do PDF - Sociedade Brasileira de Reumatologia

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JUL / AGO / SET 2013 • No 3 • ANO XXXVII
Editorial
“P
ai, afaste de mim este cálice... Mesmo calada
a boca resta o peito... Silêncio na cidade não
se escuta...”. Foi-se o tempo em que podíamos
nos expressar apenas através de músicas e artistas, como
outrora cantaram Milton Nascimento e Chico Buarque.
Assim esperamos que seja. Como médicos, pela primeira
vez conseguimos realmente nos unir em busca de um único
propósito: a saúde do nosso país. Melhores condições de
trabalho, plano de carreira, remuneração digna, graduação e residência médica de qualidade e investimentos em
pesquisas foram algumas pautas levantadas, ainda que
com certa distância de se tornarem realidade.
Mas, “E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o
povo sumiu, a noite esfriou”. Esperamos que não. Muito
ainda há por fazer. Momento único para repensarmos
conceitos de liderança, união, valores e nos tornarmos
exemplos dentro dos nossos lares, trabalhos e nossas
sociedades. Difundir o conhecimento entre a população
das causas do descaso com a saúde pública no país é nossa
obrigação. Trazemos, escritos especialmente para o nosso
boletim, posicionamentos oficiais do Conselho Regional
de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e da
Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR)
acerca das recentes medidas governamentais. Na coluna
de Rheuma & Ethos, a ética e a responsabilidade social são
enfoques de como o médico deve portar-se em períodos
de manifestações sem infringir a ética médica.
Esta edição também traz o novo Protocolo Clínico e
Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para artrite reumatoide e
trabalhos com autores brasileiros apresentados no European League Against Rheumatism 2013 (Eular). Na Profissão
Reumato, a arquiteta Denise Xavier nos dá dicas de como
deixar o consultório médico mais acolhedor e agradável.
E por último, mas não menos importante, vamos querer
saber sua opinião sobre o Boletim da SBR, que é de todos!
Você vai receber, por e-mail, uma pesquisa com resposta
em apenas um clique para avaliar e dar sugestões para o
seu Boletim.
Aproveitem bastante e esperamos seus votos e sugestões!
Edgard Reis
SOCIEDADE
BRASILEIRA DE
REUMATOLOGIA
Presidente
Walber Pinto Vieira – CE
Tesoureiro
José Eyorand Castelo B Andrade – CE
Secretário Geral
Francisco José Fernandes Vieira – CE
Vice-Tesoureiro
José Roberto Provenza – SP
1º Secretário
Lauredo Ventura Bandeira – SP
Diretor Científico
Mittermayer Barreto Santiago – BA
2a Secretária
Rosa Maria Rodrigues Pereira – SP
Presidente eleito
Cesar Emile Baaklini
Boletim da Sociedade Brasileira de Reumatologia
Av. Brig. Luís Antônio, 2.466, conjuntos 93 e 94
01402-000 – São Paulo - SP – Tel.: (11) 3289-7165 / 3266-3986
www.reumatologia.com.br
Coordenação editorial
Kaline Medeiros Costa Pereira
Edgard Torres dos Reis Neto
Editores
Tania Caroline Monteiro de Castro
Frederico Augusto Gurgel Pinheiro
Colaborador
Plinio José do Amaral
@
[email protected]
Jornalista responsável
Maria Teresa Marques
Layout
Sergio Brito
Impressão
Gráfica e Editora SJS
Tiragem: 2.000 exemplares
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • jul/ago/set/2013
Representante junto à Panlar
Adil Muhib Samara – SP
Antonio Carlos Ximenes – GO
Fernando Neubarth – RS
Maria Amazile Ferreira Toscano – SC
Representante junto ao Ministério da Saúde
Ana Patrícia de Paula – DF
Mário Soares Ferreira – DF
Representante junto à AMB
Eduardo de Souza Meirelles – SP
Gustavo de Paiva Costa – DF
Morton A Scheinberg – SP
4
Notas
6
SBR.doc / Agenda
7
Reumato.com
8
O melhor do Brasil
10Baluartes da Reumatologia
12Matéria de capa
14Rheuma & Ethos
16Espaço do residente
17 Primeira fila
18 Profissão Reumato
20 Coluna Seda
22Além da Reumatologia
ÍNDICE
Diretoria Executiva da SBR – Biênio 2012-2014
Índice
3
Notas
Eular 2013
Fisioterapeuta
Marcelo Cardoso e
dr. Fábio Jennings
N
o período de 12 a 15 de junho de 2013 foi realizado na
cidade de Madrid, Espanha, o European League Against
Rheumatism Congress (Congresso Europeu de Reumatologia),
que contou com cerca de 14 mil participantes e mais de 4 mil
trabalhos submetidos, entre apresentações orais e pôsteres.
Segundo dados do próprio congresso, havia 373 brasileiros
presentes, sendo a décima nacionalidade com maior número
de inscritos, mostrando a importância dos reumatologistas
nacionais no cenário mundial.
Além disso, vários estudos do Brasil mereceram destaque.
O trabalho de tese de doutorado do fisioterapeuta Marcelo
Cardoso, realizado na Universidade Federal de São Paulo/
Unifesp, Benefits of progressive muscle strengthening using a
swiss ball in patients with ankyloing spondylitis: a randomized
trial, orientado pelo dr. Jamil Natour e co-orientado pelo dr.
Fábio Jennings, foi agraciado entre os três melhores estudos
com prêmio de 1 mil euros do Healthy Professional Awards.
Este foi o único trabalho da América Latina premiado em todas
as categorias. Parabéns a todos os pesquisadores brasileiros!
TRABALHOS
Universidade Federal de São Paulo /Unifesp
• BENEFITS OF PROGRESSIVE MUSCLE STRENGTHENING USING
A SWISS BALL IN PATIENTS WITH ANKYLOSING SPONDYLITIS:
A RANDOMIZED CONTROLLED TRIAL.
M. Souza, H. Morimoto, F. Jennings, J. Natour.
• ENTHESES ULTRASOUND IN PATIENTS WITH ANKYOSING SPONDYLITIS:
A CONTROLLED STUDY WITH HEALTHY SUBJECTS.
S. Narimatsu, A. Rosenfeld, G. B. Q. Estrela, J. E. Proglhof,
R. N. V. Furtado, J. Natour.
• GLOBAL POSTURAL REEDUCATION TO TREAT CHRONIC
LOW BACK PAIN: RANDOMIZED, CONTROLLED TRIAL.
P. A. Lawand, A. Jones, C. C. Sardim, L. H. Ribeiro,
I. Lombardi, J. Natour.
• EFFECTIVENESS OF INSOLE USE ON RHEUMATOID FEET:
A RANDOMIZED CONTROLLED TRIAL.
E. Moreira, A. Jones, H. V. Oliveira, F. Jennings, A. Fernandes, J. Natour.
• TRANSLATION, CULTURAL ADAPTATION AND THE REPRODUCIBILITY
OF THE OXFORD SHOULDER SCORE QUESTIONNAIRE FOR BRAZIL.
E. S. Lima, J. Natour, E. Moreira, A. Jones.
• PAINLESS SYNOVITIS – A SILENT ENEMY? A CONTROLLED,
ULTRASOUND, RADIOGRAPHIC, CLINICAL TRIAL.
D. F. Pereira, J. Natour, A. L. Buosi, F. Ferreira, A. Fernandes, R. N. Furtado.
• PERSONALITY TRAITS IN PATIENTS WITH FIBROMYALGIA
USING PROJECTIVE TEST.
A. M. Canzonieri, D. F. Polack, J. Natour.
• NAILFOLD CAPILLAROSCOPY IN PATIENTS WITH EARLY
SYSTEMIC SCLEROSIS: LESS SEVERE MICROANGIOPATHY COMPARED
TO PATIENTS WITH DEFINITE DISEASE.
C. Z. Camargo, J. Y. Sekiyama, L. E. C. Andrade, C. Kayser.
Universidade de São Paulo /USP
• ALPHA-MELANOCYTE STIMULATING HORMONE ANALOGUE:
BENEFICIAL EFFECT IN MURINE LUPUS ACTIVITY.
D. Botte, I. Noronha, D. Malheiros, S. Mello.
• POSITIVE EFFECTS OF ANTI-MELANOCYTE STIMULATING
HORMONE IN MURINE PRISTANE-INDUCED LUPUS.
T. V. Peixoto, S. B. Mello, D. A. Botte, S. Carrasco, M. B. Vendraminni,
C. Goldenstein-Schainberg.
• BENEFITS OF STRENGTHENING EXERCISES WITH THE AID OF SWISS BALL
IN PATIENTS WITH FIBROMYALGIA: A RANDOMIZED CONTROLLED TRIAL.
J. S. Arakaki, F. Jennings, G. Q. Estrela, V. da Cruz, J. Natour.
• HLA-B27 ANALYSIS BY FLOW CITOMETRY IN BRAZILIAN PATIENTS WITH
ANKYLOSING SPONDYLITIS AND PSORIATIC ARTHRITIS.
C. Goldenstein-Schainberg, S. Carrasco, C. Saad, C. Goncalves,
P. Sampaio-Barros, E. Parra.
• SWIMMING IS AS EFFECTIVE AS WALKING FOR TREATING FIBROMYALGIA:
A RANDOMIZED CONTROLLED TRIAL.
G. Fernandes, F. Jennings, A. L. Buosi, M. Nery, J. Natour.
• SPINAL LESIONS DUE TO TOPHACEOUS GOUT –
A DIFFERENTIAL DIAGNOSIS NOT RELATED TO SYMPTOMS.
F. M. Mello, C. Goldenstein-Schainberg, R. Fuller, A. S. Halpern.
• DOUBLE-BLIND RANDOMIZED CONTROLLED PROSPECTIVE TRIAL
ASSESSING THE EFFECTIVENESS OF ORAL CORTICOIDS IN THE TREATMENT
OF LUMBAR-CANAL STENOSIS IN SYMPTOMATIC PATIENTS.
L. C. L. Rodrigues, J. Natour.
• BEHCET´S DISEASE ACTIVITY: AN IMPORTANT FACTOR FOR
IMMUNOGENECITY OF UNADJUVANTED INFLUENZA A/H1N1 VACCINE.
L. L. Prado, C. G. S. Saad, J. C. B. Moraes, A. C. M. Ribeiro, N. E. Aikawa,
C. A. Silva, C. G. Schainberg, P. D. Sampaio-Barros, A. R. Precioso, M. A. Ishida,
E. Bonfa, C. R. Goncalves.
• EFFECTIVENESS OF TOTAL CONTACT INSOLE ON PLANTAR FASCIITIS.
H. V. Oliveira, A. Jones, E. Moreira, F. Jennings, J. Natour.
• INTERPHALANGEAL INTRA-ARTICULAR INJECTION WITH TRIAMCINOLONE
HEXACETONIDE: ASSESSMENT OF EFFECTIVENESS IN HAND OSTEOARTHRITIS.
N. D. O. Spolidoro, F. S. Machado, H. A. V. Oliveira, J. Natour, R. N. V. Furtado.
4
• STATIC AND DYNAMIC POSTURAL CONTROL IN INDIVIDUALS
WITH CHONDROMALACIA PATELLAE.
A. P. M. C. Carvalho E Silva, G. Leão, M. Magalhães, A. P. Marques.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • jul/ago/set/2013
• PAIN, FUNCTION AND QUALITY OF LIFE IN DIFFERENT
DEGREES OF KNEE OSTEOARTHRITIS: IS THERE A DIFFERENCE?
