ApenAs PublicAção nA RevistA - Sociedade Brasileira de Nefrologia

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Apenas Publicação
na
XXVI Congresso Brasileiro de Nefrologia
5 a 09 de setembro de 2012, São Paulo – SP
Revista
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-753
Avaliação do conhecimento sobre o fósforo e sua ingestão em pacientes renais crônicos em tratamento
hemodialítico
Joab Oliveira Salomão, Jaqueline Mesquita de Souza Hospital Philadelphia MG
Resumo: Introdução: A Insuficiência Renal Crônica (IRC) representa um relevante problema de saúde pública no país, em estágios avançados ocorre necessidade de
terapia renal substitutiva (TRS) ou transplante. Os pacientes com IRC apresentam distúrbios no metabolismo do fósforo levando a hiperfosfatemia, gerando complicações clínicas em longo prazo, como osteodistrofia e calcificação cardiovascular. Objetivo: Este estudo foi desenhado para avaliar o conhecimento sobre o fósforo e
sua ingestão em pacientes com IRC em tratamento hemodialítico. Casuística e Métodos: A presente pesquisa foi realizada com indivíduos portadores de Insuficiência
Renal Crônica em tratamento hemodialítico no período de fevereiro a abril de 2012. De um total de 222 usuários do serviço, 100 participaram da pesquisa, entre
homens e mulheres com idade igual ou superior a 18 anos. Para coleta de dados, foi utilizado um questionário semi estruturado. Para avaliação da ingestão de fósforo
foi utilizado recordatório alimentar de 24 horas em 3 dias diferentes e diário alimentar, analisados no software Avanutri. R. Resultados: Dos participantes, eram 48%
do sexo feminino e 52% do sexo masculino. 86% deles apresentavam idade igual ou superior a 50 anos, reforçando dados encontrados na literatura. 79% apresentam
ingestão de fósforo acima do recomendado para IRC. 69% destes desconhecem os riscos da hiperfosfatemia, 49% desconhecem a finalidade dos quelantes de fósforo.
61% apresentam ensino fundamental incompleto. Foi observado que a adesão ao tratamento dietético diminui com o nível de escolaridade. Conclusões: Os dados
obtidos mostram que a maioria dos pacientes com doença renal crônica em tratamento hemodialítico não possui conhecimento suficiente quanto a uma alimentação
que lhes possibilite uma qualidade de vida aceitável sem maiores complicações com o fósforo. Torna-se necessário melhorar as metodologias e estratégias utilizadas
para a educação nutricional na IRC, respeitando a realidade cultural e educacional de cada indivíduo, assim como o estabelecimento de parâmetros numéricos de
profissionais por paciente, uma vez que, só existe um profissional nutricionista na maioria das unidades independente do número de usuários que esta atenda, dificultando a abordagem nutricional contínua focada na educação em saúde.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-70
Relato de Caso: Paralisia Periódica Hipocalêmica
Silva PFP, Araruna CHS, Morais FA, Menezes MC, Nunes AS, Andrade CPG
Hospital Regional de Taguatinga Brasília, Hospital Regional de Taguatinga Brasília, Hospital Regional de Taguatinga Brasília, Hospital Regional de Taguatinga Brasília,
Hospital Regional de Taguatinga Brasília, Hospital Regional de Taguatinga Brasília
Introdução: Paralisia periódica familiar representa uma doença rara cujo diagnóstico é predominantemente clínico, no entanto, por falta de conhecimento por parte
da maioria dos médicos, esta entidade nosológica dificilmente é reconhecida quando os pacientes procuram Pronto-Socorros durante as crises. Objetivo e Método:
Relatar o caso de um paciente atendido no Hospital Regional de Taguatinga (HRT) Distrito Federal no mês de março de 2012, cujo diagnóstico de suspeição foi feito
no pronto-socorro e confirmado após a exclusão dos diagnósticos diferenciais, por meio de exames laboratoriais. Resultado: LBA, 30 anos, masculino, foi admitido
no Pronto-Socorro do HRT com quadro de fraqueza muscular em membros superiores e inferiores. O exame clínico inicial demonstrou tetraplegia com arreflexia
patelar, cubital, aquileu e radial. Os exames laboratoriais mostraram hipocalemia importante (K < 2.0 mEq/L) e hipernatremia (Na = 150 mEq/L). O paciente mencionou que, há seis meses, passara por episódio semelhante, de menor intensidade, tendo procurado atendimento médico em outra unidade de pronto atendimento,
onde recebeu diagnóstico de transtorno conversivo. Durante a internação no HRT foi realizada correção do potássio e o paciente evoluiu com melhora do quadro
clínico, com recuperação dos movimentos dos membros de maneira rápida e progressiva. Recebeu alta hospitalar três dias após a internação, com prescrição de cloreto
de potássio (KCl) e acetazolamida. Foram realizadas dosagens de aldosterona, cortisol, TSH, T4 livre sérico e sódio, potássio, cálcio, magnésio em urina de 24 horas,
cujos resultados foram normais. Conclusão: Por ser uma doença que não apresenta marcador biológico específico, a história de surtos de fraqueza muscular associada
à hipocalemia e a exclusão de outras patologias que depletem o potássio, nos direcionam com segurança ao diagnóstico de Paralisia Periódica Hipocalêmica.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-52
O processo de doação de órgãos e tecidos na Bahia - a experiência de um hospital público Elisangela de Souza Santos, José Roberval Ferreira de Oliveira, Ana Maria Ferreira Menezes, Leliana Santos de Souza, Nadirlene Pereira Gomes SESAB, SESAB, UNEB, UNEB, UFBA
Trata-se de um estudo de caso, de caráter exploratório descritivo, com abordagem qualitativa, cujo objeto de estudo foi o processo de doação de órgãos e tecidos do
Hospital Geral Roberto Santos no ano de 2009. O objetivo geral consistiu em analisar o processo de doação de órgãos e tecidos do maior hospital da rede SUS do
Norte - Nordeste, a partir da experiência da Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (CIHDOTT) da referida instituição de saúde no ano de 2009.
Como objetivos específicos, elegemos: identificar o potencial de doação e o desempenho da CIHDOTT em 2009; descrever o processo de doação de órgãos e tecidos
da CIHDOTT; e analisar a percepção dos membros da CIHDOTT e dos profissionais de saúde da UTI sobre o processo de doação e tecidos. Realizou-se pesquisa
documental, observação e entrevista. Os resultados sinalizam que, apesar dos avanços, seja na área de produção de conhecimento, capacitação técnica e definição de
protocolos e rotinas na área de doação e captação de órgãos, a CIHDOTT não conseguiu atender as metas de eficiência definidas pelo Ministério da Saúde e pela
ABTO, o que pode ser percebido pelo número insuficiente de captações.A doação de órgão é um processo complexo e envolve uma série de etapas, nesse sentido a
CIHDOTT do HGRS enfrenta uma série de fatores limitantes, devido à própria estrutura de saúde do Estado e da organização do programa de transplantes na Bahia.
A não notificação do óbito de coração parado pelos profissionais de saúde, a inadequada manutenção do potencial doador, o desconhecimento dos profissionais de
saúde sobre o processo de doação, as altas taxas de recusa familiar, a desqualificação do cuidado e a falta de leitos de UTI foram apontados enquanto fatores que interferem no processo de doação. Para modificar essa realidade é preciso definir o HGRS como um espaço na política de transplantes onde se ofertam ações de saúde
especializadas, com tecnologias adequadas, cuidados intensivos e articulados com o sistema, para tanto é necessário garantir recursos e investimentos. Além disso, é necessário humanizar o processo de doação de órgãos na unidade, pois o transplante diante de sua complexidade pressupõe a promoção do cuidado integral por parte da
equipe de saúde, com o estabelecimento de um vínculo entre profissionais de saúde e a população, pressupondo o reconhecimento da saúde como direito de cidadania.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-9
Proteína C reativa e mortalidade em pacientes com doença renal cronica incidentes em tratamento
dialitico na região norte do ceará
Santos PR,Gurgel RL, Santos MCL, De Paula PHA
Universidade Federal do Ceará,Santa Casa de Misericórdia de Sobral Ceará,Universidade Federal do Ceará Santa Casa de Misericórdia de Sobral Ceará
Introdução: A alta mortalidade entre pacientes com doença renal crônica (DRC) submetidos à hemodiálise (HD) exige que fatores prognósticos sejam cada vez mais
estudados. O objetivo deste estudo foi analisar níveis de proteína C reativa (PCR) ultra-sensível e taxa de mortalidade em pacientes incidentes em HD com DRC.
Casuística e Métodos: Foram incluídos no estudo todos os pacientes com DRC que iniciaram HD no período entre maio e novembro de 2010 na cidade de Sobral,
única cidade da região norte do Ceará que oferece terapia dialítica. Foram coletados exames laboratoriais da rotina de entrada de pacientes em HD como também foi
estimada a atividade inflamatória pela dosagem de PCR. Foi considerado valor de PCR acima da normalidade se maior do que 0,3 mg/dl. Os pacientes foram acompanhados por seis meses e foi calculada a taxa de mortalidade. Foram comparados os valores laboratoriais entre sobreviventes e não-sobreviventes em seguimento de
seis meses pelo teste t de Student. Foi calculada a correlação entre os valores de PCR e idade e valores de creatinina e hemoglobina pelo teste de Pearson. Resultados:
Foram estudados 27 pacientes. No seguimento de seis meses, 6 (22%) pacientes evoluíram para óbito. Não houve diferença entre não-sobreviventes e sobreviventes,
respectivamente, em relação à idade (54,1 anos vs. 53,1 anos; p=0,902), PCR (2,5 mg/dl vs. 2,4 mg/dl; p=0,951), albumina (4,2 g/dl vs. 3,7 g/dl; p=0,487) e hemoglobina (8,9 g/dl vs. 7,2 g/dl; p=0,054). A PCR estava aumentada em 23 (85%) pacientes. Não houve correlação da PCR com idade (r= -0,032; p=0,874), creatinina
(r=-0,160; p=0,423) e hemoglobina (r=0,136; p=0,498). Conclusões: Os resultados indicaram um número de óbitos elevado em relação à literatura. Os níveis de PCR
e os valores dos exames admissionais não demonstraram associação com mortalidade em seguimento de seis meses.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-2
Complicações intradialíticas em pacientes portadores de insuficiência renal aguda em dois centros de
terapia intensiva
Almeida SPS, Silva PAP, Marinho FRA, Albuquerque ACP, Araújo AL
Faculdade Estácio de Belo Horizonte, Minas Gerais, Faculdade Estácio de Belo Horizonte, Minas Gerais, Faculdade Estácio de Belo Horizonte, Minas Gerais,
Faculdade Estácio de Belo Horizonte, Minas Gerais, Faculdade Estácio de Belo Horizonte, Minas Gerais
Introdução: Os métodos dialíticos em terapia intensiva são indicados para tratamento, controle e manutenção vital dos pacientes portadores de IRA com intuito de
remover solutos urêmicos, excesso de água corpórea, restabelecendo asim o equilíbrio ácido-básico do organismo. O objetivo da TRS é manter o paciente metabolicamente estável, com intuito de amenizar possíveis complicações, no sentido de que haja tempo para recuperação da função renal. Desta forma, contribui-se para a
manutenção da vida e promoção do bem-estar do paciente. Objetivo: identificar as principais complicações intradialíticas apresentadas durante o tratamento dialítico em pacientes com insuficiência renal aguda em dois CTI’s de Belo Horizonte-MG. Casuística e Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo, documental de
abordagem quantitativa. Estudo realizado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do serviço de diálise, de duas instituições na cidade de Belo Horizonte, MG, no
período de janeiro de 2008 até maio de 2009. O estudo foi submetido à aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa de dois CTIs atendendo a Resolução 196/96, do
Conselho Nacional de Saúde (CONEP) que regulamenta a pesquisa com seres humanos no Brasil. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (protocolo nº 09/2009). Os dados foram coletados através dos prontuários dos pacientes portadores de IRA em tratamento dialítico, internados em dois CTI’s. Realizou-se
a análise dos dados após o processamento estatístico dos dados obtidos através do instrumento de coleta. Resultados: Conforme dados analisados foram selecionados
222 pacientes, com idade média de 60,9 anos, com um total de 1509 sessões de hemodiálise, tendo em média 6,8 sessões por paciente, que apresentaram IRA e necessitaram de TRS. Desse total de 1509 sessões realizadas, 938 sessões foram realizadas com tempo inferior a 6 horas e 564 sessões com tempo entre 6 horas a 10 horas
e 7 sessões com tempo superior a 10 horas. Efeitos colaterais durante a hemodiálise ocorrem e podem ser causados por rápidas mudanças do volume de líquidos. As
principais complicações encontradas foram troca de capilar, coagulação do circuito sanguíneo, hipertensão arterial, hipoglicemia, hipotensão e parada cardiorrespiratória. Conclusão: este estudo evidencia que práticas que diminuem as complicações como monitorização, a detecção e a intervenção frente a tais complicações são
um diferencial para a obtenção de segurança e qualidade no procedimento de hemodiálise.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-71
Uso de Enalapril e Hidroclorotiazida em dois pacientes com novas mutações de Doença de Dent tipo 1 Maria Helena Vaisbich, Luciana dos Santos Henriques, Takashi Igarashi, Takashi Sekine, George Seki, Vera Koch
Titulações: xxxxxxxxxxx
A doença de Dent é uma tubulopatia ligada ao X causada por mutações no gene que codifica o canal de cloro CLCN-5 e é caracterizada por proteinúria de baixo peso
molecular, hipercalciúria, nefrocalcinose e insuficiência renal. Vários casos têm sido descritos, nos quais o único sintoma na apresentação foi proteinúria assintomática
e glomerulosclerose e focal. A insuficiência renal nesses pacientes pode ser causada pela hipercalciúria e proteinúria persistente. Portanto, o inibidor da enzima de
conversão da angiotensina e os tiazídicos poderiam ser úteis. O objetivo desta pesquisa é relatar os efeitos destas drogas em dois pacientes com doença de Dent tipo 1
com mutações novas. Neste relato não foram observadas correlações significativas entre dose de hidroclorotiazida e calciúria e entre enalapril e proteinúria. Este achado
é importante, pois, sendo pacientes poliúricos, o uso destas drogas poderia prejudicar a função renal
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-48
Estudo Comparativo de Sintomas de Ansiedade e Depressão em Pacientes Renais Crônicos
Submetidos à Hemodiálise
Claudia Leonardi, Paula Freire, Claudio Melaragno, Paulo Luconi, Fernando Almeida UNIFESP, UNIFESP, UNIFESP, UNIFESP
O diagnóstico de uma doença crônica pode trazer ao paciente alterações no humor, principalmente ansiedade e depressão. Objetivos: Comparar os índices de ansiedade e depressão nos pacientes submetidos à hemodiálise em uma unidade intra hospitalar de tratamento dialítico, com outros três grupos distintos (pacientes com
difsfunção miccional, cuidadores de pacientes e sujeitos sem patologia). Material e Métodos: Aplicação da Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS) para
caracterização dos sintomas. É uma escala de auto-preenchimento, própria para pacientes hospitalares e ambulatoriais, baseadas nas Escalas de BECK. Apresenta duas
sub-escalas independentes: HADS-A (ansiedade) e HADS-D (depressão). Esta escala é utilizada como triagem para estes sintomas. Para facilitar a interpretação, as
pontuações obtidas são categorizadas em grupos: ANSIEDADE (apresenta sintomas de ansiedade e não apresenta sintomas de depressão), DEPRESSÃO (apresenta
sintomas de depressão e não apresenta sintomas de ansiedade) e AMBOS (apresenta sintomas de ansiedade e sintomas de depressão). Apesar da escala ser de auto-preenchimento, a psicóloga permaneceu ao lado de cada paciente durante sua aplicação, assinalando as alternativas escolhidas pelo paciente. Resultados: pacientes
preencheram a escala, sendo 85% do sexo feminino, 64% são casados, idade média de 55 anos, 66% não trabalham. 40% não apresentam índices para ansiedade e
depressão (Nenhum), 30% apresentam índices para ansiedade, 9% para depressão e 21% para ambos, ansiedade e depressão. Conclusão: enquanto 40% dos pacientes
não apresentam nenhum índice, 60 % apresentam algum índice significativo para ansiedade e/ou depressão. Quase metade dos pacientes apresenta sintomas psicológicos significativos. Estes pacientes são acompanhados pelo serviço de psicologia da Clínica. Conforme necessidade e interesse há possibilidade de encaminhamento
para avaliação psiquiátrica e acompanhamento psicológico externo.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-80
Uso de inibidor m-TOR na nefropatia por poliomavírus em transplantados renais
Euler Pace Lasmar, Heloisa Reners Vianna, Marcus Faria Lasmar, Luiz Flavio Giordano HUSJ, HUSJ, HUSJ, HUSJ
Introdução: A nefropatia por poliomavírus (PVN) constitui uma causa emergente da perda do enxerto renal. Sua incidência em pacientes transplantados renais varia de 1-10%, sendo a espécie BK (BKV) a principal determinante dessa patologia. Relato dos casos: Caso 1 – Paciente (pt) de 36 anos, sexo feminino, faioderma,
portadora de doença renal crônica (DRC), decorrente de glomeruloesclerose focal e segmentar. Submetida a transplante (tx) renal preemptivo, em março/2009, com
doador vivo relacionado (DVR). Evoluiu sem intercorrências, recebendo alta com creatinina (cr) 0,8mg/dL e com imunossupressão de tacrolimo (TAC), micofenolato sódico (MPS) e prednisona (PRED). Em junho/2010, apresentava cr 2,3mg/dL e biópsia renal (BX) mostrou rejeição celular aguda (RAC), Banff IIA. Feito
pulsoterapia com metilprednisolona (MP) 1,0g por 3 dias, sem resposta. Administrado timoglobulina (TMG), total de 6mg, porém, após 10 dias cr 2,8mg/dL . Nova
BX mostrou presença de células tubulares com inclusões de poliomavírus (PV). Foi reduzida dose de TAC com o objetivo de se obter nível sérico (TDM) entre 3,0 e
5,0ng/mL e feita conversão do MPS para everolimo (EVE). Recebeu alta com cr 3,0mg/dL e após 8 meses encontra-se com cr 2,7mg/dL e TDM de TAC 3,0ng/mL
e de EVE 2,5ng/mL. Caso 2 – Paciente (pt) de 43 anos, sexo masculino, leucoderma, portador de DRC de etiologia indeterminada, submetido a tx em janeiro/2011,
com DVR, em uso de TAC, MPS e PRED. No 9º dia de pós-operatório (DPO), apresentou elevação da cr de 1,6mg/dL para 5,0mg/dL, com redução importante da
diurese. Devido à suspeita clínica de RAC, submetido a pulsoterapia com MP 1,0g por 3 dias, com melhora da função renal (cr 2,1mg/dL). No 21º DPO, evoluiu
com cr 2,8mg/dL e nova BX mostrou RAC Banff IB. Feito pulsoterapia com MP 1,0g durante 3 dias, sem resposta terapêutica. Realizado nova BX no 28º DPO sugestiva de PVN, porém não foi visualizada inclusão viral. Pesquisa de “decoy cells” na urina foi positiva, sendo feito a conversão do MPS para EVE e reduzido a dose
de TAC. Após 2 meses de evolução, o pt apresenta cr 2,6mg/dL, TDM de TAC 4,0ng/mL e de EVE 2,5ng/mL. Conclusão: A conversão de MPS para EVE associada
à redução da dose de TAC promoveu melhora da função renal na PVN sem provocar RAC, podendo ser uma opção terapêutica para a doença.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-14
Tratamento de doença renal crônica pré-dialítica no Instituto de Nefrologia de Mogi das Cruzes (INMC)
Jenner Cruz, Silvana Kesrouani, Altair Oliveira de Lima, Fátima Costa Matias Pelarigo, Rui Alberto Gomes
INMC, INMC, INMC, INMC, INMC
Introdução: O INMC mantem a Casa do Renal Crônico (CRC), entidade filantrópica, para dar apoio médico-social aos portadores de doença renal crônica terminal.
Paralelamente foi criado um ambulatório para atender portadores de doença renal crônica não dialítica, dificultando sua evoluçao para fase terminal. Está funcionando desde 2001, sendo, oficialmente centro de referência em Nefrologia, para adultos e crianças, na Grande São Paulo. Objetivos: Avaliar evolução de portadores
de doença renal crônica pré-dialítica, em tratamento por 1 a 11 anos na CRC do INMC. Casuística e métodos: Atendemos até abril de 2012, 1.084 portadores de
nefropatias, sendo 114 com doença renal crônica pré-dialítica, seguidos por 1 a 11 anos, 68 do sexo feminino e 48 do masculino, idade média geral 63,1 +/- 1,6 anos,
variando de 28 a 91 (média 62,7 +/- 1,2) anos nas mulheres e de 34 a 93 (média 63,9 +/- 0,9) anos nos homens. Todos menos 2 tinham pressão arterial (PA) acima
de 140/90 mm/Hg sem tratamento hipotensor; 74 tinham dislipidemia e 60 eram diabéticos, sendo 1 do tipo I. Inicialmente não foi pesquisada presença de hipotireoidismo e/ou hiperuricemia em todos. Encontramos hipotireoidismo em 39, não tendo sido pesquisado em 16 e hiperuricemia em 36, não pesquisada em 22.
Procurou-se recuperar a função renal dos doentes, manter a glicemia abaixo de 126mg/d, a PA abaixo de 120/80mmHg e normalizar outras enfermidades. Resultados:
Muito encorajadores, geralmente os pacientes sentiram-se melhor, sua função renal melhorou, estabilizou-se ou passou a evoluir lentamente. 36 mulheres seguidas
por 12 a 118 (média 55,4 +/- 1,4) dias tiveram queda da creatininemia média de 2,1 a 1,5mg/dL, sendo 19 diabéticas. Em 14 homens seguidos por 12 a 125 (média
59,9 +/- 1,1) dias a queda foi de 2,2 para 1,6mg/dL. Conclusões: Tratamento eficaz de diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia, hipotireoidismo, hiperuricemia,
sedentarismo, obesidade e outros tendem a diminuir bastante a epidemia de doença renal crônica que assola nosso País.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-62
Interações medicamentosas potenciais em indivíduos com doenças crônico degenerativas
Marquito AB, Colugnati F, Paula RB
Centro Hiperdia Niepen, Universidade Federal de Juiz de Fora, Centro Hiperdia Niepen, Universidade Federal de Juiz de Fora, Centro Hiperdia Niepen, Universidade
Federal de Juiz de Fora
Introdução. Indivíduos com doenças crônico degenerativas (DCC) como hipertensão, diabetes e doença renal crônica utilizam diversas classes de medicamentos,
visando retardar a progressão da doenca. Como conseqüência, o risco de problemas relacionados ao uso de medicamentos (PRM), incluindo a interação medicamentosa, é elevado nesta população. Objetivo. Delinear o perfil farmacoterapêutico desses indivíduos, de forma a identificar interações medicamentosas potenciais.
Material e Métodos. Estudo observacional transversal que incluiu a análise de prescrições de pacientes com HAS, DM e DRC atendidos no ambulatório do CENTRO HIPERDIA/ NIEPEN/ UFJF, entre janeiro de 2011 e dezembro de 2011. Foram incluídos indivíduos com idade superior a 18 anos que utilizavam 2 ou mais
medicamentos. O potencial interativo dos medicamentos foi traçado tendo como suporte a base de dados Micromedex®(2010). A análise descritiva dos dados foi
feita utilizando-se as freqüências, no caso das variáveis categóricas, e as variáveis quantitativas contínuas foram descritas com base em suas médias. RESULTADOS.
Foram analisadas 5.799 prescrições. O perfil farmacoterapêutico revelou que os medicamentos com ação no sistema cardiovascular foram os mais prescritos (54,1%),
seguidos daqueles que atuam no trato alimentar e metabólico (23,1%) e do sangue e órgãos hematopoiéticos (8,9%). Os princípios ativos mais comumente prescritos
foram sinvastatina 2.433 (42%) e Losartana 2.382 (41%). Foram identificadas 16.198 possíveis interações medicamentosas, sendo 853 (5,3%) de gravidade menor,
12.413 (76,6%) de gravidade moderada, 2.877 (17,8%) de características graves e 55 (0,3%) contraindicadas, com necessidade de intervenção (TAB 1). Conclusão.
A associação de medicamentos em indivíduos com DCC relacionou-se com alta prevalência de interações medicamentosas potencialmente graves.
Tabela 1 – Duplas de medicamentos interagentes com maior potencial de gravidade mais frequentes, Juiz de Fora, 2011.
Gravidade
Contraindicado
n=55
Dupla de medicamentos
Carbamazepina
Fenobarbital
Nifedipino
Nifedipino
Fenitoina
Nifedipino
28
9
% Total / prescrições
n=5.799
0,48
0,16
% Total / IM
n=16.198
0,2
0,1
6
0,10
0,0
Efeito tóxico possível
N
Diminui efeito do Nifedipino
Diminui efeito do Nifedipino
Diminui efeito do Nifedipino e aumenta risco de toxicidade da
Fenitoína (ataxia, hiperreflexia, tremor, nistagmo)
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-43
Linfoma primário renal: um diagnóstico incomum para insuficiência renal aguda
Neves PDMM, Marques VP, Machado JR, Reis MA
Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Introdução: O linfoma primário renal (LPR) é uma entidade cuja apresentação inicial com insuficiência renal aguda (IRA) é extremamente rara. Relato de Caso: Paciente do sexo masculino, 70 anos, admitido por confusão mental, sem patologias ou doenças renais prévias. Função renal prévia normal. Ao exame físico, descorado
(+2/+4), fígado a 5cm do rebordo costal direito, massa palpável em flanco direito, sem adenomegalias. Exames laboratoriais: Hb: 9,9g/dL, Na: 139 mEq/L, K: 4,8
mEq/L, Ca: 13,8 mg/dL, P: 5,5 mg/dL, Uréia: 189 mg/dL, Creatinina: 6,4 mg/dL, Ácido úrico: 10,8 mg/dL, Eletroforese de proteínas: padrão normal, Urina I: pH:
6,0; d: 1010; leucócitos: 57.000, hemácias: 1000. Proteinúria de 24 horas: ausente; Clearance de Creatinina: 13,3 mL/min, Proteinúria de Bence Jones: negativa.
Mielograma: hipoplasia eritroblástica. Exame de Líquor: normal. Ultrassonografia de abdome: rins volumosos e com parênquima espessado; coleção peri-renal à direita. Radiografia de tórax, crânio, pelve e ossos longos: sem alterações. Tomografia Computadorizada (TC) de crânio: atrofia cortical difusa. TC de Tórax: normal. TC
de abdome: lesão expansiva peri-renal direita, sólida, distinta de hematoma ou abscesso. Diante do quadro de IRA sem esclarecimento etiológico, foi realizada uma
biópsia renal, que evidenciou tratar-se de um Linfoma não-Hodgkin de células B com alto índice proliferativo, e como não havia presença de lesão em outros focos,
tratava-se de um LPR. O paciente apresentou piora clínica, evoluindo a óbito antes do tratamento quimioterápico. Conclusão: Apesar de ser uma etiologia rara, o
LPR deve ser lembrado como diagnóstico diferencial em pacientes com quadro de IRA inexplicada, principalmente quando há evidências de massa renal.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-29
Glomerulonefrite Aguda Pós-Estreptocócica ou Glomerulonefrite Membranoproliferativa? A importância
da microscopia eletrônica para elucidação etiológica nas glomerulopatias Neves PDMM, Bechara MIS, Marques VP, machado JR, Reis MA, Mendes AR Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Universidade Federal do Triângulo
Mineiro, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Introdução: As glomerulopatias com apresentação sob a forma de síndromes nefrítica e nefrótica concomitantes são, algumas vezes, de difícil diagnóstico etiológico,
sendo a biópsia renal item indispensável, requerendo certos casos que a diferenciação etiológica seja feita em nível utraestrutural, através da microscopia eletrônica.
