et al., 1998). 37 N. elegantalis ocorre a partir do início do florescimento. As larvas crescem no interior do fruto, alimentando-se da polpa e abrindo galerias. Saem para empupar no solo, deixando um orifício (Figura 8) (EMBRAPA HOTALIÇAS, 2012). Figura 8 - Danos causados por Neoleucinodes elegantalis (Guenée) (Lepidoptera: Crambidae) em frutos de tomate Fonte: Autor, 2012. Devido à fisiologia do tomateiro, floradas sucessivas e frutos em fase inicial de desenvolvimento, aliado ao comportamento de oviposição e desenvolvimento larval garantem a combinação ao hospedeiro como praga ideal para desencadear o início da reprodução (BADJI et al., 2003). Desta forma, o controle químico destaca-se como a principal tática de controle. Em casos extremos, são realizadas até três aplicações por semana, a partir do início do florescimento, para o controle de N. elegantalis (MIRANDA et al., 2005). Segundo (MAPA, 2012), os principais grupos químicos de inseticidas que estão registradas para o controle desta praga são: Piretróides, Organofosforados, Tiocarbamato, Benzoiluréia, Metilcarbamato Antranilamida, Oxadiazina e Éter difenílico. de oxima, Diacilhidrazina, 38 4.3.4. Aspectos Bioecológicos de Liriomyza huidobrensis (Blanchard) (Diptera: Agromyzidae) Segundo CRUZ & FEITOSA (2003) Liriomyza huidobrensis (Blanchard) (Diptera: Agromyzidae) conhecida popularmente como mosca minadora apresenta variação de ciclo conforme as condições climáticas. Nos meses de temperatura alta e umidade relativa do ar baixa, o ciclo é mais curto girando entre 19 e 25 dias. Nos meses de precipitação pluviométrica e baixa temperatura pode chegar aos 40 dias (CRUZ & FEITOSA, 2003). O ciclo de vida completa-se entre 13 e 18 dias, sendo a longevidade média dos adultos de 15 dias (PRANDO & CRUZ, 1986). Para cada estádio, em média o ovo eclode com dois dias, as larvas com quatro dias, a pupa com nove dias e o adulto pode sobreviver vários dias. A larva apresenta coloração creme-amarelada, pequena, ápode, de corpo liso e de alimenta da folha abrindo uma galeria. A galeria é inicialmente fina, aumentando de largura conforme o desenvolvimento da larva, observando atentamente, serão vistas dentro da galeria pontuações negras, que são as fezes da larva. Para emergir da folha a larva abre uma pequena fenda no final da galeria (CRUZ & FEITOSA, 2003). A pupa possui coloração amarelada inicialmente e tom marrom, próximo à emergência do adulto, e localiza-se na face inferior das folhas ou no solo (RIBEIRO et al., 2006). Segundo CRUZ & FEITOSA, (2003) o adulto da L. huidobrensis é uma pequena mosca, com cerca de 2 mm, de corpo preto com manchas brilhosas, com as asas transparentes,apresentando voo rápido, gosta de pousar sobre varas, arames e barbantes (Figura 9 A). Realiza a postura nas folhas, onde abre minúsculas cavidades para depositar os ovos (um por cavidade), sempre iniciando a postura nas folhas mais velhas (Figura 9 B). A cavidade é chamada de puncturas, sendo que as fêmeas ovipositam até 20 ovos (PRANDO & CRUZ, 1986). 39 Figura 9 - Adulto de Liriomyza huidobrensis (A); Pucnias (cavidade para depositar os ovos) realizadas por L. huidobrensis em folha do tomate (B) Fonte: Embrapa hortaliças, 2006 (A) / Autor, 2012 (B). 4.3.4.1. Danos e controle O dano em cultivos de tomate é originado pela alimentação no parênquima foliar e formação de galerias irregulares na folha (Figura 10) (RIBEIRO et al., 2006). As rupturas de alimentação e posturas nas folhas, caracterizadas por pontuações de coloração prateada no lado superior da folha, facilitam a infecção por agentes fitopatogênicos (GRAVENA & BENVENGA, 2003). Grandes prejuízos ocasionados pela L. huidobrensis foram verificados em cucurbitáceas, solanáceas, fabáceas e brassicáceas (PRANDO & CRUZ, 1986). O controle químico é largamente utilizado com prevenção, evitando que o ovo de L. huidobrensis ecloda e provoque galerias nas folhas. Os grupos químicos de inseticidas registrados para o controle desta praga são: Avermectinas, Organofosforados, Tiocarbamatos, Metilcarbamato de benzofuranila e Triazinaminas (MAPA, 2012). 40 Figura 10 - Danos causados pela Liriomyza huidobrensis em planta de tomateiro Fonte: Autor, 2012. 4.3.5. Aspectos bioecológicos Frankliniella schultzei (Trybom) (Thysanoptera: Thripidae) Segundo GALLO et al. (2002) a Frankliniella schultzei (Trybom) (Thysanoptera: Thripidae) (tripes) vive em colônias nas folhas e nas brotações que, em alguns casos, podem se dobrar e permanecer fechadas em decorrência das substâncias tóxicas liberadas pelos insetos. As condições ideais são baixas temperaturas associadas à estiagem e seu ciclo é cerca de 15 dias. Segundo FERNANDES & BARROS (2005) são insetos pequenos, de coloração variável, de um a três mm de comprimento, reconhecíveis em lentes de aumento por apresentarem asas franjadas (Figura 11). Apresentam reprodução sexuada e a oviposição é realizada nas folhas. Decorridos alguns dias, surgem às formas jovens, que se distinguem das adultas devido a coloração mais clara e não possuem asas (GALLO et al. 2002). 41 Figura 11 - Ninfa (coloração clara) e adulto de Frankliniella schultzei (Trybom) (Thysanoptera:Thripidae) (tripes) Fonte: Embrapa hortaliças, 2006. 