S. Meneses, S. Dreyer, P. Alfredo, A. P. Marques.
• FUNCTIONAL REEDUCATION PROGRAM ASSOCIATED WITH BACK
SCHOOL IMPROVE FUNCTIONAL DISABILITY AND PAIN IN WORKERS
WITH CHRONIC LOW BACK PAIN: A PILOT STUDY.
D. M. Meira.
Universidade Federal do Espírito Santo / UFES e
Universidade Vila Velha / UVV
• CROSS-CULTURAL ADAPTATION AND PSYCHOMETRIC PROPERTIES
OF THE “EULAR SJÖGREN’S SYNDROME PATIENT REPORT INDEX”
FOR PORTUGUESE LANGUAGE.
M. Paganotti, V. Valim, E. V. Serrano, S. T. Miyamoto, R. Altoé, M. C. S. Santos.
Universidade Federal de Pernambuco / UFPE
• HIGH FREQUENCY OF ASYMPTOMATIC PRIMARY HYPERPARATHYROIDISM
IN PATIENTS WITH FIBROMYALGIA: A FORTUITOUS ASSOCIATION
OR A MISDIAGNOSIS?
J. M. D. F. Trindade, A. Ranzolin, C. A. D. C. da Costa Neto, C. D. L. Marques,
A. L. B. P. Duarte.
• CHILDREN HAVE A LONGER DELAY IN DIAGNOSIS OF TAKAYASU ARTERITIS
THAN ADOLESCENTS: LACK OF AWARENESS ABOUT THE DISEASE?.
G. Clemente1, C. Len1, C. A. Silva2, S. Sachetti3, V. Ferriani4, F. Sztajnbok5,
S. Oliveira6, B. Bica7, A. Cavalcanti8, T. Robazzi9, M. Bandeira10, M. O. Hilário1,
M. T. Terreri1.
1
Universidade Federal de São Paulo; 2Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo; 3Santa Casa de Misericórdia de São Paulo; 4Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo - Ribeirão Preto; 5Universidade Estadual do Rio de
Janeiro; 6Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira da Universidade
Federal do Rio de Janeiro; 7Universidade Federal do Rio de Janeiro; 8Universidade
Federal de Pernambuco; 9Universidade Federal da Bahia; 10Hospital Pequeno
Príncipe, Curitiba.
• SUBCUTANEOUS ABATACEPT: LONG-TERM DATA FROM THE ACQUIRE TRIAL.
R. Alten, C. Pacheco-Tena, A. Covarrubias, G. Leon, E. Mysler, M. Keiserman1,
R. Valente, P. Nash, J. Simon-Campos, J. Box, C. Legerton III, E. Nasonov,
P. Durez, I. Delaet, M. Genovese.
1
Pontificial Catholic University School of Medicine, Porto Alegre.
• CLINICAL AND RADIOGRAPHIC OUTCOMES AT TWO YEARS AND THE
EFFECT OF TOCILIZUMAB (TCZ) DISCONTINUATION FOLLOWING SUSTAINED
REMISSION IN THE SECOND YEAR OF THE ACT-RAY STUDY.
T. W. J. Huizinga, T. Donka, P. G. Conaghan, E. Martin-Mola,
G. Schett, H. Amital, R. M. Xavier1.
1
Hospital de Clínicas de Porto Alegre.
Porto Alegre, Rio Grande do Sul
• CASE REPORT OF ALLOGENEIC UNRELATED-DONOR MESENCHYMAL
STEM CELLS (MSC) INFUSION IN SYSTEMIC SCLEROSIS (SSC).
R. Chakr, T. Pavan, I. Siqueira, D. Zanchet, N. Calegaro, N. Andrade, G. Neto,
M. Neves, M. Bredemeier, P. Palominos, C. Kohem, B. Amorin, V. Valim,
A. Alegretti, L. Silla, O. Monticielo, C. Brenol, R. Xavier, J. Brenol.
Trabalhos multicêntricos com autores do Brasil
• BIOLOGICAL AGENTS SURVIVAL COMPARISONS AMONG DIFFERENT
RHEUMATIC DISEASE - BRAZILIAN REGISTER OF BIOLOGICAL AGENTS IN
RHEUMATIC DISEASES – BIOBADABRASIL.
B. Fafá1, V. Valim1, P. Peçanha1, I. Laurindo2, A. Ranzolin3, A. Hayata4, Â. Duarte3,
C. Brenol5, H. Carvalho6, G. C. Pinheiro7, I. Silveira8, I. A. Pereira9, I. Costa10,
J. Macieira11, J. R. Miranda12, J. C. Moraes2, L. S. G. Barbosa13, M. Bértolo14,
M. Sauma15, M. Silva16, M. Freire17, M. Scheinberg18, P. L. Júnior19, R. Toledo20,
R. Ranza21, S. Oliveira22, V. Fernandes23, W. Bianchi24, D. Titton25, BiobadaBrasil
1
UFES, Vitória; 2USP, São Paulo; 3UFPE, Recife; 4CRO, Osasco.
5
HCPA, Porto Alegre; 6HBDF, Brasilia; 7UERJ, Rio de Janeiro; 8PUC, Porto Alegre;
9
UFSC, Florianópolis; 10UFMS, Campo Grande; 11UFS, Aracaju; 12ArtroCenter,
Taubaté; 13UFMT, Cuiabá; 14UNICAMP, Campinas; 15UFPA, Belém; 16HUE, Curitiba;
17
UFTM, Uberaba; 18AACD, São Paulo; 19USP, Ribeirão Preto; 20FUNFARP,
São José do Rio Preto; 21UFU, Uberlândia; 22IPPMG, Rio de Janeiro;
23
HGU, Cuiabá; 24SCM, Rio de Janeiro; 25UFP, Curitiba.
• TRANSLATION, CULTURAL ADAPTATION AND REPRODUCIBILITY OF THE
MICHIGAN HAND OUTCOMES QUESTIONNAIRE (MHQ) FOR BRAZIL.
S. M. M. Adolph1, J. Natour1, D. A. Batista2, M. Lopes2, T. L. Skare2.
1
Universidade Federal de São Paulo, São Paulo; 2Hospital Universitário Evangélico
de Curitiba, Brazil.
• MOLECULAR CHARACTERIZATION OF COMPLEMENT
C1Q, C2, AND C4 GENES IN JUVENILE SYSTEMIC LUPUS ERYTHEMATOSUS.
B. L. Liphaus1, N. Umetsu1, S. Bando1, A. A. Jesus1, L. E. C. Andrade2,
C. A. Silva1, M. Carneiro-Sampaio1.
1
Faculdade de Medicina - Universidade de São Paulo; 2Universidade Federal de
São Paulo.
• PREVALENCE OF PSORIATIC ARTHRITIS IN A LARGE
COHORT OF BRAZILIAN PSORIATIC PATIENTS.
R. Ranza1, C. Goldenstein-Schainberg2, S. Carneiro3, G. Martins4, J. J. Rodrigues1,
R. Romiti2, T. M. Bitar Barros2, J. Carneiro4, A. L. Sampaio3, R. Grynspan3,
J. Markus1, R. Melo Costa Pinto1.
1
Universidade Federal de Uberlândia; 2Universidade de São Paulo;
3
Universidade Federal do Rio de Janeiro; 4Universidade de Brasilia.
• URINARY HMGB1 LEVELS ARE ASSOCIATED WITH CD4+ T-CELLS IN URINE
IN PATIENTS WITH ANCA-ASSOCIATED VASCULITIS AND ACTIVE NEPHRITIS.
A. W.S De Souza1, W. Abdulahad1, J. Westra1, P. Sosicka1, P. Limburg2, M. Bijl3,
C. A. Stegeman1, C. G. M. Kallenberg1.
1
University of Groningen Medical Center; 3Martini Hospital.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • jul/ago/set/2013
• SUMMACTA: A RANDOMIZED, DOUBLE-BLIND, PARALLEL GROUP STUDY
OF THE SAFETY AND EFFICACY OF TOCILIZUMAB SC VERSUS TOCILIZUMAB IV,
IN COMBINATION WITH TRADITIONAL DMARDS IN PATIENTS WITH MODERATE
TO SEVERE RA.
G. R. Burmester, A. Rubbert-Roth, A. Cantagrel, S. Hall, P. Leszczynski,
D. Feldman1, M. J. Rangaraj, G. Roane, C. Ludivico, E. Mysler, L. Rowell,
I. Vranic.
1
Universidade Federal de São Paulo.
• EFFECTS OF BLISIBIMOD, A SUBCUTANEOUS INHIBITOR
OF B CELL ACTIVATING FACTOR, IN PATIENTS WITH SLE.
R. Furie, M. Scheinberg1, G. Leon, E. B. Ramiterre, M. Thomas,
A. D. Chu, C. Hislop, R. S. Martin, M. A. Petri.
1
Rheumatology Hospital Abreu Sodre Pesquisa Clínica, São Paulo.
• EFFECTS OF BLISIBIMOD, AN INHIBITOR OF B-CELL ACTIVATING FACTOR,
ON MARKERS OF RENAL DISEASE IN PATIENTS WITH SLE.
R. Furie, M. Scheinberg1, G. Leon, E. B. Ramiterre, M. Thomas, A. D. Chu,
C. Hislop, R. S. Martin, M. A. Petri.
1
Rheumatology Hospital Abreu Sodre Pesquisa Clínica, São Paulo.
• IMMUNOLOGIC RESPONSE TO LONG-TERM EPRATUZUMAB TREATMENT
IN SL0008, AN OPEN-LABEL LONG-TERM EXTENSION STUDY IN PATIENTS
WITH MODERATE-TO-SEVERE SYSTEMIC LUPUS ERYTHEMATOSUS.
V. Strand, P. Leszczynski, M. Keiserman1, B. Kilgallen, S. Bongardt, D. J. Wallace,
C. Gordon.
1
Hospital San Lucas Da Pucrs, Porto Alegre.
• BONE HISTOLOGY AND HISTOMORPHOMETRY: EFFECTS OF
5 YEARS OF DENOSUMAB IN THE FREEDOM STUDY EXTENSION.
J. P. Brown, R. B. Wagman, D. W. Dempster, D. Kendler, P. Miller, M. Bolognese,
I. Valter, J.-E. Beck Jensen, C. Zerbini1, J. R. Zanchetta, N. Daizadeh, I. Reid.
1
Hospital Heliopolis, Sao Paulo.
• VALIDATION OF EULAR PRIMARY SJÖGREN’S SYNDROME
DISEASE ACTIVITY AND PATIENT INDEXES.
R. Seror, E. Theander, J. Brun, M. Ramos-Casals, V. Valim1, T. Dörner, X. Mariette,
H. Bootsma, A. Tzioufas, R. Solans-Laqué, T. Mandl, J.-E. Gottenberg,
E. Hachulla, W.-F. Ng, S. Bombardieri, R. Gerli, T. Sumida, A. Saraux, M. Tomsic,
R. Caporali, R. Priori, K. Moser, A. A. Kruize, C. Vollenweider, P. Ravaud,
S. Praprotnik, H. Scofield, G. Valesini, C. Montecucco, A. L. Fauchais, C. Vitali,
S. Bowman.
1
Rheumatology, University, Espirito Santo.
• MINIMUM DIAGNOSTIC STANDARDS FOR CHILDREN WITH RAYNAUD’s
PHENOMENON - RESULTS OF THE CONSENSUS MEETING IN HAMBURG
(GERMANY) ON DECEMBER 9, 2012.