Relatamos o caso de uma síndrome nefrítico/nefrótica cujo diagnóstico etiológico só pôde ser descoberto através da microscopia eletrônica. Relato de Caso: Paciente do gênero masculino, 16 anos, encaminhado por edema há 10 dias, de início em membros inferiores com progressão para anasarca, associado a oligúria e urina
avermelhada, sem febre, negava história prévia de faringite, piodermite, uso de medicamentos ou internações. Ao exame físico: corado, hidratado, afebril, Murmúrio
Vesicular presente e reduzido em bases, sem Ruídos Adventícios, PA: 150x100 mmHg, edema de MMSS e MMII 4+/4+. Exames: Hb:13,3g/dl, leucócitos:7390,
plaquetas: 242000, Ur: 98,4mg/dl, Cr: 1,71mg/dl, PCR: 2,2, Colesterol total: 292mg/dl, LDL: 191,4mg/dl, HDL:73mg/dl, TG: 138mg/dl, DHL: 352mg/dl, FAN
hep2, VDRL e sorologias para Hepatites B e c: negativos, ASLO: 298,93UI, Proteínas totais: 4,48, Albumina 1,51, Globulina, 2,97, C3: 0,36 e C4 normal. Urina
tipo I: Prot +++ / Hb +++, LC: 229000, HC: 193000, Proteinúria 24h: 4190mg. Diante do quadro de síndrome nefrótica, o paciente foi submetido à biópsia renal
que revelou hipercelularidade endocapilar por proliferação e infiltração, duplicação da membrana basal glomerular e focos moderados com infiltrado inflamatório
mononuclear. À imunofluorescência depósitos de C3 e IgG em alças capilares glomérulares e parede vascular, gerando dúvida entre GNAPE e GNMP. Diante disso,
foi realizada a microscopia eletrônica onde foram evidenciados depósitos subepiteliais, os “humps”, confirmando o diagnóstico de GNDA. Recebeu alta hospitalar
com melhora do edema, retornando ao ambulatório 3 meses após novamente em anasarca, Cr:1,5, Hb: 9,5; Lc: 6900; Plaq: 284000, Colesterol total: 348, Trig:121.
Proteinúria 24horas: 13,05g, Urina I: pH: 7, d: 1015, PT +++, Hb ++++, Hc: 80.000, Lc: 7000, Se comportando como um quadro atípico de GNDA, com manutenção da proteinúria por muito tempo. Conclusão: O diagnostico diferencial entre a GNDA atípica e a GNMP em alguns casos pode ser difícil, requerendo análise
a nível ultraestrutural (microscopia eletrônica) para que a etiologia da glomerulopatia seja elucidada.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-41
Lesão renal aguda em pacientes com dengue: série de 10 pacientes em uma unidade de terapia
intensiva de doenças tropicais
Vieira APF, Jacinto CN, Souza JB, Falcão FS, Costa CR, Junior GBS, Ribeiro SMV, Lima JB, Daher EF, Fernandes, AACSF
1
Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, 2Curso de Medicina, Universidade de Fortaleza. Ceará,1Faculdade de Medicina, Universidade Federal do
Ceará, 2Curso de Medicina, Universidade de Fortaleza Ceará,1Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, 2Curso de Medicina, Universidade de Fortaleza
Ceará,1Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, 2Curso de Medicina, Universidade de Fortaleza Ceará, 1Faculdade de Medicina, Universidade
Federal do Ceará, 2Curso de Medicina, Universidade de Fortaleza Ceará,1Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, 2Curso de Medicina, Universidade
de Fortaleza Ceará, 1Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, 2Curso de Medicina, Universidade de Fortaleza. Ceará, 1Faculdade de Medicina,
Universidade Federal do Ceará, 2Curso de Medicina, Universidade de Fortaleza. Ceará, 1Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, 2Curso de Medicina,
Universidade de Fortaleza Ceará, 1Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, 2Curso de Medicina, Universidade de Fortaleza Ceará
Introdução: A lesão renal aguda (LRA) é uma complicação frequente e potencialmente fatal em pacientes admitidos em uma unidade de terapia intensiva. Objetivos:
Investigar envolvimento renal em 10 pacientes internados em uma unidade de terapia intensiva (UTI) com dengue hemorrágica (DH). Casuística e Métodos: Foi
realizado estudo retrospectivo com 10 pacientes admitidos na UTI do Hospital São José de Doenças Infecciosas, em Fortaleza, Ceará, no período de janeiro de 2004
a janeiro de 2008. Foram avaliadas as características clínicas, laboratoriais e a evolução da doença. Todos os pacientes tiveram o diagnóstico de dengue hemorrágica com bases nas manifestações clínicas e testes laboratoriais. A LRA foi definida de acordo com o critério RIFLE, e a gravidade de acordo como escore APACHE
II. Resultados: A média de idade dos pacientes foi 31,8±12,4 anos, sendo quatro do sexo masculino e seis do sexo feminino. Os exames na UTI mostraram Cr
3,0±1,91mg/dL, Ur 80±35mg/dL, AST 1854±2646UI/L, ALT 844±1135UI/L, Na 133,8±6,1mEq/L, K 4,8±1,08mEq/L, Ht 28,6±8%, Hb 9,3±2,7mg/dL, Leucócitos 13900±12000/mm3, Plaquetas 49000±17500/mm3, pH 7,3±0,16, HCO3 14,7±5,3mEq/L, PaCO2 29,8±9,4mmHg. O escore APACHE II médio foi de
68,33±11,5. Óbito ocorreu em 8 casos (80%). Em relação à LRA, 50% dos pacientes foram classificados como “Failure”, 40% como “Risk” e 10% como “Injury”
pelo RIFLE, sendo observada maior frequência de LRA nos pacientes que foram a óbito (50% “Failure” e 50% “Injury”). Conclusões: A LRA mostrou-se como uma
complicação importante na dengue hemorrágica, estando relacionada a um curso clínico mais grave (maioria dos casos sendo da classe “Failure” e “Injury”) e maior
mortalidade. Apoio: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-76
Relato de caso: nocardiose e transplante renal Rodrigues TV, Moyses MN, Vieira OMN, Chiozi SZ, Nakagawa B, Carvalho TC, Paschoalim NP, Skhaier RCSS
SENERP, SENERP/USP, SENERP/USP, SENERP, SENERP, SENERP, SENERP, SENERP
Introdução: Nocardiose é uma infecção rara oportunista causada por Nocardia sp acometendo 0,4 a 1,3% dos transplantes renais, e pode provocar complicações graves
nesses pacientes. Inalação direta de partículas contaminadas do solo contendo esta bactéria é considerado a principal via de infecção, enquanto inoculação direta através
da pele e tecidos moles podem também ocorrer.Paciente: MDJL ,M, branco, 46 anos,transplantado renal vivo não relacionado(cônjuge) há 4 meses,imunossupressão
com tacrolimus, micofenolato de sódio e prednisona. Quarenta dias após o transplante apresentou quadro de rejeição aguda celular BANNF 4. Foi pulsado com solumedrol 500 mg EV durante 3 dias. Após 15 dias de tratamento evoluiu com dispneia leve, tosse seca inicialmente, evoluindo para produtiva com “rajas de sangue”,
episódios de febre vespertina , sem dor pleurítica, mantendo peso, apetite e função renal estáveis. Negava alterações gatrointestinais, geniturinárias, cutãneomucosas
e ou neurológicas,mantendodiuresede2500mL/dia. Exames: creatinina: 2,9 mg/dL; uréia: 57 mg/dL;, sódio: 137mEq/L; potassio:5,7 mEq/L ; hemoglobina=11,7
g/L; hematocrito=37,3%; Leucócitos: 15680 (bastões :06% seg: 80%;linfo:23%;mono:4%) plaquetas= 280000. Radiografia torax: opacidade intersticial supra hílares
com imagens hipertransparentes no interior sugestivos de abcessos, hemoculturas negativas, três baciloscopias negativas, esfregaço escarro para gram: (algumas células,
numerosos leucócitos, raros gram negativos, numerosos bacilos gram positivos, alguns bacilos gram negativos, numeroso cocos gram positivos e micologia negativa), punção pulmonar aspirativa (gram,BAAR e fungos) negativos, biopsia pulmonar a céu aberto constatou estruturas compatíveis com Nocardia sp. Em um outro
esfregaço de escarro foram encontradas estruturas similares a Nocardia sp. Foi então indicado tratamento com sulfametoxazol e trimetropim 800/160 endovenoso
de 8 em 8 horas, evoluiu no terceiro dia de tratamento com melhora dos episódios de tosse e desaparecimento dos episódios de febre. Paciente evoluiu bem durante
o tratamento e a creatinina serica ficou estável em 2,5 mg/dL.. Após 20 dias desse tratamento houve melhora do quadro radiológico avaliado por novo RX Torax.
Conclusão: Nocardiose é uma infecção rara oportunista, com manifestações clinicas inespecíficas em transplantados renais. O isolamento da nocardia pela cultura
continua sendo o padrão ouro para diagnóstico, porem a realização de esfregaços do escarro com coloração de gram podem detectar essas bactérias possibilitando o
inicio rápido do tratamento beneficiando o paciente como no caso descrito.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-8
Principais intercorrências durante a hemodiálise e nas fístulas arteriovenosas
Cecília Maria Farias de Queiroz Frazão, Maria das Graças Mariano Nunes, Maria Isabel da Conceição Dias Fernandes, Isadora Costa Andriola, Ana Luisa
Brandão De Carvalho Lira
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Introdução: A doença renal crônica (DRC) consiste na deterioração progressiva e irreversível dos rins, com fracasso da capacidade do organismo para manter os equilíbrios hidroeletrolítico. Sendo assim, pacientes em fase terminal da DRC carecem de terapia para manutenção da vida, destacando-se a hemodiálise (HD), a qual
consiste em uma ultrafiltração do sangue em que se removem substâncias indesejáveis ao organismo. Durante a HD, intercorrências podem estar presentes, como
hipotensão, hipertensão, náuseas, vômitos, cefaleia, câimbras, febre e calafrios. Além das relacionadas ao acesso vascular, como hematomas, dor, hiperemia e edema.
Ambos os tipos de intercorrências podem ser eventuais, entretanto, poderão ser graves e fatais. Destarte, a enfermagem, incumbida do cuidar, deverá atuar resolutivamente na prevenção ou tratamento dessas complicações. Para isso, faz-se necessário o reconhecimento das principais intercorrências nessa clientela. Objetivo:
Descrever as principais intercorrências durante a sessão de hemodiálise e no acesso arteriovenoso. Casuística e métodos: Trata-se de um estudo transversal, descritivo,
realizado em uma clínica de diálise em Natal, Rio Grande do Norte. A coleta de dados foi realizada através de entrevista, aplicada de forma aleatória a 18 pacientes,
em outubro de 2011. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética com protocolo nº115/11, Certificado de Apresentação para Apreciação Ética no 0139.0.051.000-11
e tem recursos concebidos pelo Projeto Universal Edital MCT/CNPq 14/2010. Resultados: Na amostra, 100% possuía a fístula arteriovenosa. A média de tempo da
DRC nos pacientes foi de 98,67 meses e de tratamento hemodialítico de 92,78. A mediana de ambos foi de 84 e 72, respectivamente. O desvio padrão foi de 64,76
e 66,61. A principal intercorrência relacionada ao acesso arteriovenoso foi o hematoma, com 44,4%. O edema ocorreu em 27,8%, hiperemia em 11,1% e dor em
5,6%. E em relação às intercorrências durante a sessão de hemodiálise, a câimbras esteve presente em 100% dos pacientes. Hipotensão e calafrio ocorreu em 94,4%,
a náusea em 83,3%, febre, cefaleia e vômitos em 77,8% e a hipertensão foi o sinal com menor porcentagem (72,2%). Conclusões: Conclui-se que a equipe enfermagem é a responsável direta na observação dos pacientes durante a hemodiálise. Destarte, somente a partir da criteriosa observação desses profissionais, as complicações
relacionadas ao tratamento hemodialítico e acesso poderão ser evitadas ou minimizadas.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-35
Injúria renal aguda por picadas de abelhas africanizadas – relato de caso
Letícia Nicoletti Silva, Adaelson Alves Silva, Jair Francisco Pestana Biatto, Carlos José Martins Pena, Luiz Eduardo Bersani Amado
Titulações: xxxxxxxxxxxxxxx
Introdução: Apesar do considerável número de subnotificações, sabe-se que os casos fatais provocados por ataques maciços de abelhas têm aumentado desde a década de 1960, atribuídos
à introdução, em 1956 , de abelhas africanizadas (Apis mellifera ) no Brasil na tentativa de aumentar a produtividade das espécies européias nativas da América do Sul. A gravidade do
acidente envolvendo abelhas africanizadas relaciona-se principalmente com o número de picadas e a dose cumulativa de veneno injetado associados a agressividade e persistência da espécie
durante o ataque. Além das reações alérgicas amplamente conhecidas, as toxinas presentes no veneno desses insetos são capazes de causar complicações mais sérias como rabdomiólise,
hemólise intravascular, lesão miocárdica e injúria renal aguda (IRA). A rabdomiólise é uma entidade patológica caracterizada por lise de células musculares esqueléticas com liberação de
substâncias intracelulares para a circulação. Imobilização prolongada, hipertermia maligna, estado de mal convulsivo, exercício físico extenuante e ataques de abelhas africanizadas podem
ser fatores causais dessa síndrome. A lesão direta das células musculares permite o influxo de sódio e cálcio para o citoplasma e diminui os níveis de adenosina trifosfato (ATP), o que condiciona uma diminuição do efluxo de cálcio ATP-dependente aumentando ainda mais a concentração intracelular deste elemento. A consequente contração persistente do músculo leva ao
esgotamento energético com morte celular e liberação do conteúdo dos miócitos para a circulação. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar a evolução para a IRA que é a principal
causa de óbito relacionada a rabdomiólise. Relato do Caso Paciente de 64 anos, masculino, branco, solteiro, natural de Maringá, Paraná, residente em casa de repouso com deficiência de
audição e fala desde a infância, sem outras comorbidades, sem diagnóstico prévio de disfunção renal, foi internado no dia 22 de janeiro de 2012 por múltiplas picadas de abelhas próximo
à habitação coletiva. Foi encontrado horas após o acidente pela dificuldade em conseguir socorro pelas suas deficiências de base. Na admissão no pronto-socorro do Hospital Santa Rita de
Maringá, apresentava incontáveis lesões dolorosas e hiperemiadas decorrentes das picadas por abelhas em tronco, membros, cabeça e língua. Apresentava-se sonolento, porém com resposta localizatória a dor, estável hemodinamicamente durante todo o atendimento, sem alterações na ausculta pulmonar e cardíaca. Persistiu anúrico apesar da sondagem vesical de demora
e reposição volêmica vigorosa nas primeiras 24 horas descartando causa pré ou pós-renal. Realizada ultrassonografia de trato urinário que demonstrava rins de tamanho normal com boa
diferenciação córtico-medular. Como não apresentou melhora do débito urinário, iniciou terapia renal substitutiva no terceiro dia de internação na forma de hemodiálise intermitente.
Na evolução, apresentou duas sepses de foco pulmonar e uma sepse de foco cutânea, sendo necessário tratamento com antibioticoterapia (ceftriaxone, ampicilina-sulbactam, piperacilina-tazobactam e teicoplanina). Permaneceu internado por 41 dias, em tratamento dialítico até o trigésimo quinto dia, quando apresentou queda progressiva da creatinina sérica. Neste
momento, com bom nível de consciência, boa diurese, normotenso, com boa ingesta alimentar. Discussão O veneno de abelhas é composto principalmente de melitina, fosfolipase A2 e
hialuronidase e costuma ser similar entre as diversas subspecies. Entre os sinais e sintomas de reação tóxica imediata ao veneno estão: náuseas, vômitos, fadiga, hemólise, IRA e coagulação
intravascular disseminada (CIVD). Hemólise, coagulopatia, trombocitopenia, rabdomiólise e disfunção hepática são comumente observadas como manifestações mais tardias, após 1224 horas do início do quadro. A associação entre picadas por abelhas e síndrome nefrótica é bem conhecida se desenvolvendo 2 a 14 dias após o acidente. As alterações anatomopatológicas
incluem doença por lesão mínima, glomerulonefrite mesangioproliferativa, nefropatia membranosa e glomeruloesclerose. Casos de nefrite intersticial aguda e vasculite também têm sido
relatados. A insuficiência renal aguda decorrente de ataques maciços de abelhas relaciona-se a mecanismos tóxicos-isquêmicos associados à lesão tubular por pigmentos liberados após lesão
muscular (mioglobinúria), hemólise (hemoglobinúria) e/ou necrose tubular aguda (NTA) e devido ao efeito tóxico direto do veneno. Os mecanismos fisiopatológicos subjacentes a IRA
mioglobinúrica envolvem vasoconstrição renal, formação de cilindros intraluminais e citotoxicidade direta da mioglobina. No caso relatado o paciente apresentou diminuição dos níveis
de hemoglobina e hematócrito progressivamente com elevação da desidrogenase láctica (DHL) sugerindo ocorrência de hemólise. O nível de creatinofosfoquinase (CPK) apresentou-se
bastante elevado no quarto dia de internação, conduzindo ao diagnóstico presuntivo de rabdomiólise. Os princípios do tratamento são baseados na hidratação, indução de diurese osmótica e alcalinização da urina. Apesar da sondagem vesical de demora e reposição volêmica vigorosas nas primeiras 24 horas o paciente persistiu anúrico necessitando de hemodiálise, o que
exclui causa pré ou pós renal, sugerindo fortmente o diagnóstico de injúria renal aguda secundária à rabdomiólise. Conclusão Conclui-se que o ataque por abelhas africanizadas deve ser
lembrado como causa de rabdomiólise e prontamente tratado devido a gravidade da insuficiência renal aguda induzida e sua alta mortalidade.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-74
Relato de caso: Histoplasmose disseminada em pacientes transplantados renais Nara Alves Vieira, José Genival Cruz, Márcia Tereza Martins, Maria Olinda Nogueira Ávila, Lia Bárbara Costa, Elise Schaer, Paulo Benigno Pena Batista
Hospital São Rafael,Hospital São Rafael,Hospital São Rafael,Hospital São Rafael,Hospital São Rafael,Hospital São Rafael,Hospital São Rafael
Introdução: A Histoplasmose é causada pelo Histoplasma capsulatum, rara em transplante de órgãos sólidos. Ocorre em áreas endêmicas 06 a 15 meses pós- transplante, após infecção primária, ativação de foco latente ou por transmissão pelo órgão doado. O diagnóstico se dá por testes antigênicos, achados radiológicos e biópsias.
A terapêutica com Anfotericina B seguida de Itraconazol geralmente é eficaz. Objetivo: Relatar 02 casos de Histoplasmose disseminada em transplantados renais.
Material e métodos: Caso clínico 1: Homem 32 anos procedente de Uauá-BA, em hemodiálise há 04 anos por glomerulonefrite crônica. Transplante renal doador vivo
HLA II, agosto/2009. Indução com Basilixmab e manutenção com Tacrolimus, Prednisona e Micofenolato. Setembro/2010 iniciou quadro de 01 mês de febre, dor
abdominal, perda ponderal de 05 kg, bicitopenia, disfunção hepática, nódulos hepáticos, esplênicos e pulmonares e linfonodomegalias. Internado para investigação.
Iniciado empiricamente Anfotericina B lipossomal 05mg/kg/dia e esquema I modificado para Tuberculose (TB) (Ciprofloxacino 500mg/dia, Azitromicina 500mg/
dia e Etambutol 800mg/dia). Biópsia de medula óssea normocelular com processo granulomatoso crônico. Biópsia hepática e de linfonodo mediastinal com Histoplasmose. Suspenso esquema para TB, mantido Anfotericina B e reduzido imunossupressão. Após 67 dias de Anfotericina B, iniciado Itraconazol 400mg/dia para
uso por 01 ano. Alta hospitalar. Caso clínico 2: Homem 18 anos, procedente de Juazeiro-BA, em hemodiálise há 02 anos por glomerulonefrite crônica. Transplante
renal doador vivo HLA II, junho/2009. Indução com Basilixmab e manutenção com Tacrolimus, Micofenolato e Prednisona. Dezembro/2009 iniciou quadro de 02
meses de epigastralgia, perda ponderal de 10kg, febre, hepatoesplenomegalia, linfonodomegalia abdominal e nódulos pulmonares. Internado para investigação. Iniciado empiricamente esquema para TB miliar. Broncoscopia com área de cáseo e fístula gânglio-brônquica. Lavado broncoaveolar com células leveduriformes, Ziehl
negativo. Culturas negativas. Biópsia transbrônquica com Histoplasmose. Iniciado Anfotericina B lipossomal 03mg/kg/dia, suspenso esquema para TB e reduzido
imunossupressão. Adquiriu Pneumonia indo à óbito. Conclusão: Apesar de um caso mal sucedido, o sobrevivente está em acompanhamento em uso de Itraconazol
profilático, evoluindo com redução da quantidade dos nódulos viscerais e das linfonodomegalias.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-46
Aderência ao tratamento de doentes renais crônicos terminais em hemodiálise: atividades propostas
pela equipe MultiCas (Multidisciplinar e grupo de pacientes de Cascadura)
Honey Auxílio Gomes, Adriana Moreira Franco, Rosemery Gioia CDR - Cascadura, CDR - Cascadura, CDR - Cascadura
Introdução: A doença renal crônica (DRC) é uma síndrome metabólica decorrente da perda progressiva da capacidade excretória renal, e compromete o funcionamento físico e mental do indivíduo, tendo um impacto negativo sobre os níveis de energia e vitalidade, limitando as interações sociais. Nesse contexto, a promoção de
qualidade de vida com vida ativa vem restabelecer a autoconfiança, a auto-estima e a sua relação na sociedade. A qualidade de vida de pacientes portadores de doenças
crônicas foi, por muito tempo, avaliada em termos de “ausência de doença”, sem considerar os fatores psicossociais. A criação da equipe MultiCas (Multidisciplinar
e grupo de pacientes de Cascadura) possibilita o estabelecimento de vínculos positivos e transformadores, possibilitando a maior interação social e o melhor entendimento sobre a doença, o que reflete diretamente na maior adesão ao tratamento. Objetivo: Apresentar as atividades multidisciplinares desenvolvidas pela equipe
MultiCas em uma clínica de hemodiálise da zona norte do Rio de Janeiro, que têm o objetivo da promoção da integração, melhoria da qualidade de vida nos aspectos
social, psicobiológicos e clínicos. Metodologia: As atividades multidisciplinares desenvolvidas pela equipe MultiCas abrangeram a todos os pacientes em tratamento
hemodialítico, que participaram da organização dos eventos até a sua execução, proporcionando estímulo funcional, discernimento e prática social. Foram realizadas reuniões semanais com o grupo de pacientes envolvidos no projeto para definição das ações. Desde 2011, período em que se iniciou o projeto e até o momento
foram realizadas as seguintes ações integrativas: passeio, festas comemorativas, campanha do quilo, rifas, bingo, bazar e doações. Considerações finais: Até o presente
momento observamos uma participação ativa dos pacientes junto ao projeto, que deverá ser contínuo. Esperamos com esse projeto propiciar maior integração dos
pacientes entre si e entre a equipe multidisciplinar, de forma que possamos aferir na prática a melhoria da qualidade de vida e a maior adesão ao tratamento, através
de dados estatísticos frente à freqüência as sessões de hemodiálise.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-72
Rejeição de enxerto renal e mediadores imunológicos envolvidos em cada processo
Santos RP, Pereira, WKV
PUCPR, PUCPR
Introdução: O transplante é a terapia renal substitutiva mais almejada por pacientes com Doença Renal Crônica (DRC) em estágio terminal. Sua importância se dá
devido ao fato de ser através dele que se possibilita maior expectativa de sobrevida aos doentes. No entanto, a rejeição é uma preocupação constante pois nela o organismo reconhece o enxerto como não próprio. Objetivos: Apresentar os tipos de rejeição e as bases imunológicas envolvidas em cada processo. Métodos: Realizou-se
análise de produções científicas das bases de dados SciELO e PubMed, portal de periódicos da CAPES e em base virtuais de universidades do Brasil e do Exterior.
Ao todo, foram selecionadas 18 produções entre artigos, monografia, dissertações e teses. Para uma abordagem atual, utilizou-se como critério de selecão uma data
de publicação a partir do ano de 2010. Além das fontes citadas, foram apreciados conteúdos de sites afins, dentre eles Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e
National Kidney Foundation (NKF). Resultados: Três são os tipos de rejeição: hiper-aguda, aguda e crônica. Tais tipos relacionam-se com o tempo pós-transplante
transcorrido e os mecanismos imunológicos envolvidos. A rejeição hiper-aguda é percebida minutos, horas ou poucos dias após o transplante. Nela a atuação do
sistema imune se dá através da reação de anticorpos IgG do receptor contra a classe I de antígenos leucocitários humano (HLA) no enxerto. A rejeição aguda pode
ser notada nos primeiros seis meses e a resposta imunológica nessa fase é mediada pelos linfócitos T, que se infiltram no órgão transplantado, multiplicam-se, e destroem os tecidos do enxerto. Já na rejeição crônica a função do enxerto se deteriora lenta e progressivamente, com frequência evidencia-se fibrose intersticial, atrofia
tubular e/ou isquemia glomerular. As bases desse processo não estão bem estabelecidas, mas sabe-se que os agentes “anti-rejeição” com o tempo causam nefrotoxicidade. Conclusão: A terapêutica abordada no tratamento contra rejeição inclui a administração de imunomoduladores sintéticos que atuam de modo à “iludir” o sistema
imune do receptor, fazendo com que este reconheça como próprio um “corpo estranho” ao seu organismo, que é o enxerto. Assim, a tríade medicamentosa utilizada
constitui-se de imunossupressor, corticosteróide e um agente “anti-rejeição”, sendo esta a terapia atual mais aceita e eficaz no tratamento de pacientes transplantados.
