INFLUÊNCIA DO ESTRESSE AGUDO DE RESTRIÇÃO SOBRE PROCESSO INFLAMATÓRIO INDUZIDO PELA CARRAGENINA estudos, Goiânia, v. 34, n.11/12, p. 919-929, nov./dez. 2007. ROBERTA BRISTOT SILVESTRIN, KARIN KIELING, GIOVANA DUZZO GAMARO, EDNA SAYURI SUYENAGA, PATRÍCIA ARDENGHI Resumo: o estresse é um fator ambiental que altera respostas fisiológicas envolvendo a liberação de corticóides e catecolaminas. Os glicocorticóides afetam o sistema imune. O objetivo deste trabalho é avaliar o efeito do estresse agudo sobre o processo inflamatório em ratos estressados submetidos à 2h de restrição e controles. Após o estresse, foi realizado o modelo de pleurisia induzida pela carragenina. Os resultados demonstraram diferença nos leucócitos totais antes e depois da pleurisia apenas no grupo controle. Na contagem diferencial de leucócitos circulantes, foram encontradas diferenças no percentual de linfócitos e neutrófilos entre os grupos antes da indução do processo inflamatório. No exsudato pleural não foram encontradas diferenças no total de leucócitos e na análise nas células polimorfo e mononucleares em ambos os grupos. Os resultados sugerem que no estresse agudo, após imediata realização da pleurisia ocorrem alterações imunológicas que parecem não influenciar o processo inflamatório agudo. Palavras-chave: imunomodulação, inflamação, pleurisia, estresse agudo, restrição O desenvolvimento tecnológico com a instalação de indústrias, que podem atuar como fonte local de poluentes, além do aumento na urbanização gera um crescimento sem planejamento acarretando na deterio- 919 920 estudos, Goiânia, v. 34, n.11/12, p. 919-929, nov./dez. 2007. ração do ambiente (SANTOS, 1981; LOMBARDO, 1985; RIGOTTO, 2003). A qualidade do meio ambiente constitui fator determinante para o alcance de uma melhor qualidade de vida através de padrões de qualidade ambiental (GOMES & SOARES, 2004). Os padrões de qualidade ambiental variam entre a cidade e o campo, entre cidades de diferentes países ou de um mesmo país, assim como em diferentes áreas de uma mesma cidade (MACHADO, 1997). Da mesma forma no ambiente de trabalho, novas tecnologias e novas relações de trabalho trazem novos valores, novos hábitos e introduzem novos riscos tecnológicos, de natureza física, química , biológica, mecânica, ergonômica e psíquica (RIGOTTO, 2003). Estudos têm relacionado o impacto das alterações ambientais sobre a saúde. Em um estudo a OMS calculou o peso dos fatores ambientais na carga mundial de doenças, com base no índice AVAI – anos de vida ajustados em função da incapacidade. Assim, demonstrou que 23% da carga total mundial de AVAI está associada a fatores ambientais, chegando a 90% nas doenças diarréicas e na malária, 60% nas infecções respiratórias agudas, 50% nas doenças respiratórias crônicas, 30% nas lesões não-intencionais, 25% no caso do câncer e 10 % nas doenças cardiovasculares, assim como nos agravos de saúde mental. Estes dados demonstram que existe relação entre saúde-ambiente na sociedade contemporânea (OPS, 2000). Somando-se a isso devem ser consideradas questões como estilo de vida, o hábito de fumar ou o consumo de drogas, o estresse e o padrão alimentar como fatores ambientais relacionados à gênese das doenças (RIGOTTO, 2003). O estresse é um fator ambiental que pode ser representado como uma variedade de eventos que resultam na ativação de sistemas fisiológicos específicos visando à restauração da homeostase do organismo (HARBUZ & LIGHTMAN, 1992; HERMAN & CULLINAN, 1997). As respostas ao estresse incluem a ativação do sistema nervoso autônomo (SNA) e do eixo hipotálamohipófise-adrenal (HHA), a qual acarreta, respectivamente, a secreção de catecolaminas e a liberação de glicocorticóides pelo córtex adrenal (HARBUZ & LIGHTMAN, 1992; HERMAN & CULLINAN, 1997). O aumento sérico dos glicocorticóides pode desencadear alterações biológicas importantes para o organismo, incluindo