Dados: Fechamento em 17/06/2016. = Tendência de alta/baixa/estabilidade em relação ao fechamento em 10/06/2016. SITUAÇÃO GLOBAL Perspectivas da economia da Grécia Desempenho da economia grega dependerá, por um lado, dos efeitos da política fiscal restritiva e, por outro, dos incentivos trazidos pela normalização progressiva das condições monetárias. Tendo o Governo grego implementado as condicionalidades exigidas pelos credores oficiais, o "Euro Working Group" deu sinal verde para a liberação de 7,5 bilhões de euros para Grécia. O desempenho da economia nos próximos meses, contudo, parece depender fundamentalmente das respostas dos agentes econômicos às novas medidas de austeridade por um lado, e à melhora nas condições de liquidez pelo outro. As restrições financeiras serão atenuadas não apenas pelo pagamento por parte do Governo de parcela expressiva das "despesas em atraso", como também: i) pelo esperado restabelecimento por parte do Banco Central Europeu do "waiver" para os títulos públicos gregos em suas operações de mercado aberto; ii) pela participação dos bancos gregos nas novas operações do BCE de refinanciamento de longo-prazo; iii) pela eventual inclusão dos títulos públicos gregos no programa "quantitative easing" (QE); e (iv), pelo retorno ao sistema bancário local dos recursos retirados entre outubro de 2014 e julho de 2015 (cerca de 40 bilhões de euros). Estatísticas de comércio de serviços na UE O comércio internacional de serviços da UE cresceu cerca de 42% entre 2010 e 2015, porcentagem duas vezes maior do que o crescimento do comércio de bens. Segundo dados do Eurostat, as exportações de serviços da UE para o resto do mundo aumentaram 42% entre 2010 e 2015, de 569,5 bilhões para 811,2 bilhões de euros. As importações, por sua vez, cresceram 43% no mesmo período, de 461,6 para 660,5 bilhões de euros. Apesar do aumento no volume das trocas, em 2015 o saldo da UE no comércio de serviços foi de 150,7 bilhões de euros, 7,49% menor do que em 2014 (162,9 bi), que já era 8,2%, menor que o do ano anterior (175,6 bi). A retração deve-se, principalmente, ao aumento de gastos com pagamentos pelo uso de propriedade intelectual. Os principais importadores de serviços da UE, em 2015, foram: Estados Unidos (212,1 bilhões de euros, 26%), Suíça (116,3 bi, 14%) e China (36,0 bi, 4%). O Brasil foi o oitavo maior comprador e o nono maior exportador de serviços para a UE. Fragilidade da economia uruguaia É notória a situação de estagnação da economia uruguaia, com elevação da inflação e do déficit fiscal, e redução das exportações e das projeções para o crescimento do PIB em 2016. A inflação e o déficit fiscal do Uruguai, em maio, alcançaram os valores mais altos desde a crise de 2002: 11% e 4% do PIB, respectivamente (anualizados). O valor total das exportações do Uruguai, em queda há 18 meses, caiu 14,8% nos primeiros cinco meses de 2016, como reflexo da desaceleração econômica nos principais parceiros comerciais do país (Brasil, China e Argentina). O PIB do Uruguai encolheu 0,5% entre janeiro e março de 2016, interanual. A atividade industrial do país também retraiu-se no último mês de abril, com o pior desempenho registrado nos primeiros três meses do ano desde 2003. A estimativa oficial de crescimento econômico para 2016 foi reduzida de 2,5% para 0,5%. A fim de mitigar o desequilíbrio fiscal e evitar a perda do grau de investimento, o governo propôs ao Parlamento ajuste fiscal para reduzir em 1% o déficit fiscal. O ajuste proposto, contudo, é criticado por concentrar esforços no aumento da receita, em detrimento de esforço de contenção de gastos. VOLATILIDADE DO COMÉRCIO E MOEDAS INTERNACIONAIS A aversão ao risco despertada pelo plebiscito do "Brexit" fortaleceu o iene e fez oscilar fortemente o valor do ouro e da libra esterlina na última semana. Verificou-se também valorização dos títulos de países europeus periféricos, ao passo que os títulos soberanos de Estados Unidos e Japão atingiram mínimos recordes. O dólar vem caindo em relação ao iene japonês e atingiu ¥103.61, a menor cotação desde que o Banco do Japão reduziu seu processo de "quantitative easing", em setembro de 2014. Com a redução da previsão de inflação do Japão em 2016, há expectativa de medidas expansionistas nos próximos meses. Para alguns analistas econômicos, o "rally" do iene desde janeiro último o coloca como "porto seguro" no mercado financeiro global. No caso do Reino Unido e da Alemanha, o rendimento dos títulos soberanos com prazo de 10 anos seguem em queda; na zona do euro, apenas os títulos espanhóis e italianos com prazo de 10 anos registraram aumento em seus rendimentos. Em relação às cotações do dólar frente ao euro e à libra, o dólar recuperou-se após a queda em relação ao euro, devida à análise do relatório do Fed na semana passada. Até mesmo a libra esterlina, que se mantinha em baixa há alguns meses, teve uma oscilação de 0,2% em sua cotação. PUBLICAÇÕES DE ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS "What Does Aid Do to Fiscal Policy? New Evidence" (FMI) A ajuda externa é um instrumento de financiamento para vários países em desenvolvimento. O estudo do FMI analisa os efeitos fiscais internos, nos países receptores, das alterações no nível de dependência da ajuda externa de 59 países em desenvolvimento, de 1960 a 2010. São identificadas alterações tanto positivas (aumento estrutural dos fluxos de ajuda externa) e negativas (decréscimo estrutural dos fluxos de ajuda ao desenvolvimento). O estudo conclui que essas alterações são frequentes e têm efeitos fiscais expressivos e, em geral, assimétricos nas contas nacionais dos países receptores. Grandes fluxos de ajuda externa minam a capacidade tributária e o investimento público, ao passo que reduções significativas da ajuda externa tendem a não modificar os níveis de tributação ou gasto dos países receptores. Os efeitos fiscais indesejados são mais pronunciados em países com baixo grau de governança e baixa capacidade de absorção, bem como naqueles que têm programas com o FMI. <http://www.imf.org/external/pubs/cat/longres.aspx?sk=43949.0> Evaluating Nairobi: Impacts on trade, food security, and development (ITCSD) Em dezembro de 2015, adotou-se o mais recente conjunto de regras para a regulamentação do comércio internacional – o "Pacote de Nairóbi" da OMC. São avanços em diversas questões agrícolas e de segurança alimentar que eram de difícil consenso, como subsídios à exportação, ajuda alimentar, medidas especiais para Países de Menor Desenvolvimento Relativo (PMDR) e o comércio global de algodão. Ainda se avalia como esse acordo afetará o comércio agrícola e de alimentos, o desenvolvimento rural e a segurança alimentar, e que base aporta para as futuras negociações comerciais internacionais. A publicação do ITCSD visa a auxiliar negociadores, formuladores de políticas públicas e outros "stakeholders" a avaliar o potencial de comércio e as implicações para a segurança alimentar e o desenvolvimento rural do "Pacote de Nairóbi". <http://www.ifpri.org/blog/evaluating-nairobi-impacts-trade-food-security-and-development>