Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário

Propaganda
Indicador de Confiança
do Micro e Pequeno
Empresário
Junho - 2016
INDICADOR DE CONFIANÇA DO MICRO E PEQUENO
EMPRESÁRIO DE VAREJO E SERVIÇOS
Em junho de 2016, o Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário de Varejo
e Serviços registrou 42,93 pontos, levemente acima do observado em maio (42,19), mas
bem superior ao que se viu no mesmo mês de 2015, quando marcara 36,38 pontos. A
variação representa um avanço anual de 18,0%. Mas ainda que se considere a melhora
no indicador, ele ainda mostra pessimismo por parte dos pequenos empresários de
varejo e serviço, uma vez que segue abaixo do nível neutro de 50 pontos. Ao longo desse
período, empresários e consumidores depararam-se com ambiente de grande incerteza
com relação aos rumos da política e da economia e viram o impasse político paralisar a
agenda econômica, o que agravou o quadro recessivo.
O resultado que leva em conta a avaliação dos últimos seis meses e a expectativa para
os próximos seis, tanto da economia quanto dos negócios, ficou abaixo do nível neutro
de 50 pontos. Isso indica que o quadro de incerteza não foi de todo superado, algo que
irá depender, em grande medida, do desempenho da nova equipe econômica e dos
impactos das novas medidas sobre a conjuntura nos próximos meses.
Como nos meses anteriores, os indicadores de expectativas foram bastante superiores
aos da situação atual. O destaque ficou por conta do fato que a maioria relativa dos
empresários (41,6%) se declaram otimistas com a economia nos próximos seis meses.
Entretanto, a maior parte desses (42,6%) não sabe explicar exatamente por que pensa
assim, afirmando que apenas sente que o quadro irá melhorar. Em segundo lugar
aparecem os que acreditam que a crise política será resolvida (31,5%). Já entre os
pessimistas (25,4%), o que pesa é a percepção de que a crise não será resolvida.
Esta foi a segunda vez na série histórica do indicador de confiança (iniciada em maio do
ano passado) em que o percentual de empresários confiantes fica acima do percentual
dos que não estão confiantes. A última vez foi em maio deste ano quanto os confiantes
somavam 40,13% contra 38,13% dos pessimistas. Vale destacar, no entanto, que
naquele momento, a diferença era de dois pontos percentuais, bem abaixo da diferença
de mais de 16 p.p. verificada em junho.
Quando se considera o primeiro semestre de 2016, o Indicador de Confiança mostrou
crescimento de 7,3%. Vale ressaltar que essa alta foi puxada pelo Indicador de
Expectativas, que cresceu 14,1% no período. Quando se trata apenas do Indicador de
Condições Gerais, houve queda de 10,2% nos seis primeiros meses do ano.
Esse fato mostra que, mesmo que tenha havido piora da economia e dos negócios nos
últimos meses, os micro e pequenos empresários nutrem alguma esperança com relação
ao futuro, em especial com o futuro de seu negócio. Com a aparente expectativa de
resolução da crise política, a retomada da agenda econômica e os primeiros indicadores
de estabilização da economia, paulatinamente deve haver alguma retomada da
confiança dos empresários.
INDICADOR DE CONFIANÇA
Este relatório apresenta os resultados dos três indicadores apurados pelo SPC Brasil com
a finalidade de medir a confiança de micro e pequenos empresários do Varejo e de
Serviços, a saber:
1. Indicador de Confiança;
1.1. Indicador de Condições Gerais;
1.1.1 Indicador de Condições Gerais dos Negócios do MPE;
1.1.2 Indicador de Condições Gerias da Economia;
2.2. Indicador de Expectativas;
2.1.1 Indicador de Expectativas para a Economia;
2.1.2 Indicador de Expectativas para os Negócios do MPE;
jun/15
mai/16
jun/16
36,38
42,19
42,93
20,69
23,61
23,65
Condições Gerais da Economia
15,07
17,56
19,33
Condições Gerais dos Negócios
26,31
29,66
27,98
48,15
56,12
57,39
Expectativas para a Economia
41,30
50,34
54,78
Expectativas para os Negócios
55,00
61,90
60,01
INDICADOR DE CONFIANÇA
Indicador de Condições Gerais
Indicador de Expectativas
O Indicador de Confiança é composto pelo Indicador de Condições Gerais e pelo
Indicador de Expectativas. Através da avaliação das condições gerais, busca-se medir a
percepção dos micro e pequenos varejistas e empresários de serviços sobre os últimos
seis meses. Já através das expectativas, busca-se medir o que se espera para os próximos
seis meses. Quando abaixo dos 50 pontos, esses indicadores apontam momentos de
dificuldades econômicas: no caso das condições gerais, mostra que os empresários
avaliam como ruim o semestre passado; no caso das expectativas, mostra que as
expectativas para o semestre seguinte são pessimistas.