T. Constantin, C. Pain, N. Toplak, M. Moll, C. Iking-Konert, D. Piotto1, N. Aktay,
D. Nemcova, P. Hoeger, M. Cutolo, V. Smith, I. Foeldvari, for the Juvenile
Scleroderma Working Group of PReS.
1
Universidade Federal de São Paulo.
5
SBR.doc
Protocolo Clínico e Diretrizes
Terapêuticas (PCDT)
para Artrite Reumatoide
Uma grande conquista
para o tratamento
da doença no Brasil
Dra. Licia Maria Henrique da Mota
Coordenadora da Comissão de Artrite Reumatoide
da Sociedade Brasileira de Reumatologia
E
m 27 de junho de 2013, foi aprovado o Protocolo
Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para artrite reumatoide, sob a Portaria no. 710 – Protocolo no. 123, publicado
no Diário Oficial do país na sexta-feira, dia 28 de junho.
Nesse documento, o secretário de Atenção à Saúde considera a necessidade de estabelecer diretrizes nacionais para
diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos indivíduos
com diagnóstico de artrite reumatoide no Brasil. A aprovação aconteceu após estudo e consenso técnico-científico,
formulado dentro de parâmetros de qualidade e precisão
de indicação e avaliação técnica da Comissão Nacional de
Incorporação de Tecnologias do Sistema Único de Saúde
(Conitec), do Departamento de Assistência Farmacêutica e
Insumos Estratégicos (DAF/SCTIE/MS) e do Departamento
de Atenção Especializada (DAE/SAS/MS).
O que você acha
do nosso boletim?
É muito importante saber a opinião
de nossos leitores, por isso os membros
da SBR irão receber um e-mail com
uma pesquisa sobre o nosso boletim
e espaço para qualquer comentário.
É só votar e clicar em “Enviar”.
Estamos aguardando seu voto!
Agenda
www.reumatologia.com.br
EVENTO INTERNACIONAL
ACR/ARHP 2013 Annual Meeting
Data: 25/10/2013 até 30/10/2013
Email: [email protected]
Local: San Diego Convention Center, San Diego, Califórnia.
Website: www.acr-cmrglobalgroupservices.com/pages/Info.
aspx?AnnualMeeting
Contato: [email protected]
Telefones: +1(415) 839-6461; Fax: +1(305) 865-4382
EVENTOS NACIONAIS
2013 - XXX Congresso Brasileiro de Reumatologia
Data: 20/11/2013 até 24/11/2013
Telefone: (85) 3416-0075
Contato:
Dra. Lilian David de Azevedo Valadares
Local: Centro de Convenções de Pernambuco, Recife (PE)
Website: www.sbr2013.com.br
Informações SBR 2013 Gerenciamento Grupo GT5 Brasil – Planet
Events SER [email protected];
Tel: 11 3141-0707
O PCDT contém conceitos gerais da doença, incluindo
critérios de diagnóstico, informações sobre tratamento e mecanismos de regulação, controle e avaliação. Tal documento
é de caráter nacional e deve ser utilizado pelas Secretarias de
Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para
a regulação do acesso assistencial, autorização, o registro e
ressarcimento dos procedimentos correspondentes.
Embora haja algumas diferenças, o texto do PCDT se assemelha em vários aspectos, e está, de forma geral, alinhado
com as mais recentes publicações da Comissão de Artrite
Reumatoide da Sociedade Brasileira de Reumatologia sobre o
assunto, incluindo os consensos e diretrizes para diagnóstico
e tratamento da doença.
Trata-se de uma conquista pleiteada há muito tempo pela
Sociedade Brasileira de Reumatologia e pelas associações
de pacientes, e, portanto, um grande avanço para garantir o
acesso a medicações que anteriormente não estavam disponíveis pelo Sistema Único de Saúde do Brasil.
6
ReumaRio 2013
Data: 11 e 12/10/2013
Local: Hotel Windsor, Copacabana – Rio de Janeiro (RJ)
Inscrições: http://reumatorj.org.br.nrserver24.net/2013/reumario/
FichaInscricaoReumaRio2013.pdf
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • jul/ago/set/2013
Reumato.com
Convidamos os reumatologistas a acessarem o portal da sociedade - http://www.reumatologia.com.br - ,
em que vários temas de interesse da área estão à disposição para consulta.
DEU NA MÍDIA
REVISTA RBR
DESTAQUES
Edição mais recente da Revista Brasileira de
Reumatologia, editada pela Sociedade Brasileira
de Reumatologia
• Tratamento da obesidade é tema de
nova comissão na AMB
Foi criada a Comissão de Prevenção e
Tratamento da Obesidade, idealizada
pelo diretor de Proteção ao Paciente da
Associação Médica Brasileira, Rogério Toledo
Jr., e com participação de representantes
de diversas sociedades médicas do país.
http://www.reumatologia.com.br/index.
asp?Perfil=&Menu=DoencasOrientacoes
&Pagina=noticias/in_noticias_resultados.
asp&IDNoticia=266
• XXX Congresso Brasileiro: veja os
prêmios que serão oferecidos
Obtenha todas as informações sobre
os prêmios oferecidos pela SBR no
XXX Congresso Brasileiro de Reumatologia,
a ser realizado de 20 a 23 de novembro
de 2013 em Recife /PE. Veja como
funciona o concurso, quais categorias
são oferecidas e como se candidatar.
http://www.reumatologia.com.br/index.
asp?Perfil=&Menu=DoencasOrientacoes
&Pagina=noticias/in_noticias_resultados.
asp&IDNoticia=265
RBR - vol 53 - Mai/Jun 2013
http://www.reumatologia.com.br/PDFs/RBR533PT.pdf
DESTAQUES
• Gota axial
Revisão de literatura sobre as manifestações clínicas, diagnóstico
e tratamento do envolvimento da coluna vertebral pela gota.
• Doença de Mucha-Habermann (DMH)
Relato de caso sobre um paciente que apresentou DMH associada à
provável síndrome de ativação macrofágica (SAM). Trata-se de doença
rara com graves complicações sistêmicas e potencialmente fatal.
• Recomendações sobre diagnóstico e tratamento
da artrite psoriásica
Estabelecer as recomendações para o diagnóstico (critérios
classificatórios e avaliação clínica) e o tratamento da artrite psoriásica.
• Recomendações sobre diagnóstico e tratamento
da espondilite anquilosante
Estabelecer as recomendações para o manejo (critérios classificatórios e
avaliação por ressonância magnética e genética) das espondiloartrites e
para o tratamento da espondilite anquilosante.
Um presente para todos os profissionais da saúde
A Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes), em
parceria com o Ministério da Saúde,
possibilita aos profissionais da área da
saúde o acesso a diversas fontes fidedignas
de pesquisa e estudo, com informações
científicas e tecnológicas atualizadas de alto
nível. Basta acessar o endereço eletrônico:
http://aplicacao.periodicos.saude.gov.br
e efetuar um breve cadastro gratuito.
Na página Portal da Saúde – SUS, serão
apresentadas várias caixas que, ao clicar,
encaminharão a páginas específicas,
onde ressaltamos:
• Access Medicine: permite
acesso integral de livros clássicos
como Harrison’s Principles of
Internal Medicine, CURRENT
Medical Diagnosis & Treatment
2013, Fitzpatrick’s Dermatology
in General Medicine, Goodman
& Gilman’s The Pharmacological
Basis of Therapeutics, Adams
and Victor’s Principles of
Neurology, Williams Hematology.
E na reumatologia, o novo
CURRENT Diagnosis & Treatment:
Rheumatology, 3ª edição.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • jul/ago/set/2013
abr/mai/jun/2013
• Best Practice - British Medical
Journal (BMJ): é possível conseguir
uma segunda opinião, com
significância clínica e científica
em poucos instantes, fornecendo
informações precisas e bem
estruturadas em torno da consulta do
paciente. Menu de navegação fácil e
intuitivo.
• Micromedex 2.0: acesso a várias
informações sobre os fármacos.
• BMJ Learning: um valioso recurso
on line de aprendizagem internacional.
7
O melhor do Brasil
Notícias das regionais
Rio de Janeiro
Clube do Reumatismo em pleno funcionamento
A
Sociedade de Reumatologia do Rio de Janeiro
(SRRJ) anuncia que está em pleno funcionamento
o Clube do Reumatismo, atividade científica mensal que
está em seu 28º ano, sempre na última quinta-feira do
mês, de 19h às 21h. São apresentados casos dos serviços
de reumatologia de todo o Estado, com frequência média
de 120 participantes. Antes das sessões relativas ao Clube
do Reumatismo, há reuniões científicas mensais, que já são
realizados há quatro anos, de 18h às 18h40, com apresentação das sessões “Perguntas e respostas”, “Cá entre nós”
e “Revisão de grandes temas”, com frequência média de
cem participantes.
A SRRJ realizou ainda a XX Jornada Rio-São Paulo de
Reumatologia, de 11 a 13 de abril, no Hotel Windsor Copacabana . E já está programado para outubro, nos dias 11
e 12, o 7º ReumaRio, no mesmo hotel.
A sociedade comunica também que criou um canal de
contato aberto no Facebook: https://pt-br.facebook.com/
pages/Sociedade-de-Reumatologia-do-Rio-de-Janeiro/537660566273979.
Paraná
Mato Grosso
Jornada em Curitiba - PR
C
om o objetivo de discutir as doenças reumáticas e dividir experiências, a
Sociedade Paranaense de Reumatologia (SPR) realizou a 4ª Jornada Para­
naense de Reumatologia, nos dias 26 e 27 de julho, no Mabu Royal e Premium
(Praça Santos Andrade, 830), em Curitiba. O evento, voltado para médicos e
acadêmicos, abordou diversos temas, como espondiloartrites, esclerose sistêmica,
lúpus e síndrome antifosfolípide.
Imagenologia - Nos dias 9 e 10 de agosto, foi realizado pela Sociedade Paranaense
de Reumatologia, em parceria com o Laboratório Abbott do Brasil, o 1º Curso de
Imagenologia do Interior, na cidade de Maringá/PR. Coordenado pelo dr. Marco
Antonio Rocha Loures, o curso abordou temas como espondiloartrites, tumores
ósseos e ressonância magnética.
Presentes na 4ª Jornada no Paraná: Carolina Müller, diretora científica SPR; Scheila Fritsch,
comissão científica SPR; Eduardo S. Paiva, presidente SPR; Eloisa Dobrawa, Reumatologista
de Jaraguá do Sul-SC; Cristiane E. dos Santos, Reumatologista de Curitiba-PR; Antônio Carlos
Ribas, vice- presidente da SPR; Tiago Malucelli, Reumatologista de Francisco Beltrão-PR.
8
XIX Jornada
Centro-Oeste de
Reumatologia
Em meio ao clima de hospitalidade cuiabana, transcorreu
a XIX Jornada Centro-Oeste de
Reumatologia, em Cuiabá - MT,
no mês de abril. Com expressivo número de participantes
e com programação científica
cuidadosamente selecionada,
o evento permitiu adquirir e
reforçar conhecimentos, rever
colegas de todo o Centro-Oeste
e visitar, conhecendo ou revendo, o Santuário Ecológico do
Pantanal, a Chapada dos Guimarães e outras belezas naturais
do Mato Grosso.
Parabéns a todos os idealizadores e gestores deste evento!
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • jul/ago/set/2013
Santa Catarina
Estado terá a primeira residência em reumatologia
A
Sociedade Catarinense de Reumatologia anuncia com
satisfação que o Estado passará a contar com sua primeira residência em reumatologia a partir de 2014. O projeto
recebeu parecer favorável do Ministério de Educação e será
baseado no Hospital Universitário da UFSC e no Hospial Go-
vernador Celso Ramos. A residência contará com preceptores
altamente qualificados – Adriana Zimmermann, Ivanio Pereira,
Gláucio Castro, Sônia Fialho, Fabrício Neves, Giovana Ribeiro,
Nadyesda Brandao e Juliane Paupitz – e deverá contribuir
muito para a reumatologia de Santa Catarina.
