SIM_FLAVIA CLAUDIA KRAPIEC JACOB DE BRITO_220_71919

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FLAVIA CLAUDIA KRAPIEC JACOB DE BRITO
REOGARNIZANDO O HIPERDIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Dourados – MS
1
2011
FLAVIA CLAUDIA KRAPIEC JACOB DE BRITO
REOGARNIZANDO O HIPERDIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Relato
de
experiência
apresentado
à
Universidade Federal de Mato Grosso do
Sul, como requisito para conclusão do curso
de Pós Graduação à nível de especialização
em Atenção Básica em Saúde da Família.
Orientadora:
Prof.
Me.
Elizandra
de
Queiroz Venâncio.
Dourados – MS
2011
2
RESUMO
As ações comuns dos profissionais de saúde são: promoção à saúde (ações educativas com
ênfase em mudanças do estilo de vida, correção dos fatores de risco e produção do material
educativo); treinamento de profissionais; encaminhamento a outros profissionais quando
indicado; ações assistenciais individuais e em grupo; e gerenciamento do programa
HIPERDIA. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência vivenciada através de rodas
de conversa que tinha como foco principal na educação em saúde com foco em orientar,
sensibilizar, fortalecer vínculos ampliando acesso da clientela do hiperdia ao serviço de
saúde. Foram realizadas roda de conversa na recepção da unidade, após reunião de equipe,
todas as três primeiras quartas-feiras do mês, com divisão por micro-área, duas a duas num
total de 6 micro-áreas de abrangência, a fim de otimizar a sensibilização e atingir o maior
número de usuários. Sendo que no momento em que os auxiliares de enfermagem, aferiam
a pressão arterial e glicemia era passado vídeos com informações sobre fatores de risco,
exercícios, alimentação e palestras com os ACS, enfermagem e o médico. A abordagem
metodológica utilizada foi de natureza qualitativa, esta se preocupa com um nível de
realidade que não pode ser quantificado, ela trabalha com o universo de significados,
motivações, aspirações, crenças, valores e atitudes o que corresponde a um espaço mais
profundo das relações, dos processos e dos fenômenos, busca entender o contexto onde
algum fenômeno ocorre, permitindo a observação de vários elementos simultaneamente em
um pequeno grupo, o importante não são os números, mas sim, todo o conteúdo. O plano
de ação se manterá, a fim de reduzir as complicações da hipertensão e diabetes,
melhorando a qualidade de vida, ocorrendo em concomitante, treinamentos e atualizações
dos profissionais, encaminhamento a outros profissionais o mínimo possível, apenas com
indicação clara, atingindo a redução das internações hospitalares por agravos dessas
patologias.A maior dificuldade encontrada era dos trabalhadores formais, cujo seus patrões
não entendiam a necessidade mensal de atraso em um período apenas para ir aos encontros,
visto que não estavam “doentes”, e em alguns relatos houve a fala de que prevenção é
brincadeira.Futuramente objetivamos a redução de seqüelas e complicações dessas
patologias, sendo que um indivíduo e mais que zero, sendo assim, todos os usuários que
realizaram a mudança em seus estilo de vida e hábito alimentar, deixará a equipe com
esperança que a prevenção faz a diferença, basta tentar. Assim foi possível considerar que
as atividades desenvolvidas possibilitou significativas contribuições para o nosso processo
ensino-aprendizagem, em especial, os conceitos teóricos introdutórios sobre hipertensão e
diabetes, que viabilizaram uma aproximação adequada da vida e história dos usuários,
atualizando também o conhecimento da equipe. Assim com a periodicidade dessas ações
pela equipe multiprofissional e a adesão crescente aos medicamentos e aos hábitos de vida
diferenciados, poderemos avaliar este plano de intervenção, principalmente verificando a
redução das internações destas patologias e principalmente suas complicações, pois o
nosso objetivo foi a melhoria da qualidade de vida que se dará a longo prazo e se esta
geração, já portadora dessas doenças crônico-degenerativas não obtiver totalmente a
qualidade que buscamos, esperamos que as nossa ações sensibilizem as futuras gerações
que hoje acompanham seus tios, avós, parentes ou vizinhos a nossa roda de discussão.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................... ............5
METODOLOGIA......................................................................................... .....................12
RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................13
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................16
REFERÊNCIAS...........................................................................................................17
4
INTRODUÇÃO
O Brasil, ao seguir a tendência mundial, tem passado por processos de transição
demográfica, epidemiológica e nutricional desde a década de 60, resultando em alterações
nos padrões de ocorrência de patologias, como um aumento significativo da prevalência
das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Visando responder a esse quadro
desafiador, o Ministério da Saúde organizou a vigilância de DCNT (MALTA, 2006).