Palaravras-chave: Imunossupressão; Imunologia da rejeição, Transplante.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-50
Hipertensão arterial como fator de risco para doença renal
Santos RP, Paim AS, Almeida ACCH
PUCPR, PUCPR, UCPR
Introdução: Por ser resultante de uma condição multifatorial, a hipertensão pode se manifestar como causa ou conseqüência de diversas outras patologias, dentre elas a
nefropatia. Objetivo: Caracterizar a inter-relação existente entre hipertensão e doença renal em suas diversas faces. Metodologia: Foram analisadas 30 produções cientificas constantes nas bases de dados SciELO, LILACS, PubMed e no portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES),
publicadas entre o período de 2006 a 2011. Também se realizou análise de conteúdo constante em sites afins. Resultados: A presente pesquisa possibilitou a comprovação
científica de que a hipertensão é uma das principais causas de Doença Renal Crônica (DRC) justamente com o diabetes, sendo alto o índice de mortalidade quando não
há um controle adequado. Conclusão: Estando inserido no contexto de profissional de saúde, o enfermeiro desempenha papel fundamental no atendimento ao paciente
hipertenso/nefropata, atuando principalmente como orientador deste para o correto controle dos níveis pressóricos. Além disso, atua como propagador de informações
entre a população, visando à sua sensibilização acerca dos benefícios da mudança de determinados hábitos para a melhoria da qualidade de vida.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-47
Atividades da Liga Acadêmica de Nefrologia (PRONEFRO) da Universidade Federal de São João Del Rei
(UFSJ) – Campus Centro-Oeste Dona Lindu
Amaral HAT, Laporte IC, Turani SAD, Morato SMA, Pinto SWL, Otoni A, Rios DRA, Veloso DFM, Mattar EG
Universidade Federal de São João Del Rei, Universidade Federal de São João Del Rei, Universidade Federal de São João Del Rei, Universidade Federal de São João
Del Rei, Hospital São João de Deus, Universidade Federal de São João Del Rei, Universidade Federal de São João Del Rei, Universidade Federal de São João Del Rei,
Hospital São João de Deus
1.Introdução: A PRONEFRO-UFSJ fundamenta-se em três pilares: educação, pesquisa e extensão-assistência. É composta por acadêmicos dos cursos de Medicina
e Enfermagem e constitui uma parceria ensino-serviço entre a UFSJ e o Centro de Nefrologia do Hospital São João de Deus (HSJD), no município de Divinópolis-MG. Foi fundada em 10 de maio de 2010 pela diretoria, a qual também registrou a liga em cartório e definiu o seu estatuto. Em setembro de 2011 foi realizado o
primeiro processo seletivo da liga, por meio do qual foram incluídos mais onze alunos. 2.Objetivos: O objetivo central da PRONEFRO-UFSJ é o aprofundamento
dos conhecimentos teóricos e práticos em Nefrologia. Além disso, são objetivos da liga desenvolver atividades de promoção de saúde e estimular a investigação científica. 3.Casuística e Métodos: A PRONEFRO-UFSJ oferece aos ligantes aulas teóricas semanais, que são ministradas por professores da UFSJ e por profissionais
do HSJD, e são abertas ao público. Mensalmente, os acadêmicos reúnem-se para a discussão de artigos. Esta é moderada por um professor e é um momento ímpar
de reflexão sobre a realidade da Atenção Primária e da Nefrologia em Divinópolis e sobre as possibilidades de atuação da liga. Outra atividade da mesma é o estágio
clínico, de quatro horas semanais, no Centro de Nefrologia do HSJD. A liga também promove eventos como palestras, jornadas acadêmicas e mini-cursos. No dia 17
de novembro de 2011, realizou, em parceria com o HSJD, o I Encontro Acadêmico de Nefrologia. Entre os dias 20 e 22 de março de 2012 promoveu um mini-curso
de interpretação de exames laboratoriais em Nefrologia. No dia 07 de março de 2012, em parceria com o HSJD, a Associação dos Doentes Renais e Transplantados
(ADORTRANS) e a Secretaria Municipal de Saúde de Divinópolis (SEMUSA), a PRONEFRO-UFSJ participou da comemoração do Dia Mundial do Rim, cujo
enfoque foi a prevenção da doença renal crônica. 4.Resultados: Em pouco mais de dois anos de existência, a PRONEFRO-UFSJ mostra resultados positivos frente à
comunidade acadêmica, ao HSJD e à população. 5.Conclusões: A PRONEFRO-UFSJ é importante para a formação dos estudantes e aperfeiçoamento dos profissionais. Tem papel fundamental no cuidado dos pacientes, na criação de vínculo com a população e com os serviços de saúde e na promoção de saúde. Presta-se também
à valorização da Nefrologia entre os acadêmicos, especialidade cuja demanda tende a ser crescente, em conseqüência da epidemia de doença renal crônica.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-69
Prevalência das infecções bacterianas do trato urinário em Hospital Geral de Pelotas, Rio Grande do Sul
Almeida R, Valente ES, Sacco AG, Fraga DM, Bernardin JDP, Al Alam K, Coelho AO Santa Casa de Misericórdia de Pelotas, Universidade Federal de Pelotas,Santa Casa de Misericórdia de Pelotas, Universidade Federal de Pelotas, Universidade
Federal de Pelotas, Universidade Federal de Pelotas, Santa Casa de Misericórdia de Pelotas
Introdução: A infecção urinária (IU) é uma das patologias mais comuns na prática médica, principalmente quando associada ao uso de cateterismo vesical de demora
(SVD). Na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) da Santa Casa de Pelotas é a terceira causa de infecção hospitalar, representando aproximadamente 15% dos casos
e segunda causa de infecção hospitalar nos pacientes hospitalizados na enfermarias, representando 20% dos casos. Conhecer o perfil epidemiológico e etiológico, assim
como a sensibilidade dos antibióticos torna-se indispensável para o manejo desses pacientes. Objetivo: Identificar os agentes etiológicos mais freqüentes das bactérias
isoladas de uroculturas de pacientes atendidos ambulatorialmente e internados na Santa Casa de Misericórdia de Pelotas. Metodologia: Estudo transversal descritivo,
retrospectivo, realizado na Santa Casa de Misericórdia de Pelotas no período de dezembro de 2011 a maio de 2012. Foi realizado um levantamento de todas as culturas
de urina positivas de pacientes atendidos no hospital durante esse período. Resultados: Nesse período ocorreu crescimento bacteriano significativo em 24 uroculturas
oriundas da UTI sendo os agentes etiológicos mais prevalentes foram Pseudomonas aeuginosa que representou 17% de todas as IU e o Enterococcus faecium que
representou 12,5% do total. Nas enfermarias do hospital houve crescimento bacteriano significativo em 81 uroculturas e o perfil etiológico apresentou como principal agente etiológico a Escherichia coli que representou 35% dos casos de IU e o segundo agente mais prevalente foi Klebsiella pneumonie que representou 12% dos
casos. A avaliação de sensibilidade na UTI apresentou o perfil conforme tabela abaixo: Já a avaliação do antibiogramas realizados conforme crescimento bacteriano
da enfermaria do hospital apresentou a perfil da sensibilidade conforme abaixo: Conclusão: Os bacilos gram-negativos são os principais agentes causadores de IU
como relatado na literatura. As indicações de escolhas de agentes específicos para o tratamento das IU inevitavelmente provocam discussões e controvérsias devido às
diferenças de experiências pessoais dos médicos e da ampla variação do padrão de sensibilidade entre hospitais e clínicas. Esse trabalho é uma maneira de auxiliar na
escolha correta do antibiótico através do conhecimento do perfil epidemiológico e etiológico, assim como a sensibilidade bacteriana.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-31
Glomerulonefrite difusa aguda em paciente com nefropatia diabetica: relato de caso
Loyana Teresa Teófilo Lima Silva, Camila Hitomi Nihei, Raquel Maria Maia, Luanne Fortes Monte Soares, Denise Maria Avancini Costa Malheiros, Lectícia
Barbosa Jorge, Cristiane Bitencourt Dias, Rui Toledo Barros, Viktoria Woronik
Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo,
Universidade Federal do Piaui, Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas da
Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo
Introdução: A glomerulonefrite difusa aguda(GNDA) é causa comum de doenca renal na infância.Nos mais idosos,a GNDA é pouco relatada e é uma glomerulopatia primária pouco frequente relacionada ao Diabetes Mellitus(DM). Descrevemos o caso de perda aguda de função renal após episódio isolado de infecção de
via aérea superior (IVAS), em paciente com dano renal prévio por nefropatia diabética,cuja biópsia renal diagnosticou GNDA. Relato do caso: MMR,feminina,65
anos,hipertensa e diabetica há 25 anos,apresentou quadro de resfriado comum há 08dias e evoluiu anúrica há 2dias.Procurou o Pronto Socorro e encontrava-se em
regular estado geral, confusa, não tolerando decúbito dorsal por anasarca. Exame de orofaringe normal sem linfonodomegalias. Sinais vitais: PA 180x100mmHg,FC
100bpm,FR 24ipm. ‘A admissao, creatinina serica 7,62mg/dL, sendo o resultado do mes anterior Cr 1,34mg/dL. Demais exames laboratoriais: A biópsia renal identificou: NEFROPATIA DIABÉTICA, FORMA NODULAR GLOMERULONEFRITE PROLIFERATIVA ENDOCAPILAR AGUDA FIBROSE INTERSTICIAL
E ATROFIA TUBULAR DIFUSA ARTERIOLOESCLEROSE HIALINA Discussao: GNDA em pacientes mais idosos não está bem caracterizada. Acredita-se que
individuos de maior risco são homens, idosos, diabéticos e com neoplasias. Neste relato,tratamos de uma paciente do sexo feminino de 65anos com DM de longa
data. Os sitios de infeccao mais relatados são pele, pneumonia e infeccao do trato urinario, sendo os agentes etiologicos mais comuns: Estafilococos, Estreptococcus
e gram negativos. Infelizmente, não foi identificado nenhum agente etiologico neste caso, mas vale ressaltar o quadro de IVAS recente da paciente.Estudos mostram
que a presença de DM, maior creatinina e/ou necessidade de hemodiálise à apresentação, presença de glomerulosclerose diabética, atrofia tubular e fibrose intersticial
difusa sao preditores para evolução de doença renal em estádio final,com menos de 25% dos casos recuperando a funcao renal de base.Todos estes criterios estavam
presentes na paciente relatada. Conclusoes: A apresentacao clinica da GNDA nas faixas etarias mais elevadas é bastante diferente da infancia. O prognóstico para
pacientes mais idosos e com DM parece ser mais reservado, conforme relatado neste caso.
Urina1
Piocitos
Eritrocitos
Proteinuria
Colesterol
Albumina
Hep B,C,HIV
FAN,aDNA,anti-Ro,La,ANCA
Fator reumatoide
ASLO
C3
C4
50/campo
100/campo
2,66g/24h
107mg/dl
2,7mg/dl
NR
NR
16(<8)
194(<200)
indetectavel
15
NR= não reagente
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-40
Lesão renal aguda após transplante de medula óssea em pacientes utilizando dose baixa de
dimetilsulfóxido
Pastora Maria Araújo Duarte, Fernando Barroso Duarte, Emanuelle Meneses Barros, Fernando Queiroz Sindeaux Castro1, Glaylton Silva Santos, Ana
Patrícia Freitas Vieira, Geraldo Bezerra da Silva Junior, Elizabeth De Francesco Daher
Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará,
Universidade Federal do Ceará, Universidade de Fortaleza; Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará
Introdução: A lesão renal aguda (LRA) tem sido relatada como uma complicação comum do transplante de medula óssea (TMO), sendo uma das possíveis causas o
uso de dimetilsulfóxido (DMSO), um crioprotetor utilizado no TMO autólogo. Objetivos: Descrever a ocorrência de LRA em pacientes submetidos ao TMO usando dose baixa de DMSO. Casuística e Métodos: Trata-se de estudo prospective incluindo todos os pacientes submetidos ao TMO no Hospital Universitário Walter
Cantídio, em Fortaleza, Ceará, no período de agosto de 2008 a setembro de 2011. A LRA foi definida de acordo com o critério RIFLE. A concentração utilizada
do DMSO foi menor que a preconizada na literatura (<10%, não excedendo a dose de 1,5g/kg), com o objetivo de tentar reduzir a incidência de LRA. O tempo de
uso do DMSO foi limitado ao momento da infusão das células tronco durante o TMO. Resultados: Foram avaliados 32 pacientes que se submeteram ao TMO autólogo no período do estudo. A média de idade foi de 40,4±16,5 anos, sendo 50% do sexo masculine. As principais indicações de TMO foram linfoma de Hodgkin
(37,5%), mieloma múltiplo (37,5%) e linfoma não-Hodgkin (12,5%). Nenhum paciente apresentava LRA na admissão, sendo a média de creatinina antes do TMO
0,8±0,1mg/dL. LRA foi observada em 6 casos (18,7%), sendo 2 na classe “Risk” (34%) e 4 na classe “Failure” (66%), não sendo necessário tratamento dialítico em
nenhum caso. Os níveis médios de creatinina máxima nas classes “Risk” e “Failure” foram de, respectivamente, 1,2±0,07mg/dL e 2,6±0,6mg/dL. Neutropenia febril
foi observada em 19 pacientes após o TMO (59,3%), sendo utilizada vancomicina em 15 deles (78,9%), dos quais 4 desenvolveram LRA. Recuperação da função
renal foi observada em 5 casos no momento da alta hospitalar (83,3%). Apenas 1 paciente foi a óbito (LRA classe “Risk”). Conclusões: A LRA é uma importante
complicação do TMO. A incidência de LRA foi menor que a relatada na literatura (25-30%). O uso de drogas nefrotóxicas, como a vancomicina, não parece ser o
principal determinante da LRA neste grupo de pacientes. O uso de doses baixas de DMSO tem um possível papel importante na redução da LRA, devendo-se estas
doses ser preconizadas para todos os pacientes que irão se sibmeter ao TMO, sobretudo naqueles com fatores de risco para doença renal.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-33
Glomerulonefrite Membranosa associada à Resistência Insulínica Tipo B e à Síndrome do Anticorpo
Antifosfolipídeo
Turano MF, Rettori RMV, Drewiacki A, Moura LA
Hospital Guilherme Álvaro São Paulo, Hospital Guilherme Álvaro São Paulo
Introdução:Há 2 tipos de Síndrome de Resistência Insulínica(SRI): a tipo A ou B. A SRI tipo A ocorre devido a defeitos genéticos que afetam o receptor da insulina,
levando à hiperinsulinemia, hiperglicemia, masculinização e acantose nigricans. Já a SRI Tipo B é causada por autoanticorpos (IgG) direcionados contra o receptor de
insulina; a formação dos anticorpos é quase sempre parte de outras doenças autoimunes, mais comumente, o Lupus Eritematoso Sistêmico. A resistência insulínica e
a hiperinsulinemia induzem o hiperandrogenismo em mulheres. Relato de caso:Mulher de 30 anos, parda, foi internada em maio de 2001, apresentando polidipsia,
poliúria, hiperglicemia (400 mg%), hisurtismo e amenorréia (4 meses) sem acantose nigricans. Seu IMC era de 22 kg/m². Como história prévia, tinha o diagnóstico
via biópsia renal de glomerulonefrite membranosa (GM), após episódio, em 1997, de síndrome nefrótica e, acidente vascular cerebral isquêmico de lobo occipital, em
2000, após apresentar amaurose súbita à direita e hemiparesia em membros superior e inferior à esquerda. Na admissão, apresentava diabetes, com níveis de glicemias
altos que demandavam grandes doses de insulina (13U/kg/dia) e, também, síndrome nefrótica. A investigação laboratorial mostrou anemia, trombocitopenia e anticorpo antifosfolipideo positivo. FAN, C3, C4, ANCA, HIV, VDRL, anticorpo anti-ilhota e anti-insulina eram negativos e a testosterona sérica normal. Altos níveis
de insulina sérica (1072 μU/ml) foram detectados e anticorpos contra receptor de insulina foram positivos (testagem realizada na Clínica Mayo). Foi realizado pulsos
de metilprednisolona e ciclofosfamida, associados a metformina sem sucesso. A paciente melhorou seu estado metabólico quando iniciou-se azatioprina(150mg/dia),
combinada à prednisona(60mg) e pioglitazona(30mg/dia). A paciente já está em acompanhamento com remissão do quadro há cerca de 10 anos usando apenas prednisona 20mg. Objetivos:Por meio deste relato de caso, expomos a associação rara de duas doenças autoimunes (Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo e a SRI tipo
B) à GM primária, além da sua boa evolução com tratamento imunoterápico. Casuística/métodos/resultado:Não aplicável. Conclusões:Apesar da grande dificuldade
do controle glicêmico inicial e da falta de resposta a pulsoterapia com corticoesteroides e ciclofosfamida, a paciente apresentou completa remissão da SRI com azatioprina e corticoide oral, sem apresentar recaídas e mantendo-se em remissão após 10 anos.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-49
Estudo da capacidade de exercício e qualidade de vida em pacientes renais crônicos dialíticos
Marcelo Colucci, Teresa Cristina Bento, Glória Ortega, Célia José, Aline Silva, Daniela Colucci, Lucas Yutaka Hayashi
Centro Universitário São Camilo, Hospital Geral de Carapicuíba, Centro Universitário São Camilo, Centro Universitário São Camilo, Centro Universitário São Camilo,
Hospital Albert Einstein, Centro Universitário São Camilo
Introdução: No Brasil atualmente mais de 58.000 pacientes são portadores de (IRC), que é definida como a perda progressiva e irreversível das funções glomerular,
tubular e endócrina dos rins, necessitando de programas de hemodiálise durante anos que removem solutos e água em excesso, restabelecendo o equilíbrio eletrolítico
e ácido-base do organismo, porém a IRC e a hemodiálise afetam a estrutura muscular-esquelética, capacidade aeróbia, contribuindo para um déficit na qualidade de
vida. Objetivo: O objetivo do trabalho é determinar se o tempo de tratamento dialítico influencia na capacidade de exercício, força muscular periférica e qualidade de
vida dos pacientes renais crônicos. Materiais e métodos: Estudo transversal, com 16 pacientes portadores de IRC do Hospital Geral de Carapicuíba- Cruzada Bandeirante São Camilo, na qual foram avaliados dados dos prontuários e aplicados os testes de dinamometria, Short Form-36 (SF-36), Teste de Caminhada de seis minutos
(TC6). Os critérios de inclusão foram: doença renal crônica estável por três meses e serem capazes de realizar os testes propostos, foram excluídos Infarto Agudo do
miocárdio(IAM) recente, Angina instável, arritmia não controlada, hipertensão arterial sistêmica (HAS) não controlada, diabetes mellitus(DM) não controlada. Análise estatística: Na análise estatística descritiva, os valores foram expressos em média e desvio padrão e correlação de Pearson no Software SPSS 17.0. Resultados: Do
total de pacientes estudados, 12,5% eram do sexo feminino e 87,5%, do masculino, com idade média de 55,9 anos). Todos eram portadores de HAS e 81,8% de DM
tipo 2 e todos apresentavam redução na qualidade de vida. O tempo médio de tratamento dialítico era de 7 anos. A média de distância percorrida no TC6 foi de 402
metros.Houve uma correlação negativa moderada (p<0,05 e r = -0,50) entre o valor da distância caminhada no TC6 e o tempo de hemodiálise nos pacientes estudados. O valor médio da dinamometria de MMSS foi de 29,2 Kg.F, considerado reduzido em relação à população normal. Houve uma correlação moderada (p<0,05
e r = 0,49) entre o valor da dinamometria de MMSS e o valor da capacidade funcional do questionário SF-36. CONCLUSÃO: O tempo de tratamento dialítico
tem relação com a perda de capacidade aeróbia. A redução da força muscular periférica também se correlacionou com a redução da qualidade de vida em especial no
domínio capacidade funcional.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-61
Influência do uso da associação do inibidor da enzima conversora de angiotensina i e bloqueador do
receptor de angiotensina ii na redução da proteinuria em pacientes com diabetes mellitus tipo II
Lobato TF, Vicente CC, Parteli EAL, Companini EG, Lemos TR, Cardoso CS, Teixeira PM, Martins FF
UNIRIO, UNIRIO, UNIRIO, UNIRIO, UNIRIO, UNIRIO, UNIRIO, UNIRIO
Introdução: A nefropatia diabética (ND) é a maior causa de insuficiência renal crônica terminal em países ocidentais. O início da ND é definido pela microalbuminúria (excreção de 30mg a 300mg de albumina na urina em 24h).Nesse estágio já existe lesão glomerular e, se não for diagnosticada e tratada irá evoluir para fases mais
avançadas de ND. A fim de desacelerar a progressão da ND, a terapia de escolha são os inibidores da enzima de conversão da angiotensina I (IECA) e os antagonistas
da angiotensina II (BRA). A associação de BRA com IECA diminui a proteinúria em nefropatia diabética e não diabética, está associada com um maior efeito antiproteinúrico que com cada droga isoladamente. Objetivo: avaliar o impacto do uso do IECA associado ao BRA na tentativa de desacelerar a progressão da ND. Casuística
e Métodos: A amostra estudada é formada por pacientes com DMII acompanhados no ambulatório de Nefrologia do HUGG no período agosto/2006 a abril/2012.
Após exames laboratoriais, foi introduzido um IECA(maleato de enalapril) e BRA(losartana potássica). Foram avaliados evolutivamente os resultados da proteinúria
de 24 horas(PRU), pressão arterial sistólica(PAS),diastólica (PAS) e média (PAM) e clearence de creatinina(ClCR), creatinina serica(Cr), ureia(U), IMC e glicose de
jejum(GLI). Para análise estatística utilizamos teste t não pareado, Wilcoxon test, média, mediana e desvio padrão. Resultados: foram estudados 31 pacientes com média de idade de 62±9 anos, com tempo médio de observação de 25±12 meses, sendo 18 mulheres. Ocorreu diminuição na PAD(p=0,045), aumento na Cr(p=0,043) e
na U (p=0,002). Não houve diferença na PRU (0,312),no IMC (p=0,117),na GLI (p=0,829), na PAS (p=0,287), na PAM (p=0,09) e no CLCR(p=0,178) Conclusão:
o uso do bloqueio duplo IECA + BRA não mostrou ser eficaz na redução da proteinuria , porem não permitiu a progressão da ND. Não promoveu piora da função
renal apesar do aumento da creatinina e ureia.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-58
Estudo da progressão da nefropatia diabética com o uso de bloqueadores dos receptores de
angiotensinaii (BRA), em pacientes com diabetes mellitus tipo II, em acompanhamento ambulatorial
Teixeira PM, Lobato TF, Vicente CC, Companini EG, Cardoso CS, Martins FF, Fontoura FHR, Moreira RMP
UNIRIO, UNIRIO, UNIRIO, UNIRIO, UNIRIO, UNIRIO, UNIRIO, UNIRIO
Introdução: Segundo a OMS, o Diabetes Mellitus(DM) afeta mais de 170 milhões de pessoas no mundo e esse número tende a aumentar. O estado hiperglicêmico
promovido pelo DM pode levar tanto a complicações agudas quanto crônicas. Entre as crônicas, destaca-se a nefropatia diabética (ND), que é uma complicação
microvascular muito freqüente. Tanto a micro quanto a macroalbuminúria estão associadas a um maior risco de doença cardiovascular. Portanto, a detecção precoce
e a instituição de medidas preventivas e de tratamento eficazes apresentam elevada relação custo-benefício, estando relacionadas à diminuição de mortalidade. Os
bloqueadores dos receptores de angiotensina II (BRA) são eficazes na promoção da renoproteção e cardioproteção .Objetivo: Avaliar o impacto da ação do BRA sobre
a progressão da ND. Casuística e métodos: O estudo é formado por pacientes com Diabetes Melitus tipo II (DMII) acompanhados no ambulatório de Nefrologia do
HUGG no período agosto/2006 a abril/2012. Os critérios de inclusão foram: idade > 18 anos, acompanhamento no ambulatório de nefrologia do HUGG por pelo
menos 6 meses e uso de BRA. Os de exclusão foram: pacientes sem ND, idade < 18 anos, período de acompanhamento < 6 meses e suspensão do BRA. Realizado avaliação do IMC, pressão arterial sistólica (PAS), e diastólica (PAD), pressão arterial média (PAM), glicose de jejum (GLI), creatinina sérica (CR), ureia (U), clearance
de creatinina (CLCR) e proteinúria (PU). Para análise estatística utilizamos teste t não pareado, Wilcoxon test, média, mediana e desvio padrão. Resultados: A amostra
era composta de 31 pacientes, com média de idade de 63±9 anos, com 20 mulheres, 16 afrodescendentes e o tempo médio de acompanhamento foi de 31 ±17 meses.
Observamos que ocorreu uma diminuição da GLI (p=0,007) e do CLCR (p=0,0115) e observamos aumento da CR (p=0,0033) e da U (p=0,0454) e mantiveram-se
estáveis IMC (p=0,944), PAM (p=0,053), e proteinúria (p=0,1925). CONCLUSÃO: O uso do BRA não impediu a progressão da ND. O não controle de alguns
fatores de risco para ND como a Pressão arterial pode ter contribuído para esse resultado nesta população.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-7
Prevalência do uso de antiinflamatórios não esteróides em pacientes com insuficiência renal em hemodiálise
Jardim LO, Cavalcante BD, Jardim IO, Carvalho LMA, Neto FBP, Teixeira JA, Nascimento GVR, Amaral FPM
Faculdade Integral Diferencial Piauí, Faculdade Integral Diferencial Piauí, Universidade Ceuma, Maranhão, Faculdade Integral Diferencial Piauí, Faculdade Integral
Diferencial Piauí, Faculdade Integral Diferencial Piauí, Faculdade Integral Diferencial Piauí, Faculdade Integral Diferencial Piauí
Os antiinflamatórios não esteróides (AINEs) podem induzir a alterações renais, principalmente se seu uso for indiscriminado. Os AINEs podem levar a um quadro
de insuficiência renal crônica (IRC) e insuficiência renal aguda (IRA) de duas diferentes maneiras: hemodinamicamente mediada ou por nefrite intersticial (freqüentemente acompanhada de síndrome nefrótica). Esses efeitos estão diretamente relacionados à redução da síntese de prostaglandinas induzida pelos AINEs. O trabalho
teve como objetivo determinar a prevalência do uso de antiinflamatórios na população dos pacientes renais em hemodiálise em centro de terapia renal referência na
cidade de Teresina-PI. O estudo realizado foi do tipo quantitativo transversal, através de entrevistas dos pacientes atendidos no período de março a maio de 2011,
onde foram estudados todos os pacientes com insuficiência renal crônica que realizam hemodiálise em clínica particular na cidade de Teresina, Piauí. A partir de um
total (N) de 139 pacientes, os dados apontaram maior prevalência de: pessoas do gênero masculino com 66,18% do total (feminino com 33,81%), com predomino
de pacientes na quinta década de vida (23,74%). Em relação ao uso de antiinflamatórios 70,64% dos pacientes fizeram o uso por conta própria e 56,88% fizeram uso
desses medicamentos por indicação medica, ocorrendo um predomino no uso de Diclofenaco (65,13%), e os principais motivos para o uso destas drogas foram dor
de cabeça e dor na coluna (63,30% e 43,11% respectivamente). A grande parte dessa população utilizava essas drogas duas ou mais vezes por semana (36,69%) e somente 51,37% dos pacientes avaliaram a função renal no período onde fizeram o uso dessas drogas (51,37%), onde 46,42% foram avaliados apenas uréia e creatinina
e 53,57% foram solicitados sumario de urina, uréia e creatinina. Em relação à presença de doenças associadas houve uma alta prevalência de pacientes hipertensos e
diabéticos (75,22% e 28,44% respectivamente). Em conclusão que o presente trabalho aponta que existe uma alta prevalência no uso de antiinflamatórios por conta
própria nos pacientes em diálise, demonstrado que o uso dessas medicações podem ter potencializado o desenvolvimento da falência renal.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-73
Relato de abordagem psicológica de famílias indígenas com indicação de transplante renal infantil em
um hospital público de Rondônia
Raquel D’alligna, Michele Freire Seixas, Lorena Tourinho de Lucena, Alessandro Prudente
Central Estadual de Transplantes de Rondônia e Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro, Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro, Universidade Federal De Rondônia, Central
Estatual de Transplantes de Rondônia e Universidade Federal de Rondônia
Introdução: A legislação brasileira exige, para doação renal em vida, que o doador seja relacionado ao receptor (cônjuge ou aparentado). Não existe regulamentação específica para a doação na população indígena. O Psicólogo avalia e orienta as pessoas envolvidas no processo. O desafio do profissional de psicologia está na apreensão
subjetiva do indivíduo, na sua totalidade e nas relações afetivas e emocionais. As questões socioculturais e as diversas formas de significação do processo saúde-doença
tornam o universo do transplante ainda mais desafiador. Objetivos: Relatar a abordagem dos profissionais de psicologia de um hospital público de Rondônia a duas
famílias indígenas, com indicação de transplante renal. Casuística e Métodos: Relato de um atendimento com os genitores de etnia indígena considerados doadores
em potencial. Os pré transplantados são seus filhos e tem 09 e 12 anos. O alicerce teórico é a psicologia analítica com ênfase no método dialético, este permite que
o profissional crie um espaço capaz de lidar com a singularidade e aberto as manifestações psíquicas e físicas. Resultados: No atendimento, os genitores demonstraram obter compreensão reduzida do problema de saúde dos seus filhos. Verbalizaram que os “rins estavam ruins”, indicando com as mãos a região do corpo afetada
pela doença. Buscou-se identificar o nível de compreensão da doença e tratamento, esclarecer sobre o transplante renal e identificar as manifestações psíquicas que
potencialize ou não os mesmos como doadores. Os aspectos emocionais identificados foram as reações de medo e insegurança frente à cirurgia e a perda do órgão.