Em junho de 2016, o Indicador de Confiança marcou 42,93 pontos. Com relação ao
mesmo mês do ano anterior, houve um avanço de 18,0%. Há um ano, quando teve início
a apuração do indicador, o país mergulhava no impasse político que travou a agenda
econômica e contribuiu para a queda de 3,8% do PIB, com todos os efeitos já conhecidos
sobre o emprego e faturamento das empresas. À medida que o fim do ano foi se
aproximando, o Indicador de Confiança cresceu, sem, no entanto, alcançar a marca dos
50 pontos.
1. Indicador de Condições Gerais
O ciclo recessivo da economia brasileira, iniciado ainda em 2014, caminha para ser o
mais longo e mais intenso já enfrentado pelo país. O desempenho econômico piorou
sensivelmente e não escapa à percepção dos micro e pequenos empresários. Em junho
de 2016, o Indicador de Condições Gerais atingiu 23,65 pontos. Muito abaixo da marca
de 50 pontos, o resultado indica que para a maioria relativa dos entrevistados a
economia piorou ao longo dos últimos seis meses.
Este indicador avalia a percepção do empresário sobre os últimos seis meses em duas
dimensões: a dos negócios e da economia. A avaliação sobre os últimos meses da
economia pontuou 19,33 pontos, enquanto a avaliação sobre os últimos meses dos
negócios pontuou 27,98 pontos.
Em termos percentuais, 84,6% consideram que a economia piorou nos últimos seis
meses, contra apenas 4,6% que consideram ter havido melhora. A proporção dos que
relatam piora dos negócios é um pouco menor (66,5%), enquanto a proporção dos que
relatam melhora, um pouco maior (7,8%). Desde o início da série histórica, os micro e
pequenos empresários demostram mais pessimismo com a economia do que com os
negócios, e neste último mês não foi diferente.
Para aqueles que consideram ter havido piora dos negócios, a crise está na raiz das
dificuldades: 73,5% dizem que, por causa dela, suas vendas diminuíram. Outros 11,1%
mencionam o aumento do preço dos insumos e da matéria-prima sem que pudessem
repassar para o consumidor. A queda das vendas e, por consequência do faturamento,
é algo que se pode constatar facilmente nas estatísticas oficiais. Dados do IBGE mostram
que, em abril de 2016, o volume de vendas do Comércio Varejista registrou queda de
6,7% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Por sua vez, o setor de Serviços
registrou recuo de 4,5% na mesma base de comparação.
2. Indicador de Expectativas
Os micro e pequenos empresários do Varejo e de Serviços melhoraram suas expectativas
para os próximos seis meses. Em junho de 2016, o indicador marcou 57,39 pontos, alta
de 19,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Assim como o Indicador de
Condições Gerais, o Indicador de Expectativas apura as projeções dos micro e pequenos
empresários nas dimensões da economia e dos negócios.
As expectativas para a economia passaram de 50,34 pontos em maio para 54,78 pontos
em junho. Com essa alta, o indicador se manteve acima da marca de 50 pontos,
indicando que a maioria relativa desses empresários espera que a economia melhore
nos próximos seis meses. Já as expectativas para os negócios, que sempre estiveram
acima dos 50 pontos, atingiram desta vez 60,01 pontos. O distanciamento do Indicador
de Expectativas do nível neutro (50 pontos) é fundamental para que os empresários
retomem planos de investimento e de crescimento de seus negócios. A melhora nos
números da atividade econômica e, por consequência, do emprego, depende da
consolidação da confiança que os empresários têm no futuro.
Em termos percentuais, com relação ao desempenho da economia, 41,6% manifestam
confiança com os próximos seis meses e 25,4% manifestam pessimismo. Tratando-se
dos negócios, o percentual de otimistas passa para 49,8% e o de pessimistas passa para
17,5%.
Otimistas
Pessimistas
Economia
Negócios
41,6%
25,4%
49,8%
17,5%
A maior parte dos otimistas com a economia não sabe, porém, explicar suas razões.
Dizem apenas acreditar que as coisas irão acontecer (42,6%). Há também os que
mencionam a resolução da crise política (31,5%), e os que acreditam que a inflação será
controlada e o país retomará o crescimento (13,5%).