4.3.5.1. Danos e controle Na cultura do tomate, esse inseto é o principal vetor do vírus do viracabeça do tomateiro (AMIN et al., 1981; PAVAN et al., 1993). Do ponto de vista agrícola, além dos danos indiretos, como a virose, que compromete mais de 50% da produção, F. schultzei causa danos diretos atacando hastes, folhas, flores e frutos, ocorrendo alteração na consistência das folhas, que ficam coriáceas e quebradiças; podem também atacar brotações (STRECK, 1994). Ao se alimentarem da seiva de plantas doentes, estas pragas contaminam-se pelo vírus do “vira-cabeça” do tomateiro (Figura 12). Locomovendose para as plantas sadias, inoculam nestas a doença. As plantas assim atacadas apresentam inicialmente as folhas bronzeadas e, posteriormente, o caule com estrias negras, os frutos verdes com manchas amareladas, culminando com o curvamento das extremidades dos ponteiros. Os sintomas manifestam-se a partir do transplante, sendo que, para ser portador da virose, é necessário que o inseto se alimente da planta doente (GALLO et al., 2002). 42 A medida mais eficiente e recomendada para o controle de F. schultzei tem sido o químico, os principais grupos químicos de inseticidas que estão registrados a esta praga são os Organofosforados, Neonicotinóides, Piretróides, Metilcarbamato de oxima, Metilcarbamato de benzofuranila e Fulniltiouréia (MAPA, 2012). Entretanto, este método de controle tem que se ter cuidado devido à resistência da praga, uma vez que as plantas daninhas podem ser reservatório tanto de insetos vetores como de viroses, o manejo das mesmas pode envolver tanto a sua eliminação, quanto o seu uso como plantas armadilha (DUFFUS, 1971). Figura 12 - Planta contaminada pelo vírus do “vira-cabeça” do tomateiro – vetor: Frankliniella schultzei (Trybom) (Thysanoptera: Thripidae) (tripes) Fonte: Embrapa hortaliças, 2006. 4.4. PRINCIPAIS DOENÇAS PRESENTES NO TOMATEIRO Doenças de plantas é qualquer anormalidade causada por fatores bióticos ou abióticos que agem na planta, de maneira contínua, alterando o seu metabolismo (LOPES & ÁVILA, 2005). Quanto maior for à população de uma espécie vegetal e maior for sua área cultivada, maior será o risco de ocorrência de epidemias de doenças de plantas (REIS et al., 2007). 43 Muitas doenças atacam o tomateiro reduzindo a produtividade e a qualidade do produto. A cultura do tomateiro está sujeita a várias doenças que, dependendo do nível de resistência genética do cultivar usado, podem limitar sua produção (KIMATI, 1997). O conhecimento da etiologia, da sintomatologia e dos métodos gerais de controle permite a identificação precoce e o tratamento prévio das doenças (LOPES & ÁVILA, 2005). A importância de uma ou mais doenças em uma dada região depende de vários fatores, tais como temperatura, umidade, época do ano, variedade, condições de cultivo e manejo da cultura (KIMATI, 1997). Segundo REIS et al., (2007) dependendo desses fatores, poderão ser desencadeadas epidemias com reflexos negativos na produtividade. As doenças de plantas podem ser transmissíveis ou não-transmissíveis. As doenças transmissíveis são causadas por fungos, bactérias, micoplasmas, vírus, viróides e nematoides. São chamados de fatores bióticos. Já as doenças , também conhecidas como distúrbios fisiológicos, são causadas por fatores abióticos tais como desbalanço nutricional, fitotoxidez de agrotóxicos e condições climáticas adversas ao desenvolvimento normal das plantas (LOPES & ÁVILA, 2005). As doenças de plantas podem ser manejadas por diversos métodos, como o genético, o cultural, o biológico e o físico (CAPRA, 2011). Portanto, torna-se necessário o uso de medidas rápidas, práticas e eficientes no controle de doenças, nas quais se enquadra o controle químico, que é o mais utilizado (REIS et al., 2007). Existem diversos fungicidas registrados para a cultura do tomate com seus respectivos alvos, Benzotiadiazol, sendo eles: Isoftalonitrila, os Anilida, Triazóis, Estrobirulinas, Dicarboximida, Éter Benzimidazol, mandelamida, Fenilpiridinilamina, entre outros (MAPA, 2012). Para se tornar um controle mais eficiente para as doenças é necessário que seja duradouro e econômico, sendo obtido pelo somatório de medidas de controle disponíveis, nunca resultante de uma prática isolada (REIS et al., 2007). 4.4.1. Epidemiologia de Alternaria solani (ELL. & Martin) No Brasil, a Alternaria solani (ELL. & Martin), conhecida popularmente como pinta preta, representa uma das mais importantes e frequentes doenças fúngicas na cultura do tomate (TOFOLI & DOMINGUES, 2004). A doença é causada 44 pelo fungo Alternaria solani (Ell.&Mart.), cuja reprodução do patógeno ocorre pela formação de conídios multiseptados de cor escura. Os conídios são facilmente dispersos pelo vento e respingos de água, podendo sobreviver em restos de cultura e em outros hospedeiros, como a batata, a berinjela (AZEVEDO, 2003). O agente causal é favorecido por temperatura e umidade altas, sendo, portanto, mais severa durante o verão chuvoso. Pode aparecer também no inverno e em períodos quentes acompanhados de umidade relativa do ar elevada, o que acontece com frequência quando se irriga em excesso (LOPES & ÁVILA, 2005). Segundo AZEVEDO (2003) plantas debilitadas nutricionalmente estão mais predispostas à doença, principalmente no que se refere à deficiência de nitrogênio, pois o patógeno penetra diretamente pela cutícula ou por ferimentos, surgindo os sintomas dentro de três a cinco dias (Figura 13). Figura 13 - Sintomas da Alternaria solani (ELL. & Martin) (pinta preta) no tomateiro Fonte: Autor, 2012. Alternaria solani ocorre em folhas, caules e frutos e pode causar danos durante qualquer estádio de desenvolvimento da planta. Inicialmente, as manchas circulares tem coloração marrom-escura a preta e aparecem nas folhas mais velhas, podendo apresentar halo amarelado, em volta da lesão (MIZUBUTTI & BROMMONSCHENKEL,1996) (Figura 14). À medida que as lesões crescem, 45 formam anéis concêntricos na parte central, sendo que ataques severos resultam em secagem das folhas mais velhas, pela coalescência das lesões, que pode expor os frutos à queima pelo sol (LOPES & ÁVILA, 2005). Embora um programa de manejo cultural possa minimizar o desenvolvimento da pinta preta, o uso de fungicidas é necessário para a proteção dessas culturas, sob condições ambientes favoráveis (TOFOLI & DOMINGUES, 2004). O uso de fungicidas registrados no Ministério da Agricultura presta-se ao controle da doença, fazendo-se pulverizações preventivas com fungicidas, tais como cúpricos, mancozeb, clorotalonil, iprodione, e triazóis (LOPES et al., 2000; MAPA, 2012). Apresentam largo espectro de ação, baixa fungitoxicidade e conferem bons níveis de controle sob baixa pressão de doença, além de ser produtos de custo relativamente baixo, que podem ser aplicados em caráter preventivo durante todo o ciclo da cultura (TOFOLI & DOMINGUES, 2004). Para o controle da pinta preta recomenda-se, de maneira geral, a aplicação preventiva (LOPES et al., 2000). São recomendados principalmente fungicidas sistêmicos, as aplicações devem ser iniciadas assim que ocorram condições favoráveis e/ou se evidenciem os primeiros sintomas da doença no campo, sendo que a deposição adequada do fungicida nas plantas e, em especial, nas folhas inferiores é fundamental para o controle efetivo da pinta preta (TOFOLI & DOMINGUES, 2004). 4.4.2. Epidemiologia da Phytophthora infestans (Mont.) de Bary Segundo LOPES & ÁVILA (2005) a requeima ataca toda a parte aérea do tomateiro. É causada pelo fungo Phytophthora infestans (Mont.) De Bary que pertence à classe Oomycetes e se reproduz de maneira assexuada formando esporângios, que dependendo das condições de ambiente (especialmente a temperatura), pode germinar diretamente, formando o tubo germinativo, ou indiretamente, formando zoósporos (AZEVEDO, 2003). Nas folhas, aparecem manchas grandes com aspecto encharcado, a princípio localizado nas bordas da folha, onde são facilmente visualizados logo pela manhã, quando se tem maior umidade relativa. As manchas aumentam de tamanho rapidamente, cobrindo grande área do limbo foliar tomando uma coloração marrom 46 ao secarem (Figura 14). Pecíolos e hastes apresentam manchas de coloração marrom-clara que podem ocupar grandes extensões (LOPES & ÁVILA, 2005). Nos frutos, as manchas são, inicialmente, de cor marrom-clara, progredindo para marrom-escuro ou negro (MIZUBUTTI & BROMMONSCHENKEL, 1996). A germinação indireta ocorre mais frequentemente sob temperaturas entre 10 - 15ºC e alta umidade relativa. Este modo de germinação do fungo tem causado maior severidade da doença no tomateiro, já que cerca de oito a dez zoósporos são formados por esporângios, o que significa dizer que o potencial de infecção é multiplicado em até dez vezes (SANTINI, 2003). Figura 14 - Sintomas de Phytophthora infestans (Mont.) De Bary na folha do tomateiro Fonte: Autor, 2012. Em regiões de umidade elevada (neblina, chuva fina, orvalho, irrigação frequente) e temperaturas em torno de 20ºC, pode levar a completa destruição da lavoura em poucos dias (LOPES & ÁVILA, 2005). Sendo que a infecção ocorre por meio de esporos do fungo carregados pelo vento, provenientes de outros cultivos de tomate infectados, restos de cultura da safra anterior e de plantas daninhas (SANTINI, 2003). Entre as medidas de controle recomendam-se evitar plantios próximos a lavouras anteriores de tomate e batata ou com maus cuidados; eliminar os restos 47 culturais logo após a colheita; não plantar em terrenos de baixada, úmidas e sombreados e evitar irrigações em excesso; (EMBRAPA HORTALIÇAS, 2012). 4.4.3. Epidemiologia de Oidium lycopersici (Cooke & Massee) (Oídio) O Oidium lycopersici (Cooke & Massee), é o agente causal da doença conhecida popularmente por oídio pode causar redução de até 40% da produção, se medidas de controle não são adotadas corretamente (AZEVEDO, 2003). A doença é causada pelos fungos Erysiphe cichoracearum (Oidium lycopersici) e Leveillula taurica, são parasitas obrigatórios e produzem micélio superficial no hospedeiro, onde se formam os conídios, que são facilmente destacáveis, sendo disseminados principalmente pelo vento (AZEVEDO, 2003). As condições normais de ocorrência são aquelas de inverno seco. O O. lycopersici é mais importante nos cultivos em estufas ou sob proteção de plástico, onde geralmente a temperatura é mais elevada e a irrigação é por gotejamento, não havendo a “lavação” das folhas (LOPES & ÁVILA, 2005). A doença incide sobre os órgãos verdes da planta, principalmente ramos, pecíolos e folíolos. Nestes, se observa desenvolvimento de uma eflorescência branca do patógeno, realçando contra o verde-escuro da planta (Figura 15 B) (AZEVEDO, 2003). Em estádios mais adiantados, há necrose dos tecidos do hospedeiro, formando-se manchas irregulares. Quando o ataque é muito severo, toda a folhagem pode secar. As folhas mais velhas são as mais atacadas pelo fungo (Figura 15 A; C). Mesmo infectadas, as folhas permanecem presas à planta, ao contrário do pimentão que é também afetado por essa espécie de fungo (LOPES & ÁVILA, 2005). A medida mais eficiente de controle tem sido o emprego de fungicidas preventivamente ou logo após o início da infecção, sendo que a irrigação por aspersão desaloja os esporos das folhas e auxiliam no controle da doença (AZEVEDO, 2003; LOPES & ÁVILA, 2005). 