Estas não afirmam a não viabilidade da doação, pois são consideradas reações comuns no processo de escolha. Portanto, consideramos que a abordagem analítica e
o método dialético permitem uma interação equipe de saúde-paciente, que considera o outro como único (singular), em oposição ao método redutivo que compreende o homem na coletividade e nega sua condição legítima e de constante transformação. Assim, o vínculo com a diversidade pode existir e o processo de doação é
viável desde que não aplicado aos modelos tradicionais e reducionista da doença e do doente. Conclusão: O método dialético cria um espaço no qual o outro pode se
apresentar completamente, sem limitá-lo pelos pressupostos do psicoterapeuta. Uma nova visão para avaliação de doação em vida a partir da ressignificação da saúde
é fundamental para a adequada tomada de decisão na etnia indígena.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-64
Lupus Eritematodso Sistêmico: relato de caso com apresentação atípica
Lucas Nunes Sales de Melo, Mauricio Galvão Pereira, Diego Torquato da Cunha Rêgo, Renan de Souza Santos, Marcos Saboia Pires, Samara Gomes Torres,
Sérgio Salustio Da Costa Montenegro Bezerra
Universidade Potiguar Rio Grande do Norte, Universidade Potiguar Rio Grande do Norte, Universidade Potiguar Rio Grande do Norte, Universidade Potiguar Rio
Grande do Norte, Universidade Potiguar Rio Grande do Norte, Universidade Potiguar Rio Grande do Norte, Universidade Potiguar Rio Grande do Norte
Introdução: O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma patologia de difícil diagnóstico, o seu pior prognóstico é o acometimento renal que cursa com alta mortalidade. Objetivos: Estudar a apresentação clínica e a evolução de uma paciente com nefrite lúpica associada a distúrbios psiquiátricos. Casuística: Caso clínico com
apresentação clínica rara. Métodos: J. F. L.; 52 anos, Sexo Feminino, branca, natural de Cuité-PB, procedente de Natal-RN. Funcionária Pública. Procurou assistência
médica com uma queixa de “Inchaço nas pernas há um mês”. Relata quadro progressivo de edema em membros inferiores, associado a edema facial, astenia e picos
hipertensivos, redução do volume Urinário, tanstorno ansioso depressivo. Aos exames, presença de proteinúria e hematúria em vários Sumários de Urina. Os hemogramas sempre revelaram uma anemia normocrômica-normocítica. Clearance de Creatinina de 47,2 ml/min. Colesterol Total de 275mg/dl, FAN Núcleo Reagente.,
Albumina de 2,6 mg/dl. A paciente portava de uma urotomografia computadorizada de abdome e pelve cuja conclusão diagnóstica foi CISTOS RENAIS SIMPLES
CORTICAIS BILATERAIS (BOSNIAK I). LINFONODOS AUMENTADOS DE VOLUME EM REGIÃO RETROPERITONEAL, ONDE O MAIOR MEDE
2 cm. Foi diagnosticada uma Síndrome Mista: Nefrítica X Nefrótica, a mesma apresenta características das duas entidades clínicas. O tratamento foi iniciado com
Prednisona 30mg/dia, desenvolvimento de uma leucopenia em exames repetidos. Cogitou-se a hipótese de LES, mas a paciente não fechava critérios diagnósticos
suficientes. Com a evolução do comprometimento renal da paciente, indicou-se a Biópsia Renal, cujo resultado foi: achados característicos de nefrite lúpica, com
aspectos da Classe III e da Classe V, o que corrobora com o diagnóstico de uma Síndrome Mista, com achados Nefríticos e Nefróticos. A paciente apresentou uma
Leucopenia importante, o que a impediu de realizar a pulsoterapia com ciclofosfamida, sendo a mesma internada e submetida a pulsoterapia com metilprednisolona.
O quadro clinico-laboratorial permaneceu inalterado, com o comprometimento da função renal da paciente. A mesma apresentou uma melhora de sua leucometria
e foi submetida a realização da pulsoterapia com ciclofosfamida. Resultados: Após diagnóstico e tratamento paciente evolui bem clinicamente com boa resposta as
intervenções. Conclusões: A nefrite lúpica tem uma alta mortalidade, se tratada e diagnosticada a tempo existem grandes chances de uma boa evolução e melhora do
quadro.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-51
Liga Acadêmica de Nefrologia e Cardiologia Potiguar (LINECAP), ampliando conhecimentos
Lucas Nunes Sales de Melo, Mauricio Galvão Pereira, Diego Torquato da Cunha Rêgo, Renan de Souza Santos, Marcos Saboia Cardozo Pires, Samara
Gomes Torres, Sérgio Salustio Da Costa Montenegro Bezerra
Universidade Potiguar Rio Grande do Norte, Universidade Potiguar Rio Grande do Norte, Universidade Potiguar Rio Grande do Norte, Universidade Potiguar Rio
Grande do Norte, Universidade Potiguar Rio Grande do Norte, Universidade Potiguar Rio Grande do Norte, Universidade Potiguar Rio Grande do Norte
Introdução: O curso médico apesar de possuir uma extensa carga horária, deixa a desejar no aprofundamento de algumas clínicas, uma vez que são ministradas durante apenas um semestre letivo, o que faz com que o acadêmico de medicina não veja com riqueza de detalhes todos os temas pertinentes à disciplina. Para sanar essa
problemática a solução encontrada pelos alunos foi fundar a Liga Acadêmica de Nefrologia e Cardiologia Potiguar (LINECAP) para dar continuidade e aprofundar os
estudos. Objetivos: A LINECAP é um Projeto de Extensão registrado na Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão da universidade. É composta por um Professor Orientador e outros colaboradores. Possui estatuto próprio e uma diretoria acadêmica que visa mobilizar e orientar alunos do curso de Medicina interessados em estudar
as clínicas de Cardiologia e Nefrologia nos âmbitos que concerne o tripé da universidade: Pesquisa, Ensino e Extensão. Causística: Produção acadêcmica junto a
mídia médica. Métodos: A LINECAP justifica-se no interesse dos organizadores (Membros Fundadores) em aprofundar o conhecimento dos temas abordados, bem
como, promover a atualização nas especialidades propostas juntamente com o professor orientador, além de produção acadêmica (trabalhos científicos e pesquisa) e
intervenção na comunidade. A LINECAP é uma organização estudantil, criada e gerenciada por acadêmicos, fato importante para a condução das atividades, dentro
das determinações de seus projetos. A LINECAP é baseada em problemas da comunidade na qual está inserida, identificando-os e pesquisando-os, com o objetivo
de ajudar a propor soluções. Dentro desse ponto, funcionariam como canalizadoras dos interesses científicos de professores e pesquisadores. Resultados: A LINECAP
propicia ao aluno uma oportunidade de ampliar os estudos em determinada clínica, pois têm por objeto de estudo os assuntos abrangendo o atendimento desde a
atenção primária a terciária chegando a diagnóstico, tratamento, prevenção e reabilitação das doenças dos sistemas renal e cardiovascular, bem como integrando os
conteúdos práticos e teóricos. Conclusão: A LINECAP é uma importante ferramenta de ensino para contemplar alguns assuntos carentes nos currículos médicos,
além de subsidiar intervenções voltadas para o crescimento do educando. Dessa forma, a formação da LINECAP foi baseada em um tema cercado de relevância social,
termina por possibilitar inúmeras abordagens e oferece um horizonte amplo de trabalho para os estudantes.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-27
Fibrose cística e glomeruloesclerose segmentar e focal – relato de caso
Jerônimo ALC, Bezerra AC, Bezerra FC, Pessoa LMGP
Hospital Geral Dr. César Cals, Faculdade de Medicina Christus e Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Medicina Christus, Universidade Estadual do Ceará,
Universidade Estadual do Ceará
Introdução: A fibrose cística (FC) é uma doença hereditária autossômica recessiva, de caráter crônico, progressivo, multissistêmico, que se apresenta principalmente
com secreções mucosas espessas e viscosas, obstruindo os ductos das glândulas exócrinas. Se manifesta principalmente com doença pulmonar obstrutiva crônica, níveis
elevados de eletrólitos no suor, insuficiência pancreática com má digestão/má absorção, além de problemas na motilidade intestinal e infertilidade masculina (azoospermia obstrutiva). Nos últimos anos tem havido cada vez mais relatos de doença renal em pacientes com FC. As lesões renais mais relatadas são: amiloidose, nefrocalcinose, lesão tubular aguda, nefropatia por IgA, glomerulonefrite pós-infecciosa e casos de glomerulonefrite membranoproliferativa (GNMP). Objetivo : apresentar
um caso clínico de fibrose cística com proteinúria elevada, cujo diagnóstico histológico foi de Glomeruloesclerose Focal e Segmentar (GESF). Relato do caso: Paciente
masculino, 29 anos, professor, diagnosticado com fibrose cística na fase adulta em 2006 e em 2011, por ocasião de uma nova internação devido à infecção respiratória
foi evidenciada a presença de proteinúria elevada (2200mg/24h), sem edema periférico. Não apresentava outras alterações significativas ao exame físico, apenas baqueteamento digital. Realizou biópsia renal apresentando 12 glomérulos, 2 globalmente esclerosados, 3 com áreas segmentares de esclerose das alças capilares e sinéquias
à cápsula de Bowman. Os demais glomérulos exibiam celularidade conservada e alças capilares de contornos regulares. Na Imunofluorescência havia depósito de IgM
(++), com padrão segmentar. A conclusão diagnóstica foi de Glomeruloesclerose Segmentar e Focal Conclusão : É provável que, com o aumento da expectativa de
vida de pacientes com FC, as complicações renais em adultos sejam encontradas mais frequentemente, diferente daquelas relatadas nos pacientes pediátricos. Assim,
torna-se importante conhecer o envolvimento renal e realizar avaliações periódicas de função renal e estudo do sedimento urinário nesta população.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-25
Doença de Berger (DB) em apresentação incomum - Um relato de caso
Andrade IGN, Rocha C, Arruda LMT, Zancanaro DBS, Monte LFV
Universidade Católica de Brasília Distrito Federal, Universidade Católica de Brasília Distrito Federal, Universidade Católica de Brasília Distrito Federal, Hospital de Base
do Distrito Federal Distrito Federal, Universidade Católica de Brasília, Hospital de Base do Distrito Federal Distrito Federal
Introdução: A Doença de Berger (DB), ou Nefropatia por IgA, é uma doença em que ocorre o depósito de imunocomplexos no mesângio, não sabendo-se ao certo a
causa primária desse distúrbio. Ocorre geralmente em pessoas do sexo masculino, entre a 2º e 3º década de vida e tende a manifestar-se por hematúria microscópica
persistente ou macroscópica após episódios de infecção de vias aéreas superiores (IVAS). Objetivo: Relatar o caso de uma criança que teve apresentação incomum da
DB e evoluiu para Insuficiência Renal Crônica (IRC). Caso: Paciente, masculino, 11 anos e 8 meses, é internado com história de piodermite há duas semanas.Soma-se
edema facial há uma semana, com piora há dois dias e surgimento de hematúria macroscópica.Na admissão, paciente apresenta PA: 140/80mmHg, ASLO 249UI/
ml, C3 139,0 mg/dL, C4 24,8 mg/dL e EAS apresentando hematúria(+++/4+) e proteinúria(+++/4+).É internado para tratamento e investigação diagnóstica. Durante a internação, apresenta diversos picos hipertensivos de difícil controle medicamentoso. Soma-se oligúria e elevação dos valores de Uréia (Ur) e Creatinina(Cr).
É instituído pulsoterapia com metilprednisolona, no entanto paciente persiste com quadro de oligúria, hematúria, proteinúria, hipertensão e valores elevados de Ur e
Cr, sendo necessária diálise peritoneal (DP) diária. Após a terapia com metilprednisolona é instituído o uso de prednisona em dias alternados, não havendo melhora.
Devido a não resolução no período esperado, foi solicitada biópsia renal e exames sorológicos para melhor investigação. Discussão: A DB é uma nefropatia que ocorre
pelo depósito glomerular de IgA e C3, levando a lesão tecidual. Comumente manifesta-se com hematúria, podendo, com menor frequência, ser acompanhada por um
quadro de proteinúria e/ou HAS; quadros esses que podem evoluir para IRC. Devido à idade e a história pregressa de piodermite, é aventada a hipótese de Glomerulonefrite Difusa Aguda (GNDA).Mas, com os valores de Ur e Cr elavados, somado a não melhora do quadro após cerca de 7-10 dias, que é o esperado para GNDA,
é indicada uma investigação mais profunda, com biópsia e testes sorológicos específicos. Resultados e Conclusão: Anti-HIV, p-ANCA, p-ASCA e FAN: negativos.
Biópsia renal: Compatível com DB. Com esses resultados e a evolução clínica do paciente, é fechado o diagnóstico de DB. Os pais são orientados quanto à doença,
necessidade de acompanhamento e realização de DP 3x/semana, até que o paciente consiga um transplante renal.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-77
Revisão de Pielonefrite Enfisematosa no Transplante Renal
Faig-Leite FS, Garcia PD, Carvalho MFC, Andrade LGM
Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP, Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP, Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP, Faculdade de Medicina de
Botucatu - UNESP
Introdução A pielonefrite enfisematosa (PE) é rara infecção caracterizada pela presença de gás no parênquima renal. Os relatos de PE em pacientes transplantados
são escassos na literatura sendo a evolução e prognósticos não claramente conhecidos. Objetivos Revisão de literatura sobre PE em transplantados renais. Casuística e
Métodos Realizada revisão da literatura de todos os casos de PE em transplante renal relatados no PubMed, Embase e Scielo com as diferentes combinações entre as
keywords: emphysematous pyelonephritis, allograft, transplant, gas, renal transplantation, kidney transplantation and renal emphysema, sendo encontrados 112 trabalhos com 31 casos de PE em rins transplantados, somados ao relato de dois casos do serviço local (n=33). Resultados O sexo masculino foi mais acometido (62,5%);
idade média no diagnóstico de 48,1 ± 13,7 anos; diabéticos em 81,3% dos casos; transplante com doador falecido em 60% e tempo após o transplante médio de 35,6
± 39,6 meses. Das características clínicas: febre presente em 95%, leucocitúria em 83,3%, leucocitose em 94,7%, dor no enxerto em 94,1%, presença de hipotensão
na apresentação em 66,7% e disúria relatada em 50% dos casos. Os agentes etiológicos mais freqüentes foram a E.coli seguida da Klebisiella sp. Os diagnósticos foram
feitos através de ultrassom e tomografia em 56,5% dos casos, somente por ultrassom (8,7%) ou apenas por tomografia (34,8%). Quanto ao tratamento, 28,6% fizeram apenas o tratamento clínico com antibióticos, a utilização de dreno ocorreu 28,6% dos casos e o tratamento cirúrgico com nefrectomia foi necessário em 42,9%
dos casos. A perda do enxerto foi elevada e ocorreu em 52% dos casos. O óbito ocorreu em 21,2% dos casos sendo que em 12,5% deles foi diretamente relacionado
a PE devido a choque séptico. Conclusões A PE no pós-transplante é rara e se manifesta clinicamente com febre, leucocitúria, dor no enxerto e hipotensão com sinais
de sepse na apresentação. O padrão ouro para o diagnóstico é a tomografia. Evolução para perda do enxerto ocorre na metade dos casos. Para decidir o tratamento,
considerar o estado clínico e a extensão do acometimento na tomografia. Freqüentemente necessário o tratamento cirúrgico com dreno ou nefrectomia. A evolução
para o óbito é significante.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-56
Qualidade de vida nas terapias dialíticas: hemodiálise e diálise peritoneal
Schuengue Lobato, CMO PIRES, CML Renalclin
Univertix
Introdução: A qualidade de vida de pacientes crônicos tem sido cada vez mais utilizada a fim de contemplar aspectos subjetivos, expectativas, percepções e emoções da
vida do paciente, na busca de uma intervenção mais ampla e eficaz. Objetivo: avaliar a influência da diálise peritoneal na qualidade de vida dos doentes renais crônicos
que se submeteram anteriormente à terapia hemodialítica. Métodos: Trata-se de um estudo exploratório descritivo, desenvolvido junto à população adulta de uma
clínica de doentes renais de Manhuaçu. Os participantes do estudo foram os doentes renais crônicos que realizavam diálise peritoneal automatizada. A coleta de dados
deu-se através de entrevistas contendo questões abertas e fechadas. Resultado: Pode-se evidenciar através da análise dos dados a satisfação dos doentes com a diálise
peritoneal, visto que a alimentação é mais flexível, a retirada lenta dos resíduos metabólicos não provoca distúrbios cardiovasculares súbitos e a liberdade do doente
para realizar atividades sociais significativas é mais efetiva, o que proporciona melhoria na qualidade de vida. Conclusão: Ressalta-se a importância do enfermeiro em
estar atento para as necessidades do doente, não apenas técnica-científica, mas também aos valores que este acredita a sua vida. Estar fornecendo informações claras
e objetivas para que o doente possa participar ativamente das escolhas disponíveis e mais apropriadas ao seu estilo de vida, para que os impactos causados pelas mudanças sejam minimizados.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-68
Perfil de sensibilidade da escherichia coli aos antibióticos em uroculturas
Monteiro LL, Mendonça MSC, Silva DPPM, Aguiar YQ, Nascimento GVR
Faculdade Novafapi Piauí, Faculdade Novafapi Piauí, Faculdade Novafapi Piauí, Faculdade Novafapi, Piauí, Faculdade Novafapi Piauí
Introdução: O trato urinário é um dos locais mais comuns de infecções bacterianas, particularmente em mulheres. O tratamento ocorre na maioria das vezes baseado
apenas na clínica do paciente, com terapia empírica. Objetivos: O objetivo deste estudo foi investigar o padrão de sensibilidade antimicrobiana da Escherichia coli,
com ênfase no sulfametoxazol-trimetoprim, em uroculturas de caráter ambulatorial. Casuística e Métodos: O estudo foi desenvolvido mediante avaliação de dados
coletados em resultados de uroculturas realizado no período de dezembro de 2011 a fevereiro de 2012, no Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Costa Alvarenga
(LACEN), localizado no município de Teresina - PI. Resultados: Em um total de 100 laudos de uroculturas, 85 foram do gênero feminino e somente 15 do gênero
masculino. A faixa etária mais acometida foi de 18 a 26 anos para ambos os gêneros, com 38% do total de indivíduos. Apenas 31 laudos mostraram-se sensíveis ao
sulfametoxazol-trimetroprim, correspondendo a 38% da amostra. Conclusão: Mediante esse resultado conclui-se que, na população estudada, o sulfametoxazol-trimetoprim não deve ser considerado como tratamento de primeira escolha para infecção do trato urinário. A melhor opção para o tratamento empírico foi a nitrofurantoina, com sensibilidade acima de 90%.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-45
A interferência e o significado do cotidiano de trabalho na identidade profissional
Fernanda Celedonio de Oliveira, Maria Dalva Santos Alves
Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará
Introdução: alguns estudiosos conceituam identidade como conteúdos no conjunto de traços, de imagens, de sentimentos que o individuo reconhece como fazendo
parte dele próprio. A identidade permite a correlação de aspectos individuais com aspectos sociais, políticos e econômicos. Objetivo: entender o que representa a
identidade profissional do enfermeiro nefrologista no ambiente de trabalho. Metodologia: trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, realizada com
enfermeiros que atuam em nefrologia em diversos centros de diálise em Fortaleza/CE no ano de 2012. Foi aplicada uma entrevista semiestruturada após aprovação
pelo comitê de ética. Resultados: Na nefrologia existem três áreas distintas (transplante renal, hemodiálise e diálise peritoneal) onde o enfermeiro atua de acordo com
suas habilidades e competências técnicas. Quando abordados sobre o que significa identidade profissional do enfermeiro que trabalha em nefrologia destacou-se que
seria: a assistencial; o compromisso; a gerência e o cuidar. Retrataram também, a complexidade existente da identidade profissional do enfermeiro nefrologista e a
diferença com outras especialidades. Na nefrologia a dedicação e a exclusividade de atendimento entre pacientes, familiares e funcionários surge ao longo os anos.
O vínculo com os pacientes torna-se maior, pois semanalmente são admitidos para realização do tratamento pelo menos três vezes por semana, com orientações e
cuidados individualizados e diversificados. A especialidade em nefrologia por si só seleciona as pessoas para trabalhar, pois quem tem afinidade com a área se dedica
exclusivamente para isso, criando sua identidade própria sobre a prática profissional Conclusão: O enfermeiro nefrologista tem uma trajetória na construção de sua
real identidade profissional.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-42
Lesão renal aguda em pacientes com esquistossomose mansônica internados em um hospital-escola
de Maceió, Alagoas, Brasil
Elizabeth De Francesco Daher, Geraldo Bezerra da Silva Junior, Maria Eliete Pinheiro, Lucas Alexandre Vanderlei, Raianne Kívia de Azevêdo Bispo,
Daniella Bezerra Duarte
Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal de Alagoas, Universidade Federal de Alagoas, Universidade Federal de Alagoas,
Universidade Federal de Alagoas, Universidade Federal do Ceará
Introdução: A esquistossomose mansônica é uma doença parasitária crônica associada a grande morbidade e mortalidade, presente em vários Estados do Brasil, com maior
endemicidade na região nordeste. Objetivos: Investigar a ocorrência de lesão renal aguda (LRA) em pacientes com esquistossomose mansônica. Casuística e Métodos: Foi
realizado estudo retrospectivo incluindo pacientes com diagnóstico clínico, epidemiológico e laboratorial de esquistossomose mansônica internados no Hospital Universitário da Universidade Federal de Alagoas no período de janeiro de 2008 a setembro de 2011. Foram excluídos pacientes que não preenchiam critérios diagnósticos
de esquistossomose ou que tinham, além de esquistossomose, outra hepatopatia associada (vírus B, vírus C, álcool, auto-imune, neoplasia). LRA foi definida de acordo
com o critério RIFLE, sendo realizada uma comparação entre os pacientes com creatinina >1,3mg/dL e <1,3mg/dL e investigados os fatores associados à LRA. A análise
estatística foi feita com o programa SPSS 16.0. Resultados: Foram incluídos 45 pacientes com média de idade de 57,2±16,5 anos (variação 24-92 anos), sendo 26 (57,7%)
do sexo feminino. O tempo médio de internação foi de 16,6±11,6 dias (variação 3-47 dias). De acordo com o critério RIFLE, 18 (42,8%) dos pacientes apresentaram LRA
na internação, sendo 7 (39%) na classe “Risk”, 9 (50%) em “Injury” e 2 (11%) em “Failure”. A comparação entre os grupos de pacientes evidenciou como fatores associados
a creatinina >1.3mg/dL: idade avançada (OR=1,50, IC 95%=1,02-2,20, p=0,001), tempo de internação (OR=1,51, IC 95%=0,83-2,76, p=0,03), uso de furosemida
(OR=1,6, IC 95%=1,16-2,31, p=0,02), uso de iECA (OR=3,9 , IC 95%=1,58-9,81, p=0,002), hematúria (OR=2,3, IC 95%=1,04-5,19, p=0,04) e níveis de creatinina na admissão (OR=5,74, IC 95%=1,74-18,86, p=0,01). Óbito ocorreu em 4 casos (8,8%), sendo que 50% destes tinham LRA na classe “Failure”, 1 (25%) estava na
classe “Risk” e 1 (25%) não tinha LRA. Houve associação significativa entre a mortalidade e os níveis de creatinina (Cr<1,3mg/dL - mortalidade: 3,1%; Cr>1,3mg/dL
- mortalidade: 23%, p=0,03;). Conclusões: LRA é uma complicação frequentemente observada em pacientes internados com esquistossomose mansônica, associada
com mortalidade significativa. Idade avançada, tempo de internação, uso de furosemida e iECA, hematúria e níveis de creatinina na admissão estão associados com o
desenvolvimento de LRA. Maiores estudos são necessários para melhor estabelecer os fatores associados à LRA nesta doença.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-44
Nefrite intersticial aguda associada ao uso de fármacos
Eduardo Roberto da Silveira, Leandro de Castro Bahia Alvarenga Soares, Roberto Eduardo Salum, Mario Antonio Mafra Macedo, Juliana Gazzi Macedo, Geralado
Barcellos de Camargo Neto, Leidson Durães Alkmim, Sílvia Corradi de Faria, Rodrigo de Oliveira Lima, Lilian Cardoso Marques, Frederico Macedo Rocha
Hospital Vera Cruz Cenemge, Hospital Socor, Hospital Santa Rita Nefron, Hospital Socor Clinemge, Hospital Socor Nefron, Hospital Santa Rita Nefron, Hospital Santa
Rita Nefron, Hospital Socor, Hospital Santa Rita, Hospital Vera Cruz, Hospital Socor
Introdução: A nefrite intersticial aguda (NIA) é uma causa frequente de insuficiência renal aguda (IRA). De etiologia variada, ocorre na maioria das vezes em decorrência do uso de vários grupos de fármacos. Embora ocasionalmente os pacientes necessitem submeter-se a diálise, raramente permanecem dependentes de diálise
crônica. Objetivo: Relatar caso de NIA pouco usual, suas manifestações clínicas, laboratoriais e de exame anatomopatológico passíveis de serem encontrados. Material
e Métodos: Caso de paciente que desenvolveu NIA após uso de anti-inflamatório não esteroidais (AINES) resultados: Paciente JEPL, 62 anos, masculino, branco, sem
antecedentes prévios de disfunção renal. Atendido no Hospital Vera Cruz devido à dor em panturrilhas, equimoses em fossas ilíacas, leve edema peniano, náuseas e
vômitos de início há 2 dias. Estava no 8º dia de pós-operatório para correção da doença de Peyronie pela técnica de Nesbit e havia utilizado 3 doses de AINES. Exames laboratoriais mostravam creatinina(Cr) 14,2mg/dL, ureia(Ur) 190mg/dL, potássio 8,0mmol/L, sódio 130mmol/L. Hemograma e urina rotina normais. Iniciado
tratamento hemodialítico. Com um histórico pobre para o uso de fármacos como causa da IRA procurou-se outras possibilidades diagnósticas. Foram realizados Ecodoppler de artérias renais, sorologias para hepatites, complementos, P-ANCA, C-ANCA, estando todos eles normais. Prescrito pulsoterapia com Metilprednisolona
1g por 3 dias e realizado biópsia renal que evidenciou no compartimento túbulo-intersticial focos de infiltrado inflamatório de granulomononuclear, com alguns eosinófilos permeando os túbulos renais (achados compatíveis com NIA).Paciente evoluiu com melhora parcial da função renal, Cr 2,6mg/dL, e recebeu alta hospitalar
para acompanhamento ambulatorial em uso de prednisona 60mg dia. Apresentou melhora nos dias seguintes, com a normalização de sua função renal, Cr 1,19mg/dL
e Ur 23mg/dL. Conclusão: A NIA é mais frequentemente induzida por terapia medicamentosa, sendo o uso de AINES e antibióticos, seus principais causadores. De
acordo com estudos recentes o desenvolvimento da NIA não é dependente da dose e a recorrência ou exacerbação pode ocorrer com uma segunda exposição à mesma
droga ou outra similar. Outras causas incluem doenças auto-imunes (lúpus eritematoso sistêmico, síndrome de Sjögren), uma variedade de infecções, sarcoidose e
nefrite túbulo-intersticial associada a uveíte.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-81
Uso do alisquireno no manejo da proteinúria nefrótica por recidiva de doença de base após o
transplante renal em criança
Deboni LM, Vieira MA, Luz-Filho HA, Rost CA, Cicogna PE, Vieira JA, Silva VC, Garcia CE,Guterrez J
Fundação Pró-Rim Joinville SC, Fundação Pró-Rim Joinville SC, Fundação Pró-Rim Joinville SC, Fundação Pró-Rim Joinville SC, Fundação Pró-Rim Joinville SC,
Fundação Pró-Rim Joinville SC, Fundação Pró-Rim Joinville SC, Hospital Municipal São José Joinville SC, Hospital Municipal São José Joinville SC
Introdução: O transplante renal é a melhor opção de tratamento da Insuficiência Renal Crônica (IRC) em crianças, sendo 40% dos casos causadas por glomerulonefrites (GNC). A recidiva da doença glomerular é comum no pós transplante e pode ocorrer em qualquer período. A perda do enxerto por recorrência da GNC é
a terceira causa de falência renal após 10 anos. Os inibidores diretos da renina são uma nova classe de agentes anti-hipertensivos que bloqueiam o sistema renina-angiotensina (SRA) em seu ponto de ativação: a enzima renina tendo como representante da classe o alisquireno (A-IR). O efeito antiproteinúrico do A-IR tem sido
descrito em estudos experimentais e clínicos. O seu uso em crianças ainda não está estabelecido em bula. Objetivo: Relatar o uso de A-IR, em criança transplantada
renal, com recidiva da GNC de base, precocemente, com proteinúria nefrótica, com objetivo de reduzir a perda protéica. Relato: G.R., 12a, com IRC secundária a
Glomerulonefrite Mesangioproliferativa, associada a HAS e PRA 0%. Recebeu Tx renal com DC em 04/12/2009. Imunossupressão: basiliximab, micofenolato sódico, e tacrolimus. Evoluiu com DGF. No 13º PO, realizada Bx de vigilância que mostrou rejeição vascular, iniciado Timoglobulina (14d). Após o 24ºPO não necessitou mais hemodiálise (HD), alta hospitalar em 9/01/10 com Cr= 0,6mg/dl. A prot/24hs no primeiro mês era 8g /dia. Realizou bx no 51ºPO (alterações citotóxicas e
glomérulos preservados). Reduzida a dose de tacrolimus, (níveis 10 e 12 ng/ml). Iniciou alesquireno (A-IR) 300 mg/d. A PA estava controlada e permaneceu estável
(120/80mmHg). Manteve função renal estável (Cr=0,6 mg/dl). Nova proteinúria após 30 dias, foi de 6,4g/d sendo que a paciente já apresentava síndrome nefrótica
clássica. Aumentado A-IR para 600 mg dia. A paciente não apresentou efeitos colaterais. Após 4 meses de uso, nova proteinúria (jun/10) era 4,8 g/d. Nova bx renal,
com diagnóstico de Glomerulonefrite mesangioproliferativa (recidiva da doença de base). Atualmente está em acompanhamento ambulatorial, com Cr=0,5 mg/dl,
usando 600 mg de A-IR, e mantidas as demais medicações imunossupressoras e anti-hipertensivas e a última proteinúria foi de 1g/d. Conclusão: Houve boa tolerância da medicação, em dose dobrada, sem hipotensão ou outros efeitos colaterais. Os níveis dos imunossupressores e a função renal mantiveram-se estáveis. Este relato
descreve o uso do A-IR em crianças e/ou pacientes transplantados e sugere que a dose de 600 mg/d é segura.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-37
Insuficiência Renal Aguda induzida por gadolínio – Relato de Caso
Kuwano AN, Scaranello KL, Carneiro DMQ, Alvares VRC, Jacobino MNB, Barros FHS, Pereira BJ, Thomas M, Silveira RRL, Aguiar-Neto G, Carvalho RC,
Pereira M, Laranja SMR
HSPE, HSPE, HSPE, HSPE, HSPE, HSPE, HSPE, HSPE, HSPE, HSPE, HSPE, HSPE, HSPE
Introdução: Os meios de contraste à base de Gadolínio (Gd) foram introduzidos como alternativas aos meios iodados para uso em Ressonância Nuclear Magnética
(RNM). Embora considerados como não nefrotóxicos, recentemente têm sido associados a lesão renal aguda (LRA). As propriedades físico-químicas do gadolínio
responsáveis pela nefrotoxicidade não estão claramente definidas, e a questão da nefrotoxicidade permanece controversa. Relato de caso: Mulher de 67 anos, hipertensa há 17 anos, com glioblastoma multiforme ressecado em 2010 em quimioterapia com temodal, admitida em nosso serviço, transferida de outro hospital, com
história de crises convulsivas tônico-clônicas há 5 dias e infecção urinária. Foram realizadas 02 RNM de crânio com gadolínio em 17/02 e 20/02, com alteração
importante da função renal (creatinina (Cr) 0,8mg/dl em 14/02/12; evoluindo para Cr 10,8mg/dl em 22/02/12). Na admissão em nosso hospital em 24/02/12, a paciente encontrava-se clínica e hemodinamicamente estável, sem alterações ao exame físico, leucócitos 9230 células, Cr 5,2mg/dl; uréia 170mg/dl; potássio 6,4 mEq/l;
urina I com 285000 leucócitos, 37000 hemácias, traços de proteínas. Vinha em uso de: ciprofloxacino D4, fenitoína, solução fisiológica. Referia uso domiciliar de
enalapril, furosemida e fenitoína. Foi substituído ciprofloxacino por piperacilina-tazobactan em 27/02 por este reduzir o limiar convulsivo. A paciente evoluiu com
melhora rápida e progressiva da função renal, sem necessidade de diálise, recebendo alta hospitalar dia 04/03 com Cr 1,1 mg/dl. Discussão: Foram excluídas outras
causas de insuficiência renal aguda, pois, a despeito do quadro infeccioso, não havia sinais de septicemia ou desidratação e não foram introduzidas drogas nefrotóxicas.
