UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CENTRO DE ESTUDOS GERAIS INSTITUTO DE QUÍMICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS – GEOQUÍMICA ALINE SOARES FREIRE AVALIAÇÃO DA RESINA QUELANTE CHELEX-100® NA PRÉ-CONCENTRAÇÃO E DA ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA DE ALTA RESOLUÇÃO COM FONTE CONTÍNUA E FORNO DE GRAFITE PARA A DETERMINAÇÃO DE METAIS-TRAÇO EM ÁGUA PRODUZIDA DE ALTA SALINIDADE NITERÓI 2011 ALINE SOARES FREIRE AVALIAÇÃO DA RESINA QUELANTE CHELEX-100® NA PRÉ-CONCENTRAÇÃO E DA ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA DE ALTA RESOLUÇÃO COM FONTE CONTÍNUA E FORNO DE GRAFITE PARA A DETERMINAÇÃO DE METAIS-TRAÇO EM ÁGUA PRODUZIDA DE ALTA SALINIDADE Dissertação apresentada ao Curso de PósGraduação em Geociências da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para a obtenção do Grau de Mestre. Área de Concentração: Geoquímica Ambiental Orientador: Prof. Dr. RICARDO ERTHAL SANTELLI NITERÓI 2011 F866 Freire, Aline Soares. Avaliação da resina quelante chelex-100® na pré-concentração e da espectrometria de absorção atômica de alta resolução com fonte contínua e forno de grafite para a determinação de metais-traço em água produzida de alta salinidade / Aline Soares Freire. – Niterói : [s.n.], 2011. 189 f. : il. color. ; 30 cm. Dissertação (Mestrado em Geociências - Geoquímica Ambiental) - Universidade Federal Fluminense, 2011. Orientador: Prof. Dr. Ricardo Erthal Santelli. 1. Química analítica. 2. Espectrometria de absorção atômica. 3. Água produzida. 4. Metal-traço. 5. Chelex-100. 6. Produção intelectual. I. Título. CDD 543.0858 "No fim, tudo dá certo. E se não deu certo, é porque ainda não chegou ao fim" Fernando Sabino “Yo no creo en brujas... Pero que las hay, las hay!” Miguel de Cervantes (Don Quijote de la Mancha) Aos meus pais, por tudo. Ao meu cachorro Jack, única companhia nas madrugadas... Ao maior e mais intenso amor da minha vida... AGRADECIMENTOS Primeiramente, ao meu querido equipamento de HR-CS AAS. Se nem mesmo ele funcionasse, esse texto não exirtiria!!! Ao Prof. Dr. Ricardo Erthal Santelli, pela presença ao longo de todo o trabalho. Por ter estado sempre presente nos momentos em precisei de "orientação"... Por nunca ter me abandonado. Obrigada também pela amizade, parceria no trabalho (seja ele qual for...) e principalmente pela confiança que sempre depositou em mim e pelo exemplo de pessoa e de profissional. Tenho muito orgulho de ter estado sob sua orientação, que espero que seja mantida... Ao Professor Bernhard Welz, da UFSC, pela disponibilidade em avaliar a Dissertação. É uma imensa honra contar com sua presença e com seu valiosíssimo conhecimento, do qual eu sou grande admiradora. A Professora Maria Goreti Rodrigues do Vale, da UFRGS, por toda a atenção sempre dispensada cada vez a encontro, seja em Congressos ou em cursos de sobre o HR. É realmente uma pena que só possa haver um membro externo... Aos Professores do Departamento de Geoquímica, Renato Campello Cordeiro e Wilson Thadeu Valle Machado, por aceitarem o convite para a participação da PréBanca. Especialmente ao Wilson pela presença na Banca Avaliadora, apesar de sua agenda lotada e de todos os contratempos... A cada um dos meus "filhotes", por todo conhecimento que me propuseram não apenas nos 2 anos de Mestrado, mas em todos os 5 anos de GPEAA. Especialmente ao Hitachi (o primeiro) e ao HR (o último, ao menos até o presente momento...). E com um carinho todo especial ao HJY, que, apesar de ser a última coisa envolvida na minha Dissertação, foi o maior e mais importante dos (muitos) maravilhosos acontecimentos. À minha madrinha Marly, meus tios Eneida e Salvador (in memoriam) e minha prima Renata, por todo incentivo, apoio e ajuda desde que eu era bem pequenina... A minha amiga Lívia, pela paciência, por aguentar minhas (frequentes) flutuações de humor e pela companhia durante o 3⁰ turno... Mas principalmente por nunca falar comigo quando estou fazendo soluções-padrão!!! Por fim, pelos 8 longos anos de amizade. Acho que você é a única que resiste!!! Ao meu "primo" Ricardo Soares, por todos os cafés responsáveis pela "atualização das informações"...! Aos todos os colegas da minha turma de Mestrado e da turma do Doutorado (2009) especialmente Nafisa, Raffaela D’Ângelo (“Miss Jacuecanga”) e Marcelo Maciel pela companhia, trabalhos em conjunto e por toda a diversão durante as aulas!!! Ao amigo Thiago Dias por sempre achar que sou uma química exemplar com análises perfeitas... Como se isso realmente existisse! A todos os colegas do GPEAA (laboratórios 108 e 403), por todos esses longos anos de trabalho e boa convivência... Especialmente ao Leonardo Frazão (Leozinho), Carolina Dallarosa e Rodrigo Derossi, pelo apoio e incentivo sempre. Aos funcionários do Departamento de Geoquímica, especialmente a Hildete, Anselmo e a bibliotecária Rosa. Ao bibliotecário Luís, que sempre com muita paciência me ajudou com as benditas formatações da Dissertação. E obviamente ao ilustríssimo secretário da coordenação, Nivaldo Camacho, por estar sempre me "salvando" de tudo quanto é encrenca... Você é 1000!!!!!!! A Rede Temática de Geoquímica da PETROBRAS pelo suporte financeiro e pela concessão das amostras. Aos orgãos de fomento CNPq, CAPES e FAPERJ por todo o suporte financeiro. Especialmente a CAPES pela Bolsa de Mestrado durante o 1⁰ ano e a FAPERJ pela Bolsa de Mestrado Nota 10 durante o 2⁰ ano de curso. E por fim, a todos que de alguma forma contribuíram direta ou indiretamente para este trabalho. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Distribuição (em %) da matriz energética de 2004 no Brasil e no mundo. . 29 Figura 2: Notícia do jornal Estado da Bahia em 21 de janeiro de 1939, registrando o início da exploração de petróleo no Brasil ................................................................. 32 Figura 3: Esquema de alguns tipos de água na exploração petrolífera offshore ....... 34 Figura 4: Produção offshore com injeção de água .................................................... 36 Figura 5: Perfis típicos de produção de óleo e água para um campo produtor no nordeste do Atlântico ................................................................................................. 44 Figura 6: Expectativa de injeção de água e produção de óleo e água na Bacia de Campos ..................................................................................................................... 45 Figura 7: Possíveis destinos para a água produzida ................................................. 45 Figura 8: Histórico e projeção da produção e do descarte de água produzida na plataforma continental da Noruega. .......................................................................... 46 Figura 9: Aparato para a Extração em Fase Sólida ................................................... 51 Figura 10: Grupo funcional quelante das resinas funcionalizadas com IDA.............. 55 Figura 11: Aquisição de diferentes cátions divalentes pela resina quelante Dowex A1, em função do pH ................................................................................................... 55 Figura 12: Formas zwitteriônicas da Chelex-100® em função do pH ....................... 56 Figura 13: Demarcações aproximadas em análise quantitativa comumente usados 75 Figura 14: Faixa analítica para análise de traços de algumas técnicas espectrométricas ....................................................................................................... 76 Figura 15: Projeção feita por Hieftje para a AAS por volta dos anos 2000 ................ 80 Figura 16: Representação esquemática de um espectrômetro de absorção atômica de alta resolução com fonte contínua ........................................................................ 88 Figura 17: Foto de uma lâmpada de arco curto de xenônio operando em (A) modo hot-spot e (B) em modo difuso .................................................................................. 90 Figura 18: Lâmpada de arco curto de xenônio (A) isolada e com detalhe nos eletrodos e (B) dentro de seu compartimento no equipamento de HR-CS AAS ....... 90 Figura 19: Vista superior do monocromador DEMON ............................................... 92 Figura 20: Representação esquemática do detector de arranjo linear de dispositivos de carga acoplada ..................................................................................................... 93 Figura 21: Tela do software Aspect CS 1.4.0 mostrando o sinal de absorvância para Co em solução de concentração 20 μg L-1 em meio de HNO3 2% v/v, com atomização por plataforma.. .................................................................................... 110 Figura 22: Tela do software Aspect CS 1.4.0 mostrando o sinal de absorvância para Cu em solução de concentração 20 μg L-1 em meio de HNO3 2% v/v, com atomização por plataforma ...................................................................................... 111 Figura 23: Tela do software Aspect CS 1.4.0 mostrando o sinal de absorvância para Mn em solução de concentração 20 μg L-1 em meio de HNO3 2% v/v, com atomização por plataforma.. .................................................................................... 111 Figura 24: Tela do software Aspect CS 1.4.0 mostrando o sinal de absorvância para Ni em solução de concentração 20 μg L-1 em meio de HNO3 2% v/v, com atomização por plataforma. ........................................................................................................ 112 Figura 25: Tela do software Aspect CS 1.4.0 mostrando o sinal de absorvância para Pb em solução de concentração 20 μg L-1 em meio de HNO3 2% v/v, com atomização por plataforma. ..................................................................................... 112 Figura 26: Tela do software Aspect CS 1.4.0 mostrando o sinal de absorvância para Co em solução de concentração 20 μg L-1 em meio de HNO3 2% v/v, com atomização por parede ............................................................................................ 113 Figura 27: Tela do software Aspect CS 1.4.0 mostrando o sinal de absorvância para Ni em solução de concentração 20 μg L-1 em meio de HNO3 2% v/v, com atomização por parede. .............................................................................................................. 114 Figura 28: Curvas de TP (-●-) e TA (-■-) para Co em solução de 5 μg L-1 em meio de HNO3 2% v/v. .......................................................................................................... 115 Figura 29: Curvas de TP (-●-) e TA (-■-) para Cu em solução de 5 μg L-1 em meio de HNO3 2% v/v... ........................................................................................................ 116 Figura 30: Tela do software Aspect CS 1.4.0 mostrando o registro do sinal de absorvância para Cu em solução de concentração 5 μg L-1 em meio de HNO3 2% v/v. Atomização por plataforma, TA = 2000ºC......................................................... 117 Figura 31: Tela do software Aspect CS 1.4.0 mostrando o registro do sinal de absorvância para Cu em solução de concentração 5 μg L -1 em meio de HNO3 2% v/v. Atomização por plataforma, TA = 2100ºC......................................................... 118 Figura 32: Curvas de TP (-●-) e TA (-■-) para Mn em solução de 5 μg L-1 em meio de HNO3 2% v/v ........................................................................................................... 119 Figura 33: Curvas de TP (-●-) e TA (-■-) para Ni em solução de 5 μg L-1 em meio de HNO3 2% v/v ........................................................................................................... 120 Figura 34: Curvas de TP (-●-) e TA (-■-) para Pb em solução de 5 μg L-1 em meio de HNO3 2% v/v ........................................................................................................... 121 Figura 35: Curvas de PC para Co em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v ............ 123 Figura 36: Curvas de PC para Cu em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v. ........... 123 Figura 37: Curvas de PC para Mn em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v ............ 124 Figura 38: Curvas de PC para Ni em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v ..................... 124 Figura 39: Curvas de PC para Pb em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v ............ 125 Figura 40: Curvas de PC para Co em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v previamente descontaminada, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v ............................................................................................. 126 Figura 41: Curvas de PC para Cu em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v previamente descontaminada, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v ............................................................................................. 127 Figura 42: Curvas de PC para Mn em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v previamente descontaminada, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v ............................................................................................. 127 Figura 43: Curvas de PC para Ni em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v previamente descontaminada, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex100® 10% m/v.......................................................................................................... 128 Figura 44: Curvas de PC para Pb em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v previamente descontaminada, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v ............................................................................................. 128 Figura 45: Curvas de PC para Co em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 100 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v ............................................................................................. 130 Figura 46: Curvas de PC para Co em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v ............................................................................................. 131 Figura 47: Curvas de PC para Co em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 500 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v ............................................................................................. 131 Figura 48: Curvas de PC para Cu em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 100 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v ............................................................................................. 132 Figura 49: Curvas de PC para Cu em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v ............................................................................................. 133 Figura 50: Curvas de PC para Cu em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 500 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v ............................................................................................. 133 Figura 51: Curvas de PC para Mn em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 100 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v ............................................................................................. 134 Figura 52: Curvas de PC para Mn em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v ............................................................................................. 135 Figura 53: Curvas de PC para Mn em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 500 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v ............................................................................................. 135 Figura 54: Curvas de PC para Ni em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 100 µL de suspensão de Chelex100® 10% m/v.......................................................................................................... 136 Figura 55: Curvas de PC para Ni em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex100® 10% m/v.......................................................................................................... 137 Figura 56: Curvas de PC para Ni em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 500 µL de suspensão de Chelex100® 10% m/v.......................................................................................................... 137 Figura 57: Curvas de PC para Pb em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 100 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v ............................................................................................. 138 Figura 58: Curvas de PC para Pb em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v. ............................................................................................ 139 Figura 59: Curvas de PC para Pb em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 500 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v ............................................................................................. 139 Figura 60: Curvas de PC para Mn em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 100 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v, também descontaminada. .................................................. 141 Figura 61: Curvas de PC para Mn em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100 10% m/v, também descontaminada. .................................................... 141 Figura 62: Curvas de PC para Mn em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 500 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v, também descontaminada. .................................................. 142 Figura 63: Curvas de PC para Co em meio de água ultrapura e solução de NaCl de diferentes salinidades, previamente descontaminadas, com adição de 500 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v, também descontaminada.. .......................... 144 Figura 64: Curvas de PC para Cu em meio de água ultrapura e solução de NaCl de diferentes salinidades, previamente descontaminadas, com adição de 500 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v, também descontaminada ............................ 144 Figura 65: Curvas de PC para Mn em meio de água ultrapura e solução de NaCl de diferentes salinidades, previamente descontaminadas, com adição de 500 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v, também descontaminada ............................ 145 Figura 66: Curvas de PC para Ni em meio de água ultrapura e solução de NaCl de diferentes salinidades, previamente descontaminadas, com adição de 500 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v, também descontaminada ............................ 145 Figura 67: Curvas de PC para Pb em meio de água ultrapura e solução de NaCl de diferentes salinidades, previamente descontaminadas, com adição de 500 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v, também descontaminada. ........................... 146 Figura 68: Espectro tridimensional para o registro gráfico dos sinais de absorvância para Co nos diferentes experimentos ...................................................................... 147 Figura 69: Espectro tridimensional para o registro gráfico dos sinais de absorvância para Cu nos diferentes experimentos. ..................................................................... 147 Figura 70: Espectro tridimensional para o registro gráfico dos sinais de absorvância para Mn nos diferentes experimentos. .................................................................... 148 Figura 71: Espectro tridimensional para o registro gráfico dos sinais de absorvância para Ni nos diferentes experimentos. ...................................................................... 148 Figura 72: Espectro tridimensional para o registro gráfico dos sinais de absorvância para Pb nos diferentes experimentos. ..................................................................... 149 Figura 73: Espectro tridimensional para o registro gráfico dos sinais de absorvância para Co, Cu, Ni e Pb para amostra AP 1 após o experimento de pré-concentração ................................................................................................................................ 149 Figura 74: Espectro tridimensional para o registro gráfico dos sinais de absorvância para Co, Cu, Mn, Ni e Pb para amostra AP 2 após o experimento de préconcentração ........................................................................................................... 150 Figura 75: Espectro tridimensional para o registro gráfico dos sinais de absorvância para Co, Cu, Mn, Ni e Pb para amostra AP 3 após o experimento de préconcentração ........................................................................................................... 150 Figura 76: Espectro tridimensional para o registro gráfico dos sinais de absorvância para Co, Cu, Ni e Pb para amostra AP 4 após o experimento de pré-concentração ................................................................................................................................ 151 Figura 77: Espectro tridimensional para o registro gráfico dos sinais de absorvância para Co, Cu, Ni e Pb para amostra AP 5 após o experimento de pré-concentração ................................................................................................................................ 151 Figura 78: Espectro tridimensional para o registro gráfico dos sinais de absorvância para Co, Cu, Mn, Ni e Pb para amostra AP 6 após o experimento de préconcentração ........................................................................................................... 152 Figura 79: Curva de PC para Co em solução de NaCl 3,5% m/v nas condições otimizadas. .............................................................................................................. 153 Figura 80: Curva de PC para Cu em solução de NaCl 3,5% m/v nas condições otimizadas. .............................................................................................................. 154 Figura 81: Curva de PC para Mn em solução de NaCl 3,5% m/v nas condições otimizadas. .............................................................................................................. 154 Figura 82: Curva de PC para Ni em solução de NaCl 3,5% m/v nas condições otimizadas. .............................................................................................................. 155 Figura 83: Curva de PC para Pb em solução de NaCl 3,5% m/v nas condições otimizadas. .............................................................................................................. 155 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Teor de metais-traço presentes na água do mar e nas águas produzidas no Mar do Norte ........................................................................................................ 38 Tabela 2: Concentrações médias de metais e metalóides em nível traço em água produzida................................................................................................................... 39 Tabela 3: Parâmetros determinados em amostras de água produzida coletadas pela PETROBRAS, na Unidade Sergipe/Alagoas ............................................................. 40 Tabela 4: Concentrações médias dos principais ânions inorgânicos presentes na água do mar e na água produzida ............................................................................. 41 Tabela 5: Teor de compostos orgânicos presentes nas águas produzidas no Mar do Norte. ........................................................................................................................ 42 Tabela 6: Teor de diferentes aditivos presentes nas águas produzidas no Mar do Norte. ........................................................................................................................ 43 Tabela 7: Aplicações presentes na literatura para determinações de metais, metalóides e P em amostras de água produzida ...................................................... 48 Tabela 8: Seletividade para alguns cátions divalentes .............................................. 58 Tabela 9: Aplicações da extração em fase sólida na pré-concentração de metais em amostras salinas.. ..................................................................................................... 60 Tabela 10: Principais características de algumas das técnicas de Espectrometria Atômica.. ................................................................................................................... 75 Tabela 11: Requisitos instrumentais e operacionais necessários para atender as condições STPF e suas conseqüências... ................................................................. 84 Tabela 12: Diversas aplicações da técnica de HR-CS AAS... ................................... 97 Tabela 13: Comprimentos de onda utilizados nas determinações por HR-CS GF AAS... ...................................................................................................................... 109 Tabela 14: Programações de temperatura empregadas nas determinações por HRCS GF AAS ............................................................................................................. 122 Tabela 15: Valores de absorvância para os brancos (experimentos individuais) com PC em água e em solução de NaCl 3,5 % m/v, antes e depois da descontaminação do NaCl. Média (n = 3) das absorvâncias individuais. ............................................. 129 Tabela 16: Valores de absorvância para os brancos (experimentos individuais) com PC em água ultrapura e em solução de NaCl 3,5 % m/v descontaminada, antes e depois da limpeza da resina Chelex-100®. Média (n = 3) das absorvâncias individuais................................................................................................................ 143 Tabela 17: Características analíticas. ..................................................................... 156 Tabela 18: Determinação de Cu, Mn e Ni nos materiais de referência certificados de águas salinas. ......................................................................................................... 