Jéssica Becker Ferretti

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Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Farmácia
Trabalho de Conclusão de Curso
ESTRATÉGIAS PARA EVITAR ERROS DE MEDICAÇÃO NO
AMBIENTE HOSPITALAR
Autora: Jéssica Becker Ferretti
Orientadora: MSc. Samara Haddad Simões Machado
Brasília - DF
2013
JÉSSICA BECKER FERRETTI
ESTRATÉGIAS PARA EVITAR ERROS DE MEDICAÇÃO NO AMBIENTE
HOSPITALAR
Monografia apresentada ao curso de graduação
em Farmácia da Universidade Católica de
Brasília, como requisito parcial para obtenção
do título de Farmacêutico.
Orientadora: Profª. MSc. Samara Haddad
Simões Machado.
Brasília/DF
2013
CURSO DE FARMÁCIA
COORDENAÇÃO DE TCC
Ciência do Orientador
Eu, Samara Haddad Simões Machado, professora do curso de Farmácia, orientadora
da estudante Jéssica Becker Ferretti, autora do trabalho intitulado “Estratégias para evitar
erros de medicação no ambiente hospitalar”, estou ciente da versão final entregue à banca
avaliadora quanto ao conteúdo e à forma.
Taguatinga: ____/_____/______
Samara Haddad Simões Machado
Monografia de autoria de Jéssica Becker Ferretti, intitulada “ESTRATÉGIAS PARA
EVITAR ERROS DE MEDICAÇÃO NO AMBIENTE HOSPITALAR”, apresentada como
requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Farmácia da Universidade Católica de
Brasília, em 10 de junho de 2013, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo
assinada:
_________________________________________________________
Profª. MSc. Samara Haddad Simões Machado
Orientadora
Farmácia - UCB
_________________________________________________________
Profª. Esp. Débora Santos Lula Barros
Farmácia - UCB
_________________________________________________________
Profª. Esp. Marcela de Andrade Conti
Farmácia - UCB
Brasília
2013
AGRADECIMENTO
Agradeço primeiramente a Deus que através das minhas orações, pude alcançar vários
caminhos que não imaginava conquistar. À minha família pelo incentivo. À Samara Haddad
orientadora pela dedicação e que sempre se colocou a disposição. Aos professores do curso de
Farmácia pela orientação durante todos esses anos. Às minhas grandes amigas que pude fazer
durante o curso: Lívia Furtado, Marianna Maciel e Jéssica Gomes.
RESUMO
Referência: FERRETTI, Jéssica Becker. Estratégias para evitar erros de medicação no
ambiente hospitalar. 2013.77. Monografia (Farmácia) – Universidade Católica de Brasília,
Brasília-DF, 2013.
Os erros relacionados aos medicamentos no âmbito hospitalar estão envolvidos diretamente
com os profissionais de saúde, por consequência da falta de atenção, prescrições mal
elaboradas, dispensação e administração de medicamentos de forma incorreta, gerando a
inadequada atenção ao paciente. O objetivo deste trabalho é revisar estratégias para evitar
erros de medicação no ambiente hospitalar. Trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa,
em que o material pesquisado foi organizado privilegiando-se os aspectos conceituais de erros
de medicação, no intuito de embasar futuras aplicações das estratégias para evitar o seu
surgimento no ambiente hospitalar. Os erros de medicação que ocorrem em hospitais estão
relacionados principalmente com a prescrição (39 a 49%), seguido de erros de administração
(26 a 38%) transcrição (11 a 12%) e/ou dispensação e distribuição de medicamentos (11 a
14%). Para a prevenção dos erros de medicação é necessária à implantação de ações e normas
que envolvam a equipe multiprofissional da saúde e a sua organização. Como principais
estratégias, seriam a presença de sistema de informatização, controle de dispensação de
medicamentos, distribuição de medicamentos de forma a apresentar racionalidade, eficiência,
economia e segurança, presença de farmácia clínica, atenção farmacêutica de forma que suas
funções podem interferir tanto no aspecto administrativo quanto no clínico e criação de um
manual voltado para os profissionais de saúde com ênfase nos profissionais médicos,
enfermeiros e farmacêuticos como forma de seguimento para evitar erros de medicação no
ambiente hospitalar através de práticas do dia a dia. Por isso, este trabalho é de grande
importância para promover a divulgação da problemática descrita, bem como propor
alternativas de prevenção dos erros de medicação.
Palavras-chave: Erros no ambiente hospitalar. Los errores de medicación. Medication error
Prevenção de erros de medicação. Estratégias para evitar erros. Erros da equipe de saúde.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CFF – Conselho Federal de Farmácia
CRF – Conselho Regional de Farmácia
CHS - Carga Horária Semanal
COREN - Conselho Regional de Enfermagem
DCB - Denominação Comum Brasileira
DCI - Denominação Comum Internacional
ESF - Equipe de Saúde da Família
JCAHO - Joint Commission on Acreditation of Healthcare Organizations
MS – Ministério da Saúde
OMS - Organização Mundial da Saúde
OPAS - Organização Pan Americana de Saúde
pH – Potencial Hidrogeniônico
PRM - Problemas Relacionados a Medicamentos
QNQ– National Quality Forum
RAM - Reações Adversas Medicamentosas
RDC – Resolução da Diretoria Colegiada
SBRAFH- Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar
SDMDU- Sistema de Distribuição de Medicamentos por Dose Unitária
SVS - Secretaria de Vigilância em Saúde
UCB - Universidade Católica de Brasília
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................9
2 OBJETIVOS ..................................................................................................................................11
2.1. OBJETIVO GERAL ....................................................................................................................................................11
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................................................................11
3 METODOLOGIA..........................................................................................................................12
4 DESENVOLVIMENTO................................................................................................................13
4.1. ASPECTOS GERAIS DOS ERROS DE MEDICAÇÃO ...........................................................................................13
4.2. TIPOS DE ERROS DE MEDICAÇÃO NO AMBIENTE HOSPITALAR ................................................................14
4.3. INCIDÊNCIA DOS ERROS DE MEDICAÇÃO NO BRASIL E NO MUNDO .......................................................16
4.4. PRINCIPAIS CAUSAS DOS ERROS ........................................................................................................................18
4.4.1. Prescrição.....................................................................................................................................18
4.4.2. Distribuição e dispensação dos medicamentos..........................................................................21
4.4.3. Administração dos medicamentos .... .........................................................................................23
4.4.4. Carga horária dos profissionais da saúde..................................................................................25
4.5. PRINCIPAIS FORMAS PARA EVITAR OS ERROS DE MEDICAÇÃO NO AMBIENTE HOSPITALAR........26
4.5.1. Informatização..................... ..... ...................................................................................................27
4.5.2. Controle de distribuição de medicamentos ... ............................................................................29
4.5.3. Sistema de Distribuição ..... .........................................................................................................31
4.5.4. Farmácia Clínica..........................................................................................................................37
4.5.5. Atenção Farmacêutica.................................................................................................................39
4.5.6. Serviço de Farmacovigilância.....................................................................................................40
4.6. PROPOSTAS DE ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO DE ERROS .........................................................................42
4.6.1. Profissional Médico......................................................................................................................43
4.6.2. Enfermeiro ....... ............................................................................................................................46
4.6.3. Farmacêutico ...... .........................................................................................................................48
4.7. MANUAL DE ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO DE ERROS DE MEDICAÇÃO EM AMBIENTE
HOSPITALAR ...................................................................................................................................................................50
5 CONCLUSÃO................................................................................................................................78
REFERÊNCIAS ...............................................................................................................................79
9
1 INTRODUÇÃO
No âmbito hospitalar os erros de medicação têm sido evidenciados a cada ano como
um fator preocupante para os hospitais e, consequentemente, para sociedade, estando
caracterizados como fatos que podem ser evitados em qualquer fase da farmacoterapia
(COREN, 2011; CAVALLINI, 2010).
Os erros incidem desde a identificação do medicamento até serem administrados ao
paciente, com base em ações cometidas pela equipe multiprofissional da saúde. Os
componentes da equipe são considerados os responsáveis por designar uma condição de
atendimento e cuidado ao paciente de forma sistemática e consistente (SANTOS, 2004;
CAVALLINI, 2010; CIPOLLE, 2006).
De acordo com alguns autores, os erros de medicação que ocorrem com os pacientes
em hospitais estão relacionados principalmente com a prescrição (39 a 49%), seguido de erros
de administração (26 a 38%) transcrição (11 a 12%) e/ou dispensação e distribuição (11 a
14%) (BEIJAMIN, 2003; CAPUCHO, 2011).
Pode-se ressaltar como os principais fatores que induzem os erros no ambiente
hospitalar relacionados com o medicamento a prescrição mal elaborada e ilegível,
ocasionando a incompreensão por parte da equipe de saúde, a dispensação e distribuição de
medicamentos de forma incorreta e sua administração ao paciente, podendo gerar um agravo
aos usuários dos serviços (CAVALLINI, 2010; MIASSO, 2006; COREN, 2011).
Os profissionais da saúde podem ser influenciados pelas falhas na comunicação,
excesso de trabalho e sobrecarga, podendo gerar erros. Porém, esses fatores podem ser
evitados com base em ações, medidas e estratégias que visam à melhora tanto para o hospital
quanto o paciente. Como principais estratégias, seriam a presença de sistema de
informatização, controle de dispensação de medicamentos, distribuição de medicamentos de
forma a apresentar racionalidade, eficiência, economia e segurança, presença de farmácia
clínica e atenção farmacêutica de forma que suas funções podem interferir tanto no aspecto
administrativo quanto no clínico (CAVALLINI, 2010; MIASSO, 2006; SANTOS, 2004;
SILVA; PASSOS; CARVALHOS, 2012).
A prevenção de erros de medicação e promoção da segurança do paciente são assuntos
de extrema importância no sistema de saúde envolvendo diferentes áreas, setores, equipe
multiprofissional, em que as políticas públicas devem aprimorar o sistema de medicação,
10
incluindo estrutura, educação e processos que garantam segurança a população (COREN,
2011; MIASSO, 2006).
A política organizacional dos procedimentos para a prevenção dos erros no âmbito
hospitalar deve envolver os serviços que interferem tanto no aspecto administrativo quanto no
clínico e concentrando principalmente nos profissionais de saúde com ênfase nos profissionais
médicos, enfermeiros e farmacêuticos (CAVALLINI, 2010; ANACLETO, 2006).
A grande demanda de pacientes internados no ambiente hospitalar e a falta de atenção
dos profissionais da saúde tem apontado a constante presença dos denominados erros de
medicação, promovendo assim a inadequada atenção ao paciente, devido às prescrições mal
compreendidas, administração, distribuição e dispensação dos medicamentos de forma
incorreta aos pacientes. Para a prevenção dos erros de medicação apresentados, é necessária a
implantação de ações e normas que envolvam a equipe multiprofissional da saúde. Por isso,
este trabalho é de grande importância para promover a divulgação da problemática descrita,
bem como revisar estratégias de prevenção dos erros de medicação relacionados a prescrição,
implantação de informatização, controle de dispensação, distribuição e administração de
medicamentos, carga horaria, presença da farmácia clinica e atenção farmacêutica e a criação
de um manual voltado para os profissionais de saúde médicos, enfermeiros e farmacêuticos..
Este trabalho organiza-se, após a introdução, pela apresentação de seus objetivos,
descrição do método utilizado na pesquisa, desenvolvimento acerca do tema “Estratégias para
evitar erros de medicação no ambiente hospitalar” seguido de um manual envolvendo o
assunto e, por fim, conclusão sobre o trabalho.
11
2 OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
Revisar estratégias para evitar erros de medicação no ambiente hospitalar.
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· Diferenciar os principais erros de medicação no ambiente hospitalar por meio de dados,
causas e fatores.
· Identificar e detalhar as frequências de ocorrência de erros das prescrições.
· Identificar as principais formas de evitar os erros de medicação no ambiente hospitalar.
· Revisar propostas de estratégias de prevenção de erros voltados para os profissionais
médicos, enfermeiros e farmacêuticos.
· Criar um manual sobre estratégias para prevenção de erros de medicação no ambiente
hospitalar.
12
3 METODOLOGIA
O trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa. Todo o material pesquisado
foi organizado privilegiando-se os aspectos conceituais de erros de medicação, no intuito de
aplicar estratégias para evitar o seu surgimento no ambiente hospitalar.
A metodologia seguida nesse trabalho baseou-se na pesquisa em revistas da saúde,
livros acadêmicos disponíveis na biblioteca da Universidade Católica de Brasília – UCB e
foram pesquisadas notícias aleatórias referentes a erros nos hospitais. A pesquisa também foi
realizada em periódicos nacionais e internacionais da área e foram revisados artigos nas
línguas portuguesa, inglesa e espanhola, em biblioteca eletrônica e bases de dados no
SCIELO, PORTAL DA CAPES, MEDLINE, e BIREME. Os descritores consultados para a
pesquisa foram: “Erros de medicamentos”, “Los errores de medicación”, “Medication error”
”Erros no ambiente hospitalar”, “Evitar erros de medicação”, “Estratégias para evitar erros”,
“Erros da equipe de saúde”. Criou-se um manual apontando as principais informações a cerca
de erros de medicação e propostas de estratégias de prevenção de erros para possível
seguimento dos profissionais da saúde como modelo a cartilha “Entendendo o SUS” do
ministério da saúde publicado no ano 21⁄06⁄2006.
O trabalho organiza-se através de um roteiro para investigação e discussão acerca de
erros de medicação de acordo com o seguinte quadro:
Quadro 01: Roteiro para investigação e discussão acerca de erros de
medicação.
ETAPAS DA ELABORAÇÃO DO TRABALHO
ü Por meio de dados de incidência, causas e fatores
foram caracterizados os principais erros de medicação
no ambiente hospitalar.
