Dados: Fechamento em 17/02/2017. = Tendência de alta/baixa/estabilidade em relação ao fechamento em 10/02/2017. SITUAÇÃO GLOBAL Queda nas reservas internacionais da China Reservas internacionais da China fecham janeiro abaixo do patamar simbólico de US$ 3 trilhões, após atingirem US$ 4 trilhões em junho de 2014. O Renminbi encontra-se no nível mais baixo em 8 anos. Em janeiro de 2017, as reservas internacionais da China cairam US$ 12,3 bilhões para US$ 2,998 trilhões, nível mais baixo em 5 anos. Após alcançarem o nível recorde de US$ 3,99 trilhões, em junho de 2014, as reservas internacionais da China recuaram US$ 513 bilhões, em 2015 e US$ 320 bilhões, em 2016. Para combater a fuga de divisas, Pequim adotou restrições à saída de capitais no final de 2016 e elevou as taxas de juros em fevereiro de 2017. O renminbi, a 6,85/dólar, encontra-se no patamar mais baixo dos últimos 8 anos. Analistas avaliam que a fraqueza da moeda chinesa se deve a quatro fatores principais: a) Redução da confiança nas perspectivas de longo prazo da economia chinesa, cuja taxa de crescimento caiu de 10,6% em 2010 para 6,7% em 2016,; b) preocupação com o nível de endividamento no país ("bolha de crédito"); c) expectativa de elevação das taxas de juros nos EUA; d) pagamentos de dívidas contraídas no exterior por empresas chinesas. Situação econômica do Reino Unido Apesar das expectativas pessimistas para a economia do RU no período pós-referendo, o país encerrou 2016 com resultados acima do esperado. Em 2016, cresceu 2%, maior taxa entre os países do G7. O desempenho da economia britânica no quarto trimestre de 2016 superou as expectativas, com avanço de 0,6% do PIB (acima da previsão de 0,5%). No último trimestre de 2016, o setor de serviços (aproximadamente 80% do PIB) mostrou-se, uma vez mais, o principal vetor da economia, avançando 0,8%, ancorado no forte consumo doméstico. No que se refere à indústria, apesar de quedas nos setores de mineração e extrativista, as manufaturas cresceram 0,7%, com destaque aos produtos farmacêuticos. Economistas já mencionam eventual reequilíbrio da economia, com possível fortalecimento da indústria (10% do PIB, atualmente). A libra mais fraca, por outro lado, encarece importações e compromete, pela via inflacionária, a capacidade de consumo doméstico. Apesar das previsões econômicas pessimistas para o período pós-Brexit, e do seu eventual impacto negativo sobre os investimentos e o consumo, o Banco da Inglaterra tem revisto positivamente a previsão do crescimento do PIB para 2017. Nos últimos seis meses, as estimativas já evoluíram de 0,8% para 2%. No entanto, diante da inalterada expectativa de desaceleração da economia para os anos que se seguirão à saída do país da UE, o BoE tem mantido a taxa de juros no seu patamar histórico mais baixo (0,25%) e tem dado seguimento ao programa de compra de títulos pelo governo, de modo a manter o estímulo monetário à economia. REUNIÃO DE MINISTROS DE RELAÇÕES EXTERIORES DO G-20 Nos dias 16 e 17 de fevereiro, em Bonn, realizou-se a reunião de Chanceleres dos países do G-20. A reunião teve como temas na agenda a implementação da Agenda de Desenvolvimento 2030 e suas Metas de Desenvolvimento Sustentável; a prevenção de conflitos e manutenção da paz; e a cooperação com a África. Entretanto, as discussões informais dirigiram o foco para problemas como o aumento do fluxo migratório internacional por fatores econômicos, agudizados por situações de guerra, ou a percepção negativa em relação ao comércio nos países desenvolvidos. O encontro foi também a primeira oportunidade de interação do novo Secretário de Estado norte-americano com seus pares dos países com as maiores economias. PUBLICAÇÕES DE ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS Panorama sobre Empréstimos Soberanos (OCDE) O documento da OCDE oferece dados, informações e antecedentes sobre empréstimos soberanos, além de discutir estratégias de financiamento e políticas de gestão da dívida para países da OCDE. Segundo o documento, os níveis de empréstimos soberanos na área da OCDE, determinados primariamente por políticas fiscais, estabilizaram-se nos últimos anos; não obstante, a carga de dívidas soberanas permanece alta em relação à média histórica, e sérios desafios persistem, como a prolongada baixa taxa de juros nos países da região. Para a organização, juros baixos têm significativo impacto nos mercados primários e secundários de títulos. Ressalta-se ainda, como os bônus soberanos vinculados à inflação tornaram-se um importante ativo global, à luz do seu crescimento nos últimos anos. <http://www.oecd.org/daf/fin/public-debt/Sovereign-Borrowing-Outlook-in-OECD-Countries-2017.pdf> Tendências Globais de Investimentos (UNCTAD) O Relatório da UNCTAD "Investment Trends Monitor" (no. 25, fevereiro de 2017) indicou que o fluxo global de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) caiu de US$ 1,750 trilhão, em 2015, para US$ 1,52 trilhão, em 2016 (-13%). Houve redução de 9% nos IEDs para países desenvolvidos, com queda de 29% na Europa e elevação de 6% dos investimentos destinados aos EUA. Os IED realizados em países em desenvolvimento caíram 20%. O Brasil ocupou a 5ª posição como principal destino de IED (US$ 50 bilhões), depois dos Estados Unidos (US$ 385 bilhões), Reino Unido (US$ 179 bilhões) China (US$ 132 bilhões) e Hong Kong (US$ 92 bilhões). A metodologia de cálculo da UNCTAD difere da utilizada pelo Banco Central brasileiro, resultando em números menores para o IED recebido pelo Brasil. <http://unctad.org/en/PublicationsLibrary/webdiaeia2017d1_en.pdf> "The NAFTA Success Story" (Scotiabank) O recente relatório do banco canadense Scotiabank oferece análise positiva dos impactos econômicos do NAFTA na América do Norte. O documento ressalta a progressiva eliminação de barreiras tarifárias e nãotarifárias no âmbito do Acordo, assim como o considerável aumento do comércio e investimento intra-bloco. Segundo o estudo, 6 milhões de empregos dependem do NAFTA e 130 mil vagas por ano teriam sido criadas nos Estados Unidos pelo Acordo. Apesar de opiniões contrárias, o relatório considera que os empregos perdidos na indústria de transformação dos Estados Unidos deveriam ser atribuídos à inovação tecnológica, e não ao NAFTA em si. O estudo do Scotiabank também elenca aspectos a serem considerados no caso de uma “atualização” do NAFTA, como comércio eletrônico, expansão do comércio no setor de serviços, maior proteção de propriedade intelectual e aperfeiçoamento do mecanismo de solução de controvérsias do acordo. <http://www.gbm.scotiabank.com/scpt/gbm/scotiaeconomics63/2017-02-10_I&V.pdf>