Cristine Rodrigues

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Universidade Católica de Pelotas
CRISTINE ELIANE GOMES RODRIGUES
SINDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS:
Fatores psicológicos e qualidade de vida
Pelotas
2013
1
CRISTINE ELIANE GOMES RODRIGUES
SINDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS:
Fatores psicológicos e qualidade de vida
Tese apresentada ao Programa de PósGraduação em Saúde e Comportamento da
Universidade Católica de Pelotas, como
requisito parcial para obtenção do grau de
Doutor em Saúde e Comportamento.
Orientador: Dr. Luciano Dias de Mattos
Souza.
Pelotas
2013
2
SINDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS:
Fatores psicológicos e qualidade de vida
BANCA EXAMINADORA
Presidente e Orientador Prof. Dr. Luciano Dias de Mattos Souza
1º Examinador Profa. Dra. Liliane da Costa Ores
2º Examinador Profa. Dra. Ana Laura Sica Cruzeiro
3º Examinador Profa. Dra. Luciana de Avila Quevedo
Pelotas, 03 de Julho de 2013
3
4
APRESENTAÇÃO
A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é um distúrbio endócrino-ginecológico que
afeta entre 5 a 10% das mulheres em idade reprodutiva. Sua etiologia é motivo de discussão.
Com frequência no consultório médico, existem as queixas femininas de
irregularidade menstrual, modificação endócrina, reprodutiva e psicológica das mulheres que
tem sua imagem alterada pelas manifestações físicas que a SOP causa.
A qualidade de vida (QV) tem uma definição multidimensional que engloba aspectos
físicos, emocionais e sociais do ser humano. Estudos relatam que a redução na qualidade de
vida devido aos ovários policísticos se reflete na insatisfação sexual e pessoal, agressividade,
dor e até mesmo mudança na personalidade.
Com base na revisão bibliográfica, foi proposto um estudo para avaliar a qualidade de
vida e a presença de sintomas depressivos, satisfação conjugal e polimorfismo do gen 5
HTTLPR em mulheres com ovários policísticos quando comparadas a controles saudáveis.
Durante o estudo, foram feitas coletas da saliva das pacientes para a análise do gen 5
HTTLPR, porém o material não pode ser extraído de maneira adequada para sua posterior
análise, e com isso essa etapa do estudo foi abandonada.
O estudo teve seguimento com base no questionário que incluía questões que
abordavam dados sócio demográficos, satisfação sexual, qualidade de vida, transtornos
mentais comuns e depressão.
Após a análise dos dados foram propostas duas discussões: uma sobre a qualidade de
vida dessas pacientes e a outra sobre a prevalência dos transtornos mentais comuns.
O primeiro artigo fala sobre a avaliação da prevalência de transtornos mentais comuns
em mulheres diagnosticadas com Síndrome de Ovários Policísticos (SOP) e compara com
controles pareadas sem SOP. Nos mostra que as mulheres com SOP apresentam proporção
quase três vezes maior de transtornos mentais comuns quando comparadas com mulheres sem
SOP. Mesmo as mulheres com SOP e índice de massa corporal (IMC) saudável apresentaram
maior risco de comorbidade psiquiátrica.
O segundo artigo fala sobre a qualidade de vida (QV) na Síndrome dos Ovários
Policísticos. Nele constatamos que transtorno mental comum (TMC) e excesso de
5
peso/obesidade são mais prevalentes entre mulheres com SOP do que mulheres saudáveis.
Contudo, concluiu-se que, principalmente, nos domínios físicos a SOP parece ter impacto
sobre a percepção de QV após ajuste para TMC e excesso de peso/obesidade.
Por fim, damos ênfase a necessidade de orientação da paciente pelo ginecologista, a
indagação da saúde mental e continuidade do tratamento com psicólogo e endocrinologista, a
conscientização da paciente sobre hábitos de vida saudáveis e a proposta de futuros estudos
que possam relatar as avaliações hormonais e genéticas nessas pacientes.
6
SUMÁRIO
PARTE I – PROJETO DE PESQUISA _______________________________________________________________ 7
I
IDENTIFICAÇÃO ________________________________________________________________________ 7
II
INTRODUÇÃO __________________________________________________________________________ 8
III
OBJETIVOS ____________________________________________________________________________ 10
IV
HIPÓTESES ____________________________________________________________________________ 11
V
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ___________________________________________________________ 12
VI
MÉTODO ______________________________________________________________________________ 14
VII
REFERÊNCIAS _________________________________________________________________________ 20
ANEXO A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido _____________________________________________ 23
ANEXO B – Questionário _______________________________________________________________________ 25
PARTE II – 1º ARTIGO __________________________________________________________________________ 38
RESUMO ____________________________________________________________________________________ 40
ABSTRACT __________________________________________________________________________________ 41
INTRODUÇÃO _______________________________________________________________________________ 42
MÉTODO ____________________________________________________________________________________ 44
RESULTADOS _______________________________________________________________________________ 47
DISCUSSÃO _________________________________________________________________________________ 48
REFERÊNCIAS _______________________________________________________________________________ 50
PARTE III – 2º ARTIGO __________________________________________________________________________ 55
RESUMO ____________________________________________________________________________________ 57
ABSTRACT __________________________________________________________________________________ 58
INTRODUÇÃO _______________________________________________________________________________ 59
MÉTODOS ___________________________________________________________________________________ 61
RESULTADOS _______________________________________________________________________________ 63
DISCUSSÃO _________________________________________________________________________________ 64
REFERÊNCIAS _______________________________________________________________________________ 67
7
PARTE I – PROJETO DE PESQUISA
I
1.1
IDENTIFICAÇÃO
Título: SINDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS: Fatores psicológicos e
qualidade de vida
1.2
Aluno: Cristine Eliane Gomes Rodrigues
1.3
Orientador: Luciano Dias de Mattos Souza
1.4
Curso: Programa de Pós Graduação em Saúde e Comportamento (PPGSC)
1.5
Instituição: Universidade Católica de Pelotas (UCPel)
1.6
Período da Pesquisa: 01/02/2011 até 30/06/2013
8
II
INTRODUÇÃO
A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é um distúrbio endócrino-ginecológico que
afeta entre 5 a 10% das mulheres em idade reprodutiva.1,4,9,11,12,13,15 Os ovários policísticos
são caracterizados por: hiperandrogenismo, resistência à insulina e anovulação crônica.