ü A partir das identificações dos erros de medicação
foram apontadas as principais causas e consequências
destes erros aos pacientes.
ü Por meio das identificações dos erros de
medicação,foram revisadas propostas de estratégias
de prevenção de erros voltados para os profissionais
de saúde.
ü Criou-se um manual apontando as principais
informações a cerca de erros de medicação e
propostas de estratégias de prevenção de erros para
possível seguimento dos profissionais da saúde.
Fonte: Autoria própria.
13
4 DESENVOLVIMENTO
4.1. ASPECTOS GERAIS DOS ERROS DE MEDICAÇÃO
Erros de medicação são caracterizados como casos previamente analisados que
possam ser evitados, e normalmente realizados com a intenção de acerto, ou seja, acontecem
em situações em que visivelmente tem-se um controle em qualquer fase do uso de
medicamentos, podendo como consequência gerar agravos ao paciente. Erro, diferentemente
de falta ou descuido, pode não ser determinado e ser resultado de ausência de conhecimento
ou má interpretação de um fato (COREN, 2011; SILVA; PASSOS; CARVALHOS, 2012;
WANNMACHER, 2005; CAVALLINI, 2010).
Incidentes devidos a erros apresentam-se com mais frequência durante tratamentos e
procedimentos, sendo especialmente relacionados à prescrição, dispensação e administração
de medicamentos por imprudência ou negligência. Outros erros comuns associam-se à
deficiente informação clínica e falhas no seguimento de protocolos (WANNMACHER,
2005).
Os erros de medicação representam uma infeliz realidade aos profissionais de saúde,
com sérias consequências para pacientes e organização hospitalar. Raros são os profissionais
que possuem consciência da importância que simples gestos ou atos têm sobre a diferença
entre a vida e a morte de uma pessoa, e que as consequências por piores que sejam, podem ser
evitadas (COREN, 2011; MIASSO, 2006).
Compreender a prática de medicação como um sistema exige a identificação dos
componentes necessários para realizar o propósito do tratamento medicamentoso ao paciente.
Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organizations (JCAHO) identificou cinco
processos do sistema de medicação: seleção e obtenção do medicamento, prescrição, preparo
e dispensação, administração de medicamentos e monitoramento do paciente após a utilização
do medicamento. No entanto, estes fatores podem mudar de um hospital para o outro, de
acordo com seu planejamento, organização, estrutura e a equipe multidisciplinar (MIASSO
2006; JCAHO, 2007).
14
4.2. TIPOS DE ERROS DE MEDICAÇÃO NO AMBIENTE HOSPITALAR
Os tipos de erros de medicação constatados podem aparecer desde a identificação do
medicamento até sua administração ao paciente. A prática profissional pode levar a problemas
de comunicação principalmente nas fases de prescrição, dispensação e administração dos
medicamentos, podendo resultar em uma ação indesejada ao paciente (Quadro 02)
(CAVALLINI, 2010; CAPUCHO, 2011; SILVA CASSIANI, 2004).
Quadro 02: Principais erros de medicação de acordo com a prescrição, dispensação e administração.
ERROS DE MEDICAÇÃO
TIPOS DE ERROS
PRESCRIÇÃO
DISPENSAÇÃO ADMINISTRAÇÃO
Paciente
Nome, dados pessoais Nome, dados pessoais Nome, dados pessoais
Via de administração
Prescrição
de
medicamento
Administrar
medicamento por via medicamento
via
incorreta
incorreta
em
determinada
(enteral, parenteral)
Dispensar
na
CAUSAS
Paciente errado,
troca de paciente
Via
de
administração
de
o incorreta
via medicamento e/ou
substância
inadequada
Horário
Distribuir
Prescrever
medicamentos
em
horários diferentes do
proposto
ou
vários
medicamentos em um
mesmo horário
medicamentos (dose
unitária,
individualizada)
em
horários
não
que
esteja de acordo com
a prescrição
Medicamento ou
substância
em
horário que não
esteja de acordo
Administrar
medicamentos no horário com a prescrição,
que não esteja de acordo podem promover
alterações
com a prescrição
fisiológicas
e
patológicas
Dose
Quantidade errada
para mais ou para
Administrar
quantidade
em
doses medicamento
em
menos
incorreta de medicamento determinado
doses desnecessárias
ao paciente
paciente
para os pacientes
Dispensar
Prescrever
desnecessárias
15
Apresentação, embalagem, rótulo
Prescrever
medicamento
que
Confundir
medicamentos
ou Confundir medicamentos
administrar Medicamento
dispensar medicamento ou
ou não esteja de
medicamento que não errado
que não esteja de
esteja de acordo com a
acordo
com
acordo
com
a prescrição
apresentação,
prescrição
embalagem, rótulo
não tenha no local
Manipulação
Forma
de
Prescrever
manipulação do
Preparar
o
medicamento
medicamento
Preparar
o
medicamento
medicamento de forma
podendo
gerar
de forma incorreta
manipulado de forma
consequências
incorreta
incorreta
graves ao paciente
Omissão
Não
prescrever
medicamentos
paciente
para
Não
dispensar
medicamento
o Não
administrar
medicamento
A não utilização
o do medicamento
ou substância
Fonte: Adaptado por Santos, 2004; Cavallini, 2010.
De acordo com o Quadro 02, observa-se que através da prescrição existem várias
questões que podem levar a erros, como por exemplo: prescrições mal compreendidas,
transcrição de prescrição, identificação e anamnese do paciente. Quanto à distribuição de
medicamentos, erros podem advir das apresentações (genéricos, referência, similar), rótulos,
embalagens, dose, vencimento, temperatura, armazenamento. Com base na administração de
medicamentos ao paciente os erros podem estar relacionados na forma de preparo do
medicamento, horário de administração, associação de medicamentos, via de administração,
paciente errado, medicamento não prescrito entre outros. (SANTOS, 2004; CAVALLINI,
2010).
As identificações dos erros de medicação auxiliam tanto na forma como solucionar os
problemas ocorridos e avaliar a segurança do paciente e da qualidade do cuidado prestado
como também poder evitar que estes ocorram novamente (MIASSO, 2006; SANTOS, 2004).
16
4.3. INCIDÊNCIA DOS ERROS DE MEDICAÇÃO NO BRASIL E NO MUNDO
As pesquisas demostram que em hospitais podem-se gerar acentuados erros no
momento de administrar os medicamentos aos pacientes, o que coloca sua vida em risco
(TEIXEIRA, 2010; WANNMACHER, 2005; SILVA, CASSIANI, 2004).
No Brasil, um estudo realizado pela Escola de Enfermagem da Universidade de São
Paulo, campus de Ribeirão Preto, analisou em cinco hospitais públicos a administração de
medicamentos. Os pesquisadores observaram erros em 30% dos casos. Desses, 77,3% dos
erros foram relativos ao horário da administração dos medicamentos. Erros de dosagem
correspondem a 14,4% dos casos, seguidos de trocas na via de administração (6,1%),
medicamento não autorizado (1,7%) e troca de paciente (0,5%). Tais fatos podem gerar
consequências sérias como quadros de reações adversas, podendo gerar até a morte aos
usuários (TEIXEIRA, 2010).
Um estudo brasileiro apontando a incidência de erros com medicamentos analisou
retrospectivamente prontuários de crianças hospitalizadas em três enfermarias pediátricas de
hospital universitário, mostrando 1.717 erros de doses ou diluições, representando 21,1% dos
8.152 fármacos prescritos durante o período de estudo. Erro de omissão que são definidos
como a não comprovação da realização da medicação, negligência por parte dos profissionais
da saúde ou quando o número de doses administradas é menor que o prescrito, refletindo
como sendo os erros mais frequentes (75,7%) (MELO, WANNMACHER, 2005).
Os erros de medicação são considerados um problema mundial. Na Inglaterra, um
levantamento em 19 hospitais apontou que uma em cada dez prescrições contém erros, 1,7%
deles com grande risco de levar o paciente à morte (TEIXEIRA, 2010).
Em um estudo norte-americano, envolvendo 114.746 pacientes ambulatoriais que
receberam 250.024 prescrições de 300 médicos em 78 clínicas, encontraram-se 13 erros por
100 prescrições (WANNMACHER, 2005).
Em estudos abordando prescrições de medicamentos, 47,0% das prescrições escritas à
mão geram erros no nome do paciente, em 33,7% há dificuldades na identificação do
prescritor e 19,3% estão pouco legíveis ou ilegíveis. Ao comparar com as prescrições
informatizadas estes índices podem diminuir, evidenciando uma redução de erros (SBRAFH,
2010).
Um levantamento de erros de prescrição no Baylor University Medical Center
detectou 111,4 erros por 1000 receitas. A maioria correspondeu a erros de dose, seguido de
17
erros de intervalo entre administrações e outros erros não avaliados. Do total de erros, 46%
foram causados por transcrição do médico em sistema computadorizado. Duplicação de
receitas e falta de cruzamento de informação no sistema, acarretaram 35,4% dos erros. Dose
errada e prescrição de fármacos não padronizados ocasionaram 18,6% de erros (SEELEY,
2004; WANNMACHER, 2005).
Em um estudo analisando os tipos e as causas de erros de medicação inseridos na
equipe médica, enfermagem e os profissionais da farmácia, pode-se observar que os tipos de
erros mais comuns relacionados à medicação foram os alistados à prescrição de
medicamentos, com 29% dos resultados, seguidos dos erros relacionados ao horário, com
20,6%, e ao preparo e administração dos medicamentos, com 13,6% (SILVA, CASSIANI,
2004).
Estudo desenvolvido ressaltando os tipos de erros em hospitais e instalações de saúde
identificaram como erros mais frequentes na administração de medicamentos: horário errado
(43%), ou seja, administração do medicamento no horário incorreto, omissão (30%) a não
administração do medicamento certo ao paciente, dose errada (17%) doses inapropriadas de
medicamento administrado ao paciente, e aplicação de medicamento sem autorização (4%),
sendo os erros mais comuns de medicação. Portanto, fatores como distribuição de doses
diferentes das prescritas ou citadas em horários nos quais o paciente está sendo submetido a
procedimentos contribuem para tais erros (MIASSO, 2006).
Fatores mais relevantes encontrados em hospitais a cerca dos erros de medicação
(Quadro 02) são as prescrições mal elaboradas como, por exemplo, a escolha incorreta do
medicamento, doses inadequadas, via de administração, velocidade de infusão errado e
documento ilegível. Através desses fatores apontados ressalta-se a importância e a vantagem
da prescrição eletrônica como uma causa determinante para redução de erros de medicamento
(CAVALLINI, 2010).
Os erros de medicação com menor prevalência abordados no âmbito hospitalar, que
ainda apresentam uma significância são as razões da não adesão aos medicamentos por parte
do paciente e da família, o comportamento inadequado do paciente ou cuidador quanto a sua
participação na proposta terapêutica, ausência de comunicação entre profissionais da saúde, a
falha de registros de medicamentos. É necessário estabelecer meios eficazes de comunicação
entre a equipe multiprofissional e entre os componentes da equipe, paciente e família
(MIASSO, CIPOLLE, 2006;COREN, 2011).
18
4.4. PRINCIPAIS CAUSAS DOS ERROS
A causa do erro pode ser acometida do ponto de vista individual e sistêmico. A
abordagem dos erros no sistema de saúde é, geralmente, realizada de forma individualizada,
considerando os erros como atos inseguros cometidos por pessoas desatentas, desmotivadas
e/ou com treinamento deficiente. Pode-se ressaltar a carga horária exorbitante dos
profissionais da saúde, os erros da prescrição, dispensação, distribuição e administração de
medicamentos como os principais causadores de erros no ambiente hospitalar (Quadro 02)
(ROSA, 2008; MIASSO, 2006).
Os cuidados com medicamentos como a correta análise da prescrição, momento da
distribuição e administração esclarecem bem a necessidade de abordagem sistêmica para
prevenção de erros. Múltiplos são os causadores de erros no processo terapêutico, inclusive o
próprio paciente, que deve ser adequadamente informado e estimulado a participar para que o
erro não ocorra (WANNMACHER, 2005; SANTOS, 2004).
Em um hospital universitário de Goiás, revelou-se que 29,04% de erros de prescrição
de medicamentos são causados por falhas individuais (47,37%) ou do sistema de medicação
(26,98%) (SILVA, CASSIANI, 2004; WANNMACHER, 2005).
Erros de medicação acarretam custos humanos, econômicos e sociais, correspondendo
a gastos altos em cuidados de saúde. Para que haja uma redução nesses fatores é necessário a
implantação de estratégias para se evitarem essas problemáticas, dentre elas seria a
implantação do seguimento farmacoterapêutico e no maior controle de distribuição de
medicamentos. (NOVAES, 2009; WANNMACHER, 2005). A equipe de enfermagem e
médica, atuando nas suas respectivas funções que estão interligados de maneira geral tanto
com a prescrição e o medicamento como também promovendo a qualidade e saúde dos
pacientes (COREN, 2011; BISSON, 2006; SILVA et al., 2007).
4.4.1. Prescrição
As normas que orientam a prática da elaboração da prescrição no Brasil estão
definidas em leis, decretos e códigos como Leis Federais 5.991/73 e 9.787/99 e as RDC
ANVISA nº 80/2006 e 16/2007, Boas Práticas de Prescrição como os denominados na
Resolução CFF 357/2001 e no Código de Ética Médico.
19
A receita é um documento de total responsabilidade de quem prescreve e dispensa o
medicamento, portanto, envolve questões de âmbito legal, técnico e clínico, estando seus
responsáveis sujeitos à legislação de controle e às ações de vigilância sanitária (FTN, 2008).
A receita hospitalar é uma das principais ferramentas para se evitar os erros de
medicação, e aumentar a segurança para os pacientes. A prescrição legível e sua correta
interpretação é umas das principais formas de evitar os erros referentes ao medicamento.
