Sociedade Brasileira de Espectrometria de Massas – BrMASS Ambiental (AMB) Quantificação de Contaminantes Emergentes em Efluente de Estações de Tratamento de Esgoto por LC-MS-MS Rogério F. da Silva1, Paula T. Souza Silva2, Valdinete L. da Silva1 [email protected] Universidade Federal de Pernambuco/Departamento de Química Fundamental 2 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária/ Embrapa Semiárido-CPATSA 1 A partir de 1920, o homem passou a sintetizar diversas substâncias, entretanto, foi depois da Segunda Guerra Mundial, devido ao anseio por desenvolvimento industrial e novas tecnologias, que ocorreu um elevado aumento na produção, uso e lançamento de compostos orgânicos no meio ambiente. A produção destas substâncias, em sua maioria, foi com o intuito de suprir a demanda da população por alimentos. 1 Diversos estudos, realizados no Brasil e no mundo, estão constatando uma classe de contaminantes persistentes no meio ambiente, chamados de contaminantes emergentes, tais compostos são capazes de causar efeitos adversos nos seres humanos e nos animais, sobretudo, no sistema endócrino, motivo pelo qual são denominados de interferentes endócrinos. A maior dificuldade para a determinação destes poluentes se deve ao fato de serem encontrados em concentrações muito baixas (ng L-1 ou µg L-1) e em diversas matrizes como, por exemplo, águas superficiais, águas subterrâneas, solo e em efluentes de indústrias e de estações de tratamento de esgoto; por este motivo, técnicas analíticas rigorosas são necessárias para o sucesso das análises. O grande número de publicações envolvendo a utilização da cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massa revela que esta técnica tem sido promissora para detecção e quantificação destes micropoluentes. Neste trabalho foi feito o monitoramento mensal em quatro ETE do estado de Pernambuco, foram detectados 16 micropoluentes pertencentes à classe dos plastificantes, fármacos, hormônios e produtos de higiene pessoal. As amostras foram coletadas em garrafas de polietileno e, em seguida, filtrou-se sob vácuo e extraiu-se pela técnica de extração líquido-líquido (ELL). Posteriormente, as amostras foram rotaevaporadas, concentradas em balão de 5 mL e quantificadas em um cromatógrafo líquido acoplado a um espectrômetro de massa (LC-MS-MS/IT-TOF, Shimadzu). As condições cromatográficas estabelecidas foram: coluna Phenomenex gemini C18, 3 µm, 50 x 2,1 mm, fase móvel (água e metanol grau HPLC), vazão da fase móvel 0,2 mL/min e volume de injeção 5 µL. A fonte de ionização do espectrômetro de massa utilizada foi a electrospray (ESI), tempo de acumulação dos íons no octopolo de 50 ms, os espectros de massa foram adquiridos no modo negativo e positivo. Preliminarmente, quantificou-se a progesterona (0,093-10,84 µg L-1) e o 17α-etinilestradiol (0,59-6,77 µg L-1). Portanto, o LC-MS-MS associado à ELL permite o monitoramento e quantificação dos contaminantes em estudo neste trabalho, os quais não apresentaram completa remoção após tratamento, tal fato, indica a ineficiência das ETE monitoradas. [1] EL SHAHAWI, M. S.; HAMZA, A.; BASHAMMAKH, A. S.; AL SAGAF, W. T. An overview on the accumulation, distribution, transformations, toxicity and analytical methods for the monitoring of persistent organic pollutants. Talanta, v. 80, p. 587-1597, 2010 4º Congresso BrMass – 10 a 13 de Dezembro de 2011