Suspeitou-se de Nefrite Intersticial Aguda, pois no quarto dia da admissão a paciente apresentou eosinofilia (7,9%), sem eosinofilúria. Não se pode descartar o uso
de enalapril como indutor ou potencializador da LRA, pois não temos informação do seu uso no hospital de origem, porém o caso alerta para um eventual potencial
efeito nefrotóxico do gadolínio em pacientes de risco para LRA.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-15
Avaliação preliminar de Paracalcitol de pacientes em Hemodiálise Crônica
Faig-Leite FS, Castro JH, Oliveira RC, Banin VB, Vannini FCD, Vogt BP, Caramori JT
Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP, Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP, Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP, Faculdade de Medicina de
Botucatu - UNESP, Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP, Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP, Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP
O controle de hiperparatireoidismo destaca-se como um importante fator para agravamento da calcificação vascular e associa-se à alta prevalência de doença cardiovascular, agravando o prognóstico dos pacientes portadores de doença renal crônica. O paricalcitol é um ativador seletivo dos receptores de vitamina D e é capaz de
suprimir a síntese e secreção de paratormônio (PTH) com alterações mínimas dos níveis séricos de cálcio (Ca) e fósforo (P). Relatamos a utilização do paricalcitol em
oito pacientes em hemodiálise (HD) em um centro universitário durante cinco meses. Foram selecionados pacientes em hemodialise há pelo menos 6 meses com níveis de PTH entre 600 e 1000 pg/ml e com níveis de Ca e P dentro da normalidade. Destes cinco estavam em uso de calcitriol oral (62,5%) e três (37,5%) em uso de
calcitriol endovenoso. Todos estavam em uso de quelantes de fósforo (1 em uso de carbonato de cálcio e 7 em uso de sevelamer). Na seleção, os pacientes apresentavam
Ca corrigido médio de 8,43mg/dl e P de 4,08mg/dl. A monitorização dos níveis séricos de Ca foi quinzenal, PTH mensal e fosfatase alcalina (FA) trimestral. A dose
do PTH foi calculada utilizando a fórmula de PTH/80 e os ajustes seguiram as orientações do fabricante. A população era composta igualmente por homens e mulheres, na maioria brancos (62,5%), e com doenças de base predominantes o DM (27,5%) e HAS (25%), os demais apresentavam LES (12,5%), isquêmica (12,5%) e
indeterminada (12,5%). PTH médio de 816 pg/ml. Observou-se que todos pacientes tiveram redução dos valores de PTH, em média a queda foi de 57%, enquanto
a repercussão desse medicamento na queda da FA foi de 31,2%, dos valores iniciais. Por sua vez, houve aumento médio do Ca de 12% e do P de 20%. Em nenhum
caso houve suspensão do medicamento por atingir valores acima do tolerado. Distúrbios do metabolismo mineral e ósseo são comuns em pacientes com insuficiência
renal crônica e estão relacionados à mortalidade extremamente alta desta população. A diminuição da síntese de 1,25(OH) vitamina D e o aumento progressivo do
PTH são problemas que necessitam de controle. O uso de paracalcitol foi efetivo quanto à diminuição do PTH e possivelmente na remodelação óssea.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-66
Mecanismos da proteinúria na pré-eclampsia
Sara Regina da Silva Duarte, Gabriela Digmanese Cantovitz, Fernanda de Oliveira Igarashi, Ivan de Melo Araújo
Faculdade de Medicina de Marília, Faculdade de Medicina de Marília, Faculdade de Medicina de Marília, Faculdade de Medicina de Marília
Introdução:A Pré-eclâmpsia (PE) é uma síndrome específica da gestação, incidindo em até 14% das gestações normais. É caracterizada pelo desenvolvimento em
normotensas, após 20 semanas de gestação, de hipertensão arterial associada a proteinúria. A lesão glomerular na PE é a endoteliose capilar, atribuída à disfunção
endotelial por presença de fatores antiangiogênicos (FAA) da placenta isquêmica. A placentação inadequada compromete a transformação de artérias espiraladas em
artérias uteroplacentárias, levando à hipoperfusão e isquemia, favorecendo a liberação de FAA pela placenta, causando a disfunção endotelial.Objetivos:nesta revisão,
investigamos a associação da proteinúria da PE a outros mecanismos de agressão da membrana glomerular.Métodos: A partir do descritor MESH para consulta às
bases de dados PUBMED, SCIELO e BIREME. Palavras-chave: preeclampsia and proteinuria.Resultados:Mecanismos de proteinúria: não diferem daqueles descritos
para a síndrome nefrótica quanto à passagem de proteínas de maior peso molecular pela perda da integridade da parede glomerular, excedendo a capacidade de reabsorção tubular proximal.Bases moleculares da síndrome: acredita-se que o desbalanço entre a liberação do fator solúvel para o fator de crescimento endotelial vascular
(sFlt-1), antagonista do fator de crescimento endotelial vascular-VEGF-que preserva as fenestrações das células endoteliais glomerulares, sem comprometer as funções
podocitária e glomerular, seja a causa da endoteliose, levando à deposição de fibrina e de material de fibrinogênio abaixo das células endoteliais com edema citoplasmático, devido ao acúmulo de fluidos e de lipídeos. Disso resulta a obliteração da fenestras e perda do espaço capilar.A endoglina solúvel (sEng) age sinergicamente com
a sFlt-1 potencializando a disfunção endotelial,a atividade diminuída da heme oxigenase (HO), antioxidante,aumenta o sFlt-1 e a expressão da sEng. Elevações de
auto-anticorpos agonistas dos receptores de angiotensina II (AT1-AA) parecem mediar a maior reatividade vascular a angiotensina II, causando disfunção endotelial.
A contribuição mais contundente ao mecanismo de proteinúria na PE parece ser o aumento da sFlt-1 e a diminuição do VEGF, sendo esta responsável pela perda das
interdigitações podocitárias, manifestada clinicamente por proteinúria, podendo evoluir para glomeruloesclerose.Conclusão:Ainda que a endoteliose possa explicar a
proteinúria, há outras variáveis na fisiopatologia da proteinúria na PE.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-60
Infarto Renal em Paciente com Fibrilação Arterial Aguda
Rezek D, Okubo ST, Albuquerque MC, Albuquerque RFC, Santos DR, Laranja SMR, Soibelman VL
Hospital do Servidor Estadual - SP, Hospital do Servidor Estadual - SP, Hospital do Servidor Estadual - SP, Hospital do Servidor Estadual - SP, Hospital do Servidor
Estadual - SP, Hospital do Servidor Estadual - SP, Hospital do Servidor Estadual - SP
Introdução Infarto renal é uma condição pouco comum, que pode resultar da obstrução e conseqüente diminuição do fluxo da artéria renal. Pode ocorrer em pacientes
com: 1.Doença vascular aortorenal como aterosclerose, dissecção, aneurisma, displasia fibromuscular e vasculite; 2.Doença renal existente como síndrome nefrótica e
glomerulite; 3.Tromboembolismo causado por fibrilação atrial, endocardite, estados de hipercoagulabilidade, cateterismo ou trauma. Seu diagnóstico é difícil devido
à semelhança ao quadro clínico de outras patologias como nefrolitíase, lombalgia, infecção do trato urinário (ITU) ou ruptura de aneurisma de aorta. Objetivo Relataremos um caso de infarto renal que evoluiu com Injúria Renal Aguda (IRA) sem necessidade de hemodiálise. Relato de caso J. A. B., 75 anos, branca, admitida com
dor em flanco esquerdo por 5 dias, em cólica, irradiada para dorso e acompanhada de vômitos. Negava disúria, hematúria ou febre. Foi iniciado tratamento para ITU
com Ciprofloxacino, mas evoluiu sem melhora do quadro. Ultrassonografia renal não mostrava alterações. Solicitada tomografia computadorizada de abdome com
contraste que evidenciou extensa área hipodensa envolvendo o pólo superior e parte do terço médio do rim esquerdo, veia renal esquerda pérvia e cisto simples em
terço médio. A paciente evoluiu com piora da função renal, aumento de DHL e transaminases, porém sem necessidade de diálise. Iniciada anticoagulação para fibrilação atrial, a qual a paciente desconhecia até a internação. Antecedentes pessoais: Diabetes melitus e hipertensão arterial. Ao exame encontrava-se em bom estado geral,
corado, hidratado, eupneico, ritmo cardáico irregular, PA: 130x90 mmHg, FC: 100 bpm, ausculta pulmonar limpa, abdome globoso, indolor e sem visceromegalias,
Giordano negativo, extremidades sem edema, com boa perfusão. Exames laboratoriais: uréia: 80mg/dL, creatinina: 2.1mg/dL, AST: 139 U/L, ALT: 59 U/L, DHL:
1897 U/L. Urina I: proteína +, hemoglobina +++, leucócitos: 170000/mL, hemáceas: 82000/mL. Discussão O infarto renal agudo secundário à fibrilação atrial é uma
condição clínica rara e seu quadro clínico é semelhante ao da litíase renal, entre outras afecções renais. Essa semelhança pode retardar o seu diagnóstico e tratamento
adequados. Um alto índice de suspeita clínica é importante para diminuir a chance de lesão renal. É fundamental levantar a suspeita para investigação diagnóstica,
pois o diagnóstico tardio pode resultar em comprometimento da função renal e até morte.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-22
Relato de experiência: um “dia mundial do rim” com música, balão e bolo em uma visita de integrantes
da liga de nefrologia a um centro de hemodiálise de uma cidade do interior do nordeste
Mota NLS, Carvalho RM, Oliveira EB, Arruda-Neto RID, Silva-Filho AH, Carneiro YEP, Salles-Junior LD
Universidade Federal do Ceará Sobral, Universidade Federal do Ceará Sobral, Universidade Federal do Ceará Sobral, Universidade Federal do Ceará Sobral,
Universidade Federal do Ceará Sobral, Universidade Federal do Ceará Sobral, Universidade Federal do Ceará Sobral
Introdução: A Doença Renal Crônica é um acometimento da função renal lento, progressivo e irreversível que culmina na Terapia Renal Substitutiva (TRS). Durante o tratamento, os pacientes experimentam mudanças nos hábitos de vida, com diminuição da qualidade de vida. Objetivos: Relatar a experiência de estudantes
de Medicina, integrantes da Liga de Nefrologia, na comemoração do Dia Mundial do Rim no Centro de Hemodiálise da Santa Casa de Misericórdia de Sobral-CE.
Casuística e Métodos: Para comemorar o Dia Mundial do Rim, a Liga de Nefrologia organizou uma visita diferente à Hemodiálise. A música, o balão e o bolo fizeram
parte da visita. Resultados: Foi observado, durante a visita, que muitos pacientes se sentiam lembrados e isso demostrava que a equipe se importava com seu estado. O
balão, disponibilizado pela Sociedade Brasileira de Nefrologia, remetia a lembrança de festa e comemoração e os pacientes não hesitavam em demonstrar sua alegria ao
recebê-lo de recordação daquele dia. Não tínhamos balão para todos os pacientes o que causou certo desconforto em nós, pois percebemos o quanto a sua simbologia
trazia bem-estar a eles. A música instrumental, violão e saxofone, modificou o som ambiente próprio de uma sala de diálise e transformou a expressão de abatida e
sonolenta, normalmente encontradas em alguns pacientes em tratamento, para sorridentes e felizes, expressões estas pouco observadas em outras ocasiões. O fato de
sair da rotina e levar um pedaço de bolo a cada um dos pacientes neste dia também proporcionou satisfação em muitos pacientes que agradeceram a nossa presença e
pediram que aquelas ações acontecessem mais vezes. Conclusão: As visitas proporcionam uma vivência diferente aos pacientes em tratamento dialítico e deveriam ser
mais empregadas nos centros de referência.
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AR-30
Glomerulonefrite crescêntica pauci-imune com lesões necrotizantes anca-relacionada- relato de caso
Douglas Gonçalves Pinotti, Micheliane Bergamin Alves, José Luiz Saheb, Henrique Luiz Carrascossi, Elizeu Bernabé Neto
Unidade de Tratamento Dialítico de Araraquara SP- Brasil, Unidade de Tratamento Dialítico de Araraquara SP- Brasil, Unidade de Tratamento Dialítico de Araraquara SPBrasil, Unidade de Tratamento Dialítico de Araraquara SP- Brasil, Unidade de Tratamento Dialítico de Araraquara SP- Brasil
A Granulomatose com poliangeíte (GPA) (Wegener), Poliangeíte microscópica e a Síndrome de Churg-Strauss, correspondem às principais glomerulonefrites necrotizantes ANCA relancionadas. O padrão inflamatório granulomatoso necrotizante, com vasculite pauci-imune dos vasos de pequeno e médio calibres e acometimento
predominante de vias aéreas ou parênquima pulmonar e renal, sugerem GPA, especialmente se relacionada também à presença de anticorpos anticitoplasma de neutrófilos dirigido contra Serino-proteinase-3 (c-ANCA).Objetivo: Relatar um caso de uma glomerulonefrite crescêntica necrotizante, compatível com Granulomatose
com Poliangeite(GPA) (Wegener).Relato de Caso: Paciente masculino, 47 anos, caucasiano sem nenhuma comorbidade prévia apresentando febre vespertina diariamente há 15 dias e perda ponderal de 8 Kg nos últimos 30 dias. Procurou infectologista onde fez exames com Creatinina:1,8 e Uréia:72. Procurou nefrologista o qual
solicitou novos exames. Nos novos exames apresentavam Cr:8,1/Ur:253/ Hb:7,0/Ht:19,4/ Leuc:8200 sem desvio/ Plaq:160.000, oligúria, anasarca e dispnéia. Nesse
momento o paciente iniciou hemodiálise e foi realizada biopsia renal e esquema de pulsoterapia com metilprednisolona e ciclofosfamida. Apresentou melhora do
estado geral, mas manteve-se anúrico nesse período. As sorologias para hepatites, HIV, sífilis foram negativas. Com base no relatório anatomopatológico, a conclusão
diagnóstica foi de Glomerulonefrite necrotizante crescêntica pauci-imune. Quanto á imunofluorescência, foram observados 04 glomérulos, 01 artéria, com fibrinogênio positivo 2+, em crescentes, sendo que os demais conjugados (IgA, IgG, IgM, C1q, C3, Kappa e Lambda) foram negativos. A interpretação conjunta do quadro
histológico, exame de imunofluorescência e história clínica sugerem vasculite ANCA-relacionada. Confirmou-se posteriormente c ANCA reagente até 1/40 (data:
19/10/2011). Ao exame de Tomografia Computadorizada de tórax foram observadas opacidades em vidro fosco esparsas nos terços inferiores de ambos os pulmões
e consolidação parenquimatosa envolvendo o segmento basal posterior do pulmão direito.Conclusão: As glomerulonefrites necrotizantes apresentam uma grande
agressividade ao parênquima renal, geralmente deixando o paciente com déficit de função renal importante.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
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AR-4
Edema genital relacionado à diálise peritoneal: relato de caso
Riella MC, Romani RF, Silva MM, Nascimento MM, Constancio NS, Zahdi JOR, Minamihara LFH, Oliveira LSC
Hospital Universitário Evangélico de Curitiba- Paraná, Hospital Universitário Evangélico de Curitiba- Paraná, Hospital Universitário Evangélico de Curitiba- Paraná,
Hospital Universitário Evangélico de Curitiba- Paraná, Hospital Universitário Evangélico de Curitiba- Paraná, Hospital Universitário Evangélico de Curitiba- Paraná,
Hospital Universitário Evangélico de Curitiba- Paraná, Hospital Universitário Evangélico de Curitiba- Paraná
Introdução: A ocorrência de hérnias abdominais é uma complicação mecânica importante em pacientes em diálise peritoneal. Estima-se que 2,0% a 31,4% dos pacientes nesta modalidade dialítica apresentarão em algum momento desde o início da terapia uma hérnia abdominal. O mecanismo fisiopatológico de formação está
ligado a fatores anatômicos do paciente, alterações hidrostáticas na cavidade abdominal e distúrbios metabólicos que levem a uma inadequada cicatrização do sítio de
implante do cateter. As consequências de uma hérnia abdominal em um paciente em diálise peritoneal variam desde uma pseudofalha de ultrafiltração por sequestro
do dialisato em parede abdominal ou região genital, até complicações graves como encarceramento ou estrangulamento de alças intestinais. Relato do caso: Paciente
do sexo masculino, 67 anos, com inicio recente em diálise peritoneal, apresentando queixas de dor e aumento de volume de bolsa escrotal à direita ao realizar a infusão
do líquido de diálise. O exame físico de admissão não detectava a presença de hérnias inguinais, apenas aumento de volume indolor de testículo direito. Realizada tomografia de abdômen e pelve após infusão de 100 mL de contraste Iodado diluídos em uma bolsa de diálise peritoneal de 2 litros, evidenciando-se extravasamento do
meio de contraste para canal inguinal direito através do processo vaginal patente. Submetido à correção cirúrgica da anormalidade anatômica, onde foi diagnosticado
uma hérnia inguinal indireta de pequeno volume durante o procedimento. Após a realização de herniorrafia, permaneceu em hemodiálise durante quatro semanas,
retornando a diálise peritoneal após este período. Discussão e conclusão: A ocorrência de hérnias abdominais em pacientes em diálise peritoneal deve-se a múltiplos
fatores, tanto relacionados ao método quanto às características do paciente portador de insuficiência renal. Hérnias assintomáticas, pré-existentes ao início da terapia
dialítica, podem passar despercebidas ao exame físico prévio ao implante do cateter peritoneal. O aumento da pressão intra-abdominal pela presença da solução de
diálise pode levar ao aumento destas hérnias, com possíveis complicações. A detecção precoce e o correto manejo de hérnias abdominais evitam tais complicações e
possibilitam a manutenção do método dialítico.
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AR-78
Sindrome da Reconstituição Imune no Transplante Renal após Neurocriptococose:
uma possibilidade diagnóstica
Melissa Gaspar Tavares, Laila Viana, Milene Abreu, Marina Pontello Cristelli, Vinicius Ponzio, Taina Veras de Sandes, Helio Tedesco Silva,
Jose Osmar Medina Pestana
Hospital do Rim e Hipertensão, Hospital do Rim e Hipertensão, Hospital do Rim e Hipertensão, Hospital do Rim e Hipertensão, Hospital do Rim e Hipertensão,
Hospital do Rim e Hipertensão, Hospital do Rim e Hipertensão, Hospital do Rim e Hipertensão
Introdução: Criptococose é a segunda causa de infecção fúngica invasiva no transplante renal (incidência 0,4 a 5,5%). A mortalidade associada é variável (27 a 50%)
e maior nos casos de acometimento de sistema nervoso central. O tratamento consiste em anfotericina associado ‘a flucitosina e diminuição ou a suspensão da imunossupressão. Uma das consequências dessa estratégia é Síndrome da Reconstituição Imune (SIRI), com piora dos sinais e sintomas da infecção após a recuperação
da imunidade. Relato de Caso: Paciente 56 anos, masculino, transplantado renal com doador falecido há 12 anos, em uso de tacrolimo (TAC), prednisona (PRED) e
micofenolato (MF), internado por cefaléia holocraniana e febre há 2 dias da admissão. Diagnóstico de neurocriptococose por antígeno criptocócico (1/128) e cultura
positiva para Cryptococcus neoformans no liquor (LCR). Tratado com anfotericina por 28 dias e flucitosina por 14 dias. Suspensa imunossupressão, mantido PRED
20 mg/dia. Após cultura negativa, alta médica com fluconazol. Três meses após a alta, readmitido com sintomas de hipertensão intracraniana. LCR normal, exceto
por pressão de abertura de 24 cm H2O, antígeno criptocócico baixo (1/1). Mesmo assim, reintroduzidos antifúngicos iniciais, sob hipótese de falha tratamento. Após
resultado de culturas negativas, suspenso esquema e reintroduzido fluconazol para consolidação. Após medidas suportivas, o paciente obteve melhora completa do
quadro. Discussão: A defesa do hospedeiro contra criptococose depende da resposta imunológica tipo TH1 e produção de citocinas inflamatórias. O desbalanço imunológico em favor da resposta Th2 é preditor de doença pelo criptococo. Pacientes em uso de FK/PRED/MF são mais susceptíveis, uma vez que esse esquema inibe a
resposta TH1. Com a suspensão da imunossupressão durante o tratamento, há reversão da resposta TH2 em TH1e a possibilidade de ocorrência da SIRI. Estima-se
que 5 a 11 % dos pacientes possam desenvolvê-la, geralmente entre 4 e 6 semanas após o início da terapia. Culturas negativas, baixa titulação de antígeno e piora dos
sintomas na vigência de tratamento são compatíveis com SIRI. Não há tratamento específico, há relatos de melhora espontânea ou uso de corticóide em casos graves.
Conclusão:A SIRI é uma complicação possível em quadro grave de criptococose quando houver suspensão da imunossupressão. Sua ocorrência deve ser suspeitada,
uma vez que implica em conduta divergente em relação aos casos de falha terapêutica.
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APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-23
A nefropatia diabética como consequência da hiperglicemia crônica no diabetes: revisão de literatura
Salimena AMO, Oliveira MO, Jasmim JS, Mello CC, Pereira CV, Nazarino JA, Salgado LR, Goretti NC, Pereira PML, Knop AL, Oliveira MTL, Messias DS,
Paula JA, Marinho VT, Machado AL
Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade
Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal de
Juiz de Fora, Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal de Juiz de Fora,
Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal de Juiz de Fora
Introdução: O diabetes mellitus é uma doença que vem se tornando cada vez mais importante no mundo, sendo a causa mais frequente de DRC. Trata-se de um
distúrbio endócrino que consiste de um defeito de secreção e/ou ação da insulina produzida pelo pâncreas, caracterizando um estado de hiperglicemia no organismo, o qual prejudica diversos órgãos como os rins, resultando na nefropatia diabética. Objetivo: identificar os agravos da hiperglicemia crônica no organismo,
com enfoque na lesão renal. Casuística e métodos: Para a estruturação deste estudo, realizou-se uma revisão do conhecimento disponível, na literatura científica,
de artigos publica­dos nos anos de 2010 e 2011, nas bases de dados SciELO (Scientific Eletro­nic Library Online) e Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde). Foram adotados para consulta os seguintes descritores: diabetes mellitus, hiperglicemia, doença renal crônica e nefropatia diabética.