48 Figura 15 – Sintomatologia de Oidium lycopersici em tomateiro. Primeiro, folhas ficam grossas e com manchas amareladas (A); Segundo, folhas começam a enrolar (B); Terceiro, aparecimento do mofo na folha (C) Fonte: Autor, 2012. 4.5. CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO A Serra de Ibiapaba situa-se em meio ao semiárido nordestino e a noroeste do estado do Ceará e constitui-se geograficamente numa faixa montanhosa que se inicia a 40 Km do litoral e se estende 110 km aos confins ocidentais em território cearense abrangendo cidades de Carnaubal, Croatá, Guaraciaba do Norte, Ibiapina, São Benedito, Tianguá, Ubajara e Viçosa do Ceará (Figura 16). Com uma altitude média de 800 m. Apresenta uma cobertura vegetal caracterizada pela presença de floresta úmida, no sentido norte-sul, mudando a oeste com uma vegetação conhecida como “carrasco”, constituída por caatingas, cerrado e matas secas. O seu território é constituído de terras argilosas nas serras, e arenosas nos sertões, quase todo montanhoso e pedregoso. Existem grandes áreas de boa fertilidade onde predomina o cultivo de hortaliças, frutas e a criação de animais. Os solos dessas regiões ficam próximos aos rios Piau e Inhuçu, que compõem a Bacia Hidrográfica do Poti. As áreas restantes, que formam o “carrasco”, tem média fertilidade e é boa produtora de milho, feijão, mandioca dentre outras culturas de sequeiro. 49 O clima tem como características as temperaturas que variam, em média, de 19 ºC no inverno a 29 ºC no verão Frio com média anual de 18 ºC, e a precipitação pluviométrica em torno dos 800 a 1.250 mm. Sendo que os meses mais quentes são Agosto, Setembro, Outubro e Novembro e os meses mais chuvosos são Janeiro, Fevereiro, Março e Abril. A Serra de Ibiapaba desponta como um celeiro na produção hortícola do Estado do Ceará. A despeito da ocorrência de pequenas propriedades, a área plantada com hortaliças, atualmente, deve se encontrar próximo a 4.000 hectares (FREIRE et al., 2000). Figura 16 - Croqui dos municípios que compõem a Serra de Ibiapaba (CE) e detalhe, a sede da revenda Agrofértil Fonte: Autor, 2012. 50 5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS A Serra da Ibiapaba (CE) é considerada uma região muito rica em biodiversidade, apresenta grande diversidade e, em relação ao setor agropecuário a produção de espécies olerícolas recebe destaque. É caracterizada por pequenos produtores rurais, cujas propriedades variam de 0,5 a 3,0 hectares. Verificou-se que os mesmos realizam policultivo, ou seja, uma produção agrícola com vários tipos de culturas. Os produtos mais cultivados na região são: tomate, pimentão, maracujá, batata doce, repolho, entre outras. A cultura do tomate é a principal e seu cultivo ocorre em todas as épocas do ano. Segundo VEIGA SILVA, (2009) os policultivos proporcionam diversas vantagens para os produtores rurais como a redução das populações de insetos, o melhor uso de nutrientes do solo e o aumento da produtividade por unidade de área. O estágio se deu através de visitas técnicas às propriedades rurais da região da Serra de Ibiapaba, com o objetivo de assessorar por meio de assistência técnica a fim de auxiliar na melhoria da eficiência das atividades executadas pelos produtores. Buscou-se assegurar a produção das culturas e a renda dos produtores rurais da região por meio da aplicação de conceitos técnicos e orientações, principalmente sobre nutrição das plantas e controle/manejo dos aspectos fitossanitários. Observou-se que na Serra de Ibiapaba (CE), os produtores reaproveitam materiais presentes em sua propriedade para realização dos tratos culturais e vários outras atividades. No caso do tutoramento de tomateiro, o modelo mais utilizado é o de cerca cruzada ou “V” invertido, o qual consiste em amarrar as plantas em tutores, geralmente são usadas estacas de Croton sonderianus Mull.Arg. (Euphorbiaceae) conhecida popularmente como Marmeleiro é uma árvore comum na região. As estacas são dispostas obliquamente ao solo, formando um “V” invertido entre duas filas consecutivas. Desta forma, o tutoramento tem como finalidade dar suporte para o crescimento das plantas, à medida que cresce, a planta deve ser amarrada aos tutores, prática esta conhecida como amarrio (ALVARENGA, 2004). Através deste método de tutoramento a planta apresenta facilidade para o desenvolvimento das folhas e frutos, pois as mesmas ficam bem distribuídas no campo, ao mesmo tempo em que se torna uma lavoura arejada e com boa luminosidade, facilitando assim os tratos culturais. 