Manifestações clínicas incluem: hirsutismo, acne, alopecia, obesidade, irregularidade
menstrual e infertilidade, porém não necessariamente ocorram todos esses sintomas em
conjunto.1,3 Essas manifestações apresentam-se de forma bastante heterogênea, havendo
diferenças marcantes na sua prevalência e intensidade entre diferentes grupos de mulheres que
apresentam SOP.4 Engloba não somente uma condição endócrina, como também reprodutiva
e psicológica das mulheres que tem sua imagem alterada pela obesidade, hirsutismo e acne,
além da infertilidade, cursando com mudanças no modo de vida, podendo gerar insatisfação
sexual e depressão.5,6
Sua etiologia é motivo de discussão. Tem-se concluído que o ovário policístico é o
resultado final de toda a condição de anovulação crônica e não o motivo central de um
desarranjo funcional. As causas são multifatoriais. Estudo de heredogramas de famílias de
mulheres portadoras da síndrome sugere que esta seja uma doença autossômica dominante ou
uma alteração oligogênica, onde estejam comprometidos os genes envolvidos nas vias
metabólicas da glicose e da biossíntese esteróide.7
Históricamente os ovários policísticos só eram diagnosticados por laparotomia e confirmação
histológica por meio de biópsia.2 Atualmente, para haver o diagnóstico de ovários policísticos
precisa existir dois dos três critérios: oligomenorréia ou amenorréia; hiperandrogenismo
clínico ou bioquímico; ovários policísticos na ecografia transvaginal10 e excluir a presença da
Síndrome de Cushing, Hiperplasia Adrenal Congênita e Tumores secretores de androgênio.18
Os ovários policísticos não se confinam apenas àquelas mulheres com sintomas clássicos.
Ao contrário, com o avanço da ecografia transvaginal é comum a presença de ovários
policísticos em mulheres assintomáticas.11
Alguns estudos relatam a associação dos ovários policísticos com um alto nível de
depressão e ansiedade, causando impacto na qualidade de vida das mulheres, até mesmo
levando a redução do sono, fobias e pânico.12 A relação entre as doenças afetivas e o sistema
9
endócrino vem sendo amplamente estudada e é de grande interesse nos últimos anos. Os
ovários policísticos é uma disfunção altamente relacionada com as manifestações físicas
femininas que causam uma modificação da imagem da mulher podendo levar à depressão.3
O transportador da serotonina ligada a região polimórfica (5-HTTLPR) está sendo
amplamente estudado na interação gene/ambiente. Em 2003, Caspi observou que a presença
de polimorfismo no gene 5HTTLPR somado a ocorrência de eventos estressores é um fator
preditor de transtornos depressivos.25 Contudo, em recente estudo de metanálise, Risch e
colaboradores apontam que a associação proposta por Caspi, não foi evidenciada
empiricamente ao serem sumarizados os dados de múltiplos estudos sobre o tema. Mesmo
assim, a relação entre eventos estressores e transtornos de humor foi ratificada.26Wankerl et al
criticam a qualidade desta metanálise apontando a heterogeneidade dos estudos incluídos.27
Parte da literatura ressalta as diferenças nestas relações vinculadas a população masculina e
feminina. Em mulheres no puerpério, os autores encontraram associação significativa entre o
polimorfismo do gene 5HTTLPR na ocorrência de eventos estressores com alterações de
sintomas de humor.28 Desta forma, a literatura sobre o tema se mostra inconsistente, sendo
necessários estudos que diferenciem esta relação em homens e mulheres.
A qualidade de vida tem uma definição multidimensional que engloba aspectos físicos,
emocionais e sociais do ser humano.17 Estudos relatam que a redução na qualidade de vida
devido aos ovários policísticos se reflete na insatisfação sexual e pessoal, agressividade, dor e
até mesmo mudança na personalidade.13,19
10
III
3.1
OBJETIVOS
Geral
Avaliar a qualidade de vida e a presença de sintomas depressivos, satisfação conjugal
e polimorfismo do gen 5 HTTLPR em mulheres com ovários policísticos quando comparadas
a controles saudáveis.
3.2
Específicos
Verificar percepção quanto à qualidade de vida entre os dois grupos avaliados;
Observar a dificuldade na função sexual das mulheres com ovários policísticos
comparadas as mulheres saudáveis;
Comparar escore de sintomas depressivos entre as mulheres com e sem ovários
policísticos;
Avaliar as diferenças do polimorfismo do gene transportador da serotonina
(5HTTLPR) em mulheres portadoras ou não de ovários policísticos.
11
IV
HIPÓTESES
As mulheres com diagnóstico de ovários policísticos (OPC) apresentam menor escore
entre os domínios da qualidade de vida;
Mulheres com ovários policísticos apresentam maior média de sintomas depressivos
do quer as mulheres hígidas;
Quando comparadas as mulheres saudáveis, aquelas com OPC apresentam mais
dificuldades na atividade sexual;
Mulheres com OPC apresentando a manifestação de duas expressões de alelos curtos
terão maior proporção de sintomas depressivos quando comparadas as mulheres sem a
síndrome.
12
V
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A literatura nos mostra uma forte associação entre pacientes com ovários policísticos e
a depressão. Alguns ainda falam da importância dos estudos que relacionam ansiedade e a
presença de ovários policísticos.5,12
O primeiro relato de avaliação ultrassonográfica de pacientes portadoras da síndrome
foi publicado por Kratochwil em 1972 onde o padrão ecográfico mais usualmente encontrado
ao exame transvaginal era o de ovários aumentados, com estroma central ecogênico, rodeado
por colar periférico de folículos retidos que deviam medir entre 5 e 8mm de diâmetro.8
Uma revisão dos critérios diagnósticos de ovários policísticos feito em 2008 nos
mostra uma comparação onde em 1990 o NationalInstitutesof Health (NIH) nos Estados
Unidos concluiu que a SOP era definida pela presença de hiperandrogenismo mais transtorno
menstrual e que para seu diagnóstico deveria se excluir a Síndrome de Cushing, a hiperplasia
congênita da suprarrenal e a hiperprolactinemia. Em 2003, a Sociedade Européia de
Reprodução Humana e Embriologia e a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva
incorporou a morfologia ovariana como critério diagnóstico, definido como a presença de 12
ou mais folículos de 2 a 9mm de diâmetro e com volume maior que 10ml em um dos dois
ovários. Não consideraram o aspecto subjetivo nem o estroma.18 A Sociedade de Excesso de
Androgênios em 2006 revisou a literatura e concluiu que as pacientes com hiperandrogenismo
clínico e bioquímico apresentam um risco metabólico e cardiovascular elevados, e que por
isso a presença de hiperandrogenismo é fundamental para o diagnóstico de SOP.