157 Tabela 19: Determinação de Co, Cu, Mn, Ni e Pb em amostras de água de produzida................................................................................................................. 158 Tabela 20: Resultados obtidos para os ensaios de recuperação de Co, Cu, Mn, Ni e Pb em amostras de água de produzida após adição de 2μg L-1 ............................. 159 LISTA DE ACRÔNIMOS, SÍMBOLOS E UNIDADES A Ampère AAS Espectrometria de Absorção Atômica (do inglês, Atomic Absorption Spectrometry) Aint Absorvância integrada Abs Absorvância a.C. antes de Cristo APDC pirrolidina ditiocarbamato de amônio (do inglês, ammonium pyrrolidine dithiocarbamate) bar bar (unidade de pressão) BRS Bactérias redutoras de sulfato BHAPPDI Bi(2-hidroxiacetofenona)-1,2-propanodiimina (do inglês, Bis(2- inglês, 5-(2- hydroxyacetophenone)-1,2-propanediimine) BTAHQ 5-(2-benzotiazolilazo)-8-hydroxyquinolina (do benzothiazolylazo)-8-hydroxyquinolene) CAS Cromo Azurol S (do inglês, chromazurol S) CCD (Arranjo linear de) Dispositivo de carga acoplada (do inglês, Charge Coupled Device) CCT Tecnologia da célula de colisão (do inglês, Collision Cell Technology) CM-PEHA Penta-etilenohexamina carboximetilado (do inglês, carboxymethylated pentaethylenehexamine) CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente CPE Extração no Ponto Nuvem (do inglês, Cloud Point Extraction) CRM Material de referência certificado (do inglês, Certified Reference Material) CS Fonte contínua (do inglês, Continuum Source) CTAB Brometo de cetil-trimetil amônio (do inglês, cethyltrimethylammonium bromide) CV Vapor frio (do inglês, Cold Vapor) Δλ Faixa de comprimento de onda DDC (DDTC) Dietil-ditiocarbamato (do inglês, diethyldithiocarbamate) DDPA Dietil-ditiofosfato de amônio DEM 2-(dietilamino) etil-metacrilato (do inglês, 2-(diethylamino) ethyl methacrylate) DEMON Monocromador duplo com rede Echelle (do inglês, Double-Echelle Monochromator) DLLME Microextração Líquido-Líquido Dispersiva (do inglês, Dispersive Liquid-Liquid Micro-Extraction) DOM Matéria orgânica dissolvida (do inglês, dissolved organic matter) DPTH 1-(di-2-piridil)metileno tiocarbonohidrazida (do inglês, 1-(di-2- pyridyl)methylene thiocarbonohydrazide) DRC Célula de reação dinâmica (do inglês, dinamic reaction cell) DZ ditizona ou difeniltiocarbazona (do inglês, dithizone ou diphenylthiocarbazone) EGDMA etilenoglicol-dimetacrilato (do inglês, ethyleneglycoldimethacrylate) E&P Forum Fórum de Produção e Exploração na Indústria Petrolífera (do inglês, Oil Industry International Exploration and Production Forum) F AAS Espectrometria de Absorção Atômica por Chama (do inglês, Flame Atomic Absorption Spectrometry) FE Fator de enriquecimento fg fentograma (10-15 g) FI Injeção em fluxo (do inglês, Flow Injection) FPC Fator de pré-concentração FZ Ferrozina (do inglês, Ferrozine) GF AAS Espectrometria de Absorção Atômica com Forno de Grafite (do inglês, Graphite Furnace Atomic Absorption Spectrometry) GTA Atomizador de tubo de grafite (do inglês, Graphite Tube Atomizer) HCL Lâmpada de catodo oco (do inglês, Hollow Cathod Lamp) HEDC bi(2-hidroxietil)ditiocarbamato (do inglês, bis(2- hydroxyethyl)dithiocarbamate) HF-LPME Microextração em Fase Líquida Suportada em Fibra Oca (do inglês, Hollow Fiber Liquid Phase Micro-Extraction) HG Geração de hidretos (do inglês, Hydride Generation) 8-HQ 8-hidroxiquinolina (do inglês, 8-hydroxyquinoline) 8-HQS ácido 8-hidroxiquinolino-5-sulfônico (do inglês, 8-hydroxyquinoline-5sulfonic acid) HR Alta resolução (do inglês, High Resolution) HR-CS AAS Espectrometria de Absorção Atômica de Alta Resolução com Fonte Contínua (do inglês, High Resolution Continuum Source Atomic Absorption Spectrometry) HR-CS F AAS Espectrometria de Absorção Atômica de Alta Resolução com Fonte Contínua e Chama (do inglês, High Resolution Continuum Source Flame Atomic Absorption Spectrometry) HR-CS GF AAS Espectrometria de Absorção Atômica de Alta Resolução com Fonte Contínua e Forno de Grafite (do inglês, High Resolution Continuum Source Graphite Furnace Atomic Absorption Spectrometry) HR-CS F MAS Espectrometria de Absorção Molecular de Alta Resolução com Fonte Contínua e Chama (do inglês, High Resolution Continuum Source Flame Molecular Absorption Spectrometry) HR-CS GF MAS Espectrometria de Absorção Molecular de Alta Resolução com Fonte Contínua e Forno de Grafite (do inglês, High Resolution Continuum Source Graphite Furnace Molecular Absorption Spectrometry) HS do inglês, Headspace ICP-MS Espectrometria de Massa com Fonte de Plasma Indutivamente Acoplado (do inglês, Inductively Coupled Plasma Mass Spectrometry). ICP OES Espectrometria de Emissão Óptica com Fonte de Plasma Indutivamente Acoplado (do inglês, Inductively Coupled Plasma Optical Emission Spectrometry) ID Diluição isotópica (do inglês, isotopic dilution) IDA ácido iminodiacético (do inglês, iminodiacetic acid) I-DPC Difenilcarbazona imobilizada (do inglês, immobilized diphenylcarbazone) I-8-HQ 8-hidroxiquinolina imobilizada IIP Polímero ionicamente impresso (do inglês, ionic imprinted polymer) ISE Eletrodo íon-seletivo (do inglês, Ion-Selective Electrode) IUPAC União Internacional de Química Pura e Aplicada (do inglês, International Union of Pure and Applied Chemistry) K Kelvin λ Comprimento de onda L Litro LLE Extração Líquido-Líquido (do inglês, Liquid-Liquid Extraction) LOD Limite de detecção (do inglês, limit of detection) LOQ Limite de quantificação (do inglês, limit of quantification) LPME Microextração em Fase Líquida (do inglês, Liquid Phase MicroExtraction) LS Fonte de linhas (do inglês, line source) LS AAS Espectrometria de Absorção Atômica com Fonte de Linhas (do inglês, Line Source Atomic Absorption Spectrometry) MAH Metacriloil-histidina dihidratado (do inglês, methacryloylhistidinedihydrate) MAS Espectrometria de Absorção Molecular (do inglês, Molecular Absorption Spectrometry) MASE Extração por Solvente Assistida por Membrana (do inglês, Membrane-Assisted Solvent Extraction) MESI Extração por Membrana com Interface Sorvente (do inglês, Membrane Extraction with Sorbent Interface); MC Multicoletor (do inglês, multicolector) Mg Miligrama (10-3 g) µg Micrograma (10-6 g) MIP Polímero molecularmente impresso (do inglês, molecularly imprinted polymers) mm Milimetro (10-6 m) MMLLE Extração Líquido-Líquido Suportada em Membrana Microporosa (do inglês, Microporous Membrane Liquid-Liquid Extraction) MNP Nanopartículas magnéticas (do inglês, magnetic nanoparticles) MS Espectrometria de Massa (do inglês, Mass Spectrometry). ms Milisegundo (10-3 s) NAA Análise por Ativação de Nêutrons (do inglês, Neutron Activation Analysis) ng Nanograma (10-9 g) nm Nanometro (10-9 m) OGP Associação Internacional de Produtores de Óleo e Gás (do inglês, The International Association of Oil & Gas Producers) PADMAP 2-(2-pyridil-azo)-5-dimetilaminofenol (do inglês, 2-(2-pyridylazo)-5dimethylaminophenol) PAN 1-(2-piridilazo)-2-naftol (do inglês, 1-(2-pyridilazo)-2-naphthol) PAR 4-(2-piridilazo) resorcinol (do inglês, 4-(2-Pyridylazo) resorcinol) PC Pré-concentração pg Picograma (10-12 g) pH Potencial hidrogeniônico pm Picometro (10-12 m) ppb Partes por bilhão (μg L-1 ou μg kg-1) ppm Partes por milhão (mg L-1 ou mg kg-1) ppq Partes por quatrilhão (pg L-1 ou pg kg-1) ppt Partes por trilhão (ng L-1 ou ng kg-1) 1-prOH 1-propanol PTFE Politetraflúor etileno PTFE(KR) Politetraflúor etileno em reator entrelaçado (KR: do inglês, knotted reactor) S Segundo σ Desvio-padrão SAFe (Program (Programa de) Amostragem e Análise de Ferro (do inglês, Sampling and Analysis of Fe) SF Setor magnético (do inglês, sector field) SI Injeção sequencial (do inglês, sequential injection) SISNAMA Sistema Nacional do Meio Ambiente SLME Extração por Líquido Suportado em Membrana (do inglês, Supported Liquid Membrane Extraction) S/N (Razão) sinal/ruído (do inglês, signal-to-noise ratio) SPE Extração em Fase Sólida (do inglês, Solid Phase Extraction) SRTXRF Fluorescência de Raios-X com Reflexão Total da Radiação Síncroton (do inglês, Synchrotron Radiation Total Reflection X-Ray Fluorescence) SS Amostragem sólida (do inglês solid sampling) STPF (Conceito) Forno com Plataforma e Temperatura Estabilizada (do inglês, Stabilized Temperature Platform Furnace) TA Temperatura de atomização TMAH Hidróxido de tetrametil amônio (do inglês, tetramethylammonium hydroxide) TOG Teor de Óleos e Graxas TP Temperatura de pirólise US EPA Agência de Proteção Ambiental Norte-Americana (do inglês, United States Environmental Protection Agency) UV-Vis Espectrofotometria de Ultravioleta-Visível V Volt W Watt XRF Fluorescência de Raios-X (do inglês, X-Ray Fluorescence). RESUMO A análise de amostras hipersalinas ainda é um problema analítico a ser resolvido, tendo em vista que a presença de sais dissolvidos é fonte freqüente de interferências em espectrometria atômica. Atualmente, tem ocorrido um grande aumento da demanda para caracterização de águas de alta salinidade, como as águas produzidas, pelo fato de estas serem um dos maiores descartes da indústria de petróleo. Devido a isto, metodologias analíticas para sua caracterização têm sido amplamente desenvolvidas para a determinação de metais-traço em amostras salinas e dentre as técnicas analíticas destaca-se a Espectrometria de Absorção Atômica de Alta Resolução com Fonte Contínua, uma renovação da AAS convencional. Contudo, para a obtenção de resultados acurados, é imprescindível que se faça a remoção dos sais presentes nessas matrizes hipersalinas. Essa separação prévia pode ser realizada através do emprego de resinas qualantes, que pré-concentram o analito e permitem a remoção da matriz. Sendo assim, este trabalho visa à avaliação do uso da resina quelante comercial Chelex-100® na préconcentração de Co, Cu, Mn, Ni e Pb e posterior determinação destes por Espectrometria de Absorção Atômica de Alta Resolução com Fonte Contínua e Forno de Grafite (HR-CS GF AAS). A metodologia foi validada através do uso dos materiais de referência certificados para água do mar CASS-4, CASS-5 e NASS-5. Os limites de detecção obtidos, em µg L-1, foram de 0,006; 0,070; 0,024; 0,074; e 0,018 para Co, Cu, Mn, Ni e Pb, respectivamente. Amostras de água produzida oriundas de plataformas de petróleo offshore foram analisadas e os resultados mostraram que essas águas possuem baixas concentrações dos elementos determinados ou os mesmos não foram detectados. Os valores encontrados são muito inferiores aos limites preconizados pela legislação brasileira através da Resolução CONAMA 357/05. Palavras-chave: Água produzida. Chelex-100®. Pré-concentração. Metais-traço. HR-CS AAS. ABSTRACT The analysis of hypersaline samples is still an analytical problem to be solved, once the presence of dissolved salts is a frequent source of interferences in atomic spectrometry. Actually, there is a large increase in the interest in the caracterization of this kind of sample, as produced waters are one of the largest discharges of petroleum industry. Hence, analytical methodologies to produced water caracterization have been widely developed to trace metals determination in saline samples and among the analytical techniques, there is High Resolution Continuum Source Atomic Absorption Spectrometry, a renovation of conventional AAS. However, to obtain accurated results, it's necessary to remove the salts present in this high salinity matrices. This previous separation can be done employing a chelating resin, that preconcentrates the analyte(s) and allows matrix removal. In this way, the aim this work is to evaluate the use of chelating resin Chelex-100® to preconcentrate Co, Cu, Mn, Ni and Pb, for the later determination by High Resolution Continuum Source Graphite Furnace Atomic Absorption Spectrometry (HR-CS GF AAS). The methodology was validated by the use of sewater certified reference materials CASS-4, CASS-5 e NASS-5. The detection limits in µg L-1, were 0,006; 0,070; 0,024; 0,074; and 0,018 for Co, Cu, Mn, Ni and Pb, respectively. Produced water samples from offshore petroleum platforms were analysed and results showed that this waters have low concentrations of these studied elements or could not be detected. Found values are much lower when compared to limits from Brazilian legislation, in this case CONAMA 357/05 Resolution. Key words: Produced water. Chelex-100®. Preconcentration. Trace metals. HR-CS AAS. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................ 29 1.1 O PETRÓLEO .................................................................................................... 30 1.1.1 A exploração de petróleo................................................................................. 30 1.2 A ÁGUA PRODUZIDA........................................................................................ 33 1.2.1 Origem............................................................................................................. 34 1.2.2 Composição .................................................................................................... 36 1.2.3 Destino final para a água produzida ................................................................ 43 1.2.4 - Descarte, impactos e legislação ambiental .................................................... 45 1.2.5 Caracterização de águas produzidas em relação a metais e metalóides ........ 47 1.3 A IMPORTÂNCIA DO PREPARO DE AMOSTRAS PARA A DETERMINAÇÃO DE TRAÇOS E ULTRATRAÇOS .............................................................................. 49 1.3.1 A extração em fase sólida ............................................................................... 50 1.3.1.1 Pré-concentração de íons metálicos ............................................................ 52 1.3.1.2 Resinas quelantes ........................................................................................ 53 1.3.1.2.1 Resinas funcionalizadas com ácido iminodiacético (IDA).......................... 54 1.3.1.2.1.1 Chelex-100® ........................................................................................... 56 1.3.1.3 Aplicações .................................................................................................... 59 1.4 TÉCNICAS ANALÍTICAS APLICADAS À DETERMINAÇÃO DE METAIS ...... 73 1.4.1 Espectrometria de Absorção Atômica (AAS) ................................................... 76 1.4.1.1 Histórico ....................................................................................................... 77 1.4.1.2 Espectrometria de Absorção Atômica com Chama (F AAS) ........................ 80 1.4.1.3 Espectrometria de Absorção Atômica por Forno de Grafite (GF AAS) ......... 81 1.4.1.3.1 Histórico .................................................................................................... 81 1.4.1.3.2 Princípios................................................................................................... 82 1.4.1.3.3 O conceito STPF ....................................................................................... 83 1.4.1.3.4 Modificadores químicos ............................................................................. 85 1.4.1.3.5 Interferências ............................................................................................. 86 1.4.1.4 Espectrometria de Absorção Atômica com Fonte Contínua e Alta Resolução (HR-CS AAS) ............................................................................................................ 87 1.4.1.4.1 Histórico .................................................................................................... 87 1.4.1.4.2 Instrumentação .......................................................................................... 88 1.4.1.4.2.1 Fonte ...................................................................................................... 89 1.4.1.4.2.2 Monocromador ....................................................................................... 91 1.4.1.4.2.3 Detector .................................................................................................. 92 1.4.1.4.2.4 Atomizadores ......................................................................................... 94 1.4.1.4.2.5 O software .............................................................................................. 94 1.4.1.4.3 Vantagens da técnica de HR-CS AAS....................................................... 94 1.4.1.4.4 Aplicações ................................................................................................. 95 2 JUSTIFICATIVA E OBJETIVO DO TRABALHO.................................................. 104 3 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................... 106 3.1 REAGENTES E SOLUÇÕES ........................................................................... 106 3.2 INSTRUMENTAÇÃO ....................................................................................... 107 3.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ............................................................... 108 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 110 4.1 ESCOLHA DO TIPO DE ATOMIZADOR .......................................................... 110 4.2 OTIMIZAÇÃO DAS TEMPERATURAS DE PIRÓLISE E ATOMIZAÇÃO ....... 115 4.2.1 Curvas de TP e TA para cobalto ................................................................... 115 4.2.2 Curvas de TP e TA para cobre ...................................................................... 116 4.2.3 Curvas de TP e TA para manganês .............................................................. 118 4.2.4 Curvas de TP e TA para níquel ..................................................................... 119 4.2.5 Curvas de TP e TA para chumbo .................................................................. 120 4.3 INFLUÊNCIA DA PRESENÇA DE NaCl NA PRÉ-CONCENTRAÇÃO ............. 122 4.4 DESCONTAMINAÇÃO DA SOLUÇÃO SALINA DE NaCl 3,5% (m/v) ............. 125 4.5 EFEITO DA QUANTIDADE DE RESINA CHELEX-100® ................................. 129 4.5.1 Efeito da massa de resina nos sinais de cobalto........................................... 130 4.5.2 Efeito da massa de resina nos sinais de cobre ............................................. 132 4.5.3 Efeito da massa de resina nos sinais de manganês ..................................... 134 4.5.4 Efeito da massa de resina nos sinais de níquel ............................................ 136 4.5.5 Efeito da massa de resina nos sinais de chumbo ......................................... 138 4.6 DESCONTAMINAÇÃO DA RESINA CHELEX-100® E O EFEITO NOS SINAIS PARA Mn................................................................................................................. 140 4.7 EFEITO DO TEOR DE SALINIDADE ............................................................... 143 4.8 VERIFICAÇÃO DA ELIMINAÇÃO DA MATRIZ ATRAVÉS DOS ESPECTROS TRIDIMENSIONAIS DO HR- CS AAS ..................................................................... 146 4.9 DETERMINAÇÃO QUALITATIVA DO CLORETO RESIDUAL ......................... 152 4.10 CARACTERÍSTICAS ANALÍTICAS ................................................................ 153 4.11 APLICAÇÃO A AMOSTRAS DE ÁGUA PRODUZIDA ................................... 157 4.12 ENSAIOS DE ADIÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ANALITO ........................... 158 5 CONCLUSÕES ................................................................................................... 160 6 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 162 29 1 INTRODUÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Atualmente a energia é essencial para a maior parte das atividades humanas. A produção da energia hoje é feita a partir da exploração de diferentes recursos naturais que provocam uma série de mudanças ambientais. A necessidade de energia é uma realidade desde a Revolução Industrial, quando se iniciou o uso intensivo de combustíveis fósseis, como carvão mineral e o petróleo. O uso do petróleo aumentou em larga escala na indústria e o seu aumento explodiu após a Segunda Guerra Mundial, quando o seu uso energético aumentou até chegar ao que temos nos dias atuais. Além de grande importância na geração de energia, o petróleo gera subprodutos que são matérias-primas para a manufatura de inúmeros bens de consumo que têm um papel cada vez mais relevante na vida do ser humano (GUEDES, 2010). Atualmente, mais de 60% da matriz energética mundial é referente à indústria do petróleo (somando-se óleo e gás natural). No Brasil, esse número foi estimado em 54%. Esses números são ilustrados na Figura 1 (SCHIOZER, 2005). Figura 1: Distribuição (em %) das matrizes energéticas em 2004 no Brasil e no mundo. Fonte: SCHIOZER, 2005. 30 1.1 O PETRÓLEO Apesar da existência do petróleo ter sido conhecida desde os tempos antigos, foi somente no século XX que foi obtida a tecnologia para retirada de grandes volumes deste combustível fóssil necessários para suprir as demandas de energia devido à expansão da economia mundial (GABARDO, 2007 apud HUNT, 1995). Etimologicamente a palavra “petróleo” origina-se do latim "petra" (pedra) e "oleum" (óleo), ou seja, o "óleo que vem da pedra". O registro da participação do petróleo na vida do homem remonta desde os tempos bíblicos: Nabucodonosor usou o betume como material de liga na construção dos famosos Jardins Suspensos da Babilônia, onde também os tijolos eram assentados com asfalto. O betume também era largamente utilizado pelos fenícios na calefação de embarcações; os egípcios utilizaram-no na pavimentação de estradas, para embalsamar os mortos, bem como na construção das pirâmides. Já os gregos e romanos aplicaram-no para fins bélicos. Já no Novo Mundo, o petróleo era conhecido dos índios pré-colombianos, que o utilizavam na decoração e na impermeabilização de seus potes de cerâmica. Incas, maias e outras civilizações antigas também estavam familiarizados com o betume, dele se utilizando para diversos fins. Apenas no século XVIII o petróleo passou a ser utilizado comercialmente, como, por exemplo, na indústria farmacêutica e na iluminação pública. Os primeiros poços de petróleo foram perfurados nos Estados Unidos, sendo o primeiro sucesso de exploração registrado em 1859, por Drake (GOMES, 2009 apud MENDONÇA, 2004; THOMAS, 2004). 1.1.1 A Exploração de Petróleo A geoquímica do petróleo é a aplicação dos princípios químicos para o estudo da origem, migração, acumulação, e alteração do petróleo (óleo e gás) e o uso deste conhecimento na exploração e produção de petróleo é imprescindível. Não há claras evidências de quando os princípios geológicos e geoquímicos foram primeiramente aplicados para a pesquisa de óleo. Desde o começo da história a descoberta de exsudações naturais de óleo e gás tem sido registrada, e a presença de poços perfurados rusticamente era comum nas áreas de tais exsudações, ou de poços considerados surgentes (GABARDO, 2007; BEZERRA, 2004; GOMES, 2009). 31 A presença do petróleo foi observada com freqüência durante a produção de sal: cerca de 600 anos a.C. e existe citação de que Confúcio mencionou a presença de poços de óleo a centenas de metros de profundidade (GABARDO, 2007 apud HUNT, 1995). Também em algumas regiões de extração de sal, o gás, proveniente das exsudações, era queimado para evaporar a salmoura e produzir o sal. É interessante mencionar que desde o ano de 1132 já existiam ferramentas de perfuração chinesas que alcançavam profundidades de 1000 metros. No final do século XVIII, o campo de óleo de Yenangyaung em Burma tinha mais de 500 poços e produzia 40.000 toneladas de óleo anualmente. Em solo de Baku fluía óleo e gás o que proporcionou o desenvolvimento da indústria do petróleo no Azerbaijão, e em 1870, a produção anual em Baku atingiu 28.000 toneladas. Nos EUA em 1859, o coronel Edwin L. Drake inicia a indústria de óleo na América, com sua reconhecida carreira perfurando próximo a Titusville na Pensilvânia. Em 1871 cerca de 90% da produção mundial era de origem da Pensilvânia (GABARDO, 2007 apud HUNT, 1995). No Brasil, a primeira concessão para extrair material betuminoso foi assinada pelo Marquês de Olinda em 1858, através do Decreto n⁰ 2266, e concedida a José Barros Pimentel. A aplicação desse material era para produção de querosene de iluminação; essa primeira exploração ocorreu às margens do Rio Marau, na Bahia. Posteriormente, a constatação de petróleo no recôncavo baiano viabilizou a exploração de outras bacias sedimentares terrestres (GOMES, 2009 apud CEPETRO, 2008). Já a exploração propriamente dita do petróleo foi iniciada na localidade de Lobato, no Estado da Bahia em 1939, quase um século após as perfurações terem sido iniciadas nos EUA. A Figura 2 apresenta a manchete do jornal Estado da Bahia em 21 de janeiro de 1939 registrando o início da produção brasileira de petróleo. 32 Figura 2: Notícia do jornal Estado da Bahia em 21 de janeiro de 1939, registrando o início da exploração de petróleo no Brasil. Fonte: GABARDO, 2007. Estas explorações primárias de petróleo eram realizadas por exploracionistas pioneiros com pouco ou nenhum conhecimento da geologia da área. Aos poucos, no entanto, os princípios geológicos e geoquímicos foram evoluindo e o mais antigo conceito é o da teoria anticlinal, que define que o óleo é mais facilmente trapeado pelo simples fato do óleo ser menos denso que a água e, portanto ficar retido na parte superior desta estrutura. Esse princípio foi substituído por mapeamento através de processos geofísicos que melhor definiam também outras estruturas que pudessem reter o petróleo. A descoberta dos grandes reservatórios de óleo estratificado no leste do Texas fez geólogos e perfuradores pensarem que achar óleo requeria um conhecimento detalhado de várias ciências da terra: sedimentologia, estratigrafia, paleontologia, geoquímica, mineralogia, petrologia, geomorfologia, e geologia histórica (GABARDO, 2007 apud HUNT, 1995). Com o fim das estruturas mais óbvias para serem exploradas, encontrar óleo tornava-se cada vez mais difícil, e por isso ficava claro que era preciso entender mais sobre a geoquímica do petróleo; nesta época começaram a ser formuladas algumas teorias sobre suas prováveis fontes. Mas, apesar de todo o conhecimento desenvolvido, muitas vezes a perfuração ainda encontra poço seco. O sucesso da exploração de petróleo depende de certos fatores simultâneos: (1) a existência de uma rocha geradora ativa (acúmulo da matéria orgânica), (2) reservatório estruturado para reter o petróleo, (3) rocha capeadora ou selante, e (4) caminhos de 33 migração. A probabilidade de achar petróleo é o produto das probabilidades destes fatores. Então, se um destes fatores é zero, o resultado será um poço seco, independente de quão favoráveis sejam os outros três fatores (GABARDO, 2007). Mais de 100 anos de investigações e pesquisas tem demonstrado que todas as jazidas comerciais de petróleo conhecidas são originadas da decomposição da matéria orgânica depositada em bacias sedimentares. As observações de campo de geólogos no último século comprovam a idéia de que óleos são gerados em folhelhos betuminosos e migram para arenitos. A teoria da relação do carbono foi o primeiro conceito geoquímico que relacionava acumulações de óleo e gás ao “metamorfismo”. Campos de óleo existem em áreas de baixa evolução térmica, equivalente à maturidade do carvão (com menos de 60% de C fixados ou não voláteis), enquanto que campos de gás ocorrem em mais alta maturidade (carbono fixado entre 60 e 70%) (GABARDO, 2007 apud HUNT, 1995). 