Goiás
Sociedade realizou IV Encontro Goiás - DF
F
oi realizado na cidade de Pirenópolis, Goiás, o
IV Encontro Goiás-DF de Reumatologia, de 16
a 18 de agosto de 2013, com participação de reumatologistas das Sociedades Goiana de Reumatologia e
Sociedade de Reumatologia de Brasília. Na ocasião, o
dr. Francisco Aires Corrêa Lima, um dos pioneiros da
reumatologia do Centro-Oeste e criador do primeiro
serviço de residência de Reumatologia do Distrito Federal, foi homenageado por seu exemplo e dedicação
à especialidade. Em sua homenagem, foi instituído
o prêmio Francisco Aires de Reumatologia, que será
entregue anualmente ao reumatologista brasiliense
que se destacar na área científica, de assistência e/ou
divulgação da especialidade local ou nacionalmente.
Participantes
do IV Encontro,
realizado em
Pirenópolis, Goiás
Mato Grosso do Sul
Ex-residentes participam do I Encontro em Campo Grande - MS
A
conteceu em Campo Grande ( MS), o I Encontro
de Ex-residentes do Serviço de Reumatologia
do Hospital Universitário da Universidade Federal
de Mato Grosso do Sul (HU-UFMS). A residência
em reumatologia foi idealizada e criada pelo prof. dr.
Izaias Pereira da Costa, em 2003, e em dez anos foram
foram formados 14 reumatologistas e três residentes
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • jul/ago/set/2013
vão concluir o processo nos próximos dois anos.
A residência em reumatologia do HU-UFMS conta
ainda com a colaboração de mais cinco preceptores
que foram homenageados: dra. Lidia Aracaqui Ayres;
dra. Erica Naomi Naka Matos; dr. Marcio Reis Da
Costa, dr. Alex Magno Coelho Horimoto; e dr. Leandro
Tavares Finotti.
9
Baluartes da Reumatologia
“Reumatologia atual
não é carreira solo”
Caio Moreira,
com 42 anos
de profissão, dá
um recado aos
recém-formados,
incentivando o
trabalho em grupo,
e fala sobre outros
fatos que marcaram
sua carreira
Caio Moreira: do cotidiano
atual fazem parte a leitura,
a vida repousante em casa
e o acompanhamento do
envelhecimento do fiel
companheiro canino, Xuxú,
que está com 14 anos
10
J
ovens reumatologistas, reúnam seus
colegas afins de uma mesma cidade
e formem uma clínica multidisciplinar,
com referências seguras, o que certamente lhes dará uma contrarreferência
cada vez maior e melhor. Este é um dos
sábios conselhos de quem sabe muito
bem do que está falando: o reumatologista Caio Moreira. Em entrevista a
nosso boletim, ele dá ainda outras recomendações, do alto de sua experiência,
aos jovens médicos, fala sobre o tempo
em que foi presidente da SBR e o atual
mercado de trabalho médico.
Em que ano o senhor se formou
e em qual instituição?
Na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (FMUFMG) de Belo Horizonte em 1971.
Por que escolheu a reumatologia?
Pelo fascínio pela imunologia. A história
é a seguinte: fui professor de Biologia
de colégios e cursos pré-vestibulares em
Belo Horizonte, desde o segundo ano
médico até dois anos depois de formado
em Medicina. Escolhi inicialmente a parasitologia médica para minha pós-graduação. Obtive o título de Especialista
em 1973. Como não havia vaga disponível no Departamento de Parasitologia
do Instituto de Ciências Biológicas da
UFMG, e eu já estava casado, precisando
tocar a vida e sem pretensão de sair da
capital, escolhi uma segunda especialidade médica relacionada à patologia clínica
e imunologia, que me permitisse utilizar
os ricos conhecimentos já adquiridos.
Então optei pela reumatologia.
Ainda se lembra do caso
mais complicado que pegou?
Por volta de 1980, quando ainda não
existiam CTIs públicos com tratamentos de alta complexidade e não se sabia
bem como proceder com o sangramento
pulmonar agudo em portadoras de lúpus
eritematoso sistêmico, nem como investigar a síndrome de anticorpos antifosfolípides (SAF), perdi de modo dramático,
duas jovens com esta manifestação, fato
que me marcou profundamente e me fez
entender bastante a necessidade do aprimoramento e da humildade no exercício
profissional.
Como foi ser presidente da SBR? Do
que sente falta e do que não sente falta?
Sinto falta do convívio enriquecedor
frequente com os colegas dos vários
Estados e não sinto falta da pressão do
cargo, que nos obriga muitas vezes a
ceder a pressões referentes a fatos de que
discordamos e nada podemos fazer, por
ferir alianças necessárias à sobrevivência, até mesmo do programa científico
bianual da SBR traçado pela diretoria.
Como o senhor vê a carreira
universitária (acadêmica) e a de
reumatologista no mercado
médico de trabalho?
Os reumatologistas recém-formados
têm receio de ingressar no inevitável
mercado de trabalho por inúmeras razões
conhecidas, tais como a hostilidade do
mercado de trabalho proporcionado pelos convênios de saúde em relação à boa
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • jul/ago/set/2013
prática médica; o faturamento mensal,
de clínico, que não “dá para sustentar
família” e manter condições de vida
ambicionadas desde a escolha da profissão; a necessidade da interiorização e
o medo de seu alijamento das atividades
científicas, apesar de que a internet seja
acessível a todos e atinja um fantástico
universo bibliográfico, não disponível até
tempos muito recentes.
Mas, convenhamos, a universidade brasileira não pode abrigar todos os novos
reumatologistas e, com exceção de poucas unidades da Federação, também não
oferece uma remuneração adequada, até
mesmo para um professor novato com
dedicação exclusiva à reumatologia.
Hoje vejo os recém-formados em reumatologia gravitarem em torno dos serviços
de onde são oriundos, com a ideia de
que uma pós-graduação seria um “meio
tempo”, até sua decisão de ingressar
no mercado de trabalho. Adquirem
títulos acadêmicos que nada irão lhes
adiantar na vida prática, ocupam vagas
dos verdadeiros futuros pesquisadores e
professores e ficam com a ilusão de que
este “cordão umbilical” não seccionado
poderá lhes dar uma sobrevida indeterminada no universo acadêmico (que, às
vezes, é exercido em cursos de extensão
de “universidades piratas”) que o explora tanto quanto os convênios de saúde
(ou “de doença”?). Só deveriam ficar
na universidade nos disputados e caros
“
Hoje vejo os recémformados em
reumatologia gravitarem
em torno dos Serviços de
onde são oriundos, com
a ideia de que uma
pós-graduação seria um
meio tempo até sua
decisão de ingressar no
mercado de trabalho”.
cursos de mestrado e doutorado aqueles
com talento verdadeiro para a pesquisa
ou ensino, não aqueles que querem adiar
o inicio de uma vida profissional liberal,
sem qualquer “cacoete” para a pesquisa
e o ensino da reumatologia.
O que o senhor diria para quem
está começando na reumatologia?
Sigam as orientações de quem os formou
nas universidades brasileiras. Eles são,
em sua maioria, na verdade tão competentes quanto aqueles de países desenvolvidos, apesar de que, por nossa baixa
estima e pouco conhecimento do ensino
da especialidade fora do país, achemos
que elas não estão nos formando de
modo adequado. Prezem e aperfeiçoem
a relação médico-paciente estudando
psicologia e ética médica; reúnam seus
colegas afins de uma mesma cidade e
formem uma clínica multidisciplinar,
com referências seguras, o que certamente lhes dará uma contrarreferência
cada vez maior e melhor. A reumatologia
de hoje não pode mais ser carreira solo,
como fiz e se fazia habitualmente no
passado. Tentem a clínica privada, não se
deixando escravizar pelos convênios de
saúde, oferecendo consultas com preços
razoáveis que façam a diferença quando
comparadas com as rotineiras consultas
de 15 minutos com o paciente assentado
à frente do médico, que não lhe faz um
exame físico adequado. A população está
cansada disto e reconhecerá a relação
custo-benefício que estão lhes oferecendo. Se estiverem no Serviço público de
saúde, lutem para explicar a seus superiores a complexidade de um paciente
reumático, e tentem atender corretamente um número menor de pacientes,
mostrando que o que vale é a qualidade e
não a quantidade de atendimentos feitos
num só dia. Tendo competência, não tenham medo de se lançar no mercado de
trabalho e cortar o cordão umbilical com
o Serviço de Reumatologia que cuidou
de sua formação acadêmica. Conheço
exemplos felizes de todos os “conselhos”
que enumerei aqui.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • jul/ago/set/2013
Como é seu cotidiano atualmente?
Hoje só atuo no consultório privado,
não atendendo convênios (há pelo
menos 30 anos aboli esta prática). O
trabalho, claro, é menos intenso, mas
traz-me imensa satisfação, atendendo
com atenção e executando todas as
etapas previstas numa consulta médica,
inclusive tendo tempo para aquele final
difícil que é a explicação, para o paciente,
do que ele é portador e quais as medidas
que ele poderia tomar, junto conosco,
para obtermos uma boa adesão. Sinto
que a remuneração do meu trabalho
é justa, o que me dá muita satisfação.
Ouço músicas dos anos 80, tenho um
encontro mensal com meus ex-alunos
de 1986, leio revistas semanais e dois
livros por mês. Acompanho juntamente
com minha mulher, Inez, a evolução de
nossos filhos e neto, assim como a vida
de nossa casa de final de semana, que é
repousante, e o envelhecimento de nosso
cão de estimação, o Xuxú; estou com 67
anos e ele com 14 anos, já com costumes
bastante característicos de um idoso (nós
dois), mas ainda uma ótima companhia.
CURRÍCULO
Caio Moreira
Reumatologista e Preceptor de Residência em
Medicina Interna do Hospital Júlia Kubitschek
(antigo INAMPS) até 1997; Reumatologista do
Hospital das Clínicas da Universidade Federal
de Minas Gerais de 1998 a 2006; Preceptor
de Residência em Reumatologia do Serviço de
Reumatologia do Hospital das Clínicas de Minas
Gerais de 1998 a 2006; Consultor da Revista
da Associação Médica de Minas Gerais, 2002;
Presidente da Sociedade Mineira de Reumatologia, 1991- 92; Presidente da Sociedade
Brasileira de Reumatologia, 2002-04; Membro
do Conselho Fiscal da Sociedade Brasileira de
Reumatologia, 2006-08
Publicações
Autor de três livros (Noções Práticas de
Reumatologia; Reumatologia, Diagnóstico e
Tratamento; e Reumatologia Essencial, artigos
na RBR (em tempos sem indexação) e de inúmeros capítulos publicados em livros médicos
e de ciências básicas.
11
Capa
Mais médicos: equí v
Programa, do governo federal, desconsidera as reais causas do verdadeiro caos em que
Marco Tadeu Moreira de Moraes
Médico reumatologista e conselheiro do Cremesp –
Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo
N
“
Fica claro que a
resposta dada pelo
governo ao anseio
da voz das ruas
por uma medicina
de qualidade não
é aquela que a
população e aqueles
comprometidos com
a assistência médica
gostariam de ouvir”.