Um estudo americano em 1981 propôs um questionário auto-aplicável com um total de
26 perguntas direcionadas para pacientes com ovários policísticos englobando os cinco
seguintes domínios: emoções, pêlos no corpo, obesidade, infertilidade e problemas
menstruais, porém este questionário não é validado no Brasil. Por tanto, a literatura utiliza
perguntas subjetivas e instrumentos que sejam validados no nosso país, porém não específicos
para os ovários policísticos.6,15,16 Em 2006 Himelein et al chegaram a criar um questionário
que avaliou a aparência da paciente numa escala que ia de um até sete, onde o um
13
correspondia a sua aparência como um problema grave para si e o nível sete representava uma
paciente que não via sua aparência como um problema.
Alguns estudos utilizam como instrumento o SF-36 para avaliar a qualidade de
vida6,16,17,19 e o BDI é utilizado pela grande maioria para avaliar depressão.13,15
Himelein em 2006 demonstrou que a insatisfação com a aparência física está
fortemente associado com os sintomas depressivos assim como a infertilidade, mas esta em
menor grau. Também foi observado que 2/3 das mulheres com SOP encontram-se obesas o
que acarreta a depressão e 15% de um total de 143 mulheres com ovários policísticos
apresentam alguma alteração psicológica como por exemplo ansiedade, sintomas obsessivos
compulsivos e bulimia.
Hahn descreve significativa redução na qualidade de vida com piora da satisfação
sexual em pacientes com a síndrome. Obesidade e hirsutismo se associam com os aspectos da
qualidade de vida, mas a acne não.6
Estudos recentes mostram que o transportador da serotonina ligada a região
polimórfica (5-HTTLPR) está sendo avaliado na interação gene/ambiente. Foi observado que
a presença de polimorfismo no gene 5HTTLPR somado a ocorrência de eventos estressores é
um fator preditor de transtornos depressivos.25 Contudo, um recente estudo de metanálise,
aponta que a associação citada acima não foi evidenciada empiricamente ao serem analisados
os dados de múltiplos estudos sobre o tema. Mesmo assim, a relação entre eventos estressores
e transtornos de humor foi evidenciada.26 Alguns estudos criticam a qualidade desta
metanálise apontando a heterogeneidade dos estudos incluídos.27 Parte da literatura ressalta as
diferenças nestas relações vinculadas a população masculina e feminina.28
Com base na literatura revisada propomos um estudo que relacione e avalie a
depressão em mulheres que apresentem ovários policísticos diagnosticados no exame
ecográfico transvaginal e que possuam polimorfismo no gene 5HTTLPR.
14
VI
MÉTODO
6.1
Delineamento do estudo: estudo de caso-controle.
6.2
Amostragem
Seleção amostral: Cada mulher diagnosticada como portadora de SOP nos seguintes locais:
Fundação de Apoio Universitário, Posto de Saúde Virgilio Costa, Hospital Clinicamp e
Clinica de Ultrassonografia Centrus será pareada por idade, escolaridade e estado marital com
a seguinte mulher sem a síndrome.
Coleta de Amostra Biológica: A coleta da saliva será feita em jejum. Após a higiene bucal,
será inserido um swab embaixo da língua por aproximadamente 3 minutos. O swab será
colocado numa seringa vazia e com a ajuda do êmbolo será retirada a saliva do algodão do
swab (mínimo 0,5ml de saliva). A amostra obtida será transferida para um tubo plástico,
apropriadamente identificado com um número e nome da participante e armazenado num
freezer a -20°C até o momento da análise.
Tamanho amostral: Para um estudo pareado, com nível de significância 5%, poder estatístico
de 80% e hipótese bicaudal, esperando uma estimativa de risco de 1,8 seria necessário:
1 caso / 1 controle: 262 casos e 262 controles
1 caso / 2 controles: 192 casos e 384 controles
1 caso / 3 controles: 169 casos e 507 controles
Critérios de elegibilidade:
Mulheres entre 18 e 30 anos de idade.
Pacientes que possam ser pareadas por idade e escolaridade e estado marital.
Critérios de exclusão:
Mulheres que façam uso de antidepressivos.
15
6.3
Variáveis
Caso: Mulheres com ovários policísticos.
Controle: Mulheres sem ovários policísticos que fazem exames de rotina ginecológica anuais.
Variáveis dependentes: Mulheres com e sem ovários policísticos.
Variáveis independentes: Idade, escolaridade, classificação socioeconômica, peso corporal,
altura, estado civil, atividade sexual, qualidade de vida, depressão e o polimorfismo do gene
5HTTLPR.
6.4
Instrumentos
Diagnóstico de ovários policísticos
Baseado num consenso realizado em 200318 é que se impõe a necessidade de haver
dois dos três seguintes critérios para se diagnosticar a SOP: oligoamenorréia ou amenorréia,
hiperandrogenismo, morfologia policística dos ovários ao ultrassom.9,10,11 Define-se como
diagnóstico ao ultrassom, a presença de 12 ou mais folículos de 2 a 9mm de diâmetro e com
volume maior que 10ml em um dos dois ovários; não considerando o aspecto subjetivo nem o
estroma.18
Cronin et al 1998 propuseram um instrumento específico sobre qualidade de vida em
mulheres com SOP composto por 26 questões que enfatizavam os cinco domínios principais:
aspectos emocionais, pêlos no corpo, obesidade, infertilidade e problemas menstruais. Porém
esse instrumento não foi traduzido para a língua portuguesa, nem validado para a população
brasileira, de forma que no Brasil usam-se questionários genéricos.4
Classificação socioeconômica da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP)
A avaliação socioeconômica dos participantes será realizada através da escala de
classificação da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, que se baseia no acúmulo de
bens materiais e na escolaridade do chefe da família, este instrumento classifica em a situação
socioeconômica em “A, B, C, D e E”, sendo “A” a situação socioeconômica mais alta e “E” a
mais baixa.23
16
Medical OutcomesSurvey Short-form General Health Survey (MOS SF-36)
Escala amplamente usada para avaliar a saúde relacionada à qualidade de vida. Foi
desenvolvida para obter uma estimativa subjetiva do estado funcional relacionada à saúde dos
pacientes. Consiste em 36 itens que perguntam sobre como a vida diária tem sido limitada
devido a problemas de saúde (caminhando, fazendo compras, subindo degraus, etc). Ao ser
completado, resulta em uma classificação de oito domínios que representam as dimensões
mais importantes indicadoras de saúde: capacidade funcional, aspecto físico, dor, vitalidade,
aspecto social, aspecto emocional, saúde mental e estado geral de saúde. As oito dimensões
são avaliadas em uma escala padronizada de 0-100, na qual o escore mais alto representa um
estado melhor de saúde. A escala SF-36 foi adaptada para ser usada na população do Brasil
por Ciconelli (1999)22. Os coeficientes de confiabilidade para as 8 escalas do SF-36 em duas
amostras de pacientes com depressão clínica e sintomas depressivos oscilaram de 0,77 a 0,94,
com um valor médio de 0,82 e a validade variou entre 0,51 e 0,85.
