Dados: Fechamento em 10/02/2017. = Tendência de alta/baixa/estabilidade em relação ao fechamento em 03/02/2017. SITUAÇÃO GLOBAL Preocupação renovada com a Grécia Divergências entre a Comissão Europeia e o FMI comprometem o financiamento da crise grega, em ano de eleições na UE. A Eurozona e o FMI, os dois principais credores da dívida grega, divergem sobre a situação econômica da Grécia e o manejo de sua dívida. Enquanto o FMI defende certa flexibilização, com redução da meta de superávit e concessão de empréstimos, países da UE-19, liderados pela Alemanha, temem maior pressão sobre seus contribuintes para arcar com o custo da dívida grega. Para o FMI, o bom desempenho recente da economia grega, saudado pela Comissão Europeia, não é sustentável. A não ser que seja possível alguma convergência, o FMI, que não participou do terceiro programa de auxílio, não se juntará ao resgate da Grécia, para frustração da Alemanha, que confia em sua capacidade para monitorar os desembolsos do programa. Caso o impasse permaneça, analistas creem que será muito difícil que os parlamentos nacionais aprovem futuros desembolsos, especialmente em ano de eleições em países-chave nessa questão – Alemanha e Holanda, entre outros. Polêmica sobre a BAT Proposta de reforma tributária no Congresso dos Estados Unidos desde meados de 2016 ganha tração na nova Administração e gera discussões em "think-tanks" e no meio empresarial, além ser objeto de preocupação de empresas e governos estrangeiros. A "Border Adjustment Tax" (BAT) é um ajuste tributário de fronteira por meio da denegação de isenções para bens e serviços importados como insumos e exclusão das exportações de bens e serviços da base tarifária. A medida está sendo proposta pelo Governo Trump para, juntamente com um novo imposto sobre o fluxo de caixa das empresas, substituir o imposto corporativo sobre a renda. Para muitos analistas, os custos superariam amplamente os poucos benefícios esperados para os exportadores: a renda esperada seria muito baixa, e seriam criadas muitas distorções e atritos com os parceiros comerciais norte-americanos, com potenciais efeitos de redução dos investimentos externos nos EUA. Também há o risco de questionamento na Organização Mundial do Comércio, com possíveis retaliações comerciais. A BAT não incide diretamente sobre as importações, mas impede que elas sejam abatidas da base para o cálculo do imposto corporativo. Como os gastos com insumos e salários domésticos podem ser abatidos integralmente, o efeito prático final para produtos importados seria equivalente, segundo alguns analistas, a um imposto direto de importação. China aumenta compra de commodities A China aumentou a importação de commodities em janeiro, com destaque para petróleo, carvão, minério de ferro e soja. A China aumentou de forma significativa a importação de commodities em janeiro. As importações de petróleo e de carvão aumentaram 27,5% e 63,6% respectivamente, comparado com o mesmo período de 2016; a de minério de ferro, por sua vez, aumentou 11,9%; e a de soja, 35%. A importação de cobre e derivados foi exceção, com queda de 13,6%. A elevação das importações chinesas reforçou a valorização das commodities no mercado internacional: o preço do minério de ferro alcançou o nível mais elevado dos últimos 3 anos. Crise de liquidez no Zimbábue Escassez de divisas gera crise na economia dolarizada do Zimbabwe. Medidas para controlar a falta de meio circulante e de divisas geram novas pressões inflacionárias. Com vistas a combater a desmonetização da economia, o Governo do Zimbábue reintroduziu uma moeda local, em novembro de 2016, com o mesmo valor nominal que o dólar norte-americano, e adotou política de restrição seletiva de importações, com vistas a reduzir o déficit comercial, conter a saída de divisas e garantir o abastecimento de produtos considerados essenciais. A queda na oferta de bens importados, no entanto, começou a realimentar a inflação, que havia sido controlada após a dolarização da economia em 2009. O preço da cesta básica, por exemplo, passou de US$ 125,37, em outubro de 2016, para USD 144,36, em janeiro de 2017, aumento de mais de 11%. Com o agravamento da crise de divisas, o governo do Zimbábue reconheceu não possuir recursos necessários para suprir as necessidades de importação de medicamentos do país. "LIVRO BRANCO" PARA O BREXIT O Governo britânico publicou o "livro branco", que define as prioridades do Reino Unido para as negociações de saída da União Europeia, no contexto do disposto no Artigo 50 do Tratado de Lisboa. A apresentação do documento no Parlamento britâncio foi feita pelo Secretário para a Saída da União Europeia, David Davis, que reiterou a posição do Governo May de que a União Europeia manterá seu êxito político e econômico apesar do Brexit. Davis repetiu que seu país "aceita" a posição de que as "quatro liberdades" europeias são indivisíveis e que, nesse entendimento, prefere deixar o mercado único. Em seu lugar, propõe estabelecer uma nova parceria estratégica do Reino Unido com a UE. O "livro branco" analisa os 12 princípios que serão aplicados nas negociações com a UE: - "Providing certainty and clarity"; - "Taking control of our own laws"; - "Strengthening the Union"; - "Protecting our strong historic ties with Ireland and maintaining the Common Travel Area"; - "Controlling immigration"; - "Securing rights for EU nationals in the UK and UK nationals in the EU"; - "Protecting workers` rights"; - "Ensuring free trade with European markets"; - "Securing new trade agreements with other countries"; - "Ensuring the United Kingdom remains the best place for science and innovation"; - "Cooperating in the fight against crime and terrorism"; e - "Delivering a smooth, orderly exit from the EU". PUBLICAÇÕES DE ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS "Investment Facilitation: a Review of Policy Practices" (UNCTAD) Relatório da UNCTAD afirma que iniciativas concretas de promoção de investimento são relativamente raras: desde 2010, apenas 20% da atração de investimentos se baseou em medidas de facilitação, na sua maioria incentivos e condições atrativas em zonas econômicas especiais. Da mesma maneira, na ampla maioria dos 3.300 acordos internacionais de investimentos existentes, as disposições sobre facilitação de investimento são fracas ou mesmo ausentes. Para a umentar a eficiência de procedimentos administrativos e a difusão de informações para investidores, a UNCTAD recomenda o aperfeiçoamento dos dados disponíveis em portais na Internet e em sistemas de janela única. O relatório oferece elementos para auxiliar a difusão de informações sobre facilitação de investimentos, bem como estimular o debate sobre a discussão de ações globais nesse sentido. <http://investmentpolicyhub.unctad.org/News/Hub/Home/536>