Dados: Fechamento em 13/05/2016. = Tendência de alta/baixa/estabilidade em relação ao fechamento em 06/05/2016. SITUAÇÃO GLOBAL África do Sul ainda enfrenta desafios Moody's anunciou manutenção da nota de crédito da África do Sul em dois níveis acima do grau de investimento. FMI considerou positivas medidas governamentais para a economia e prevê crescimento de 0,6% em 2016, com viés de alta para 2017. A agência de risco Moody's e o FMI divulgaram avaliações sobre a economia da África do Sul. Para a Moody's, "o país está provavelmente passando por ponto de inflexão, após vários anos de baixo crescimento". O FMI apoiou medidas governamentais anunciadas para controlar a dívida pública e a inflação. Fatores positivos para a recuperação da economia sul-africana são certa estabilidade da situação energética, fim da seca histórica, redução de paralisações e greves, e perspectiva positiva para o controle da inflação e dos juros. Em contraponto, o país ainda lida com elevados níveis de desemprego (26,7% no primeiro trimestre de 2016, ou 36,7% se incluídos os trabalhadores que desistiram de buscar emprego no período), o que requer atenção do Governo sul-africano. Ajuste na Grécia No dia 9 de maio, os Ministros de Finanças da zona do euro (Eurogrupo) analisaram a situação do III Programa de Ajuste Econômico da Grécia e saudaram o novo pacote grego de reformas previdenciária e fiscal. A Grécia avança na conclusão da primeira revisão do programa de ajuste, o que permitirá novo desembolso de recursos ao país. Porém, serão necessários esforços do governo grego e dos credores para definir o mecanismo de medidas contingenciais em caso de descumprimento da meta acordada, de superávit primário de 3,5% do PIB. O mecanismo preverá medidas temporárias, no curto prazo, e, no ano seguinte, medidas estruturais permanentes. Exceções serão limitadas a casos de grande impacto econômico, fora do controle do governo. Considerou-se, também, a possibilidade de adotar medidas adicionais de alívio da dívida grega, a exemplo da otimização da gestão da dívida do programa e do alargamento dos períodos de graça e pagamento. A redução nominal do valor da dívida está excluída. A próxima reunião do Eurogrupo deverá acontecer em 24 de maio. Troca de ofertas entre o MERCOSUL e a UE A UE e o Mercosul realizarão reunião de negociadores-chefe antes das férias do verão europeu a fim de fazer uma balanço da negociação e preparar calendário de reuniões para o segundo semestre do ano. A União Europeia e o MERCOSUL trocaram, semana passada, ofertas de acesso a seus respectivos mercados de bens, serviços, investimentos e compras governamentais. No caso de bens, a oferta da UE inclui redução das tarifas de importação ou a concessão de quotas tarifárias, conforme o caso, para produtos industriais, de pesca, agrícolas e agrícolas processados. O próximo passo é a análise interna das ofertas apresentadas, de modo a permitir uma primeira avaliação do caminho adiante e determinar um calendário para as reuniões dos diversos grupos negociadores, não apenas de acesso a mercados, mas também de regras que serão aplicadas ao comércio birregional. PUBLICAÇÕES DE ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS Indicadores Mensais da OCDE A OCDE publicou a edição de maio de seu documento mensal com os principais indicadores econômicos ("Main Economic Indicators" - MEI). Esse documento contém estatísticas comparadas para os 34 países da organização, a zona do euro e alguns países não membros, como o Brasil. Em 2015, na comparação com 2010, o crescimento do PIB no conjunto da OCDE foi de 8,6%; na zona do euro, 3,0%; na UE-28, 4,9%; nos EUA, 10,6%; no México, 15%; no Brasil, 5,0%; e na Índia, 38,2%. As exportações e as importações no período 2010-15 tiveram o seguinte comportamento: no conjunto da OCDE cresceram 22,2% e 18,6%; na zona do euro, 22% e 15,6%; na UE-28, 22,1% e 16,9%; nos EUA, 18,8% e 18,7%; no México, 36,7% e 30,1%; e, no Brasil, 12,9% e 0,2% (não estão disponíveis os dados da Índia). O estudo apresenta, ainda, dados de consumo privado e público, confiança para negócios, formação de capital fixo, inflação, produção industrial, desemprego e outros indicadores econômico-comerciais. <http://www.oecd.org/about/publishing/main-economic-indicators-22195009.htm> FMI: Custos e benefícios dos novos requisitos de capital O estudo preparado pelo FMI visa a contribuir com o debate acerca do nível apropriado de requisitos de capital para a reforma regulatória do sistema financeiro internacional. Os resultados corroboram a tese de que a reforma dos requisitos mínimos de capital é benéfica no longo prazo, tal como defendida pelo Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) e pelo Comitê da Basileia, para as instituições financeiras sistemicamente importantes. Não obstante, o documento reconhece os custos da adoção de regulação estrita sobre requisitos de capital mínimo e seu potencial impacto sobre taxas de crédito e empréstimos bancários. Os custos de curto prazo da transição para padrões mais elevados de requisitos de capital podem ser substanciais, mesmo quando adotados gradualmente pelos reguladores, tendo em vista a tendência dos mercados de antecipar a plena conformidade com as novas regras. Por fim, requisitos mais rigorosos sobre os bancos podem incentivar o aumento do risco, derivado da migração para intermediários financeiros não regulamentados ou menos regulados ("shadow banking system"). Neste contexto, de acordo com o FMI, faz-se necessário ampliar o escopo de medidas macroprudenciais. <http://www.imf.org/external/pubs/ft/sdn/2016/sdn1604.pdf> UNCTAD: Facilitação de Comércio nos territórios palestinos ocupados A UNCTAD avaliou a dependência econômica entre Israel e os Territórios Palestinos Ocupados, aprofundada em anos recentes pela concentração das exportações e importações palestinas nos portos israelenses, com impacto sobre custos de transações e competitividade dos produtos palestinos. Dois fatores explicam tal dependência: a) o limitado acesso às alternativas portuárias regionais no Egito e na Jordânia; e b) a falta de acesso de agentes palestinos às facilidades de desembaraço aduaneiro em portos israelenses. Entre os principais obstáculos enfrentados por comerciantes palestinos, incluem-se procedimentos de segurança e barreiras físicas, controle unilateral israelense sobre todos os portos de entrada, restrições de circulação impostas às pessoas e bens palestinos, o sistema "back-to-back" (procedimento de carga e descarga para inspeção manual da carga), a falta de informações e recursos, infraestrutura inadequada e horas de trabalho limitadas. A UNCTAD identifica medidas de facilitação de comércio que, se implementadas, poderiam impulsionar o comércio palestino e revitalizar a economia no curto prazo. <http://unctad.org/en/PublicationsLibrary/gdsapp2014d1_en.pdf>