Portanto é necessário que o prescritor tenha a responsabilidade de elaborá-la de forma
completa, inserindo nesta todas as informações necessárias para os profissionais que utilizam
esse documento (ABREU et al., 2006; NÉRI, 2008).
Para que seja elaborada uma prescrição de forma admissível é necessário estar legível
ter os principais componentes: nome do paciente, forma farmacêutica e a nomenclatura dos
medicamentos devem estar de acordo com Denominação Comum Brasileira (DCB), e na sua
omissão, utiliza-se a Denominação Comum Internacional (DCI). A prescrição deve fazer parte
da quantidade total de medicamento (número de comprimidos, drágeas, ampolas, envelopes).
Informações quanto ao uso interno ou externo dos medicamentos, via de administração,
intervalos entre as doses, doses máxima por dia e duração do tratamento são essenciais para
administração do medicamento. São obrigatórios a data explicitada, a assinatura e o carimbo
do prescritor. É recomendável conter endereço e telefone do prescritor, de forma a possibilitar
o contato em caso de dúvidas (MS, 2008; MS, 2004; MASTROIANNI, 2009).
A Prescrição Médica é composta por dados essenciais e facultativos. Dados
Essenciais: 1. Cabeçalho: impresso que inclui nome e endereço do profissional ou da
instituição onde trabalha (clínica ou hospital); registro profissional e número de cadastro de
pessoa física ou jurídica, podendo conter, ainda, a especialidade do profissional. 2.
Superinscrição: constituída por nome e endereço do paciente, idade, quando pertinente, e sem
obrigatoriedade do símbolo RX, que significa: “receba”; por vezes, esse último é omitido, e,
em seu lugar, se escreve: “uso interno” ou “uso externo”, correspondentes ao emprego de
medicamentos por vias enterais ou parenterais, respectivamente. 3. Inscrição: compreende o
nome do fármaco, a forma farmacêutica e sua concentração. 4. Subscrição: designa a
quantidade total a ser fornecida; para fármacos de uso controlado, essa quantidade deve ser
expressa em algarismos arábicos, escritos por extenso, entre parênteses. 5. Adscrição: é
composta pelas orientações do profissional para o paciente. 6. Data e assinatura. Dados
Facultativos: Peso, altura, dosagens específicas como usadas na Pediatria. O verso do
receituário pode ser utilizado para dar continuidade à prescrição, aprazamento de consulta de
20
controle, e para as orientações de repouso, dietas, possíveis efeitos colaterais ou outras
informações referentes ao tratamento (Figura 01) (MADRUGA, 2009).
Figura 01: Exemplo de prescrição de receita, apresentando anverso e verso.
Fonte: Madruga, 2009.
A terapêutica medicamentosa sofre variação inter e mesmo intra-individual. Os
médicos precisam ter conhecimento sobre as fontes de tais variações para prescrever os
fármacos com segurança e eficácia. As variações podem ser causadas por diferentes
concentrações do fármaco nos locais de ação ou pelas diferentes respostas a mesma
concentração do fármaco. As variações podem ocorrer devido a diferenças de absorção,
distribuição, metabolismo, pH e excreção, como também fatores genéticos, doenças, idade,
sexo e interações medicamentosas (RANG, 2007; ROQUE, 2009).
Os erros de prescrição são definidos como erros decisivos, não propositados ou de
escrita no caso das prescrições não informatizadas, e que podem reduzir a possibilidade do
tratamento ser efetivo ou aumentar o risco de dano ao paciente (ROSA, 2009; SILVA;
PASSOS; CARVALHOS, 2012).
21
De acordo com OMS (2002) e COREN (2011, p. 08), a presença dos seguintes fatores
pode levar aos erros de prescrição: escolha incorreta do medicamento, dose do medicamento,
via de administração, velocidade de infusão do medicamento, forma de apresentação do
medicamento, prescrição ilegível, prescrição incompleta, período de tratamento, interações
medicamentosas, duração do tratamento, falta de ajustes para fatores clínicos, genéticos,
ambientais e outros.
Os prescritores devem apresentar o conhecimento dos medicamentos indicados sendo
fundamentados nas evidências clínica para ter a decisão terapêutica mais correta, de maneira a
buscar maiores níveis de segurança, eficácia e custo-efetividade comparado assim a outras
opções terapêuticas para o paciente. A análise das prescrições pela atividade da equipe
farmacêutica e da enfermagem é de grande importância para reduzir risco de algum erro ao
paciente ser elevado adiante (FRÖHLICH, 2006; CRUCIOL-SOUZA, 2008).
4.4.2. Distribuição e dispensação dos medicamentos
De acordo com a Lei 5.991, de 17 de dezembro de 1973 que dispõe sobre o Controle
Sanitário do Comércio de Drogas, Medicamentos, Insumos Farmacêuticos e
Correlatos, e dá outras Providências, a dispensação é o ato de fornecimento ao
consumidor de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, a título
remunerado ou não (BRASIL, 1973, p. 2).
Um sistema de distribuição de medicamentos requer uma investigação que possa
garantir eficiência, efetividade, economia e segurança e estes devem estar de acordo com o
esquema terapêutico prescrito para o paciente (CAVALLINI, 2010; MAIA NETO, 2005).
De acordo com SBRAFH (2005, p. 51 a 52) a dispensação de medicamentos tem
como objetivo: garantir o cumprimento da prescrição, racionalizar a distribuição dos
medicamentos, garantir a administração correta do medicamento, diminuir os erros
relacionados com a medicação (administração de medicamentos não prescritos, troca
da via de administração, erros de doses, entre outros.), monitorizar a terapêutica,
reduzir o tempo dos enfermeiros dedicados às tarefas administrativas e manipulação
dos medicamentos e racionalizar os custos com a terapêutica.
Para a escolha do sistema a ser implementado no hospital, deve-se seguir critérios de
acordo com aspectos administrativos e econômicos como: o controle de estoque, a
padronização, contratação de profissionais qualificados e, consequentemente, a inclusão de
uma equipe capacitada de recursos humanos para o exercício das devidas funções que
envolvem o ambiente hospitalar (CAVALLINI, 2010).
22
O sistema de distribuição de medicamentos é dividido em quatro tipos: misto, coletivo,
individualizado e dose unitária. O sistema misto é quando no mesmo hospital adota-se mais
de um tipo de sistema. No sistema coletivo o médico faz a prescrição, a enfermagem
transcreve as prescrições, o pedido é encaminhado em nome da unidade, a farmácia separa
materiais e medicamentos, a enfermagem recebe o pedido e armazena os itens na enfermaria.
Por fim a enfermagem separa o pedido por paciente e por dose e administra ao mesmo
(CAVALLINI, 2010; MAIA NETO, 2005).
O sistema coletivo apresenta mais desvantagens que vantagens, devido a farmácia não
participar efetivamente de todo o processo, e assim a equipe de enfermagem se torna
responsável pelo serviço, podendo gerar consequências que vinculam tanto o hospital quanto
o paciente, como perdas econômicas devido a falta de controle (desvio, falta de atenção, má
condições de armazenamento e outros), facilidade de acesso aos medicamentos por qualquer
pessoa, aumento de estoque dos medicamentos nas unidades assistenciais e na farmácia
hospitalar (CAVALLINI, 2010; MAIA NETO, SBRAFH, 2005).
No sistema individualizado o médico prescreve, a farmácia tem acesso a prescrição e
separa os meterias e medicamentos por paciente e leito (período de 24 horas), a enfermagem
recebe e confere a prescrição, logo após administra ao paciente e por fim faz a devolução dos
medicamentos não administrados (CAVALLINI, 2010; MAIA NETO, 2005).
O sistema individualizado apresenta mais vantagens em comparação com o coletivo
desde que o farmacêutico atue no processo, pois este sistema aumenta a segurança a cerca do
medicamento, diminui os riscos de interações, racionaliza melhor a terapêutica, reduz os
desperdícios, entre outros fatores. Este representa um avanço na conquista de garantia e
segurança quanto à prescrição, podendo levar os farmacêuticos optarem pelo sistema
individualizado que satisfaz aos objetivos principais da distribuição antes de implantar a dose
unitária que potencializa a racionalização, eficiência, economia e segurança ao usuário do
medicamento (CAVALLINI, 2010; SBRAFH, MAIA NETO, 2005).
No sistema de distribuição de medicamentos por dose unitária, a solicitação de
medicamentos é feita a partir da prescrição (sistema informatizado ou manual), por paciente e
para um período de 24 horas. A medicação é preparada em dose e concentração determinadas
na prescrição médica, sendo administrada ao paciente diretamente de sua embalagem
“unitarizada”, ou seja, “dose prescrita como dose de tratamento a um paciente em particular,
cujo envase deve permitir administrar o medicamento diretamente ao paciente” (D’Alessio &
Aguilar, 1997; ASHP , 2002)
23
A distribuição pode provocar oportunidades de erros de administração de
medicamentos (dose errada, medicamento errado, via errada, entre outros) e estes podem ser
prevenidos pelos profissionais da saúde (médicos, enfermeiros e farmacêuticos). Esses
profissionais em qualquer fase da farmacoterapia são responsáveis pelas consequências que
podem ocorrem com o medicamento até esse ser administrado ao paciente. Estes erros de
podem ser adotados como um indicador da qualidade do serviço prestado pela equipe da
saúde (ANACLETO, 2006).
De acordo com COREN (2011; pag. 10) a inadequada presença dos seguintes fatores
leva aos erros de distribuição: local de armazenamento do medicamento, distribuir
medicamento errado, distribuir medicamento por via de administração inadequada, distribuir
medicamento em dose imprópria, distribuir medicamentos com rótulos diferentes.
Estudo realizado em farmácia de dispensação hospitalar analisou o erro de
dispensação como sendo relacionado com a falha de comunicação, distração e interrupção,
uso de informação incorreta e ultrapassada, falta de conhecimento do paciente sobre fármacos
que lhe são prescritos, além de problemas ligados ao ambiente físico, à sobrecarga de trabalho
e à embalagem similar de diferentes apresentações comerciais dos medicamentos
(ANACLETO; 2006; WANNMACHER, 2005).
A equipe da farmácia é a responsável pela dispensação de medicamentos com
precisão, dessa forma deve dispensar os medicamentos de acordo com a prescrição médica,
nas quantidades e especificações solicitadas, de maneira segura e no prazo requerido,
promovendo o uso seguro e correto de medicamentos e correlatos (ANACLETO, 2006).
Acredita-se que na farmácia do hospital o sistema de distribuição de medicamentos é
um importante componente a ser observado durante uma inspeção, pois está envolvido na
qualidade dos serviços prestados no hospital como um todo. Assim a importância em reduzir
os erros é fundamental para que haja o aumento de aceitação da farmácia juntamente com a
direção do hospital e a equipe de saúde (NETO MAIA, 2005).
4.4.3. Administração dos medicamentos
A realização do sistema de medicação demanda um conhecimento técnico-científico
por parte da equipe de enfermagem, por serem os responsáveis pela administração ao paciente
nas fases relacionadas ao horário, o preparo e a administração adequada para as medicações,
monitorando potenciais interações medicamentosas e os efeitos das medicações prescritas.
24
Portanto, é necessário que haja organização, concentração e ações para a administração segura
de medicamentos (SILVA; PASSOS; CARVALHOS, 2012).
De acordo com COREN (2011, p. 16, 24 e 25) a presença dos seguintes fatores leva
aos erros de administração dos medicamentos: forma de preparo do medicamento,
administração do medicamento por via diferente da prescrita, horário de administração do
medicamento, administração de medicamento ao paciente errado, administração de
medicamento não prescrito, associação de medicamentos física ou quimicamente
incompatíveis, utilização de prescrição desatualizada, administração de medicamento não
autorizado pelo médico, falha nos equipamentos ou problemas com acessórios da terapia de
infusão, administração do medicamento em velocidade de infusão incorreta, falha na técnica
de assepsia, administração do medicamento em local errado.
Dentre os itens descritos outro fator que pode ressaltar como erro relacionado à
administração do medicamento é a falta de orientação na alta do paciente por meio do
profissional da saúde. Podendo ocorrer o uso inadequado de medicações, devido às poucas
informações fornecidas, tornando-se um fator que predisponha o erro ao invés de servir como
um auxilio para evitá-lo (SILVA; PASSOS; CARVALHOS, 2012).
A administração de medicamentos previne o erro através da conferência dos “cinco
certos”: medicamento certo, paciente certo, dose certa, via de administração certa e horário
certo. Desses itens, o “paciente certo” aparece como um desafio para os profissionais,
exigindo mais atenção e cuidado perante o paciente (SILVA; PASSOS; CARVALHOS,
2012).
Para se evitar erros, a administração de medicamentos apresenta metas, essas têm
como objetivo garantir a coerência nas associações medicamentosas. Os medicamentos
administrados devem manter as suas propriedades e a segurança, assim como garantir o tempo
de infusão como preconizado de acordo com cada medicamento e que as reações adversas
medicamentosas (RAM) sejam ao máximo controladas (COIMBRA, 2002; SILVA; PASSOS;
CARVALHOS, 2012).
Desta forma as características essenciais de uma conduta de cuidado ao paciente e
relacionado ao medicamento seria o respeito mútuo, honestidade, comunicação aberta,
cooperação, sensibilidade, colaboração entre paciente e profissional, empatia, confiança,
competência, oferecer segurança, dar prioridade ao paciente, assumir a responsabilidade das
intervenções, entre outros fatores, que são importantes e devem ser induzindo no cuidado da
saúde (CIPOLLE, 2006).