As principais ações estratégicas colocadas em prática foram: organização de área
específica na Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, a CoordenaçãoGeral de Doenças e Agravos Não Transmissíveis (DANT); indução de ações de vigilância
de DANT em Secretarias de Estado e Municipais de Saúde; definição de indicadores de
monitoramento dessas ações na Programação Pactuada Integrada (PPI) de vigilância em
saúde; capacitação de recursos humanos; realização de inquérito para conhecer a
prevalência de fatores de risco em 15 capitais e no Distrito Federal em 2003, estabelecendo
uma linha de base para o monitoramento; definição de indicadores padronizados para
monitoramento das doenças e fatores de risco e proteção; advocacy junto a gestores de
saúde com o propósito de recomendar as ações para DANT como uma prioridade do
Sistema Único de Saúde (SUS); apoio a pesquisas para ampliar o conhecimento do
problema e definir estratégias para sua condução (MALTA, 2006).
Atualmente ainda enfrentam-se muitos problemas no setor saúde, a maioria
decorrentes de mudanças ocorridas ao longo da década, na administração pública, na
economia nacional, nas formas nacionais de trabalho, nas políticas que se relacionam com
trabalho, finanças públicas e educação – alterações que criam uma nova realidade
administrativa e novos desafios (SEMINÁRIO INTERNACIONAL, 2002).
Um dos grandes problemas enfrentados pelo sistema é a alocação de recursos,
mesmo que estes sejam repassados pela União aos Estados e Municípios de maneira
proporcional, sempre haverá desigualdades que refletirão na saúde, pois a capacidade de
arrecadação de recursos e gastos públicos é diferente em cada esfera, o que ressalta a
necessidade da União em incentivar essas esferas de governo quanto à oferta de serviços, a
fim de melhorar o acesso por parte da população (SILVA, 2006).
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O SUS pode ser influenciado por vários fatores, por exemplo, interferências
culturais, cabendo aos gestores compreendê-las e integrá-las para que as ações sejam
concretizadas.
Um dos grandes problemas enfrentados pelo sistema é a alocação de recursos,
mesmo que estes sejam repassados pela União aos Estados e Municípios de maneira
proporcional, sempre haverá desigualdades que refletirão na saúde, pois a capacidade de
arrecadação de recursos e gastos públicos é diferente em cada esfera, o que ressalta a
necessidade da União em incentivar essas esferas de governo quanto à oferta de serviços, a
fim de melhorar o acesso por parte da população (SILVA, 2006). O SUS pode ser
influenciado por vários fatores, por exemplo, interferências culturais, cabendo aos gestores
compreendê-las e integrá-las para que as ações sejam concretizadas.
As ações de saúde objetivam elevar a qualidade de vida da população, controlar as
doenças endêmicas e parasitárias e reduzir as enfermidades (FERREIRA, 2002).
As ações comuns dos profissionais de saúde são: promoção à saúde (ações
educativas com ênfase em mudanças do estilo de vida, correção dos fatores de risco e
produção do material educativo); treinamento de profissionais; encaminhamento a outros
profissionais quando indicado; ações assistenciais individuais e em grupo; e gerenciamento
do programa (BRASIL, 1998).
Uma concepção difundida de saúde é a de um estado de harmonia e equilíbrio
funcional do corpo. Tudo o que faz o ser humano sofrer, que o limita e impede de exercer
suas atividades normais, dá ao homem a consciência de um corpo que deixou de "funcionar
em silêncio" e que, portanto, dá mostra de alterações que podem significar um estado de
doença. No entanto, "não sentir nada", nem sempre significa ausência de doenças, pois
vários processos e lesões podem permanecer "calados" por muito tempo sem serem
percebidos por seus portadores.
A relação existente entre saúde e doenças não é apenas uma relação
de bom ou mau funcionamento do corpo, mas uma interação muito mais ampla do homem
com os ambientes, que o cercam de sua maneira de expressar, criatividade e desenvolverse como pessoa.