1.2 A ÁGUA PRODUZIDA Os diferentes tipos de águas de subsuperfície são classificados por critérios relacionados a alguns aspectos importantes das mesmas, como por exemplo, indicações superficiais de suas composições químicas. (RODRIGUEZ, 1993). É denominada água produzida toda a água gerada (carreada) junto com o óleo, podendo ser constituída pela água de formação (também chamada de água conata, sendo a água naturalmente presente na formação geológica do reservatório de petróleo, que pode conter alta salinidade e presença de metais em percentuais variados) e/ou pela água de injeção (aquela injetada no reservatório em processos de recuperação secundária para aumento da produção) e/ou pela água meteórica (que faz parte do ciclo hidrológico) (BEZERRA, 2004; FIGUEIREDO, 2010 apud SILVA NETO et al., 2005). Pode estar presente na forma livre, em fase diferente do óleo, ou em emulsão (BEZERRA, 2004 apud FERNANDES JÚNIOR, 2002). Observa-se na Figura 3 alguns tipos de água na exploração petrolífera offshore. 34 Figura 3: Esquema de alguns tipos de água na exploração petrolífera offshore. Fonte: TEIXEIRA, 2007 apud SCHLUMBERGUER, 2000. 1.2.1 Origem Na indústria do petróleo a geração de água é inevitável, ocorrendo em todas as etapas do processo de produção: extração, transporte e refino do óleo. (FIGUEIREDO, 2010 apud SILVA NETO et al., 2005). A água produzida é considerada o rejeito de maior volume em todo processo de exploração e produção do petróleo, configurando-se assim comum grande problema ambiental, operacional e gerencial. A origem básica da água produzida juntamente com o petróleo está relacionada às condições ambientais existentes durante a gênese deste óleo. Um ambiente geológico marinho ou lacustre, em que tenha havido intensa deposição de matéria orgânica, associada com posterior soterramento, e condições físicoquímicas apropriadas tende a reunir os condicionantes necessários para o aparecimento do petróleo nas rochas matrizes. O petróleo gerado migra então para rochas permeáveis adjacentes que, trapeadas estruturalmente por rochas impermeáveis, resultam em acumulações nas rochas reservatório. Durante milhares de anos o petróleo se concentra, segregando-se da água, mas, mantendo muitas vezes, contato com os aquíferos (FIGUEIREDO, 2010). 35 Ao longo da exploração de petróleo de jazidas em terra (onshore) ou no mar (offshore), existe a geração concomitante do efluente aquoso, água produzida tem sido a maior corrente de resíduos da indústria do petróleo (FIGUEIREDO, 2010 apud GARCIA, 2006). Isto ocorre devido à geração de grandes volumes de água associados à produção de petróleo. A quantidade deste efluente está relacionada aos mecanismos natural ou artificial de produção e do estágio de vida do campo de produção (FIGUEIREDO, 2010). No mecanismo natural, a água é encontrada naturalmente na própria formação geológica produtora, devido à existência de aquíferos subjacentes ao petróleo, devido à água conata, residente nos poros das rochas-reservatório. Já no mecanismo artificial, quando o poço está depletando, a água é injetada artificialmente, para manter as condições de pressão na rocha reservatório, forçando o petróleo a migrar. Este método conhecido por recuperação secundária de petróleo (ou recuperação convencional) é um método utilizado para o aumento do fator de recuperação de um campo, sendo, em grande parte dos casos, responsável pela viabilidade econômica do seu projeto de desenvolvimento. (FIGUEIREDO, 2010). O volume de água gerado em uma atividade offshore, geralmente é maior que o de óleo, em torno de 2000 a 40000 m 3 dia-1, dependendo das dimensões do reservatório, da área explorada e da capacidade da unidade exploradora (SCHOLTEN; KARMAN; HUWER, 2000). Geralmente os campos de petróleo no início da produção geram pequena quantidade de água que aumenta com o decorrer do tempo, num processo de maturação, atingindo valores de 90% de BSW (sedimentos de base e água), quando o campo se encontra no seu estágio final de produção econômica (FIGUEIREDO, 2010 apud RAY; ENGELHARDT, 1992). No Brasil, em 2002, um volume anual estimado de 9,4 x 10 6 m3 de água de produção foi descartado no mar por 7 plataformas fixadas na Bacia de Campos (VEGUERIA et al., 2002). A Figura 4 esquematiza a produção offshore de água produzida (ROCHA; ROSA; BEZERRA, 2007). 36 Figura 4: Produção offshore com injeção de água. Fonte: ROCHA; ROSA; BEZERRA, 2007. 1.2.2 Composição A água produzida é conhecida por ser uma mistura complexa (BOESH; RABALAIS, 1987). Sua composição química é bastante variada, podendo ser influenciada pelas características, profundidade e vida útil do campo produtor. Seus componentes são oriundos do reservatório, da água injetada e de substâncias químicas usadas na produção com a finalidade de evitar uma variedade de problemas nas operações do campo (SOUSA, 2010; FIGUEIREDO, 2010 apud THOMAS et al., 2001; GARCIA, 2006). Ela contém os mesmos sais e metais que a água do mar, embora em razões e concentrações diferentes. Essas razões podem refletir a idade da formação geológica (OGP, 2005; COLLINS, 1975). As águas produzidas apresentam em sua constituição diferentes concentrações de cátions (Na+, K+, Ca2+, Mg2+, Ba2+, Sr2+, Fe2+, entre outros) e ânions (cloreto, sulfato, carbonato, bicarbonato, etc.) responsáveis pelo potencial de incrustação destas águas. Além destes íons, estas águas também contêm vários elementos-traço, como cádmio, cobre, níquel, chumbo e zinco, bem como sulfeto e 37 N-amoniacal (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2000; FIGUEIREDO, 2010 apud CENPES, 2005). A concentração da maioria dos metais está acima das concentrações encontradas em água do mar de ambiente não contaminado. Por exemplo, cádmio, cobre, níquel, chumbo e zinco podem estar presentes em concentrações mais de 1.000 vezes acima das encontradas na água do mar natural (ANDRADE, 2009 apud SWAN et al., 1994). Já os radionuclídeos encontrados nas águas produzidas nos campos de petróleo estão normalmente associados às ocorrências naturais de materiais radioativos. A radioatividade dessas águas se deve a presença de traços dos íons de 40K, 238U, 232Th, 226Ra 226Ra e 228Ra. Em presença dos ânions sulfato e carbonato, o pode co-precipitar com os cátions Ca2+, Ba2+e Sr2+, formando incrustações radioativas nas tubulações (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2000). Sulfeto e N-amoniacal podem ser derivados em parte de atividade microbiana nas linhas de produção. O mecanismo predominante de origem do sulfeto nas águas de formação parece ser a atividade de bactérias redutoras de sulfato (BRS). Embora a presença de amônia possa ser também de origem bacteriana, a origem desta espécie nas águas produzidas pode também ser dependente das condições geológicas da formação produtora (TIBBETTS et al., 1992; SWAN; NEFF; YOUNG, 1994). A Tabela 1 apresenta a concentração típica de diferentes metais-traço dissolvidos nas águas produzidas nos campos de petróleo e gás do Mar do Norte, enquanto que a Tabela 2 ilustra as concentrações médias, usualmente encontradas em água produzida, de instalações produtoras de gás e de óleo, bem como suas concentrações na água do mar. A Tabela 3 apresenta alguns parâmetros determinados em amostras brasileiras de água produzida, coletadas pela PETROBRAS, na Unidade Sergipe/Alagoas. E por fim, a Tabela 4 apresenta os resultados médios para os principais ânions presentes em amostras de água produzida e na água do mar. 38 Tabela 1: Teor de metais-traço presentes na água do mar e nas águas produzidas no Mar do Norte. Concentração de metais-traço (μg L-1) Elemento Água Produzida Água do mar Típica Faixa Ag 80 0 - 150 0,3 Cd 50 0 - 100 0,02 Cr 100 0 - 390 0,001 Cu 800 1 - 1500 0,2 Hg 3 0 - 10 0,001 Ni 900 0 - 1700 0,3 Pb 500 0 - 1500 0,03 Zn 1000 0 - 5000 0,6 Fonte: OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2000. 39 Tabela 2: Concentrações médias de metais e metalóides em nível traço em água produzida. Concentração nas plataformas de Concentração nas plataformas de Concentração na produção de petróleo (μg L-1) produção de gás (μg L-1) água do mar (μg L-1) Elemento-traço Número de Faixa Média Fe - - - - As 0,25 - 34,2 7,6 9 - Cd 0,03 - 25 0,6 8 Cr 0,18 - 5,3 2,2 Cu 0,25 - 9,5 Hg dados Faixa Média Número de dados Faixa - 0,008 - 2,0 60 1 1-3 0,07 - 50 1,3 4 0,001 - 0,1 9 0,07 - 1600 419,5 4 0,1 - 0,55 2 8 0,14 - 0,6 0,4 3 0,03 - 0,35 0,04 - 0,13 0,3 8 1 - 89 23 12 0,00007 - 0,006 Ni 0,5 - 3,1 1,4 3 - - 0 0,1 - 1 Pb 0,15 - 2,1 0,4 8 0,19 - 9 4,1 6 0,001 - 0,1 Zn 0,07 - 26,4 5,8 19 0,37 - 145 25,9 16 0,006 - 0,12 Fonte: OGP, 2005. 39 40 Tabela 3: Parâmetros determinados em amostras de água produzida coletadas pela PETROBRAS, na Unidade Sergipe/Alagoas. Faixa dos Resultados obtidos (mg L-1) Parâmetro Mínimo Máximo Salinidade 28.445 142.914 Densidade a 20/4* 1,020 1,125 pH 6,4 7,2 Alcalinidade total 72 638 Dureza total 5.240 50.336 Cloretos 17.240 86.614 Bicarbonatos 88 684 Sulfatos 5 227 Fe total 0,2 46,2 Al total 3,2 7,7 Cr total < 0,01 0,1 Cu total < 0,01 0,20 Mn total 0,6 20,5 Ba 10 868 Ca 1.318 17.808 Mg 439 1.440 Sr 25 846 Na 13.009 60.348 K 245 1.149 Cd < 0,01 0,01 Pb < 0,01 0,07 Ni < 0,01 0,04 Zn < 0,01 2,42 TOG 100 500 (*) Relação entre a massa específica do produto a 20°C e a massa específica da água a 4°C. Fonte: GOMES, 2009 apud PETROBRAS 2009. 41 Tabela 4: Concentrações médias dos principais ânions inorgânicos presentes na água do mar e na água produzida. Faixa dos Resultados obtidos (mg L-1) Ânion Mundo Água produzida Oceano Água do mar do Mar do Norte Atlântico no mundo Bicarbonato 771 615 365 28 Cloreto 60900 44600 45800 19000 Sulfato 325 814 481 900 Sulfeto 140 - 1,3 < 0,002 Nitrato 1 1 < 0,1 0,67 Fosfato 0 0 - 0,09 Fluoreto - - 2,15 1 Fonte: ANDRADE, 2009 apud E&P Forum, 1994; OGP 2005; GABARDO, 2007. Os compostos orgânicos naturais presentes nas águas produzidas podem ser divididos em quatro grupos principais: alifáticos (incluindo os naftênicos), aromáticos, polares e ácidos graxos. A quantidade relativa e a distribuição de peso molecular destes compostos variam de poço para poço. Os compostos alifáticos de maior interesse são aqueles mais leves (< C5), pois são os mais solúveis em água e contribuem para o total de carbono orgânico volátil (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2000). Compostos aromáticos, tais como: benzeno, tolueno, xileno e naftalenos, são relativamente solúveis na água, estando ainda presentes em pequenas quantidades de hidrocarbonetos aromáticos polinucleares de alto peso molecular. Os compostos aromáticos juntamente com os alifáticos, constituem os chamados hidrocarbonetos da água produzida. Os compostos polares, como os fenóis, também são relativamente solúveis na água. Todavia, como estes compostos estão presentes em pequenas quantidades no petróleo, sua concentração na água produzida é menor do que a dos compostos aromáticos (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2000). Na Tabela 5, apresenta-se o teor de diferentes compostos orgânicos presentes nas águas produzidas no Mar do Norte. 42 Tabela 5: Teor de compostos orgânicos presentes nas águas produzidas no Mar do Norte. Campo de petróleo (mg L-1) Campo de Gás (mg L-1) Constituinte Típica Faixa Típica Faixa Alifáticos (<C5) 1 0-6 1 0-6 Alifáticos (>C5) 5 0 - 30 10 0 - 60 Aromáticos (BTEX) 8 0 - 20 25 0 - 50 Naftalenos 1,5 0-4 1,5 0-4 Fenóis 5 1 - 11 5 0 - 22 Ácidos Graxos 300 30 - 800 - - Fonte: OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2000. Além dos compostos naturais presentes nas águas produzidas, uma grande variedade de produtos químicos é adicionada durante o processo de produção. Neste caso, estes produtos são geralmente chamados de aditivos e são empregados para resolver ou prevenir problemas operacionais. Cada sistema de produção é único na necessidade de utilização destes aditivos, gerando, desta forma, efluentes com diferentes características físico-químicas. Os principais aditivos adicionados durante o processo de produção de petróleo são: inibidores de incrustação, inibidores de corrosão, biocidas, desemulsificantes, aditivos para o tratamento da água (coagulantes e floculantes), inibidores de deposição de parafinas/asfaltenos e antiespumantes. Os aditivos empregados durante o processamento do gás são, em sua maioria, os inibidores de formação de hidratos, os redutores de umidade e os removedores de H2S (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2000). Na Tabela 6, apresenta-se a concentração de alguns produtos químicos presentes nas águas produzidas no Mar do Norte. 43 Tabela 6: Teor de diferentes aditivos presentes nas águas produzidas no Mar do Norte. Campo de petróleo (mg L-1) Campo de Gás (mg L-1) Constituinte Típica Faixa Típica Faixa 4 2 - 10 4 2 - 10 10 2 - 10 - - Desemulsificante 1 0-2 - - Polieletrólito 2 0 - 10 - - Metanol - - 2000 Glicol - - 1000 Inibidor de corrosão Inibidor de incrustação 1000 15000 500 - 2000 Fonte: OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2000. 1.2.3 Destino final para a água produzida A melhor opção para solucionar o problema da água produzida seria, obviamente, procurar reduzir a sua produção. Todavia, isto é, em geral, extremamente difícil. O fechamento dos poços de produção e os reparos nos produtores de água são considerados soluções temporárias, que, ainda assim, devem ser precedidas da análise pormenorizada do caso, sob pena de causar danos permanentes ao reservatório. Para reduzir o problema da água produzida, providências podem ser tomadas, além de evitar-se a produção da água no poço, quais sejam: injetar a água de volta no poço ou em poços de reinjeção; ou tratar a água para descarte no mar ou para o uso na irrigação das plantações. A injeção de água é um dos métodos mais utilizados para aumentar a quantidade de óleo produzido, pois aumenta a pressão dos reservatórios de petróleo e desloca o óleo para o poço produtor (SCHIOZER, 2005). A Agência de Proteção Ambiental Norte-Americana (US EPA, do inglês United States Environmental Protection Agency) também tem considerado a 44 reinjecão de água produzida, embora não exista a obrigatoriedade da implantação do processo. Baseado na experiência do Mar do Norte, a reinjeção de água produzida tem se mostrado uma alternativa atrativa. Dentre as razões que justificam a reinjeção estão o crescente volume de água produzida e a conseqüente necessidade de adaptação das plantas de tratamento a esses volumes, demandas mais rigorosas dos órgãos reguladores e a dificuldade de enquadramento dos contaminantes presentes nos limites da legislação. Os principais benefícios da reinjeção de água produzida são: (i) a possibilidade de redução de volumes de água tratada nas plataformas, (ii) a redução do volume de água do mar injetada e (iii) a redução de problemas operacionais associados com incrustação e corrosão (GARCIA, 1996). As Figuras 5 e 6 mostram, respectivamente, os perfis de produção de óleo e água para um campo produtor típico no nordeste do Atlântico, e a expectativa de injeção de água e produção de óleo e água para a Bacia de Campos até 2015. Já Figura 7 esquematiza o caminho da água produzida e os destinos que podem ser dados a ela pela indústria. Figura 5: Perfis típicos de produção de óleo e água para um campo produtor no nordeste do Atlântico. Fonte: Adaptado de NATURE TECHNOLOGICAL SOLUTION, 200-. 45 Figura 6: Expectativa de injeção de água e produção de óleo e água na Bacia de Campos. Fonte: ROCHA; ROSA; BEZERRA, 2007 apud BEZERRA, 2002. Figura 7: Possíveis destinos para a água produzida. FONTE: NASCIMENTO, 2009. 1.2.4 Descarte, impactos e legislação ambiental A água produzida pode ser descartada em corpos receptores ou ser utilizada na injeção em poços de petróleo ou para a irrigação. Porém para todas essas disposições, este efluente líquido deve ser adequadamente tratado. Para injeção 46 em poços de petróleo, a água deverá ter no máximo 5 mg/L em TOG (GOMES, 2009 apud PETROBRAS, 2009). A Figura 8 apresenta o histórico e projeção da produção e do descarte de água produzida na plataforma continental da Noruega. A quantidade não descartada no mar foi destinada à re-injeção nos reservatórios (NATURE TECHNOLOGICAL SOLUTION, 200- apud Departamento de Petróleo da Noruega). Figura 8: Histórico e projeção da produção e do descarte de água produzida na plataforma continental da Noruega. Fonte: Adaptado de NATURE TECHNOLOGICAL SOLUTION, 200-, apud Departamento de Petróleo da Noruega. Em 1993, a US EPA estabeleceu limites de concentração, em termos de óleo e graxas livres, para o descarte de águas produzidas em ambiente offshore. Atualmente estes limites são de 29 mg L-1 como média e de 42 mg L-1 como limite máximo diário permitido. Em revisão, a Convenção de Paris para a prevenção de poluição marinha por fontes baseadas em terra, nos oceanos Ártico e Atlântico NE (PARCOM), reduziu o limite de teor de óleo e graxa (livre) médio mensal de 40 para 30 mg L-1. Todavia, no Mar do Norte o limite de teor de óleo e graxa (livre) continua sendo de 40 mg L-1 como média mensal (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2000; TAVARES, 2003). 47 No Brasil, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) é o órgão consultivo deliberativo do SISNAMA, decisivo na formulação das normas relativas ao complexo conjunto de atividades que formam o meio ambiente humano. Entre suas competências principais, estão: estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente, com vistas ao uso racional dos recursos ambientais; estabelecer normas e critérios para o licenciamento das atividades efetivas ou potencialmente poluidoras/degradadoras ambientais; e decidir, em última instância administrativa, em graus de recursos, sobre as infrações ambientais (NASCIMENTO, 2009). A Resolução CONAMA nº. 357, de março de 2005, dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes (CONAMA 357, 2005). Já a Resolução CONAMA nº. 393, de agosto de 2007, em complemento à de nº 357/2005, dispõe sobre o descarte contínuo de água de processo ou de produção em plataformas marítimas de petróleo e gás natural. Porém, apesar de esta ser uma medida que mostra a importância do controle deste tipo de efluente, atualmente esta resolução monitora apenas o teor de óleos e graxas, que deverá obedecer à concentração média aritmética simples mensal de até 29 mg L-1, com valor máximo diário de 42 mg L-1 (CONAMA 393, 2007). Desse modo, ocorrendo a opção pelo descarte, após a consideração de aspectos relevantes ao gerenciamento da água produzida, quais sejam, as avaliações das propriedades dessa água, das características do poço e das peculiaridades da área produtora, estabelece-se a necessidade do prévio tratamento, com o fito de obedecer às condições, aos padrões e às exigências dispostos nas Resoluções CONAMA nº. 357/2005 e nº. 393/2007 (NASCIMENTO, 2009). 1.2.5 Caracterização de águas produzidas em relação a metais e metalóides A seguir, a Tabela 7 apresenta alguns trabalhos encontrados na literatura onde diversos autores investigaram métodos analíticos para a determinação de metais (como Ba, Cd, Co, Cr, Cu, Fe, Hg, Mn, Ni, Pb, V, Zn), metalóides (As, Se) e fósforo em amostras de água produzida oriundas de diferentes locais. Nesta Tabela 48 são apresentados valores para os limites de detecção e/ou quantificação bem como as técnicas analíticas empregadas para esse fim. Tabela 7: Aplicações presentes na literatura para determinações de metais em amostras de água produzida. Analito(s) Detecção LOD(s) e/ou LOQ(s) Referência Cd, Cu, Ni, Pb ICP OES LODs = entre 0,03 µg L-1 (Cd) e 2,1 µg L-1 (Pb) ESCALEIRA et al., 2008 Cr total GF AAS LOD = 0,45 µg L-1 LOQ = 1,5 µg L-1 OLIVEIRA; SANTELLI, 2008 Co, Cr, Cu, Fe, Hg, Mn, Ni, Pb, V Zn SRTXRF LODs = entre 20 ng L-1 (Ni) e 180 µg L-1 (Hg) PIMENTEL et al., 2008 Cd, Co, Cr, Mn ICP OES LOQs = entre 0,093 µg L-1 (Cd) e 1,2 µg L-1 (Cr) BEZERRA et al., 2007 As, Cd, Cu, Fe, Hg, Mn, Ni, Pb, Zn F AAS, GF AAS e Voltametria LODs = entre 0,05 µg L-1 (Hg) e 1 mg L-1 (Fe) MANFRA et al., 2007 Co, Cu, Fe, Mn, Ni, Pb, Zn F AAS - DÓREA et al., 2007 V GF AAS LOD = 1,9 µg L-1 LOQ = 6,3 µg L-1 OLIVEIRA; MAGALHÃES, 2006 Pb GF AAS LOD = 1,5 µg L-1 LOQ = 5,0 µg L-1 OLIVEIRA; SANTELLI, 2005 P orgânico ICP-MS LOD =0,20 µg L-1 ROCHA et al., 2004 As GF AAS LOD = 68 pg SANT'ANA; SANTELLI, 2002 Se GF AAS - SANT'ANA et al., 2002 Ba, Cr, Cu, Fe, Hg, Ni, Pb CV-AAS, F AAS, GF AAS e ICP OES LODs = entre 0,003 µg L-1 (Cd) e 0,03 µg L-1 (Cr, Cu, Ni) UTVIK, 1999 P orgânico ICP-MS e ICP OES 0,5 µg L-1 (ICP-MS) e 7,9 µg L-1 (ICP OES) ROCHA et al., 1998 49 1.3 A IMPORTÂNCIA DO PREPARO DE AMOSTRAS PARA A DETERMINAÇÃO DE TRAÇOS E ULTRATRAÇOS Determinações acuradas de metais e ametais, especialmente em níveis traço, são um dos trabalhos analíticos mais difíceis e complicados, uma vez que requerem quesitos como versatilidade, especificidade, sensibilidade, reprodutibilidade e acurácia nas mesmas. Embora o desenvolvimento da instrumentação eletrônica tenha criado várias ferramentas de análise para a determinação de elementos-traço, os métodos sofrem com o efeito de matriz, podendo acarretar em resultados errôneos (GARG et al., 1999). A determinação de elementos químicos em baixas concentrações é um desafio freqüente para a Química Analítica. Apesar dos grandes progressos alcançados no desenvolvimento de equipamentos analíticos altamente sensíveis, seletivos e com limites de detecção cada vez menores, raras são as técnicas analíticas que aceitam analisar uma amostra bruta, sem qualquer tratamento prévio. Uma matriz, a depender de sua complexidade, pode danificar o instrumento utilizado para sua análise e/ou inviabilizar a determinação do analito presente nesta amostra. Além disso, a espécie de interesse pode estar presente em uma concentração muito abaixo do limite de detecção da técnica empregada. Portanto, no desenvolvimento de um método analítico para a determinação de analitos em amostras complexas e em concentração abaixo do limite de detecção da técnica, as etapas de separação e pré-concentração tornam-se imprescindíveis (PALEOLOGOS; GIOKAS; KARAYANNIS, 2005; BEZERRA, 2006a; BEZERRA; FERREIRA, 2006b). A determinação de elementos-traço em matrizes de alta complexidade – como a água do mar e a água produzida, por exemplo – é um dos grandes desafios enfrentados pela química analítica atual. No caso específico das amostras salinas, a presença de sais dissolvidos pode causar sérias interferências, dificultando o desenvolvimento de procedimentos com exatidão e precisão adequadas. Como amostras de água em questão geralmente possuem elevada concentração de sais, o uso direto das técnicas analíticas torna-se limitado, devido a alguns fatores, principalmente interferências. Muitas vezes, para reduzir as interferências causadas pela matriz, deve-se recorrer a métodos como: adição de padrão, padronização interna ou o uso de modificadores químicos. 50 Entretanto, na maioria dos casos, principalmente tratando-se de amostras salinas, uma etapa de separação da matriz é muitas vezes utilizada. Além disto, muitos dos constituintes deste tipo de amostra se encontram em níveis inferiores ou próximos ao limite de detecção, e então uma pré-concentração torna-se também necessária. Daí o grande interesse dessas áreas para a Química Analítica e Ambiental, particularmente pelas possibilidades de eliminação dos efeitos de matriz e a utilização de uma técnica de aquisição menos onerosa, mas que inicialmente não apresentaria limites de detecção suficientemente baixos para a detecção/quantificação do analito. Por isso, diversos métodos de extração e préconcentração têm sido desenvolvidos, tais como a Deposição Eletroanalítica, a Filtração por Membrana, a Troca Iônica, a Extração em Fase Sólida (SPE), a Coprecipitação, a Extração Líquido-Líquido (LLE) e a Extração no Ponto Nuvem (CPE), sendo alguns trabalhos desenvolvidos especialmente para análise de amostras salinas (CHEN; DANADURAI; HUANG, 2001; GROTTI et al., 2002; PALEOLOGOS; GIOKAS; KARAYANNIS, 2005; BEZERRA; FERREIRA, 2006b; BEZERRA; CONCEIÇÃO; FERREIRA 2006c; AŞKUN et al., 2007; RAHMI et al., 2007). Além destes, novos procedimentos têm surgido, como a Microextração em Fase Líquida (LPME) e sua variação, a Microextração em Fase Líquida Suportada em Fibra Oca (HF-LPME), Microextração Líquido-Líquido Dispersiva (DLLME), Microextração em Gota Única (SDME) e sua variação, a HS-SDME; Extração por Solvente Assistida por Membrana (MASE); Extração por Membrana com Interface Sorvente (MESI); Extração por Líquido Suportado em Membrana (SLME) e Extração Líquido-Líquido Suportada em Membrana Microporosa (MMLLE). Dentre todos os procedimentos citados, a Extração em Fase Sólida tem se consolidado junto ao conjunto de procedimentos de separação e pré-concentração disponíveis na Química Analítica, sendo bastante empregada. 