Resultados: Identificou-se que a hiperglicemia crônica é um fator desencadeador de várias complicações no Diabetes, como: lesões cardiovasculares, renais, no
sistema nervoso, ossos e articulações. Em relação à lesão renal percebe-se que esta é provocada por alterações microvasculares no glomérulo renal, manifestando-se
principalmente pelo espessamento da membrana basal capilar, resultante do estado de hiperglicemia crônica da doença. Nessa situação a célula mesangial glomerular, que participa na manutenção da estru­tura e do funcionamento fisiológico do glomérulo, é lesada, provocando lesões renais progressivas e irreverssíveis,
caracterizadas por hipertrofia e fibrose renal, resultando na doença renal crônica. Conclusão: A prevenção e o tratamento da doença envolvem principalmente o
controle glicêmico e de outros fatores de risco como: hipertensão e dislipidemia, além de modificações do estilo de vida. É muito importante o controle rigoroso
do Diabetes para prevenir a progressão da doença e futuros agravos.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-13
Relato de Experiência: Relação da padronização no uso da heparina no processo de anticoagulação
durante a hemodiálise e a média de reuso, em um serviço de diálise de um hospital de grande porte
em Belo Horizonte, Minas Gerais
Priscilla da Silva Martins, Luciana Mara Rosa Milagres, Raquel Oliveira Rocha de Freitas Hatem
Hospital Felício Rocho, Hospital Felício Rocho, Hospital Felício Rocho
Introdução: Garces, 2007 enfatiza ser necessário durante a sessão de hemodiálise que todo o circuito utilizado para a hemofiltração mantenha-se permeável e sem
coágulos para que possa atingir o desempenho adequado. Sendo assim, um dos recursos utilizados na prevenção da perda dos dialisadores é a utilização da heparina,
que atualmente é comunmente utilizada nos serviços de diálise de acordo com a possibilidade clínica do paciente. Objetivos:comparar a média de reuso do serviço
de diálise durante e após a implantação do protocolo de heparinização; Verificar se, após implantação do protocolo, houve aumento no indicador “Média de Reuso”.
Causuística e Métodos: Até 2007 não existia protocolo de heparinização no serviço de diálise de um hospital de grande porte de Belo Horizonte, Minas Gerais, e
a média de reuso era muito baixa. Este estudo é um relato de experiência com dados preliminares da média de reusos durante e após o processo de implantação do
protocolo de heparinização em um serviço de diálise de um hospital de grande porte de Belo Horizonte, Minas Gerais. Resultados: Em meados de 2007 foi elaborado e implantado o protocolo de Heparinização e em dezembro de 2007 o protocolo já estava completamente instituido. Com base na análise dos dados obtidos
foi verificado que com a implantação do protocolo de heparinização houve significativa melhoria da média de reuso. Outros fatores também influenciam na perda
excessiva dos dialisadores, e estes serão posteriormente avaliados em um novo estudo. Espera-se com este estudo nortear um projeto de pesquisa objetivando buscar
soluções para intervenções seguras e eficazes nas diversas modalidades dialíticas. Conclusões: A padronização no uso da heparina no processo de anticoagulação durante a hemodiálise, com embasamento em protocolo já validado, garante um melhor aproveitamento dos dialisadores, o que favorece o desempenho do tratamento
e minimiza custos para o serviço.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-39
Insuficiência renal aguda por multiplas picadas de abelha
André Luiz Birck, Bárbara Ellen Toledo Gouveia, Bogdan Czaplinski Martins Barros, Bruna Faustino de Sousa, Camila Ribeiro Leal, Ciane Ferreira de Araújo
Coelho, Danielle Pereira Barros, Hebe Gomes da Silva, Kelly Cristina de O. Souza, Luiz Rafael Cruz, Maksuel Santos Ramalho, Marco Antonio Correa Galvao,
Maria Ana Salviano, Natália Cinquini Freitas Franco, Thiago Pereira Campos
Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos Araguaína-TO, Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos Araguaína-TO, Instituto Tocantinense Presidente
Antônio Carlos Araguaína-TO, Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos Araguaína-TO, Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos Araguaína-TO, Instituto
Tocantinense Presidente Antônio Carlos Araguaína-TO, Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos Araguaína-TO, Instituto Tocantinense Presidente Antônio
Carlos Araguaína-TO, Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos Araguaína-TO, Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos Araguaína-TO, Instituto
Tocantinense Presidente Antônio Carlos Araguaína-TO, Instituto de Doenças Renais do Tocantins, Araguaína-TO, Instituto de Doenças Renais do Tocantins AraguaínaTO, Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos Araguaína-TO, Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos Araguaína-TO
Introdução: A incidência dos acidentes por himenópteros é desconhecida, porém a hipersensibilidade provocada por picada de insetos tem sido estimada entre 0,4%
e 10% nas populações estudadas. Não é a composição do veneno ou o volume de uma picada, mas sim a dose cumulativa de várias picadas que levam a morbidade
e mortalidade associadas aos incidentes com abelhas africanizadas. Nos acidentes provocados por enxames desenvolve-se um quadro tóxico denominado síndrome
de envenenamento. Há dados indicativos de hemólise intravascular e rabdomiólise. Podem ocorrer torpor, coma, hipotensão arterial, e insuficiência renal aguda.
Objetivo: Relatar caso de homem previamente hígido vitima de múltiplas picadas de abelha evoluindo com Insuficiência Renal Aguda. Material e Métodos: Revisão
de prontuário médico e bioquímica. Resultados: Homem, 46 anos vitima de múltiplas picadas de abelha em tórax, membros e face. Após +/- 4h evoluiu com dificuldade respiratória. Com +/- 48h evolução com urina vinhosa e sinais de hipervolemia. Ao exame: LOTE, em anasarca, com inúmeras picadas de abelha pelo corpo e
sinais de uremia. ACV: RCR, 3T, sem sopros. AP: MV diminuído bilateralmente. Bioquímica: Hemoglobina: 12,6g/dl, Leucócitos: 23.500, Na+: 127meq/dl, K+:
6,21meq/dl, P+: 11,53mg/dl, Uréia:270mg/dl, Creatinina:8,68mg/dl, Acido úrico: 14,8mgdl, CPK: 44,100UI/L. Gasometria pH: 7,47, pCO2: 32,50, pO2: 61,50,
HCO3:25 BE: 0,7mEq/l., SO2: 93,3%. Tratamento: Manobras para controle da hipercalemia e uso de diuréticos. Colocado cateter venoso central-duplo lúmen e
iniciada hemodiálise diária. Antibioticoterapia EV por apresentar infecção secundária. Evoluiu com regressão do edema, e progressiva estabilização parcial da função
renal, na segunda semana de tratamento. Exames laboratoriais a alta hospitalar: Hemoglobina: 8,20g/dl, Leucócitos: 6.900, Uréia:178mg/dl, Creatinina:4mg/dl, K+:
3,70meq/dl, Na+: 140meq/dl. Atualmente mantém função renal normal com avaliação anual. Conclusão: Acidentes por peçonha são causas pouco frequentes de IRA.
Neste relato se deve provavelmente a ocorrência da grande quantidade de picadas.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
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AR-16
Fístula cutânea após colecistectomia por videolaparoscopia em paciente na modalidade dialítica dpa
Autores xxxxxxxxxxxxx
Titulações xxxxxxxxxxx
Introdução:A Díalise Peritoneal Automatizada (DPA) é uma das práticas da terapia de reposição renal, realizada dentro da cavidade peritoneal utilizando o peritônio como membrana semipermeável. Com o constante contato com o meio externo, uma das complicações mais comuns nesses pacientes é a peritonite bacteriana.
Os pacientes submetidos á DPA tem mais perdas proteicas, isso os deixa mais susceptíveis às fístulas cutâneas, outra complicação pouco comum nesses pacientes.
Objetivo:Relatar caso de mulher,47 anos, com diagnóstico de Insuficiência Renal Crônica (IRC) há 8 anos, doença de base: Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)
sem controle, em terapia de substituição renal por Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (CAPD) há 6 anos que desenvolveu fístula cutânea após procedimento:
colecistectomia por videolaparoscopia.Material e Métodos:Revisão de prontuário médico e bioquímica. Resultados:Realização de colecistectomia vídeo laparoscópica.
Suspensa DPA por 4 dias com paciente estável.Reiniciado Diálise Peritoneal na modalidade de CAPD.Após oito dias do procedimento, apresentou extravasamento
do líquido de diálise peritoneal, localizada em cicatriz umbilical condizente com trajeto de endocâmera.Apresentando dor abdominal de forte intensidade sem pico
febril e com banhos de diálise peritoneal turvos, compatível com peritonite. Realizado antibioticoterapia (cefalotina) em banho de diálise e redução do volume dos
banhos. Dia 12/04: Hb:9,4g/dl, Ht:29,7, leucócitos:8600, plaquetas:603.000, creatinina:12,4mg/dl, K+:4,5meq/dl, Na+:143meq/dl, Uréia:116mg/dl.Evolução clínica satisfatória, porém com persistência do extravazamento. Apresentando em 18/04: Hb:8,6g/dl, Ht:27,1, leucócitos:7200, plaquetas:542.000, creatinina:20mg/
dl, Na+:140meq/dl, Uréia:153mg/dl, P+: 12,4mg/dl.Após 18 dias do procedimento cirúrgico, optou-se por suspender a CAPD com a finalidade de repouso do peritôneo. Iniciado hemodiálise por cateter duplo lúmen.Sessenta e oito dias após procedimento operatório não apresentava mais extravasamento pela cicatriz umbilical
e no 71º dia retorna à DPA.Conclusão: O tempo de repouso peritoneal após procedimento videolaparoscopico de pacientes em DPA deve ser melhor estabelecido
com intuito de prevenir surgimento de extravasamentos.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-26
Evolução da glomerulonefrite rapidamente progressiva p-anca mediada por propiltiouracil: relato de caso
Eva Helena Leandrini, Marcella Soares Laferreira, Henrique Gitti Ragognete, Carolina Nunes de Oliveira, Daniel Rinaldi, Ronaldo Roberto Bérgamo,
Leonardo Horácio de Brito, Bernardo Chianca, Luíza Pinto Simões, Henrique Palomba
Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC,
Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC
Introdução:O Propiltiouracil (PTU) pode induzir vasculites anticorpo anti-citoplasma de neutrófilos (ANCA) positivas, muitas vezes relacionadas ao subtipo mieloperoxidase (ANCA-MPO), e manifestações renais também podem estar presentes.Resumo:V.M.M.,35,feminino, apresentou quadro de dispnéia progressiva, palpitações e palidez há quatro dias da internação. Hipertiroidéia há cinco anos em uso de PTU 300 mg/dia. Os exames:hemoglobina 4,4 mg/dL,hematócrito 14,5 mg/
dL,creatinina 2.1 mg/dL e uréia 83 mg/d.Urina I: leucócitos 50.000/mm3, eritrócitos 390.000/mm3; complementos, FAN, Anti-DNA e sorologias para hepatites
B, C e HIV negativas; p-ANCA positivo.Paciente evoluiu com creatinina de 3,5 mg/dl e proteinúria nefrótica:3,791 mg/24h. Realizado Solumedrol 1g/dia por 3
dias e mantido prednisona 1mg/kg/dia, com melhora da função renal (Creatinina 1,8 mg/dl).A biópsia renal revelou glomerulonefrite proliferativa segmentar, com
crescentes fibro celulares (30/37 glomérulos), esclerose glomerular global (7/37 glomérulos), atrofia e fibrose intesticial discreta, com imunofluorescência negativa.
Foi suspensa a tionamida, iniciado pulsoterapia com Ciclofosfamida(CFO) 750 mg/dose, seis ciclos mensais, e e prednisona 1mg/kg/dia, com posterior desmame.
Após 5 anos do quadro agudo, paciente está assintomática,sem proteinúria, creatinina 0.9 mg/dl e p-ANCA negativo. Objetivo:Comparação evolutiva do quadro do
paciente com a descrição atual do tema na literatura, e revisão da fisiopatologia, diagnóstico e tratamento. Metodo: Revisão de prontuário do paciente. Discussão:
A presença de ANCA em pacientes em uso de anti-tireoideanos varia de 4 a 46% e apenas um quinto destes apresenta manifestação clínica de vasculite. A presença
isolada de ANCA não é suficiente para a indução de vasculite.O PTU é responsável por mais de 90% das vasculites induzidas por tionamidas. O sexo feminino é mais
acometido, com idade média 44 anos.O padrão ANCA mais prevalente é o MPO (perinuclear).Os sintomas da doença podem aparecer em até 35 meses após tratamento com tionamidas. É possível obter boa resposta após suspensão da droga e introdução de imunossupressão. A melhora clínica pode preceder a negativação do
ANCA. Conclusão:Não é rara a associação de vasculites ANCA associadas em usuários de PTU. A retirada da droga leva à remissão da doença, porém manifestações
renais graves e rapidamente progressivas necessitam de imunossupressão para recuperação da função renal.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-63
Investigação de doenças renais em escolas estaduais do Município de Vassouras, Rio de Janeiro (RJ),
Brasil: uma oportunidade de promoção e prevenção em saúde
Suzely Leandro Pereira, Olavo da Fonseca Barretto, Augusto Nascimento Ruback, Thulio Ursine Timo, Mariane Digirolamo Silva
Universidade Severino Sombra, Universidade Severino Sombra, Universidade Severino Sombra, Universidade Severino Sombra, Universidade Severino Sombra
Título: Investigação de doenças renais em escolas estaduais do Município de Vassouras, Rio de Janeiro (RJ), Brasil: uma oportunidade de promoção e prevenção em
saúde. Introdução: A doença renal no Brasil é causa e consequência de afecções comuns na população em geral, sendo um agente agravante da diminuição da qualidade de vida, do aumento da morbimortalidade e da geração de altos custos para o sistema de saúde. Caracteriza-se, portanto, como um problema de saúde pública.
A incidência e prevalência da Doença Renal Crônica tem aumentado nos últimos anos. Assim, fazem-se necessárias a pesquisa precoce de fatores predisponentes na
população em geral e a ampla divulgação da importância da função renal. Motivados por esses aspectos, membros da Liga Acadêmica de Nefrologia Richard Bright
realizaram uma investigação no ambiente escolar da cidade de Vassouras/RJ. Objetivo: Rastrear alterações em indivíduos que nunca realizaram urianálise anteriormente e divulgar a importância da função renal e como preservá-la. Casuística e método: O estudo do tipo quantitativo foi realizado nas duas primeiras semanas do
mês de maio de 2012 em três escolas estaduais do Município de Vassouras/RJ. A população alvo foi constituída de alunos e funcionários. Dentre as ações desenvolvidas, foi realizada a verificação da pressão arterial (PA), do peso, da altura e a aplicação de questionário dirigido. Posteriormente, os entrevistados foram submetidos à
urianálise através da fita dipstick Combur 10 Test® x 100 Roche, validade 01/2013, lote 21155201, sendo a urina colhida em recipiente estéril, por jato médio após
assepsia. Durante a entrevista, os participantes foram instruídos quanto aos cuidados com a saúde renal através de palestras, folders e cartazes da Sociedade Brasileira
de Nefrologia (SBN) e os resultados alterados foram encaminhados para a Unidade Básica de Saúde. Resultados: Dos 377 entrevistados, 87 nunca haviam realizado
exame de urina. Desses 87, 22 (25,28%) apresentaram algum tipo de alteração bioquímica na urina, representando um total de 16,41% de todas as alterações encontradas. No total, 134 pessoas apresentaram algum tipo de alteração. Conclusões: O estudo expõe um número expressivo de pessoas com alterações bioquímicas na
urina que nunca havia realizado urinálise nem possuía informações a respeito da importância de avaliar os rins. Os participantes foram instruídos sobre as principais
manifestações renais e a importância de avaliações médicas regulares.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-24
Crioglobulinemia essencial e Glomerulonefrite Rapidamente Progressiva – Relato de Caso
Fernando Sales, Viktoria Woronik, Cristiane Bitencourt Dias, Lecticia Barbosa Jorge, Janaina de Almeida Mota Ramalho, Liliany Pinhel Repizo, Maria Júlia
Correia Lima Nepomuceno Araujo, Denise Maria Avancini Costa Malheiros, Leonardo de Abreu Testagrossa
Hospital das Clínicas - Faculdade de Medicina de São Paulo São Paulo-SP, Hospital das Clínicas - Faculdade de Medicina de São Paulo São Paulo-SP, Hospital das
Clínicas - Faculdade de Medicina de São Paulo São Paulo-SP, Hospital das Clínicas - Faculdade de Medicina de São Paulo São Paulo-SP, Hospital das Clínicas Faculdade de Medicina de São Paulo São Paulo-SP, Hospital das Clínicas - Faculdade de Medicina de São Paulo São Paulo-SP, Hospital das Clínicas - Faculdade de
Medicina de São Paulo São Paulo-SP, Hospital das Clínicas - Faculdade de Medicina de São Paulo São Paulo-SP, Hospital das Clínicas - Faculdade de Medicina de São
Paulo São Paulo-SP
Introdução: Crioglobulinas são imunoglobulinas que precipitam com temperaturas menores que 37°C, e determinam lesão orgânica por síndrome de hiperviscosidade e mecanismos imuno-mediados. Crioglobulinemia está frequentemente associada a outras doenças, com destaque para hepatite C. Apenas cerca de 10% dos
casos são classificados como idiopáticos ou essenciais. Relato: MCC, 69 anos, branca, divorciada, procedente de São Paulo-SP. Acompanhamento ambulatorial com
a Nefrologia desde 2006, por crioglobulinemia mista essencial do tipo III, com acometimento cutâneo (púrpura) e renal (hematúria microscópica com função renal
preservada e sem proteinúria), com uso de corticoterapia em doses variadas. Em dezembro de 2011, inicia quadro de hematúria macroscópica, edema de membros
inferiores, elevação de pressão arterial e piora de lesões cutâneas purpúricas em membros inferiores. Antecedentes: dislipidemia, tabagismo prévio (60 anos/maço),
osteoartrose de quadril direito. Sem diagnóstico prévio de hipertensão arterial. Exames laboratoriais de admissão hospitalar com piora de função renal (Creatinina
0,73 > 2,96 mg/dL), anemia (Hgb 12,0 > 9,3 g/dL), hipoalbuminemia (2,4 g/dL), hematúria (mais de 100 eritrócitos/campo) e proteinúria nefrótica (6,07g em
urina de 24hs). Sorologias virais e pesquisa do RNA do vírus da hepatite C negativas. Imunofixação sérica e urinária negativas. FAN, ANCA e fator reumatóide não
reagentes. Complemento sérico com níveis diminuídos (C3 76 e C4 13). Pesquisa de crioglobulinas séricas positiva (580, limite: 80). Evolução com piora de função
renal, com pico de creatinina de 5,05 mg/dL. Biópsia renal com 12 glomérulos (1 globalmente esclerótico); com volume aumentado e hipercelularidade mesangial,
endotelial e epitelial; desdobramentos ocasionais e rupturas focais de membrana basal; presença de crescentes celulares focais em 4 glomérulos. Optado por pulsoterapia com metilprednisolona, 1 grama por dia, por 3 dias. Evoluiu com melhora progressiva de função renal, sem necessidade de suporte dialítico (Creatinina da alta
hospitalar de 0,99). Atualmente em acompanhamento ambulatorial, em uso de imunossupressão com prednisona e azatioprina, crioglobulinemia de controle negativa
e manutenção de função renal preservada. Conclusão: Destaca-se raro caso de crioglobulinemia mista essencial, com curso indolente inicial e evolução posterior com
glomerulonefrite rapidamente progressiva, com boa resposta à pulsoterapia com corticóide.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-34
Injúria renal aguda por depósito de hemossiderina devido anemia hemolítica
Almeida CM, Sena RS, Sales MR, Mubarac R, Duarte AC, Bulbol WS, Vermehren RG, Lins CS, Neves Junior M, Brandão N
Hospital Universitário Getúlio Vargas, Hospital Universitário Getúlio Vargas, Hospital Universitário Getúlio Vargas, Hospital Universitário Getúlio Vargas, Hospital
Universitário Getúlio Vargas, Hospital Universitário Getúlio Vargas, Hospital Universitário Getúlio Vargas, Hospital Universitário Getúlio Vargas, Hospital Universitário
Getúlio Vargas, Hospital Universitário Getúlio Vargas
Introdução: A lesão renal aguda (IRA) por depósito de pigmentos pode ocorrer em pacientes com quadro de rabdomiólise e, menos comumente, em pacientes com
hemólise. Em ambos os casos a IRA é causada pelo pigmento heme não proteíco que é liberado a partir de mioglobina ou hemoglobina, sendo extremamente tóxico
para o rim. Ambos são filtrados pelo glomérulo para o espaço urinário onde são degradados em pigmento heme. A lesão pode ocorrer por obstrução tubular, lesão
celular no túbulo proximal e vasoconstrição, resultando numa redução do fluxo sanguíneo na região medular. Objetivos: Relatar caso de nefrotoxicidade por depósito de pigmentos (hemossiderina) devido a anemia hemolítica associado a hemoglobinúria paroxística noturna. Relato do caso: Paciente de 30 anos, masculino,
natural de Uatumã, interior do Amazonas, apresentando quadro de hematúria, principalmente pela manhã, há 2 anos. Realizava acompanhamento com hematologia
para investigação de anemia hemolítica. Procurou Pronto-Socorro, pois evoluiu com vômitos, diarréia, dores abdominais, edema em membros inferiores e oligúria.
Ao exame físico encontrava-se hipocorado 3+/4+, desidratado 2+/4+, eupnéico, afebril. Asculta cardíaca e pulmonar normais. Extremidades com edema de MMII
2+/4+, panturrilhas livres, boa perfusão periférica. PA: 160 X 110 mmHg, FC 60 BPM. Exames laboratoriais: U 200 mg/dl, Cr 8,5 mg/dl, Hb 7,0, Hto 20,5%, PLT
174.000, Reticulócitos 12%, Sódio 135, K 4,8, Ácido Úrico 7,8, LDH 3310, VHS 113, Coombs negativo. P 8,9, Ca 9,1. EAS com hematúria 3 +, piócitos 25 p/c.
Proteinúria de 24 hs 212 mg/24hs, Urocultura negativa. Sorologias para Hepatites e HIV negativas. Ultrasonografia evidenciou Rins tópicos, de dimensões normais,
com alteração da textura do parênquima. Realizou-se então diagnóstico de Injúria Renal Aguda sendo iniciada a primeira sessão de hemodiálise. Foi submetido a
Biópsia Renal que revelou depósito maciço de pigmento hemossiderótico em células tubulares, interstício com discreto grau de edema e de fibrose, membrana basal
glomerular íntegra, alterações degenerativas tubulares. Fez uso de prednisona 1 mg/kg/dia e apresentou normalização da função renal após 3 meses de evolução do
quadro clínico. Conclusão: Devemos realizar o tratamento preventivo em todos os pacientes com risco de injúria renal aguda induzida pelo pigmento heme, corrigindo a depleção de volume, se houver, prevenindo a formação de cilindros intratubulares e tratar a hemólise e/ou sua causa subjacente.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-59
Glomerunefrite Membranoproliferativa e Adenocarcinoma Gástrico
Cypriano PC, Dangelo A, Goldani JC, Garcia VD, Keitel E, Bruno R, Fontes PR, Fraga MF, Correa LF, Santos AF
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto
Alegre Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto
Alegre, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre, Universidade Federal de Ciências da Saúde de
Porto Alegre Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto
Alegre, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre, Universidade Federal de Ciências da Saúde de
Porto Alegre Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto
Alegre, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre
Nesse estudo de caso, elucidaremos a importância do conhecimento clínico na avaliação de um paciente , com sinais e sintomas relativamente comuns associados a
determinadas patologias nefrológicas, e terminam com um diagnóstico mais complexo através de investigação apropriada e em tempo para um desfecho favorável para
o paciente. O objetivo é uma revisão na literatura sobre insuficiência renal aguda associada à neoplasia (adenocarcinoma gástrico), uma associação pouco comum,
com cerca de cinco casos descritos. Através de um estudo minucioso dos sinais e sintomas clínicos apresentados pelo paciente associado à interpretação dos exames
laboratoriais para posterior solicitação de exames de imagem como raio-x de tórax, ecografia, colonoscopia, endoscopia digestiva alta e exames invasivos como biópsia
renal, acrescidos de revisão bibliográfica definiu-se o diagnóstico para propor o tratamento definitivo. O paciente de 68 anos masculino, branco, previamente hígido
chega na emergência com queixa de edema periorbitário bilateral, petéquias na região distal dos membros inferiores, afebril. Prescrito, na ocasião, ciprofloxacino e
orientado a procurar avaliação nefrológica complementar. Assim, o diagnóstico definitivo de Glomerulonefrite Membranoproliferativa associada á Adenocarcinoma
gástrico com resultado positivo. Após ressecção cirúrgica, observou-se cura do paciente. Conclui-se que a partir da avaliação clinica junto á interpretação dos exames
complementares, definiu-se o diagnóstico e condutas precoces para um desfecho favorável com uma melhor sobrevida do paciente.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-36
Insuficiencia renal aguda e outras manisfestações clinicas na leptospirose
Schuengue Lobato CMO, Pires CML, Fernandes VS
Renalclin, Univertix, Renalclin
Introdução: A leptospirose é a zoonose mais importante do mundo. Os pacientes são tipicamente homens jovens. Vários fatores estão envolvidos na insuficiência renal
aguda (IRA) na leptospirose, incluindo ação nefrotóxica direta da leptospira, hiperbilirrubinemia, rabdomiólise e hipovolemia. Para pacientes críticos com IRA na
leptospirose, as seguintes condutas são recomendadas: hemodiálise precoce e diária; baixa infusão de volume (devido ao risco de hemorragia pulmonar), e estratégias
de proteção pulmonar. A mortalidade na IRA associada à leptospirose está em torno de 22%. Objetivo: Avaliar os pacientes com leptospirose internados no Hospital
César Leite que evoluíram para o quadro de Insuficiência Renal Aguda. Método: Foram estudados 30 casos de pacientes com leptospirose internados no Hospital
César Leite em Manhuaçu-MG, no período de janeiro 2009 à junho de 2012. Analisaram-se as manifestações clínicas e as alterações laboratoriais apresentados pelos
pacientes durante a internação. Resultados: A idade dos pacientes variou de 20 a 60 anos, sendo 22 do sexo masculino e 8 do sexo feminino. Os sinais e sintomas apresentados foram: febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, principalmente panturrilha e icterícia. A Insuficiência Renal Aguda foi encontrada em cinco casos, onde foi
realizada hemodiálise diária por um período de mais ou menos 20 dias de tratamento. Não tivemos óbito desses pacientes e apenas um paciente ainda encontra-se em
tratamento dialítico onde o paciente tornou-se IRC. Conclusão: As manifestações clínicas da leptospirose são extremamente variáveis, não havendo nenhum padrão
característico para a doença podendo ser confundida com outra patologia. Observou-se que a maior frequência da doença foi em jovens adultos do sexo masculino.