Inventário de Depressão de Beck (BDI)
Consiste em uma escala de 21 itens para avaliar a presença e a intensidade de sintomas
depressivos. Na correção desta escala, será considerada depressão leve o escore entre 12 e 19
pontos, como depressão moderada de 20 a 35 pontos e com depressão grave 36 ou mais
pontos conforme os estudos de Cunha e cols (2001)21. Os mesmos autores realizaram as
adaptações transculturais e psicométricas dos instrumentos.
Female Sexual Function Index (FSFI)
Trata-se de um instrumento de avaliação em estudos epidemiológicos que respeita a
natureza multidimensional da função sexual feminina. É um questionário breve, que pode ser
auto-aplicado, e que se propõe avaliar a resposta sexual feminina em seis domínios: desejo
sexual, excitação sexual, lubrificação vaginal, orgasmo, satisfação sexual e dor. Possui 19
questões que avaliam a função sexual nas últimas quatro semanas. Para cada questão existe
um padrão de resposta cujas opções recebem pontuação de 0 a 5 de forma crescente em
relação à presença da função questionada. Apenas nas questões sobre dor a pontuação é
definida de forma invertida. Um escore total é apresentado ao final da aplicação, resultado da
soma dos escores de cada domínio multiplicada por um fator que homogeneíza a influência de
cada domínio no escore total. Embora o instrumento não tenha a capacidade de discriminar a
17
fase da resposta alterada, a partir de um ponto de corte do escore total (definido como 26)
seria possível discriminar entre as populações com maior e menor risco de apresentar
disfunção sexual, sendo que valores iguais ou abaixo desse ponto indicariam disfunção
sexual.
6.5
Logística
As mulheres que forem diagnosticadas como portadoras de SOP clinicamente pelo
ginecologista e confirmada pela ecografia transvaginal serão convidadas a responder um
questionário e para cada uma dessas mulheres, haverá uma próxima mulher sem SOP (com a
mesma idade, escolaridade e situação conjugal) que responderá o mesmo questionário.
Haverá reuniões semanais com os entrevistadores, para entrega dos questionários,
discussão e identificação de possíveis perdas ou recusas.
Os questionários serão codificados pelos próprios entrevistadores, com caracteres
padronizados. Uma supervisora ficará responsável pela revisão dos questionários e
codificação das perguntas abertas.
6.6
Treinamento e seleção da equipe
A equipe será composta por uma médica ginecologista, uma psicóloga e três
estudantes de psicologia e medicina da Universidade Católica de Pelotas. A médica será
responsável pelo diagnóstico ultrassonográfico transvaginal dos ovários policísticos, enquanto
a aplicação dos instrumentos será realizada pelos acadêmicos de psicologia e medicina,
previamente treinados e supervisionados por uma psicóloga.
6.7
Processamento e análise dos dados
Os instrumentos serão codificados e duplamente digitados no programa Epi-info 6.04d
a fim de checar a consistência da entrada de dados. A análise dos dados será realizada no
programa estatístico STATA 9 no qual se procederá o teste qui-quadrado para verificar
18
homogeneidade entre o grupo de casos e o de controles quanto as características sóciodemográficas, genéticas e Índice de Massa Corporal. Posteriormente será realizada
comparação entre as médias de sintomas depressivos, transtornos mentais comuns e domínios
do SF-36 através do teste t para comparação entre os grupos.
6.8
Aspectos Éticos
O projeto de pesquisa será submetido à avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Católica de Pelotas e Fundação de Apoio Universitário.
Todas as mulheres incluídas no estudo, após terem sido devidamente esclarecidas sobre
a pesquisa, assinarão o termo de consentimento e serão informadas que podem se retirar do
estudo a qualquer momento, sem nenhum prejuízo para sua saúde.
6.9
Divulgação dos resultados
Os resultados deste projeto serão publicados sob a forma de artigo científico em
revista especializada. Além disso, haverá divulgação na comunidade, dos principais achados e
implicações.
19
6.10
Orçamento
Item
Material de Consumo
Especificação do Item
Qtd
Valor Unit.
Valor Total
Caixa para estocagem de
5
10,00
50,00
amostra
Material de Consumo
Vale transporte
720
2,25
1.620,00
Material de consumo
Swab para coleta da saliva
140
3,00
420,00
Material de consumo
Seringas
140
0,50
70,00
Material de consumo
Questionários
140
0,75
105,00
Kit 5 HTLLPR
Kits para dosagens/ pessoa
200
10,00
2.000,00
Total
6.11
Cronograma
Revisão da
literatura
Preparo
projeto
atual
Submissão
ao comitê
de ética e
pesquisa
Reformula
ções e
adequaçõe
s
metodológ
icas
Seleção e
recrutame
nto dos
coletadore
s
Estudo
piloto
Coleta de
dados
Digitação
Análise de
dados
Elaboraçã
o de
artigos e
tese
Defesa de
tese
R$ 4.265,00
0
2
X
0
3
X
X
X
X
X
X
0
4
X
0
5
X
2011
0 0 0
6 7 8
X
0
9
1
0
1
1
1
2
01/02/2011 até 30/05/2013
2012
0 0 0 0 0 0 0
1 2 3 4 5 6 7
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8
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9
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3 4
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5
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X
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X
20
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Psicólogo, 2001.
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Ciconelli RM, Ferraz MB, Santos W, Meinão I, Quaresma MR. Tradução para a
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Wankerl
M,
theserotonintransporter
Wüst
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Currentdevelopmentsandcontroversies:
gene-linkedpolymorphicregion
does
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modulatetheassociationbetween stress anddepression? CurrOpinPsychiatry. 2010;23(6):582-7.
Review.
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Sanjuan J, Martin-Santos R, Garcia-Esteve L, Carot JM, Guillamat R, Gutierrez-Zotes
A, Gornemann I, Canellas F, Baca-Garcia E, Jover M, Navines R, Valles V, Vilella E, de
Diego Y, Castro JA, Ivorra JL, Gelabert E, Guitart M, Labad A, Mayoral F, Roca M, Gratacos
M, Costas J, van Os J, de Frutos R. Moodchangesafter delivery: role oftheserotonintransporter
gene. Br J Psychiatry. 2008;193(5):383-8.