Segundo o Ministério da Saúde (2010) hipertensão arterial (HA) é quando a pressão
que o sangue faz na parede das artérias para se movimentar é muito forte, ficando o valor
6
igual ou maior que 140/90 mmHg ou 14 por 9, patologia de início silencioso com
repercussões clínicas importantes para os sistemas cardiovascular e renovascular,
acompanhada freqüentemente de co-morbidades de grande impacto para os indicadores de
saúde da população.
Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, nesta mesma população, o
limite de pressão arterial aferida no ambulatório e que não caracteriza hipertensão é de
125/85 mmHg.
Tabela 1
CLASSIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL (>18 ANOS)
Classificação
Pressão Sistólica
Pressão Diastólica
(mmHg)
(mmHg)
Ótima
< 120
< 80
Normal
< 130
< 85
Limítrofe
130 – 139
85 – 89
HIPERTENSÃO
Estágio 1 (leve)
140 – 159
90 – 99
Estágio 2 (moderada)
160 – 179
100 – 109
Estágio 3 (grave)
≥ 180
≥ 110
Sistólica Isolada
≥ 140
< 90
*O valor mais alto de sistólica ou diastólica estabelece o estágio do quadro hipertensivo. Quando as pressões
sistólica e diastólica situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada para classificação do estágio .
Fonte: IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – SBH/SBC/SBN – 2002
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O Diabetes Mellitus (DIA) é uma doença de causa múltipla que ocorre, quando há
falta de insulina ou ela não atua de forma eficaz, causando um aumento da taxa de glicose
no sangue (Hiperglicemia). A insulina é produzida pelo pâncreas e é essencial para que
nosso corpo funcione bem e possa utilizar glicose (açúcar) como principal fonte de energia.
Os sintomas clássicos são perda de peso inexplicada, polidipsia (sede
exagerada) e poliúria (aumento da quantidade de urina).
A hiperglicemia pode causar alterações funcionais ou patológicas por um longo
período antes que o diagnóstico seja estabelecido. Os danos em longo prazo incluem
disfunção e falência de vários órgãos, especialmente, rins, olhos, nervos, coração e vasos
sangüíneos.
A prevalência de diabetes, no Brasil, semelhante a dos vários países desenvolvidos,
em indivíduos entre 30 e 70 anos de idade é de 7,6%. A prevalência varia de 2,6% para o
grupo etário de 30 a 49 anos a 17,4% para o grupo de 60 a 69 anos, sendo que 90% são do
tipo dois, 5 a 10% do tipo um 1 e 2% do tipo secundário ou associado a outras síndromes.
No país, estima-se que cerca de cinco milhões de indivíduos adultos com diabetes
desconheçam o diagnóstico e, portanto, a doença será identificada freqüentemente pelo
aparecimento de uma de suas complicações. Atingindo igualmente homens e mulheres e
seu risco aumenta com a idade.
Tabela 2
QUANDO SUSPEITAR DE DIABETES
SINAIS / SINTOMAS
CONDIÇÕES DE RISCO
 Poliúria, Nictúria, Polidipsia, Boca Seca.
 Acima dos 40 anos
 Polifagia – Emagrecimento rápido.
 História familiar
 Fraqueza , Astenia , Letargia.
 Obesidade
 Prurido vulvar – Balanopostite.
 Doença vascular aterosclerótica antes dos
 Redução rápida da acuidade visual.
50 anos
 Presença de fatores de risco (hipertensão,
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 Encontro casual de hiperglicemia ou
dislipidemia, etc.)
glicosúria em exames de rotina.
 História
 Paralisia oculomotora
hiperglicemia, glicosúria ou intolerância à
 Infecções
urinárias
ou
cutâneas
de
prévia
de
diabetes,
glicose.
 Mães de recém-nascidos com mais de 4
repetição, etc.
kg.
 Mulheres com antecedentes de abortos
freqüentes, abortos prematuros, mortalidade
perinatal, polidrâmnio.
 Uso de medicamentos diabetogênicos
(corticóides, anticoncepcionais, etc).
* Diabetes tipo 1: crianças e adolescentes não compartilham destes fatores de risco. A sintomatologia
não inclui manifestações de complicações crônicas e freqüentemente apresenta-se em cetoacidose.