1.3.1 A extração em fase sólida Na Extração em Fase Sólida, os solutos são extraídos de uma fase líquida para uma fase sólida. A fase sólida em geral consiste de pequenas e porosas partículas de um suporte sólido (geralmente sílica), ligada a uma fase orgânica ou polímero orgânico, como poliestireno de ligações cruzadas. Na análise química é mais comum empacotar o sólido extrator em um pequeno tubo e percolar a amostra 51 líquida através do tubo (FRITZ, 1999). Um aparato típico para SPE é apresentado na Figura 9. Figura 9: Aparato para a extração em fase sólida. Fonte: Adaptado de FRITZ, 1999. Substâncias que tenham sido extraídas pelas partículas sólidas podem ser eluídas com um solvente líquido apropriado. Usualmente, o volume de solvente necessário para eluição completa dos analitos é muito menor do que o volume de amostra original, de forma que a concentração dos analitos é então alcançada (FRITZ, 1999). A Extração em Fase Sólida possui diversas vantagens importantes, principalmente quando comparada com a Extração Líquido-Líquido (FRITZ, 1999; MALLA; ALVAREZ; BATISTONI, 2002; SKINNER; SALIN, 2003; VASSILEVA; FURUTA, 2003; GONZALVEZ et al., 2010): a) Manipulação mais rápida e fácil; 52 b) Uso de quantidades muito menores de solventes líquidos orgânicos / dessorventes; c) Requisitos menos rigorosos para separação; d) Fatores de concentração mais altos – aumento da concentração do analito que chega ao instrumento de detecção; e) Menores riscos de contaminação; f) Remoção de espécies concomitantes indesejáveis, em sistemas on line ou off line; g) Inserção dos analitos em uma matriz mais simples; h) Facilmente automatizada; i) Possibilidade de uso em sistema de circulação fechado; j) Possibilidade de combinação com técnicas analíticas modernas, permitindo a detecção simultânea e multielementar por Espectrometria de Massa com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP-MS) e por Espectrometria de Emissão Ótica com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP OES). 1.3.1.1 Pré-concentração de íons metálicos Por muito tempo, a extração líquido-líquido foi o método mais popular para pré-tratamento de amostras. Extração de metais de água do mar por extração líquido-líquido de complexos metálicos com ditiocarbamato tem sido uma prática analítica onipresente, mas intensamente laboriosa e sujeita a grande número de dificuldades, necessitando da mistura da amostra com diversos reagentes aumentando o risco de contaminação (PAULL; FOULKLES; JONES, 1994; FRITZ, 1999). O uso da Extração em Fase Sólida é um modo atrativo de evitar muitas das dificuldades associadas à extração líquido-líquido. Em alguns casos, solventes orgânicos não são utilizados na SPE para metais. Existem várias possibilidades para SPE de íons metálicos (FRITZ, 1999): a) Troca iônica, incluindo a retenção de cátions ou ânions por troca iônica simples, retenção de complexos metálicos iônicos ou resina de troca iônica, e seletiva eluição dos íons metálicos através de reagentes complexantes orgânicos ou inorgânicos. 53 b) Adição de reagentes para formação de complexos associados a íons ou complexos organometálicos neutros, seguido por SPE dos complexos através de um extrator sólido não-iônico. c) Retenção dos íons metálicos por uso de uma resina quelante. 1.3.1.2 Resinas quelantes A princípio, o modo ideal para isolar e pré-concentrar íons metálicos é percolar a amostra através de uma pequena coluna ou membrana contendo uma resina quelante. Os metais de interesse devem ser extraídos da solução pelos grupos quelantes das partículas sólidas. Passar uma solução altamente ácida através da resina para remover os quelatos metálicos da resina sólida deve resultar em eluição rápida dos metais. Às vezes, de fato, a SPE com resinas quelantes é eficaz. Mas o tamanho de partícula relativamente grande de polímeros quelantes e o transporte de massa lento no interior das esferas do polímero frequentemente resulta em procedimentos que no geral são ineficazes e lentos (FRITZ, 1999). Existe um grande número de resinas quelantes para remoção de vários íons metálicos de solução. Uma resina quelante ideal para SPE deve possuir as seguintes propriedades: (a) alto grau de ligações cruzadas para boa estabilidade física e partículas esféricas pequenas (possivelmente de aproximadamente 10 µm de diâmetro), (b) poros com alta área superficial para uma cinética rápida, e com os grupos quelantes na superfície ou próximos a ela para evitar impedimento estérico na quelação do íon metálico (FRITZ, 1999). A extração de íons metálicos usando resinas quelantes tem diversas vantagens sobre outros métodos mais convencionais (PAULL; FOULKLES; JONES, 1994; GARG et al., 1999): a) Determinação seletiva de metais será possível com uso de uma resina quelante contendo um ligante que possua alta seletividade para o íon metálico de interesse; b) É ausente de dificuldade na separação das fases, que é decorrente da solubilidade mútua entre as camadas de água e solvente orgânico; 54 c) O uso da resina quelante é um método econômico uma vez que utiliza uma pequena quantidade de ligante e solvente extrator o que também aumenta a sensibilidade do sistema; d) A determinação de metais-traço em baixos níveis como ppb torna-se possível pois o íon de interesse é enriquecido na fase sólida; e) A concentração do íon metálico pode ser visualmente estimada a partir da intensidade da coloração da fase sólida se o complexo metálico formado possuir absorção na região do visível do espectro eletromagnético; f) O uso de solventes orgânicos (que podem ser carcinogênicos) é evitado, sendo a técnica considerada “ecologicamente correta” ("Green Chemistry"); g) Resinas quelantes retêm essencialmente a fração dissolvida lábil (disponível) em solução. Como essa fração é a que melhor representa a quantidade de metais disponível no momento para espécies aquáticas, como peixes, dando informações importantes sobre o potencial toxicológico. Dentre as resinas quelantes, pode-se citar as resinas funcionalizadas com ácido iminodiacético (IDA, do inglês “iminodiacetic acid”), com 8-hidroxiquinolina, com ácido hidroxâmico, as resinas de tioglicolato e materiais de fosfato-celulose. A seguir, são apresentados alguns exemplos específicos para ilustrar as muitas possibilidades do uso da SPE com resinas quelantes. 1.3.1.2.1 Resinas funcionalizadas com ácido iminodiacético (IDA) Resinas quelantes contendo iminodiacetato – ou ácido iminodiacético (IDA) – como grupo funcional são largamente utilizadas devido à sua forte capacidade de adsorção de íons metálicos. A Figura 10 mostra o grupo funcional responsável pela complexação. Algumas das resinas funcionalizadas com IDA disponíveis comercialmente são a Chelex-100® (com suporte de poli(estireno-divinilbenzeno)), MetPac CC-1 (suporte de poli(estireno-divinilbenzeno) macroporoso com alto teor de ligações cruzadas), Muromac A-1 (com suporte de poli(estireno-divinilbenzeno) e alta ocorrência de ligações cruzadas), Prosep IDA (de vidro de porosidade controlada), Toyopearl AF-Chelate-650M (com suporte de metacrilato macroporoso), CHITOPEARL CI-03 (com suporte chitosan de ligações cruzadas altamente 55 macroporoso), Dowex A-1. (SAMUELSON, 1963; GAO et al., 2002; KATARINA et al., 2008). Figura 10: Grupo funcional quelante das resinas funcionalizadas com IDA. Como exemplo, a resina Dowex A-1 apresenta a seguinte sequência de seletividade para íons metálicos: Pd2+ > Cu2+ >> Fe2+ > Ni2+ > Pb2+ > Mn2+ >> Ca2+ ≈ Mg2+ >> Na+ (SAMUELSON, 1963). De acordo com a Figura 11, pode-se verificar que os quelatos são facilmente eluídos da resina após tratamento com ácido. Figura 11: Aquisição de diferentes cátions divalentes pela resina quelante Dowex A-1, em função do pH. Fonte: Adaptado de SAMUELSON, 1963. Juntamente com a 8-hidroxiquinolina, as resinas impregnadas com IDA têm sido principalmente empregadas em estudos envolvendo água do mar. Infelizmente a seletividade das resinas funcionalizadas com IDA é menos favorável a análise 56 desse tipo de amostra quando comparada à seletividade da 8-hidroxiquinolina (outro agente quelante, que será discutido posteriormente) devido à separação incompleta dos elementos alcalinos e alcalinos terrosos, e a remoção dos componentes da matriz é essencial para o sucesso do método. (WARNKEN et al., 2000; WILLIE et al., 2001; VASSILEVA; FURUTA, 2003; KATARINA et al., 2008). 1.3.1.2.1.1 Chelex-100® A Chelex-100® foi originalmente investigada por Ryler e Taylor e desde então tem sido bastante estudada e modificada, tanto para sistemas online e offline. Um grande número de resinas similares a ela tem sido alvo de interesse de diversos grupos de pesquisa, em geral resinas macroporosas de partículas grandes, como por exemplo, a Lewatit TP 207 e a Chelamina (PAULL; FOULKLES; JONES, 1994). A resina quelante Chelex-100® é um co-polímero de estireno-divinilbenzeno imobilizado com grupos funcionais iminodiacetato que agem como grupos quelantes na ligação com íons metálicos polivalentes. Em baixos valores de pH, tanto o nitrogênio da imina quanto os grupos carboxílicos se encontram na forma protonada. O nitrogênio protonado adquire carga positiva, podendo atrair ânions, enquanto que os grupos carboxílicos mantêm-se neutros e não-reativos. À medida que ocorre um aumento do pH, a sorção de ânions decresce e a de cátions cresce, até que em pH acima de 12 a resina se torna unicamente um trocador catiônico (BioRad, 200-; CEO; KAZEROUNI; RENGAN, 1993). A Figura 12 apresenta as formas zwitteriônicas da Chelex-100® em função do pH. Figura 12: Formas zwitteriônicas da Chelex-100® em função do pH. Fonte: Bio-Rad, 200-. 57 Embora a capacidade de adsorção para metais da Chelex-100® seja grande, suas partículas são um tanto grandes e o baixo teor de ligações cruzadas poliméricas leva a dilatação e contração excessiva do leito da resina na coluna quando ocorre uma variação de pH ou da composição iônica (GAO et al., 2002; KATARINA et al., 2007). Além disso, dificuldades com a retenção de sal associado à análise por ICPMS têm limitado seu uso (WARNKEN et al., 2000). Mas para reduzir o efeito dessas interferências, os elementos da matriz adsorvidos na resina são usualmente removidos através da passagem de uma solução tampão de acetato de amônio através da resina quelante (RAHMI et al., 2007). O fator de seletividade é a quantidade mensurada da afinidade que a resina Chelex-100® apresenta para um cátion em particular, comparada com a afinidade para seu cátion de referência (neste caso, Zn2+). A Tabela 8 apresenta uma série de fatores de seletividade para alguns cátions divalentes. 58 Tabela 8: Seletividade para alguns cátions divalentes. Elemento Fator de Seletividade Hg2+ 1060 Cu2+ 126 UO2+ 5,70 Ni2+ 4,40 Pb2+ 3,88 Zn2+ 1,00 Co2+ 0,615 Cd2+ 0,390 Fe2+ 0,130 Mn2+ 0,024 Ba2+ 0,016 Ca2+ 0,013 Sr2+ 0,013 Mg2+ 0,009 Na+ 0,0000001 Fonte: Bio-Rad, 200-. Os valores de seletividade dependem do meio: pH, força iônica e a presença (ou não) de outras espécies formadoras de complexos. Assim por exemplo, o Hg2+ aparece no topo da série de seletividade na presença de íons nitrato, mas o extremo oposto ocorre nas séries em que há a presença de cloreto no meio, devido à formação de complexos. A ordem aproximada de seletividade para cátions em soluções contendo cloreto e/ou nitrato é (Bio-Rad, 200-): Cu2+ >> Pb2+ > Fe3+ > Al3+ > Cr3+ > Ni2+ > Zn2+ > Ag+ > Co2+ > Cd2+ > Fe2+ > Mn2+ > Ba2+ > Ca2+ >>> Na+ A série de seletividade para cátions em meio contendo tampão de acetato de sódio é (Bio-Rad, 200-): 59 Pd2+ > Cu2+ >> Fe2+ > Ni2+ > Pb2+ > Mn2+ >> Ca2+ = Mg2+ >>> Na+ A série de seletividade para cátions em soluções aquosas com pH = 4 é (BioRad, 200-).: Hg2+ > Cu2+ > Pb2+ >>> Ni2+ > Zn2+ > Cd2+ > Co2+ > Fe2+ > Mn2+ > Ca2+ >>> Na+ Já para cátions em soluções aquosas com pH = 9 na presença de sulfato de amônio de concentração igual a 1,5 mol L-1 é (Bio-Rad, [200?]).: Co2+ > Ni2+ > Cd2+ > Cu2+ > Zn2+ Ca2+ >>> Na+ 1.3.1.3 Aplicações A seguir, a Tabela 9 apresenta algumas aplicações da SPE para a préconcentração de metais a partir de soluções salinas, em geral água do mar, com salinidades similares a algumas amostras de água produzida. 60 Tabela 9: Aplicações da extração em fase sólida na pré-concentração de metais em amostras salinas. Natureza da amostra Água do mar Água do mar Água do mar Água do mar Analito(s) Sistema analítico Informações relevantes Co Complexo com BTAHQ e SPE em discos de membrana de C18. Detecção por Espectrofotometria de UV-Vis FE = 100; Faixa linear = 0,01 - 0,38 µg mL-1; Validação com GF AAS (método de referência). Cd(II), Co(II), Cr(III), Ni(II), Pb(II), Zn(II) Complexo com PAN e SPE com MNPs de Fe3O4 recobertas com ácido decanóico. Detecção por FIICP OES MNPs extraídas do meio através da aplicação de campo magnético externo; Faixa linear: 1- 400 µg L-1 (todos); FE = entre 116 (Co) e 150 (Zn); Adição de padrão; Metodologia aplicada também à águas de poço, de torneira e mineral. U(VI), Th(IV) e Zr (IV) Complexo com Arsenazo(III) e SPE em Amberlite XAD-2000 impregnada com oxima αbenzoína. Detecção por Espectrofotometria de UV-Vis Pb Complexo com 8-HQS e SPE em minicoluna empacotada com florisil. Detecção por IDFI-ICP-MS. LOD(s) e/ou LOQ(s) (continua) Referência LOD = 3,1 ng mL-1 AMIN, 2010 LOQ = 9,7 ng mL-1 LODs: entre 0,2 µg L-1 (Zn) e 0,8 µg/L (Pb) Calibração multivariada; LODs: Emprego da Adição de Padrão; U = 0,50 µg L-1; Validação por ICP OES; Th = 0,54 µg L-1; Metodologia aplicada também à Zr = 0,48 µg L-1. águas de poço e de torneira e também à cerâmicas. FARAJI, 2010 GHASEMI, 2010 HUANG, 2004 Validação com CRM: GBW 08607 LOD = 0,24 ng mL-1 60 61 Tabela 9: Aplicações da extração em fase sólida na pré-concentração de metais em amostras salinas. Natureza da amostra Água do mar Água do mar costeira Água do mar Água do mar Analito(s) (continuação) Sistema analítico Informações relevantes LOD(s) e/ou LOQ(s) Referência Fe, Mn, Co, Ni, Cu, Zn, Cd, Pb SPE em resina comercial Toyopearl AF-Chelate-650M e detecção por ID-HR-ICP-SFMS Procedimento offline; Métodologia combinando adição de padrão (monoisotópicos Co e Mn) e ID (outros elementos); Validação: CRM NASS-5 (água do mar), e com materiais de referência do SAFe Program S1 (água superficial) e D2 (água de 1000 m de profundidade); LODs: entre 0,0002 nmol L-1 (Pb) e 0,026 nmol L-1 (Ni) MILNE, 2010 Fe SPE com nanopartículas de TiO2 e ID-ICP-MS Salinidade residual < 0,002%; Validação: CRM CASS-2 (água do mar) e co-precipitação com Mg(OH)2 e ID-MS. LOD = ~65 ng kg-1 e ~69mg kg-1 QUÉTEL, 2010 Cu(II), Ni(II) e Cr (III) SPE com Diaion SP-850 modificada com BHAPPDI e detecção por F AAS LODs: Cu(II) = 7,8 µg L-1; Ni(II) = 5,2 µg L-1; Cr(III) = 6,2 µg L-1. SHOKROLAHI, 2010 Cu SPE com microcoluna recheada com fibroína de seda e detecção por SI-GF AAS FE = 125 (todos) FE = 27,3; Faixa linear: 0,025 - 1,5 µg L -1; Validação: CRM GBW 08608 (água de rio) e NASS-5 (água do mar); Metodologia aplicada também à águas de caverna e de rio. CHEN, 2009 LOD = 8,0 ng L-1 61 62 Tabela 9: Aplicações da extração em fase sólida na pré-concentração de metais em amostras salinas. Natureza da amostra Água do mar Água do mar superficial Água do mar Analito(s) Sistema analítico Informações relevantes Cu SPE em minicoluna empacotada com cotton após formação do par iônico ternário Cu-CAS-CTAB e detecção por ICP OES Eluição com 1-prOH em meio á solução de HNO3; Faixa linear: 0,5 – 100 µg L-1; FE = 680; FPC teórico = 500. SPE com CM-PEHA imobilizada em resina quelante. Detecção por ICP OES e F AAS Validação com CRMs: EnviroMAT EU-L-1 (água residual) e EnviroMAT ES-L-1 (água subterrânea); Faixa linear variando entre 0,001 – 1 µg mL-1 (Mn); 0,005 – 1 µg mL-1 (Cd, Co, Ni e V); 0,01 – 1 µg mL-1 (Fe e Pb); e 0,05 – 1 µg mL-1 (Cu, Mo e Zn); Metodologia aplicada também à amostras de águas residuais tratadas. PC em sílica modificada com grupamento aminoamidoxima e detecção por F AAS Faixa de concentração de aplicação do método: 9 - 91 µg L-1; Metodologia aplicada também à amostras de águas residuais tratadas. Cd, Co, Cu, Fe, Mn, Mo, Ni, Pb, V, Zn (ao todo: 62 elementos) Cu(II) LOD(s) e/ou LOQ(s) LOD = 0,04 µg L-1; LODs: entre 0,003 µg L-1 (Mn) e 0,28 µg L-1 (Zn) LOD = ~9 µg L-1; (continuação) Referência FARAJI, 2009 KAGAYA, 2009 NGEONTAE, 2009 62 63 Tabela 9: Aplicações da extração em fase sólida na pré-concentração de metais em amostras salinas Água do mar Cu, Ni, Pb, Zn SPE com Ni-IIP e detecção por ICP OES e ICP-MS LODs (ICP OES): entre 0,03 µg L-1 (Zn) e 0,18 µg L-1 (Pb); IIP com partículas do complexo LODs (ICP-MS): entre ternário [Ni(II)-DEM-8-HQ]; 0,0022 µg L-1 (Ni) e 0,009 IIP para reconhecimento de Ni, µg L-1 (Zn); mas aplicado para PC dos outros analitos; LOQs (ICP OES): entre Validação com CRMs: SLEW-3 0,11 µg/L (Zn) e 0,60 µg (água estuarina), e TM-23.3 e TM- L-1 (Pb); 24 (águas de lago). LOQs (ICP-MS): entre (continuação) OTERO-ROMANÍ, 2009 0,0073 µg L-1 (Ni) e 0,031 µg L-1 (Zn); Água do mar Água do mar sintética Cu Cu(II) SPE com nanopartículas de TiO2 coloidal e detecção por GF AAS Amostragem por suspensão; Validação com CRM: GSBZ 50009-88:200924 (água); Metodologia aplicável a água de rio. LOD = 0,29 µg L-1 QIAN, 2009 SPE com Cu(II)-IIP e detecção por GTA-AAS IIP formado pela copolimerização do ácido salicílico + formaldeído + complexo Cu(II)-PAR; Faixa linear: 20 - 100 µg L-1; Metodologia aplicada também para águas de torneira e destilada. LOD = 3,0 µg L-1 SINGH, 2009 63 64 Tabela 9: Aplicações da extração em fase sólida na pré-concentração de metais em amostras salinas Água do mar Água do mar Água do mar Co, Cd, Cr, Mn, Ni, Zn Mo Cr total SPE em minicoluna de silica gel funcionalizada com DPTH e detecção por ICP-MS. Determinação simultânea dos analitos; Procedimento on line; FE = entre 2,3 (Ni) e 32,9 (Zn); Faixa linear: do LOQ até ao menos 60 µg L-1 (todos os elementos); Validação com CRMs: SLRS-4 (água de rio), SLEW-3 (água estuarina), NASS-5 (água do mar) e TMDA-54.4; Metodologia aplicada também à amostras de água de rio. SPE em I-8-HQ em sílica e detecção por ID-ICP-SF-MS e ID-ICP-MC-MS Procedimento on line; Validação com CRM: NASS-5 (água do mar); 1a aplicação do método de curva de ID para quantificação de metais traço reportada na literatura. SPE em I-DPC em sílica e detecção por ID-ICP-SF-MS (continuação) LODs: entre 0,006 µg L-1 (Co) e 0,530 µg L-1 (Cr) TRUJILLO, 2009 LOQs: entre 0,019 µg L-1 (Co) e 1,770 µg L-1 (Cr) - Redução do Cr a Cr(III) com NH2OH.HCl; Procedimento on line; Validação com CRMs: CASS-4 LOD proposto: 0,05 ng g-1 (água do mar) e NASS-5 (água do mar); Aplicação nos candidatos a CRM CASS-5 e NASS-6. YANG; STURGEON , 2009 (a) YANG, 2009 (b) 64 65 Tabela 9: Aplicações da extração em fase sólida na pré-concentração de metais em amostras salinas Água do mar Água do mar Água do mar Água do mar costeira Fe SPE em resina NTA Superflow e detecção por ID-ICP-MC-MS. Fator de pré-concentração = 100 Validação com materiais de referência do SAFe Program S1 (água superficial) e D2 (água de 1000 m de profundidade); LOD = ~0,05 nmol L-1 (continuação) JONG, 2008 Zn, Cd SPE em sílica gel modificada com 2,4,6 trimorfolil-1,3,5triazina. Detecção por F AAS Faixa linear: Cd =1 - 50 ng mL-1; LODs: Zn =0,5 - 20 ng mL-1; Zn = 0,34 ng mL-1; Método aplicado também em Cd = 0,23 ng mL-1. folhas de macieira (Ni) e urina (Co). MADRAKIAN, 2008 Al, Mn, Fe, Co, Ni, Cu, Zn, Cd, Pb SPE em resina comercial Nobias Chelate-PA1 modificada com grupo funcional dos ácidos etilenodiaminotriacético e iminodiacético. Detecção por ICP-MS. Mn e Fe: ICP-MS em "DRC mode"; outros: "standard"; Validação com CRMs: NASS-5 (água do mar) e CASS-4 (água do mar), e com materiais de referência do SAFe Program S1 (água superficial) e D2 (água de 1000 m de profundidade); LODs (sem PC): entre 0,29 ng kg-1 (Cd) e 15 ng kg-1 (Zn) SOHRIN, 2008 SPE em resina Chelex-100® e detecção por GF AAS. Especiação de V; Eluição com NH4OH (V(V)) e HClO4 (V(IV)) Faixa linear: até 10 nmol L-1; Validação com CRM: CASS-4 (água do mar). LODs (sem PC): ~0,05 nmol -1L WANG, 2008 V(IV) e V(V) 65 66 Tabela 9: Aplicações da extração em fase sólida na pré-concentração de metais em amostras salinas Água do mar Cd, Cu, Ni, Pb, Zn Águas salinas Cd(II), Cu(II), Cr(III), Pb(II), Ni(II), Zn(II) Água do mar Água do mar Água do mar (continuação) Comparação entre 3 procedimen tos de PC: SPE, extração por Complexo com HEDC e SPE solvente e co-precipitação; com as resinas Amberlite XAD4 e Dowex Optipote V-493. FPC para a SPE = 25; Detecção por GF AAS Validação com CRM: BCR-403 (água do mar). - KOMJAROVA, 2006 Seletividade semelhantes para todos os analito, exceto Cr(III) por sua valência. - WOODBERRY, 2005 LOD = 0,3 ng mL-1 ERSÖZ, 2004 SPE em Amberlite IRC 748 e detecção por ICP-SF-MS. MIP: [poly(EGDMA-MAH-Ni(II)]; Faixa linear: 0,3 - 25 ng mL-1; FE = 72,66; Extração seletiva mesmo na presença de íons de raio iônico semelhante. Ni SPE com colunas empacotadas com MIP e detecção por F AAS Pb Complexo com 8-HQS e SPE em minicoluna empacotada com florisil. Detecção por IDFI-ICP-MS. Validação com CRM: GBW 08607 LOD = 0,24 ng mL-1 HUANG, 2004 Complexo com APDC e SPE com resina Chromosorb-102. Detecção por F AAS Validação com CRM: GBW 07309 (sedimento); Para água do mar, resultados comparados com SNOEYNG; JENKIS, 1980; Método aplicado também para água potável e sedimento. LODs = entre 0,10 µg L-1 (Cd) e 11 µg L-1 (Fe) SARAÇOĞLU, 2004 Bi, Cd, Co, Cu, Fe, Ni, Pb 66 67 Tabela 9: Aplicações da extração em fase sólida na pré-concentração de metais em amostras salinas (continuação) Fe Separação da matriz com disco quelante e ID-ICP-CCTMS Validação com CRMs: JAC-0031 (água de rio), SLEW-3 (água estuarina), CASS-3 (água do mar) e NASS-5 (água do mar). LOD = 10 pg g-1 TAKAKU, 2004 Água do mar Bi, Pb, Ni SPE com sílica modificada com 3-aminopropiltrietoxisilano e detecção por GF AAS Uso de seringa como suporte de preenchimento; Adiçao de padrão. LOD = 0,5 µg L-1 (todos) TOKMAN, 2003 Água do mar Cd SPE com sílica funcionalizada com DPTH e detecção por ICP OES FPC = 86; Método aplicado também a águas residuais. LOD = 1,1 µg L-1 CAMEL, 2003 apud ZOUGAGH, 2002 Água do mar Cd SPE com sílica funcionalizada com TS e detecção por ICP OES FPC = 62; Método aplicado também a águas residuais. LOD = 4,3 µg L-1 CAMEL, 2003 apud ZOUGAGH, 2002 Água do mar Fe SPE com sílica funcionalizada com 8-HQ e detecção por Espectrofotometria LOD = 0,016 nmol L-1 CAMEL, 2003 apud WEEKS; BRULAND, 2002 Cu, Cd Complexo com APDC e SPE com sílica-C18. Detecção por GF AAS. Fator de PC = 25 - 100 LOD = 6,5 - 1,26 µg L * CAMEL, 2003 apud LIU; HUANG, 1993 Cu, Cd, Co Complexo com 1,10fenantrolina e SPE com sílicaC18. Detecção por F AAS. FPC = 22 - 32; Método aplicado também a amostras geológicas e de mexilhão. LOD = 0,3 - 6,0 µg L-1 * CAMEL, 2003 apud ALI et al., 1999 Água do mar CRMs de água do mar CRMs de água do mar - -1 67 68 Tabela 9: Aplicações da extração em fase sólida na pré-concentração de metais em amostras salinas CRMs de água do mar Cd Complexo com PAR ou PADMAP e SPE com sílicaC18. Detecção por GF AAS. Água do mar Cr(III), Cr(VI), Cr total Complexo com DDTC e SPE com sílica-C18. Detecção por F AAS. Água do mar (continuação) LOD = 1,7 - 4 ng L-1 * CAMEL, 2003 apud SU; HUANG, 1998 FPC = 90-500; Método aplicado também a amostras de efluentes industriais. LOD = 20 ng L-1 CAMEL, 2003 apud RAO et al., 1998 Cr(VI), Cr total Complexo com DDTC e SPE com sílica-C18. Detecção por GF AAS. FPC = 12; Método aplicado também a amostras de água de rio, folhas de tomateiro, mexilhões e CRM de aço de baixo teor em carbono. LOD = 1,6-1,8 ng L-1 * CAMEL, 2003 apud SPERLING et al., 1992 Água do mar Cu SPE com sílica-C18 recoberta com TAN. Detecção por GF AAS. FPC = 33 LOD = 5 ng L-1 CAMEL, 2003 apud QUEIROZ et al., 2002 CRMs de água do mar Fe(II), Fe(III) SPE com sílica-C18 recoberta com FZ. Detecção por Espectrofotometria. FPC = 6 - 60 LOD = 0,1 - 0,3 nmol L-1 * CAMEL, 2003 apud BLEIN; TRÉGUER, 1995 Cu Complexo com APDC e SPE em reatores PTFE. Detecção por F AAS. FPC = 340; Método aplicado também a amostras de água de rio e de torneira. LOD = 50 ng L-1 CAMEL, 2003 apud ANTHEMIDIS et al., 2001 Cr(VI) Complexo com APDC e SPE em reatores PTFE. Detecção por F AAS. FPC = 80; Método aplicado também a amostras de água de rio e de torneira e efluentes industriais. LOD = 800 ng L-1 CAMEL, 2003 apud ANTHEMIDIS et al., 2002 Águas costeiras Águas costeiras FPC = 25 - 50 68 69 Tabela 9: Aplicações da extração em fase sólida na pré-concentração de metais em amostras salinas Pb Complexo com APDC e SPE em reatores PTFE. Detecção por F AAS. FPC = 330; Método aplicado também a amostras de água de rio e de torneira, sedimento marinho; tecidos de peixe e de mexilhão. Cr(VI) Complexo com APDC e SPE em reator entrelaçado de PTFE (PTFE (KR)). Detecção por GF AAS. FPC = 19; Método aplicado também amostras de água potável. CRM de água do mar Cr(IV) Complexo com APDC e SPE em reator entrelaçado de PTFE (PTFE (KR)). Detecção por GF AAS. CRM de água do mar Cr(IV) Complexo com APDC e SPE em esferas de PTFE. Detecção por GF AAS. CRMs de água do mar Cu Águas estuarinas Cu, Cd, Ni, Zn, Mn SPE em resina Toyopearl AFChelate-650M e detecção por ICP-MS Água do mar sintética Cu, Cd, Pb, Zn SPE com trocador catiônico e detecção por F AAS. Águas costeiras Água do mar (continuação) LOD = 800 ng L-1 CAMEL, 2003 apud ZACHARIADIS et al., 2002 -1 LOD = 4,2 ng L CAMEL, 2003 apud NIELSEN; HANSEN, 1998 FPC = 16,3; Método aplicado também a CRM de água natural. LOD = 16 ng L-1 CAMEL, 2003 apud SOM-AUM et al., 1998 FPC = 30,1; Método aplicado também a CRM de água natural. LOD = 8,8 ng L-1 CAMEL, 2003 apud SOM-AUM et al., 1998 LOD = 60 - 600 ng L-1 * CAMEL, 2003 apud YEBRA et al., 2001 LOD = 1,4 - 86 ng L-1 * CAMEL, 2003 apud BECK et al., 2002 LOD = 30 - 200 ng L-1* CAMEL, 2003 apud FANG et al., 1984 a SPE em resina XAD-4 recoberta com PAN e detecção FPC = 29,1 - 296,1; por F AAS. - FPC = 50 - 105 Método aplicado também a CRM de água natural. 