E os pacientes que desenvolveram IRA, o tratamento dialítico foi eficaz para recuperar a função renal.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-54
Perfil social do paciente renal crônico da clinica de hemodiálise renalclin
SCHUENGUE LOBATO CMO, RODRIGUES VP, PIRES CML
Renalclin, Renalclin, Renalclin
Introdução: A doença e seu tratamento acarretam várias restrições nas atividades diárias e perdas sociais relevantes na estrutura socioeconômica familiar. Objetivo:
Conhecer o perfil socioeconômico de pacientes em programa de hemodiálise em uma clínica satélite na cidade de Manhuaçu, MG. Métodos: Avaliação dos dados dos
pacientes coletados pelo serviço social na entrevista com os pacientes no período de 2010 à 2012. Resultados: A distribuição dos pacientes quanto ao gênero foi de
60% dos pacientes é do sexo masculino e 40% do sexo feminino. A faixa etária de 21 a 70 anos. Em relação ao trabalho 93% dos pacientes não trabalham. Quanto
a renda familiar; 71% dos pacientes recebe entre 0 a 3 salários mínimos (SM), 26% entre 3 a 6 SM e 3% acima de 6 SM. Quanto ao número de pessoas na família:
72% dos pacientes vivem com 2 a 4 pessoas e 6% vivem sozinhos, 22% vivem com mais de 4 pessoas. Quanto ao grau de instrução 69% cursaram o ensino fundamental, 14% o ensino médio e 17% não são alfabetizados. Conclusão: No perfil social dos pacientes nesta unidade predominam pessoas de 21 a 70 anos, com baixa
renda familiar, baixa escolaridade, que vivem em companhia de seus familiares e que estão impossibilitados de trabalhar.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-17
Humanização no cuidado de enfermagem a pacientes renais crônicos submetidos à hemodiálise
Oliveira QFS, Sampaio ES
Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia
Introdução: A Insuficiência Renal Crônica (IRC) consiste na perda progressiva e irreversível da função renal.Pessoas acometidas com tal patologia necessitam fazer tratamento dialítico para a filtração sanguínea. A hemodiálise é um destes tratamentos e vai levar a uma interferência na qualidade de vida do paciente gerando algumas inquietações, principalmente quanto aos riscos de vida, interrupções no processo de trabalho, dependência de tratamento dialítico e uso crônico de medicamentos. O paciente
em tratamento hemodialítico precisa de ações que promovam adaptação ao seu novo estilo de vida e facilitem o enfrentamento dessa patologia e da rotina da terapia renal
substitutiva. Objetivos: Verificar a assistência de enfermagem às necessidades biopsicossociais de pacientes renais crônicos submetidos à hemodiálise. Métodos: Trata-se de
uma revisão de literatura realizada nas bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde – BVS/ Enfermagem, Scielo e LILACS e alguns livros de Nefrologia. Período da coleta:
maio a junho/ 2012, sendo encontrados 15 artigos e 03 livros. Resultados: O processo de tratamento de hemodiálise na IRC é bastante delicado, uma vez que há interrupção nos hábitos de vida, transformando o cotidiano de uma pessoa que era saudável e que agora passa a depender de uma máquina para sobreviver. O paciente precisa ser
orientado quanto ao controle na ingestão hídrica e alimentação, e necessita também de uma maior atenção familiar e assistência multiprofissional para enfrentamento dos
desafios que surgem no processo terapêutico. A enfermeira deve aplicar a Sistematização de Assistência de Enfermagem (SAE) no acolhimento do paciente, orientar para
o auto cuidado, desenvolver atividades de educação permanente enfatizando a importância de adesão à terapia, incentivar o paciente em associar-se a grupos e atividades
de lazer, estabelecer um bom relacionamento interpessoal, prestar assistência individualizada, humanizada e integral, colaborando na manutenção de um ambiente mais
seguro e confortável. Conclusão: A enfermagem pode colaborar para aceitação e melhor adesão do paciente ao seu processo de adoecimento a partir de uma assistência
humanizada, que privilegie uma escuta diferenciada e acolha o usuário de forma a aliviar seus anseios. O paciente que tem apoio familiar e relação de confiabilidade com
a equipe de saúde tende a colaborar e enfrentar as dificuldades e co-morbidades associadas ao adoecimento.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-28
Glomeruloesclerose Segmentar Focal Secundária a Obesidade
Barbara Arruda Fraletti Miguel, Carla Tokuzumi, Fabio Guidetti, Juliana Alves
Santa Casa de Misericórdia de São Paulo - Hospital São Luiz Gonzaga, Santa Casa de Misericórdia de São PauloHospital São Luiz Gonzaga, Santa Casa de
Misericórdia de São Paulo - Hospital São Luiz Gonzaga, Santa Casa de Misericórdia de São Paulo - Hospital São Luiz Gonzaga
Resumo: Introdução: O proteinúria é uma complicação reconhecida da obesidade mórbida, embora se desenvolva em uma minoria de pacientes, a biopsia renal mostra que a GEFS é a lesão histológica mais comum em pacientes obesos com proteinúria. Relato de caso: LCS 63 anos, sexo masculino, com obesidade mórbida (índice
de massa corporal (IMC) = 40 kg/m2), foi internado com queixa de há 6 meses ter iniciado quadro de edema de leve intensidade em membros inferiores evoluído
para generalizado há 8 dias da internação. Durante a internação evoluiu com piora do estado geral, desconforto respiratório, dificuldade progressiva para urinar, com
insuficiência renal aguda e com piora importante do edema, sendo encaminhado para UTI, apresentava uma proteinúria de 24H de 16,8g, creatinina sérica = 3,01
mg/dl, uréia sérica = 196 mg/dl, clearance de creatinina = 37,30 ml/min/1,73m2.Optou-se por realizar sessões de hemodiálises diárias devido a hipervolêmia e em um
segundo tempo biopsia renal que apresentou-se compatível com glomeruloesclerose segmentar focal. Após 9 sessões de diálise e corticoterapia paciente evoluiu com
melhora clinica e da função renal, hoje realizando acompanhamento mensal com a equipe de nefrologia. Conclusão:Concluímos que neuropatia associada à obesidade
é caracterizada por proteinúria e o padrão histológico mais comum é a GESF. Essa etiologia de doença renal deve aumentar nos próximos anos, com a progressão da
obesidade no mundo. Tal diagnóstico deve, portanto, ser investigado em todo paciente obeso com proteinúria, a perda de peso ser visada como objetivo do tratamento. Palavras chaves: glomeruloesclerose focal segmentar, obesidade, glomerulopatia, síndrome nefrótica.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-38
Insuficiência renal aguda por contraste radiológico em paciente com Osteomielite
Junior AT, Trentin M, Gonçalves PZRA
Hospital Santa Casa de Campo Grande Mato Grosso do Sul, Hospital Santa Casa de Campo Grande Mato Grosso do Sul, Hospital Santa Casa de Campo Grande
Mato Grosso do Sul
O número crescente de diagnósticos e de procedimentos terapêuticos com a utilização de meios de contraste na medicina moderna desperta preocupação a possíveis
danos renais, dada a nefrotoxicidade inerente à grande maioria dos contrastes radiológicos. A insuficiência renal aguda (IRA) por essa causa tem incidência em torno
de 10 a 15 % e está associada a dois tipos principais de lesão renal: necrose tubular aguda (NTA) e nefrite túbulo-intersticial (NTIA). Trata-se de um caso interessante
de IRA por contraste em paciente com infecção óssea ativa, somente elucidada após a biópsia devido à forte suspeita de glomerulonefrite relacionada à osteomielite
ou ao seu tratamento prolongado com anti-inflamatórios e antibióticos, o que reforça a importância de se considerar o uso de contraste como causa relevante de
injúria renal e principalmente na vigência de fatores de risco, tais como a condição de infecção ativa e a lesão renal subjacente do presente caso. A prevenção da IRA
por contraste deve ser objeto de estudo da medicina moderna. Especial atenção deve ser dispensada no tocante à identificação dos pacientes vulneráveis, bem como
às medidas profiláticas a esses pacientes antes da administração do contraste radiológico.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-20
Mapeamento dos fatores de risco para a prevenção da doença renal entre crianças e adolescentes entre
06 e 18 anos atendidas pela Estratégia da Saúde da Família na Região Leste de Goiânia, Goiás
Queiroz AP, Naghettini AV, Oliveira CCJ, Pereira AC, Fonseca TB, Pinto FKMS, Rocha MS, Braga AKP, Batista SRR
Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás Goiás, Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás Goiás, Faculdade de Medicina da
Universidade Federal de Goiás Goiás, Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás Goiás, Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás
Goiás, Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás Goiás, Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás Goiás, Faculdade de Medicina da
Universidade Federal de Goiás Goiás, Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás Goiás
Introdução: A doença renal crônica (DRC) tem alta morbidade e mortalidade e sua incidência vem aumentando no mundo, sendo que a incidência em crianças é de
15 pacientes/milhão entre 0 e 19 anos, 2002. No Brasil, os índices apontavam, cerca de 6,5 pacientes/milhão habitantes. Entretanto, observam-se poucos estudos que
correlacionem os fatores de risco da DRC e a progressão da doença em crianças. Objetivos: Avaliar os fatores de risco para DRC em crianças na região Leste de Goiânia
assistidas pela Estratégia de Saúde da Família (ESF). Os fatores de risco incluem obesidade, hipertensão arterial, microalbuminúrica, aumento nos níveis de creatinina,
diabete mellitus (DM) e doença renal familiar. Casuística: Os critérios de inclusão são as crianças e adolescentes entre 6 a 18 anos atendidas pela ESF da Região Leste de
Goiânia. Critérios de exclusão são aqueles que os responsáveis não assinarem o termo de consentimento livre e esclarecido. Métodos: Os dados foram coletados através de
um questionário. As variáveis da pesquisa são: idade; doença renal pregressa; história familiar para DRC, hipertensão e obesidade; tabagismo. A filtração glomerular será
de definido pelo Clearance estimado determinado pela fórmula de Schwartz. Resultados: Foram visitadasquatro microrregiões da Região Leste de Goiânia, totalizando
455 pessoas. Do total, 117 eram crianças, com média de idade é de 12,04 anos ± 2,76. Observou-se que 28 (23,93%) eram obesas ou apresentaram sobrepeso, 8 (7,01%)
apresentaram alteração somente na pressão sistólica, 4 (3,42%) apresentaram alteração apenas na pressão diastólica e 1 (0,85%) pessoa apresentou alteração na pressão
sistólica e na diastólica. Além disso, 1 (0,85%) criança relatou DM e 12 (10,26%) pessoas apresentaram doença renal familiar. O clearance de creatinina variou de 53,43
a 254,13 com apenas 1 (0,85%) abaixo de 60, com média de 150,83 ± 33,54 e 9 (7,69%) apresentaram microalbuminúria (mcg/mg), com média de 18,05 ± 9,93.
Conclusão: Observa-se importância em se detectar os fatores de riscos de DRC em crianças, evitando assim o desenvolvimento da doença. Nessa população estudada, a
obesidade e o sobrepeso foram os fatores de risco mais evidenciados. O segundo fator mais relevante foi história familiar para DRC.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
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AR-11
Relato de caso de doença por deposição de cadeias secundária a mieloma múltiplo
Larissa Kruger Gomes, Ricardo Portiolli Franco, Leonardo Claudino Ribeiro, Itamara Danucalov, Tobias August Siemens, Marcia Tokunaga, Domingos
Candiota Chula
FEPAR, Hospital Evangélico de Curitiba
Introdução: O mieloma múltiplo (MM), proliferação neoplásica de plasmócitos produtores de imunoglobulina monoclonal, compõe 1% de todas as neoplasias malignas, e 10% das neoplasias hematológicas. A lesão renal está presente em 48% dos pacientes, sendo frequentemente a manifestação inicial da doença. A nefropatia
por cilindros (rim do mieloma- RM); a amiloidose primária (AL) e a doença por deposição de cadeias leves (DDCL) são as alterações nefrológicas mais prevalentes.
Relato de caso: Paciente feminina, 57 anos, com queixa de edema ascendente, dispnéia, ortopnéia e perda de peso. Histórico de anemia necessitando hemotransfusão.
Apresentava-se hipocorada (+++/4), emagrecida, com edema periférico e congestão pulmonar. Laboratório mostrando Cr (7,3) e U (129), anemia normocrômica e
normocítica, e proteinúria de 4,4g/24 h. Eletroforese de proteínas com pico monoclonal de gama globulina (2,77). Biópsia renal mostrou glomerulonefrite nodular
não amiloidótica com achados morfologicamente sugestivos de DDCL. Discussão: A produção de imunoglobulinas monoclonais pelas células neoplásicas do MM
pode causar diferentes tipos de lesão renal, dependendo do tipo de molécula produzida. As mais comuns são IgG, IgA e cadeias leves (Kappa – κ ou Lambda - λ). A
nefropatia por cilindros, acometimento renal mais comum, ocorre por acúmulo de cadeias leves, ligadas a proteína de Tamm-Horsfall na alça de Henle (proteinúria de
Bence-Jones). A amiloidose primária é causada mais comumente por acúmulo mesangial de fibrilas não ramificadas, dispostas ao acaso, cujos precursores são cadeias
leves, predominantemente do tipo λVI. A DDCL decorre do acúmulo de cadeias leves monoclonas, geralmente κIV. A diferenciação entre os tipos de lesão renal do
MM pode ser resumida abaixo: Conclusão: O MM pode causar diversos tipos de lesão renal, com diferentes manifestações clínicas. Os tipos de lesão renal podem ser
diferenciadas pelo quadro clínico e, principalmente, anatomopatológico.
Manifestação Renal
Local da lesão
Porção das cadeias leves acumulada
Microscopia óptica
Microscopia eletrônica
Proteína na fita urinária
RM
Insuficiência renal
Proteinúria não nefrótica
Ramo ascendente da alça de Henle
Cadeias intactas
Cilindros fraturados
Inflamação variável
-
AL
Insuficiência renal
Sd. Nefrótica
Matriz mesangial
κ
Vermelho Congo +
Metacromasia ao cristal-violeta
Fibrilas 8-12nm ᴓ
+
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
DCCL
Insuficiência renal
Sd. Nefrótica
Matriz mesangial
λ
Vermelho Congo Sem metacromasia ao cristal-violeta
Material amorfo não fibrilar
+
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-21
O processo do empoderamento e a efetividade no plano terapêutico em um ambulatório de tratamento
conservador da doença renal crônica
Raimundo DR, IVO GP, CUNHA LP, SILVA FVC, SAMPAIO M
Hospital Universitário Pedro Ernesto Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro, Hospital Universitário Pedro Ernesto Universidade do Estado do
Rio de Janeiro Rio de Janeiro, Hospital Universitário Pedro Ernesto Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro, Hospital Universitário Pedro Ernesto
Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro, Hospital Universitário Pedro Ernesto Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro
Introdução:A doença renal crônica (DRC) é um problema de saúde pública, relacionado à prevalência de hipertensos e diabéticos. Seu plano terapêutico envolve
mudanças no estilo e hábitos de vida e pode modificar a história da doença, adiando as terapias de substituição renal (TRS), com impactos positivos individual e coletivamente. (1) O acompanhamento com uma equipe de cuidados promove o empoderamento do usuário, compreendido como requisito essencial para efetividade
do tratamento. (2) Empoderamento significa “conceder poder a; autodeterminação; despertar da consciência”. Implica na participação das pessoas no controle de suas
vidas e de sua saúde, tornando-as capacitadas para a tomada de decisões, autoras de sua própria história. O enfermeiro pode contribuir com portadores da DRC ajudando a assumir a responsabilidade que lhe cabe no enfrentamento do processo saúde-doença em sua vida.O acompanhamento ambulatorial objetiva o retardamento
da progressão da doença e o preparo para a TRS, quando necessária. Objetivo: Compreender se empoderamento do usuário relacionado a sua terapêutica melhora
a efetividade do tratamento medicamentoso e não medicamentoso da DRC. Casuística e Métodos: Trata de um relato de experiência, onde a vivência se deu num
ambulatório de tratamento conservador da DRC de um Hospital Universitário. Resultados e Conclusões:Os indivíduos acompanhados continuamente pelas enfermeiras têm se tornado mais hábeis em assumir a responsabilidade por seu tratamento. Os usuários relatam ter iniciado atividades físicas, aderido ao tratamento não
medicamentoso e resgatado o lazer, começando atividades artesanais para renda familiar, mostram-se também mais aderentes ao tratamento medicamentoso, tornando-se corresponsável por seu tratamento.Nota-se a efetividade terapêutica da relação estabelecida, norteada pelo propósito de sanar dúvidas, desmistificar conceitos
e aumentar conhecimentos. Recomenda-se que a organização de ambulatórios de cuidados em nefrologia conte com a presença de enfermeiros habilitados a auxiliar
no processo de empoderamento do usuário portador de DRC. Referências: 1) BASTOS, M. G. et al. 2007. Doença renal crônica: frequente e grave, mas também
prevenível e tratável. Rev Assoc Med Bras, v. 56, n. 2, p. 252. 2) TRENTINI M; CUBAS M.R. Ações de enfermagem em nefrologia: um referencial expandido além
da concepção biologicista de saúde. Rev. bras. Enferm,Brasília, v. 58, n.4, p. 483, july/aug. 2005.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
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AR-18
Idade, Diabetes Mellitus tipo II e Hipertensão Arterial Sistêmica: fatores de risco para o
desenvolvimento da Doença Renal Crônica
Freitas MM, Figueiredo BB, Silva MC, Raslan MP, Freire ES, Sarkis DJ, Novaes MLO, Vitoretti AV, Lemos TL, Bastos MG, Marinho VT, Machado AL, Messias
DS, Paula JA, Mello CC, Pereira CV, Peyroton LS
Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade
Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal de Rio de Janeiro, Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal de
Juiz de Fora, Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal de Juiz de Fora,
Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal de Juiz de Fora
Introdução: Diz-se que é portador de Doença Renal Crônica (DRC) todo indivíduo que apresentar albuminúria e/ou filtração glomerular estimada < 60 mL/
min/1,73m2, confirmadas em pelo menos duas medidas num período superior a três meses. Algumas comorbidades são sabidamente fatores de risco para o desenvolvimento de lesão renal e, consequentemente, DRC. Dentre elas estão o Diabetes Mellitus (DM), a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). A idade, além de ser
fator de risco para DRC, também o é para o desenvolvimento de DM e HAS. Portanto, é necessária ação dos profissionais de saúde, buscando diagnóstico precoce
para redução das complicações, melhorando assim a qualidade de vida e o prognóstico. Objetivo: Relacionar idade com a presença ou ausência dos principais
fatores de risco para a DRC, a saber, HAS e DM. Casuística e Método: Estudo transversal com amostra aleatória simples de 412 pessoas. Participantes responderam a um questionário com dados sobre idade, história familiar e pessoal para os fatores de risco. Foram realizados exames de glicemia capilar, uroanálise em fita
de imersão, aferição de Pressão Arterial, dentre outros. Esses dados foram coletados na campanha “Liga Cidades”, promovida por uma equipe multidisciplinar
da Liga Acadêmica de Prevenção às Doenças Renais da UFJF, entre 13 e 14 de agosto 2011, na cidade de Piraúba, Minas Gerais. Resultados: Comparando-se os
dados a um nível de confiança de 95%, a média de idade daqueles sem diagnóstico prévio de diabéticos está entre 45,56 e 51,37 anos e entre os diabéticos, 51,38
e 61,46 anos. Já para idade e hipertensão, a média de idade daqueles sem diagnóstico prévio está entre 38,70 e 46,11 anos e entre os hipertensos, 56,17 e 61,52
anos. Analisando-se glicemia capilar e proteinúria, observamos que dos não diagnosticados diabéticos (112 pessoas), 91,43% não apresentaram proteinúria. Entre
os diabéticos (26 pessoas), 65,38% não apresentaram proteinúria e 34,62% apresentaram. Comparando-se hipertensão com proteinúria, dentre os não diagnosticados hipertensos (114 pessoas), 88,4% não apresentaram proteinúria e 8,77% apresentaram. Entre os hipertensos (87 pessoas), 83,91% não apresentaram
proteinúria 16,09% apresentaram. Conclusão: Observa-se uma tendência ao aumento do número de casos de proteinúria na presença de diabetes e hipertensão.
Nota-se a capacidade do Projeto em rastrear individuos com HAS, DM e DRC, além de orientar quanto ao tratamento e progressão, sendo de grande utilidade
ao contribuir para os processos de promoção da saúde e prevenção.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-55
Produção bibliográfica da Psiconefrologia no Brasil
Kelly Cristina Wengrat, Bruna Paes de Barros
UNIGRAN, UNIGRAN
Introdução: Psicólogos têm atuado nos centros de Nefrologia de todo o Brasil, sendo que alguns destes publicaram artigos, dissertações, teses, capítulos e livros a respeito desta atuação, em serviços de pesquisa ou assistência. Objetivos: Levantar referências bibliográficas publicadas por psicólogos que atuam ou que já atuaram em
centros de Nefrologia no Brasil em bases de dados científicas. Casuística e Métodos: Este levantamento bibliográfico é parte de um trabalho de conclusão de curso em
andamento, cujo cronograma delimita o prazo de levantamento bibliográfico até agosto, de modo que todos as referências bibliográficas de autores psicólogos brasileiros em Nefrologia serão considerados. As bases de dados Levantamento bibliográfico e estatístico em bases de dados científicos nacionais e internacionais de 1990 a
2012. Resultados: Até o momento foram levantados 54 referências entre livros, capítulos de livros, teses, dissertações e artigos científicos. Dados preliminares indicam
predominância dos autores no sudeste brasileiro. Os temas principais abordam perfis psicológicos, avaliação psicológica, estudo de caso, sofrimento psíquico, status
psicossocial, ou seja, estudos observacionais, exploratórios e diagnósticos. Pouco tem sido publicado de programas de intervenção, técnicas, tratamento e reabilitação.
Conclusões: Embora os resultados sejam preliminares, análise prévia indica que há um aumento da publicação de trabalhos de psicólogos em Nefrologia, sobretudo
no sudeste brasileiro, área que concentra mais centros e instituições de ensino.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-3
Dificuldades encontradas para realização de diálise peritoneal em um idoso renal crônico: relato de caso
Ribas WBD, Bastos HCG, Barreto IG, Oliveira PM, Faustino TN
Hospital Geral Roberto Santos Residência Multiprofissional Em Saúde – Núcleo Nefrologia Uneb, Hospital Geral Roberto Santos Residência Multiprofissional Em
Saúde – Núcleo Nefrologia Uneb, Hospital Geral Roberto Santos Residência Multiprofissional Em Saúde – Núcleo Nefrologia Uneb, Hospital Geral Roberto Santos
Residência Multiprofissional Em Saúde – Núcleo Nefrologia Uneb, Hospital Geral Roberto Santos Residência Multiprofissional Em Saúde – Núcleo Nefrologia Uneb
Introdução: Em decorrência do envelhecimento populacional, tem-se observado um crescente aumento do número de idosos em terapia renal substitutiva. A diálise
peritoneal (DP) é uma das modalidades de tratamento para a Insuficiência Renal Crônica, que quando utilizada adequadamente mantém o portador sem sintomas.
No entanto, diversos são os desafios para a sua implementação, que tem seu início desde o momento da aceitação por parte do paciente e sua família, até o momento
da realização do tratamento.Objetivo: Descrever as principais dificuldades encontradas para realização de DP em uma paciente idosa.Casuísticas e métodos: Trata-se
de um estudo de caso elaborado durante o curso de Especialização sob a forma de Residência de Enfermagem em Nefrologia no período de Abril e Maio de 2012.
A coleta de dados foi realizada na Unidade Nefrológica de um hospital público de grande porte através de registros em prontuário, anamnese e acompanhamento da
paciente.Resultados: Paciente, sexo feminino, 67 anos, tabagista, etilista abstêmio há 10 anos, portadora de Doença Renal Crônica, Diabetes Mellitus, Hipertensão
Arterial Sistêmica, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica e HTLV. Apresenta hemiparesia em membro superior e inferior esquerdo secundário a um acidente vascular
cerebral isquêmico. Foi admitida no serviço hospitalar com anemia importante, dermatite fúngica em abdome, diminuição do débito urinário e em urgência dialítica.
Após intercorrências na hemodiálise foi indicada a DP. Perceberam-se como dificuldades: a impossibilidade da paciente em assumir seu próprio tratamento e a relutância dos familiares com a modalidade, apresentando aceitabilidade após intervenções da equipe multidisciplinar; a dermatite fúngica e outras infecções decorrentes
do tempo de internamento que dificultaram o implante do cateter para o início da diálise, sendo possível só após longo período de antibioticoterapia; difícil drenagem
de cavidade devido à dificuldade de mobilização da paciente e obstipação, com relativa melhora após lavagens intestinais e utilização de óleo mineral. Conclusão: A
possibilidade do paciente em assumir o seu próprio tratamento e a aceitação e apoio familiares são os primeiros passos para uma DP bem sucedida. Os profissionais
de saúde devem realizar uma avaliação minuciosa do idoso nas perspectivas física, social e psicológica, em busca de dados significativos para intervenções efetivas nos
fatores que podem dificultar e facilitar a realização do tratamento.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-32
Glomerulonefrite membranoproliferativa
Amanda Brito Farias Botelho e Silva, José de Resende Barros Neto, Núbia Gomes Barros, Roberta Alvarenga Batista, Silvia Nascimento Bicalho,
Thais de Paula Guimarães
Hospital Felício Rocho, Hospital Felício Rocho, Hospital Felício Rocho, Hospital Felício Rocho, Hospital Felício Rocho, Hospital Felício Rocho
Relato de caso introdução: A glomerulonefrite membranoproliferativa (GNMP) é caracterizada por lesão glomerular associada a aumento da celularidade e presença
de imunodepósitos no mesangio. A GNMP é considerada primária quando ocorre isoladamente, ou secundária, quando em associação com doenças sistêmicas por
imunocomplexos (lúpus), neoplásicas (mieloma múltiplo) e infecciosas ( hepatite C, B, esquistossomose e hanseníase). Ocorre preferencialmente no final da infância
e em adultos jovens. É rara após a 6a década. O quadro clínico frequentemente é aquele da síndrome nefrótica (SN) mas pode estar presente uma variedade de sinais como hematúria microscópica, com presença de dismorfismo eritrocitário, proteinúria não nefrótica e hipertensão arterial (HAS). Objetivo:Relatar um caso de
GNMP, associado a uma revisão literária sobre o tema. Descrição: L.P.R., 88 anos, sexo feminino, leucoderma,natural e procedente de Minas Gerais, portadora de
hipertensão arterial sistêmica, foi admitida no pronto socorro do Hospital Felicio Rocho (Belo Horizonte – MG) no dia 25/05/12 com queixa de hematúria macroscópica e espumúria, acompanhada de edema em face, mãos e pés. Concomitante ao quadro, relatava adinamia , dispnéia aos mínimos esforços,redução do apetite e
febre baixa.Informava tosse crônica, e estava em uso de prednisona 5 mg. Negava artralgia,rash cutâneo, infecção do trato respiratório superior e lesões de pele recentes. Realizado Rx tórax, que demonstrou infiltrado intersticial difuso. Em 26/05, foi solicitado dismorfismo eritrocitário, que evidenciou campos repletos de hemácias
com a presença de codócitos e acantócitos sugerindo hematúria de origem glomerular.Iniciado propedêutica para vasculite,aventando possibilidade de Granulomatose
de Wegener. Os exames laboratoriais demonstraram disfunção renal, sorologia positiva para hepatite B, C anca-1:80,hipocomplementemia e proteinúria. Em 30/05,
a paciente foi submetida a biópsia renal, com laudo definitivo de GNMP tipo I, associada a infecção crônica por Vírus B. Recebeu alta hospitalar em boas condições
clínicas, sendo encaminhada para acompanhamento ambulatorial. Conclusão: A presença de SN, HAS e comprometimento da função renal são fatores que sugerem
pior prognóstico.O tratamento das GNMP não está estabelecido e há controvérsias nos esquemas propostos.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-12
Relato de caso: ruptura espontanea de cisto renal durante hemodialise
Abreu PSN, Vilas Boas IP, Paschoalin SRKP, Moura Neto JA, Paschoalin EL, Ramos SCS, Dantas LGG
Clínica Senhor do Bonfim, Clínica Senhor do Bonfim, Clínica Senhor do Bonfim, Clínica Senhor do Bonfim, Clínica Senhor do Bonfim, Clínica Senhor do Bonfim,
Clínica Senhor do Bonfim
Introdução: A incidência de doença renal cística adquirida (DRCA) é proporcional ao tempo em diálise. O seu reconhecimento e monitoramento são importantes
pelas potenciais complicações, sendo raro o sangramento espontâneo retroperitoneal. CASO: 36 anos, masculino, com doença renal crônica estágio 5D há 12 anos,
por Glomerulonefrite Crônica (diagnóstico presuntivo). Com início de edemas e Hipertensão Arterial aos 20 anos, evoluiu com DRC e à avaliação inicial com Nefrologista encaminhado para hemodiálise (HD), na ocasião apresentava USG renal sem cistos. Permaneceu por 2 anos em HD, depois 7 anos em CAPD e em 2009
retornou para HD. Ag Hbe positivo. USG de abdômen há 3 anos:doença renal parenquimatosa crônica, múltiplos cistos renais (máx de 3,4 cm) e ascite.TP=100%
e albumina= 3,6. Realizando 4 horas de HD por fistula radio-cefalica, peso seco=63Kg, heparina= 5000 UI/sessão. Mantendo bom controle pressórico e metabólico,
em avaliação para transplante renal, com diurese residual= 200 ml/dia. Sem histórico de consumo de álcool ou tabagismo, e sem hematúria, lombalgia ou litíase renal.