12
não só no processo de prevenção e de tratamento, mas também no controle de doenças
crônicas não transmissíveis diminuindo, assim
a morbimortalidade.
os últimos meses, mais precisamente em
São Paulo no dia 6 de junho de 2013,
começaram as manifestações de rua que se vêm
repetindo por todo o país.
O desencadeante teórico foi o reajuste do
preço do transporte público. Inicialmente, o
caráter foi pacífico, porém, principalmente
devido à falta de habilidade da polícia militar
de diversos Estados em lidar com a situação,
ocorreram verdadeiras batalhas campais. Ficou
clara a insatisfação da população com o sistema
político e econômico, bem como com os serviços prestados pelos órgãos públicos.
Tais manifestações, seguidas de depredações
e atos de vandalismo contra órgãos públicos e
privados, têm levado a respostas inadequadas
das autoridades que, em alguns momentos,
reagem com força desmedida e, em outros, com
total complacência.
Os políticos, de maneira geral, sejam de direita ou de esquerda, reagem com perplexidade
ao clamor popular.
A impressão geral é de que as respostas têm
sido inadequadas, por exemplo, a suspensão
do aumento do preço do transporte público
acarretará alteração no orçamento geral de
Estados e Municípios.
Os protestos que se expandem pelo país
demonstram que importantes setores como a
educação e a saúde pública deixam muito a
desejar. A educação, que é fundamental para
o progresso de uma nação, quando avaliada de
maneira objetiva, revela índices sofríveis mesmo
nas regiões mais ricas.
Nós, que trabalhamos com saúde, sabemos o
quanto é importante e fundamental a educação,
Contraste
A saúde em nosso país é um dos maiores
exemplos do gritante contraste em que vivemos.
Temos uma medicina de ponta comparável
à dos melhores centros mundiais para uma
parcela restrita da população e uma medicina
extremamente precária, comparável àquela que
é praticada em regiões paupérrimas de países
africanos.
A meu ver, fica claro que a resposta dada pelo
governo federal – através da presidente Dilma
e dos ministros Alexandre Padilha, da Saúde, e
Aloizio Mercadante da Educação – ao anseio
da voz das ruas por uma medicina de qualidade
não é aquela que a população e aqueles comprometidos com a assistência médica gostariam de
ouvir. A resposta do governo federal tem como
sua principal característica o marketing político.
O programa “Mais Médicos” do governo
federal desconsidera as reais causas do verdadeiro caos em que se encontra a saúde brasileira,
desviando o foco do problema. A má gestão do
Sistema Único de Saúde (SUS), associada ao
subfinanciamento crônico da saúde, é deixada
de lado e os médicos passam a ser considerados os responsáveis por todas as mazelas do
atendimento .
O Conselho Regional de Medicina do Estado
de São Paulo (Cremesp) tem buscado avaliar
de maneira isenta e com metodologia adequada a qualidade da formação médica em nosso
Estado, realizando, anualmente, o exame dos
egressos do 6º ano das escolas médicas.
Em 2012, o Cremesp passou a exigir, como
documento necessário para obtenção do registro profissional, a comprovação da realização
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • jul/ago/set/2013
uí voco ou solução?
s em que se encontra a saúde brasileira, desviando o foco do problema
da prova, o que aumentou significativamente o
número de alunos avaliados. O resultado, infelizmente, não foi satisfatório e menos de 50%
dos alunos obtiveram acerto maior ou igual a
60% das questões.
Tal fato aponta para as seguintes questões: é
razoável aumentar o número de vagas nas faculdades de medicina e abrir novas escolas sem a
preocupação de qualificar o ensino já existente?
Há realmente falta de médicos no Brasil?
Distribuição desigual
Pesquisa realizada pelo CREMESP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina,
avaliou a demografia médica e demonstrou claramente que não há falta de médicos em nosso
país. O estudo aponta que a distribuição se dá
de maneira desigual, com grande concentração
dos profissionais nas regiões mais prósperas e
que possuem condições razoáveis de trabalho.
O governo federal com o programa “Mais
Médicos” peca gravemente quando propõe a
chamada “importação de médicos”. A proposta da colocação de médicos estrangeiros no
atendimento à atenção básica é extremamente
perversa, pois é justamente na atenção básica
que o médico tem que desempenhar uma estreita relação com o paciente e esta,, com certeza,
será prejudicada devido às diferenças culturais
e à dificuldade de comunicação.
É, ainda, inadmissível que médicos estrangeiros sejam habilitados ao atendimento das
populações mais pobres, já penalizadas por
outras carências, sem que sejam submetidos ao
exame de revalidação de diploma realizado de
forma plena que abrange não só o conhecimento
técnico, mas também o domínio do idioma.
Além disso, chama atenção a forma injusta de
contratação desses médicos que serão “bolsistas”, opção que não respeita as leis trabalhistas
e não contribui para a criação de uma carreira
de estado semelhante àquelas do Judiciário e
de outros setores da administração pública, o
que permitiria fixar os médicos aos postos de
trabalho. Temos, ainda, como cenário desfavorável a total falta de infraestrutura à qual esses
médicos estarão expostos.
Quanto à ampliação dos números de vagas de
residência médica, consideramos uma medida
louvável, porém os residentes não devem, sob
qualquer pretexto, ser vistos como complementação de mão de obra, devendo para a sua
formação estar sob supervisão de preceptoria
qualificada, pois só dessa forma conseguirão
atingir a devida qualificação.
Por fim, uma carreira em que o governo federal, governos estaduais e municipais estejam
empenhados em financiar de forma adequada
a saúde, fornecendo condições de trabalho
minimamente razoáveis, é a única maneira
verdadeira de implantar um sistema de saúde
eficiente em nosso país.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • jul/ago/set/2013
“
A proposta da
colocação de
médicos estrangeiros
no atendimento
à atenção básica
é extremamente
perversa, pois é
justamente na
atenção básica que
o médico tem que
desempenhar uma
estreita relação com
o paciente e esta,
com certeza, será
prejudicada devido às
diferenças culturais
e à dificuldade de
comunicação”.
13
Rheuma & Ethos
“
Todos nós sabemos da
importância da profissão
médica no desenvolvimento
cultural e tecnológico de uma
nação e do intrínseco caráter
social de nossa profissão”.
José Marques Filho
Membro da Comissão de Ética da SBR e SPR
A ética e a responsabilidade so
A
s manifestações populares de
protestos ocorridas em todo o
território brasileiro no mês de junho de
2013 foram intensamente divulgadas
na mídia internacional. Quase que simultaneamente, a presidente do Brasil e
os Ministérios da Saúde e da Educação
divulgaram medidas para “resolver” os
problemas de atendimento à saúde dos
brasileiros. Essas drásticas medidas,
entre outras ações, incluíam a “importação” de médicos estrangeiros para
trabalhar em áreas periféricas de nosso
território e a ampliação do curso de
Medicina de seis para oito anos.
Essas iniciativas levaram às ruas um
grande número de médicos em protesto
veemente contra as intervenções do
governo. O que chamou a atenção de
todos nas passeatas foi a presença de
profissionais mais experientes, inclusive
vários professores titulares de nossas
faculdades de Medicina.
As medidas, à primeira vista, têm caráter claramente político-eleitoral, mas
ambas comportam um conteúdo técnico para o qual poucos de nós estamos
preparados para uma discussão mais
profunda. Essa introdução nos remete
a uma importante reflexão que nós,
profissionais da Medicina, de tempos em
tempos temos que fazer – a dimensão ética da responsabilidade social do médico.
14
Dimensão essa que alcança tanto o conhecimento atualizado de dados sociais
do país onde vivemos, quanto os dados
estatísticos de nossa própria profissão.
E diante de dados tão graves quanto
os encontrados relativos ao atendimento
publico à saúde do povo brasileiro, uma
postura crítica e fundamentada dos médicos se impõe, lembrando aqui a frase
de Desmond Tutu, citada pelo professor
Miguel Srougi em artigo recente: “Se
ficarmos neutros numa situação de
injustiça, teremos escolhido o lado do
opressor”.
Atentado aos direitos humanos
Atualmente, com raras “ilhas de excelência”, as condições oferecidas para
atenção à saúde de nossa população em
instituições públicas são um verdadeiro
atentado aos direitos humanos básicos, principalmente se considerarmos
a vulnerabilidade de grande parte de
nossa gente. Sem dados confiáveis e
atualizados, não é possível fazermos
uma discussão técnica em alto nível,
nem fundamentarmos adequadamente
nossas opiniões.
Nesses momentos críticos, o que se
espera de um médico é uma postura
ética, compatível com sua importância na
sociedade, conhecimento técnico sobre o
assunto em pauta e procedimentos den-
tro do padrão preconizado pelo Código
de Ética Médica.
Vale lembrar que uma regra ética pétrea de nossa profissão é jamais deixar de
atender às urgências e emergências em
um movimento grevista e que o dever de
se empenhar para melhorar os padrões
dos serviços médicos e assumir a responsabilidade em relação à saúde pública é
um postulado ético clássico.
Todos nós sabemos da importância da
profissão médica no desenvolvimento
cultural e tecnológico de uma nação e do
intrínseco caráter social de nossa profissão. O médico, além de sua atividade
no cuidado à saúde de seu paciente, tem
fundamental papel didático na educação
sanitária e, por que não, política, da
população.
Na história da Medicina não faltam
exemplos de grandes médicos que,
além das atividades médica e cientifica,
tiveram participação e liderança na vida
política de seu país. Podemos citar como
exemplo “o pai” e fundador da Patologia
moderna, catedrático de Anatomia Patológica da Universidade de Berlin - Rudolf
Ludwig Karl Virshow (1821-1902).
Além de médico, foi antropólogo, político
atuante e também é considerado “ o pai”
da medicina social. Político liberal (Partido Progressista Alemão), foi ferrenho
opositor do chanceler Oto von Bismark.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • jul/ago/set/2013
de social do médico
Durante a guerra franco-prussiana,
liderou pessoalmente a instalação do
primeiro hospital móvel para atender os
soldados no front. Além disso, envolveu-se em diversas atividades sociais como
saneamento básico, arquitetura na
construção de hospitais, melhoramento
da inspeção de carnes e higiene escolar.
Mas, afinal, faltam médicos
em nosso país?
A resposta mais adequada para essa
pergunta é: ninguém sabe. Certamente
não faltam faculdades de Medicina.
“
Vale lembrar que uma
regra ética pétrea de nossa
profissão é jamais deixar
de atender às urgências
e emergências em um
movimento grevista e que o
dever de se empenhar para
melhorar os padrões dos
serviços médicos e assumir a
responsabilidade em relação
à saúde pública é um
postulado ético clássico”.
Atualmente, o Brasil tem 196 dessas
instituições, só perdendo no ranking
mundial para a Índia, que tem 272.
Aqui vale a pena compararmos com
números norte-americanos: os EUA têm
atualmente 125 faculdades de Medicina
para uma população de 330 milhões de
pessoas.
Infelizmente e, isso tem sido demonstrado na literatura brasileira, boa parte
das nossas faculdades de Medicina não
têm a menor condição de formar médicos minimamente preparados, sendo que
muitas carecem de hospital-escola para
que seus alunos aprendam e ganhem
habilidades no contato diuturno com os
pacientes.