69 70 Tabela 9: Aplicações da extração em fase sólida na pré-concentração de metais em amostras salinas CRM de água do mar Água do mar Água do mar Água do mar (continuação) Fe, Ni, Cu, Zn, Mo, Cd, Pb, V, Mn, Co SPE em coluna empacotada com resina comercial Toyopearl AF-Chelate-650M e detecção por FI-ICP-MS Procedimento online; Validação com CRMs: CASS-3 (água do mar) e NASS-5 (água do mar), mas aplicado apenas para otolitos de peixe. LODs (otólitos) = entre 0,1 ng L-1 (Co) e 12 ng L-1 (Zn) WILLIE, 2001 Mn, Ni, Cu, Cd, Pb SPE com resina comercial Toyopearl AF-Chelate-650M e detecção por ICP-MS Procedimento online; Uso de apenas 1 mL de amostra; Validação com CRMs: CASS-4 (água do mar) e NASS-4 (água do mar) LODs = entre 0,06 pg mL1 (Cd) e 1,1 pg mL-1 (Mn) WARNKEN, 2000 U(VI) Complexo com 8-HQ e SPE em cartuchos de C8. Detecção por Polarografia de Pulso Diferencial Comparação entre diferentes tipos de cartuchos adsorventes; Adição de EDTA durante a SPE; Eluição com CHCl3; FPC >100; Adição de padrão. - DOJOZAN, 1998 Fe, Co, Ni, Cu, Zn, Cd Complexo com HEDC e SPE em colunas preenchidas com C18 suportado poliestireno. Detecção por HR-ICP-SF-MS Paralelo com Solvente. LOD = entre 0,02 ng L-1 (Co) e 0,36 ng L-1 (Zn) WELLS, 1998 a Extração por 70 71 Tabela 9: Aplicações da extração em fase sólida na pré-concentração de metais em amostras salinas Água do mar Água do mar Água do mar Mn, Co, Ni, Cu, Zn, Cd, Pb Mn, Co, Cu, Cd, Pb Hg(II) e CH3Hg(I) (continuação) SPE com I-8-HQ em tubo de silicone e detecção por FI-ICPMS Imobilização da 8-HQ na parede interna do tubo de silicone; Procedimento on line; Validação com CRMs: CASS-3 (água do mar) e NASS-4 (água do mar). Metodologia empregada a baixa pressão, evitando problemas de "back pressure". LOD = entre 0,003 ng L-1 (Co e Pb) e 0,054 ng L-1 (Ni) WILLIE, 1998 SPE em resina comercial Met Pac CC-1 e detecção por FIICP-MS Procedimento online; Estudo da matriz por ICP OES e da viabilidade do tempo de PC por F AAS; Validação com CRMs: SLRS-2 (água de rio) e NASS-2 (água do mar); Aplicável também a águas de rio. LOD = entre 17 ng L-1 (Cd) e 56 ng L-1 (Cu) NICKSON, 1997 Complexo com DDC, APDC ou DZ e SPE em sílica C18. Detecção por CV-AAS Comparativo entre 3 complexantes: DDC, APDC e DZ; LODs: Faixa linear: DDC = 16 ng L-1; DDC e APDC = acima de 40 APDC = 18 ng L-1; µg/L; DZ = 67 ng L-1. DZ = acima de 200 µg/L; Adição de padrão; GARCIA, 1994 71 72 Tabela 9: Aplicações da extração em fase sólida na pré-concentração de metais em amostras salinas Água do mar Fe, Mn, Co, Ni, Cu, Zn, Cd, Pb Dois procedimentos de SPE: (1) Met Pac CC-1 (comercial); e (2) I-8-HQ em sílica. Detecção por ICP-MS. Determinação simultânea dos analitos; Procedimento on line; Validação com CRMs: CASS-2 (água do mar) e NASS-3 (água do mar); Água do mar (água oceânica superficial) Cd, Cu, Fe, Mn, Ni, Pb, Zn Complexo com DOM e SPE em C18. Detecção por F AAS DOM natural. LODs: Met Pac CC-1: entre 1,6 ng L-1 (Pb) e 55 ng L-1 (Ni) I-8HQ: entre 0,3 (Cd) e 47 ng L-1 (Fe) LODs: entre 1 pmol kg-1 (Pb) e 126 pmol kg-1 (Zn) (conclusão) McLAREN, 1993 DONAT, 1986 72 73 1.4 TÉCNICAS ANALÍTICAS APLICADAS À DETERMINAÇÃO DE METAIS As instrumentações analíticas utilizadas na caracterização química de amostras ambientais são bastante variadas. A técnica ideal para determinação de elementos químicos em matrizes biológicas e ambientais deve ser capaz de tanto de explorar todos os elementos presentes na matriz como de abranger uma ampla faixa de concentrações, do macro ao micro (SROGI, 2008). Com a evolução da tecnologia analítica e conseqüente conhecimento da presença destes elementos nestes baixos níveis, o termo “traço” foi criado para descrevê-los (BROWN; MILTON, 2005). Existem muitas motivações para o desenvolvimento de técnicas analíticas capazes de realizar detecção e quantificação de espécies em níveis de traço. Como exemplo, existem muitas áreas da ciência e da indústria em que a presença de certos elementos mesmo em quantidades extremamente baixas podem causar impactos muito significantes à saúde humana, à eficiência dos processos industriais e também ao meio ambiente (BROWN; MILTON, 2005). Atualmente, isso automatimaticamente leva à necessidade do cumprimento dos limites (cada vez mais baixos) impostos pelas legislações, cada vez mais rígidas. Apesar de as técnicas espectroanalíticas possuírem reconhecida aplicação na determinação de traços de metais, quando a amostra em questão possui uma elevada concentração de sais, como no caso de amostras de águas salinas, o uso destas técnicas torna-se limitado, devido a alguns fatores, principalmente interferências espectrais e não espectrais (MELO, 2003). A escolha da técnica apropriada para a determinação de elementos traços requer conhecimento das capacidades e limitações das diferentes técnicas disponíveis, a ser considerado (MELO, 2003; CEOTTO, 2009): Sensibilidade e limite de detecção; Precisão e exatidão analítica; Faixa de concentração; Tempo; Custo; Grau de automação; 74 Habilidade necessária do operador; Interferências analíticas e sua capacidade de controle; Superação das contaminações. As técnicas espectroanalíticas divergem em alguns desses parâmetros, o que pode ser decisivo para a escolha daquela que irá se adequar melhor ao método que se pretende utilizar. No entanto, um desses parâmetros parece ser fator comum de preocupação em todas as técnicas estudadas quando a amostra possui uma matriz complexa: são as interferências analíticas. A maioria dos métodos instrumentais de análise não fornece sensibilidade satisfatória ou não estão livres de interferências (que podem ser oriundas da presença de concomitantes na amostra) para determinar diretamente elementos-traços em água de mar em níveis em torno de pg L-1 ou ng L-1. Neste caso, faz-se necessário o uso de métodos para a préconcentração/eliminação de interferências da matriz (MELO, 2003). As técnicas analíticas que podem ser utilizadas par determinação de metaistraço são: Potenciometria (com emprego de eletrodos íon-seletivo – ISE), Voltametria de Redissolução (em geral utilizando técnicas polarográficas), Fluorescência de Raios-X (XRF) e Análise por Ativação de Nêutrons (NAA), dentre outras. Porém, as técnicas mais utilizadas para determinação de metais-traço em águas salinas são as técnicas espectrométricas, que abrangem a Espectrometria de Absorção Atômica com Chama (F AAS), a Espectrometria de Absorção Atômica com Forno de Grafite (GF AAS) - também chamada de Espectrometria de Absorção Atômica Eletrotérmica -, a Espectrometria de Emissão Óptica com Fonte de Plasma Indutivamente Acoplado (ICP OES), e a Espectrometria de Massa com Fonte de Plasma Indutivamente Acoplado (ICP-MS). A Figura 13 ilustra, em forma de diagrama, os limites comuns em análise quantitativa. A Tabela 10 traz as principais características de algumas das técnicas de Espectrometria Atômica para a análise de amostras líquidas, enquanto que Figuras 14 apresenta as faixas de determinação de traços. 75 Figura 13: Demarcações aproximadas em análise quantitativa comumente usados. Fonte: Adaptado de BROWN; MILTON, 2005. Tabela 10: Principais características de algumas das técnicas Espectrometria Atômica. Característica ICP-MS ICP OES AAS Capacidade multi-elementar + + - Elementos-traço ++ + ++ Elementos-ultratraço ++ - + Limites de detecção pg mL-1 – fg mL-1 ng mL-1 pg mL-1 Quantidade analito na amostra ng – fg µg – ng ng – pg ++ - - 109 108 109 Análise isotópica (Análise por Diluição Isotópica) Faixa dinâmica Fonte: Adaptado de BECKER, 2005. de 76 Figura 14: Faixa analítica para determinação de traços de algumas técnicas espectrométricas. Fonte: adaptado de BECKER, 2005. 1.4.1 Espectrometria de Absorção Atômica (AAS) Dentre as técnicas de Espectrometria Atômica, a mais popular é a Espectrometria de Absorção Atômica (AAS), introduzida por Alan Walsh em 1955. A AAS se tornou uma técnica bem estabelecida por sua capacidade de promover determinações precisas, acuradas e bastante sensíveis de elementos em níveis de traço e de ultratraço (BECKER, 2005; SROGI, 2008). A Espectrometria de Absorção Atômica fundamenta-se na passagem de radiação eletromagnética de um dado comprimento de onda, através de um vapor atômico contendo átomos livres no estado fundamental. Tais átomos absorvem uma fração desta radiação incidente, atingindo um ou mais estados excitados de maior energia (OLIVEIRA, 2004 apud WELZ, 1985; EWING, 1972; SKOOG et al., 2002; EWING, 1990). A AAS, que por muitos anos foi a mais utilizada na determinação de metaistraço em amostras líquidas, pode ser realizada usando principalmente a atomização 77 por chama (F AAS) – com limites de detecção na faixa de baixo mg/L – e a atomização por forno de grafite – na faixa de µg/L ou abaixo. A desvantagem da AAS é a ausência da capacidade multielementar. Recentemente, a AAS de Alta Resolução com Fonte Contínua (HR-CS AAS) foi introduzida no mercado analítico. A vantagem desta nova técnica, usando uma fonte de radiação contínua e um detector de dispositivo de carga acoplada (CCD), é que pode ser aplicado para determinações multielementares (especificamente para a F AAS, funcionando como um ICP OES sequencial) em matrizes mais complexas (BECKER, 2005). Detalhes sobre esta técnica serão abordados mais adiante. 1.4.1.1 Histórico A espectrometria de absorção atômica (AAS) foi proposta como técnica analítica para determinações elementares em trabalhos independentes publicados por Alan Walsh e Alkemade e Milatz em 1955. Entretanto, Walsh geralmente é reconhecido como o “pai” da técnica, devido ao seu incansável esforço durante o período de aproximadamente 1952 a 1962, não apenas para que sua idéia fosse aceita como também para superar o preconceito (WELZ et al., 2005; LEPRI, 2009). Em 1952, Alan Walsh começou a demonstrar interesse pela espectrometria de absorção atômica como o resultado da interação de duas experiências que ele vivenciou: uma delas trabalhando com análise espectroquímica de metais no período de 1939-1946, e outra com espectroscopia molecular no período de 19461952. A interação entre estas duas experiências ocorreu quando o mesmo começou a se perguntar: Por que espectros moleculares são usualmente obtidos em absorção enquanto que espectros atômicos em emissão? A resposta a esta pergunta evidenciou que não existiam boas razões para negligenciar o espectro de absorção atômica; pelo contrário, este parece oferecer muito mais vantagens sobre o espectro de emissão atômica (WALSH, 1955; WELZ et al., 2005; LEPRI, 2005). Existia o atrativo de que a absorção é, ao menos para vapores atômicos produzidos termicamente, virtualmente independente da temperatura do vapor atômico e do potencial de excitação. Em adição a este fato, a técnica de espectrometria de absorção atômica oferece a possibilidade de superar interferências de excitação, que eram naquele tempo descritas por muitos como as responsáveis por algumas interferências interelementares experimentadas em 78 espectroscopia de emissão quando se utilizava uma descarga elétrica como fonte de radiação. A técnica de espectrometria de absorção atômica poderia ainda superar problemas causados pela auto-absorção e auto-reversão, que tornavam difícil o uso das linhas mais sensíveis em espectroscopia de emissão (WELZ et al., 2005; LEPRI, 2005). Durante o desenvolvimento da técnica de AAS, Alan Walsh concluiu que para medir os espectros de absorção utilizando uma fonte contínua de radiação uma resolução espectral de cerca de 2 pm seria necessária, pois do contrário a grande quantidade de radiação espúria que chegava ao detector causava uma acentuada perda de sensibilidade e linearidade na curva de calibração. Entretanto, esta resolução estava muito além das apresentadas pelos melhores espectrômetros que ele dispunha em seu laboratório, e o mesmo propôs então o uso de fontes de linha (LS) específicas para cada elemento com o perfil de emissão o mais estreito possível. Desta forma, a função do monocromador era simplesmente a de separar a linha analítica das outras linhas emitidas pela fonte, sem precisar possuir alta resolução. Este conceito deu início à espectrometria de absorção atômica com fontes de linha (LS AAS) (WELZ et al., 2005; LEPRI, 2009; SANTOS, 2009a). Assim, fontes de emissão de linhas, especialmente lâmpadas de catodo oco (HCL) foram desenvolvidas e são, até hoje, utilizadas em instrumentos comerciais. A técnica de AAS convencional com fonte de linha (LS) desenvolveu-se a partir dos princípios de Walsh, e pode ser considerada hoje uma técnica bem estabelecida e consolidada (WELZ et al., 2005; BORGES, 2009). O desenvolvimento e difusão dos instrumentos de LS AAS e o sucesso obtido na utilização da técnica estão centrados em algumas vantagens características, que incluem (WELZ; SPERLING, 1999; WELZ et al., 2005; BORGES, 2009): Desenho relativamente simples e barato, permitindo a utilização de monocromadores de média resolução e sistemas de detecção simples; Alta seletividade e especificidade como conseqüência do uso de fontes de emissão de linhas específicas para cada elemento e do princípio da modulação, Redução em interferências espectrais causadas por sobreposição de linhas analíticas (em especial se comparado à emissão atômica); 79 Tolerância relativamente alta da chama e de atomizadores eletrotérmicos frente a constituintes da matriz. Embora estas qualidades caracterizem a robustez, seletividade e simplicidade da LS AAS, algumas limitações estão associadas à técnica, incluindo (WELZ; SPERLING, 1999; WELZ et al., 2005; BORGES, 2009): Determinação de um elemento por vez, requerendo portanto uma lâmpada para elemento; Atenuação da radiação medida sobre intervalos espectrais estreitos (correspondentes à largura da linha emitida pela fonte), restringindo a disponibilidade de informação acerca do ambiente espectral; Absorção total e fundo são medidos seqüencialmente, o que compromete a avaliação do sinal para fundo que muda rapidamente com o tempo e requer sistemas de correção de fundo capazes de detectar e eliminar interferências, como a correção com lâmpada de deutério e correção por efeito Zeeman, que acrescentam complexidade e custo elevado aos espectrômetros de AA. Embora a correção de fundo por efeito Zeeman tenha atingido elevado nível de desempenho, seu funcionamento não é ideal em todos os casos, e algumas limitações práticas estão associadas a todos os sistemas de correção de fundo em LS AAS (WELZ; SPERLING, 1999; BORGES, 2009). Com o desenvolvimento da espectrometria de emissão óptica com fonte de plasma indutivamente acoplado (ICP OES) e da espectrometria de massa com fonte de plasma indutivamente acoplado (ICP-MS), surgiram questionamentos quanto ao futuro da absorção atômica. Em 1989, Gary Hieftje se posicionou da seguinte forma (HIEFTJE, 1989): “...para que a AAS permaneça viável, em face à forte competição de técnicas alternativas (ICP OES; ICP-MS), claramente torna-se necessário uma renovação na instrumentação ou nos conceitos...” “Se esta tendência continuar, eu não me surpreenderia ao ver a remoção dos instrumentos comerciais de AAS do mercado por volta do ano 2000.” 80 A Figura 15 mostra a projeção feita por ele para a AAS por volta dos anos 2000. Segundo ela as publicações utilizando esta técnica chegaria a zero, ou seja, a técnica entraria em completo desuso. Figura 15: Projeção feita por Hieftje para a AAS por volta dos anos 2000. Fonte: HIEFTJE, 1989. 1.4.1.2 Espectrometria de Absorção Atômica por Chama (F AAS) A Espectrometria de Absorção Atômica com Chama trabalha através da introdução da amostra em uma chama, onde seus compostos são dissociados em seus átomos constituites. A radiação eletromagnética é direcionada para chama e é parcialmente absorvida de forma característica pelos atomos presentes. A F AAS é relativamente barata, de simples operação e pouco suscetível a interferências. Entretanto, alguns elementos refratários não são possíveis de serem determinados com boa sensibilidade, uma vez que a temperatura da chama não é alta o suficiente para levar à atomização completa. As análises só podem ser procedidas em caso de amostras liquidas e requerem considerável volume das mesmas; é uma técnica relativamente lenta, e melhor empregada quando apenas um ou poucos elementos precisam ser determinados. Quando um grande número de elementos é requerido, 81 outras técnicas podem ser substancialmente mais rápidas (BROWN; MILTON, 2005). 1.4.1.3 Espectrometria de Absorção Atômica com Forno de Grafite (GF AAS) 1.4.1.3.1 Histórico O conceito de atomização eletrotérmica foi introduzido por L’vov em 1959, mas tornou-se mais conhecido apenas a partir de uma publicação de 1961. Neste trabalho, a amostra era depositada sobre a superfície de um eletrodo móvel de grafite e, em seguida, introduzida em um tubo de grafite revestido com uma folha de tântalo, o qual era aquecido eletricamente. Este sistema possibilitava a atomização dos constituintes da amostra numa única etapa, fornecendo uma nuvem atômica mais concentrada e, dessa maneira, uma melhor sensibilidade era alcançada, com menor consumo da amostra (L’VOV, 1961). Desde então o método de atomização eletrotérmico em forno de grafite teve um acentuado desenvolvimento, objetivando sempre maior sensibilidade e redução das interferências (WELZ; SPERLING, 1999; OLIVEIRA, 2004). Um atomizador eletrotérmico com formato conveniente e viável comercialmente, proposto por Massmann (1968) permitiu selecionar condições otimizadas nas determinações analíticas de diversos elementos. Nesse modelo de atomizador, Massman utilizou um pequeno cilindro de grafite oco, posicionado de forma que o feixe de radiação passasse ao longo do seu eixo longitudinal, e então, fosse aquecido pela passagem de alta corrente elétrica e baixa voltagem (MASSMANN, 1968). Atualmente, os fornos possuem câmaras de refrigeração a água e de atmosfera inerte. O forno de Massman era menos isotérmico do que aquele originalmente proposto por L’vov. Assim, os limites de detecção encontrados por Massman eram 10 vezes piores do que aqueles obtidos por L’vov. Isto tornava o forno de Massman pouco atraente para a realização de medições analíticas (WELZ; SPERLING, 1999; OLIVEIRA, 2004). Na tentativa de tornar o tubo de grafite mais isotérmico durante a atomização, L’vov propôs a inserção de uma plataforma de grafite no interior do forno de Masssman. Nesta configuração, a amostra, introduzida sobre a plataforma, 82 é aquecida independentemente por irradiação a partir do aquecimento do gás inerte pelas paredes do tubo. Dessa forma, a nuvem atômica é formada numa atmosfera mais quente do que a superfície da plataforma, minimizando interferências na fase vapor (WELZ, 1985). 1.4.1.3.2 Princípios Na determinação de um elemento por GF AAS, a célula de absorção, um tubo de grafite, tem como função converter os elementos de interesse presentes na amostra em átomos livres, capazes de absorver radiação de freqüência específica emitida pela fonte espectral, sendo a absorção proporcional à concentração dos átomos livres, presentes no caminho ótico (WELZ; SPERLING, 1999; SANTOS, 2009a). A técnica de GF AAS oferece limites de detecção de 2-3 ordens de grandeza melhores que a espectrometria de absorção atômica com chama (F AAS). Esses melhores limites de detecção devem-se ao maior tempo de permanência do analito no atomizador e maior percentagem de atomização do analito presente na amostra introduzida, em que virtualmente, 100% para GF AAS, enquanto que para F AAS apenas 5% da solução aspirada chega à chama (WELZ; SPERLING, 1999; DESSUY, 2007). Uma quantidade definida da solução amostra, geralmente 5-50 μL, é introduzida diretamente no forno de grafite, onde a temperatura vai sendo aumentada gradualmente para remoção do solvente e da maioria dos concomitantes antes da atomização. A alíquota introduzida dentro do tubo de grafite é atomizada em um tempo muito curto (tipicamente 1 s) e um sinal transiente é estabelecido, cuja área (absorbância integrada) é proporcional à massa do analito presente na alíquota inserida no tubo (WELZ; SPERLING, 1999; SANTOS, 2009a). Assim, a otimização deste parâmetro se constitui em procedimento fundamental para a obtenção de um programa de temperatura adequado. Em GF AAS um programa de temperatura é usado para volatilizar os componentes da amostra de uma forma seletiva, separando e/ou minimizando os possíveis interferentes do analito. Para isso é necessário elaborar um programa de aquecimento adequado para o atomizador, que deve contemplar as seguintes 83 etapas (WELZ; SPERLING, 1999; OLIVEIRA, 2004; DESSUY 2007; SANTOS, 2009a): Secagem, para a evaporação do solvente e eliminação de constituintes voláteis; Pirólise, para eliminação da matriz da amostra; Atomização, para a vaporização do analito na forma de átomos (etapa em que ocorre a quantificação); Limpeza do tubo de grafite, responsável pela eliminação de todo e qualquer resíduo remanescente da amostra no tudo de grafite (efeito de memória). Serve para a vaporização dos constituintes menos voláteis e remoção de algum resíduo condensado nas partes frias do tubo antes do início de um novo ciclo de medida. A fase mais crítica do programa de temperatura é a pirólise, na qual devem ser eliminados (química ou fisicamente) todos os componentes da amostra que possam causar interferências de qualquer natureza. Aparentemente, este processo torna-se mais eficiente quanto maior for a temperatura aplicada, porém, a aplicação de temperaturas muito elevadas durante a etapa de pirólise pode provocar a volatilização do elemento de interesse, diminuindo a sensibilidade da determinação. Assim, a otimização deste parâmetro se constitui em procedimento fundamental para a obtenção de um programa de temperatura adequado (WELZ; SPERLING, 1999; OLIVEIRA, 2004 apud WELZ, 1988). Para uma determinação confiável em GF AAS é então essencial que o analito esteja presente em todas as amostras na mesma combinação química, e que tenha estabilidade térmica mais alta que os outros constituintes da amostra. A fim de se conseguir reprodutibilidade, as temperaturas e os tempos de secagem, de pirólise e de atomização devem ser determinados, experimentalmente, para cada elemento a ser determinado (WELZ; SPERLING, 1999; OLIVEIRA, 2004). 1.4.1.3.3 O conceito STPF Todos os progressos instrumentais introduzidos após a proposta do forno de Massmann melhoraram sensivelmente as condições de atomização e a aceitação do 84 GF AAS. A consolidação dessas alterações, que garantiam um ambiente mais isotérmico ao atomizador, veio com a proposta de Walter Slavin, que propôs as condições STPF (“Stabilized Temperature Platform Furnace” - Forno com Plataforma e Temperatura Estabilizada) que é um conjunto de condições que devem ser usadas ao mesmo tempo, para garantir determinações livres de interferência no forno de grafite (SLAVIN; MANNING; CARNRICK, 1981). As condições STPF traduziram, na prática, as idéias de L´vov quanto a isotermicidade do atomizador (Tabela 11). Tabela 11: Requisitos instrumentais e operacionais necessários para atender as condições STPF e suas consequências. Condições STPF Consequëncia Tubo de grafite com plataforma de L'vov Ambiente temporariamente isotérmico Sinas de absorvância registrados em área Minimizar as variações cinéticas do processos de atomização Atomizador construído de grafite pirolítico Redução de perdas por difisão através da parede do atomizador Aquecimento transversal do tubo de grafite Redução das interferências químicas e espectrais Correção da radiação de fundo por Efeito Zeeman Redução das interferências espectrais Uso de modificador químico Evitar perdas do analito durante a etapa de pirólise e auxiliar na redução de interferências Interrupção do fluxo de gás durante a etapa de atomização Aumento do tempo de residência da nuvem atômica na zona de observação Alta velocidade de aquecimento na etapa de atomização Sinais estreitos e bem definidos Eletrônica adequada para permitir a integração do sinal transiente Permitir registros dos sinais em tempo real Fonte: SLAVIN; MANNING; CARNRICK, 1981; OLIVEIRA, 2004. 85 1.4.1.3.4 Modificadores químicos O uso de modificadores tornou-se parte essencial da GF AAS com a introdução do conceito STPF. O conceito de modificador químico (inicialmente modificação da matriz) foi introduzido por Ediger em 1973 (DESSUY, 2007). São definidos de acordo com as recomendações da IUPAC da seguinte forma: “Com a finalidade de influenciar os processos que ocorrem no atomizador, reagentes chamados modificadores químicos podem ser adicionados, ajudando a reter o analito a temperaturas mais altas durante a pirólise, com a finalidade de remover concomitantes indesejáveis ou melhorar a atomização” (SANTOS, 2009a). O modificador químico é um reagente que é adicionado em excesso à solução a ser medida no forno de grafite para converter o analito a uma forma menos volátil (de tal modo que maiores temperaturas de pirólise possam ser utilizadas) e/ou aumentar a volatilidade de componentes presentes na matriz. Ambas ações servem para realizar uma separação mais efetiva do analito e de seus concomitantes durante o pré-tratamento térmico (WELZ; SPERLING, 1999; DESSUY, 2007). A princípio, todo e qualquer composto químico pode atuar como modificador químico. Schlemmer e Welz listaram alguns critérios para o uso de modificadores em GF AAS (DESSUY, 2007 apud SCHLEMMER; WELZ, 1986): O analito deve ser estabilizado nas mais altas temperaturas de pirólise possível; Aplicável ao maior número de elementos possível; Disponível em alta pureza; Não deve conter um elemento em altas concentrações que possa vir a ser determinado em nível traço; Não deve diminuir o tempo de vida do forno de grafite; Não deve produzir sinal de fundo excessivo em torno do comprimento de onda do analito. 86 1.4.1.3.5 Interferências Embora essa seja uma técnica bastante confiável, ela pode sofrer interferências causadas pelos concomitantes na amostras. Essas interferências podem ser classificadas em (WELZ; SPERLING, 1999; SANTOS, 2009 apud SLAVIN, 1982): Interferências Espectrais - ocorrem quando a linha analítica, emitida pela fonte, é absorvida por outra espécie que não o analito; ou quando uma radiação, que não aquela emitida pela fonte primária, alcança o monocromador e não pode ser compensada. Exemplos de interferências são: a ocorrência da sobreposição de linhas atômicas, o espalhamento por partículas e a absorção molecular. Para minimizar esses problemas, utiliza-se um programa adequado de temperaturas e um corretor de fundo, que pode ser corretor continuo (lâmpada de deutério – D2) ou corretor de fundo baseado no efeito Zeeman. Em todos os sistemas convencionais de correção de fundo são realizadas duas medidas: a absorbância total (atômica e fundo) e a absorbância de fundo. Dessa forma, alternando-se, rapidamente, a medida da absorbância total e a do fundo, por diferença, é possível determinar a absorbância correspondente aos átomos do analito. Interferências Não-Espectrais – ocorrem quando há alteração no número de átomos capazes de absorver. Suas causas são: composição, muitas vezes, desconhecida da matriz; recombinação de átomos. Essas interferências podem ser contornadas, desde que se use grafite recoberto piroliticamente, plataforma de L’vov, juntamente com modificadores químicos, preferencialmente em tubo aquecido transversalmente e adição padrão. Vale ressaltar, no entanto, que as recomendações STPF, normalmente, são suficientes para evitar esse tipo de interferência. Pelo exposto, pode-se concluir que, no final da década de 80 a técnica de GF AAS já era bem estabelecida e apresentava vantagens, em relação a outros métodos disponíveis, como: pouca interferência, fácil operação, medidas rápidas e baixo custo de operação. 