CONFIANÇA NA ECONOMIA BRASILEIRA
Razões da confiança na economia
41,6%
%
Não sei, mas estou otimista, sinto que as coisas irão acontecer
42,6%
A crise política será resolvida
31,5%
A inflação será controlada e o país retomará o crescimento
13,5%
O país tem um mercado consumidor amplo
7,5%
Outros
4,8%
Entre os que manifestam otimismo com relação ao seu negócio, novamente uma parte
significativa não sabe explicar a razão de seu otimismo (37,4%). Outros 30,4% tem a
expectativa de que a economia irá melhorar, com recuo da inflação, aumento das vagas
de emprego e das vendas. Em seguida, há os que acreditam que seu negócio não está
sendo afetado pela crise (10,6%) e aqueles que estão investindo no empreendimento
para conseguir superar o período (9,5%).
CONFIANÇA NOS NEGÓCIOS
Razões da confiança na economia
49,8%
%
Não sei por que, mas tenho o sentimento de que as coisas vão melhorar
37,4%
A economia vai se recuperar: inflação irá diminuir, aumentarão as vagas de
emprego e as vendas
30,4%
Meu negócio não está sendo afetado pela crise
10,6%
Estou investindo no negócio para enfrentar a crise
9,5%
Tenho feito uma gestão profissional do negócio e acredito que isso ajudará
8,0%
Outros
4,0%
Para os que manifestam pessimismo com o desempenho da economia nos próximos
seis meses (25,4%), 54,7% acreditam que a crise não será resolvida e 20,7% justificamse dizendo que a crise econômica é grave. Outros 13,8% dizem que a inflação não será
controlada e o país não retomará o crescimento. Já entre os que manifestam
pessimismo com os negócios (17,5%), 53,6% sustentam que não haverá recuperação
econômica, a inflação irá aumentar e as vagas de emprego e vendas irão diminuir.
Outros 26,4% dizem que seu negócio foi afetado demais pela crise e não tem como se
recuperar.
Considerando as expectativas sobre o faturamento da empresa nos próximos seis
meses, 63,6% dos micro e pequenos empresários não preveem o crescimento das
receitas. Entre estes, para 49,8% o faturamento não vai se alterar, e para 13,9% ele deve
cair. A principal justificativa para o pessimismo é o fato de as vendas estarem sendo
afetadas pela crise (64,9%). Mas há também quase um terço (28,6%) que acredita no
seu crescimento. Entre esses empresários otimistas com seu faturamento, a maioria
relativa diz apenas que tem fé e são otimistas em relação a este assunto (26,2%).
Outros 25,3% diz que está buscando novas estratégias de vendas e 15,7% justificam-se
dizendo que está diversificando seu portfólio e por isso esperam aumento do
faturamento.
Quando comparamos os resultados de maio de 2016 com aqueles do último ano, os
resultados mostram variação positiva da confiança do micro e pequeno empresário,
puxada especialmente pela expectativa com relação aos próprios negócios. Apesar da
melhora, o indicador que considera a avaliação e expectativa, tanto do negócio quanto
da economia, manteve-se abaixo dos 50 pontos, a indicar, até aqui, um ambiente de
negócios ainda desfavorável.
METODOLOGIA
A pesquisa abrange todo o território nacional e considera somente as empresas de micro
e pequeno porte que atuam no Varejo e no Setor de Serviços. Ao todo, são consultados
800 empresários, que avaliam a evolução da economia e dos negócios nos últimos seis
meses e revelam suas expectativas para os próximos seis. As sondagens são realizadas
nos 10 primeiros dias úteis de cada mês.
O Indicador de Confiança (IC) é uma média ponderada de dois outros indicadores: o
Indicador de Condições Gerais e o Indicador de Expectativas. Por meio do Indicador de
Condições Gerais, busca-se medir como os empresários avaliam a evolução da economia
e do seu negócio nos últimos seis meses. Por meio do Indicador de Expectativas, buscase medir o que os empresários esperam para a economia nos próximos seis meses.
Em ambos os casos, a escala dos indicadores varia de zero a 100, tendo como ponto
neutro o valor de 50. Assim, para valores abaixo de 50, o Indicador de Condições Gerais
da Economia mostra que, na percepção dos micro e pequenos empresários, as
Condições Gerais da economia pioraram nos seis meses; para valores abaixo de 50, o
Indicador de Expectativas para a Economia mostra que os empresários estão pessimistas
com os rumos do país; valores acima de 50 indicam que os empresários estão confiantes.
A mesma regra vale para os indicadores de negócios.
Como média ponderada dos demais indicadores, o IC (Indicador de Confiança) também
varia de zero a 100. O número irá refletir a avalição dos micro e pequenos empresários
sobre o presente e o futuro da economia e de seus negócios. Abaixo de 50, indicará falta
de confiança; acima de 50, indicará confiança.
Download