25
4.4.4. Carga horária dos profissionais da saúde
De acordo com a Portaria nº 2.027, de 25 de agosto de 2011 a carga horária dos
profissionais de saúde é determinada em 40 (quarenta) horas semanais, exceto os
profissionais médicos, sendo necessária a dedicação mínima de 32 (trinta e duas)
horas da carga horária para atividades na ESF (Equipe de Saúde da Família) e até 08
(oito) horas do total da carga horária para prestação de serviços na rede de urgência
do município ou para atividades de especialização em saúde da família, residência
multiprofissional e/ou de medicina de família e de comunidade, bem como
atividades de educação permanente, tudo conforme autorização do gestor (MS, 2011
p. 1)
Visto que os profissionais da saúde excedem os horários de trabalho, conciliam
diversas cargas horárias em diferentes hospitais, resultando em estresse, cansaço, falta de
concentração, entre outros fatores e, consequentemente, prejudica na administração de
medicamentos e atenção ao paciente, podendo gerar erros de medicação (CAVALLINI, 2010;
MIASSO, 2006).
A falta de atenção é um atributo das causas dos erros, vinculando a ideia de que o
profissional, e não o sistema é o responsável. Essa cultura determina, também, punições como
relatórios, advertências, entre outros (MIASSO, 2006).
Muitos estudos têm responsabilizado os profissionais da saúde pela maioria dos erros
na medicação, indicando que os enganos ou lapsos são as causas mais frequentes de erros. Os
profissionais geralmente culpam a si mesmos pelos erros, deixando de lado a visão de que o
sistema em que estão envolvidos pode, também, colaborar para sua ocorrência (MIASSO,
2006; SILVA; PASSOS; CARVALHOS, 2012).
O excesso de trabalho, a falta de interação da equipe, o volume de tarefas, a carga
horária pesada, as falhas na comunicação e os pacientes utilizando diversas medicações
devem ser levados em conta e deve ser evitado para a integração dos setores entre os
profissionais que são citadas como determinantes na ocorrência dos erros (MIASSO, 2006;
CAVALLINI, 2010).
26
4.5. PRINCIPAIS FORMAS PARA EVITAR OS ERROS DE MEDICAÇÃO NO
AMBIENTE HOSPITALAR
De acordo com a Portaria nº 4.283, de dezembro de 2010, Dentro da visão da
integralidade do cuidado, a farmácia hospitalar, além das atividades logísticas
tradicionais, deve desenvolver ações assistenciais e técnico-científicas, contribuindo
para a qualidade e racionalidade do processo de utilização dos medicamentos e de
outros produtos para a saúde e para a humanização da atenção ao usuário. Esta
atividade deve ser desenvolvida, preferencialmente, no contexto multidisciplinar,
privilegiando a interação direta com os usuários. As ações do farmacêutico
hospitalar devem ser registradas de modo a contribuírem para a avaliação do
impacto dessas ações na promoção do uso seguro e racional de medicamentos e de
outros produtos para a saúde. O elenco de atividades farmacêuticas ofertadas
depende da complexidade dos hospitais, bem como da disponibilidade de tecnologia
e recursos humanos (BRASIL, 2010, p. 4).
Quando discute-se a respeito de erros, logo tenta-se busca saber quem cometeu tal ato.
Os erros são vistos como consequência de fatores sistêmicos, sendo recorrentes no local de
trabalho em qualquer área, portanto a sugestão seria modificar a forma como se executa o
trabalho, ao invés de tentar modificar o ser humano (CAPUCHO, 2011; CHIAVENATO,
2009).
Poderia ser viável uma orientação da estruturação de processos que possa melhorar os
serviços aos pacientes, como a implantação de serviços informatizados de prescrições
eletrônicas, adequação dos sistemas de distribuição de medicamentos de forma setorial
visando à implantação de dose individualizada ou unitária e redução na carga horária dos
profissionais da saúde, presença da farmácia clínica e a atenção farmacêutica, serviço de
farmacovigilância são fundamentais no processo de minimização de erros ao paciente, de
forma que suas funções interferem tanto no aspecto administrativo quanto no clínico.
(ANACLETO; 2006).
A política organizacional dos procedimentos para a prevenção dos erros no âmbito
hospitalar deve envolver não só o serviço de farmácia, mas também outros serviços, como a
medicina e a enfermagem. Os recursos organizacionais devem ser adequadamente
administrados inserindo treinamentos desde o nível microscópico até o macroscópico. Os
treinamentos são processos educacionais que visam as mudanças de comportamento com o
intuito de envolver transmissão de informações, desenvolvimento de habilidades, de atitudes e
conceitos (CAVALLINI, 2010; ANACLETO; 2006; CHIAVENATO, 2009).
Ações e estratégias bem planejadas devem ser implementadas para impedir a
ocorrência de erros de medicação, promovendo assim a qualidade do sistema assistencial
prestada nas unidades de saúde (CRUCIOL-SOUZA, 2008).
27
4.5.1. Informatização
Nos dias atuais a informatização ainda não é implantada de modo geral em todos os
hospitais do Brasil, tornando assim os dados emitidos de forma manual sendo realizados de
maneira inadequada, dificultando a localização de informações quando necessária, além de
consumir tempo e possibilitar informações erradas. Porém é de grande importância para a
qualidade dos serviços que envolvam a farmácia, o enfermeiro e a equipe médica, pois a
informatização do sistema é uma ferramenta que deve ser empregada para que haja a
diminuição de eventos adversos e erros com a medicação, redução de tempo de trabalho,
maior confiabilidade e rapidez na produção de informações (CAVALLINI, 2010;
ANACLETO, 2006).
Estudos epidemiológicos advertem que uma boa parte dos erros com medicação está
relacionada às prescrições de medicamento e, para tal problema, a melhor forma para se evitar
seria o desenvolvimento e implantação de um sistema informatizado de prescrição médica
eletrônica para evitar ao máximo as prescrições escritas à mão (CAVALLINI, 2010;
ANACLETO, 2006; ROSA, 2009).
O sistema de identificação de pacientes, medicamentos e materiais médicos
hospitalares por código de barras, que significa uma marcação gráfica caracterizada por uma
sequência de barras paralelas claras e escuras, cuja combinação representa caracteres alfa
numéricos que oferecem informações específicas. O código de barra tem como objetivo
padronizar informações, obter rapidez ao atendimento e aperfeiçoar o controle de
informações. Para o sistema de distribuição de medicamentos robotizados, sua utilização é
indispensável, de modo que no controle de estoque é utilizado frequentemente. Embora
apresente um custo elevado, pode acrescentar informações de extrema importância como a
entrada, a distribuição e administração de medicamentos no hospital, o controle de validade e
lotes no armazenamento, reduzindo assim erros de medicação (CAVALLINI, 2010; NETO,
MAIA, 2005).
Há um amplo volume de informações sobre os medicamentos como as apresentações
comerciais, marcas e fármacos que torna impossível para os profissionais da saúde conseguir
evitar os erros de medicação se não houver a sua disposição um banco de dados com fontes de
informações eletrônicas ou um sistema informatizado (CAVALLINI, 2010; MASTROIANNI,
2009).
28
As principais vantagens da implementação de um sistema informatizado de prescrição
eletrônica nos hospitais é melhorar a segurança dos dados sobre os medicamentos, acesso a
padronização dos medicamentos, rapidez, legibilidade e simplificação do processo de
prescrição, diminuição do custo de medicação, facilidade de informações entre os
medicamentos a serem prescritos (doses, posologias, vias de administração, interações),
melhor terapêutica e consequentemente a diminuição de erros de medicação, maior integração
entre os profissionais da saúde, logo diminuição de desgastes pelo não comprimento ou
extravio de documentos e prescrições (CAVALLINI, 2010; ANACLETO, 2006).
Apesar das diversas vantagens que a implantação de um sistema informatizado de
prescrição médica eletrônica apresenta, existem também algumas desvantagens como a falta
de capacitação na área de informática por parte dos profissionais da saúde, situação financeira
do hospital, rejeição pela equipe de saúde com a presença de inovação e adequação de
sistemas, falta de rigidez e padronização dos processos e sistemas. Para que estes problemas
possam ser resolvidos às sugestões seriam a montagem de um software especifico,
treinamentos e suporte técnico aos usuários, padronização das rotinas e dos processos
(CAVALLINI, 2010).
Nos processos de informatização a intenção seria que as instituições hospitalares
transformassem de forma a moderniza-las e modifica-las tanto os aspectos gerenciais quanto o
pensamento dos profissionais da área da saúde, para que a tecnologia possa ser implementada
em grande parte dos hospitais (MALTA, 2011; CAVALLINI, 2010).
Diante de tantos avanços tecnológicos na sociedade, o ideal seria adotar todos os
meios oportunos e disponíveis para preservar os pacientes que são atendidos diariamente nos
hospitais. Com base na discussão a respeito da segurança no processo de uso do
medicamento, é recomendada a informatização e a automação como meios para se evitar erros
e eventos adversos, um mecanismo amplamente disponível e eficiente como fonte de
segurança (MALTA, 2011).
No processo de informatização existe a presença de rastreabilidade que trata de um
aparelho de identificação que da origem do produto desde as matérias primas utilizadas,
processo de produção, distribuição no mercado, até o consumo. No âmbito hospitalar, é a
capacidade do hospital em monitorar o recebimento, distribuição, dispensação e
administração mantendo-se o controle sobre lote e validade dos medicamentos nestes
processos (Figura 02) (MALTA, 2011)
29
Figura 02: Aparelho utilizado para rastreabilidade de medicamentos.
Fonte: Malta, 2011.
Com a presença da rastreabilidade de medicamentos, no momento da leitura do
código, o sistema importa automaticamente os dados de lote e validade e elimina a
possibilidade de erro no registro destes dados no sistema de gestão de estoques. A simples
proposta do uso de código de barras torna o uso de medicamentos mais seguro, encarregando
à tecnologia um processo que é imensamente sujeito a falha quando limitado a procedimentos
e controles administrativos (MALTA, 2011).
Por diversas vezes os responsáveis pelas farmácias hospitalares encontram
dificuldades que impedem o desenvolvimento de projetos de rastreabilidade ou por motivos
financeiros ou falta de apoio da empresa. Entretanto, vale destacar que existem soluções para
as questões financeiras, pois existem diversos valores de sistemas disponíveis, e os custos
gerados pelo erro e o tempo de mão de obra gastos com tarefas que não acrescentam valor e
só oferecem mais riscos, são fatores que naturalmente demonstram o rápido retorno do
investimento (MALTA, 2011).
4.5.2. Controle de distribuição de medicamentos
Para que seja garantido o sucesso da implantação e controle de um sistema de
distribuição na área hospitalar, diversos fatores devem ser analisados, tais como: o tipo de
hospital (privado ou público), o tipo de serviço (geral ou especializado) e os recursos
disponíveis (humanos, materiais e econômicos). É necessário verificar a estrutura
30
organizacional e física do hospital, analisar a qualificação do corpo funcional, suas
competências e as funções que desempenham para obter uma melhor assistência a saúde,
garantir eficiência, economia e segurança (CAVALLINI, 2010; ORTIZ, 2004; ANACLETO,
2006).
Existem várias vicissitudes dentro dos hospitais que dificultam as mudanças de
melhora que se deseja realizar, sobretudo quando se trata de um controle mais rigoroso sobre
aquisição, armazenamento e distribuição de medicamentos. Os desvios e a má administração
de uso de medicamentos representam a cada vez mais questionamentos que devem ser
resolvidos (NETO MAIA, 2005).
O controle de dispensação de medicamentos no âmbito hospitalar é responsabilidade
da equipe da farmácia que são os responsáveis pela distribuição da medicação com precisão, e
para isso é necessário desenvolver e seguir procedimentos operacionais que previnam erros e
garantam que os medicamentos sejam distribuídos com segurança aos pacientes. Para isso os
passos a seguir são considerados fundamentais para promoção de uma dispensação adequada
(ANACLETO, 2006; COREN-SP 2011):
· Armazenar medicamentos em locais seguros e diferenciados daqueles medicamentos
que possam causar erros irreversíveis, organizando-os por ordem alfabética segundo a
denominação (genérica; similar e referência), prateleiras, armários e gaveteiros organizados
de acordo com a forma farmacêutica, colocando em áreas separadas: sólidos, orais, líquidos,
injetáveis de pequeno volume e de grande volume e medicamentos de uso tópico; implantação
de normas de conferência dos medicamentos armazenados para evitar que sejam guardados
em locais errados ou misturados com outros itens.
· Disponibilizar local adequado para distribuição de medicamentos, sem fontes de
distração e que proporcione pouca ou nenhuma interrupção.
· Adotar sistema de distribuição de medicamentos por dose unitária e⁄ou
individualizada.
· Dispensar a medicação e a prescrição juntas durante todo o processo, este
procedimento é importante na prevenção de trocas de medicamentos, evitando que o
medicamento prescrito para um paciente seja dispensada para outro.
· Comparar o conteúdo da medicação com a informação do rótulo e a prescrição.
· Registrar o código de identificação do produto prescrito em sistema informatizado,
este registro permite a verificação automatizada da prescrição e dos medicamentos separados
para dispensação.
31
· Reduzir a complexidade, simplificando e padronizando procedimentos, diminuir o
número de passos ou etapas no processo de trabalho, limitar a variedade de medicamentos,
equipamentos, suprimentos e regras no processo de trabalho.
· Antecipar e analisar os possíveis riscos derivados de mudanças nos processos de
trabalho, para prevenir erros antes e não depois que ocorram.
· Desenvolver e implementar programas de educação centrados na segurança do
paciente que incluam informações sobre uso de novos medicamentos e treinamento da equipe
multiprofissional nas diferentes etapas do sistema de medicação.
· Incluir um farmacêutico clínico na equipe multidisciplinar que verifique a adequação
da prescrição e a dose do medicamento e que esteja disponível para esclarecimento de dúvidas
nas outras etapas do processo de medicação.
· Efetuar a conferência final da prescrição com o resultado da dispensação utilizando
automação, como código de barras, em caso de não haver informatização a conferência deve
ser manual.