o desenvolvimento de algumas disfunções psicológicas estudos, Goiânia, v. 34, n.11/12, p. 919-929, nov./dez. 2007. como depressão, ansiedade ou estresse pós-traumático, além de algumas doenças sistêmicas como doenças inflamatórias, metabólicas e auto-imunes (McEWEN et al., 1997; ANDERSSON et al., 2000; BOSCH et al., 2003; WINDLE et al., 2001). Dados da literatura demonstram que a ativação crônica ou transitória do eixo HHA e do SNA podem alterar tanto a capacidade funcional quanto o padrão migratório das células do sistema imune (ENGLER, 2004; DHABHAR & McEWEN, 1997; STEFABSKI, 2001). Existem evidências da modulação da resposta imunológica via receptores específicos para hormônios e neurotransmissores envolvidos neste processo (DHABHAR & McEWEN, 1997; STEFABSKI, 2001). Estudos prévios demonstram que o estresse pode causar imunomodulação dependendo das características do agente estressor, levando em conta intensidade, tipo (fisiológico, psicológico) e tempo de exposição (agudo ou crônico) (BAUER et al., 2001b; GAMARO, 1998). Dados da literatura têm demonstrado que a exposição aguda ao agente estressor produz uma redução no número e no percentual de linfócitos e monócitos, e um aumento no número de neutrófilos (BAUER et al., 2001a,b). A resposta ao estresse é resultado da interação entre as características individuais e as demandas do meio, ou seja, as discrepâncias entre o meio externo e interno e a percepção do indivíduo quanto à capacidade de resposta. Esta resposta ao estressor compreende aspectos cognitivos, comportamentais e fisiológicos visando a propiciar uma melhor percepção da situação e de suas demandas, assim como um processamento mais rápido da informação disponível, possibilitando uma busca de soluções, selecionando condutas adequadas e preparando o organismo para agir de maneira rápida e vigorosa. As situações ambientais podem ser provocadoras de estresse e agrupadas como: acontecimentos vitais (life events), acontecimentos diários menores e situações de tensão crônica (MARGIS et al., 2003). Modelos animais são de grande importância para avaliar os efeitos do estresse sobre os organismos. O modelo de estresse de restrição está relacionado com alterações em diversos parâmetros neuroendócrinos, incluindo a liberação catecolaminérgica pelo sistema nervoso autônomo e a ativação do eixo HHA resultando na secreção aumentada de glicocorticóides (BAUER et al., 2001b; GAMARO et al., 1999). 921 Levando em conta o exposto acima, o presente trabalho tem por objetivo verificar a relação entre a exposição a um estresse agudo de restrição e o processo inflamatório agudo, induzido pela carragenina em ratos. Foram utilizados ratos Wistar machos adultos com 3 meses de idade e peso entre 250-330g, obtidos do Biotério do Centro Universitário FEEVALE. Os animais foram divididos em dois grupos (6 animais por grupo): controles (não submetidos ao estresse) e estressados. Os animais do grupo estressado foram submetidos a uma única sessão de estresse de restrição. Os animais foram mantidos por 2h em cilindros plásticos de diâmetro regulável, com abertura para ventilação respiratória, o que lhes restringia os movimentos (GAMARO, 1998; GAMARO et al., 1999). A aplicação do estresse foi pelo período da manhã. Após o término da sessão de estresse os animais os animais foram subdivididos em dois grupos: 0h e 24h levando em conta o tempo em que seriam expostos ao modelo de pleurisia, imediatamente (0h) ou 24h após a sessão de estresse (24h). Os animais foram previamente anestesiados com éter-etílico e submetidos à coleta de sangue venoso periférico a partir da cauda, gerando a confecção de câmaras de Newbauer e esfregaços sanguíneos, para contagem de leucócitos total e diferencial, respectivamente para obtenção da amostra antes do processo inflamatório. Logo após, os animais foram operados e receberam 0,1 mL de suspensão 1mg/mL de carragenina em solução salina (cloreto de sódio a 0,9%) diretamente na cavidade pleural e retornaram às caixas, onde permaneceram por 4 h, para desenvolvimento da inflamação pleural, segundo técnica descrita por Spector (SPECTOR, 1956). Após este período, os animais foram reanestesiados para coleta do sangue periférico da cauda e do exsudato pleural para a determinação do número de células circulantes e do exsudato após o processo inflamatório. Os dados foram expressos como média ± erro padrão da média (EPM) e analisados pelo teste t de Student. 