Uma falácia, repetida frequentemente por muitos, é que a Organização
Mundial da Saúde (OMS) recomenda
uma taxa de um médico para cada mil
habitantes. Não só a OMS não faz essa
recomendação, como orienta que não se
utilize essa taxa para avaliação da qualidade do atendimento médico em determinado país. As variáveis são inúmeras
e a avaliação deve ser particularizada,
dependendo da extensão e da população
do país, das políticas de saúde adotadas e
das características sociais da população.
brasileiras, assim como as entidades
médicas, têm produzido e publicado
pesquisas sobre a demografia médica
brasileira. A Demografia Médica no
Brasil e em São Paulo, publicações dos
Conselho Federal de Medicina (CFM) e
Conselho Regional de Medicina de São
Paulo (Cremesp), demonstram enormes
distorções na distribuição dos médicos
pelo país. Vale a pena citarmos alguns
dados:
• O número de médicos registrados
no CFM em outubro de 2012 era de
388.015.
• A taxa médico/habitantes brasileira
é de 1,95, variando de 0,98 na região
Norte até 2,61 na região Sudeste.
• Em relação aos Estados, varia de 0,68
no Maranhão a 4,02 no Distrito Federal.
• Um dado fundamental para uma
análise mais precisa é a taxa de médicopostos de trabalho/habitantes. Nesse
sentido, esse índice no setor público é
de 1,95 enquanto no setor privado é
de 7,60.
Esses dados demonstram a absoluta
inadequação da distribuição dos médicos
pelo território nacional e, principalmente
entre o setor público e privado. Essa
desigualdade mantém-se nas diversas
especialidades. São Paulo, por exemplo,
concentra 31% dos reumatologistas
brasileiros.
A solução é complexa, mas depende
fundamentalmente de políticas voltadas
para aumento do custeio do setor público, gestão competente na área da saúde,
investimento na melhor formação dos
profissionais e na criação da carreira de
médico no setor público.
Referências
1 – Conselho Federal de Medicina.
Demografia Médica no Brasil. Dados gerais
e descrição de desigualdades. vol. I, 2011.
2 – Conselho Regional de Medicina do
Estado de São Paulo. Demografia Médica
no Estado de São Paulo, 2012.
3 – Conselho Federal de Medicina.
Demografia
Demografia Médica no Brasil – Cenários e
Nos últimos anos, as universidades indicadores de distribuição. Vol II, 2013.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • jul/ago/set/2013
15
espaço do Residente
E a residência médica, como fica?
Medidas do governo federal pecam por envolver
providências que não irão solucionar, e sim apenas aumentar,
os problemas estruturais do trabalho dos jovens médicos
*Janaina Oliveira Bentivi Pulcherio
E
stamos vivendo um momento de muita turbulência na
saúde pública do Brasil. As últimas medidas do governo federal, ditas “emergenciais”, curiosamente referem-se a problemas crônicos, que só agora ganharam a devida
atenção, mas foram tomadas de maneira irresponsável. Tais
medidas afetam diretamente não somente a qualidade da
assistência em saúde prestada à população, mas também a
residência médica.
Uma das medidas foi o lançamento do Programa de
Valorização dos Profissionais de Atenção Básica (Provab),
que oferece bônus nas concorridas provas de residência
médica para aqueles que trabalharem por um ou dois anos
nos programas de assistência básica. Grande parte destes
médicos é recém-formada e foi alocada em regiões sem
estrutura e sem supervisão, além de não terem garantias de
remuneração. Esta medida, aliás, eliminou a meritocracia
dos concursos de residência médica e também não fixou
médicos nestas regiões.
A extensão do curso de Medicina para oito anos foi uma
medida descabida do governo federal, além de ter essência
ditatorial, uma vez que entidades médicas não foram consultadas. Obrigaria novos estudantes de medicina a atuar
por mais dois anos na assistência básica, quando já o fazem
no chamado “internato”. Entretanto, diante das contradições deste projeto, existe a proposta de aumentar todos os
programas de residência médica em um ano para este fim.
A formação de um médico especialista no Brasil dura de 8
a 11 anos, sendo a maior parte deste período já inserida no
Sistema Único de Saúde (SUS). Mais uma vez, o governo
federal quer usar a residência médica como moeda de troca
eleitoreira e como mão de obra barata, em vez de sanar as
questões que tornam a assistência básica cada vez menos
atrativa.
Novas vagas
O subfinanciamento e a má gestão do SUS estão levando
ao sucateamento dos hospitais e das demais unidades de
saúde onde estão instalados os programas de residência.
A falta de concursos públicos dignos para a contratação
de médicos assistentes e preceptoria agrava ainda mais o
quadro. Historicamente, sabemos que a residência médica
sempre pautou pela qualidade da assistência e dos avanços
16
nas pesquisas em saúde.
Mas como ter qualidade de
formação nestas condições?
Então, é com muita preocupação que recebemos a notícia
da abertura indiscriminada de novas vagas de residência
médica. Se diversos programas que hoje existem estão
passando por dificuldades, como garantir a qualidade de
formação de mais médicos residentes? Entendemos que é
preciso melhorar profundamente os programas que já estão
funcionando para racionalmente pensar em sua ampliação.
Mais especialistas sem condições de formação podem ser
extremamente danosos para a população.
Existem ainda, por parte da ANMR, as reivindicações
pela regulamentação do auxílio moradia, reajustes salariais
regulares, fim da carência do INSS para residentes do primeiro ano, valorização da preceptoria e nova configuração
da CNRM (Comissão Nacional de Residência Médica) para
que haja uma composição paritária e justa entre entidades
médicas e governo, com o fim da Câmara Recursal.
A ANMR segue na luta pela melhoria da residência médica
e da assistência pelo SUS. Apenas com o melhor financiamento e gestão eficiente do Sistema Único de Saúde é que
podemos iniciar os passos para qualificar os programas de
residência médica, garantir a boa formação de especialistas
e, consequentemente, oferecer assistência em saúde com
qualidade para a população brasileira.
“
O subfinanciamento e a má
gestão do SUS estão levando
ao sucateamento dos hospitais
e das demais unidades de
saúde onde estão instalados os
programas de residência”.
*Secretária-geral da ANMR; residente em
Otorrinolaringologia (RJ); ex-presidente da Associação
Maranhense de Médicos Residentes
A ANMR (Associação Nacional dos Médicos Residentes)
é a entidade máxima de representatividade dos médicos
residentes do Brasil, fundada na década de 1970
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • jul/ago/set/2013
Primeira fila
Aumento dos níveis séricos de
interleucina-9 na artrite reumatoide e
lúpus eritematoso sistêmico: papel patogênico
ou apenas um epifenômeno?
Andréa Tavares Dantas1,2*,Claudia Diniz Lopes Marques2*, Laurindo Ferreira da Rocha Junior1,2,
Mariana Brayner Cavalcanti1, Sayonara Maria Calado Gonçalves1, Pablo Ramon Gualberto Cardoso1,
Henrique de Ataide Mariz1,2, Angela Luzia Branco Pinto Duarte2, Maira Galdino da Rocha Pitta1
Algumas evidências sugerem que a produção de interleucina-9 (IL-9) pelas células
Th17 tem possível papel patogênico no desenvolvimento da autoimunidade, incluindo
participação na fisiopatologia de doenças reumáticas autoimunes como lúpus eritematoso
sistêmico (LES) e artrite reumatoide (AR).
Em estudo realizado na Universidade Federal de Pernambuco /UFPE, apresentado durante o 10th International Congress on SLE, realizado em Buenos Aires /Argentina de 18 a
21 de abril deste ano, foram avaliados os níveis séricos de IL-9 (ELISA) em 117 pacientes
com LES, 67 pacientes com AR e 24 controles sadios, assim como também a possível
associação dos níveis desta citocina com características clínicas e parâmetros laboratoriais.
Os níveis séricos de IL-9 foram significativamente maiores em pacientes com AR (4,77
± 3,62 pg/mL) e em pacientes com LES (12,26 ± 25,23 pg/mL) quando comparados
a indivíduos saudáveis (1,22 ± 0,71 pg/mL) (p <0,001). Nos pacientes com LES, não
houve associação significativa entre os níveis de IL-9 e SLEDAI, número de critérios do
ACR, dano de órgãos, manifestações clínicas, consumo de complemento e positividade de
anticorpos anti-DNA ou anticorpos antinúcleo. Houve apenas uma fraca correlação negativa entre tempo de doença e os níveis de IL-9 (r=-0,19, p=0,0378). Nos pacientes com
AR, não foi observada correlação significativa com nenhuma variável analisada, incluindo
duração da doença, DAS28, HAQ, fator reumatoide e erosões na radiografia.
Poucos estudos avaliaram a expressão de células Th17 ou os níveis de IL-9 em pacientes
com doenças autoimunes e ainda não está claro se existe uma associação entre esta citocina e a patogênese dessas doenças ou se trata apenas de um epifenômeno. Estes dados
demonstraram aumento dos níveis séricos de IL-9 em pacientes com LES e AR, embora
mais estudos sejam necessários para melhor avaliação do papel preciso desta citocina e
seu potencial como possível alvo terapêutico.
Laboratório de Imunomodulação e Novas Abordagens Terapêuticas (LINAT), Núcleo de Pesquisas
em Inovação Terapêutica Suely Galdino (Nupit SG), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
2
Serviço de Reumatologia, Hospital das Clínicas, UFPE.
1
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • jul/ago/set/2013
17
Profissão Reumato
A arquitetura que enfoca o
Homem, seu bem-estar e
conforto, não precisa parecer
bela; ela simplesmente o é,
pois é nesse ponto que a
ética e a estética se fundem.
Denise Xavier
Mestre em Teoria e História da
Arquitetura pela USP de São Carlos.
Professora do Centro Universitário Belas
Artes de São Paulo, onde ministra
disciplina de Projeto e Acessibilidade.
Consultório médico: por uma arqu ite
P
rofissionais arquitetos muitas vezes se
perdem com os deliciosos jogos de tendências estilísticas e negligenciam aquilo que é
mais essencial à profissão - dotar os espaços de
humanidade.
A reflexão sobre esse tema se torna mais evidente e urgente quando enfocamos os espaços
voltados à assistência à saúde. Aqui a preocupação em projetar uma arquitetura mais generosa,
inclusiva e acessível, não deve ser encarada como
uma questão acessória ou complementar à forma, mas sim ser a premissa que a gera
Um arquiteto que se debruça sobre o tema
do espaço para a saúde, deve ter claro que os
efeitos provocados por um ambiente confortável,
saudável e harmonioso, embora sejam dados
coadjuvantes nas terapêuticas médicas, podem
significar um forte apoio ao seu desempenho e
sua eficácia. Dentre os assuntos em voga hoje
em dia, existe um, que embora seja de interesse
a toda a sociedade, é particularmente cara à área
médica - a acessibilidade.
Desde 2004, quando a Norma Brasileira de
Acessibilidade, a NBR9050, foi efetivada com caráter de lei pelo Decreto Lei 5296/04, a garantia
desse direito vem tomando bastante espaço na
agenda da arquitetura. A partir deste momento
18
“
Um consultório
médico deve ser
generoso em
sua arquitetura,
fornecendo
um ambiente
amistoso e
favorável à
sociabilidade,
um cenário
que seja capaz
de suspender
o paciente do
seu estado de
estresse – muitas
vezes provocado
pelo simples fato
de ele estar ali”.
todos os estabelecimentos de caráter público
ficaram submetidos aos novos parâmetros de
projetação. Adveio, então, a isso uma quantidade
significativa de obras de adequação ou adaptação
em infraestruturas, espaços urbanos, edifícios
públicos e de uso comum.
Isso sinaliza uma importante mudança de
compromisso da sociedade para que o atendimento do direito básico do homem de ir e vir
seja estendido a todo e qualquer cidadão e não
apenas aos individuas saudáveis.