23
ANEXO A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto: Síndrome dos Ovários Policísticos: fatores biológicos e emocionais
Informações sobre o estudo ao participante:
Esta folha tem o objetivo de fornecer a informação suficiente para quem considerar participar neste
estudo. Ela não elimina a necessidade do pesquisador de explicar, e se necessário, ampliar as
informações nela contidas.
Antes de participar deste estudo, gostaríamos que você tomasse conhecimento do que ele envolve.
Damos abaixo alguns esclarecimentos sobre dúvidas que você possa ter.
Qual é o objetivo da pesquisa?
Com este estudo buscamos identificar como as mulheres portadoras da Síndrome dos Ovários
Policísticos se sentem frente a sua auto-imagem e níveis de estresse. Para isso, será necessário
responder a um questionário que envolve perguntas sobre seus sentimentos e emoções, sobre como
você se sente e permitir a coleta de sua saliva. Assim, será possível entender melhor de que maneira
essa síndrome se associa com sua auto-estima e níveis de estresse.
Como o estudo será realizado?
Será necessário responder um questionário com perguntas simples e diretas sobre como você vem se
sentindo. Haverá uma coleta de saliva da sua boca, feita com swab estéril, o que não compromete a
sua saúde. Esta coleta será realizada por pesquisadores da área da saúde devidamente treinados para tal
função.
Quais são os riscos em participar?
Não existem riscos. O procedimento será feito com material esterilizado e descartável por
profissionais da área de saúde. A coleta será feita para que sejam analisadas algumas substâncias que
poderão estar alteradas em função dos ovários policísticos.
Itens importantes:
24
Você tem a liberdade de desistir do estudo a qualquer momento, sem fornecer um motivo, assim como
pedir maiores informações sobre o estudo e o procedimento a ser feito. Isto de maneira alguma irá
influenciar na qualidade de seu atendimento.
O que eu ganho com este estudo?
Sua colaboração neste estudo pode ajudar a aumentar o conhecimento científico sobre fatores
relacionados à Síndrome dos Ovários Policísticos, que poderão eventualmente beneficiar você ou
outras pessoas.
Quais são os meus direitos?
Os resultados deste estudo poderão ser publicados em jornais científicos ou submetidos à autoridade
de saúde competente, mas você não será identificado por nome. Sua participação neste estudo é
voluntária.
DECLARAÇÃO:
Eu, ..........................................................................................................................declaro que:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
Concordo total e voluntariamente em fazer parte deste estudo.
Recebi uma explicação completa do objetivo do estudo, dos procedimentos envolvidos e o que se espera de
mim. O pesquisador me explicou os possíveis problemas que podem surgir em conseqüência da minha
participação neste estudo.
Informei o pesquisador sobre medicamentos que estou tomando.
Concordo em cooperar inteiramente com o pesquisador supervisor.
Estou ciente de que tenho total liberdade de desistir do estudo a qualquer momento e que esta desistência
não irá, de forma alguma, afetar meu tratamento ou administração médica futura.
Estou ciente de que a informação nos meus registros médicos é essencial para a avaliação dos resultados do
estudo. Concordo em liberar esta informação sob o entendimento de que ela será tratada confidencialmente.
Estou ciente de que não serei referido por nome em qualquer relatório relacionado a este estudo. Da minha
parte, não devo restringir, de forma alguma, os resultados que possam surgir neste estudo.
Nome completo da paciente: _______________________________________________
Assinatura da Paciente: ___________________________________________________
Data: __ / __ / _____
Assinatura do Pesquisador: ________________________________________________
Para maiores informações entre em contato com Cristine Rodrigues pelo telefone: 99816280
Coordenador do projeto: Prof. Dr. Luciano Souza
Programa de Pós-Graduação em Saúde e Comportamento
25
Universidade Católica de Pelotas
Fone: 21288404
ANEXO B – Questionário
PESQUISA SOBRE SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS: FATORES BIOLÓGICOS E
EMOCIONAIS
Nome:
Data:
Fone:
Questionário __ __ __
1. Grupo (1) caso
quest__ __ __
(2) controle
grupo__
2. Qual é a tua data de nascimento? __ __ / __ __ / __ __
dnasc _ _ / _ _ / _ _
3.Quanto você pesa (Kg)? __ __ __,__
peso__ __ __,__
4. Qual sua altura (m)?__,__ __
altura__,__ __
5. IMC__ __,_
imc__ __,__
6. A tua cor ou raça é? (LER AS OPÇÕES)
(1) branca
(2) preta
(3) mulata
(4) amarela
(5) indígena
cpele __
7. Qual sua escolaridade?
(0) nunca estudei
(1) primeiro grau incompleto
(2) primeiro grau completo
(3) segundo grau incompleto
(4) segundo grau completo
(5) ensino superior
naoestud__
primincom__
pimicom__
segincom__
segcom__
super__
8. Na tua casa tem:
Quantidade de itens
2
3
2
3
2
3
Televisão em cores
Rádio
0
0
0
1
1
1
4 ou +
4 ou +
4 ou +
Banheiro
0
1
2
3
4 ou +
Automóvel
0
1
2
3
4 ou +
Empregada mensalista
0
1
2
3
4 ou +
Aspirador de pó
0
1
2
3
4 ou +
Máquina de lavar
0
1
2
3
4 ou +
Vídeo cassete e/ou DVD
0
1
2
3
4 ou +
Geladeira
0
1
2
3
4 ou +
tv __
radio __
banh __
aut __
mens __
aspir __
maqlav __
vidvd __
gelad __
26
Freezer (aparelho independente
parte da geladeira duplex)
ou
0
1
2
3
4 ou +
Agora vamos falar sobre como tu tens te sentido no último mês.