Fonte: Programa Harvard.Joslin.SBD Educação em Diabetes no Brasil 1996.
O diabetes gestacional, uma condição transitória durante a gravidez, ocorre em
torno de 2 a 3% das gestações. A tolerância diminuída à glicose tem prevalência de 7,8%
(semelhante à do diabetes) e representa uma situação em que as medidas de intervenção
podem impactar, modificando sua evolução.
A hipertensão arterial é cerca de duas vezes mais freqüente entre os
pacientes diabéticos quando comparados à população geral. A doença cardiovascular é a
principal responsável pela redução da sobrevida de diabéticos, sendo a causa mais
freqüente de mortalidade.
As complicações: o diabetes é a principal causa de amputações não
traumáticas de membros inferiores; na ordem de 50 a 70% e a principal causa de cegueira
adquirida; no diabetes tipo 1, cerca de 30 a 40% dos pacientes desenvolverão nefropatia
num período entre 10 a 30 anos, após o início da doença. No diabetes tipo 2, até 40% dos
pacientes apresentarão nefropatia após 20 anos da doença.
9
O risco do paciente diabético sofrer amputação de membros inferiores é 15 vezes
maior que o observado em pacientes não-diabéticos. Após 20 anos da doença, quase todos
os diabéticos tipo 1 e mais de 60% dos tipo 2 desenvolverão retinopatia diabética.
No diabetes tipo 1, a hipertensão se associa a nefropatia diabética e o controle da
pressão arterial é crucial para retardar a perda de função renal. No diabetes tipo 2, a
hipertensão se associa à síndrome metabólica, à insulina e ao alto risco cardiovascular.
O tratamento não-farmacológico (atividade física regular e dieta apropriada) tornase obrigatório para reduzir a resistência à insulina. O controle do nível glicêmico contribui
para a redução do nível de pressão.
Todos os anti-hipertensivos podem ser usados no diabético sendo que os diuréticos
podem ser utilizados em baixas doses. Há evidências de que betabloqueadores em
hipertensos aumentam o risco de desenvolvimento de diabete.
Diante disso, o Ministério da Saúde viu a necessidade de criar um programa que,
através de um sistema pudesse cadastrar e acompanhar pessoas hipertensas e diabéticas.
Sendo assim, criou em 04 de março de 2002, através da Portaria nº 371/GM, o programa
Hiperdia (BRASIL, 2002). A intenção do programa hiperdia é diagnosticar, tratar e
controlar a hipertensão arterial e diabetes dos pacientes do município, através da
assistência primária e secundária oferecida na rede básica de saúde.
O programa hiperdia (BRASIL, 1996) tem como principais objetivos:
1.
Criação de um sistema informatizado nacional, que permite o cadastramento
de pacientes e o acompanhamento de seu tratamento, bem como servir como banco
de dados para definição do perfil epidemiológico das doenças e assim subsidiar
estratégias para sua prevenção e tratamento;
2.
Adoção de medicamentos essências, preconizados pela Organização
Mundial de Saúde e referendados por Comitê do Programa, como padrão para
prescrição e dispensação em todas as Unidades de Saúde do Sistema Único de
Saúde.
O HIPERDIA é um Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos
e Diabéticos captados no Plano Nacional de Reorganização da Atenção à hipertensão
arterial e ao Diabetes Mellitus, em todas as unidades ambulatoriais do Sistema Único de
10
Saúde, gerando informações para os gerentes locais, gestores das secretarias municipais,
estaduais e Ministério da Saúde (BRASIL, 2001)
Além do cadastro, o Sistema permite o acompanhamento, a garantia do
recebimento dos medicamentos prescritos, ao mesmo tempo que, a médio prazo, poderá ser
definido o perfil epidemiológico desta população, e o conseqüente desencadeamento de
estratégias de saúde pública que levarão à modificação do quadro atual, a melhoria da
qualidade de vida dessas pessoas e a redução do custo social (BRASIL, 2001)
A maioria dos pacientes cadastrados no programa HIPERDIA, não compreende
corretamente a importância dos dados da prescrição médica, relativos à dose, nome da
medicação, intervalo de uso, indicação do tratamento e tempo de duração do tratamento.