Transformando espaços
Apesar de recente, a norma brasileira de
acessibilidade já exibe seus efeitos positivos na
transformação de espaços e equipamentos de
uso de interesse públicos da cidade. Se ela é
clara sobre a conduta dos espaços de uso comum
ou público, a norma ainda não aponta como os
espaços de uso privado devam ser formatados.
Nesse sentido, por exemplo, se equipamentos
como o de hospitais já se encontram totalmente
submetidos à normativa, espaços como consultórios médicos particulares ficam desobrigados
do cumprimento das mesmas regras e para se
situarem de maneira favorável aos princípios de
inclusão devem contar com a boa vontade do
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • jul/ago/set/2013
em sua arquitetura, fornecendo um ambiente
amistoso e favorável à sociabilidade, um cenário
que seja capaz de suspender o paciente do seu
estado de estresse – muitas vezes provocado pelo
simples fato de ele estar ali.
qu itetura mais amistosa
arquiteto na utilização da NBR 9050 como um
balizador das decisões do desenho.
Paralelamente a isso, temos mais um fator
que corrobora para a não efetivação de regras
inclusivas nesses espaços – que é a tipologia de
imóveis para fins de atividade médica oferecida
pelo mercado. Um dos primeiros problemas a serem enfrentados seria o desenvolvimento de uma
nova cultura que rejeitasse a adoção de espaços
adaptados para essa função. Uma cultura que
exigisse do mercado imobiliário uma diversidade
de produtos – para além da grande oferta de edifícios comerciais com seus diminutos conjuntos
de características programáticas genéricas – em
que as necessidades especificas desta área pudessem ocorrer sem constrangimentos.
Mas enquanto esse cenário não se altera, vamos ter que continuar a conviver com espaços
não plenamente adequados e onde as adaptações
encontram a medida do possível. Assim, pensar
o espaço do consultório médico requer alguns
cuidados básicos para torná-lo inclusivo.
A título de sugestão, algumas medidas simples
mencionadas abaixo podem contribuir para a
concepção de espaços mais acessíveis e confortáveis, como:
• Um consultório médico deve ser generoso
“
Dentre os
assuntos em
voga hoje em
dia, existe um,
que embora
seja de interesse
a toda a
sociedade, é
particularmente
cara à área
médica - a
acessibilidade”.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • jul/ago/set/2013
• O arquiteto deve prever áreas de circulação
generosas, procurando eliminar a presença de
obstáculos que possam constranger pessoas
com mobilidade reduzida. A iluminação deve
ser abundante, mas sem provocar ofuscamentos,
dando preferência a uma iluminação difusa e
adotando lâmpadas com temperaturas de luz
quentes (entre 3000 e 3500 k) com boa reprodutibilidade de cores. Esse tipo de iluminação dá
à imagem das pessoas aspecto mais saudável e
ao ambiente um clima mais acolhedor.
• Nos sanitários, toda vez que a estrutura do
local permitir, prever espaço necessário para
o acesso e manobra de cadeirantes. O uso de
barras de apoio e assentos sanitários mais altos
pode ajudar na autonomia por parte de idosos e
pessoas com mobilidade reduzida.
• A legibilidade do espaço deve ter prioridade
em relação aos aspectos estilísticos.
• Espelhos e outras estratégias para falsear as
dimensões e limites espaciais devem ser evitados.
• O uso de cores nos ambientes deve ser criterioso e ponderado. Nesse contexto nenhuma
cor deve ser eliminada ou eleita como correta ao
desempenho do programa. Ao contrário disso,
conhecer suas propriedades pode nos dar importantes argumentações para dirigir seus efeitos a
um determinado propósito perceptivo, que pode
ser exclusivamente plástico ou ainda terapêutico.
A adoção dessas medidas não garante a qualidade do projeto, pois arquitetura é a conjunção de
estratégias e elementos muito mais complexos
do que os poucos itens abordados acima. No
entanto, a reflexão sobre esse universo pode nos
auxiliar na consolidação de uma arquitetura mais
acolhedora e humana para os espaços destinados
à promoção da saúde.
19
Coluna Seda
Aspectos reumatológicos
na arte brasileira - II
Hilton Seda
Dedicado à dra. Francinne Machado Ribeiro
N
a arte brasileira, foi possível
identificar com frequência significativa nódulos de Heberden e Bouchard,
tanto na escultura como na pintura.
Santo Inácio de Loyolla (Azpeitia, 1491;
Roma, 1556), criador da Companhia
de Jesus e que participou das Missões
Jesuíticas no Sul do Brasil, mostra nítidos
nódulos de Heberden e Bouchard em
imagem de autor desconhecido(1) (fig. 1).
No quadro “Interior Italiano” de
Henrique Bernardelli que se encontra
no Museu Nacional de Belas Artes, no
Rio de Janeiro, a mão sobre o muro
mostra-se caracteristicamente artrósica
(fig. 2). Henrique Bernardelli nasceu em
Valparaiso, no Chile, em 15 de julho de
1857, mas veio menino para o Brasil.
Faleceu no Rio de Janeiro em 6 de abril
de 1936. Foi aluno da Academia Imperial
de Belas Artes, onde ingressou em 1870.
Aperfeiçoou-se, por conta própria, em
Roma, lá permanecendo de 1878 até
1886. Lecionou na Escola de Belas Artes
(1891 a 1905). Era irmão do grande
escultor Rodolfo Bernardelli(2).
Mais nódulos de Heberden e Bouchard podem ser observados na obra de
Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho)
“Cristo Pregando” (fig.3), nos púlpitos
da Igreja de São Francisco, em Ouro
Preto(3). Antônio Francisco Lisboa nasceu em Vila Rica no dia 29 de agosto de
1730 e faleceu, nessa mesma cidade, a
18 de novembro de 1814. Era filho do
arquiteto e mestre de obras português
Manuel Francisco Lisboa com uma de
suas escravas. O pai deu-lhe gosto artístico. O Aleijadinho era arquiteto, escultor,
entalhador e ornamentista. Pertenceu
ao apogeu do barroco mineiro. Entre
suas obras principais estão os Passos da
Paixão e Profetas do Santuário de Bom
Jesus de Matosinhos, em Congonhas do
Campo, e Igrejas de Ouro Preto e São
João del Rei. Seu estilo, com tendência
expressionista, abrange o barroco e o rococó. Aos 47 anos, surgiu-lhe misteriosa
doença que lhe deformou o corpo. Para
trabalhar, mantinha o cinzel amarrado
ao que lhe restava das mãos. Várias
hipóteses foram levantadas sobre sua
enfermidade, mas nenhuma ficou estabelecida com certeza. A mais provável
seria porfiria cutânea tarda(4).
Gaspar Frois Machado (c. 17591796), desenhista e gravador português,
em sua gravura em buril feita em 1793
e intitulada “Serenissimus conjugibus
lusitaniae delicius Joanni et Carlotae”,
uma alegoria alusiva aos príncipes do
Brasil, D. João e D. Carlota, que se
encontra no Museu Histórico Nacional,
no Rio de Janeiro, nos mostra um velho
sentado com a mão direita apoiada no
chão na qual são observados nódulos de
Heberden e Bouchard (fig.4) (5).
Samson Flexor
Típica rizartrose pode ser observada
na tela de Samson Flexor em sua fase
europeia (fig.5). O pintor nasceu na
Romênia, em Soroca, em 1907 e faleceu em São Paulo em 1971. Estudou
na Escola Superior de Belas Artes e na
Academia Ranson em Paris. A partir de
1920 aproximou-se Matisse, Léger e
André Lote. Veio para o Brasil em 1946,
Fig. 1
Fig. 3
Fig. 2
20
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • jul/ago/set/2013
Fig. 6
Fig. 7
fixando-se em São Paulo. Em 1952
fundou em São Paulo o “Atelier Abstração”. Foi precursor da pintura abstrata
no Brasil, marcando forte presença na
vanguarda internacional. Participou da
Bienal de Veneza de 1954 e de várias
Bienais em São Paulo(2). Em 2003, o
Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro
dedicou-lhe uma retrospectiva.
Na imagem de Nossa Senhora do
Rosário (fig.6), que se encontra no
Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro(6), observa-se uma deformidade na
interfalangiana distal do segundo dedo
da mão direita, talvez para expressar
o constante uso do rosário. Esta obra
é atribuída a Frei Ricardo do Pilar que
nasceu em Colônia, na Alemanha, entre
1630 e 1640. Frei Pilar chegou ao Brasil
em meados da década de 1660, fixando-
-se no Mosteiro de São Bento do Rio de
Janeiro, onde permaneceu até morrer
em 1702. Fez promessa de obediência,
castidade e pobreza, segundo as regras
de São Bento. Deve ter aprendido sua
arte de pintor em algum ateliê alemão
ou flamengo antes de vir para o Brasil.
Sua obra é influenciada pela Escola de
Colônia e por Rembrandt, seu contemporâneo. Sua obra-prima, Senhor dos
Martírios – que tem parentesco estilístico
com pintores portugueses dos séculos
XV e XVI – é de 1690. Encontra-se no
centro do altar da sacristia do Mosteiro
de São Bento(6).
Uma pura especulação pode ser feita
com o quadro sem título de Dora Basílio
(fig. 7), onde a mão, em tom vermelho
sobre um desenho, mostra dedos fusiformes sugerindo um quadro reumatoide.
Dora de Sá Freire Basílio nasceu no Rio
de Janeiro em 1924 e vive em Londres.
Fez exposições individuais na Inglaterra,
em Portugal, na Itália, no Chile e Brasil.
Estudou gravura e desenho no Museu de
Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM).
Cursou a Slade School of Arts e o Royal
College of Arts de Londres(2).
Referências
Civita V: Arte no Brasil, Abril Cultural,
São Paulo, 1979, volumes 1 e 2.
2
Wikipedia, a Enciclopedia Livre.
3
Pianzola M: Brasil Barroco, Distribuidora
Record, Rio de Janeiro-São Paulo, 1975.
4
Seda H: Antônio Francisco Lisboa, o
Aleijadinho, in Medicina, Literatura e arte,
Viana de Quairoz A, Seda H (eds.),
Lidel, Lisboa, 2011.
5
O Museu Histórico Nacional, Banco Safra,
São Paulo, 1989.
6
O Mosteiro de São Bento do Rio de
Janeiro, 1590/1990, Studio HMF,
Rio de Janeiro, 1991.
1
Fig. 4
Fig. 5
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • jul/ago/set/2013
21
Além da Reumatologia
Foco nos pés, nas
castanholas e na emoção
A reumatologista gaúcha Aline Ranzolin
dedica-se há vários anos à dança flamenca,
que lhe exige total concentração e age como
válvula de escape do cotidiano médico
O
corpo em movimento e a mente
totalmente centrada nos sons,
no ritmo, nos gestos. É assim que a
reumatologista gaúcha Aline Ranzolin
faz sua “fuga” do cotidiano médico para
entregar-se à dança flamenca.
A dança, aliás, surgiu muito cedo em
sua vida. Mais precisamente aos 6 anos,
quando, em Porto Alegre, um ortopedista
sugeriu à sua mãe que a menina fizesse
balé clássico para corrigir um defeito nos
pés. A recomendação médica acabou por
trazer à vida de Aline algo que ela adorou.
Tanto que ficou no balé clássico até os 16
anos, quando, em 1994, os estudos e a
Em Porto Alegre, a
reumatologista, com
dez amigas, formou um
grupo que dançava em
um asilo de idosos
entrada para a faculdade interromperam
a prática.
Mas a parada não seria para sempre.