Para que haja o cumprimento de práticas seguras no habitual de uma farmácia
hospitalar é necessária uma supervisão farmacêutica que envolva todas as etapas do trabalho
farmacêutico, assim como uma análise minuciosa dos medicamentos a serem dispensados,
gerar atividades que possam garantir eficiência, eficácia, economia e segurança. Para o bom
êxito do controle da dispensação de medicamentos seria o controle de estoque, a padronização
de medicamentos e produtos afins, envolvimento de recursos humanos capacitados para o
exercício das funções e controle da qualidade dos processos seguidos (CAVALLINI, 2010;
NETO MAIA, 2005; ANACLETO, BISSON, 2006).
4.5.3. Sistema de Distribuição
De acordo com a Portaria nº 4.283, de dezembro de 2010, A implantação de um
sistema racional de distribuição de medicamentos e de outros produtos para a saúde
deve ser priorizada pelo estabelecimento de saúde e pelo farmacêutico, de forma a
buscar processos que garantam a segurança do paciente, a orientação necessária ao
uso racional do medicamento, sendo recomendada a adoção do sistema individual ou
unitário de dispensação (BRASIL, 2010, p. 2).
O sistema de distribuição de medicamentos de um hospital deve estar de acordo com o
esquema terapêutico prescrito garantindo segurança, economia, eficiência e ser racional. O
sistema deve atender a todas as áreas do hospital onde são utilizados medicamentos e
produtos para saúde (MAIA NETO, 2005; CAVALLINI, 2010).
32
De acordo com a OPAS - Organização Pan Americana de Saúde, os principais
objetivos de uma distribuição de medicamentos é reduzir erros de medicação, racionalização,
aumentar o controle sobre os medicamentos, reduzir os custos com medicamentos e aumentar
a segurança para os pacientes (OPAS/OMS, 1997).
Para viabilizar um sistema de distribuição de medicamentos individualizado ou um
sistema de distribuição por dose unitária é necessário acima de tudo fracionar os
medicamentos e segundo a RDC nº. 67, de 8 de outubro de 2007, esclarecendo que o
fracionamento é um procedimento que integra a dispensação de medicamentos na forma
fracionada efetuado sob a supervisão e responsabilidade de profissional farmacêutico
habilitado, para atender à prescrição ou ao tratamento correspondente nos casos de
medicamentos isentos de prescrição, caracterizado pela subdivisão de um medicamento em
frações individualizadas, a partir de sua embalagem original, sem rompimento da embalagem
primária, mantendo seus dados de identificação. Para que o medicamento seja fracionado é
necessário que o mesmo passe pelo processo de identificação e rotulagem, que as embalagens
utilizadas neste processo possam garantir a integridade, estabilidade e eficácia. Torna-se
necessário a participação e o comprometimento de toda a equipe de saúde envolvida:
médicos, farmacêuticos e enfermeiros (FREITAS, 2004).
Sistema de distribuição por dose individualizada
No sistema de distribuição de medicamentos por dose individualizada a farmácia
recebe a prescrição médica de cada paciente por um sistema informatizado ou uma cópia da
mesma em mãos. Então, o farmacêutico prepara ou supervisiona o técnico de farmácia que
preparará as doses que serão encaminhadas para enfermagem que irá administrar o
medicamento ao paciente, e logo após avaliação do paciente pelo médico e o farmacêutico
clínico (Figura 03) (NETO, MAIA, 2005; CAVALLINI).
O processo de preparação dos medicamentos para serem distribuídos pode ser
totalmente manual ou com o apoio de diversos equipamentos semiautomáticos. Sempre que
possível essa preparação deverá ser apoiado com equipamentos semiautomáticos, pois se
torna assim possível: reduzir os erros; reduzir o tempo destinado a esta tarefa; melhorar a
qualidade do trabalho executado, racionalizar os diversos estoques nas unidades de
distribuição (SBRAFH, 2005).
As doses poderão ser utilizadas por um período de até 24 horas, como é desejável. Aos
fins de semana terão de ser distribuídos os medicamentos para o período de 48 ou 72 horas.
33
Estas serão encaminhadas para cada unidade assistencial de forma a serem administradas
diretamente ao paciente no seu respectivo leito (NETO, MAIA; SBRAFH 2005,
CAVALLINI, 2010).
Figura 03: Fluxograma por dose individualizada.
Fonte: Adaptado por SBRAFH, 2005.
Com o auxílio e supervisão adequada do farmacêutico, o sistema por dose
individualizada passa a ter algumas vantagens, pois a atuação do profissional farmacêutico
minimizar alguns fatores devido à condição de analisar as prescrições e os esquemas
terapêuticos informando ao médico os problemas relacionados à interação medicamentosa,
dosagens excessivas ou inadequadas e outros fatores de suma importância, bem como ter a
segurança de manipular as doses prescritas pelo médico, diminuindo a possibilidade de erros
na dispensação, redução de estoque nos setores, atendimento da medicação por um período de
24 horas, redução do tempo gasto pela enfermagem, possibilidade de devolução a farmácia
dos medicamentos que não foram utilizados (NETO, MAIA; 2005, CAVALLINI, 2010).
Porém este sistema ainda apresenta algumas desvantagens relevantes como indício de
aumento de erros de administração das doses por ineficiência própria dos procedimentos
34
utilizados para preparar a tabela de administração de doses, controle e registro no prontuário
médico; tempo gasto pela enfermagem para separar as dosagens para os pacientes; desperdiço
por falta de conservação adequada onde são estocados. Algumas desvantagens podem ser
consideradas pela administração do hospital do ponto de vista técnico que é gerado através do
aumento das atividades da farmácia, investimento inicial, aumento de recursos humanos e de
infraestrutura da farmácia (NETO, MAIA; 2005, CAVALLINI, 2010).
O fato da participação do farmacêutico neste sistema determina um cuidado mais
amplo. Entretanto nenhuma tecnologia em particular é levada em consideração na preparação
da dose individualizada, pois não há motivos para promover um trabalho mais determinado,
pelos funcionários que desempenham suas tarefas na Farmácia (NETO, MAIA; 2005).
Sistema de distribuição por dose unitária
O Sistema de Distribuição de Medicamentos por Dose Unitária (SDMDU) é um
método farmacêutico de dispensação e controle de medicamentos em instituições de saúde, e
pode diferir na sua forma de execução, dependendo das condições e necessidades
institucionais. Neste, os medicamentos são contidos em embalagens unitárias, dispostos
conforme o horário de administração e prontos para serem administrados segundo a
prescrição médica, individualizados e identificados para cada paciente, na dose certa e no
horário certo (SILVA; CARVALHO, 2006;QUIRINO, 2003; CAVALLINI, 2010).
Os principais objetivos do sistema por dose unitária são: garantir a adequada terapia
farmacológica, cumprir a prescrição médica evitando erros, prover o acompanhamento
farmacoterapêutico, diminuir erros de medicação, racionalizar o processo de distribuição dos
medicamentos, reduzindo custos, proporcionar melhor segurança, rastreabilidade e
identificação dos medicamentos, reduzir os estoques periféricos, com melhor controle
logístico dos produtos farmacêuticos, favorecer a correta administração dos medicamentos,
reduzir o tempo da enfermagem no preparo e administração de medicamentos, aumentar a
qualidade assistencial ao paciente, dar suporte para a implantação da farmácia clínica,
racionalizar a terapêutica (SILVA; CARVALHO, 2006; QUIRINO, 2003; CAVALLINI,
2010, ASHP, 2002; DEBIASI, 2009).
No sistema de dispensação de medicamentos por dose unitária, a solicitação de
medicamentos é feita com base na cópia da prescrição (ou por algum tipo de sistema
informatizado), por paciente e para 24 horas. A medicação é preparada em dose e
35
concentração determinadas na prescrição médica, sendo administrada ao paciente diretamente
de sua embalagem “unitarizada”, ou seja, “dose prescrita como dose de tratamento a um
paciente em particular, cujo envase deve permitir administrar o medicamento diretamente ao
paciente” Após a separação dos medicamentos, o farmacêutico procede a conferência da dose
unitária, de acordo com a prescrição médica. Caso seja necessário, no momento do registro do
perfil farmacoterapêutico, as incorreções ou possíveis problemas detectados devem ser
relatados à equipe médica (Figura 04) (ASHP, 2002; DEBIASI, 2009).
Figura 04: Fluxograma sistema de dose unitária.
DOSES
ELABORADAS
PELA FARMÁCIA
PARA
ADMINISTRAÇÃO
Fonte: Adaptado por Cavallini, 2010.
O sistema de dose unitária é dividido em três sistemas (DEBIASI, 2009; QUIRINO,
2003; CAVALLINI, 2010)
Sistema Centralizado:
As doses são preparadas na Farmácia Central e distribuídas para todo o Hospital. Pelo
fato da centralização, o controle de estoque e a supervisão da preparação das doses, pelo
Farmacêutico, ficam mais contundentes.
36
Sistema Descentralizado:
As doses são preparadas nas Farmácias Satélite (descentralizadas) e ao final de cada
preparação, os quantitativos do consumo são enviados à Farmácia Central.
Sistema Combinado:
O sistema é combinado quando ao mesmo tempo, que as Farmácias Satélites estão
atuando na preparação de doses, a Farmácia Central deixará de operar e vice-versa. Este
esquema facilita a adequação aos horários de administração de doses e objetiva uma redução
nos recursos humanos, aproveitando da melhor forma possível, o horário de trabalho do
pessoal existente no quadro de funcionários da Farmácia (DEBIASI, 2009).
O SDMDU apresenta inúmeras vantagens em relação aos demais sistemas. Entre elas,
Storpirtisel al (2008) e Cavallini (2010) mencionam: garantia que o medicamento prescrito
chegue ao paciente para qual foi destinado, utilização de forma eficiente e racional dos
recursos humanos envolvidos com o processo de dispensação, diminuir o custo hospitalar
associado ao medicamento, ao minimizar o tamanho dos estoques de medicamentos dos
serviços, diminuindo os desperdícios por perdas, deterioração, vencimento, e outros fatores,
recuperando os medicamentos não administrados ao paciente e diminuindo os erros de
medicação. Maior facilidade de adaptação a procedimentos informatizados e automatizados,
atuação efetiva e dinâmica do profissional farmacêutico, redução do tempo gasto pela
enfermagem para separar a medicação, devolução dos medicamentos não utilizados á
farmácia.
Algumas desvantagens podem ser vistas no Sistema de Distribuição de Medicamentos
por Dose Unitária (SDMDU) como aumento das necessidades de recursos humanos e
infraestrutura da farmácia hospitalar, exigência de investimento inicial, incremento das
atividades desenvolvidas pela farmácia e aquisição de matérias-primas e equipamentos
especializados. Mas do ponto de vista técnico, estas aparentes desvantagens seriam na
realidade condições necessárias à adequação e melhoria do sistema (SILVA; CARVALHO,
2006; CAVALLINI, 2010).
Porém as desvantagens são condições necessárias a adequação e melhoria do sistema,
ou seja, as ditas “desvantagens” acabam se tornando amplitude de resultados positivos. É
importante entender o sistema de dose unitária como uma linha de produção, na qual todos os
passos são minuciosamente acompanhados, controlados e conferidos pelo farmacêutico,
garantindo a eficiência operativa e a segurança do paciente. (CAVALLINI, 2010)
37
O sistema individualizado representa um progresso na conquista de garantia e
segurança quanto a prescrição. Apresenta como o mais completo e vantajoso, não só pela sua
viabilidade econômica, mas pelo atendimento aos requisitados que visam beneficiar o alvo
das atenções que fazem a área de saúde: paciente. Por isso muitos farmacêuticos preferem
esse sistema antes de implantar a dose unitária. O sistema de dose unitária é o que mais
responde aos objetivos da dispensação: racionalidade, eficiência, economia e segurança
(CAVALLINI, 2010)
No entanto, segundo o “Diagnostico de Farmácia Hospitalar Brasileira”, apenas 0,4%
dos hospitais brasileiros utilizam o sistema unitário, por esse sistema oferecer um custo
elevado para sua implantação, falta de apoio da empresa, necessidade de profissionais
capacitados. Apesar das dificuldades este apresenta como sendo custo-efetivo. Espera-se que
essa porcentagem aumente no decorrer dos anos, a exemplo do que já ocorre em países do
primeiro mundo (MAIA NETO, 2005).
Assim, conclui-se que o sistema de dispensação de medicamentos por dose unitária
oferece atualmente as melhores condições para um adequado atendimento da terapia
medicamentosa proposta aos pacientes e oferece maior segurança na assistência, assim como
a correta utilização de recursos humanos relacionados aos setores de farmácia e enfermagem o
que aprimora os cuidados ao paciente. Ainda a racionalização do uso dos produtos e
investimento financeiro efetuado pela instituição. É necessário planejamento no processo de
implantação visto que o mesmo requer altos valores investidos, a necessidade de profissionais
capacitados para este fim e um cronograma gradual de atendimento das unidades de
internação (CAVALLINI, 2010; MAIA NETO, 2005; SILVA; CARVALHO, 2006).
4.5.4. Farmácia Clínica
De acordo com o Comitê de Farmácia Clínica da Associação Americana de
Farmacêuticos Hospitalares, Farmácia Clínica é definida como: “A ciência da saúde
cuja responsabilidade é assegurar, mediante aplicação deconhecimentos e funções,
que o uso do medicamento seja seguro e apropriado, necessitando, portanto, de
educação especializada e interpretação de dados, motivação pelo paciente e
interação multiprofissional” (CRF- SP, 2007, p. 13).
A farmácia clínica é um conceito que transforma a farmácia hospitalar de fabricante e
dispensador de medicamentos, para uma intervenção farmacêutica baseada no paciente direta
ou indiretamente e na melhor maneira de lhe dispensar os cuidados farmacêuticos com os
menores riscos possíveis. Para isso, o farmacêutico hospitalar tem de fazer parte da equipe
38
clínica, acompanhando diretamente o paciente nos serviços, prestando apoio contínuo aos
médicos e enfermeiros desses serviços (CAVALLINI, 2010; BISSON, 2006).