Assim, o objetivo deste trabalho é relatar a experiência vivenciada através de rodas
de conversa que tinha como foco principal na educação em saúde com foco em orientar,
sensibilizar, fortalecer vínculos ampliando acesso da clientela do hiperdia ao serviço de
saúde.
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METODOLOGIA
Este relato é fruto do plano de ação desenvolvido na estratégia de saúde da família34 Parque do Lago II, Dourados- MS que abrangem os bairros Parque do Lago II, Jardim
Novo Horizonte e Estrela Porã,
Foram realizadas roda de conversa na recepção da unidade, após reunião de equipe,
todas as três primeiras quartas-feiras do mês, com divisão por microárea (duas a duas),
totalizando 6 microáreas de abrangência desta ESF, a fim de otimizar a sensibilização e
atingir o maior número de usuários. Sendo que no momento em que os auxiliares de
enfermagem, aferiam a pressão arterial e glicemia era passado vídeos com informações
sobre fatores de risco, exercícios, alimentação e palestras com os ACS, enfermagem e o
médico.
A abordagem metodológica utilizada foi de natureza qualitativa, esta se preocupa
com um nível de realidade que não pode ser quantificado, ela trabalha com o universo de
significados, motivações, aspirações, crenças, valores e atitudes o que corresponde a um
espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos, busca entender o
contexto onde algum fenômeno ocorre, permitindo a observação de vários elementos
simultaneamente em um pequeno grupo, o importante não são os números, mas sim, todo o
conteúdo (Minayo, 2002).
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
A intervenção no Hiperdia caracterizou-se num processo rico e complexo de
aproximação da realidade a fim de conhecê-la e apreendê-la, não em sua totalidade, mas
que o conhecimento obtido poderá subsidiar formas de intervenção na mesma.
Segundo Reveles e Takahashi (2007) na Enfermagem a educação em saúde é um
instrumento fundamental para uma assistência de boa qualidade, pois o enfermeiro além de
ser um cuidador é um educador, tanto para o paciente quanto para a família, realizando
orientações.
A Enfermagem atua nessa atividade como um dos principais agentes transmissor de
conhecimento para a população, sendo este profissional preparado desde sua graduação
para realizar tal atividade com destreza e resolutividade. Após a exposição dos temas os
usuários puderam esclarecer suas dúvidas e adquirir mais conhecimentos sobre suas
patologias, e ao final foi entregue um material didático (folder) fornecido aos participantes
e a unidade de saúde.
Os pacientes que raramente participavam do hiperdia, os que estavam a mais de três
meses evadidos, mantiveram o hábito e retornaram a periodicidade do programa, pela
importância que entronizaram em sua vida.
O plano de ação se manterá, a fim de reduzir as complicações da hipertensão e
diabetes, melhorando a qualidade de vida, ocorrendo em concomitante treinamentos e
atualizações dos profissionais, encaminhamento a outros profissionais o mínimo possível,
apenas com indicação clara, atingindo a redução das internações hospitalares por agravos
dessas patologias.
A maior dificuldade encontrada era dos trabalhadores formais, cujo seus patrões
não entendiam a necessidade mensal de atraso em um período apenas para ir aos
encontros, visto que não estavam “doentes”, e em alguns relatos houve a fala de que
prevenção é brincadeira.
A necessidade do emprego para a manutenção da família, muitas vezes reduziu a
freqüência e adesão ao programa, deixando o indivíduo susceptível as complicações
conseqüentes da irregularidade quanto ao uso das medicações.
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Futuramente objetivamos a redução de seqüelas e complicações dessas
patologias, sendo que um indivíduo e mais que zero, sendo assim, todos os usuários que
realizaram a mudança em seus estilo de vida e hábito alimentar, deixará a equipe com
esperança que a prevenção faz a diferença, basta tentar.
O profissional enfermeiro desempenha função importante para a população, pois
participa de programas e atividades de educação em saúde, visando à melhoria da saúde do
indivíduo, da família, e da população em geral, orientando a população, mostrando
alternativas para que esta tome atitudes que lhe proporcione saúde e previna doenças e/ou
suas complicações, que na maioria das vezes são degenerativas.