922 estudos, Goiânia, v. 34, n.11/12, p. 919-929, nov./dez. 2007. MATERIAIS E MÉTODOS RESULTADOS estudos, Goiânia, v. 34, n.11/12, p. 919-929, nov./dez. 2007. Na Figura 1 observa-se que o grupo controle apresentou diferenças significativas em relação ao número de leucócitos totais após a indução do processo inflamatório (teste t student p < 0,05). O mesmo efeito é observado em relação ao número de linfócitos e neutrófilos como demonstrado nas figuras 2 e 3 (teste t student p < 0,05). Figura 1. Efeito do estresse agudo de restrição sobre o número de leucócitos periféricos totais avaliados antes e depois da indução do processo inflamatório. ** diferença significativa entre a contagem de leucócitos antes e depois da indução da pleurisia (teste t de Student, p<0,05). Leucócitos totais (a): Número total de leucócitos antes da indução do processo inflamatório; Leucócitos totais (d): Número total de leucócitos depois da indução do processo inflamatório Nestes animais houve um aumento de leucócitos totais e neutrófilos (teste t student p < 0,05) acompanhados por uma diminuição no número de linfócitos (teste t student t p < 0,05). Nos animais submetidos à pleurisia imediatamente após o estresse (0h) apresentaram aumento no número de neutrófilos no sangue periférico (t student p < 0,05) embora seus níveis já estivessem aumentados em relação aos controles antes da indução da inflamação (Figura 3). Este mesmo grupo de animais apresentou um padrão diferenciado na avaliação do número total de linfócitos, não demonstrando diferenças na contagem destas células antes e depois do processo inflamatório além de uma contagem reduzida em relação ao grupo controle, quando comparado antes da indução da inflamação (t student p > 0,05) (Figura 2). 923 Figura 3. Efeito do estresse agudo de restrição sobre o número de neutrófilos periféricos avaliados antes e depois da indução do processo inflamatório. ** diferença significativa entre a contagem de neutrófilos antes e depois da indução da pleurisia (teste t de Student, p<0,05). a diferença significativa entre a contagem de neutrófilos periféricos antes da indução do processo inflamatório entre os grupos controle e agudo 0 h (teste t de Student, p<0,05). Neutrófilos (a): Número de neutrófilos antes da indução do processo inflamatório; Neutrófilos (d): Número de neutrófilos depois da indução do processo inflamatório 924 Os animais estressados e submetidos ao evento inflamatório 24h após o estresse apresentaram um padrão de contagens celulares similares aos animais do grupo controle no que se refere aos neutrófilos e linfócitos (Figuras 2 e 3). Analisando o número total de leucócitos na figura 1 os grupos submetidos ao estresse agudo e ao processo inflamatório imediatamente ou 24h após o estresse (0h e 24h) apresentaram um padrão geral muito semelhante ao grupo controle, embora não tenha sido observada diferença significativa antes e depois da inflamação (t student p > 0,05). Em relação ao padrão celular encontrado na cavidade pleural após 4h estudos, Goiânia, v. 34, n.11/12, p. 919-929, nov./dez. 2007. Figura 2. Efeito do estresse agudo de restrição sobre o número de linfócitos periféricos avaliados antes e depois da indução do processo inflamatório. ** diferença significativa entre a contagem de linfócitos antes e depois da indução da pleurisia (teste t