Levantamento de virús em tomateiros na região produtora da

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RESUMO
O tomateiro (Lycopersicon esculentum) é uma hortaliça originária da América do Sul, cuja
produtividade é uma das mais elevadas e seus frutos são aceitos pelos mais diversos tipos de
consumidores. No Brasil, esta solanácea ocupa o segundo lugar em importância econômica em
relação a volume de produção e consumo, principalmente in natura. As maiores produções da
hortaliça, em ordem decrescente, concentram-se nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste,
Sul e Norte. O tomateiro, apresenta muitos problemas fitossanitários, dentre os quais as viroses,
cuja incidência e severidade variam, dependendo das inter-relações existentes entre o patógeno,
o hospedeiro, o vetor, a fonte de vírus e o meio ambiente. Os vírus mais comuns na cultura do
tomateiro no Brasil pertencem aos gêneros Tobamovirus, Cucumovirus, Potyvirus, Tospovirus e
Begornovirus. Destes, atualmente, os begomovírus têm se destacado em virtude da sua elevada
incidência nas principais regiões produtoras do país causando sérios prejuízos. No Ceará, a
incidência de viroses em tomateiros tem sido observada desde o início da exploração da cultura
na região de Ibiapaba. Diante disso e mediante a escassez de informações sobre a situação atual
dos vírus em tomateiro nesse agropólo e a inegável importância dos begomovírus para a maior
área produtora da hortaliça do estado, realizou-se este trabalho que teve os seguintes objetivos:
levantar a presença de vírus, principalmente begomovírus, nas lavouras de tomateiro da região
da Ibiapaba; identificar plantas daninhas hospedeiras e possíveis fontes alternativas de
begomovírus para o tomateiro e investigar a transmissão desses vírus por meio de inoculações
artificiais e empregando o inseto vetor. O levantamento das viroses na região foi realizado em
quatro períodos nos anos de 2003 a 2005 e consistiu de coletas de amostras foliares e plantas
inteiras de tomateiro e plantas daninhas de 59 lavouras localizadas em Guaraciaba do Norte,
Croatá e lpú. Os testes sorológicos e a PCR revelaram a presença de Cucumber mosaic virus
(CMV), Potato virus y (PVY) e de begomovírus nos tomateiros ‘Santa Clara’, ‘Sofia’,
‘Densus’, ‘TY-Fanny’, ’Raisa-N’, ‘Monalisa’, ‘Alambra’ e ‘Sheila’, variedades e híbridos mais
cultivados naquela região. Plantas infectadas por Tobacco mosaic vírus (TMV) e tospovirus não
foram observadas nas lavouras nesses períodos. Foram identificadas 18 espécies de plantas
daninhas pertencentes a sete famílias botânicas, das quais Amaranthus spinosus, A. viridis,
Ageratum conyzoides e Bidens pilosa foram detectadas como hospedeiras de begomovírus.
Houve transmissão de begomovírus de tomateiro para tomateiro nas inoculações por enxertia e
com o vetor. Naquelas realizadas a partir de plantas daninhas, a transmissão de begomovírus
para tomateiro ocorreu somente com o método da enxertia. A transmissão com o vetor não foi
obtida com os ensaios realizados neste trabalho. O levantamento realizado neste trabalho
revelou que os begomovírus têm predominado nas lavouras de tomateiro na região da Ibiapaba
comprometendo sua produção e que as plantas daninhas presentes no campo podem ser fontes
de infecções desses vírus em novos plantios.
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