51 Observou-se que os produtores rurais utilizam adubação de fundação, ou seja, a primeira adubação realizada antes de transplantar a cultura, que esta seja de qualidade através de estercos de animais, para que a planta tenha um bom desempenho e desenvolvimento desde o momento que as mudas são transplantadas a campo. Notou-se que a assistência técnica é uma necessidade na região, principalmente devido aos ataques de pragas e doenças. Verificou-se que, muitas vezes a falta de informação aos produtores é o principal fator. Principalmente, no que diz respeito aos procedimentos ideais que devem ser adotados na aplicação e utilização de defensivos agrícolas. O acadêmico teve a oportunidade de aprimorar e aliar conceitos teóricos e práticos nas recomendações fitossanitárias relacionadas à cultura do tomateiro através das visitas técnicas. Atualmente os agricultores dispõem de produtos químicos cada vez mais eficazes, tanto sob o ponto de vista toxicológico quanto ambiental. Porém, as boas práticas agrícolas, incluindo o uso correto e seguro dos fungicidas e inseticidas são essenciais para que não ocorram problemas de intoxicações dos aplicadores, resíduos em alimentos e impactos ambientais. Foram realizados campos demonstrativos em algumas propriedades rurais - Dias de Campos (Figura 17). Com o objetivo principal de realizar experimentos, vislumbrando o monitoramento destas, para a demonstração ao produtor da eficiência dos produtos e o modo correto de realizar as aplicações destes defensivos agrícolas, bem como suas respectivas doses e os cuidados que devem ser tomados (Figura 18 A). 52 Figura 17 - Campo Demonstrativo na cultura do tomate com a realização do tratamento IHARA (A); Realização do Dia de Campo para demonstrar a eficiência no controle de problemas fitossanitários com os produtos IHARA (B) Fonte: Autor, 2012. Figura 18- Aplicador de Produtos fitossanitários utilizando todas as peças do EPI (A); Aplicador de Produtos fitossanitários sem o uso do EPI (B) Fonte: Autor, 2012. 53 Inicialmente com a autorização do produtor, foram adquiridas algumas fileiras de sua plantação para fazer o tratamento de defensivos da IHARA® para o controle preventivo dos problemas fitossanitários (fungicidas e inseticidas). No restante da lavoura o produtor utilizava o procedimento padrão da propriedade. Estes tratamentos foram iniciados desde o plantio das mudas a campo até o Dia de Campo propriamente dito, no qual foram reunidos produtores da região para demonstração da eficiência do controle dos produtos IHARA® nas plantas de tomate. O tratamento IHARA® consistiu pelo uso dos produtos conforme o estágio da planta com finalidade de prevenção ao ataque das pragas e doenças na lavoura. Foi utilizado óleo mineral Iharol (100 ml / 100 L de água) em todas as aplicações. No caso dos inseticidas foram rotacionados a cada aplicação os seguintes produtos: Cartap BR 500 (250 g / 100 L de água), Agree (0,3 kg / 100 L de água), Danimen 300 EC (150 ml / ha), Meothrin 300 (150 ml / ha), Safety (60 ml / 100 L de água), Sumidan 25 EC (75 ml / 100 L de água), sendo todos registrados na cultura do tomate e tem como alvo o controle da broca pequena e a traça do tomateiro. Já para o controle da mosca branca, pulgões e tripes os produtos rotacionados no tratamento foram: Saurus (40 g / 100 L de água), Rotamik (100 ml / 100 L de água) e Tiger (100 ml / 100 L de água). No caso da mosca minadora os produtos foram o Milbeknock (40 ml / 100 L de água) rotacionando com Rotamik (100 ml / 100 L de água); além disso, os produtores aproveitavam o efeito que o Cartap (250 g / 100 L de água) causa nas pragas, e o utilizavam também para mosca minadora. Como este produto não apresenta cheiro, era acrescentado açúcar para atrair as pragas do tomateiro. Em relação aos tratamentos fitossanitários de doenças, os fungicidas recomendados no tratamento IHARA® aos produtores rurais foram: Auge (3 a 4 L / ha), Cerconil WP (200 g / 100 L de água), Dacobre WP (350 g / 100 L de água), Daconil 500 (300 ml / 100 L de água), Daconil BR (200 g / 100 L de água), Frowncide 500 SC (100 ml / 100 L de água) e Garant250 g / 100 L de água), onde estes produtos são registrados para controlar a requeima e a pinta preta, sendo que para o oídio eram utilizados Sumilex (150 g / 100 L de água), Cercobin 700 WP (70 g / 100 L de água) e Trifmine (50 g / 100 L de água). É importante resaltar que em cada propriedade, os produtos utilizados variavam devido à incidência dos problemas sanitários dependendo diretamente do ataque as plantas de tomate. 54 Também foram realizadas palestras aos produtores rurais, sendo chamado “Café da manhã IHARA”. Consistia na escolha de temas relacionados às pragas e doenças que apresentaram maior incidência em suas lavouras. Nestas, abordava-se a teoria, com informações sobre: ciclos das pragas e doenças, dos danos e as formas de controle. A ideia central foi abordar temas relevantes e vivenciados pelos produtores a fim de interagirem e demonstrar soluções para tais problemas fitossanitários encontrados. Além disso, em todas as atividades realizadas as informações sobre o uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI) eram repassadas pelo acadêmico. Pois na Serra de Ibiapaba (CE), como em diversos lugares do Brasil, nem todos os produtores rurais se preocupam e, utilizam efetivamente, com o uso de EPI, devido a grande importância que a utilização tem para saúde dos aplicadores. Segundo a ANDEF (2010) o EPI é a ferramenta de trabalho que visa proteger a saúde do trabalhador que utiliza os produtos fitossanitários, reduzindo os riscos de intoxicações decorrentes da exposição. As vias de exposição são oral (boca), inaladora (nariz), ocular (olhos) e dérmica (pele). A função básica dos EPIs é proteger o aplicador de exposições ao produto tóxico, minimizando o risco. O uso do EPI é uma exigência da legislação trabalhista brasileira através de suas normas regulamentadoras, o não cumprimento poderá acarretar ações de responsabilidade cível e penal, além de multas aos infratores. As embalagens vazias de agrotóxicos devem ser lavadas e devolvidas em cumprimento à Lei Federal número 9974/00. A destinação final correta das embalagens vazias contribui para a preservação da saúde humana e do meio ambiente e possibilita a economia de produto resultante da lavagem das embalagens. Além disso, se lavadas adequadamente, algumas embalagens vazias podem ser recicladas (INPEV, 2012). É importante utilizar todas as partes do EPI, sendo eles: luvas, respirador, viseira facial, calça, jaleco, avental, boné árabe e botas (Figura 17 A). Na Serra de Ibiapaba (CE), os aplicadores de produtos fitossanitários dificilmente usam o EPI (Figura 18 B), porém a maioria quando usam é somente algumas peças, como o respirador, botas e luvas. Por isso é importante sempre resaltar estas informações aos produtores. Além disso, é muito importante seguir todas as instruções presentes na bula de cada produto, sendo necessário antes do descarte da embalagem proceder a tríplice lavagem da embalagem, ou seja, quando estiver realizando a 55 aplicação e o produto estiver totalmente vazio, deve-se adicionar água limpa à embalagem até ¼ do seu volume, tampar bem e agitar durante 30 segundos e despejar no pulverizador. Esta atividade deve ser realiza três vezes e ao final deste processo deve-se inutilizar perfurando o fundo da embalagem (INPEV, 2012). De acordo com a nova legislação, os agrotóxicos só podem ser comprados e aplicados na lavoura a partir do receituário agronômico. Toda recomendação deve vir acompanhada do documento chamado receita agronômica. Nela, estarão contidas todas as informações importantes como: nome do produto; dosagem; condições a serem observadas antes, durante e após a aplicação do agrotóxico; medidas de manejo integrado; cuidados e equipamentos de proteção individual que devem ser usados (SAMPAIO & GUERRA, 1991). O Receituário Agronômico não se posiciona contra o uso de defensivos agrícolas, mas sim qualificar, quantificar e oportunizar o controle químico, considerando os riscos e benefícios, além de procurar propor opções de métodos alternativos de controle que possam oferecer maior segurança, eficiência e vantagens econômicas (MAIRESSE, 2002). 5.1. INSETOS-PRAGA PRESENTES NO CULTIVO DE TOMATE NA SERRA DE IBIAPABA (CE) Foi observado nos campos de tomate na Serra de Ibiapaba (CE) alta incidência de insetos-praga, devido ao clima que favorece o sugirmento e desenvolvimento destas. As principais registradas foram: L. huidobrensis (mosca minadora); B. tabaci (mosca branca) e a N. elegantalis (broca-pequena). Plantas fortemente atacadas pelas larvas da L. huidobrensis, sofrem alta redução de área foliar verde, como consequência a fotossíntese é prejudicada, com redução da vida da planta, menor produtividade e qualidade dos frutos. A redução foliar expõe os frutos à ação do sol. Perdas superiores a 20% já foram constatadas em plantios com alta incidência desta praga, principalmente no município de Croatá, Serra da Ibiapaba (CE). Por outro lado, folhas minadas são portas de entrada para outros patógenos (CRUZ & FEITOSA, 2003). Já no controle da B. tabaci Biótipo B, o foco principal durante o estágio foi constituído nos produtos da IHARA®, sendo que para esta praga os principais 56 produtos utilizados foram o Tiger (100 ml / 100 L de água), Saurus (40 g / 100 L de água) e o Mospilan (40 g / 100 L de água) pertencentes aos grupos químicos Éter Piridiloxipropílico e Neonicotinóide (MAPA, 2012). Durante o estágio houve baixa densidade de T. absoluta, sendo que esta nas safras anteriores foi uma das principais pragas do tomate, porém mesmo assim devido ao fato de ser um inseto-praga de difícil controle, os produtores utilizavam produtos registrados para mais de uma praga, ou seja, um produto que controla duas ou mais pragas do tomateiro. Os produtos mais utilizados foram Cartap BR 500 (250 g / 100 L de água), Danimen 300 EC (150 ml / ha), Safety (60 ml / 100 L de água) e o Sumidan 25 EC (75 ml / 100 L de água), que possui uma alta eficiência da broca pequena do tomateiro e a traça do tomateiro. Alguns grupos de inseticidas são utilizados para o controle das pragas do tomateiro com ocorrência na Serra de Ibiapaba (CE), principalmente o grupo químico dos Neonicotinóides, Tiocarbamato e os Piretróides (tabela 2). Tabela 2 - Inseticidas IHARA® registrados na cultura do tomate com seus respectivos alvos e doses. PRODUTO COMERCIAL Agree (Biológico) Cartap BR 500 (Tiocarbamato) ALVO DOSES Broca pequena do tomateiro (Neoleucinodes elegantalis) 0,25 - 0,3 kg / ha Traça do tomateiro (Tuta absoluta) 0,25 – 0,3 kg / ha Mosca minadora (Lyriomyza huidobrensis) 250g / 100 L de água Broca pequena do tomateiro (Neoleucinodes elegantalis) 250g / 100 L de água Traça do tomateiro (Tuta absoluta) Broca pequena do tomateiro (Neoleucinodes elegantalis) Danimen 300 EC (Piretróide) Elsan (Organofosforado) Traça do tomateiro (Tuta absoluta) Traça do tomateiro (Tuta absoluta) 250g / 100 L de água 150 ml / ha 150 ml / ha 1,5 L / ha 57 Tabela 3 - Inseticidas