de Student, p<0,05). b diferença significativa entre a contagem de linfócitos periféricos antes da indução do processo inflamatório entre os grupos controle e agudo 0 h (teste t de Student, p<0,05). Linfócitos (a): Número de linfócitos antes da indução do processo inflamatório; Linfócitos (d): Número de linfócitos depois da indução do processo inflamatório da injeção de carragenina não foram encontradas diferenças entre os grupos estressados e o grupo controle, sugerindo que a migração leucocitária para o sítio da inflamação parece não sofrer influência do estresse agudo de restrição (Figura 4). estudos, Goiânia, v. 34, n.11/12, p. 919-929, nov./dez. 2007. Figura 4. Efeito do estresse agudo de restrição sobre o exsudato pleural coletado da cavidade pulmonar após 4h da injeção de carragenina. Não houve diferença significativa entre os grupos (teste t de Student, p>0,05). Exsudato: Número total de células do exsudato dos diferentes grupos avaliados; PMN: Número de células polimorfonucleares encontradas no exsudato dos diferentes grupos testados; MN: Número de células mononucleares encontradas no exsudato dos diferentes grupos testados. DISCUSSÃO Diversas pesquisas realizadas nas últimas décadas têm sugerido que o estresse pode ser um fator de predisposição para o desenvolvimento de várias doenças (McEWEN et al., 1997; ANDERSSON et al., 2000). As alterações imunológicas induzidas pelo estresse têm sido consideradas como uma das causas do risco aumentado de doenças como câncer, doenças auto-imunes e infecções (BOSCH et al., 2003; WINDLE et al., 2001 ) vinculadas com alterações ambientais as alterações fisiológicas em resposta ao estresse são desencadeadas pela ativação do eixo HHA e sistema nervoso autônomo via liberação de hormônios corticosteróides e catecolaminas para auxiliar nos mecanismos de adaptação do organismo ao estresse, inclusive na modulação do sistema imunológico (HARBUZ & LIGHTMAN, 1992 ). Para examinar a influência do estresse sobre o sistema imunológico de ratos foi utilizado nesse trabalho, o modelo de estresse de restrição associado à técnica de indução de pleurisia 925 926 estudos, Goiânia, v. 34, n.11/12, p. 919-929, nov./dez. 2007. pela carragenina. Dados da literatura demonstraram que este tipo de estresse causa elevação dos níveis séricos de corticosterona nos animais estressados, imediatamente após a exposição ao estresse (GAMARO, 1998). Após a indução do processo inflamatório o grupo controle apresentou diferenças significativas em relação ao número de leucócitos totais, linfócitos e neutrófilos, quando comparados às medidas realizadas antes da indução de inflamação aguda por carragenina. Nestes animais houve um aumento de leucócitos totais e neutrófilos (p<0,05) acompanhados por uma diminuição no número de linfócitos (p<0,05) (Figs. 1, 2 e 3). Este fenômeno de inflamação aguda envolve hiperemia, estase e aumento na permeabilidade vascular com formação de edema. Neste modelo de pleurisia, o maior evento do desenvolvimento da resposta inflamatória é caracterizado pelo rápido influxo de leucócitos polimorfonucleares (PMNs) para a cavidade pleural. A migração de PMNs do compartimento vascular para o tecido inflamado ocorre após sua mobilização da circulação periférica, adesão ao endotélio próximo ao sítio da inflamação e posterior migração destas células para o tecido inflamado (SUYENAGA et al., 2002). Os animais submetidos à pleurisia imediatamente após o estresse (0h) apresentaram aumento no número de neutrófilos no sangue periférico (p<0,05) embora os níveis já estivessem aumentados antes da indução da inflamação em comparação aos controles (Fig. 3). Este dado corrobora com trabalhos prévios que demonstram rápida mobilização de neutrófilos frente a eventos estressores agudos (BAUER et al., 2001b). No mesmo grupo de animais foi observado um padrão diferenciado na avaliação do número total de