87 1.4.1.4 Espectrometria de Absorção Atômica de Alta Resolução com Fonte Contínua (HR-CS AAS) 1.4.1.4.1 Histórico Os experimentos de Bunsen e Kirchhoff sobre o princípio da “reversão de linhas” na segunda metade do século XIX foram conduzidos utilizando uma fonte contínua de radiação. Outros pesquisadores, como Lockyer, utilizaram equipamentos semelhantes, o que se justifica pelo fato que fontes contínuas de radiação serem as únicas fontes confiáveis disponíveis e por adequarem-se ao propósito de detectar e medir a absorção da radiação, que caracterizava-se pelo aparecimento de linhas negras no espectro contínuo projetado em um anteparo (WELZ et al., 2005a; BORGES, 2009; LEPRI, 2009). Apesar da consolidação da técnica de LS AAS, a pesquisa envolvendo a utilização de fontes de emissão de radiação contínua em AAS continuou se desenvolvendo. Em 1974, Keliher e Wohlers utilizaram pela primeira vez um espectrômetro de alta resolução para AAS com fonte contínua (WELZ et al., 2005a; BORGES, 2009). Sistemas semelhantes foram estudados e desenvolvidos, e particularmente as investigações efetuadas pelo grupo de Harnly contribuíram significativamente para o desenvolvimento da técnica de CS AAS. A grande revolução para o desenvolvimento da CS AAS ocorreu, entretanto, na segunda metade da década de 1990, com os trabalhos realizados pelo grupo de Becker- Ross, que identificou os pontos fracos dos instrumentos utilizados pelos outros grupos de pesquisa: a baixa intensidade de emissão no UV distante e a alta instabilidade apresentada pelos arcos de xenônio convencionais, utilizados como fonte de radiação, que resultavam em pobres limites de detecção, além das desvantagens da modulação de comprimento de onda com placas de quartzo oscilantes (WELZ et al., 2005a; BORGES, 2009; LEPRI, 2009). Sendo assim, ao invés de tentar adaptar os componentes já existentes, eles determinaram os requisitos para CS AAS, e então especificaram e desenvolveram o instrumento atendendo a estes requisitos. O grupo começou com o projeto da fonte contínua de radiação, passando pelo espectrômetro com monocromador duplo de 88 alta resolução e chegando finalmente ao detector com arranjo de dispositivo de carga acoplada (CCD) (WELZ et al., 2005a; BORGES, 2009; LEPRI, 2009) 1.4.1.4.2 Instrumentação Em 1996, Becker-Ross e seu grupo (HEITMANN et al., 1996) descreveram o primeiro instrumento de HR-CS AAS com as configurações semelhantes às dos equipamentos atuais. O aparelho foi adaptado tendo como base um modelo comercial de um espectrômetro convencional de LS AAS, que teve o compartimento de lâmpadas, monocromador e detector totalmente removidos e substituídos pelos componentes do HR-CS AAS. A representação esquemática dos principais componentes está mostrada na Figura 16. Figura 16: Representação esquemática de um espectrômetro de absorção atômica de alta resolução com fonte contínua. No esquema, têm-se: (1) lâmpada de arco curto de Xe; (2) espelhos elipsoidais focalizadores; (3-4) atomizador (chama ou forno de grafite); (5) entrada do monocromador; (6) espelhos parabolóides; (7) prisma; (8) fenda intermediária ajustável; (9) rede echelle e (10) detector CCD. Fonte: WELZ et al., 2005a. 89 1.4.1.4.2.1 Fonte O primeiro componente característico do HR-CS AAS é a fonte de radiação. Em princípio, diversas fontes de radiação poderiam ser utilizadas no HR-CS AAS, mas o parâmetro mais crítico consiste na intensidade de emissão na região do UV distante, até 190 nm. Assim, uma lâmpada de arco curto de Xenônio foi especialmente desenvolvida para fornecer elevada potência radiante especialmente na região do UV, e abrange a faixa de comprimentos de onda entre 190 e 900 nm. A distância entre os eletrodos é tipicamente menor que 1 mm, e a pressão de Xe no interior da lâmpada é de aproximadamente 17 bar, quando fria. Durante sua operação, com um poder nominal de 300 W (tipicamente 20 V e 15 A), a pressão interna da lâmpada aumenta por um fator de 3 a 4 (50 bar), e um hot-spot é gerado, ou seja, um ponto de plasma com um diâmetro menor que 0,2 mm e temperatura de aproximadamente 10.000 K gerado próximo à superfície do catodo. Devido ao pequeno diâmetro do ponto de emissão, o feixe formado sobre a superfície do eletrodo é instável em relação ao seu posicionamento. Para corrigir seu posicionamento, há um sistema de estabilização ativa do feixe em relação à entrada do monocromador, onde um pequeno espelho elipsoidal controlado por um dispositivo piezoelétrico move-se para garantir que o feixe de radiação esteja incidindo efetivamente no centro do atomizador. Com estas características, a intensidade de emissão excede a de uma lâmpada de cátodo oco em 1 a 3 ordens de grandeza, o que contribui para a obtenção de elevada razão sinal/ruído (S/N) (WELZ et al., 2003; WELZ et al., 2005a; WELZ et al., 2005b; BORGES, 2005; BORGES, 2009; LEPRI, 2009; SANTOS, 2009a; WELZ et al., 2010a). A Figura 17 mostra os dois possíveis modos de operação da lâmpada de arco curto de xenônio enquanto que a Figura 18 ilustra uma lâmpada de arco curto de xenônio isolada e dentro de seu compartimento no equipamento de HR-CS AAS. 90 Figura 17: Foto de uma lâmpada de arco curto de xenônio operando em (A) modo difuso e em (B) modo hot-spot. Fonte: WELZ et al., 2005a. Figura 18: Lâmpada de arco curto de xenônio (A) isolada e com detalhe nos eletrodos e (B) dentro de seu compartimento no equipamento de HR-CS AAS. Fonte: WELZ et al., 2005a. 91 1.4.1.4.2.2 Monocromador Um monocromador de alta resolução denominado DEMON (Double-Echelle MONochromator) constitui o segundo diferencial da técnica de HR-CS AAS. O DEMON é constituído basicamente por um monocromador de prisma e um monocromador com rede de difração Echelle, ambos dispostos em arranjo do tipo Littrow. O prisma tem a função primordial de efetuar a pré-dispersão da radiação emitida, selecionando a parte do espectro de interesse, que então passa por uma fenda intermediária ajustável, e é direcionada à rede Echelle, que fornece a alta resolução do intervalo espectral selecionado (melhor que 2 pm por pixel em 200 nm), onde é finamente dispersa (WELZ et al., 2003; WELZ et al., 2005a; WELZ et al., 2005b; BORGES, 2005; BORGES 2009; WELZ et al., 2010a) O caminho da radiação se faz da seguinte forma (identificações na Figura 16): um espelho parabólico fora do eixo (representado pelo nº 6, de comprimento focal de 302 mm) forma um feixe luminoso paralelo e reflete o feixe de radiação para um prisma (representado pelo nº 7). O prisma está montado em um arranjo Littrow e é utilizado como pré-dispersor da radiação. Mais uma vez, o feixe é refletido pelo espelho parabólico, e somente a radiação pré-selecionada passa através da fenda intermediária (representada pelo nº 8), que é refletida por um segundo espelho parabólico em direção à rede Echelle (representada pelo nº 9) (LEPRI, 2005; WELZ et al., 2005a). O arranjo dos componentes do monocromador permite uma montagem altamente estável e compacta, e uma resolução típica de λ / Δλ = 140.000 pode ser alcançada na região do UV. O ajuste preciso do comprimento de onda é realizado pela rotação do prisma e da rede Echelle, através de motores de passos. Uma faixa espectral de 190 nm (136ª ordem) a 900 nm (29ª ordem) é coberta e a largura de banda instrumental (com uma largura de fenda de 23 μm) é determinada como sendo 1,8 pm em 200 nm e 8,6 pm em 900 nm (WELZ et al., 2005a; BORGES, 2005; LEPRI, 2005; BORGES, 2009; LEPRI, 2009). Obviamente, um monocromador de alta resolução, como o descrito acima, requer um sistema ativo de estabilização de comprimento de onda para contornar quaisquer problemas de flutuação. Neste sentido, uma lâmpada de neônio interna é posicionada em frente à fenda intermediária, emitindo várias linhas relativamente 92 estreitas na faixa de 580 a 720 nm. Como a radiação que é emitida pela lâmpada de Ne não passa pelo prisma pré-dispersor, as linhas são separadas pela rede Echelle em várias ordens sobrepostas, o que implica no fato de que para cada posição da rede há ao menos duas linhas de Ne que irão atingir o detector. Estas linhas são então atribuídas a um pixel correspondente no detector e este sistema é utilizado para estabilização, de maneira que a precisão é limitada apenas pelo motor de passos, que ajusta a posição da rede (WELZ et al., 2005a; BORGES, 2005; BORGES, 2009; LEPRI, 2009). A Figura 19 ilustra um monocromador do tipo DEMON, de mesmo arranjo óptico do esquema apresentado na Figura 16. Figura 19: Vista superior do monocromador DEMON. Fonte: WELZ et al., 2005. 1.4.1.4.2.3 Detector Finalmente, a radiação dispersa pelo monocromador incide no detector, um arranjo linear de dispositivos de carga acoplada (CCD), sensível na região do UV. O detector possui 512 x 58 pixels, com dimensões individuais de 24 x 24 mm. A resolução por pixel varia de acordo com a faixa espectral monitorada, e equivale a 1,6 pm pixel-1 em 200 nm. O detector é iluminado entre 1 – 10 ms, e os elétrons gerados nos 58 pixels em cada coluna do detector, que correspondem a uma 93 estreita faixa de comprimento de onda, são transferidos simultaneamente para um registro de medida, e então para um armazenador de carga. Este modo de leitura é denominado de "full vertical binning mode" (WELZ et al., 2005a; BORGES, 2005; BORGES, 2009; LEPRI, 2009). Uma representação esquematica do detector é apresentada na Figura 20. Figura 20: Representação esquemática do detector de arranjo linear de dispositivos de carga acoplada. Fonte: WELZ et al., 2005a. Como cada pixel é equipado com um amplificador individual, o instrumento opera de fato com 512 detectores independentes, 200 dos quais são e utilizados para propósitos analíticos, sendo que uma linha atômica usualmente distribui-se por cerca de 3 a 10 pixels (WELZ et al., 2005a; BORGES, 2005; BORGES, 2009). Isto significa que todo o ambiente espectral a cerca de 200 pm ao redor da linha analítica na região do ultra-violeta e cerca de 500 pm na região visível do espectro torna-se “visível”, permitindo uma série de informações indisponíveis em instrumentos convencionais. Com isso, é possível avaliar uma terceira dimensão do fenômeno que ocorre no atomizador, de maneira que há três diferentes maneiras de visualizar os dados em HR-CS AAS: (i) o tradicional sinal transiente (absorvância integrada versus o tempo), (ii) o sinal de absorvância integrada versus comprimento de onda, que permite visualizar qualquer absorção de radiação que tenha ocorrido no intervalo espectral em análise, e (iii) a imagem tridimensional, que mostra a absorvância como função do tempo e do comprimento de onda (WELZ et al., 2005a; BORGES, 2005; BORGES, 2009). 94 1.4.1.4.2.4 Atomizadores Os sistemas de atomização são os mesmos utilizados na LS AAS contendo, portanto, as mesmas características e propriedades. 1.4.1.4.2.5 O software O instrumento é controlado por um software que permite o processamento total dos dados após a medida, o que é particularmente útil e interessante devido à grande quantidade de informações obtidas com HR-CS AAS. Uma das características mais relevantes do software é a sua capacidade de correção automática para eventos contínuos, ou seja, eventos que afetam de maneira similar todos os pixels do detector. Este tipo específico de correção considera que as variações na intensidade de emissão da lâmpada de arco curto de Xe, bem como o fundo contínuo são perfeitamente correlacionados no tempo dentro da pequena faixa espectral de 0,3 – 0,6 nm que é gravada; este princípio é assegurado pelo fato que os pixels convertem de maneira simultânea os fótons incidentes em fotoelétrons, o que garante que variações proporcionais na intensidade sejam precisamente convertidas em variações proporcionais nos sinais individuais de cada pixel. A esta correção para eventos contínuos adiciona-se a alta intensidade de emissão da fonte contínua, tornando-se desnecessária a modulação de radiação neste sistema, uma vez que a radiação de corpo negro emitida pelo atomizador, por exemplo, é obviamente um evento contínuo e pode ser facilmente corrigido por esse sistema (WELZ et al., 2005a; BORGES, 2005; BORGES, 2009; LEPRI, 2005; LEPRI, 2009). 1.4.1.4.3 Vantagens da técnica de HR-CS AAS Entre as principais vantagens oferecidas pela HR-CS AAS, incluem-se (WELZ et al., 2005a; BORGES, 2005; LEPRI, 2005): Uso de uma única fonte de radiação para todos os elementos cuja determinação é possível por AAS; 95 Oferece uma melhora na razão sinal/ruído devido à elevada intensidade de emissão da fonte de radiação, resultando em melhores precisão e limites de detecção; Pelo mesmo motivo, não há mais linhas “fracas”, portanto linhas secundárias têm a mesma intensidade e podem ser usadas sem comprometimentos, por exemplo, se a concentração do analito na amostra é elevada, reduzindo ou eliminando a necessidade de diluição da mesma; Toda a região espectral nas vizinhanças da linha analítica torna-se “visível”, possibilitando muito mais informações do que as obtidas por instrumentos convencionais de AAS; A detecção utilizando arranjo CCD permite uma correção verdadeiramente simultânea da radiação de fundo nas proximidades da linha analítica; O software permite o processamento total pós-medida dos sinais, permitindo selecionar pixels de referência adequados e definir limites de integração; Possibilita de armazenamento de espectros de referência, por exemplo, de espectro de absorção molecular com estruturas rotacionais finas, e a subseqüente subtração deste do espectro de uma amostra, usando-se um algoritmo de mínimos quadrados, sendo assim possível a correção de fundo estruturado mesmo sob a linha analítica; Correção automática para todos os eventos contínuos, tais como ruído da lâmpada, absorção de fundo contínuo e outros fenômenos em banda larga como emissão do atomizador; Faixa de calibração com variação de até cinco ordens de grandeza; Melhor desempenho analítico na determinação de elementos-traço em amostras complexas; Embora ainda não disponível comercialmente, se um detector bidimensional apropriado for usado, o sistema permitirá em AAS medidas simultâneas multielementares, prática comum em espectrometrias com fonte de plasma. 1.4.2.4.4 Aplicações A seguir, a Tabela 12 apresenta algumas aplicações da técnica de HR-CS AAS. Nela, é possível verificar sua ampla utilização na determinação de diversos 96 elementos nas mais variadas matrizes, de diversos graus de complexidade. Isto mostra a versatilidade da técnica e o seu potencial uso na análise de amostras reais. 97 Tabela 12: Diversas aplicações da técnica de HR-CS AAS. Analito(s) Amostra(s) Sistema Analítico (continua) Modificador Químico LOD(s) e/ou LOQ(s) Referência Cu, Fe, Ni, Zn Óleo vegetal HR-CS-F AAS - LODs: entre 0,12 µg kg-1 (Cu e Zn) e 0,62 µg kg-1 (Fe) F Pasta de dente HR-CS-GF MAS NH4H2PO4 + Pd +Zr LOQ = 30 µg g-1 Ni, V Óleo cru HR-CS-GF AAS - LODs: Ni = 3 µg g-1 V = 1 µg g-1 NUNES et al., article in press, 2011 GLEISNER et al., article in press, 2011 QUADROS et al., article in press, 2010 Sb Material particulado transportado pelo ar SS-HR-CS-GF AAS Ru LOD = 15 µg g-1 LOQ = 50 µg g-1 ARAÚJO et al., 2010 Zn Iogurte HR-CS-F AAS (amostragem por suspensão) - LOD = 0,32 µg g-1 BRANDÃO et al., 2010 Zn Espécimes individuais de Daphnia magna SS-HR-CS-GF AAS - LOD = 1,4 ng BRICEÑO et al., 2010 Co, V Óleo cru não diluído SS-HR-CS-GF AAS Pd + Triton X-100 LODs: Co = 8 µg g-1; V = 1,2 µg g-1 DITTERT et al., 2010 S Amostras biológicas SS-HR-CS-GF MAS W e Pd S absoluto = 0,015 µg S na am. sólida = 0,03 mg g-1 FERREIRA et al., 2010 F (GaF) Águas naturais de baixa complexidade HR-CS-GF MAS Pd+ Zr + NaOAc + nitrato de Ru(III)nitrosila LOD = 0,26 µg L -1 GLEISNER; WELZ; EINAX, 2010 97 98 Tabela 12: Diversas aplicações da técnica de HR-CS AAS. (continuação) Analito(s) Amostra(s) Sistema Analítico Modificador Químico LOD(s) e/ou LOQ(s) Referência P (avaliação do efeito Zeeman na correção de Bkg, com diferentes modificadores) NH4H2PO4 LS GF AAS e HR-CS-GF AAS NaF, Pd, Pd + Ca, Pd + ác. Ascórbico - LEPRI et al., 2010 LEPRI et al., 2010 Cr, Cu, Fe, Mn, Mo, Ni eV Carvão vegetal e “black carbon” SS-HR-CS-GF AAS e ICP OES - LODs: entre 0,006 µg kg-1 (Ni) e 0,9 µg kg-1 (Fe) LOQs: entre 0,02 µg kg-1 (Ni) e 3,2 µg kg-1 (Fe) B, Ca, Cu, Fe, K, Mg, Mn, Mo, P, S e Zn Tecido de plantas HR-CS-F AAS - LODs: entre 0,01 mg L-1 (Mo) e 106 mg L-1 (S) OLIVEIRA et al., 2010 Nanopartículas de Au Tecido de camundongo SS-HR-CS-GF MAS Pd LOD = 5 pg (2 ng/g) RESANO et al., 2010 (Determ. simult.) Cd e Fe Lodo de esgoto HR-CS GF AAS (amostragem por suspensão) - LOD: Cd = 0,03 µg g-1; Fe = 90 µg g-1 VIGNOLA et al., 2010 (Determ. simult.) Cd e Fe Grãos e solos HR-CS GF AAS Ir-W LOQ = 4 ng (Fe) WELZ et al., 2010b Sb CRMs de sedimento SS-HR-CS-GF AAS Ir LOD = 0,02 µg g-1 ARAUJO et al., 2009 Ag Amostras geológicas SS-HR-CS-GF AAS - LOD = 2 ng g-1 DITTERT et al., 2009 (Det. simult.) Cr e Fe Óleo cru SS-HR-CS-GF AAS - LODs: Cr = 1 µg kg-1; Fe = 0,6 mg kg-1 DITTERT et al., 2009 98 99 Tabela 12: Diversas aplicações da técnica de HR-CS AAS. (continuação) Analito(s) Amostra(s) Sistema Analítico Modificador Químico LOD(s) e/ou LOQ(s) Referência I (BaI) Pílulas HR-CS GF MAS - LOD = 0,6 ng (I) HUANG et al., 2009 OLIVEIRA; RAPOSO Jr.; GOMES NETO, 2009 Ca, Mg, K, Cu, Fe, Mn, Zn Plantas HR-CS F AAS - LODs: entre 0,4 mg L-1 (Ca e Mg) e 7,7 mg L-1 (K e Cu) Hg Polímeros SS-HR-CS-GF AAS SS-LS-GF AAS - LODs : SS-HR-CS-GF AAS = 0,6 µg g-1 SS-LS-GF AAS = 2,2 µg g-1 RESANO; BRICEÑO; BELARRA, 2009 P CRMs sólidos de amostras biológicas SS-HR-CS-GF AAS SS-HR-CS-ET MAS LODs : SS-HR-CS-GF AAS = 5 µg g-1 SS-HR-CS-ET MAS = 20 µg g-1 LODs: RESANO; BRICEÑO; BELARRA, 2009 Cd, Fe Grãos de feijão e solo SS-HR-CS-GF AAS Ir-W Feijão: Cd = 2 µg kg-1; Fe = 4,5 mg kg-1 Solo: Cd = 14 µg kg-1; Fe = 170 mg kg-1 SANTOS et al., 2009b Cd, Fe Grãos SS-HR-CS-GF AAS Ir-W LODs: Cd = 0,6 µg kg-1; Fe = 0,5 mg kg-1 SANTOS et al., 2009c Ag, Cd, Co, Cu, Ni, Zn Soluções-padrão Célula de quartzo e HG-HR CS AAS Para P: Pd, ác. ascórbico e W; Para PO: W 8-Hidroxiquinolina LODs: entre 1,5 µg L-1 (Cd) e 586 µg L-1 (Ni) VILLANUEVAALONSO; PEÑAVÁZQUEZ; BERMEJOBARRERA, 2009 99 100 Tabela 12: Diversas aplicações da técnica de HR-CS AAS. (continuação) Analito(s) Amostra(s) Sistema Analítico Modificador Químico LOD(s) e/ou LOQ(s) Referência Razão isotópica de B (10B/11B) Ligas de aço HR-CS-F AAS - - WILTSCHE et al., 2009 P (avaliação de D2 na correção de Bkg com diferentes modificadores) NH4H2PO4 LS GF AAS e HR-CS GF AAS NaF, La, Pd + Ca, Pd (o melhor) - DESSUY, et al., 2008 Br (AlBr e CaBr) Ámostra salina (Mar Morto) e Bromazepan HR-CS GF MAS Ba (para amostra salina) 2ng (Br, ambos os compostos de Br) HUANG et al., 2008 Especiação de S vinho HR-CS-F MAS - LOD = 1,8 mg L-1 SO2 HUANG et al., 2008 RAPOSO JUNIOR, et al., 2008 Pb H3PO4 HR-CS F AAS - LODs = 10 µg L-1 (λ = 217,0005 nm) e 17 µg L-1 (λ = 283,3060 nm) Fe, Cu, Mn, Zn Extratos de solo HR-CS F AAS - LODs = entre 4,2 µg L-1 (Mn) e 147 µg L-1 (Fe) RAPOSO JUNIOR, et al., 2008 Al Produtos farmacêuticos com altos teores de Fe e açúcar HR-CS-GF AAS - LODs = 1,1 pg (λ = 309,271 nm) e 1,4 pg (λ = 396,152 nm) BOHRER et al., 2007 100 101 Tabela 12: Diversas aplicações da técnica de HR-CS AAS. (continuação) Analito(s) Amostra(s) Sistema Analítico Modificador Químico LOD(s) e/ou LOQ(s) Referência P (avaliação do processo de atomização – uso de plataformas de grafite e tântalo) NH4H2PO4 HR-CS GF AAS NaF - DESSUY et al., 2007 Cd (avaliação de modificadores químicos) carvão LS GF AAS e HR-CS GF AAS (amostragem por suspensão) Pd-Mg; Ir; Ru; Ir-W; Ru-W LOD = 0,6 ng g-1 (HR-CS GF AAS) BIANCHIN et al., 2006 Pb CRMs de amostras biológicas SS-HR-CS-GF AAS Ru LOD = 0,01 µg g-1 BORGES et al., 2006 Pb carvão SS-HR-CS-GF AAS - LOD = 0,008 µg g-1 BORGES et al., 2006 LODs: F = 9 pg; Cl = 70 pg S = 2,3 ng; P = 0,9 ng HEITMANN et al., 2006 F, Cl, S, P F (GaF) Cl (InCl) CRM de minério de zinco e CRMs de amostras biológicas CRMs: leite em pó e sedimentos marinhos CRMs: leite em pó e sedimentos marinhos HR-CS-GF AAS Para F: Mg e Zr; Para Cl: Sr Para S: Ca e Zr Para P: - HR-CS-F MAS - LOD = 1 mg L-1 (F) HUANG et al., 2006 HR-CS-F MAS - LOD = 3 mg L-1 (Cl) HUANG et al., 2006 101 102 Tabela 12: Diversas aplicações da técnica de HR-CS AAS. (continuação) Analito(s) Amostra(s) Sistema Analítico Modificador Químico LOD(s) e/ou LOQ(s) Referência P CRMS – espinho de pinheiro e BCR nº 33 (superfosfato) HR-CS-F MAS - - HUANG et al., 2006 S (CS) CRMS – ferro fundido HR-CS-F MAS - LOD = 2,4 mg L-1 HUANG et al., 2006 P (avaliação de modificadores químicos) NH4H2PO4 HR-CS GF AAS La, NaF, Pd, Pd + ác. Ascórbico; Pd + Ca. - LEPRI et al., 2006 Especiação de V óleo cru HR-CS-GF AAS - LOD = 0,04 mg kg-1 LOQ = 0,12 mg kg-1 LEPRI et al., 2006 Hg Amostras biológicas HR-CS-GF AAS KMnO4 LOD = 0,1 µg g-1 SILVA et al., 2006 LODs: Ni = 0,02 µg g-1; V = 0,06 µg g-1 DAMIN et al., 2005 Ni, V óleo cru HR-CS-GF AAS Pd P CRMs – ferro fundido HR-CS-F MAS - LOD = 1,3 mg L-1 HUANG et al., 2005 S total vinho HR-CS-F MAS - LOD = 2,4 mg L-1 HUANG et al., 2005 Cd carvão SS-HR-CS-GF AAS Ir LOD = 2 ng g-1 LOQs: Ni = 0,065 µg g-1; Se = 0,17 µg g-1 SILVA et al., 2005 102 103 Tabela 12: Diversas aplicações da técnica de HR-CS AAS. Analito(s) Amostra(s) Sistema Analítico (conclusão) Modificador Químico LOD(s) e/ou LOQ(s) Referência - LODs SS-LS GF AAS = 0,020 µg g-1 SS-HR-CS GF AAS = 0,005 µg g-1 LS GF AAS (TMAH) = 0,010 µg g-1 HR-CS GF AAS (TMAH) = 0,015 µg g-1 RIBEIRO et al., 2005 Co Amostras biológicas LS GF AAS e HR-CS GF AAS (amostragem sólida ou prétratamento com TMAH) Tl sedimento LS GF AAS e HR-CS GF AAS - LOD = 0,01 µg g-1 SILVA et al., 2005 Ni petróleo LS GF AAS e HR-CS GF AAS - LOD = 0,07 µg g-1 VALE et al., 2004 103 104 2 JUSTIFICATIVA E OBJETIVO DO TRABALHO Este trabalho justifica-se pela necessidade de realização de estudos aplicados ao conhecimento e a melhoria, de métodos analíticos quantitativos, visando a caracterização de elementos químicos presentes em águas nos poços de petróleo. A água produzida é considerada o maior rejeito de todo o processo de produção de petróleo, configurando-se um grande problema operacional, gerencial e ambiental. Portanto, a motivação deste trabalho consiste em identificar alguns constituintes (elementos-traço) para uma melhor caracterização das águas produzidas, o que pode auxiliar no seu tratamento mais efetivo, implicando na redução de custos para seu descarte. Outro aspecto que se deve destacar é que o conhecimento da origem destas águas pode permitir um melhor entendimento de processos no sistema petrolífero, reduzindo o risco exploratório. Deste modo, os resultados deste trabalho poderão contribuir de modo significativo para um reconhecimento mais efetivo da água nos processos de exploração e produção. Assim, dentro do contexto atual em que a indústria petrolífera brasileira se encontra, este projeto assume relevância, visto que a sua execução pode atender demandas específicas do setor. Do ponto de vista técnico/científico, metodologias analíticas acuradas e confiáveis para determinação de elementos-traço e em amostras de matrizes complexas podem ser implementadas como procedimento de rotina melhorando os trabalhos nos laboratórios que realizam tais análises. O objetivo deste trabalho, portanto, é o desenvolvimento de metodologia(s) analítica(s) para caracterização geoquímica parcial de efluentes salinos da indústria do petróleo (águas produzidas) em relação a alguns constituintes inorgânicos presentes como elementos-traço, que compõem essas águas. Como objetivos específicos: Desenvolvimento de um procedimento de separação/pré-concentração de Co, Cu, Mn, Ni e Pb em amostras salinas baseado na Extração em Fase Sólida com resina quelante Chelex-100®, a interferências causadas pela matriz salina; fim de minimizar/eliminar as 105 Verificar a aplicabilidade da SPE em batelada como alternativa para a coluna; Desenvolver metodologias analíticas confiáveis e validadas para a determinação dos elementos já mencionados em amostras salinas pela técnica de Espectrometria de Absorção Atômica de Alta Resolução com Fonte Contínua e Forno de Grafite (HR-CS GF AAS) para a determinação de alguns constituintes inorgânicos, presentes como elementos-traço, que compõem essas águas: cobalto, cobre, manganês, níquel e chumbo. Aplicar as metodologias analíticas desenvolvidas a amostras de água produzida de plataformas brasileiras offshore. 106 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 REAGENTES E SOLUÇÕES Todas as soluções foram preparados com água ultra pura obtida de um sistema Elga modelo PURELAB Ultra Analytic (Elga, High Wycombe, Bucks, UK) e soluções-padrão estoque de grau analítico. O ácido nítrico utilizado (Merck, Darmstadt, Germany) foi duplamente destilado a sub-ebulição (ácido nítrico sub-boiling) e o hidróxido de amônio, grau TraceSELECT® Ultra, for trace analysis, fornecido pela Fluka (Fluka, Milwaukee, WI, USA). Suspensão de Chelex-100® na forma Na+ (Bio-Rad Laboratories, Hercules, Califórnia, USA) foi preparada a partir do reagente sólido com tamanho de partícula entre 200-400 mesh. A mesma foi lavada com solução de HNO 3 de concentração 10% v/v (a fim de eliminar possível contaminação e convertê-la à forma H+) e em seguida com água ultrapura até pH constante e igual ao desta. O meio salino foi gerado a partir de diluição de uma solução estoque de 17,5% m/v, sendo esta preparada a partir de NaCl sólido grau P.A. (Merck, Darmstadt, Alemanha). A mesma também foi descontaminada adicionando 10 mL de suspensão de Chelex-100® e ajuste do pH, a fim de eliminar possível contaminação presente no sal. Soluções de Co, Cu, Mn, Ni, e Pb foram preparadas em capela de fluxo laminar, a partir de diluição de soluções-padrão estoque de concentração 1.000 mg L-1 ou 10.000 mg L-1 (CertiPrep SPEX, Metuchen, USA), até obtenção das concentrações desejadas. Para a avaliação qualitativa da presença de cloreto residual do procedimento de pré-concentração, utiizou-se uma solução de AgNO3, (Vetec Química Fina, Rio de Janeiro, Brasil). Para validação da metodologia, fez-se uso dos seguintes materiais de referência certificados: CASS-4 (Nearshore Seawater Reference Material for Trace Metals), CASS-5 (Nearshore Seawater Reference Material for Trace Metals) e 107 NASS-5 (Seawater Reference Material for Trace Metals), todos certificados e fornecidos pelo National Research Council Canadá (NRCC, Ottawa, Canadá). As amostras de água produzida foram coletadas diretamente de plataformas offshore brasileiras em frascos de polietileno. Em laboratório elas foram filtradas com uso de membranas de Teflon com diâmetro de poro de 0,45 µm (Millipore, Bedford, MA, USA) e sistema de filtração a vácuo para remoção do óleo remanescente e de material particulado em suspensão. Por fim elas foram acidificadas até pH 1,6 com HNO3 para preservação dos analitos nas amostras. 