IHARA® registrados na cultura do tomate com seus respectivos alvos e doses. (Continua) Broca pequena do tomateiro (Neoleucinodes elegantalis) Meothrin 300 (Piretróide) Milbeknock (Milbemicidas) Safety (Éter Difenílico) Traça do tomateiro (Tuta absoluta) Mosca minadora (Lyriomyza huidobrensis) Traça do tomateiro (Tuta absoluta) Broca grande do tomate (Helicoverpa zea) Broca pequena do tomateiro (Neoleucinodes elegantalis) Traça do tomateiro (Tuta absoluta) Tripes (Frankliniella schultzei) Saurus (Neonicotinóide) Mosca branca (Bemisia tabaci raça B) Pulgão verde (Myzus persicae) Broca pequena do tomateiro (Neoleucinodes elegantalis) Sumidan 25 EC (Piretróide) Sumidan 150 SC (Piretróide) Tiger 100 EC (Éter Piridiloxipropílico) 150 ml / ha 150 ml / ha 40 ml / 100 L água 40 ml / 100 L água 60 ml / 100 L água 40 – 60 ml / 100 L de água 60 ml / 100 L de água 250 g / ha 250 – 300 g / ha 250 g / ha 70 ml / 100 L de água Traça do tomateiro (Tuta absoluta) Broca pequena do tomateiro (Neoleucinodes elegantalis) Mosca branca (Bemisia tabaci raça B) 50 – 100 ml / 100 L de água Mosca branca (Bemisia tabaci) 75 – 100 ml / 100 L de água 75 ml / 100 L de água 20 ml / 100 L de água Fonte: IHARABRÁS, 2012. Recomendações foram fornecidas aos produtores quanto ao controle preventivo de insetos-praga, tais como: a importância em realizar a destruição dos restos culturais, bem como fazer o vazio sanitário de pelo menos quatro a seis semanas (neste período recomenda-se a realização de solarização, que contribuirá para a eliminação de pupas desta praga presentes no solo); Combate das infestantes que servem de reservatório para o desenvolvimento da mesma, com 58 especial atenção para as da família das solanáceas; Colocação de armadilhas desde o início para captura dos adultos; Utilização do controle biológico, através da largada de mirídeos (Nesidiocoris tenuis, Macrolophus caliginosus) e de Trichogramma sp. Realização de tratamentos fitossanitários, utilizando os produtos homologados, entre outras técnicas (SOARES et al., 2010). As pulverizações para controle desse inseto devem ser iniciadas a partir do florescimento. O jato de pulverização deve ser dirigido aos botões florais e frutos (Figura 19 B). Outro método que é muito utilizado pelos produtores da Serra de Ibiapaba (CE) são as armadilhas luminosas, onde estas servem como atração e captura desta praga (Figura 19 A). O método baseia-se na interrupção do ciclo de vida do inseto no estágio adulto através de seu aprisionamento e morte na armadilha (BIOCONTROLE, 2012). Assim, cada fêmea atraída e morta antes da postura representa a eliminação de centenas de ovos que eclodiriam gerando pequenas larvas, caso ocorresse a oviposição. Além disso, estas armadilhas servem como uma medida de manejo integrado, pois através deste monitoramento o produtor identifica a praga antes da ocorrência do dano no tomateiro. Figura 19 - Utilização de armadinhas luminosas distribuídas na lavoura de tomate (A); Aplicação de inseticida para o controle de N. elegantalis (B) Fonte: Autor, 2012. 59 5.2. DOENÇAS PRESENTES NO CULTIVO DE TOMATE NA SERRA DE IBIAPABA (CE) O tratamento fitossanitário no tomateiro deve sempre ser visto com muito cuidado, tendo por base sempre prevenir o surgimento dos sintomas das doenças fúngicas, pois uma vez instalada dificulta e encarece seu controle. Conforme as condições climáticas durante o ciclo do tomate são traçadas as pulverizações, sendo estas mais frequentes com alta umidade e sendo reduzidas gradativamente conforme a estação chuvosa vai dando lugar a seca. Observou-se que devido ao clima seco, o desenvolvimento das doenças no tomateiro na região da Serra de Ibiapaba (CE) foi reduzido, sendo realizada em média uma aplicação por semana. As aplicações foram feitas com o uso do pulverizador costal de 20 litros. No acompanhamento e realização das visitas técnicas, ressaltou-se aos produtores a maneira/forma com que são realizadas estas aplicações, bem como os horários, pois no caso das mariposas, como estas tem hábito noturno foi recomendado realizar as aplicações no fim da tarde onde tem mais incidência visando a maior eficácia do produto, melhorando consequentemente a qualidade na aplicação por otimizar o trabalho e evitar desperdícios. Observou-se que para aplicação de fungicidas o produto se torna mais eficiente se o bico do pulverizador for fino, para que o produto se distribuia em gotículas pequenas, fazendo com que se fixem nas folhas e frutos, evitando assim o desenvolvimento das doenças, além da economia de água. Atualmente, a quantidade e qualidade da água na região vêm se tornando um problema devido à seca. O uso agrícola da água no Estado do Ceará sofre fortes restrições, não apenas pela sua pouca disponibilidade, como também pelas necessárias técnicas de manejo dos recursos hídricos de forma a evitar a evaporação e a salinização dos solos. Diversos grupos de fungicidas foram utilizados na produção de tomate na Serra de Ibiapaba (CE), principalmente o grupo químico dos Benzimidazol e Fenilpiridinilamina (tabela 3). 