Sem uso de antiagregante plaquetario. Cursou na 3a hora de HD dor em flanco esquerdo com irradiação para fossa ilíaca, tipo cólica de forte intensidade. Ao exame
corado, taquicardico, PA=130X80 mmHg, ansioso, gemente. Encerrada HD e levado para PA. Compareceu à diálise seguinte com palidez cutânea e sonolência;
PA=140X90 mmHg, Abdome globoso, flácido e doloroso; Hb=3,8 g/dL, sendo Hb previa=9,8g/dL. HD com hemotransfusão, foi internado e após 5 dias evoluiu
com hematuria macroscópica. TC com contraste= rim esquerdo com dimensões bastante aumentadas, lobulado, com hematoma perirrenal posterior e inferior, volume estimado 1514 ml, rim direito com dimensões reduzidas com múltiplos cistos. Internado por 10 dias, manteve hematúria macroscópica por 30dias. Urologia
considerou cirurgia, mas manteve conduta conservadora. USG após 1 mês: imagem cística de conteúdo heterogêneo em pólo inferior do rim esquerdo,volumoso
hematoma multisseptado, com extensão até a pelve com volume 1030ml. Assintomático, Hb=12g/dL, rim esquerdo palpável. DISCUSSÃO: Relatamos um caso de
ruptura espontânea de cisto renal em paciente com DRCA, com longa duração de diálise, sem trauma precipitante e sem identificação de neoplasia associada, ocorrido
durante diálise com heparina. Devemos estar atentos para esta.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-79
Transplante renal e terapia imunossupressora: relato de caso
Oliveira PM, Ribas WBD, Barreto IG, Bastos HCG, Faustino TN
Hospital Geral Roberto Santos Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Universidado Estado da Bahia e Ministério da Saúde
Introdução: O transplante renal é um dos métodos de tratamento da Doença Renal Crônica (DRC). As dificuldades desse procedimento cirúrgico compreendem:
a possibilidade de rejeição do enxerto, além do desafio de encontrar um equilíbrio nos esquemas de imunossupressão medicamentosa, de forma que não propiciem
infecções oportunistas e nem permitam a rejeição. Objetivo: Apresentar um estudo de caso de um paciente transplantado renal que cursou com complicações relacionadas à terapia imunossupressora. Casuística e métodos: Trata-se de um relato de caso, desenvolvido em um hospital geral de Salvador, durante a Residência de
Enfermagem em Nefrologia, no período de março e abril de 2012. Os dados foram coletados a partir dos registros do prontuário e de informações do próprio paciente. Resultados: Paciente sexo masculino, 49 anos, natural de Camaçari – BA, portador de DRC secundária a hipertensão arterial sistêmica. Realizou hemodiálise por
seis anos e foi submetido a transplante renal de doador não vivo em fevereiro de 2011, sendo iniciado o esquema de imunossupressores, utilizando tacrolimos (FK),
azatioprina e prednisona. Sete meses após o transplante apresentou leucopenia severa (900 mm³), suspenso a azatioprina e introduzido micofenolato mofetil (MMF).
Apresentou diarreia intensa e oscilante com perda ponderal de 10 kg, culminando na redução progressiva do MMF. Em março de 2012 foi internado com elevação da
uréia (90 mg/dl) e creatinina (4,9 mg/dl) associado a Insuficiência Renal Aguda, com suspeita de rejeição e necrose tubular aguda, apresentando diminuição do volume urinário, edema de membros inferiores e diarréia. Durante a internação apresentou antigenia positiva para citomegalovírus, iniciou tratamento com filgrastima até
melhora do leucograma e o MMF foi substituído pelo FK. Realizou pulsoterapia com metilpredinisolona, fez biópsia renal e obteve alta hospitalar em abril de 2012,
apresentando melhora do estado geral, do edema e do quadro diarreico. Atualmente segue em acompanhamento ambulatorial em uso de tacrolimos e prednisona,
fazendo monitorização dos níveis sanguíneos de FK. Conclusões: A monitorização da terapia imunossupressora é essencial para manutenção da sobrevida do enxerto
objetivando a diminuição da ocorrência de rejeição e toxicidade. Observa-se, então, a importância do acompanhamento e orientação do paciente transplantado, para
que seu tratamento seja de fato efetivo e com o mínimo de complicações.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-6
Perfil epidemiológico de pacientes renais crônicos em hemodiálise que recusam transplante renal em
um centro de referência em nefrologia e transplante renal no município de Belém/PA
Gracilene Lobato Cardoso Guimarães, Ana Paula Monteiro Rodrigues, Allan Roberto Marques, Ana Cristina Figueiredo Duarte
Hospital Ophir Loyola Pará, Hospital Ophir Loyola Pará, Hospital Ophir Loyola Pará, Hospital Ophir Loyola Pará
Introdução: O transplante renal é uma forma de terapia renal substitutiva que garante ao paciente portador de IRC dialítica levar uma vida o mais próximo possível da anterior a doença, porém, a espera por um órgão gera expectativas, angústias e frustrações na maioria dos pacientes que aguardam em lista de espera e que
almejam não mais necessitar de diálise. Desta forma é difícil entender quando um paciente que se encontra apto a receber um transplante, recusa tal procedimento.
Objetivo:Determinar o perfil epidemiológico e as razões pelas quais alguns pacientes que dialisam em um centro de referência em transplante renal na região norte,
recusam esta modalidade de tratamento. Método: A pesquisa foi do tipo transversal, prospectiva, através da aplicação de questionário elaborado por equipe multidisciplinar em 68 pacientes que fazem parte do programa de hemodiálise ambulatorial do Hospital Ophir Loyola, situado na cidade de Belém-Pará no período de
dezembro de 2011 a janeiro de 2012. Foram excluídos os pacientes com contraindicação absoluta ao transplante renal. Resultados: Observou-se quanto ao perfil epidemiológico que 42,31% pertenciam a faixa etária de 61 anos ou mais; 64,62% eram do sexo masculino; com relação ao tempo de tratamento dialítico, os períodos
de 1 a 3 anos e 4 a 6 anos de hemodiálise tiveram o mesmo percentual de 26,92%; 84,62% receberam informações sobre transplante renal sendo esta fornecida em
68% dos casos por pacientes do setor de hemodiálise; 14,29% tem com causa de recusa de transplante o medo sendo este percentual também referente aos que recusam por convicção de não quererem transplantar. Conclusão: Observa-se a necessidade de participação vigorosa de uma equipe multidisciplinar no acompanhamento
tanto no ambiente de diálise quanto no ambulatório de pré-transplante com intuito de esclarecer e orientar tais pacientes com relação ao transplante renal amenizando
suas dúvidas e angústia relacionadas ao procedimento, porém ainda é necessário que os nefrologistas que atuam em hemodiálise se conscientizem do seu papel como
principais multiplicadores de informações sobre o transplante, seus benefícios e suas consequências, tendo em vista que estes estão em contato maior com os pacientes
e exercem grande influência em suas decisões.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-75
Relato de caso: histoplasmose pulmonar em paciente pós- transplante renal
Collus AC, Arantes BR, Vieira MA, Nunes IS, Oliveira JMNS
Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, Santa Casa de Misericórdia De Goiânia, Santa
Casa de Misericórdia de Goiânia
Introdução: A histoplasmose é uma micose sistêmica, com características de doença granulomatosa com predileção pelo pulmão e órgãos do sistema imunológico,
causada por um pequeno fungo, Histoplasma capsulatum var. ­capsulatum. A infecção humana se dá por via respiratória. Os elementos infectantes penetram pelas vias
aéreas.Esse tipo de infecção primária, regressiva espontaneamente, ocorre usualmente em indivíduos imunocompetentes. Nos hospedeiros com deficiência imunológica, a infecção primária e as reinfecções podem assumir um caráter progressivo de gravidade variável. Objetivo: Descrever o caso de um paciente com histoplasmose
pulmonar pós- transplante renal. Casuística e métodos: Entrevista e revisão de prontuário de um paciente transplantado renal, internado no Hospital Santa Casa
de Misericórdia de Goiânia, no mês de março de 2012. Relato de caso: DCC, sexo masculino, 31 anos,natural e procedente de Goiânia, pardo, casado, autônomo.
O paciente foi submetido a transplante renal , doador vivo relacionado, em setembro de 2011 evoluiu com piora da creatinina (Cr 1.1-1.4) tendo sido submetido
a Biópsia renal com nefrite túbulo intersticial leve/focal com rejeição borderline. Em PRA a Casse I foi reagente (34%) e classe II não reagente com provas cruzadas
contra o doador + para linfócitos B e com DTT +. Foi submetido então a 02 ciclos de imunoglobulina humana (1g/Kg).Paciente está em uso de Tacrolimus 1mg/dia,
Micofenolato mofetil 360mg 12/12 horas, Prednisona 5mg/dia.Em janeiro de 2012, o paciente procurou o ambulatório devido a quadro de febre 38°C, sem período mais prevalente de ocorrência, associado a perda ponderal não quantificada por cerca de 01mês, sem demais queixas. Em Tomografia de Tórax de Alta Resolução
evidenciou-se lesão escavada de contornos irregulares medindo 2.8cm no LSE, diminutos nódulos centro lobulares esparsos pelos campos pulmonares. Paciente foi
admitido no Hospital Santa Casa de Goiânia em março de 2012 e submetido a toracotomia para biópsia pulmonar com pesquisa de BAAR, bacterioscopia e cultura
para fungos, bactérias e BK.O resultado foi + na cultura da peça para Histoplasma capsulatum.Procedeu-se então, ao tratamento com Itraconazol 600mg/dia por 03
dias, 200mg 2x/dia por 30 dias e 200mg/dia de novembro a maio de 2013. Conclusão: A histoplasmose é uma complicação importante no pós-transplante e deve ser
sempre lembrada em nosso meio, por ser o Brasil uma área endêmica e pela trágica evolução que a patologia pode apresentar.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-5
Perfil dos Pacientes que iniciaram Terapia Renal Substitutiva em caráter de urgência no Hospital
Regional de Juazeiro – Bahia
Gomes OV, Fernandes LS, Silva JF, Melo HMA
Hospital Regional de Juazeiro Bahia - SESAB, Hospital Regional de Juazeiro Bahia - SESAB, Hospital Regional de Juazeiro Bahia - SESAB, Hospital Regional de
Juazeiro Bahia - SESAB
Introdução: cada vez mais pacientes são tardiamente diagnosticados com doença renal crônica (DRC) por não procurarem um serviço médico de rotina. Hipertensão
e diabetes são os principais fatores de risco para DRC e estão se tornando mais frequentes na população em geral. Objetivos: analisar o perfil de pacientes sem diagnóstico prévio de DRC e que descobriram serem portadores durante o atendimento no serviço de Emergência do Hospital Regional de Juazeiro (HRJ) e necessitaram
entrar em algum tratamento dialítico. Materiais e Métodos: foi realizado um estudo observacional, retrospectivo, de Abril a Junho de 2012, com dados epidemiológicos, clínicos e laboratoriais de 31 pacientes que entraram Terapia Renal Substitutiva (TRS). Essa amostragem foi composta por pacientes que provavelmente eram
renais crônicos, mas não faziam acompanhamento médico. Assim, desconheciam a doença e por aqueles que se devolveram IRA, sendo a maioria na internação.
Resultados: descobriu-se que dos 31 pacientes (100%), a doença foi predominante no sexo masculino, 70%, com média de 52,22 anos de idade e apenas 30% das
mulheres foram acometidas com uma média de idade de 54,25 anos. Dessa amostragem temos 16 pacientes (51,16%) com IRA, que cursaram com alteração da função renal e posterior melhora com TRS e 15 pacientes com IRC (48,3%), os quais não tinham o diagnóstico prévio, necessitando de método dialítico no hospital. Em
relação às comorbidades, a maior prevalência foi com relação a Hipertensão Arterial Sistêmica, 58%, seguido pela Diabete Melito, 29%. Como causas para indicação
de TRS prevalentemente foi a Uremia, 64,5% associada à Acidose Metabólica, 41,9% e Hipervolemia, 25,8%. Em 100% dos casos, o método de TRS de escolha
foi a Hemodiálise e em nenhum havia FAV confeccionada, assim todas foram realizadas por acesso temporário, sendo o mais frequente de Veia Jugular Interna em
54,8% provável DRC terminal e 12,9% conseguiram recuperar a função renal, realizando acompanhamento ambulatorial. Foi observada uma mortalidade de 35,4%.
Conclusões: foi constatada a alta prevalência de pacientes sem diagnóstico DRC, que descobriram tardiamente a doença, mas provavelmente já portadores de DRC
e necessitaram de TR. São pacientes na quinta década de vida, com hipertensão, do sexo masculino e sem FAV confeccionada. É necessária maior investigação para
definir melhor o perfil desses pacientes na região.
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AR-67
Mieloma Múltiplo de Cadeia Leve com insuficiência renal aguda- Relato de Caso
Lima KR, Taíra LGN, Andrade CPG, Filho ERS, Neves LMS, Costa WS, Azevedo AC, Pereira AM, Fagundes TC
Hospital Regional de Taguatinga DF, Hospital Regional de Taguatinga DF, Hospital Regional de Taguatinga DF, Hospital Regional de Taguantinga DF, Hospital Regional de
Taguatinga DF, Hospital Regional de Taguatinga DF, Hospital Regional de Taguatinga DF, Hospital Regional de Taguatinga DF, Hospital Regional de Taguatinga DF
Introdução: O Mieloma Múltiplo (MM) é o tumor de células hematopoiéticas da medula óssea, diferenciadas em plasmócitos. A infiltração da medula óssea leva, entre
outros, à destruição óssea e ao dano funcional renal pela formação de paraproteínas. Objetivos: Relatar caso de MM de cadeia leve com apresentação de insuficiência
renal aguda e anemia, não acompanhada de outros achados clássicos, como dor óssea, hipercalcemia e lesões osteolíticas. Casuística e Métodos: Trata-se de estudo descritivo do tipo relato de caso de paciente atendido na Unidade de Nefrologia do Hospital Regional de Taguatinga,DF no período de maio a julho de 2011. Resultados:
Homem de 53 anos, previamente hipertenso com relato de hiporexia, náuseas, vômitos e epigastralgia há um mês, apresentando piora do quadro, associado à hematúria.
Evidenciado aumento de escórias nitrogenadas (uréia 278 e creatinina 13,8) e proteinúria (18060mg/24h), sendo iniciadas sessões de hemodiálise. Apresentava função
renal prévia normal (29/10/10: uréia 23 e creatinina 1,1) e anemia normocítica e normocrômica (13/05/12: hemoglobina 8,78). Biópsia renal realizada em 09/06/11,
com glomérulos normais; presença de cilindros tubulares com IgA, IgM e cadeias leves Kappa e Lambda; alterações degenerativas e regenerativas epiteliais tubulares. A
eletroforese de proteínas (15/06/2011) apresentou-se sem alterações. A dosagem de beta 2 microglobulina foi de 17117 ng/ml (normal até 1730) e a imunofixação sérica e
urinária evidenciaram a presença de proteína monoclonal Kappa isolada. Realizado mielograma em 22/06/2011, com achados compatíveis com MM (presença de 18,5%
de plasmócitos). A radiografia de esqueleto (23/06/11) detectou osteopenia difusa. Foi realizada coloração vermelho congo na biópsia renal, negativa. O tratamento foi
iniciado com altas doses de dexametasona, e depois associado talidomida. Entretanto, paciente não apresentou melhora da função renal, evoluindo com quadro de diarreia
e choque séptico, culminando no óbito em 16/07/11. Conclusão: O quadro de MM do paciente em teve início com Insuficiência Renal Aguda e anemia, diferenciando-se da apresentação clássica inicial com dor óssea, hipercalcemia e lesões osteolíticas. Dessa forma, percebemos a importância da biópsia renal no diagnóstico diferencial
da IRA com proteinúria, devendo sempre serem levantadas as mais diversas hipóteses diagnósticas, incluindo o MM.
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AR-19
Índice DRC: Uma estratégia para detecção clínica de Doença Renal Crônica na Atenção Primária
Penido MGMG, Tavares MS, Rezende CF, de Paula MGP, Freitas JN, Dorim DDR, Duarte NFV, Bilman V, Silva IM, Milanez LA, Costa AJLF, Machado EG
Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte, Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte, Serviço de Nefrologia da Santa Casa de Belo Horizonte,
Serviço de Nefrologia da Santa Casa de Belo Horizonte, Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte, Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte,
Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte, Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte, Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte,
Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte, Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte, Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte
Introdução: A epidemia global de doença renal crônica (DRC) torna o diagnóstico precoce imperativo para a prática clínica. A evolução insidiosa e silenciosa da DRC
torna desejável a utilização de ferramentas clínicas que sejam passíveis de utilização em centros de atenção primária à saúde. Objetivos: O presente estudo avaliou a
viabilidade da aplicação de um índice numérico obtido através de resposta dicotômicas (sim/não) às questões que se seguem e a presença de DRC maior ou igual à
estadio III (presença de diabetes ou ingestão de medicamentos para seu controle; presença de hipertensão arterial ou uso de medicamentos para seu controle; história
familiar de doença renal; idade maior ou igual a 60 anos; circunferência abdominal indicativa de alto risco cardiovascular (>94 cm em homens e 80 em mulheres);
detecção de hematúria e/ou proteinúria em fita para urinálise. Casuística e Métodos: Foram avaliados transeuntes no dia Mundial do Rim, na área do Restaurante
Popular no centro de Belo Horizonte, MG que concordaram em participar do estudo. Foram obtidos dados clínicos e foi feita urinálise por fita e coleta de sangue para
determinação de creatinina e estimativa da taxa de filtração glomerular (TFG) pela fórmula de Cockroft-Gault. Os dados foram compilados em planilha e analisados
pelo SPSS v.18.0. A cada item positivo foi alocado valor de 0,167, implicando em igual distribuição de pesos aos valores obtidos. Resultados: Foram analisados os
resultados completos de 145 indivíduos com idade média 50,5±17,6 anos, sendo 77 mulheres (53%). O IMC médio foi 27,2 ± 4,9; 77 pessoas (53%) referiam idade
igual ou superior a 60 anos; 104 pessoas foram diagnosticadas com DRC estadios II-IV (71%). Avaliando o índice proposto (DRC) e a presença de DRC estadio II
ou maior, a análise através de curva ROC (receiver operating characteristic) mostrou área sob a curva de 0,716 (IC95% 0,617-0,815, p<0,001), indicando sua capacidade de detecção de DRC conforme proposto inicialmente. Uma sensibilidade máxima de 97,1% foi obtida no presente estudo. Conclusões: A elaboração de um
índice passível de uso na Atenção Primária, a partir de informações da anamnese, dados obtidos com uma fita métrica e urinálise por fita mostrou-se possível e útil
para identificar indivíduos com DRC na população estudada. Mais estudos são necessários para validar externamente o índice proposto.
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AR-1
Complicações intradialíticas em crianças
David Sena de Freitas, Maria José Carvalho Santos, Nayanna Sales da Silva, Karla Gardenea Pereira Serra Borges
HUUFMA, HUUFMA, HUUFMA, HUUFMA
Introdução A hemodiálise é um processo terapêutico capaz de remover catabólitos do organismo e corrigir as modificações do meio interno por meio da circulação
do sangue em equipamento idealizado para este fim. Durante o tratamento, o sangue flui, por tubos, para o dialisador; este filtra os resíduos e o excesso de líquidos; a
seguir, o sangue flui por meio de outro tubo e volta para o organismo do paciente. O último censo realizado pela Sociedade Brasileira de Nefro­logia (SBN), referente
aos dados de 2011, aponta que existem atualmente 91 314 pacientes em tratamento renal substituto, destes, 2010, tinham menos de 12 anos. Mesmo com a sofisticação dos equipamentos,em aproximadamente 30% das sessões de hemodiálise pode ocorrer algum tipo de complicação, que in­cluem: hipotensão arterial, cãim­bras,
náuseas e vômitos, cefaleia, dor no peito, dor lombar, prurido, febre e calafrios e outros. Objetivo Conhecer as principais complicações apre­sentadas por crianças
renais crônicas durante as sessões de hemodiálise. Casuística e métodos Estudo transversal, descritivo, retrospectivo, realizado com pacientes menores de 12 anos que
se encontravam em programa de hemodiálise em uma unidade de um Hospital Universitário no município de São Luís-MA, durante o período de fevereiro a abril de
2012, o que correspondeu a 06 crianças e 39 sessões cada uma. Resultados As idades encontradas foram cinco anos (uma criança), seis anos (duas crianças), nove anos
(uma criança) e 10 anos (duas crianças). Com igual proporção entre os sexos feminino e masculino (50%). Dos participantes, três eram pardos, dois eram negros e
um era branco. A complicação aguda mais frequente foi a hipertensão arterial (18 sessões), seguida pela cefaleia (oito sessões), hipotensão (seis sessões), hipoglicemia
e vômitos (cinco sessões). Conclusão Os episódios de hipotensão predominaram nas primeiras duas horas e os episódios de hipertensão ocorreram com distribuição
semelhante durante as quatro horas de diálise. Não houve ocorrência de óbito. Apesar dos avanços ocorridos nos últimos anos, a prevalência das complicações intradialíticas ainda é alta e de difícil prevenção. Portanto, aos profissionais de saúde que atendem esses pacientes, este estudo oferece subsídios na tentativa de minimizar
essas complicações durante o tratamento hemodialítico, além de oferecer o tra­tamento e a assistência adequada.
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J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-82
APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-53
O processo de interdisciplinaridade a partir de um ambulatório de tratamento de doença renal crônica:
contribuições na formação do enfermeiro residente
Cunha LP, Raimundo DR, Ivo GP, Tinoco JP, Oliveira NB, Sampaio MS, Silva FVC
Hospital Universitário Pedro Ernesto - HUPE, Hospital Universitário Pedro Ernesto - HUPE, Hospital Universitário Pedro Ernesto - HUPE, Hospital Universitário Pedro
Ernesto - HUPE, Hospital Universitário Pedro Ernesto - HUPE, Hospital Universitário Pedro Ernesto - HUPE, Hospital Universitário Pedro Ernesto - HUPE
Introdução: “Interdisciplinaridade condiz em uma relação de reciprocidade, de mutualidade (...) de interação, que irá possibilitar o diálogo...”. A complexidade da
DRC justifica o acompanhamento por equipe interdisciplinar, pois seu tratamento compreende múltiplos campos de conhecimento. A residência de enfermagem
é uma estratégia de formação onde a intensa prática ao lado de experts, associada a fundamentação teórica, dão sólida base para desenvolvimento profissional. No
ambulatório de tratamento conservador da função renal o residente está inserido em uma equipe interdisciplinar, que busca atendimento integral para quem enfrenta a doença em fases não dependentes da diálise. Objetivo: Relatar a percepção do enfermeiro residente em nefrologia sobre o trabalho interdisciplinar em um
ambulatório conservador da função renal. Casuística e Método: É um relato de experiência dos residentes diante da vivência no ambulatório conservador da função
renal que atende aproximadamente 500 usuários e conta com médicos, enfermeiros, nutricionistas e assistentes sociais de carreira docente e/ou assistencial. Estudantes de enfermagem, medicina, nutrição e serviço social estão presentes através da residência, extensão universitária e estágio regular da graduação. O atendimento
compreende atividades individuais e em grupo. Em situações específicas é possível observar interconsultas, onde o usuário é atendido por dois ou mais profissionais
simultaneamente. A atuação conjunta é processo em construção, compreendida como experiência enriquecedora, aumentando a interação e troca entre os profissionais, refletindo cuidado mais efetivo.Resultados: No ambulatório o trabalho em parceria gera respeito mútuo e valorização. O residente constrói seu conhecimento
a partir da interação entre os profissionais e da troca de experiências. A ação conjunta gera vínculos entre os residentes, professores e preceptores das diferentes áreas,
resultando em cuidado de maior qualidade. A troca enriquece a aprendizagem, diversifica o conhecimento, resultando em postura mais crítica e indagadora. A escuta
em equipe permite a transformação do olhar para uma visão de cuidado que sobrepassa a doença.Conclusões: A inserção do residente no processo de construção do
conhecimento, através da relação com profissionais de diferentes áreas deve ser objeto do planejamento dos programas de residência, pois será fundamental para um
maior enriquecimento e aprimoramento do cuidado que está sendo prestado.
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APENAS PUBLICAÇÃO NA REVISTA
AR-10
Qualidade de vida e mortalidade em hemodialisados do instituto do rim do norte pioneiro Santo antônio da Platina (PR)
Boselli Jr JR, Mendes CTF, Mansano AMMF, Matni AM, Delfino VDA, Mocelin AJ
Instituto do Rim do Norte Pioneiro, Instituto do Rim do Norte Pioneiro, Instituto do Rim do Norte Pioneiro, Instituto do Rim do Norte Pioneiro, Instituto do Rim do
Norte Pioneiro, Instituto do Rim do Norte Pioneiro
Introdução e objetivos: tem sido reconhecida a necessidade de estudar e intervir sobre a qualidade de vida (QV) dos portadores de doenças crônicas como fator
importante no processo de reabilitação de tais enfermidades, inclusive doença renal crônica; entretanto, ainda não se conhece se fatores relacionados à QV estariam relacionados a sobrevida de pacientes renais crônicos em tratamento hemodialítico. Métodos e casuística: noventa e dois pacientes foram avaliados com
questionário KDQOL-SF em janeiro de 2008; após período máximo de observação de 40 meses, foram comparados os escores observados entre o grupo dos pacientes que foram a óbito com aqueles dos que sobreviveram ao período. Resultados: o grupo dos pacientes sobreviventes apresentou escores KDQOL-SF (64,49
vs 60,95) e de componente físico resumido (CFR) (42,83 vs 39,89) aparentemente melhores quando comparado ao grupo dos que foram a óbito. Conclusão:
baixos índices de QV avaliados pelo instrumento KDQOL-SF podem estar relacionados a maior mortalidade em pacientes submetidos a hemodiálise crônica na
população observada em nosso estudo.
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AR-65
Marcadores práticos de função renal em pacientes com cistinose
Luciana Pache de Faria Guimarães, Maria Helena Vaisbich, Letícia Aparecida Lopes Neri, Nairo Massakasu Sumita
HCFMUSP, HCFMUSP, HCFMUSP, HCFMUSP
Objetivo: Avaliar e correlacionar a cistatina C, creatinina sérica e o clearance de creatinina pela fórmula de Schwartz, em pacientes com cistinose, com diferentes
graus de função renal. Métodos: Foram incluídos pacientes com menos de 18 anos de idade, com diferentes níveis de função renal, de acordo com oKidney Disease
Outcomes Quality Initiative (KDOQI), em estágios 1 a 4. Nenhum dos pacientes estava em terapia de substituição renal. Foram medidos os seguintes parâmetros:
cistatina C, creatinina sérica e clearance de creatinina pela fórmula de Schwartz. Resultados: Foram analisadas 103 amostras de sangue de 26 pacientes. Foi detectada
uma correlação significativa entre creatinina sérica e cistatina c (r = 0,81, p < 0,0001), cistatina C e clearance de creatinina pela fórmula de Schwartz (r = - 0,84, p <
0,0001) e creatinina sérica e clearance de creatinina (r = - 0,97, p < 0,0001). Conclusões: A medida da cistatina não mostrou nenhuma vantagem sobre a creatinina
sérica e o clearance de creatinina pela fórmula de Schwartz, em pacientes com cistinose, para avaliar o ritmo de filtração glomerular. Este é o primeiro relato sobre o
valor da creatinina sérica, do clearance de creatinina pela fórmula de Schwartz, e da cistatina C, em pacientes com cistinose.
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