linfócitos, não houve diferença na contagem destas células antes e depois do processo inflamatório. O número de linfócitos é reduzido em relação ao grupo controle antes da indução da inflamação (p<0,05) (Fig. 2). Este tipo de resposta está de acordo com dados da literatura que demonstram o efeito do estresse agudo na redução da proliferação linfocitária no sangue periférico. Estes efeitos podem ser prevenidos por adrenalectomia, demonstrando que os fatores adrenais são parcialmente responsáveis por esta imunossupressão (BAUER et al., 2001a). Neste trabalho observamos ainda, que os animais estressados e submetidos ao evento inflamatório 24 h após a sessão de estresse estudos, Goiânia, v. 34, n.11/12, p. 919-929, nov./dez. 2007. apresentaram um padrão de contagens celulares similares aos animais do grupo controle no que se refere aos neutrófilos e linfócitos (Fig. 2 e 3). Em relação ao número total de leucócitos (Fig. 1) os animais dos grupos estressados submetidos ao processo inflamatório imediatamente ou 24h após a sessão de estresse (0h e 24h) apresentaram um padrão geral semelhante ao grupo controle, embora não tenha sido observada significância estatística antes e depois da inflamação. No que se refere ao padrão celular encontrado na cavidade pleural após 4h da injeção de carragenina não foram encontradas diferenças entre os grupos estressados e o grupo controle, sugerindo que a migração leucocitária para o sítio da inflamação parece não ser afetada pelo estresse agudo de restrição (Fig. 4). De acordo com os resultados obtidos nesse trabalho podemos sugerir que o estresse agudo de restrição pode causar alterações na distribuição periférica das células do sistema imune no que se refere aos animais submetidos ao processo inflamatório imediatamente após o evento estressor. Os resultados encontrados indicam que estas alterações parecem não afetar a resposta imunológica específica avaliada através das contagens celulares do exsudato pleural após a pleurisia. Referências ANDERSSON, I.M., LORENTZEN, J.C., ERICSSON-DAHLSTRAND, A. 2000. Analysis of Adrenocortical Secretory Responses During Acute and Prolonged Immune Stimulation in Inflammation-Susceptible and –Resistant Rat Strains. Journal of Neuroendocrinology, Vol. 12: 1096 – 1104. BAUER, M. E., PERKS, P., LIGHTMAN, S. L., SHANKS, N. 2001a. Are adhesion molecules involved in stress-induced changes in lymphocyte distribution? Life Sciences 69: 1167 – 1179. BAUER, M.E., PERKS, P., LIGHTMAN, S.L., SHANKS, N. 2001b. Restraint stress is associated with changes in glucocorticoid immunoregulation. Physiology e Behavior 73: 525 – 532. BOSCH, JOS A., BERNTSON, GARY G., CACIOPPO, JOHN T., DHABHAR, FIRDAUS S., MARUCHA, PHILLIP T. 2003. 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Concerning the differential leukocyte count, differences were found between the two groups in respect of % of lymphocytes and neutrophils before the inflammatory process induction. In both groups, there were no differences related to the total of leukocytes in the pleural exsudate, as well as in the analysis of mono and polimorphonucleated cells. The data suggest that, in acute stress followed by immediate pleurisy induction there are specific immunologic alterations demonstrated by the alteration of the peripheral blood cell, but it does not seem to influence the inflammatory process immediately. Key words: immunomodulation, inflammation, pleurisy, acute stress, restraint ROBERTA BRISTOT SILVESTRIN Departamento de Bioquímica - ICBS, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. KARIN KIELING Departamento de Patologia (VPT), Universidade São Paulo. GIOVANA DUZZO GAMARO Instituto de Ciências da Saúde, Centro Universitário Feevale. EDNA SAYURI SUYENAGA Instituto de Ciências da Saúde, Centro Universitário Feevale. PATRÍCIA ARDENGHI Instituto de Ciências da Saúde, Centro Universitário Feevale. 929