60 Tabela 4 - Fungicidas IHARA registrados na cultura do tomate com seus respectivos alvos e doses. PRODUTO COMERCIAL Auge (Inorgânico) ALVO DOSES Mancha de alternaria (Alternaria solani) 3 a 4 L / ha Mancha bacteriana (Xanthomonas vesicatoria) 3 a 4 L / ha Requeima (Phytophthora infestans) Septoriose (Septoria lycopersici) Cercobin 700 WP (Benzimidazol) Cerconil WP (Bemzimidazol+Isoftalonitrila) Completto (Valinamida carbamato+ Fenilpiridinilamina) Dacobre WP (Isoftalonitrila+Inorgânico) Daconil 500 (Isoftalonitrila) 4 L / ha 70g / 100 L de água Podridão de Sclerotinia (Sclerotinia sclerotiorum) 70g / 100 L de água Mofo cinzento (Botrytis cinerea) 70g / 100 L de água Septoriose (Septoria lycopersici) 200 g /100 L de água Pinta-preta (Alternaria solani) Requeima (Phytophthora infestans) 50 - 70 ml / 100 L água Mancha de Stemphylium (Stemphylium solani) 350 g / 100 L água Requeima (Phytophthora infestans) 350 g / 100 L água Pinta-preta (Alternaria solani) 350 g / 100 L água 200 g /100 L de água Cancro bacteriano (Clavibacter michiganensis subsp. Michiganensis) Pinta-preta (Alternaria solani) 300 ml / 100 L água Mancha de Stemphylium (Stemphylium solani) 300 ml / 100 L água Requeima (Phytophthora infestans) 300 ml / 100 L água Septoriose (Septoria lycopersici) 300 ml / 100 L água 350 g / 100 L água 61 Tabela 5 - Fungicidas IHARA registrados na cultura do tomate com seus respectivos alvos e doses. (Continua) Daconil BR (Isoftalonitrila) Mancha de Stemphylium (Stemphylium solani) 200 g / 100 L água Requeima (Phytophthora infestans) 200 g / 100 L água Pinta-preta (Alternaria solani) 200 g / 100 L água Antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) 200 g / 100 L água Septoriose (Septoria lycopersici) Requeima (Phytophthora infestans) Frowncide 500 SC (Fenilpiridinilamina) Garant (Inorgânico) Sumilex 500 WP (Dicarboximida) Pinta-preta (Alternaria solani) Requeima (Phytophthora infestans) Pinta-preta (Alternaria solani) Podridão de Sclerotinia (Sclerotinia sclerotiorum) Pinta-preta (Alternaria solani) 200 g / 100 L água 100 g / 100 L água 100 g / 100 L água 250 g / 100 L água 250 g / 100 L água 1,0 – 1,5 Kg / ha 100 – 150 g / 100 L água Fonte: IHARABRÁS, 2012. Em todas as aplicações foi utilizado junto a calda o redutor de pH (Oximult, pHfós), com a finalidade de diminuir o pH até a faixa de 5 – 6. Pois em cada localidade da região a água apresenta pH muito variado, devido a fonte de origem (rios, lagos, poços), assim com o uso deste produto consegue-se deixar a calda no nível ideal de atuação dos fungicidas, aumentando a eficiência dos mesmos (Figura 20). 62 Figura 20 - Realização do teste do pH da água (A); Fazendo a leitura do teste do pH (B). Fonte: Autor, 2012. De acordo com KIMATI (1997), várias destas doenças só podem ser controladas eficientemente quando se adota um programa de manejo integrado adequado, envolvendo o uso de cultivares resistentes e a adoção de medidas de exclusão, erradicação e proteção. Sendo assim, é interessante realizar o rotacionamento dos produtos, para que não ocorra a resistência da doença na planta. Além disso, deve ser adotado um conjunto de medidas preventivas de controle, tais como o tratamento de sementes, rotação de culturas com gramíneas para eliminar ou reduzir a fonte de inóculo, evitar áreas de baixadas ou locais sujeitos à neblina e áreas próximas a culturas mais velhas, adubação equilibrada e utilização de matéria orgânica (LOPES et al., 2000) 63 6. CONCLUSÃO O estágio curricular obrigatório proporcionou uma oportunidade única vivida durante todo este período. Foi uma ferramenta fundamental para o acadêmico demonstrar o nível de conhecimento teórico adquirido. O estágio por si só constituiu uma oportunidade de aprimorar a relação teoria-prática, vivenciada no processo pedagógico e, assim possibilitou ao acadêmico, condições de independência e autonomia nas tomadas de decisões e da mobilização da habilidade em uma determinada área para sua vida profissional futura. Tornou-se assim, processo de reflexão e necessidade de elaboração de críticas, de rediscussão de definições e objetivos da participação dos estudantes em procedimentos e objetivos inseridos, que valoriza o diálogo com a sociedade. A produção de tomate na Serra de Ibiapaba (CE) é característica de pequenas áreas, porém, intensiva na utilização de insumos. Apesar de possuir pouca tecnologia e muita mão de obra, esta região está sendo muito explorada, devido o clima e a alta produção de tomate, que pode ser cultivado em todas as épocas do ano. Através das visitas técnicas são proporcionados muitos benefícios, como no caso uso de adubação, irrigação localizada e principalmente de defensivos agrícolas. É importante resaltar que ocorreu uma redução no uso de agrotóxicos pelos produtores rurais, devido à eficiência que cada produto causa nas pragas e doenças e pelo fato de um defensivo químico ser registrado controlando mais de um problema fitossanitário, proporcionando menos gastas ao produtor e contribui para a melhoria da qualidade de vida dos produtores e consumidores de tomate. Porém é necessário divulgar muitas informações em relação às doses corretas de cada produto e a utilização do Equipamento Individual de Proteção (EPI). 64 REFERÊNCIAS AGROFIT. Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: Coordenação Geral de Agrotóxicos e Afins/DFIA/DAS. Disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons>. Acesso em: 12 out. 2012. AHMAD, M.; ARIF, M.I.; AHMAD, Z.; DENHOL, M. I. Cotton whitefly (Bemisia tabaci) resistance to organophosphate and pyrethroid insecticides in Pakistan. 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