3.2 INSTRUMENTAÇÃO Para ajuste do pH, empregou um medidor de pH da marca Analyser, modelo 300M (Analyser, São Paulo, Brasil). Para acelerar o processo de decantação das partículas de resina, utilizou-se uma centrífuga da marca CELM, modelo LS-3 plus, série 564. Para descarte dos sobrenadantes, empregou uma bomba peristáltica da marca Ismatec, modelo IPC contendo 12 canais. Para a determinação dos elementos de interesse deste estudo foi empregado um Espectrômetro de Absorção Atômica de Alta Resolução com Fonte Contínua modelo contrAA 700 (Analytik Jena, Jena, Alemanha), com atomização por chama e por forno de grafite, sendo este último o módulo utilizado. O sistema óptico é composto por uma fonte de radiação, representada por uma lâmpada de arco curto de xenônio (GLE, Berlim, Alemanha) operando em modo “hot-spot”; um monocromador duplo, equipado com um prisma e uma rede Echelle (DEMON); e um detector de arranjo linear CCD com 588 pixels, onde 200 são empregados para propósitos analíticos e os outros usados para funções internas. Um amostrador automático para forno de grafite modelo MPE60 foi utilizado na introdução das amostras no forno de grafite. O espectrômetro foi operado em modo padrão e o software Aspect CS versão 1.4.0 foi utilizado para a aquisição dos dados. Os experimentos foram conduzidos em tubos de grafite com aquecimento tranversal, com (Analytik Jena, Jena, Alemanha, Part nº 407-A81.025) ou sem plataforma PIN integrada (Analytik Jena, Jena, Alemanha, Part 108 nº 407-A81.011), ambos revestidos piroliticamente, a depender do elemento a ser determinado. 3.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Tubos graduados e recipientes novos de polietileno foram utilizados em todas as etapas, para evitar contaminação. Os mesmos foram mantidos por 24 horas em solução de ácido nítrico 10% v/v. Os vials utilizados no amostrador automático do equipamento foram mantidos em solução detergente de Extran (MERCK) 10% v/v por no mínimo 24h e posteriormente mantidos em solução de ácido nítrico 10% v/v pelo mesmo período. Antes do uso, todos os frascos e vials foram rinsados com água ultra pura e secos em capela de fluxo laminar. A metodologia foi proposta da seguinte forma: em tubos tipo Falcon de 15 mL contendo 15 mL das soluções (soluções-padrão e amostras), fez-se a adição da suspensão de Chelex-100® e posteriormente ajuste do pH entre 5 - 7 com uso de hidróxido de amônio e HNO3. Após este procedimento, as soluções foram agitadas vigorosamente e submetidas à agitação mecânica por uma noite. Em seguida, foram centrifugadas e o sobrenadante descartado; adicionou-se então 15 mL de solução de NH4OH com pH entre 5-7 para a lavagem da resina. Após agitação essa mistura foi centrifugada e o sobrenadante foi novamente descartado. À resina residual fez-se a adição de 0,5 mL de solução de ácido nítrico destilado à sub-ebulição com concentração igual a 10% v/v e o volume foi completado até 3 mL com água ultra pura. As soluções foram agitadas vigorosamente e novamente centrifugadas. Estes sobrenadantes foram então direcionados ao HR-CS GF AAS para realização das determinações dos analitos. Os comprimentos de onda utilizados para cada elemento são apresentados na Tabela 13. 109 Tabela 13: Comprimentos de onda utilizados nas determinações por HR-CS GF AAS. Elemento Comprimento de onda da linha (nm) Co 240,7254 Cu 324,7540 Mn 279,4817 Ni 232,0030 Pb 283,3060 110 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 ESCOLHA DO TIPO DE ATOMIZADOR Em GF AAS, pode-se utilizar dois tipos de atomização: por parede ou por plataforma. Para o instrumento empregado neste estudo, o fabricante disponibiliza comercialmente tubos para ambos os tipos de atomização. Além disso, ele também sugere qual seria o melhor tipo de atomização para cada elemento. No caso dos analitos de interesse aqui, é indicada a atomização por plataforma para todos os elementos. Desse modo, procedeu-se um experimento para a verificação dessa indicação. As Figuras 21, 22, 23, 24, e 25 apresentam os sinais de absorvância obtidos para uma solução multielementar dos elementos de interesse na concentração de 20 μg L-1, em meio de HNO3 2% v/v. Para esse experimento, utilizou-se a temperatura de 200⁰C para a pirólise e para a atomização, foram usadas as temperaturas indicadas pelo fabricante, escolhendo sempre a mais alta em caso de uma faixa. As temperaturas de atomização foram portanto para Co = 2300 ⁰C; Cu = 2000 ⁰C; Mn = 1900 ⁰C; Ni = 2350 ⁰C; e Pb = 1800 ⁰C. Figura 21: Tela do software Aspect CS 1.4.0 mostrando o sinal de absorvância para Co em solução de concentração 20 μg L-1 em meio de HNO3 2% v/v, com atomização por plataforma. 111 Figura 22: Tela do software Aspect CS 1.4.0 mostrando o sinal de absorvância para Cu em solução de concentração 20 μg L-1 em meio de HNO3 2% v/v, com atomização por plataforma. Figura 23: Tela do software Aspect CS 1.4.0 mostrando o sinal de absorvância para Mn em solução de concentração 20 μg L -1 em meio de HNO3 2% v/v, com atomização por plataforma. 112 Figura 24: Tela do software Aspect CS 1.4.0 mostrando o sinal de absorvância para Ni em solução de concentração 20 μg L -1 em meio de HNO3 2% v/v, com atomização por plataforma. Figura 25: Tela do software Aspect CS 1.4.0 mostrando o sinal de absorvância para Pb em solução de concentração 20 μg L-1 em meio de HNO3 2% v/v, com atomização por plataforma. 113 Observando as Figuras 21 e 24, com os sinais para Ni e Co, pode-se verificar que ao fim do tempo de atomização o sinal não retorna totalmente para a linha de base. Sendo assim, com esta mesma solução (20 μg L-1), a atomização destes dois elementos foi realizada novamente, porém utilizando a atomização por parede. Os resultados são apresentados nas Figuras 26 e 27. Figura 26: Tela do software Aspect CS 1.4.0 mostrando o sinal de absorvância para Co em solução de concentração 20 μg L-1 em meio de HNO3 2% v/v, com atomização por parede. 114 Figura 27: Tela do software Aspect CS 1.4.0 mostrando o sinal de absorvância para Ni em solução de concentração 20 μg L -1 em meio de HNO3 2% v/v, com atomização por parede. Através destes resultados, observa-se que, apesar de o fabricante indicar a plataforma para todos os elementos de interesse, experimentalmente verifica-se que, para Ni e Co, a atomização se torna mais eficiente quando é realizada através da parede do tubo de grafite. Isso pode ser justificado pelo fato de que, na atomização por plataforma, a temperatura é atingida por irradiação, e não por aquecimento direto, como no caso da atomização por parede. Apesar de a plataforma gerar um ambiente de atomização termicamente mais homogêneo, é necessário um tempo maior para alcançar a temperatura desejada o acarreta em uma etapa de atomização mais lenta e na necessidade de um tempo mais elevado na etapa de atomização da programação de temperatura. Por esse motivo, em geral se indica a atomização por parede para elementos com temperatura de atomização mais elevadas, já que ela permite uma atomização mais rápida num mesmo intervalo de tempo, quando comparada com a atomização por plataforma, o que condiz com os resultados apresentados, uma vez que Co e Ni são os elementos mais refratários da lista de analitos deste trabalho. 115 4.2 OTIMIZAÇÃO DAS TEMPERATURAS DE PIRÓLISE E ATOMIZAÇÃO A fim de determinar quais seriam as temperaturas de pirólise (TP) e atomização (TA) mais adequadas para cada elemento, construiu-se as curvas de pirólise e de atomização. Para tal, utilizou uma solução multielementar de 5 μg L-1 em meio a HNO3 2% v/v contendo apenas os analitos de interesse. O meio da solução foi escolhido devido ao extrato final do procedimento de pré-concentração ser em meio muito similar a este. Como referência, foram utilizadas as temperaturas indicadas pelo fabricante. Os resultados para cada analito são descritos a seguir. 4.2.1 Curvas de TP e TA para cobalto Para cobalto, o fabricante indica as faixas de 1000 – 1300ºC para a temperatura de pirólise e 2000 – 2300ºC para a temperatura de atomização, sendo ambos os máximos obtidos na presença do modificador químico mais adequado. Porém, visto que a matriz do extrato destinado ao HR-CS GF AAS é composta quase que exclusivamente de solução de HNO3 (matriz mais simples) optou-se por propor uma curva de pirólise a temperaturas mais baixas, de modo a dispensar o uso de modificador químico. Para a construção da curva de pirólise para Co, fixou-se a temperatura de atomização em 2300 ºC. Já para a curva de atomização, optou-se por ampliar a faixa de temperatura. Os resultados para a curva de TP e TA para Co são apresentados na Figura 28, com atomização por parede. Figura 28: Curvas de TP (-●-) e TA (-■-) para Co em solução de 5 μg L-1 em meio de HNO3 2% v/v. 116 A partir dos resultados obtidos para TP, pode-se observar que não houve variação do sinal entre as temperaturas de 200ºC e 600ºC, de forma que a temperatura de 200ºC foi escolhida para os experimentos seguinte e para a construção da curva de atomização para o cobalto. Temperaturas inferiores a 200ºC não foram estudadas pelo fato de esta temperatura já estar muito próxima da temperatura de secagem (110 ºC) utilizada na programação. Para os resultados obtidos para TA, verifica-se que a temperatura ideal está entre 2100 e 2300ºC, na ausência de modificador químico. Sendo assim, a temperatura de atomização escolhida para Co foi 2200ºC. 4.2.2 Curvas de TP e TA para cobre Para cobre, são indicadas pelo fabricante as temperaturas de 850ºC e 2000ºC como sendo as melhores temperaturas de pirólise e de atomização, respectivamente, sendo ambas obtidas na ausência de modificador químico. Porém, da mesma forma que para o Co, a matriz do extrato é composta quase que exclusivamente de solução de HNO3, optou-se por propor uma curva de pirólise a temperaturas mais baixas. Para a construção da curva de pirólise para Cu, fixou-se a temperatura de atomização em 2000 ºC. Já para a curva de atomização, optou-se por usar uma faixa de temperatura tal que o valor central fosse aproximadamente a temperatura indicada pelo fabricante. Os resultados para as curvas de TP e TA para Cu são apresentados na Figura 29, com atomização por plataforma. Figura 29: Curvas de TP (-●-) e TA (-■-) para Cu em solução de 5 μg L-1 em meio de HNO3 2% v/v. 117 A partir dos resultados obtidos para TP, pode-se observar que, da mesma forma que para o Co, não houve variação do sinal entre as temperaturas de 200ºC e 400ºC, de forma que a temperatura de 200ºC foi novamente escolhida, e também usada para a construção da curva de atomização. Igualmente, temperaturas inferiores a 200ºC não foram avaliadas pela proximidade com a temperatura de secagem utilizada na programação. Para os resultados obtidos para TA, verifica-se que a temperatura ideal está entre 2000 e 2100ºC, na ausência de modificador químico. Porém, pode-se observar pelos perfis dos sinais apresentados na Figuras 30 e 31 que, para TA = 2100ºC, o sinal se torna mais estreito e ao fim do tempo de atomização o ele se mantém mais próximo da linha de base quando comparado com TA = 2000ºC. Sendo assim, a temperatura de atomização escolhida para Cu foi de 2100ºC. Figura 30: Tela do software Aspect CS 1.4.0 mostrando o registro do sinal de absorvância para Cu em solução de concentração 5 μg L-1 em meio de HNO3 2% v/v. Atomização por plataforma, TA = 2000ºC. 118 Figura 31: Tela do software Aspect CS 1.4.0 mostrando o registro do sinal de absorvância para Cu em solução de concentração 5 μg L -1 em meio de HNO3 2% v/v. Atomização por plataforma, TA = 2100ºC. 4.2.3 Curvas de TP e TA para manganês Para manganês, são indicadas 900ºC e 1900ºC como sendo as temperaturas ótimas respectivamente para as temperaturas de pirólise e de atomização, sendo ambas também obtidas na ausência de modificador químico. Porém, assim como para Co e Cu, a matriz mais simples do extrato de pré-concentração remete à proposição de uma curva de pirólise a temperaturas mais baixas. A construção da curva de pirólise para Mn foi feita com temperatura de atomização de 1900 ºC. Para a curva de atomização, procedeu-se tal qual para o Cu, optando-se por usar uma faixa de temperatura de modo que o valor central fosse aproximadamente a temperatura indicada pelo fabricante. Os resultados para as curvas de TP e TA para Mn são apresentados na Figura 32, com atomização por plataforma. 119 Figura 32: Curvas de TP (-●-) e TA (-■-) para Mn em solução de 5 μg L-1 em meio de HNO3 2% v/v. A partir dos resultados obtidos para TP, pode-se observar que novamente não houve variação do sinal entre as temperaturas de 200ºC e 700ºC, e mais uma vez 200ºC foi a temperatura escolhida para a etapa de pirólise e empregada também na construção da curva de atomização. Também as temperaturas abaixo de 200ºC não foram avaliadas por já estarem muito próximas da temperatura de secagem. Para a TA, verifica-se através dos resultados que, na ausência de modificador químico, a temperatura ótima de atomização se encontra entre 1800 e 2000ºC, de modo que a escolhida para Mn foi a de 2000ºC. 4.2.4 Curvas de TP e TA para níquel Para níquel, o fabricante indica como sendo 1100ºC a melhor temperatura de pirólise e 2350ºC para a temperatura de atomização, ambas obtidas na ausência de modificador químico. Porém, mediante a simplicidade da matriz dos extratos inseridos no HR-CS GF AAS, mais uma vez se propôs uma curva de pirólise a temperaturas mais baixas, e para sua construção utilizou-se 2350 ºC como temperatura de atomização. No caso da curva de atomização, fez-se uso de uma faixa de temperatura tal que o valor central fosse aproximadamente a TA indicada pelo fabricante. As curvas de TP e TA para Ni são mostradas na Figura 33, com atomização por parede. 120 Figura 33: Curvas de TP (-●-l) e TA (-■-) para Ni em solução de 5 μg L-1 em meio de HNO3 2% v/v. A partir dos resultados obtidos para TP, pode-se observar que, mais uma vez, não houve variação dos sinais de absorvância entre as temperaturas de 200ºC e 400ºC, de forma que 200ºC foi novamente a temperatura escolhida para a pirólise e usada na construção da curva de atomização para níquel. Temperaturas abaixo de 200ºC não foram avaliadas pela proximidade com a temperatura de secagem utilizada na programação. Para os resultados de temperatura de atomização na ausência de modificador químico observa-se que a temperatura ideal se localiza entre 2300 e 2400ºC. Sendo assim, para Ni, a temperatura de atomização escolhida foi de 2350ºC. 4.2.5 Curvas de TP e TA para chumbo Por fim, para chumbo, o fabricante indica as faixas de 500 – 900ºC para a temperatura de pirólise e 1500 – 1800ºC para a temperatura de atomização, onde ambos os máximos são alcançados na presença do modificador químico mais adequado. Entretato, a matriz composta quase que exclusivamente de solução de HNO3 permite o estudo da curva de pirólise a temperaturas mais reduzidas, ainda que na ausência de modificador(es) químico(s). E para a construção da curva de pirólise para chumbo, foi usada a temperatura de atomização de 1800 ºC . Já para a curva de atomização, ampliou-se a faixa de temperatura. As curvas de TP e TA para Pb são apresentados na Figura 34, com atomização por plataforma. 121 Figura 34: Curvas de TP (-●-l) e TA (-■-) para Pb em solução de 5 μg L-1 em meio de HNO3 2% v/v. A partir dos dados de temperatura de pirólise, observa-se que não houve variação dos sinais de absorvância entre as temperaturas de 200ºC e 600ºC, e portanto 200ºC foi a temperatura escolhida. Temperaturas inferiores a 200ºC não foram estudadas pelo fato de esta temperatura já estar muito próxima da temperatura de secagem utilizada na programação. Para os dados obtidos para temperatura de atomização, verifica-se que, se trabalhando sem modificador químico, a temperatura ótima se encontra entre 1400 e 1700ºC, de modo que 1400ºC foi a temperatura escolhida para atomização de Pb. Portanto, ao fim deste experimento obteve-se as melhores temperaturas de pirólise e de atomização para cada um dos analitos, a serem utilizadas nos estudos seguintes. A Tabela 14 apresenta a programação de temperatura utilizada para a determinação de Co, Cu, Mn, Ni e Pb após a otimização de TP e TA. 122 Tabela 14: Programações de temperatura empregadas nas determinações por HR-CS GF AAS. Etapa T (ºC) Rampa (ºC/s) Patamar (ºC) Tempo (s) Secagem 110 20 10 14,3 Pirólise 200 30 20 23,0 AZ* 200 0 5 5,0 Co 2200 2800 5 4,8 Cu 2100 2800 5 4,7 Mn 2000 2800 6 6,6 Ni 2350 2800 5 5,8 Pb 1400 2800 5 5,5 Co 2600 500 4 4,6 Cu 2500 500 4 4,6 Mn 2450 500 4 4,6 Ni 2600 500 4 4,5 Pb 2500 500 4 5,6 Atomização Limpeza (*) Autozero. 4.3 INFLUÊNCIA DA PRESENÇA DE NaCl NA PRÉ-CONCENTRAÇÃO Com a finalidade de verificar o efeito da presença do NaCl na préconcentração dos elementos-traço de interesse, realizou-se o procedimento de préconcentração em soluções de concentração variando entre 0 e 10 μg L -1 (0; 1,0; 2,5; 5,0; 10,0 μg L-1) em meio de água ultrapura e, inicialmente, em meio de solução de NaCl 3,5% m/v (salinidade igual a 35, simulando a da água do mar), com adição de 200µL de suspensão da Chelex-100® 10% m/v. A curva sem pré-concentração foi 123 realizada em meio de solução de HNO3 2% v/v. Os resultados são apresentados nas Figuras 35 a 39. A int 1,20 sem PC PC H2O 1 1,00 PC H2O 2 PC NaCl 3,5% m/v - 1 PC NaCl 3,5% m/v - 2 0,80 0,60 0,40 0,20 0,00 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Co] nominal (μg L-1) Figura 35: Curvas de PC para Co em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v. A int 0,7 sem PC PC H2O - 1 0,6 PC H2O - 2 PC NaCl 3,5% m/v - 1 0,5 PC NaCl 3,5% m/v - 2 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Cu] nominal (μg L-1) Figura 36: Curvas de PC para Cu em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v. 124 A int 1,4 sem PC PC H2O 1 1,2 PC H2O 2 PC NaCl 3,5% m/v - 1 1,0 PC NaCl 3,5% m/v - 2 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Mn] nominal (μg L-1) Figura 37: Curvas de PC para Mn em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v. A int0,25 sem PC PC H2O - 1 PC H2O - 2 0,20 PC NaCl 3,5% m/v - 1 PC NaCl 3,5% m/v - 2 0,15 0,10 0,05 0,00 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Ni] nominal (μg L-1) Figura 38: Curvas de PC para Ni em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v. 125 A int 0,40 sem PC 0,35 PC H2O - 1 0,30 PC H2O - 2 PC NaCl 3,5% m/v - 1 0,25 PC NaCl 3,5% m/v - 2 0,20 0,15 0,10 0,05 0,00 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Pb] nominal (μg L-1) Figura 39: Curvas de PC para Pb em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v. Através dos resultados obtidos e apresentados anteriormente observa-se que, para Cu, Mn e Ni, o procedimento de PC é muito pouco afetado pela salinidade, ao contrario de Co e Pb. No caso do Co verfica-se que ocorre um aumento na diferença entre as absorvâncias à medida que a concentração aumenta. No caso de Mn e Pb, observa-se que há possível contaminação proveniente do NaCl, sendo a situação do chumbo a mais crítica, tendo em vista a diferença dos sinais de absorvância para uma mesma concentração. Entretanto, ainda para o Pb, ao comparar os perfis com e sem sal, observa-se também que há uma tendência ao paralelismo, o que pode corroborar a idéia de contaminação pelo sal, pois sendo a concentração de NaCl a mesma para todas as soluções, o "acréscimo" inerente à contaminação também é o mesmo. Porém, apesar disso, verifica-se que há a tendência linear. Sendo assim, optou-se por realizar a descontaminação dessa solução de NaCl antes do preparo das soluções salinas para a pré-concentração. 4.4 DESCONTAMINAÇÃO DA SOLUÇÃO SALINA DE NaCl 3,5% (m/v) A partir dos resultados obtidos no item acima, foi realizada a limpeza da solução de NaCl 3,5% m/v, de acordo com procedimento descrito no item 3.1. Após esta limpeza o experimento do item anterior foi novamente realizado, esperando se 126 obter melhores resultados. Para tal, realizou-se o procedimento de pré-concentração em soluções de concentração variando entre 0 e 10 μg L-1 (0; 1,0; 2,5; 5,0; 10,0 μg L-1) em meio de água ultrapura e em meio de solução de NaCl 3,5% m/v previamente descontaminada, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v. A curva sem pré-concentração foi realizada em meio de HNO3 2% v/v. Os resultados são apresentados nas Figuras 40 a 44. A int 1,4 sem PC PC H2O - 1 1,2 PC H2O - 2 PC NaCl 3,5% m/v - 1 1,0 PC NaCl 3,5% m/v - 2 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Co] nominal (μg L-1) Figura 40: Curvas de PC para Co em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v previamente descontaminada, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v. 127 A int 0,9 sem PC 0,8 PC H2O - 1 PC H2O - 2 0,7 PC NaCl 3,5% m/v - 1 0,6 PC NaCl 3,5% m/v - 2 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 0,0 2,5 5,0 7,5 [Cu] nominal (μg L-1) 10,0 Figura 41: Curvas de PC para Cu em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v previamente descontaminada, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v. A int 2,0 sem PC 1,8 PC H2O - 1 PC H2O - 2 1,6 PC NaCl 3,% m/v - 1 1,4 PC NaCl 3,% m/v - 2 1,2 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Mn] nominal (μg L-1) Figura 42: Curvas de PC para Mn em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v previamente descontaminada, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v. 128 A int 0,35 sem PC PC H2O - 1 0,30 PC H2O - 2 PC NaCl 3,5% m/v - 1 0,25 PC NaCl 3,5% m/v - 2 0,20 0,15 0,10 0,05 0,00 0,0 2,5 5,0 7,5 [Ni] nominal (μg L-1) 10,0 Figura 43: Curvas de PC para Ni em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v previamente descontaminada, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v. A int 0,6 sem PC PC H2O - 2 0,5 PC H2O - 2 PC NaCl 3,5% m/v - 1 0,4 PC NaCl 3,5% m/v - 2 0,3 0,2 0,1 0,0 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Pb] nominal (μg L-1) Figura 44: Curvas de PC para Pb em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v previamente descontaminada, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v. Quantitativamente, Tabela 15 apresenta os valores de absorvância integrada para os "brancos" (soluções de concentração nominal igual a 0 μg L-1). Os valores são as médias das absorvâncias individuais de medida, realizadas em duplicata. Cada um deles representa um experimento individual. 129 Tabela 15: Valores de absorvância integrada para os brancos (experimentos individuais) com PC em solução de NaCl 3,5 % m/v, antes e depois da descontaminação do sal. Média (n = 3) das absorvâncias integradas individuais. PC em NaCl 3,5% m/v Elemento Antes da limpeza do sal Após da limpeza do sal A int 1 A int 2 A int 1 A int 2 Co 0,01298 0,01011 0,01844 0,01077 Cu 0,06882 0,07310 0,26591 0,07789 Mn 0,12622 0,13648 0,22098 0,15875 Ni 0,01653 0,02082 0,02706 0,01515 Pb 0,11585 0,11401 0,05924 0,04680 Através dos resultados obtidos nesta etapa, observa-se que dentre todos os elementos em estudo, o Pb é aquele que é mais afetado pela contaminação do sal, visto que limpeza da solução salina melhorou consideravelmente os valores de absorvância dos brancos. Para os outros elementos, não se observou nenhuma variação expressiva. No caso do Mn, isso remete à necessidade de identificar outra fonte de contaminação (uma possibilidade seria a resina Chelex-100®), devido ao fato de seus valores para brancos continuarem bastante elevados apesar da limpeza do sal. 4.5 EFEITO DA QUANTIDADE DE RESINA CHELEX-100® A fim de avaliar a influência da massa de resina na eficiência do procedimento de pré-concentração, foi feito um experimento variando o volume de suspensão de resina adicionado. Para tal, realizou-se o procedimento de pré-concentração em soluções de concentração variando entre 0 e 10 μg L-1 (0; 1,0; 2,5; 5,0; 10,0 μg L-1) em meio de água ultrapura e em meio de solução de NaCl 3,5% m/v previamente descontaminada, com o volume de suspensão de Chelex-100® 10% m/v variando 130 entre 100 µL, 200 µL e 500 µL. A curva sem pré-concentração foi feita em meio de HNO3 2% v/v. Os experimentos foram realizados em duplicada a fim de se avaliar também a precisão dos resultados. 4.5.1 Efeito da massa de resina nos sinais de cobalto Os resultados para o efeito da variação da massa da resina para a PC na determinação de cobalto são apresentados nas Figuras 45 a 47. A int 1,4 100 μL sem PC PC H2O - 1 1,2 PC H2O - 2 PC NaCl 3,5% m/v - 1 1 PC NaCl 3,5% m/v - 2 0,8 0,6 0,4 0,2 0 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Co] nominal (μg L-1) Figura 45: Curvas de PC para Co em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 100 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v. 131 A int 200 μL 1,4 sem PC PC H2O - 1 1,2 PC H2O - 2 PC NaCl 3,5% m/v - 1 1 PC NaCl 3,5% m/v - 2 0,8 0,6 0,4 0,2 0 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Co] nominal (μg L-1) Figura 46: Curvas de PC para Co em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v. A int 1,4 500 μL Série1 1,2 PC H2O - 1 PC H2O - 2 1 PC NaCl 3,5% m/v - 1 PC NaCl 3,5% m/v - 2 0,8 0,6 0,4 0,2 0 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Co] nominal (μg L-1) Figura 47: Curvas de PC para Co em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 500 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v. Observa-se para o Co que apesar de os valores individuais não serem diferentes nos três experimentos, no conjunto, há uma maior repetitividade das absorvâncias quando uma quantidade maior de resina (500 µL) é utilizada. 