29. Tu tens dores de cabeça freqüente?
(1) sim
30. Tu tens falta de apetite?
(1) sim
31. Tu dormes mal?
(1) sim
32. Tu te assustas com facilidade?
(1) sim
33. Tu tens tremores nas mãos?
(1) sim
34. Tu te sentes nervosa, tensa ou preocupada?
(1) sim
35. Tu tens má digestão?
(1) sim
36. Tu sentes que tuas idéias ficam embaralhadas de vez em quando? (1) sim
37. Tu tens te sentido triste ultimamente?
(1) sim
38. Tu tens chorado mais do que de costume?
(1) sim
39. Tu consegues sentir algum prazer nas tuas atividades diárias?
(0) sim
40. Tu tens dificuldade de tomar decisões?
(1) sim
41. Tu achas que teu trabalho diário é penoso, te causa sofrimentos?
(1) sim
42. Tu achas que tens um papel útil na tua vida?
(0) sim
43. Tens perdido o interesse pelas coisas?
(1) sim
44. Tu te sentes uma pessoa sem valor?
(1) sim
45. Tu alguma vez pensas em acabar com a tua vida?
(1) sim
46. Tu te sentes cansada o tempo todo?
(1) sim
47. Tu sentes alguma coisa desagradável no estômago?
(1) sim
48. Tu te cansas com facilidade?
(1) sim
49. Qual dessas faces mostra melhor como tu te sentes no último mês?
freez __
Srq1 __
Srq2 __
Srq3 __
Srq4 __
Srq5 __
Srq6 __
Srq7 __
Srq8 __
Srq9 __
Srq10 __
Srq11 __
Srq12 __
Srq13 __
Srq14 __
Srq15 __
Srq16 __
Srq17 __
Srq18 __
Srq19 __
Srq20 __
(0) não
(0) não
(0) não
(0) não
(0) não
(0) não
(0) não
(0) não
(0) não
(0) não
(1) não
(0) não
(0) não
(1) não
(0) não
(0) não
(0) não
(0) não
(0) não
(0) não
faces __
sf1 __
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
Agora vamos falar sobre tuas atividades diárias. Por favor, responda a alternativa que
melhor represente como tens te sentido.
sf2 __
50. Em geral, tu dirias que tua saúde é: (circule uma)
Excelente ........................................................................................................................ 1
Muito boa ........................................................................................................................ 2
Boa ................................................................................................................................. 3
Ruim ............................................................................................................................... 4
Muito Ruim...................................................................................................................... 5
51. Comparada a um ano atrás, como tu classificarias tua saúde em geral, agora?
Muito melhor agora do que há um ano atrás ............................................................................ 1
Um pouco melhor agora do que há um ano atrás ..................................................................... 2
Quase a mesma de um ano atrás ............................................................................................. 3
27
Um pouco pior agora do que há um ano atrás .......................................................................... 4
Muito pior agora do que há um ano atrás ................................................................................. 5
52. Os seguintes itens são sobre atividades que tu poderias fazer atualmente durante um dia
comum. Devido a tua saúde, tu tens tido dificuldade para fazer essas atividades? Neste caso,
quanto?
ATIVIDADES
SIM.
SIM.
NÃO. NÃO
DIFICULTA
DIFICULTA
DIFICULTA DE
MUITO
a) Atividades vigorosas, que exigem muito esforço,
tais como correr, levantar objetos pesados participar
em esportes árduos
b) Atividades moderadas, tais como mover uma
mesa, passar aspirador de pó, jogar bola, varrer a
casa.
c) Levantar ou carregar mantimentos.
d) Subir vários lances de escada.
e) Subir um lance de escada.
f) Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se.
g) Andar mais de 1 quilômetro.
h) Andar vários quarteirões.
i) Andar um quarteirão.
j) Tomar banho ou vestir-se.
UM POUCO MODO ALGUM
1
2
3
1
2
3
1
1
1
1
1
1
1
1
2
2
2
2
2
2
2
2
3
3
3
3
3
3
3
3
53. Durante as últimas 4 semanas, tu tiveste algum dos seguintes problemas com o teu trabalho
ou com alguma atividade diária regular, como consequência de tua saúde física? (circule uma
em cada linha)
a) Tu diminuíste a quantidade de tempo que te dedicavas ao teu
trabalho ou a outras atividades?
b) Realizaste menos tarefas do que tu gostarias?
c) Estiveste limitado no teu trabalho ou em outras atividades?
d) Tiveste dificuldades de fazer seu trabalho ou outras atividades
(por ex.: necessitaste de um esforço extra?)
SIM
NÃO
1
2
1
1
2
2
1
2
54. Durante as últimas 4 semanas, tu tiveste algum dos seguintes problemas com o teu trabalho
ou outra atividade diária regular, como consequência de algum problema emocional?
SIM
NÃO
a) Tu vens diminuindo a quantidade de tempo que te dedicavas ao teu
1
2
trabalho ou a outras atividades?
b) Realizaste menos tarefas do que tu gostarias?
1
2
c) Não trabalhaste ou não fizeste qualquer das atividades com tanto
1
2
cuidado como geralmente fazes?
55. Durante as últimas 4 semanas, de que maneira tua saúde física ou problemas emocionais
interferiram nas tuas atividades sociais normais, em relação a família, vizinhos, amigos ou em
grupo? (circule uma)
De forma nenhuma................................................................................................................. 1
Ligeiramente ........................................................................................................................... 2
Moderadamente ..................................................................................................................... 3
Bastante ................................................................................................................................. 4
Extremamente ........................................................................................................................ 5
56. Quanta dor no corpo tu sentiste durante as últimas 4 semanas? (circule uma)
sf3a __
sf3b __
sf3c __
sf3d __
sf3e __
sf3f __
sf3g __
sf3h __
sf3i __
sf3j __
sf4a __
sf4b __
sf4c __
sf4d __
sf5a __
sf5b __
sf5c __
sf6 __
sf7 __
28
Nenhuma ................................................................................................................................ 1
Muito leve ............................................................................................................................... 2
Leve ........................................................................................................................................ 3
Moderada ............................................................................................................................... 4
Grave ...................................................................................................................................... 5
Muito grave ............................................................................................................................. 6
sf8 __
57. Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu no teu trabalho normal? (incluindo
tanto o trabalho fora de casa e dentro de casa) (circule uma)
De maneira alguma ................................................................................................................ 1
Um pouco ............................................................................................................................... 2
Moderadamente ..................................................................................................................... 3
Bastante ................................................................................................................................. 4
Extremamente ........................................................................................................................ 5
58. Estas questões são como tu te sentes e como tudo tem acontecido contigo durante as
últimas 4 semanas. Para cada questão, por favor dê uma resposta que mais se aproxime da
maneira como tu te sentes. Em relação as últimas 4 semanas: (circule um nº para cada linha)
Todo
tempo
a) Quanto tempo tu tens te sentido cheio
de vigor, cheio de vontade, cheio de
força?
b) Quanto tempo tu tens te sentido uma
pessoa muito nervosa?
c) Quanto tempo tu tens te sentido tão
deprimido que nada pode animá-lo?
d) Quanto tempo tu tens te sentido calmo
ou tranquilo?
e) Quanto tempo tu tens te sentido com
muita energia?
f) Quanto tempo tu tens te sentido
desanimado e abatido?
g) Quanto tempo tu tens te sentido
esgotado?
h) Quanto tempo tu tens te sentido uma
pessoa feliz?
i) Quanto tempo tu tens te sentido
cansado?