As principais competências a serem desenvolvidas para a atividade clínica do
farmacêutico é a capacidade de solucionar problemas, gerenciar conflitos e manter
participação na equipe multidisciplinar, compreender termos médicos, conhecer os
prontuários, avaliar e gerenciar informações médicas de forma a promover o uso racional de
medicamentos, conhecer adequadamente a fisiopatologia e farmacoterapia para promover uso
racional de medicamentos, interpretar e utilizar dados laboratoriais de forma adequada a gerar
medidas de intervenção farmacêutica que levem a otimização da farmacoterapia (ACCP,
2005; BISSON, 2006).
As funções da farmácia hospitalar é cada vez mais desenvolvida e são fundamentais
para uma boa utilização do medicamento, a presença de farmacêuticos hospitalares altamente
especializados, apoiados por suportes técnicos e informáticos que lhes permitam corresponder
às solicitações dos serviços clínicos (BISSON, 2006; CAVALLINI, 2010).
Estudos feitos em diversos países relataram que a presença de morbidade e
mortalidade atribui-se diretamente a medicamentos, podendo ser evitados com a existência de
farmacêuticos clínicos nos serviços. É necessário haver farmacêuticos especializados e
disponíveis para estes serviços, assim como suporte técnico adequado. O aconselhado para a
farmácia clínica é de um farmacêutico por serviço de internamento ou por 60 leitos. É
necessário também assegurar um local de trabalho para esse profissional nesses serviços, que
pode ser partilhado com outros profissionais, para facilitar uma presença efetiva do
farmacêutico clínico nesses locais (ACCP, 2005; CAVALLINI, 2010).
A prática de farmácia clínica ajusta com o conhecimento terapêutico especializado,
experiência e julgamento para o fim de assegurar resultados positivos em pacientes e tem a
obrigação de contribuir para a geração de novos conhecimentos e avanços da saúde e
qualidade de vida (ACCP, 2005).
39
4.5.5. Atenção Farmacêutica
Charles Hepler e Linda Strand definem atenção farmacêutica (Pharmaceutical Care)
como “a provisão responsável do tratamento farmacológico com o proposito de alcançar
resultados terapêuticos concretos que melhorem a qualidade de vida dos pacientes”.
(HEPLER & STRAND, 1990).
A atenção farmacêutica está inserida na área hospitalar, casas de saúde, drogarias,
farmácias e a pacientes que recebem atendimento domiciliar. O sistema de atenção
farmacêutica exige mudanças no comportamento profissional, atitudes, responsabilidades para
o bom êxito de qualquer programa de atenção farmacêutica (NOVAES, 2009; MACHUCA,
2004; CONSENSO BRASILEIRO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA, 2002).
Para que haja uma redução nos erros de medicação no âmbito hospitalar, uma das
estratégias para se evitar essa problemática seria o seguimento farmacoterapêutico (NOVAES,
2009).
Na Espanha, o Consenso de Atenção Farmacêutica, seguido pelo Ministério de
Sanidade e consumo, define “seguimento farmacoterapêutico“ como sendo “a pratica
profissional em que o farmacêutico se responsabiliza pelas necessidades do paciente
relacionadas com os medicamentos mediante a detecção, prevenção e resolução de problemas
relacionados com a medicação (PRM), de forma continua, sistematizada e documentada, em
colaboração com o próprio paciente e com outros profissionais da equipe de saúde, com o fim
de alcançar resultados concretos que melhorem a qualidade de vida do paciente” (NOVAES;
2009).
O Seguimento Farmacoterapêutico representa um campo de intervenção farmacêutica
em que o profissional pode colaborar de forma significativa para melhorar a qualidade de vida
dos pacientes, reduzindo a morbidade, a mortalidade associada aos medicamentos e, no caso
de pacientes internados, o tempo de internação (MACHUCA, 2004).
A atenção farmacêutica é um modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no
contexto da Assistência Farmacêutica. Abrangendo atitudes, valores éticos, comportamentos,
habilidades, compromissos e corresponsabilidades na prevenção de doenças, promoção e
recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde, assim promovendo o trabalho em
equipe. É a interação direta do farmacêutico com o usuário do medicamento, visando uma
farmacoterapia racional e a obtenção de resultados determinados, voltados para melhora da
qualidade de vida (CONSENSO BRASILEIRO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA, 2002).
40
De acordo com Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutico, os macro componentes
resultantes da busca do consenso são os seguintes:
· educação em saúde (incluindo promoção do uso racional de medicamentos);
· orientação farmacêutica;
· dispensação;
· atendimento Farmacêutico;
· acompanhamento/seguimento farmacoterapêutico;
· registro sistemático das atividades, mensuração e avaliação dos resultados.
Para que o farmacêutico esteja incorporado na equipe de saúde e apresentando as suas
responsabilidades diante da sociedade, Holland & Nimmo propõem três pré-requisitos para a
mudança na prática individual do farmacêutico e suas respectivas estratégias. Ambiente
adequado onde possa exercer a prática de atenção farmacêutica, recursos que promovam e
apresente oportunidades ao aprendizado, o desenvolvimento das habilidades e o conhecimento
exigido, e por fim estratégias motivacionais com o intuito de convencer o profissional praticar
a mudança de forma a melhorar tudo em sua volta (HOLLAND & NIMMO, 1999).
Desta forma, pode-se dizer que é indispensável a prática da atenção farmacêutica, pois
é algo inovador e que, se for feita de forma correta, auxilia na melhora da qualidade de vida.
Para isso, é essencial que o farmacêutico adquira novos conhecimentos e habilidades que
possam habilitá-lo a atuar na equipe de saúde a fim de identificar, prevenir e resolver os
PRMs que os pacientes possam apresentar, assim como promover o uso racional de
medicamentos (MACHUCA, 2004).
4.5.6. Serviço de Farmacovigilância
Os serviços de farmacovigilância apresentam um conjunto de procedimentos
relacionados à detecção, avaliação, compreensão e prevenção de reações adversas a
medicamentos ou quaisquer outros possíveis problemas relacionados a fármacos. Tem como
objetivo principal a redução das taxas de morbidade e mortalidade associada ao uso de
medicamentos, através da detecção precoce de problemas de segurança desses produtos para
os pacientes, além de melhorar a seleção e o uso racional dos medicamentos pelos
profissionais de saúde, utilizando a principal ferramenta “notificação espontânea” (Figura 05)
(CENTRO DE VIGILANCIA SANITARIA , 2013).
41
Figura 05: Fluxo de trabalho do núcleo de farmacovigilância CVS⁄SP.
Fonte: <http://www.cvs.saude.sp.gov.br/apresentacao.asp?te_codigo=22>
Com a presença das redes sentinelas que está integrada na farmacovigilância haverá
mais segurança e qualidade para pacientes e profissionais de saúde, que é apresentado como
um projeto criado pelo setor de Vigilância em Serviços Sentinela, integrante da área de
Vigilância em Eventos Adversos e Queixas Técnicas da Anvisa, em parceria com os serviços
de saúde brasileiros (hospitais, hemocentros e serviços de apoio diagnóstico e terapêutica),
Associação Médica Brasileira (AMB) e órgãos de Vigilância Sanitária Estaduais e Vigilâncias
Municipais. Tem como objetivo construir uma rede de serviços em todo o País preparada para
notificar eventos adversos e queixas técnicas de produtos de saúde; insumos, materiais e
medicamentos, saneantes, kits para provas laboratoriais e equipamentos médico-hospitalares
em uso no Brasil, para ampliar e sistematizar a vigilância de produtos utilizados em serviços
de saúde (ANVISA, 2013).
42
4.6. PROPOSTAS DE ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO DE ERROS
A prevenção de erros de medicação e promoção da segurança do paciente são assuntos
de extrema importância no sistema de saúde envolvendo diferentes áreas, setores, equipe
multiprofissional, onde as políticas públicas devem aprimorar o sistema de medicação,
incluindo estrutura, educação e processos que garantam segurança a população (COREN-SP,
2011).
Com base na Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013 que institui o Programa
Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) tem como principais objetivos Ipromover e apoiar a implementação de iniciativas voltadas à segurança do paciente
em diferentes áreas da atenção, organização e gestão de serviços de saúde, por meio
da implantação da gestão de risco e de Núcleos de Segurança do Paciente nos
estabelecimentos de saúde; II - envolver os pacientes e familiares nas ações de
segurança do paciente; III - ampliar o acesso da sociedade às informações relativas à
segurança do paciente; IV - produzir, sistematizar e difundir conhecimentos sobre
segurança do paciente; e V - fomentar a inclusão do tema segurança do paciente no
ensino técnico e de graduação e pós-graduação na área da saúde (Brasil, 2013; p.
01).
O paciente é o principal afetado com erros provocados nos hospitais, dessa forma a
segurança destes deveria estar em primeiro lugar, o ideal seria analisar todos os fatores que
provocassem a insegurança destes paciente com base em estratégias, maneiras, estudos,
análises das práticas dos profissionais, evitando que erros nos hospitais acontecessem
(BRASIL, 2013).
Os recursos organizacionais de uma empresa precisam ser administrados
adequadamente e as pessoas são os únicos meios capazes de autodireção e desenvolvimento.
Para que os objetivos tanto da empresa quanto interpessoal sejam alcançados é necessário
uma organização com a interação entre pessoas, avaliação do desempenho da equipe e
treinamentos frequentes. O treinamento é um processo educacional direcionado em um
período curto de tempo inserido de maneira sistemática e organizada de maneira que as
pessoas obtenham conhecimento, habilidades e competências em função de objetivos
definidos (CHIAVENATO, 2009).
Para que tenha uma redução nos erros de medicação no âmbito hospitalar, é necessário
que haja algumas propostas de estratégias de prevenção destes erros, visando os principais
profissionais: médicos, farmacêuticos e enfermeiros que estão diretamente interligados de
maneira geral tanto com a prescrição, medicamento, e administração destes no próprio
paciente (COREN-SP, 2011).
43
Segue abaixo quadro com as principais estratégias para prevenção de erros de
medicamentos relacionada à equipe dos profissionais médicos, farmacêuticos e enfermeiros.
Quadro 03: Estratégias para evitar erros de medicação com base nos profissionais médicos, farmacêuticos e
enfermeiros.
Fonte: Adaptado por COREN-SP, 2011, Cavallini, 2010; Maia Neto, 2005; Novaes, 2009.
As principais estratégias básicas que se devem apresentar em um hospital relacionadas
a equipe de saúde em destaque os profissionais médicos, farmacêuticos e enfermeiros são a
redução da carga horaria, evitando o excesso de trabalho, treinamento periódico das equipes,
implantação de informatização no hospital. Como estratégia especifica para farmacêuticos a
presença de atenção farmacêutica, farmacêutico clinico e controle na distribuição de
medicamentos. Na equipe de enfermeiro uma das principais estratégias é o cuidado e atenção
na administração de medicamentos. Com base nestas principais estratégias pode se evitar
significantemente os erros de medicação e promover uma maior qualidade de assistência em
saúde (quadro 03) (COREN-SP, 2011, CAVALLINI, 2010; MAIA NETO, 2005; NOVAES,
2009).
4.6.1. Profissional Médico
De acordo com o Art. 2° do código de ética médica (1988, p. 03) “O alvo de toda a
atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir como máximo
de zelo e o melhor de sua capacidade profissional”.
44
O paciente é o fator determinante para o funcionamento de um hospital pela qual deve
ser tratado com o maior zelo possível. E os principais responsáveis por esses pacientes são os
profissionais da saúde que estão disponíveis para promover a melhora da assistência à saúde.
O médico é um dos principais profissionais que está interligado com o paciente e que inicia o
processo de tratamento dos mesmos. Portanto é necessário que estes profissionais sigam
estratégias para evitar erros de medicação no ambiente hospital, e as principais propostas
sugeridas são: (GIROTTO, 2006; FRÖHLICH, 2006; CRUCIOL-SOUZA, 2008; SILVA et.
al, 2006)
· Padronizar as prescrições.
· Evitar emprego de abreviações, evitar o uso de casa decimal, destacar as alergias
conhecidas, colocando a informação na capa do prontuário, na prescrição do dia e na pulseira
do paciente, uniformizar a utilização de unidades de medida, incluir informações sobre peso
do paciente.
· Implantar sistema eletrônico de prescrição de medicamentos com recursos de apoio à
decisão clínica.
· Disponibilizar local adequado para a prescrição de medicamentos, sem fontes de
distração e que proporcione poucas interrupções.
· Documentar o cálculo das doses de medicamentos de alto risco no prontuário do
paciente.
· Implantar checagem do cálculo de medicamentos, por dois ou mais profissionais,
sempre que possível.
· Incluir um farmacêutico clínico na equipe multidisciplinar que verifique a adequação
da prescrição e a dose do medicamento e que esteja disponível para esclarecimento de dúvidas
nas outras etapas do sistema de medicação.
· Solicitar que o médico refaça os cálculos da dose prescrita sempre que houver dúvidas
ou discordância em relação à prescrição.
· Não interpretar letras incompreensíveis; esclarecer com quem prescreveu.
· Não executar prescrições rasuradas.
· Nunca realizar prescrição quando tiver dúvida, procurar esclarecer com o médico,
enfermeiro e ou farmacêutico.
· Disponibilizar acesso fácil a informações científicas atualizadas e relevantes sobre
terapia medicamentosa a todos os profissionais da equipe.
· Desenvolver continuamente habilidade na realização de cálculos.
45
· Aumentar o quadro de profissionais para melhor atender os pacientes.
· Reuniões multidisciplinares entre enfermagem, médicos e farmácia.