Perguntamos, sempre, ao paciente hipertenso e/ou diabéticos se o mesmo estava
tomando, com regularidade, os medicamentos e se está cumprindo as orientações de dieta,
atividades físicas, controle de peso, cessação do hábito de fumar e da ingestão de bebida
alcoólica, porém a resposta foi sempre imparcial. Cerca de metade dos entrevistados
assumiu que não faz dieta alimentar e quase dois terços disseram que não realizam
atividade física.
As atividades ocorreram todas as três primeiras Quartas-Feiras do mês à partir das
7:00 horas da manhã na unidade, participaram aproximadamente 30 usuários, onde foi
questionado e esclarecido a satisfação e o motivo da irregularidade da adesão
medicamentosa, sendo então discutido o que é hiperdia, o que é hipertensão arterial e
diabetes mellitus e seus sinais e sintomas, no caso de diabetes mellitus os tipos, possíveis
complicações de ambas as patologias, orientações sobre alimentação, exercícios, hábitos
saudáveis no geral, bem como a importância do uso correto dos medicamentos e como se
deve aplicar a insulina, os locais de aplicação e destacamos a importância de estar
realizando o rodízio destes locais na prevenção de certas complicações.
Na maioria dos relatos, menos da metade dos pacientes que compareceram a roda
de conversa, apresentou conhecimento sobre a enfermidade, basearam-se na descrição de
que ambas as patologias, diretamente não causam “dor”, portanto apesar dos comentários,
somente agora, com a colaboração do médico eles perceberam as conseqüências e
complicações que ocorrem com o tratamento inadequado e uso irregular de medicações.
A maioria dos pacientes utiliza-se de mais de um medicamento para o controle da
pressão arterial e mais da metade assumiu que realiza auto-medicação, quando “percebe”
que esta elevada a pressão ou o diabetes.
14
A maioria dos pacientes considera fácil o acesso a Farmácia pelo fato de esta
situar-se próxima à Unidade de Saúde. Apenas alguns expõem dificuldade devido ao fato
de que muitas vezes falta a medicação, o que torna mais complicado o acesso; por isso,
nem sempre podem comparecer para pegar e/ou comprar o medicamento, tarefa que fica a
cargo de um parente ou vizinho, apesar da consciência da gratuidade na farmácia popular
do Brasil.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho possibilitou significativas contribuições para o nosso processo
ensino-aprendizagem, em especial, os conceitos teóricos introdutórios sobre hipertensão e
diabetes, que viabilizaram uma aproximação adequada da vida e história dos usuários,
atualizando também o conhecimento da equipe.
A oportunidade de estar nesta unidade com um olhar sensibilizado pelas idéias,
proporcionou um conhecimento mais aprofundado das relações sociais e da forma de vida
das pessoas moradoras destas comunidades. Desta forma, começamos a vislumbrar ações
direcionadas e vinculadas à realidade das pessoas do lugar.
Além disso, o contato estabelecido com as pessoas que compõem a rede social
local, a exemplo dos moradores/as antigos/as, líderes comunitários, líderes religiosos,
profissionais de saúde e educação significou o início de parcerias saudáveis e promissoras.
Concomitantemente, outro ponto fundamental para este processo foi a identificação
das interfaces dos equipamentos sociais (a escola, a associação de moradores e algumas
igrejas) e das possíveis atividades que serão realizadas pela equipe.
Por fim, vivenciar o processo de trabalho com toda a equipe envolvida na
participação do HIPERDIA, propiciou a formação de vínculo afetivo, elemento
indispensável para o bom funcionamento das atividades entre pacientes e equipe.
Os baixos índices de adesão requerem atividades voltadas para a educação dos
pacientes, como prática voltada para a detecção, prevenção e resolução de problemas
relacionados aos medicamentos, e mudanças de hábito.
Assim com a periodicidade dessas ações pela equipe multiprofissional e a adesão
crescente aos medicamentos e aos hábitos de vida diferenciados, poderemos avaliar este
plano de intervenção, principalmente verificando a redução das internações destas
patologias e principalmente suas complicações, pois o nosso objetivo foi a melhoria da
qualidade de vida que se dará a longo prazo e se esta geração, já portadora dessas doenças
crônico-degenerativas não obtiver totalmente a qualidade que buscamos, esperamos que as
nossa ações sensibilizem as futuras gerações que hoje acompanham seus tios, avós,
parentes ou vizinhos a nossa roda de discussão.
16
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