Uma
A maior Uma boa Alguma
pequena
parte do parte do parte do
parte do
tempo
tempo
tempo
tempo
Nunca
sf9a __
sf9b __
sf9c __
sf9d __
sf9e __
1
2
3
4
5
6
sf9f __
1
2
3
4
5
6
sf9g __
1
2
3
4
5
6
sf9h __
1
2
3
4
5
6
sf9i __
1
2
3
4
5
6
1
2
3
4
5
6
1
2
3
4
5
6
1
2
3
4
5
6
1
2
3
4
5
6
sf10 __
59. Durante as últimas 4 semanas, quanto do teu tempo a tua saúde física ou problemas
emocionais interferiram com as tuas atividades sociais (como visitar amigos, parentes, etc)?
(circule uma)
Todo o tempo ......................................................................................................................... 1
A maior parte do tempo .......................................................................................................... 2
Alguma parte do tempo .......................................................................................................... 3
Uma pequena parte do tempo ............................................................................................... 4
Nenhuma parte do tempo....................................................................................................... 5
A maioria
das vezes
verdadeiro
Não sei
sf11b __
sf11c __
60. O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para ti?
(circule um número em cada linha)
Definitivamente
verdadeiro
sf11a __
A maioria
das vezes
falsa
Definitivamente
falsa
sf11d __
29
a) Eu costumo adoecer um pouco
mais facilmente que as outras
pessoas
b) Eu sou tão saudável quanto
qualquer pessoa que conheço
c) Eu acho que minha saúde vai
piorar
d) Minha saúde é excelente
doenca __
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
quald1 __ __
quald2 __ __
quald3 __ __
tevedepre __
Agora vamos falar sobre tua saúde.
61. Tu tens alguma doença importante?
(0) não
(1) sim
SE SIM:
62.
Qual a doença?____________________________
Qual a doença?____________________________
Qual a doença?____________________________
cons __
trat __
medic __
63. Alguma vez na vida tiveste depressão?
(0) não
(1) sim
64. Tu já consultaste com psiquiatra ou psicólogo?
(0) não
(1) sim
65. Tu já fizeste ou fazes tratamento psicoterapêutico com psiquiatra ou psicólogo?
(0) não
(1) sim
73. Nos últimos 30 dias, tu tomaste algum remédio para os nervos?
(0) não
(1) sim
SE SIM:
74. Qual?
1
2
3
Agora vamos falar sobre teus familiares.
75. Algum dos teus familiares já sofreu ou sofre dos nervos?
a) mãe
(0) não
(1) sim
b) pai
(0) não
(1) sim
c) irmão(a)
(0) não
(1) sim
d) avós
(0) não
(1) sim
e) filho(a)
(0) não
(1) sim
f) outro. Quem? _____________________________
tmediq1 __ __
tmediq2 __ __
tmediq3 __ __
fmae __
fpai __
firmao __
favo __
ffilho __
foutro __ __
30
bdi1 __
Esta parte do questionário deve ser respondida por ti. Alguns assuntos abordados aqui são
bastante pessoais. Garantimos que as tuas respostas serão mantidas em sigilo. É importante
que tu respondas com sinceridade todas as perguntas, marcando apenas a coluna da
esquerda.Agradecemos a tua colaboração.
bdi2 __
 Este questionário consiste em 21 grupos de afirmações. Depois de ler com cuidado cada
grupo, faz um círculo em torno do número (0, 1, 2 ou 3) próximo à afirmação, em cada grupo,
que descreve melhor a maneira que tu tens te sentido na última semana, incluindo hoje.
bdi3 __
01. (0) Não me sinto triste.
(1) Eu me sinto triste
(2) Estou triste o tempo todo e não consigo sair disto.
(3) Estou tão triste ou infeliz que não consigo suportar.
02. (0) Não estou especialmente desanimado quanto ao futuro.
(1) Eu me sinto desanimado quanto ao futuro.
(2) Acho que nada tenho a esperar.
(3) Acho o futuro sem esperança e tenho impressão de que as coisas não podem melhorar.
03. (0) Não me sinto um fracasso.
(1) Acho que fracassei mais do que uma pessoa comum.
(2) Quando olho para trás, na minha vida, tudo o que posso ver é um monte de fracassos.
(3) Acho que, como pessoa, sou um completo fracasso.
04. (0) Tenho tanto prazer em tudo como antes.
(1) Não sinto mais prazer nas coisas como antes.
(2) Não encontro um prazer real em mais nada.
(3) Estou insatisfeito ou aborrecido com tudo.
05. (0) Não me sinto especialmente culpado.
(1) Eu me sinto culpado grande parte do tempo.
(2) Eu me sinto culpado na maior parte do tempo.
(3) Eu me sinto sempre culpado.
06. (0) Não acho que esteja sendo punido.
(1) Acho que posso ser punido.
(2) Creio que vou ser punido.
(3) Acho que estou sendo punido.
07. (0) Não me sinto decepcionado comigo.
(1) Estou decepcionado comigo mesmo.
(2) Estou enojado de mim.
(3) Eu me odeio.
08. (0) Não me sinto de qualquer modo pior que os outros.
(1) Sou crítico em relação a mim por minhas fraquezas ou erros.
bdi4 __
bdi5 __
bdi6 __
bdi7__
bdi8 __
bdi9 __
bdi10 __
bdi11 __
31
(2) Eu me culpo sempre por minhas falhas.
(3) Eu me culpo por tudo de mal que acontece.
09. (0) Não tenho quaisquer idéias de me matar.
(1) Tenho idéias de me matar, mas não as executaria.
(2) Gostaria de me matar.
(3) Eu me mataria se tivesse oportunidade.
bdi12 __
10. (0) Não choro mais que o habitual.
(1) Choro mais agora do que costumava.
(2) Agora, choro o tempo todo.
(3) Costumava ser capaz de chorar, mas agora não consigo, mesmo que queira.
11. (0) Não sou mais irritado agora do que já fui.
(1) Fico aborrecido ou irritado mais facilmente do que costumava.
(2) Agora, me sinto irritado o tempo todo.
(3) Não me irrito mais por coisas que costumavam me irritar.
bdi13 __
bdi14 __
12. (0) Não perdi o interesse pelas outras pessoas.
(1) Estou menos interessado pelas outras pessoas do que costumava estar.
(2) Perdi a maior parte do meu interesse pelas outras pessoas.
