Colesterol bom e ruim: saiba as diferenças e como se prevenir Dislipidemia é como os médicos chamam o distúrbio que ocorre no metabolismo das gorduras, com alteração dos níveis de Colesterol e/ou Triglicérides. As causas das dislipidemias são múltiplas, tendo fatores genéticos (hereditários) e ambientais. As dislipidemias podem ser primárias quando o fator genético é primordial, podendo aparecer inclusive em crianças e jovens, impondo risco de doença cardiovascular mais precoce; ou secundária, influenciada e/ou desencadeada por outras patologias, como diabetes, doenças hepáticas, renais, endócrinas, obesidade, anorexia, bulimia e etc. Habitualmente, as dislipidemias, alterações dos níveis de Colesterol e/ou Triglicérides, não levam ao aparecimento de sinais e sintomas clínicos típicos, no entanto, podemos encontrar em alguns casos nódulos na pele e em tendões, chamados de Xantomas e Xantelasmas, que nos dariam uma pista de que o paciente possui este distúrbio. É muito importante saber diferenciar os dois tipos de colesterol. O colesterol "bom", conhecido cientificamente pela sigla HDL (high density lipoprotein, ou lipoproteína de alta densidade), que quando em altas taxas (acima de 60mg/dl, colabora para a remoção do excesso de colesterol do sangue, e, com isso, acaba reduzindo o risco de formar placas ateroscleróticas nas artérias, ou seja, a formação de placas de gordura. Já o colesterol "ruim", o LDL (low density lipoprotein, ou lipoproteína de baixa densidade), quando a medição mostra níveis acima de 100 mg/dl, propicia a formação das placas de gordura nos vasos, o que pode levar ao infarto e derrame cerebral. Geralmente a descoberta é feita através de exames de sangue de rotina, onde podemos encontrar níveis de Colesterol Total ≥ 240, suas frações LDL (“colesterol ruim”) >100 e/ou HDL (“bom colesterol”) < 40 e/ou Triglicérides ≥ 200, fechando o diagnóstico desta maneira. Estudos observacionais têm mostrado forte relação entre as alterações dos níveis lipêmicos (dislipidemias) e o aparecimento da doença arterial coronária, que causa o Infarto do Miocárdio. Hoje cerca de 40% dos brasileiros tem colesterol alto e, segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), aproximadamente 17 milhões de pessoas morrem no mundo devido às doenças do coração, sendo que no Brasil pelo menos 300.000 sofrem Infarto anualmente. "Apesar do colesterol ser uma substância necessária, é preciso saber quando ele deixou de ser saudável no organismo e começou a ser elevado", afirma o Hélio Castello, cardiologista diretor da Angiocardio (SP). Colesterol não é só coisa de adulto, não! Nos últimos anos tem atingido muitas crianças, por causas genéticas e por conta da alimentação inadequada. "Comidas industrializadas e fast food são os grandes vilões para a criançada e é preciso acompanhar de perto como anda o colesterol, que, como a medição é diferente da feita nos adultos, não pode ser mais alta que 170 mg/dL", acrescenta Castello. Fatores de Risco/ Prevenção / Tratamento Pessoas obesas, hipertensas, com diabetes, problemas renais, hepáticos, distúrbios endócrinos (principalmente dos hormônios da Tireóide) e fumantes são mais propensas a ter o colesterol alto, havendo a necessidade de realizar o exame (dosagem de colesterol: sangue recolhido da veia) mais frequentemente, podendo ser até anualmente. "Além dos remédios disponíveis hoje no mercado, para controlar colesterol alto, a prevenção tem de ser feita por completo, desde o controle de peso e pressão arterial até alimentação mais saudável e a realização de exercícios físicos", finaliza o médico. Dicas para controlar o colesterol: • Opte por produtos desnatados; • Evite ao máximo: carnes gordas e produtos embutidos; • Exercite-se regularmente; • Fique sempre de olho no seu IMC (Índice de Massa Corporal), para ver se está no peso ideal; • Encare com seriedade o tratamento da Diabetes e da Hipertensão; • Não fume; • Faça anualmente um check-in completo com seu médico.