Dois anos depois, descobriu, próxima
à faculdade, uma escola de dança flamenca. “Eu passei por lá e pelas janelas
abertas pude ouvir os sons. Me atraí e
entrei para me informar”, lembra Aline.
E foi amor à primeira vista. Era a escola
Tablado Andaluz, na qual Aline, além
de aprender, também chegou a ensinar.
Anos depois, em 2009, já morando em
Recife, Aline tentou achar uma escola
de dança flamenca, mas em foi em vão.
Porém um ano depois, seu marido, aliás
Por vezes,
quando
encontra
tempo, Aline
apresenta-se
em shows
Duas
vezes por
semana,
corpo e
mente são
da dança
flamenca
22
seu principal apoiador no hobby, veio
com a notícia desejada: havia descoberto
uma escola administrada por uma professora espanhola. E lá se foi Aline fazer
sua matrícula para voltar a dedicar-se à
sua paixão. E por indicação da professora
espanhola, entrou para a escola Studio
Karina Leiro, onde tem aulas até hoje.
Espaços na agenda
Como médica, seu cotidiano é bem
puxado e é preciso achar espaços para
a dança. Aline trabalha em três lugares:
no IMIP (Instituto de Medicina Integral
Prof. Fernando Figueira), no Hospital
das Clínicas de Pernambuco e no consultório. E a isso tudo juntam-se os cuidados com a filha, que hoje tem três anos
e que a obriga a acordar diariamente às 6
da manhã. No entanto, o encaixe para a
amada dança, Aline consegue fazer duas
vezes por semana, à noite.
E há também, por vezes, chance de
apresentar-se no palco, em shows. Aliás,
ela lembra com carinho que teve, ainda
em Porto Alegre, uma plateia especial:
um asilo em que idosos recebiam seu
grupo composto por ela e dez amigas
dançarinas (o “Por Alegrias”, nome
tirado de um ritmo flamenco chamado
“alegrías”) sempre com muito entusiasmo. Dança flamenca é difícil, diz Aline.
“Exige muita concentração, porque
envolve perceber muito bem os sons e
o ritmo, acompanhado de sapateado,
castanholas e palmas”, explica.
É muita coisa para dar-se ao luxo de
não se concentrar. E essa alta concentração é justamente o que a livra, enquanto
dança, de pensar em outra coisa que não
seja o flamenco: “É minha válvula de
escape, com certeza”.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • jul/ago/set/2013
H
ou
ta
ca
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la
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do
co
az
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re
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an
po
po
vi
A
c
a
Re
Fin
A
C
0
w
Anu 21x29
HUMIRA,
10
6
1-3
ANOS DE DADOS DE EFICÁCI
EFICÁCIA1-3
12
INDICAÇÕES
APROVADAS
NO BRASI
BRASIL 1-3
23.000
MAIS DE
PACIENTES
EM ESTUDOS
CLÍNICOS
GLOBAIS 1-3
71
ANOS DE
EXPERIÊNCIA
EM ENSAIOS
CLÍNICOS1-3
ENSAIOS CLÍNICOS PUBLICADOS
NA MAIOR BASE DE DADOS
SOBRE INDICAÇÃO-CRUZADA
EM SEGURANÇA DE UM ANTI-TNF 1-3
1
HUMIRA® (adalimumabe) – MS: 1.0553.0294. Indicações: Artrite reumatóide, Artrite psoriásica, Espondilite Anquilosante, Doença de Crohn, Psoríase em placas, Artrite Idiopática Juvenil Poliarticular. Contraindicações: pacientes com conhecida hipersensibilidade ao adalimumabe
ou quaisquer componentes da fórmula do produto. Advertências e Precauções: Infecções: foram relatadas infecções graves devido a bactérias, micobactérias, fungos, vírus, parasitas ou outras infecções oportunistas. Pacientes que desenvolvem uma infecção fúngica grave são
também advertidos a interromper o uso de bloqueadores de TNF até que a infecção seja controlada. O tratamento com HUMIRA® (adalimumabe) não deve ser iniciado ou continuado em pacientes com infecções ativas, até que as infecções estejam controladas. Recomenda-se
cautela ao uso em pacientes com histórico de infecções de repetição ou com doença de base que possa predispor o paciente a infecções. Tuberculose: foram relatados casos de tuberculose incluindo reativação e nova manifestação de tuberculose pulmonar e extrapulmonar
(disseminada). . Antes de iniciar o tratamento todos os pacientes devem ser avaliados quanto à presença de tuberculose ativa ou inativa (latente).Se a tuberculose ativa for diagnosticada, o tratamento com HUMIRA® (adalimumabe) não deve ser iniciado. Se for diagnosticada tuberculose
latente, o tratamento apropriado deve ser iniciado com profilaxia antituberculose. Reativação da Hepatite B: o uso de inibidores de TNF foi associado à reativação do vírus da hepatite B (HBV) em pacientes portadores crônicos deste vírus podendo ser fatal. Deve-se ter cautela ao
administrar inibidores de TNF em pacientes portadores do vírus da hepatite B. Eventos neurológicos: com exacerbação de sintomas e/ou evidência radiológica de doença desmielinizante, Deve-se ter cautela ao considerar o uso de HUMIRA® (adalimumabe) em pacientes com
doenças desmielinizantes do sistema nervoso periférico ou central. Malignidades: foi observado maior número de casos de linfoma entre os pacientes que receberam antagonistas de TNF. Malignidades, algumas fatais, foram relatadas entre crianças e adolescentes que foram tratados
com agentes bloqueadores de TNF. A maioria dos pacientes estava tomando concomitantemente imunossupressores. Casos muito raros de linfoma hepatoesplênico de células T, foram identificados em pacientes recebendo adalimumabe. O risco potencial com a combinação de
azatioprina ou 6-mercaptopurina e HUMIRA® (adalimumabe) deve ser cuidadosamente considerado. Alergia: durante estudos clínicos, reações alérgicas graves foram relatadas incluindo reação anafilática. Se uma reação anafilática ou outra reação alérgica grave ocorrer, a administração
de HUMIRA® (adalimumabe) deve ser interrompida imediatamente e deve-se iniciar o tratamento apropriado. Eventos hematológicos: raros relatos de pancitopenia, incluindo anemia aplástica. A descontinuação da terapia deve ser considerada em pacientes com anormalidades
hematológicas significativas confirmadas. Insuficiência cardíaca congestiva: Casos de piora da ICC também foram relatados Processos autoimunes: pode ocorrer a formação de anticorpos autoimunes. Se um paciente desenvolver sintomas que sugiram síndrome Lúpus símile, o
tratamento deve ser descontinuado. Uso em idosos: a frequência de infecções graves entre pacientes com mais de 65 anos de idade tratados com HUMIRA® (adalimumabe) foi maior do que para os sujeitos com menos de 65 anos de idade. Deve-se ter cautela quando do tratamento
de pacientes idosos. Uso na gravidez: este medicamento só deve ser usado durante a gravidez quando, na opinião do médico, os benefícios potenciais claramente justificarem os possíveis riscos ao feto. Mulheres em idade reprodutiva devem ser advertidas a não engravidar durante
o tratamento com HUMIRA® (adalimumabe). A administração de vacinas vivas em recém-nascidos expostos ao adalimumabe no útero não é recomendada por 05 meses após a última injeção de adalimumabe da mãe durante a gravidez. Este medicamento não deve ser utilizado por
mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Uso na lactação: recomenda-se decidir entre descontinuar o tratamento com HUMIRA® (adalimumabe) ou interromper o aleitamento, levando em conta a importância do medicamento para a mãe. O aleitamento não
é recomendado por pelo menos 05 meses após a última administração de HUMIRA® (adalimumabe). Interações Medicamentosas: Metotrexato: não há necessidade de ajuste de doses de nenhum dos dois medicamentos. Outras: o uso concomitante de HUMIRA® (adalimumabe)
e outros DMARDs (por exemplo, anacinra e abatacepte) não é recomendado. Vacinas vivas não devem ser administradas concomitantemente a HUMIRA® (adalimumabe). Não foram observadas interações com DMARDs (sulfassalazina, hidroxicloroquina, leflunomida e ouro parenteral),
glicocorticóides, salicilatos, antiinflamatórios não esteroidais ou analgésicos. Reações Adversas: infecções no trato respiratório, leucopenia, anemia, aumento de lipídeos, dor de cabeça, dor abdominal, náusea, vômito, elevação de enzimas hepáticas, rash, dor músculo-esquelética,
reação no local da injeção, infecções, neoplasia benigna , câncer de pele não melanoma, trombocitopenia, leucocitose, hipersensibilidade e alergia, urticária, insuficiência renal, alterações da coagulação e distúrbios hemorrágicos, teste para autoanticorpos positivo, linfoma, neoplasia de
órgãos sólidos, melanoma, púrpura trombocitopênica idiopática, arritmia, insuficiência cardíaca congestiva, oclusão arterial vascular, tromboflebite, aneurisma aórtico, doença pulmonar obstrutiva crônica, pneumopatia intersticial, pneumonite, pancreatite, aumento da bilirrubina, esteatose
hepática, rabdomiólise, lúpus eritematoso sistêmico, pancitopenia, esclerose múltipla, parada cardíaca, cicatrização prejudicada. Reações adversas de pós comercialização: diverticulite, linfoma hepatoesplênico de células T, leucemia, carcinoma de células de Merkel (carcinoma
neuroendócrino cutâneo), anafilaxia, sarcoidose, doenças desmielinizantes, acidente vascular cerebral, embolismo pulmonar, derrame pleural, fibrose pulmonar, perfuração intestinal, reativação da hepatite B, insuficiência hepática, vasculite cutânea, síndrome de Stevens-Johnson,
angioedema, novo aparecimento ou piora da psoríase; eritema multiforme, alopecia, síndrome lúpus símile, infarto do miocárdio, febre. Posologia: Artrite Reumatóide, Artrite Psoriásica, Espondilite Anquilosante: a dose para pacientes adultos é de 40 mg, administrados em dose única
por via subcutânea, a cada 14 dias. Doença de Crohn: início do tratamento – Semana 0: 160 mg por via subcutânea ; Semana 2: 80 mg; Manutenção do tratamento: a partir da Semana 4, 40 mg a cada 14 dias. Psoríase: para pacientes adultos é de uma dose inicial de 80 mg
por via subcutânea, seguida de doses de 40 mg administradas em semanas alternadas, começando na semana seguinte à dose inicial. Artrite idiopática juvenil poliarticular: para pacientes com idade superior a 13 anos é de 40 mg solução injetável, administrados em dose única por
via subcutânea, a cada 14 dias. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. Registrado por: Abbott Laboratórios do Brasil Ltda.- Rua Michigan, 735 – São Paulo – SP - CNPJ: 56.998.701/0001-16. ABBOTT CENTER: 0800 703 1050.
Assim como observado com outros antagonistas de TNF, foram relatados casos de tuberculose associados ao Humira® (adalimumabe). A administração
concomitante de antagonistas de TNF e abatacept tem sido associada a aumento do risco de infecções, incluindo infecções sérias, quando comparada a
antagonistas de TNF isolado.
Referências: 1. Burmester GR et al. Ann Rheum Dis 2012. doi:10.1136/annrheumdis-2011-201244. 2. Bula do produto HUMIRA® (adalimumabe). 3. Keystone E, Van der Heijde D, Kavanaugh A, et al. Effective Disease Control Following Up to 10 Years of Treatment with Adalimumab in Patients with Long-Standing Rheumatoid Arthritis and an Inadequate Response to Methotrexate:
Final 10 -Year Results of the DE019 Trial. Ann Rhe um Dis 2012;71(Suppl3):513.
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