· Seleção de medicamentos fundamentada em evidências inequívocas de eficácia,
segurança, ao melhor custo-efetividade comparado a outras opções terapêuticas.
· O prescritor deve avaliar a aceitabilidade e conveniência para o paciente,
preferencialmente, dentre as alternativas disponíveis no sistema, considerando a possibilidade
de acesso do paciente ao menor custo para o sistema, preservando sua equidade.
· Aumentar a segurança na utilização de medicamentos, pois existem softwares
desenvolvidos para prescrição computadorizada, permitindo apenas a emissão de prescrições
completas com todos os campos e informações preenchidas, evitando falhas por falta de
informações e até mesmo alertando interações medicamentosas perigosas, tais como as
vedadas pela Portaria SVS/MS 344/98.
· Apresentar informações sobre o medicamento (forma farmacêutica, dosagem e
apresentação) e o seu modo de usar (posologia, via de administração, tempo de tratamento)
(BEIJAMIN, 2003; ABRANTES et al, 2002).
· No caso de prescrições irracionais de antimicrobianos, ainda podem levar ao
recrudescimento da infecção e desenvolvimento de resistência microbiana. Portanto não basta
o diagnóstico e seleção adequada do medicamento se a prescrição não for devidamente
prescrita e dispensada, contendo todas as informações legais (ABRANTES et al, 2002;
BEIJAMIN, 2003).
Faz-se necessário que a prescrição seja vista como um documento terapêutico, pois
apenas desta forma será um instrumento efetivo para assegurar o uso racional do
medicamento, prevenindo erros de medicação abuso ou ainda uso ilícito. Portanto, os dados
corroboram com a necessidade de atualização dos profissionais prescritores, dispensadores,
bem como atuação orientativa dos respectivos conselhos de classe. Os profissionais
prescritores e dispensadores precisam estar cientes do seu papel e responsabilidade no que diz
respeito à legislação sanitária e profissional (GIROTTO, SILVA, FRÖHLICH, 2006).
Os prescritores devem ter o conhecimento dos medicamentos escolhidos baseados nas
evidências clínica para a tomada da decisão terapêutica mais reflexiva e assertiva, de maneira
a buscar maiores níveis de segurança para o paciente. Portanto, a prescrição é um instrumento
legal e um meio de comunicação, para tal devem ser cumpridas as exigências legais para o
efetivo tratamento medicamentoso do paciente (FRÖHLICH, 2006).
46
4.6.2. Enfermeiro
De acordo com um estudo transversal, descritivo exploratório, desenvolvido em um
hospital do interior de São Paulo, por meio de relatos da equipe de enfermagem apresentando
condutas e ações do enfermeiro frente aos erros na medicação, obteve-se propostas para se
sugerir estratégias simples para evitar erros de medicação da equipe de trabalho. Visa-se uma
implementação por meio de política dos administradores das instituições hospitalares, sendo
necessário primeiramente subdividir em três itens: estratégias referentes ao próprio
profissional enfermeiro, administração institucional e o sistema de medicação (SILVA et. al,
2007; MIASSO, 2005; SILVA CASSIANI, 2004).
4.6.2.1. Profissional Enfermeiro:
· Ter conhecimento quanto aos métodos e técnicas de administração de medicamentos e
correlatos, a ação destes no organismo, as vias de administração e eliminação, as doses
máxima e terapêutica, os efeitos tóxicos e os efeitos adversos como também a
compreensão
nas
áreas
de
anatomia,
fisiologia,
microbiologia
e
bioquímica,
consequentemente obter uma boa experiência no seu local de trabalho (SILVA et. al,
2007).
· Na ocorrência do erro, é fundamental que o profissional envolvido aja com honestidade,
sem medo de punições, o que facilita o relato do incidente para que sejam tomadas as
devidas providências, consequentemente promovendo modificações nas condições de
trabalho, deslocando o enfoque da culpa dos indivíduos para a prevenção dos erros
(SILVA et. al, 2007).
· Atenção no preparo do medicamento é de fundamental importância na prevenção de erros
na (MIASSO, 2005; SILVA CASSIANI, 2004).
· Implantar o exercício da supervisão sistematizada de enfermagem (MIASSO, 2005;
SILVA CASSIANI, 2004).
· Advertência pela chefia de enfermagem como estratégia viável para a redução de erros na
administração de medicamentos, evidenciando a visão do erro como causa individual e não
como resultante de falhas no sistema (MIASSO, 2005).
47
· Educação, tanto do paciente quanto da enfermagem, investir na educação persistir na
necessidade de o paciente adquirir o máximo de apoio na informação e compreensão
acerca de sua terapêutica medicamentosa (SILVA CASSIANI, 2004).
· Conscientizar na melhora das atitudes individuais como se atentar mais, melhorar a
comunicação entre setores e pessoas, saber trabalhar em equipe (MIASSO, 2005).
4.6.2.2. Administração Institucional:
· Investir na educação continuada, incluindo, nos relatos obtidos, a capacitação do
profissional através da realização de palestras sobre medicamentos e cursos de
aperfeiçoamento (SILVA et. al, 2007; MIASSO, 2005; SILVA CASSIANI, 2004). .
· Reduzir a carga horária de trabalho, promover o dimensionamento de recursos humanos e
leitos evitando assim o acúmulo de pacientes nos quartos (MIASSO, 2005; SILVA
CASSIANI, 2004).
· Conscientizar a equipe de enfermagem para que tenha organização com relação às técnicas
de administração de medicamentos e à importância desse procedimento no cuidado ao
paciente, o que pode levar a erros de cálculos, de preparo e de administração (SILVA et.
al, 2007; MIASSO, 2005; SILVA CASSIANI, 2004).
· Obter número suficiente de profissionais para atender a alta demanda de pacientes
internados (MIASSO, 2005; SILVA CASSIANI, 2004).
· Subdivisão da equipe de enfermagem (SILVA et. al, 2007; MIASSO, 2005; SILVA
CASSIANI, 2004).
· Treinamento de equipes (SILVA et. al, 2007; MIASSO, 2005; SILVA CASSIANI, 2004).
· Mudanças na estrutura hospitalar, nas condições de trabalho, na comunicação e interação
entre setores e pessoas (SILVA et. al, 2007; MIASSO, 2005; SILVA CASSIANI, 2004).
4.6.2.3. Sistema de Medicação
· Implantação da informatização com adequação do sistema de prescrição eletrônica que se
torna uma forma de modernizar, simplificar e permitir o sistema de medicação mais
seguro. Assim evitam-se problemas como erros de transcrição, de legibilidade, de
abreviaturas inadequadas e de prescrições incompletas ou ambíguas. Entretanto, a
48
prescrição eletrônica é um sistema caro, mesmo para os padrões internacionais e, assim,
nem todas as instituições podem contar com a sua implementação (SILVA et. al, 2007;
MIASSO, 2005; SILVA CASSIANI, 2004).
· Dose unitária e ⁄ ou individualizada (SILVA et. al, 2007; MIASSO, 2005; SILVA
CASSIANI, 2004).
· Etiquetação de medicamento (MIASSO, 2005).
· Redução de prescrições em um mesmo horário (SILVA et. al, 2007).
· Cursos, aulas, projetos sobre administração de medicamentos (SILVA et. al, 2007).
De acordo com tais itens citados envolvendo profissional enfermeiro, administração
institucional e sistema de medicação, se forem feitos de maneira correta pode-se garantir
redução de erros de medicação, uma evolução na administração e desenvolvimento do
hospital, e consequentemente melhora na assistência a saúde (SILVA, PASSOS,
CARVALHO, 2012; MIASSO, 2005; SILVA et. al., 2007).
4.6.3. Farmacêutico
O NQF, National Quality Forum organização americana tem como objetivo encontrar
estratégias em nível nacional para melhorar a qualidade da assistência sanitária. Em 2003
publicou um conjunto de práticas de segurança para prevenir erros assistenciais destacando o
papel do farmacêutico: (ANACLETO, 2006):
· Participação ativa em todos os processos do sistema de utilização dos medicamentos,
incluindo sua disponibilidade para inter-consultas com os prescritores sobre os
medicamentos prescritos, revisão de prescrições, preparação e dispensação dos
medicamentos e monitorização dos tratamentos.
· Os farmacêuticos devem revisar todas as prescrições e o perfil completo da medicação do
paciente antes de dispensar os medicamentos.
· A revisão da prescrição deve ser documentada no prontuário do paciente.
· Devem ser estabelecidas normas e procedimentos sobre o papel do farmacêutico no
sistema de utilização de medicamentos.
Entre os itens citados anteriormente sobre o papel do farmacêutico, podem-se citar as
seguintes funções do farmacêutico no hospital para prevenção de erros de medicação que se
forem seguidas corretamente reduzirão significantemente os erros não só de medicação, mas
49
também organização hospitalar e a melhora da equipe profissional (CAPUCHO, 2011;
CONSENSO BRASILEIRO DE ATENÇÃO FARMACEUTICA, 2002; MIASSO, 2005;
ANACLETO, 2010).
· Participação ativa do farmacêutico em todas as etapas do medicamento intervenção
farmacêutica,
atendimento
farmacêutico,
acompanhamento
seguimento
farmacoterapeutico, atenção farmacêutica entre outras atividades que competem ao
farmacêutico.
· A identificação de PRMs que segue os princípios de necessidade, efetividade e segurança,
próprios da farmacoterapia.
· Registro sistemático das atividades realizadas com o medicamento, mensuração e
avaliação dos seus resultados.
· Ter conhecimento dos medicamentos quanto a apresentação, rótulo, embalagem, princípio
ativo, nome comercial, indicações, farmacodinâmica, farmacocinética.
· Educação continuada através de cursos, projetos que visam a melhoria e conhecimento dos
profissionais.
· Informatização dos Sistemas que auxiliaria na pratica profissional, analise de prescrição,
distribuição e dispensação dos medicamentos.
· Melhorar comunicação e interação entre setores e pessoas.
· Realização de reuniões entre a equipe multidisciplinar.
De acordo com tais itens citados envolvendo farmacêuticos, se forem feitos de
maneira correta pode-se garantir redução de erros de medicação. Para isso, é essencial que o
farmacêutico adquira novos conhecimentos e avanços da saúde, promover a qualidade de vida
e habilidades que possam habilitá-lo a atuar na equipe de saúde a fim de identificar, prevenir e
resolver os PRMs, assim como promover a evolução na administração e desenvolvimento do
hospital, e consequentemente melhora na assistência a saúde (SILVA et. al, 2007;
MACHUCA, 2004; ACCP, 2005).
50
4.7. MANUAL DE ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO DE ERROS DE MEDICAÇÃO EM
AMBIENTE HOSPITALAR
51
MANUAL DE ESTRATÉGIAS DE
PREVENÇÃO DE ERROS DE
MEDICAÇÃO EM AMBIENTE
HOSPITALAR
Brasília – DF
2013
52
SUMÁRIO
Apresentação
10 Informações Básicas
Notícias sobre erros de medicação
Propostas de estratégias para evitar erros de medicação no ambiente hospitalar
Organização Institucional
Profissional Médico
Profissional Enfermeiro
Profissional Farmacêutico
Equipe de saúde
Considerações Finais
Referências
53
Apresentação
“Estratégias para evitar erros de medicação no ambiente hospitalar” tem a finalidade
de reunir informações essenciais sobre as principais causas dos erros de medicamentos que
acontecem nos hospitais e como evitá-los através de propostas de estratégias com base em
ações e práticas do dia a dia para os profissionais médicos, enfermeiros, farmacêuticos a
equipe de saúde integrada e a organização institucional.
Os erros de medicamentos em hospitais é uma grande preocupação não só no Brasil
mais também no mundo, e os fatos, causas que levam a estes acontecimentos são fatores
como, prescrições mal elaboradas, dispensação e administração de medicamentos em
pacientes de forma incorreta, carga horária excessiva, falta de informatização, entre outros
fatores que comprometem a saúde dos pacientes.
Para a prevenção dos erros de medicação é necessária à implantação de ações e
normas que envolvam a equipe multiprofissional da saúde e a sua organização. Por isso, este
manual apresenta uma importância para promover a divulgação da problemática descrita, bem
como propor alternativas de prevenção dos erros de medicação.
Jéssica Becker Ferretti
Universidade Católica de Brasília - UCB
54
10 INFORMAÇÕES
BÁSICAS
55
10 INFORMAÇÕES BÁSICAS
1
Erros de medicação são caracterizados como casos previamente analisados que
possam ser evitados, e normalmente realizados com a intenção de acerto, ou
seja, acontecem em situações em que visivelmente tem-se um controle em
qualquer fase do uso de medicamentos, podendo como consequência gerar
agravos ao paciente (COREN, 2011; SILVA, PASSOS, CARVALHOS, 2012;
WANNMACHER, 2005; CAVALLINI, 2010).
2
Os tipos de erros constatados podem aparecer desde a identificação do
medicamento até sua administração ao paciente. A prática profissional pode
levar a problemas de comunicação focando-se nos principais meios como a
prescrição, distribuição e administração dos medicamentos ao paciente que
podem resultar em uma ação indesejada (SANTOS, 2004; CAVALLINI, 2010).
3
Fatores mais relevantes encontrados em hospitais a cerca dos erros de
medicação são as prescrições mal elaboradas como, por exemplo, a escolha
incorreta do medicamento, doses inadequadas, via de administração, velocidade
de infusão errado e documento ilegível (CAVALLINI 2010).
56
4
Os erros de medicação menos comuns abordados no âmbito hospitalar, são as
razões da não adesão do paciente e da família, o comportamento inadequado do
paciente ou cuidador quanto a sua participação na proposta terapêutica
(COREN, 2011; CIPOLLE, 2006).
5
A causa do erro de medicação pode ser abordada dos no ponto de vista
individual e sistêmico. E a abordagem dos erros no sistema de saúde são
considerados atos inseguros cometidos por pessoas desatentas, desmotivadas
e/ou com treinamento deficiente (ROSA, 2009; MIASSO, 2006).
