Mecânica dos Fluidos - Professor Eduardo Loureiro Hidrodinâmica FORMA INTEGRAL DA EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE (CONSERVAÇÃO DE MASSA): • Considere um Volume de Controle indeformável (Região II) • A Região I é definida de tal forma que sua massa entra no V.C. no intervalo de tempo t e a Região III é formada pela massa que sai do V.C. no mesmo intervalo de tempo. • Por definição, a massa do Sistema é constante. mI ,t mII ,t mII ,t t mIII ,t t lim t 0 mII ,t t mII ,t t lim t 0 mI ,t mIII ,t t t dmVC m entra m sai dt d dV m entra m sai dt [i] Mecânica dos Fluidos - Professor Eduardo Loureiro Hidrodinâmica FORMA INTEGRAL DA EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE (CONSERVAÇÃO DE MASSA): Quando queremos determinar a vazão em volume (Q [m3/s]) de um escoamento pelo interior de um tubo, basta que multipliquemos a velocidade média do fluido pela área de seção do tubo: m3 m 2 Q V A m Q s s No caso de um tubo, o escoamento é sempre perpendicular à área de seção do mesmo. Imaginemos agora uma pequena área diferencial, dA, circular, na superfície de controle: A vazão normal à superfície é dada por: VN dA ou V dA dA é definido como o vetor normal à superfície com módulo igual à área diferencial dA e sempre apontando para fora do volume de controle. Mecânica dos Fluidos - Professor Eduardo Loureiro Hidrodinâmica FORMA INTEGRAL DA EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE (CONSERVAÇÃO DE MASSA): Então: m entra V cos dA A.entrada pois, o cos, quando o escoamento é para o interior da Superfície de controle, será sempre negativo ( > 90º). m sai V cos dA A. saida Pois, neste caso, o cos é sempre positivo. Voltando à equação d dV m entra m sai dt [i]: d d V cos dA V cos dA dt V.C . A.entrada A. saida Chegamos à forma integral da Equação da Continuidade: d d V S .C dA dt V.C Se o escoamento for PERMANENTE, a massa total dentro do V.C. é constante e independe do tempo, portanto: entra m sai m Mecânica dos Fluidos - Professor Eduardo Loureiro Hidrodinâmica FORMA INTEGRAL DA EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE (CONSERVAÇÃO DE MASSA): EXERCÍCIO: Um fluido incompressível escoa de modo permanente através do duto com duas saídas. O perfil de velocidades é reto nas seções 1 e 2, porém é parabólico na seção 3. Calcule a velocidade V1. Dados: A1= 3ft2; A2= 2 ft2; A3=1ft2; V2=1ft/s 2 r ft V3 41 2 R s V dA 0 Escoamento permanente: S .C 0 2 V dA V dA V dA V dA V dA 0 S .C 1 2 3 4 V d A V d A V dA 0 1 2 3 V dA V1 A1 3V1 1 0 V dA V2 A2 2 2 V dA V3 2rdr 3 r 3 R dA 3V1 2 2R 2 0 dr 4 ft V1 3 s R R r2 r3 2 3 V dA 0 41 R 2 2rdr 8 0 r R 2 dr 2R Mecânica dos Fluidos - Professor Eduardo Loureiro Hidrodinâmica Relembrando, quando estudamos a dinâmica de corpos rígidos: dV a dt F ma P mV d mV F dt É O MOMENTO (OU QUANTIDADE DE MOVIMENTO). TEOREMA DO TRANSPORTE DE REYNOLDS: Seja N, a magnitude de uma propriedade física presente em um meio material contínuo. Se esta propriedade está sendo transportada pela ação do escoamento do material, com velocidade V , então, o Teorema do Transporte de Reynolds afirma que a taxa de variação com o tempo da quantidade total de N é igual às variações instantâneas de N no interior do volume de controle, somadas à integral (em toda a superfície de controle) da taxa na qual N está sendo transportada através da superfície de e para a vizinhança. dN dt sistema d V SC dA t VC é a propriedade intensiva, correspondente a N, igual a N por unidade de massa. Mecânica dos Fluidos - Professor Eduardo Loureiro Hidrodinâmica Se considerarmos a massa, M, como sendo a propriedade N. Então teremos: N M dM dt 0 sistema M 1 M Aplicando o Teorema do Transporte de Reynolds: dN dt d V dA t VC sistema SC 0 d V dA t VC SC d d V dA dt V .C S .C Que é a forma integral da Equação da Continuidade (conservação de massa)! Mecânica dos Fluidos - Professor Eduardo Loureiro Hidrodinâmica Se considerarmos o momento, P mV , como sendo a propriedade N. Então teremos: N P mV dP F dt sistema mV V m Aplicando o Teorema do Transporte de Reynolds: dN dt d V dA t VC sistema SC F Vd VV dA t VC SC Lembrado-nos que: AV m Mecânica dos Fluidos - Professor Eduardo Loureiro Hidrodinâmica Consideremos o Volume de Controle ao lado, que tem uma entrada (seção (1)) e uma saída (seção (2)). O escoamento transmite momento para dentro e para fora do V.C. Em regime permanente, a força resultante que atua sobre o V.C. é igual à diferença entre as taxas de momento saindo e entrando no V.C. que acompanham o fluxo de massa. 0 (escoamento permanente) F Vd VV dA t VC SC V2 m V1 m V2 V1 F m 1 m 2 Em regime permanente: m A Equação do Momento é uma equação vetorial. As componentes x, y e z de F são Fx, Fy e Fz. As componentes da velocidade são u, v e w. A vazão mássica (em massa) é dada por: AV m Mecânica dos Fluidos - Professor Eduardo Loureiro Hidrodinâmica EXEMPLO: Um jato de água sai de um bocal com velocidade uniforme V = 3,05 m/s, atinge a superfície plana de um defletor e é desviado em um ângulo . Determine a força de ancoragem necessária para manter o defletor parado, em função de . HIPÓTESES: Regime permanente; Água é incompressível ( = 1000 kg/m3); A pressão é a atmosférica em todo o V.C. Para o V.C. do lado direito da figura, as componentes x e y da equação do momento ficam: F X u 2 u1 m F Y v2 v1 m Mecânica dos Fluidos - Professor Eduardo Loureiro Hidrodinâmica EXEMPLO: Uma vez que a pressão é a atmosférica em toda a superfície de controle, a força total líquida de pressão é nula. Então o somatório de forças em cada eixo x e y se resume às forças de ancoragem FAX e FAY: V cos V m V 1 cos FAX m Vsen 0 m Vsen FAY m Como m A V FAX AV 2 1 cos FAY AV 2 sen Substituindo os valores: FAX 1000 5,6 10 3 3,052 1 cos 52,11 cos N FAY 52,1sen N O sinal negativo de FAX indica que a componente horizontal da força de ancoragem é exercida para a esquerda. Mecânica dos Fluidos - Professor Eduardo Loureiro Hidrodinâmica EXEMPLO: FAX 1000 5,6 10 3 3,052 1 cos 52,11 cos N Se = 90º, as forças seriam: FAX = - 52,1N e FAY = 52,1N Assim, conforme a figura, a força de ancoragem deve se opor ao momento do fluido entrando no V.C. e fornecer o momento de saída. Já se = 180º, o jato retorna e as forças serão: FAX = -104,2N e FAY = 0 FAY 52,1sen N