132 4.5.2 Efeito da massa de resina nos sinais de cobre Os resultados para o efeito da variação da massa da resina para a PC na determinação de cobre são apresentados nas Figuras 48, 49 e 50. A int 1,2 100 μL sem PC 1,0 PC H2O - 1 PC H2O - 2 PC NaCl 3,5% m/v - 1 0,8 PC NaCl 3,5% m/v - 2 0,6 0,4 0,2 0,0 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Cu] nominal (μg L-1) Figura 48: Curvas de PC para Cu em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 100 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v. 133 A int 1,2 200 μL sem PC 1 PC H2O - 1 PC H2O - 2 PC NaCl 3,5% m/v - 1 0,8 PC NaCl 3,5% m/v - 2 0,6 0,4 0,2 0 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Cu] nominal (μg L-1) Figura 49: Curvas de PC para Cu em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v. A int 1,2 500 μL Série1 1 PC H2O - 1 PC H2O - 2 PC NaCl 3,5% m/v - 1 0,8 PC NaCl 3,5% m/v - 2 0,6 0,4 0,2 0 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Cu] nominal (μg L-1) Figura 50: Curvas de PC para Cu em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 500 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v. Observa-se para o cobre que apesar de os valores de absorvância não serem diferentes nos três experimentos, no geral, verifica-se visualmente que há 134 uma maior repetibilidade dos sinais quando a maior quantidade de resina (500 µL) é adicionada. 4.5.3 Efeito da massa de resina nos sinais de manganês Os resultados para o efeito da variação da massa da resina para a PC na determinação de manganês são apresentados nas Figuras 51 a 53. A int 2 1,8 100 μL sem PC PC H2O - 1 1,6 PC H2O - 2 PC NaCl 3,5% m/v 1 1,4 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Mn] nominal (μg L-1) Figura 51: Curvas de PC para Mn em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 100 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v. 135 A int 2 200 μL sem PC 1,8 PC H2O - 1 1,6 PC H2O - 2 PC NaCl 3,5% m/v 1 1,4 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Mn] nominal (μg L-1) Figura 52: Curvas de PC para Mn em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v. A int 2 500 μL sem PC 1,8 PC H2O - 1 PC H2O - 2 1,6 PC NaCl 3,5% m/v - 1 PC NaCl 3,5% m/v - 2 1,4 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Mn] nominal (μg L-1) Figura 53: Curvas de PC para Mn em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 500 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v. 136 Observa-se para o manganês que mesmo sendo os valores de absorvância muito próximos, há uma maior repetibilidade dos sinais quando a maior quantidade de resina (500 µL) é adicionada, princialmente para os pontos de concentrações mais baixas, como 1 e 2,5 μg L -1, independente da linearidade dos pontos. 4.5.4 Efeito da massa de resina nos sinais de níquel Os resultados para o efeito da variação da massa da resina para a PC na determinação de manganês são apresentados nas Figuras 54, 55 e 56. A int 0,3 100 μL sem PC PC H2O - 1 0,25 PC H2O - 2 PC NaCl 3,5 % m/v - 1 PC NaCl 3,5 % m/v - 2 0,2 0,15 0,1 0,05 0 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Ni] nominal (μg L-1) Figura 54: Curvas de PC para Ni em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 100 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v. 137 0,3 A int 200 μL 0,25 sem PC PC H2O - 1 PC H2O - 2 0,2 PC NaCl 3,5% m/v - 1 PC NaCl 3,5% m/v - 2 0,15 0,1 0,05 0 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Ni] nominal (μg L-1) Figura 55: Curvas de PC para Ni em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v. A int 0,3 500 μL sem PC 0,25 PC H2O - 1 PC H2O - 2 PC NaCl 3,5% m/v - 1 PC NaCl 3,5% m/v - 2 0,2 0,15 0,1 0,05 0 0,0 2,5 5,0 7,5 [Ni] nominal (μg L-1) 10,0 Figura 56: Curvas de PC para Ni em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 500 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v. 138 Para o níquel, os resultados mostram o aumento da massa de resina não afeta os sinais de absorvância, de onde se conclui que, no caso deste elemento, a menor massa de resina é sufciente para a obtenção de resultados satisfatórios. 4.5.5 Efeito da massa de resina nos sinais de chumbo Os resultados para o efeito da variação da massa da resina para a PC na determinação de chumbo são apresentados nas Figuras 57, 58 e 59. A int 0,5 sem PC 100uL PC H2O - 1 0,45 PC H2O - 2 PC NaCl 3,5 % m/v - 1 0,4 PC NaCl 3,5 % m/v - 2 0,35 0,3 0,25 0,2 0,15 0,1 0,05 0 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Pb] nominal (μg L-1) Figura 57: Curvas de PC para Pb em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 100 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v. 139 A int 0,5 200uL sem PC 0,45 PC H2O - 1 0,4 PC H2O - 2 PC NaCl 3,5 % m/v - 1 0,35 PC NaCl 3,5 % m/v - 2 0,3 0,25 0,2 0,15 0,1 0,05 0 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Pb] nominal (μg L-1) Figura 58: Curvas de PC para Pb em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v. A int 0,5 500uL 0,45 sem PC 0,4 PC H2O (1) PC H2O (2) 0,35 PCNaCl (1) 0,3 PC NaCl (2) 0,25 0,2 0,15 0,1 0,05 0 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Pb] nominal (μg L-1) Figura 59: Curvas de PC para Pb em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 500 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v. Da mesma forma que para o Ni, os resultados para Pb mostram o aumento da massa de resina também não afeta consideravelmente os sinais de 140 absorvância, concluindo-se que, também para este elemento, a menor massa de resina é sufciente para a obtenção de resultados satisfatórios. Sendo assim, devido à melhoria dos resultados para Co e Cu, a pouca influência nos resultados de Mn e a ausência de influência nos resultados de Ni e Pb, o volume de 500 µL de suspensão de Chelex-100® 10% v/v foi escolhido para os experimentos seguintes, afim de atender às necessidades dos dois primeiros elementos. 4.6 DESCONTAMINAÇÃO DA RESINA CHELEX-100® E O EFEITO NOS SINAIS PARA Mn Através dos resultados obtidos nos itens 4.4 e 4.5 que, apesar da descontaminação da solução salina, os sinais dos brancos para Mn se mantêm bastante altos. Haja vista que o sal pode não ser a única fonte de contaminação, procedeu-se a limpeza da resina a fim de se remover possível contaminação responsável por essa absorvância elevada, e consequentemente, melhorar os resultados. Para tal, realizou o procedimento de limpeza com solução de HNO 3, como já descrito no item 3.1. Esse procedimento, além de remover as impurezas, converte a resina da sua forma Na+ à forma H+, mais indicada para os experimentos de PC. Os resultados para esta etapa são apresentados nas Figuras 60, 61 e 62. 141 A int 2 100 μL sem PC 1,8 PC com H2O - 1 PC com H2O - 2 1,6 PC NaCl 3,5% m/v 1,4 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Mn] nominal (μg L-1) Figura 60: Curvas de PC para Mn em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminada, com adição de 100 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v, também descontaminada. A int 2 200 μL sem PC 1,8 PC H2O - 1 1,6 PC NaCl 3,5% m/v 1,4 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Mn] nominal (μg L-1) Figura 61: Curvas de PC para Mn em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminadas, com adição de 200 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v, também descontaminada. . 142 A int 2 500 μL 1,8 sem PC PC H2O - 1 1,6 PC H2O - 2 1,4 PC NaCl 3,5% m/v - 1 PC NaCl 3,5% m/v - 2 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Mn] nominal (μg L-1) Figura 62: Curvas de PC para Mn em meio de água ultrapura e solução de NaCl 3,5% m/v, previamente descontaminadas, com adição de 500 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v, também descontaminada. Quantitativamente, Tabela 16 apresenta os valores de absorvância integrada para os "brancos" antes e depois da limpeza da resina (soluções de concentração nominal igual a 0 μg L-1). Os valores são as médias das absorvâncias integradas individuais de medida, realizadas em duplicata. Cada um deles representa um experimento individual. 143 Tabela 16: Valores de absorvância integrada para os brancos (experimentos individuais) com PC em água ultrapura e em solução de NaCl 3,5 % m/v descontaminada, antes e depois da limpeza da resina Chelex-100®. Média (n = 3) das absorvâncias integradas individuais. PC em água ultrapura PC em NaCl 3,5% m/v descontaminado Volume de suspensão de Antes da limpeza Após da limpeza da Antes da limpeza da Após da limpeza da Chelex-100® da Chelex-100® Chelex-100® Chelex-100® Chelex-100® (μL) A int 1 A int 2 A int 1 A int 2 A int 1 A int 2 A int 1 A int 2 100 0,23621 0,57250 0,09090 0,03715 0,33497 0,34286 0,03348 - 200 0,46792 0,45533 0,01578 - 0,43965 0,44113 0,0375 0,09912 500 0,03077 0,01638 0,01645 0,01574 0,05938 0,32848 0,03898 0,15336 Com os resultados apresentados anteriormente, observa-se que os sinais dos brancos foram parcialmente reduzidos, porém, ainda distante do ideal. Também se observa novamente a ausência da linearidade das curvas para Mn. 4.7 EFEITO DO TEOR DE SALINIDADE A fim de avaliar se a diferença de salinidade influencia na etapa de préconcentração e nos sinais de absorvância dos elementos estudados, realizou-se um experimento variando a salinidade das soluções. A faixa de salinidade foi escolhida a fim de contemplar as amostras de água produzida a serem analisadas ao fim da otimização da metodologia. Para tal, realizou-se o procedimento de préconcentração em soluções de concentração variando entre 0 e 10 μg L-1 (0; 1,0; 2,5; 5,0; 10,0 μg L-1) em meio de água ultrapura e em meio de solução de NaCl nas concentrações de 1,75% m/v e 7,0% m/v (respectivamente, salinidades de 17,5 e 70) , todas previamente descontaminadas, com adição de 500µL de suspensão da Chelex-100® 10% m/v, também descontaminada em etapa anterior. A curva sem pré-concentração foi feita em meio de HNO3 2% v/v. Os experimentos foram 144 realizados em duplicada e, a fim de se avaliar também a precisão dos resultados, ambos os resultados são apresentados a seguir, nas Figuras 63 a 67. A int 1,4 Sem PC PC - H2O 1 1,2 PC - H2O 2 PC NaCl - 1,75%m/v (1) PC NaCl - 1,75%m/v (2) 1 PC NaCl - 7%m/v (1) PC NaCl - 7%m/v (2) 0,8 0,6 0,4 0,2 0 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Co] nominal (μg L-1) Figura 63: Curvas de PC para Co em meio de água ultrapura e solução de NaCl de diferentes salinidades, previamente descontaminadas, com adição de 500 µL de suspensão de Chelex100® 10% m/v, também descontaminada. 1,4 A int Sem PC PC - H2O 1 PC - H2O 2 1,2 PC NaCl - 1,75%m/v (1) PC NaCl - 1,75%m/v (2) 1 PC NaCl - 7%m/v (1) PC NaCl - 7%m/v (2) 0,8 0,6 0,4 0,2 0 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Cu] nominal (μg L-1) Figura 64: Curvas de PC para Cu em meio de água ultrapura e solução de NaCl de diferentes salinidades, previamente descontaminadas, com adição de 500 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v, também descontaminada. 145 A int 0,6 Sem PC PC - H2O 1 PC - H2O 2 0,5 PC NaCl - 1,75%m/v (1) PC NaCl - 1,75%m/v (2) PC NaCl - 7%m/v (1) 0,4 PC NaCl - 7%m/v (2) 0,3 0,2 0,1 0 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Pb] nominal (μg L-1) Figura 65: Curvas de PC para Mn em meio de água ultrapura e solução de NaCl de diferentes salinidades, previamente descontaminadas, com adição de 500 µL de suspensão de Chelex-100® 10% m/v, também descontaminada. A int 0,35 Sem PC PC - H2O 1 PC - H2O 2 0,3 PC NaCl - 1,75%m/v (1) PC NaCl - 1,75%m/v (2) PC NaCl - 7%m/v (1) 0,25 PC NaCl - 7%m/v (2) 0,2 0,15 0,1 0,05 0 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Ni] nominal (μg L-1) Figura 66: Curvas de PC para Ni em meio de água ultrapura e solução de NaCl de diferentes salinidades, previamente descontaminadas, com adição de 500 µL de suspensão de Chelex100® 10% m/v, também descontaminada. 146 A int 0,6 Sem PC PC - H2O 1 PC - H2O 2 0,5 PC NaCl - 1,75%m/v (1) PC NaCl - 1,75%m/v (2) PC NaCl - 7%m/v (1) 0,4 PC NaCl - 7%m/v (2) 0,3 0,2 0,1 0 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 [Pb] nominal (μg L-1) Figura 67: Curvas de PC para Pb em meio de água ultrapura e solução de NaCl de diferentes salinidades, previamente descontaminadas, com adição de 500 µL de suspensão de Chelex100® 10% m/v, também descontaminada. De acordo com os resultados apresentados verifica-se que não há diferença considerável entre os sinais de absorvância obtidos para as duas salinidades. 4.8 VERIFICAÇÃO DA ELIMINAÇÃO DA MATRIZ ATRAVÉS DOS ESPECTROS TRIDIMENSIONAIS DO HR- CS GF AAS Através das Figuras 69 a 72 pode-se verificar a diferença nos perfis dos sinais para os cinco elementos estudados nos diferentes meios: em solução de HNO3 2% v/v (sem pré-concentração), nos extratos de PC de soluções em água ultrapura e de solução salina e na própria solução salina. Já as Figuras 73 a 78 apresentam os perfis tridimensionais para os sinais dos analitos nas amostras de água produzida após o procedimento de pré-concentração. 147 Figura 68: Espectro tridimensional para o registro gráfico dos sinais de absorvância para Co nos diferentes experimentos. Figura 69: Espectro tridimensional para o registro gráfico dos sinais de absorvância para Cu nos diferentes experimentos. 148 Figura 70: Espectro tridimensional para o registro gráfico dos sinais de absorvância para Mn nos diferentes experimentos. Figura 71: Espectro tridimensional para o registro gráfico dos sinais de absorvância para Ni nos diferentes experimentos. 149 Figura 72: Espectro tridimensional para o registro gráfico dos sinais de absorvância para Pb nos diferentes experimentos. Figura 73: Espectro tridimensional para o registro gráfico dos sinais de absorvância para Co, Cu, Ni e Pb para amostra AP 1 após o experimento de pré-concentração. 150 Figura 74: Espectro tridimensional para o registro gráfico dos sinais de absorvância para Co, Cu, Mn, Ni e Pb para amostra AP 2 após o experimento de pré-concentração. Figura 75: Espectro tridimensional para o registro gráfico dos sinais de absorvância para Co, Cu, Mn, Ni e Pb para amostra AP 3 após o experimento de pré-concentração. 151 Figura 76: Espectro tridimensional para o registro gráfico dos sinais de absorvância para Co, Cu, Ni e Pb para amostra AP 4 após o experimento de pré-concentração. Figura 77: Espectro tridimensional para o registro gráfico dos sinais de absorvância para Co, Cu, Ni e Pb para amostra AP 5 após o experimento de pré-concentração. 152 Figura 78: Espectro tridimensional para o registro gráfico dos sinais de absorvância para Co, Cu, Ni e Pb para amostra AP 6 após o experimento de pré-concentração. Observa-se claramente que o procedimento de pré-concentração elimina toda a matriz da solução salina, permitindo a utilização deste procedimento para a determinação do analito. Essa conclusão é de vital importância especialmente para Co, Mn e Ni, em que a presença de NaCl é responsável por ruído intenso por conta do alto espectro de fundo contínuo, precisa ser corrigido via software. Porém independente dessa capacidade do software, não há como evitar o grande deposito de sais no equipamento, especial e principalmente no atomizador. 4.9 DETERMINAÇÃO QUALITATIVA DO CLORETO RESIDUAL Para a verificação da eficiência do procedimento de separação da matriz, procedeu-se um ensaio analítico qualitativo que consistiu na identificação da presença de cloreto nos extratos finais através da precipitação do mesmo na forma de cloreto de prata, utilizando uma solução aquosa de AgNO 3. Nenhuma turvação foi observada, de modo que se pode afirmar que a eliminação da matriz foi realizada com sucesso. 153 4.10 CARACTERÍSTICAS ANALÍTICAS Para a determinação das carctrísticas analíticas, realizou-se um experimento de pré-concentração com soluções em meio de NaCl 3,5% m/v com as melhores condições experimentais, definidas anteriormente. Mediante o fato de que 10 μg L-1 pode ser uma concentração alta a ser préconcentrada, como no caso do Mn, em que claramente se observa o desvio da linearidade (por ser determinado em um comprimento de onda bastante sensível), optou-se por reduzir a faixa de concentrações, passando a se trabalhar portanto entre 0 e 5 μg L-1. As Figuras 79 a 83 apresentam as curvas de pré-concentração para os cinco analitos de interesse. A int 2,5 Sem PC PC NaCl - 3,5% m/v 2 y = 0,415x + 0,0287 R² = 0,9964 1,5 1 y = 0,1289x + 0,0006 R² = 0,9996 0,5 0 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 [Co] nominal (μg L-1) Figura 79: Curva de PC para Co em solução de NaCl 3,5% m/v nas condições otimizadas. 154 A int 1,2 Sem PC PC NaCl 3,5% m/v 1 y = 0,1666x + 0,1599 R² = 0,999 0,8 0,6 y = 0,0475x + 0,0022 R² = 0,9983 0,4 0,2 0 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 [Cu] nominal (μg L-1) Figura 80: Curva de PC para Cu em solução de NaCl 3,5% m/v nas condições otimizadas. A int 1,6 Sem PC PC NaCl 3,5% m/v 1,4 y = 0,2778x + 0,1142 R² = 0,9993 1,2 1,0 0,8 0,6 y = 0,0644x + 0,0104 R² = 0,9964 0,4 0,2 0,0 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 [Mn] nominal (μg L-1) Figura 81: Curva de PC para Mn em solução de NaCl 3,5% m/v nas condições otimizadas. 155 A int 0,30 Sem PC PC NaCl 3,5% m/v 0,25 y = 0,045x + 0,0285 R² = 0,9985 0,20 0,15 y = 0,013x + 0,0034 R² = 0,9978 0,10 0,05 0,00 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 [Ni] nominal (μg L-1) Figura 82: Curva de PC para Ni em solução de NaCl 3,5% m/v nas condições otimizadas. A int 0,4 Sem PC PC NaCl 3,5% m/v 0,35 y = 0,0648x + 0,021 R² = 0,9993 0,3 0,25 0,2 0,15 y = 0,0188x + 0,0001 R² = 0,9955 0,1 0,05 0 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 [Pb] nominal (μg L-1) Figura 83: Curva de PC para Pb em solução de NaCl 3,5% m/v nas condições otimizadas. O método desenvolvido possibilita determinar Co, Cu, Mn, Ni e Pb em amostras salinas com limites de detecção (LOD) e de quantificação (LOQ) apresentados na Tabela 17, calculados de acordo com as recomendações da 156 IUPAC. A mesma também apresenta os fatores de pré-concentração tomando por base 15 mL de amostra e volume final do extrato de 3,0 mL, além da repetibilidade (%RSD, n = 10) em extratos de pré-concentração contendo inicialmente 2,0 μg L–1 em meio de NaCl 3,5% m/v. Tabela 17: Características analíticas. Fator de Pré-Concentração LOD LOQ Repetibilidade - 2 μg L–1 (μg L–1) (μg L–1) (%) Co 3,2 0,006 0,020 3,5 Cu 3,5 0,070 0,24 4,0 Mn 4,3 0,024 0,08 9,0 Ni 3,5 0,074 0,25 5,3 Pb 3,5 0,018 0,06 5,9 Analito A exatidão do método foi verificada por análise de diferentes materiais de referência certificados: CASS-4 (Nearshore Seawater Reference Material for Trace Metals), CASS-5 (Nearshore Seawater Reference Material for Trace Metals) e NASS-5 (Seawater Reference Material for Trace Metals). A Tabela 18 mostra os resultados obtidos na determinação de Cu, Mn e Ni nos CRMs acima citados. Os outros elementos (Co e Pb) se apresentam em concetrações extremamente baixas, não sendo portanto possíveis de serem determinados. Para estes dois últimos, seria mais adequado o uso da técnica de ICP-MS, que possui maior sensibilidade, podendo detectar concentrações a níveis e partes por trilhão (ppt) e até partes por quatrilhão (ppq). 157 Tabela 18: Determinação de Cu, Mn e Ni nos materiais de referência certificados de águas salinas. CRM Salinidade CASS-4 CASS-5 NASS-5 Resultados (μg L–1) Tipo de dado Cu Mn Ni Obtido 0,62 ± 0,08 3,4 ± 0,3 0,30 ± 0,04 Certificado 0,592 ± 0,055 2,78 ± 0,19 0,314 ± 0,03 Obtido 0,39 ± 0,04 2,8 ± 0,4 0,41 ± 0,09 Certificado 0,380 ± 0,028 2,62 ± 0,20 0,330 ± 0,023 Obtido 0,31 ± 0,06 0,90 ± 0,06 0,32 ± 0,08 Certificado 0,297 ± 0,046 0,919 ± 0,057 0,253 ± 0,028 30,7 33,5 30,4 Assim, estes resultados demonstram que a metodologia proposta é eficiente na determinação dos metais em estudo em amostras de águas salinas. 4.11 APLICAÇÃO A AMOSTRAS DE ÁGUA PRODUZIDA A metodologia desenvolvida foi empregada na análise de amostras de água produzida de plataformas brasileiras offshore com salinidade aproximadamente 70. Os resultados são apresentados na Tabela 19. de até 158 Tabela 19: Determinação de Co, Cu, Mn, Ni e Pb em amostras de água de produzida. Resultados (μg L–1) Amostra Salinidade Co Cu Mn Ni Pb AP 1 68 < 0,020 0,26 ± 0,03 - < 0,25 < 0,06 AP 2 75 < 0,020 0,27 ± 0,05 2,25 ± 0,09 0,5 ± 0,1 < 0,06 AP 3* 75 < 0,020 < 0,24 13 ± 2 < 0,25 0,18 ± 0,06 AP 4 72 < 0,020 < 0,24 - < 0,25 0,32 ± 0,09 AP 5 52 < 0,020 0,28 ± 0,05 - 0,33 ± 0,09 0,20 ± 0,05 AP 6 52 < 0,020 < 0,24 - < 0,25 < 0,06 (*) Amostra diluída na proporção de 1:5 para determinação de Mn. A determinação de Mn foi realizada apenas nas amostras AP 2 e AP 3, pois nas outras as concentrações se mostraram extremamente altas, não se tratando portanto, de uma determinação de traços, podendo portanto serem determinadas por técnicas analíticas alternativas como F AAS e/ou ICP OES. 4.12 ENSAIOS DE ADIÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ANALITO Com a finalidade de se garantir a maior confiabilidade possível dos resultados obtidos, além da validação da metodologia utilizando três materiais de referência certificados, realizaram-se também ensaios de adição e recuperação de analito para algumas das amostras de água produzidas analisadas. Esses ensaios foram realizados pois apesar de terem sido realizados experimentos para determinar a salinidade máxima das amostras e existir similaridade entre as matrizes das amostras e dos CRMs, ainda assim não houvree nenhum experimento para verificação da acurácia que envolvesse as amostras. Para tal, portanto, fez-se a adição de uma solução multielementar contendo os cinco analitos de interesse tal-que a concentração final atingisse 2 μg L-1. Os resultados são apresentados na Tabela 20. 159 Tabela 20: Resultados obtidos para ensaios de recuperação de Co, Cu, Mn, Ni e Pb em amostras de água de produzida após adição de 2 μg L-1. Recuperação (%) Amostra Salinidade Co Cu Mn Ni Pb AP 2 75 96 ± 10 100 ± 6 93 ± 10 79 ± 2 105 ± 5 AP 3* 75 97 ± 6 99 ± 6 105 ± 10 82 ± 4 83 ± 3 AP 4 72 101 ± 1 83 ± 8 - 81 ± 5 97 ± 5 (*) Amostra diluída na proporção de 1:5 para determinação de Mn. 160 5 CONCLUSÕES Através do presente trabalho, foi possível estudar uma metodologia, relativamente simples, para pré-tratamento e posterior análise de águas hipersalinas, para a determinação de metais como Pb, Mn, Ni, Co e Cu, com o uso da Espectrometria de Absorção Atômica de Alta Resolução com Fonte Contínua e Forno de Grafite – HR-CS GF AAS. Para superar os problemas relacionados à matriz salina das amostras, fez-se uso da resina quelante Chelex-100®, bastante conhecida quando se trata de préconcentração de elementos-traço em amostras salinas. Neste estudo pôde-se verificar que a eficiência da Chelex-100® não foi excelente para pré-concentrar os metais estudados, talvez devido às baixas concentrações utilizadas, mas se mostrou eficaz em eliminar toda a matriz da amostra. Isto é importante, pois além da alta concentração de sais presentes na matriz acarretar em interferências nos sinais analíticos, o alto teor salino gera depósitos de sais em diversos pontos do sistema de atomização do equipamento, podendo deteriorá-lo rapidamente. Neste trabalho verificou-se que em soluções contendo concentrações de NaCl até 7 % (salinidade de 70) não houve variação na retenção dos analitos quando comparada à soluções aquosas não salinas (padrões aquosos). A utilização de Chelex-100® em batelada evita os problemas encontrados com a sua utilização em coluna, devido aos efeitos de inchamento da resina (swelling) quando se modifica o meio reacional (neutro ou ligeiramente alcalino para a pré-concentração e ácido na etapa de dessorção). Os fatores de pré-concentração encontrados foram de 3,2 para Co; 3,5 para Cu, Ni e Pb; e 4,3 para Mn, quando comparado ao valor teórico de 5 (15 mL de amostra para 3 mL de extrato). Este fatores poderão ser melhorados com o aumento do volume da amostra utilizada na análise. Na determinação dos analitos por HR-CS GF AAS observou-se sinais melhores definidos para Ni e Co utilizando atomização a partir da parede do tubo de grafite, enquanto que, para os demais analitos (Pb, Mn e Cu), a utilização de plataforma permitiu a atomização eficiente. Como a matriz final de análise é bem simples (ácido nítrico 2 % usado para dessorver os analitos da resina) quando 161 comparada às amostras originais, não foi necessária a utilização de modificador químico para as quantificações por HR-CS GF AAS, bastando-se utilizar as curvas de pirólise e de atomização para o estabelecimento dos programas de temperatura. Os limites de detecção e de quantificação encontrados (em g L-1), utilizando todo o procedimento de pré-concentração foram de: 0,006 e 0,020; 0,070 e 0,24; 0,024 e 0,08; 0,074 e 0,25; e 0,018 e 0,060, para Co, Cu, Mn, Ni e Pb, respectivamente. Os resultados satisfatórios obtidos na análise de diferentes materiais de referência certificados – CRMs, valida a metodologia desenvolvida e garante a confiabilidade do seu uso na pré-concentração e determinação de Cu, Mn e Ni em amostras salinas, dentre as quais amostras de água do mar. As amostras de água produzida analisadas mostraram que, os teores dos elementos-traço determinados não apenas se encontram dentro da faixa de concentração observada mundialmente, como também satisfazem a legislação brasileira vigente (CONAMA 357/05) para o descarte de efluentes em corpos hídricos. Dada a importância do conhecimento da composição das águas produzidas de alta salinidade, o desenvolvimento de métodos analíticos ainda se faz necessário visando auxiliar na caracterização dessas águas. Deve-se mencionar que a Resolução CONAMA 393/07, que trata do descarte de águas produzidas, está sendo modificada para incluir novas espécies químicas que devem ser analisadas, entre elas alguns metais, antes do seu descarte final. Assim, os métodos aqui desenvolvidos podem se tornar ferramentas analíticas de importância na caracterização destas águas e no estabelecimento de valores para apoiar as futuras legislações. Por fim, deve-se mencionar que a metodologia aqui proposta pode ser aplicada e os analitos determinados em efluentes hídricos salinos, independente do tipo de GF AAS (LS ou CS) disponível. 162 6 REFERÊNCIAS AMIN, A. S. Study on the Solid Phase Extraction and Spectrophotometric Determination of Cobalt with 5-(2-Benzothiazolylazo)-8-hydroxyquinolene. Arabian Journal of Chemistry, Article in Press, Corrected Proof, 2010. doi: 10.1016/j.arabjc.2010.12.008. AMORIM FILHO, V. R.; GOMES NETO, J. A. Evaluation of Lubricating Oil Preparation Procedures for the Determination of Al, Ba, Mo, Si and V by HighResolution Continuum Source F AAS. Analytical Sciences, Tokyo, v. 25, p. 95-100, 2009. ANDRADE, Vívian Tavares de. Avaliação da toxicidade de água produzida tratada por processo evaporativo com a finalidade de reúso em solo. Rio de Janeiro, 2009. 144 f. 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