6
De acordo com OMS (2002) e COREN (2011, p. 08), a presença dos seguintes
fatores pode levar aos erros de prescrição: escolha incorreta do medicamento,
dose do medicamento, via de administração, velocidade de infusão do
medicamento, forma de apresentação do medicamento, prescrição ilegível,
prescrição incompleta, período de tratamento, interações medicamentosas,
duração do tratamento, falta de ajustes para fatores clínicos, genéticos,
ambientais e outros.
7
A equipe da farmácia é a responsável pela dispensação de medicamentos com
precisão, assim deve dispensar os medicamentos de acordo com a prescrição
médica, nas quantidades e especificações solicitadas, de forma segura e no prazo
57
requerido, promovendo o uso seguro e correto de medicamentos e correlatos
(ANACLETO, 2006).
8
A administração de medicamentos previne o erro através da conferência dos
“cinco certos”: medicamento certo, paciente certo, dose certa, via de
administração certa e horário certo. Desses itens, o “paciente certo” aparece
como um desafio para os profissionais, exigindo mais atenção e cuidado perante
o paciente (SILVA; PASSOS; CARVALHOS, 2012).
9
O excesso de trabalho, a falta de interação da equipe, o volume de tarefas, a
carga horária pesada, as falhas na comunicação e os pacientes utilizando
diversas medicações devem ser levados em conta e deve ser evitado para a
integração dos setores entre os profissionais que são citadas como determinantes
na ocorrência dos erros (MIASSO, 2006; CAVALLINI, 2010).
10
A política organizacional dos procedimentos para a prevenção dos erros no
âmbito hospitalar deve envolver a equipe multidisciplinar, serviços de
farmacovigilância e iniciativas voltadas a segurança do paciente que institui o
Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) (CAVALLINI, 2010;
ANACLETO, 2006; CHIAVENATO, 2009; BRASIL, 2013).
58
NOTÍCIAS SOBRE
ERROS DE
MEDICAÇÃO
59
NOTÍCIAS SOBRE ERROS DE
MEDICAÇÃO
1
“Idoso de 83 anos internado na UTI – Hospital particular de Alfenas-MG para
tratar uma pneumonia, teria recebido alimento pelo cateter ligado à veia no lugar
de medicação”.
2
“Um professor de 53 anos morreu após receber injeção de penicilina para tratar
dor de garganta, em Americana/SP. O médico do Pronto-Socorro prescreveu
penicilina sem perguntar ao paciente sobre o histórico de alergias”.
3
“Em um hospital de Belo Horizonte/MG uma criança recebeu ácido no lugar de
um sedativo. A técnica de enfermagem que administrou o medicamento relatou
que os frascos eram muito semelhantes, fato que não justifica o erro. O ácido
causou queimaduras graves no esôfago da criança”.
4
“Uma técnica de enfermagem injetou leite na veia de um bebê, num hospital da
de Belo Horizonte/MG. A criança foi internada com pneumonia e era alimentada
por uma sonda na boca, recebendo soro na veia. Na hora de repor os frascos, a
técnica em enfermagem trocou a medicação pelo leite. A criança foi a óbito”.
5
“Menina de 12 anos morreu após receber vaselina na veia no lugar de soro, num
hospital de São Paulo. A enfermeira que aplicou a substância disse que no frasco
estava descrito que continha vaselina, mas que mesmo assim cometeu o
equívoco”.
60
6
“Bebê de 8 meses recebe dipirona no lugar de dramin e morre com parada
cardíaca, em hospital de Campinas/SP. Segundo a equipe do hospital, o médico
receitou dramin e uma enfermeira trocou o medicamento”.
7
“Mulher de 71 anos morre após ter recebido uma injeção em um hospital de
Botelhos/MG. A vítima deveria ter recebido uma dose da vacina antitetânica por
causa de um ferimento com um prego, mas a suspeita é de que foi aplicado uma
injeção de relaxante muscular para uso cirúrgico”.
8
“Um bebê recebeu um ácido utilizado para cauterizar verrugas enquanto na
verdade deveria ser medicado com um sedativo”.
9
“Idosas internadas que morreram após receberem café com leite na veia no lugar
de soro”.
10
“Idosa internada morre após receber sopa na veia no lugar de soro”.
61
PROPOSTAS DE
ESTRATÉGIAS
PARA EVITAR
ERROS DE
MEDICAÇÃO NO
AMBIENTE
HOSPITALAR
62
A prevenção de erros de medicação e promoção da segurança do paciente são assuntos
de extrema importância no sistema de saúde envolvendo diferentes áreas, setores, equipe
multiprofissional como a organização institucional, médicos, enfermeiros, farmacêuticos, e a
equipe multidisciplinar em si, dessa forma as políticas públicas devem aprimorar o sistema de
medicação, incluindo estrutura, educação e processos que garantam segurança a população
(COREN-SP, 2011).
Os recursos organizacionais de uma empresa precisam ser administrados
adequadamente e as pessoas são os únicos meios capazes de autodireção e desenvolvimento.
Para que os objetivos tanto da empresa quanto interpessoal sejam alcançados é necessário
uma organização com a interação entre pessoas, avaliação do desempenho da equipe e
treinamentos frequentes. O treinamento é um processo educacional direcionado em um
período curto de tempo inserido de maneira sistemática e organizada de maneira que as
pessoas obtenham conhecimento, habilidades e competências em função de objetivos
definidos (CHIAVENATO, 2009).
Segue abaixo quadro com as principais estratégias para prevenção de erros de
medicamentos relacionada à equipe dos profissionais médicos, farmacêuticos e enfermeiros.
Quadro 01: Estratégias para evitar erros de medicação com base nos profissionais médicos, farmacêuticos e
enfermeiros.
Fonte: Adaptado por COREN-SP, 2011, Cavallini, 2010; Maia Neto, 2005; Novaes, 2009.
As principais estratégias básicas que se devem apresentar em um hospital relacionadas
a equipe de saúde em destaque os profissionais médicos, farmacêuticos e enfermeiros são a
63
redução da carga horária, evitando o excesso de trabalho, treinamento periódico das equipes,
implantação de informatização no hospital. Como estratégia especifica para farmacêuticos a
presença de atenção farmacêutica, farmacêutico clinico e controle na distribuição de
medicamentos. Na equipe de enfermeiro uma das principais estratégias é o cuidado e atenção
na administração de medicamentos. Com base nestas principais estratégias pode se evitar
significantemente os erros de medicação e promover uma maior qualidade de assistência em
saúde (quadro 01) (Figura 01) (COREN-SP, 2011; CAVALLINI, 2010; MAIA NETO, 2005;
NOVAES, 2009).
Figura 01: Estratégias para evitar erros de medicação no ambiente hospitalar.
Fonte: Autoria própria
64
ORGANIZAÇÃO
INSTITUCIONAL
65
Os recursos organizacionais de uma empresa precisam ser administrados
adequadamente através de processos de desenvolvimento envolvendo todos os integrantes da
instituição. Para que os objetivos tanto da empresa quanto interpessoal sejam alcançados é
necessário seguir adequadamente processos de evolução descritas na figura 02 e se essas
forem feitas de maneira correta pode-se garantir redução de erros de medicação, uma
evolução na administração e desenvolvimento do hospital, e consequentemente melhora na
assistência a saúde (Figura 02) (SILVA, PASSOS, CARVALHO, 2012; MIASSO, 2005;
SILVA et. al., 2007).
Figura 02: Estratégias para organização institucional
Fonte: Adaptado por Silva, Passos, Carvalho, 2012; Miasso, 2005; Silva et. al., 2007.
66
PROFISSIONAL
MÉDICO
67
De acordo com o Art. 2° do código de ética médica (BRASIL, 1988, p. 03) “O alvo de
toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir como
máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional”.
O paciente é o fator determinante para o funcionamento de um hospital pela qual deve
ser tratado com o maior zelo possível. E os principais responsáveis por esses pacientes são os
profissionais da saúde que estão disponíveis para promover a melhora da assistência à saúde.
O médico é um dos principais profissionais que está interligado com o paciente e que inicia o
processo de tratamento dos mesmos. Portanto é necessário que estes profissionais sigam
estratégias para evitar erros de medicação no ambiente hospital, e as principais propostas
sugeridas são (GIROTTO, FRÖHLICH, 2006; CRUCIOL-SOUZA, ROSA, 2008):
Figura 03: Estratégias para os profissionais médicos.
Fonte: Adaptado por Girotto, Fröhlich, 2006; Cruciol-Souza, Rosa, 2008.
68
PROFISSIONAL
ENFERMEIRO
69
Por meio de pesquisas apresentando condutas e ações do enfermeiro frente aos erros
na medicação, obteve-se propostas para se sugerir estratégias simples para evitar erros de
medicação da equipe de trabalho (Figura 04).
Figura 04: Estratégias para profissional enfermeiro.
Fonte: Adaptado por Silva,
Passos, Carvalho, 2012; Miasso, 2005; Silva et. al., 2007.
70
PROFISSIONAL
FARMACÊUTICO
71
O farmacêutico é responsável pelo medicamento, promover a qualidade de vida e
habilidades que possam habilitá-lo a atuar na equipe de saúde assim como promover a
evolução na administração e desenvolvimento do hospital, e consequentemente melhora na
assistência a saúde De acordo com os itens citados na figura 05 envolvendo farmacêuticos, se
forem feitos de maneira correta pode-se garantir redução de erros de medicação. (Figura 05)
(SILVA et. al, 2007; MACHUCA, 2004; ACCP, 2005).
Figura 05: Estratégias para o profissional farmacêutico.
F
Fonte: Adaptado por Silva et. al, 2007; Machuca, 2004; ACCP, 2005
Fonte: Adaptado por Silva et. al, 2007; Machuca, 2004; ACCP, 2005.
72
EQUIPE DE SAÚDE
73
Quando discute-se a respeito de erros, logo tenta-se busca saber quem cometeu tal ato.
Os erros são vistos como consequência de fatores sistêmicos, sendo recorrentes no local de
trabalho em qualquer área, portanto a sugestão seria modificar a forma como se executa o
trabalho, ao invés de tentar modificar o ser humano de forma a promover estratégias para
equipe de saúde (CAPUCHO, 2011; CHIAVENATO, 2009).
Figura 06: Estratégias para equipe de saúde.
Fonte: Adaptado por Silva, |Passos, Carvalho, 2012; Miasso, 2005; Silva et. al., 2007; Girotto, Fröhlich, 2006;
Rosa, 2008; Machuca, 2004; Capucho, 2011; Chiavenato, 2009.
74
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A criação do manual apresenta uma grande relevância quanto à prática dos
profissionais da saúde, pois proporciona informações básicas sobre os erros de medicação e as
formas de evitá-los, através de práticas do dia a dia que se forem seguidas corretamente
reduzirão ao máximos os erros de medicação apresentados nos hospitais e consequentemente
aumentará a melhora da assistência à saúde.
A área de erros de medicamentos é muito vasta principalmente em função da interação
de diferentes profissionais da saúde, das várias possíveis fontes de erro na cadeia do
medicamento, por isso sugere-se novas pesquisas e aprofundamento na investigação do tema.
75
REFERÊNCIAS
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dasprescrições de antimicrobianos dispensadas em unidades públicas de saúde de Belo
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2005.
78
5 CONCLUSÃO
Os erros de medicação no ambiente hospitalar a cada dia vêm sendo caracterizados
como uma prática comum, realizada principalmente pela falta de atenção da equipe de saúde
nas realizações de suas atividades, podendo acarretar prejuízos ao paciente. Porém, esses
fatores podem ser evitados com base em ações, medidas e estratégias que visam à melhora
tanto para o hospital quanto para o principal afetado, o paciente.
O sucesso para evitar que os erros de medicação aconteçam depende do envolvimento
das equipes de saúde. Médico responsável pela elaboração da prescrição de fácil compreensão
e acompanhamento da clínica do paciente. Enfermeiro pelo cuidado e administração de
medicamentos. O farmacêutico apresenta um papel fundamental nessa prática, pois é capaz de
auxiliar no melhor tratamento, dispensar e auxiliar no melhor sistema de distribuição de
medicamentos e acompanhar a clínica do paciente.
Foi possível diferenciar os principais erros de medicação no ambiente hospitalar por
meio de dados, causas e fatores que estão relacionados principalmente com a prescrição (39 a
49%), seguido de erros de administração (26 a 38%) transcrição (11 a 12%) e/ou dispensação
e distribuição de medicamentos (11 a 14%) e através desses identificar as principais formas de
evitar os erros de medicação no ambiente hospitalar.
Criando propostas de estratégias de prevenção de erros de medicamentos voltados para
os profissionais médicos, enfermeiros e farmacêuticos.
A criação do manual apresenta uma grande relevância quanto a prática dos
profissionais da saúde, pois proporciona informações básicas sobre os erros de medicação e as
formas de evitá-los, através de práticas do dia a dia que se forem seguidas corretamente
reduzirão ao máximos os erros de medicação apresentados nos hospitais e consequentemente
aumentará a melhora da assistência à saúde.
Com a compilação dos conhecimentos de diferentes áreas profissionais espera-se que
os resultados deste trabalho contribuam de uma forma prática e produtiva para assistência dos
pacientes que recebem os medicamentos.
A área de erros de medicação é muito vasta principalmente em função da interação de
diferentes profissionais da saúde, das várias possíveis fontes de erro na cadeia do
medicamento. Assim sugerem-se novas pesquisas e aprofundamento na investigação do tema.
Estudar os possíveis sistemas de distribuição de medicamentos, investir em uma melhor
educação nos profissionais, treinamentos e interação entre os profissionais de saúde.
79
REFERÊNCIAS
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dispensadas em unidades públicas de saúde de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, 2002.
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