(3) Perdi todo o interesse pelas outras pessoas.
13. (0) Tomo decisões tão bem quanto antes.
(1) Adio as tomadas de decisões mais do que costumava.
(2) Tenho mais dificuldades de tomar decisões do que antes.
(3) Absolutamente não consigo mais tomar decisões.
bdi15 __
bdi16 __
14. (0) Não acho que de qualquer modo pareço pior do que antes.
(1) Estou preocupado em estar parecendo velho ou sem atrativo.
(2) Acho que há mudanças permanentes na minha aparência, que me fazem parecer sem
atrativo.
(3) Acredito que pareço feio.
15. (0) Posso trabalhar tão bem quanto antes.
(1) É preciso algum esforço extra para fazer alguma coisa.
(2) Tenho que me esforçar muito para fazer alguma coisa.
(3) Não consigo mais fazer qualquer trabalho.
bdi17 __
bdi18 __
16. (0) Consigo dormir tão bem quanto antes.
(1) Não durmo tão bem como costumava.
(2) Acordo 1 a 2 horas mais cedo que o habitualmente e acho difícil voltar a dormir.
(3) Acordo várias horas mais cedo que costumava e não consigo voltar a dormir.
17. (0) Não fico mais cansado que o habitual.
(1) Fico cansado mais facilmente do que costumava.
(2) Fico cansado em fazer qualquer coisa.
(3) Estou cansado demais para fazer qualquer coisa.
bdi19 __
bdi20 __
18. (0) O meu apetite não está pior do que o habitual.
(1) Meu apetite não é tão bom como costumava ser.
(2) Meu apetite é muito pior agora.
(3) Absolutamente não tenho mais apetite.
bdi21 __
19. (0) Não tenho perdido muito peso se é que perdi algum recentemente.
(1) Perdi mais do que 2 quilos e meio.
(2) Perdi mais do que 5 quilos.
(3) Perdi mais do que 7 quilos.
Eu estou tentando perder peso de propósito, comendo menos: ( ) Sim
( ) Não
32
20. (0) Não estou mais preocupado com minha saúde do que o habitual.
(1) Estou preocupado com problemas físicos, tais como dores, indisposição do estômago ou
constipação.
(2) Estou muito preocupado com problemas físicos e é difícil pensar em outra coisa.
(3) Estou tão preocupado com meus problemas físicos que não consigo pensar em qualquer
outra coisa.
relacao __
21. (0) Não notei nenhuma mudança no meu interesse por sexo.
(1) Estou menos interessado por sexo do que costumava.
(2) Estou muito menos interessado por sexo agora.
(3) Perdi completamente o interesse por sexo.
ultimare __
idadere __ __
Agora vamos falar sobre sexualidade.
camisin __
32. Tu já tiveste relações sexuais? (SE NÃO tiveste relação sexual passe para a pergunta 42)
(0) não
(1) sim
parceiro __
33. Que idade tinhas na tua primeira relação sexual? __ __ anos
34. Quando foi a última vez que tu tiveste relação sexual?
(1) há menos de 1 semana
(2) de 2 a 4 semanas
(3) de 1 a 2 meses
(4) de 3 a 4 meses
(5) mais de 5 meses
pesrel __ __
camisi3 __
35. Tu usaste camisinha na última relação sexual?
(0) não
(1) sim
37. Tu tens um parceiro(a) fixo(a)?
(0) não
(1) sim
38. Com quantas pessoas tu tiveste relações sexuais, nos últimos 12 meses? __ __ pessoas
39. Nas últimas três vezes que tiveste relação sexual, em quantas vezes tu ou teu parceiro (a),
usou camisinha?
(0) nenhuma vez
(1) 1 vez
(2) 2 vezes
(3) 3 vezes
40. Estás usando algum método para evitar filhos? Qual?
a) pílula
(0) não
(1) sim
b) camisinha
(0) não
(1) sim
c) tabelinha
(0) não
(1) sim
d) coito interrompido (tirar fora)
(0) não
(1) sim
e) geléia
(0) não
(1) sim
f) diafragma
(0) não
(1) sim
g) DIU
(0) não
(1) sim
h) outro. Qual? ____________________________
41. Alguma vez já ficou grávida?
(0) não, nunca
(1) sim
42. Possui ovários policísticos?
(0) não
pipula __
camisi __
tabeli __
coito __
geléia __
diafrag __
diu __
metout __
gravida__
sop__
tratgest__
tratsop__
33
(1) sim
(2) não sei
43. Já fez tratamento para engravidar?
(0) não
(1) sim
44. Usa alguma medicação para tratar os ovários policísticos?
(0) não
(1) sim
Índice de Função Sexual Feminina
Introdução
Estas perguntas são sobre sua personalidade durante as últimas quatro semanas. Por
favor, responda as seguintes perguntas o mais honesta e claramente possível. Suas respostas
serão mantidas completamente confidenciais.
Definições
Atividade sexual: refere-se a carícias, jogos sexuais, masturbação e relações sexuais.
Relação sexual: define-se como penetração do pênis na vagina.
Estimulação sexual:inclue jogos sexuais com o parceiro, auto-estimulação (masturbação) ou
fantasias sexuais.
Marque só uma alternativa por pergunta:
Desejo ou interesse sexual é a sensação que inclui desejo de ter uma experiência
sexual, sentir-se receptiva a excitação sexual do parceiro e pensamentos ou fantasias sobre ter
sexo.
1. Nas últimas 4 semanas, com que freqüência você sente desejo ou interesse sexual?
( ) sempre ou quase sempre
( ) a maioria das vezes (mais que a metade)
( ) as vezes (ao redor da metade)
( ) poucas vezes (menos que a metade)
( ) quase nunca ou nunca
2. Nas últimas 4 semanas, como classificas seu nível (intensidade) de desejo ou interesse
sexual?
( ) muito alto
( ) alto
( ) moderado
34
( ) baixo
( ) muito baixo ou nada
Excitação sexual é uma sensação que inclui aspectos físicos e mentais da sexualidade.
Pode incluir sensações de calor ou latejo nos genitais, lubrificação vaginal (umidade) ou
contrações musculares.
3. Nas últimas 4 semanas, com quanta freqüência você sentiu excitação sexual durante a
atividade sexual?
( ) não tenho atividade sexual
( ) sempre ou quase sempre
( ) a maioria das vezes (mais que a metade)
( ) as vezes (ao redor da metade)
( ) poucas vezes (menos que a metade)
( ) quase nunca ou nunca
4. Nas últimas 4 semanas, como você classifica seu nível de excitação sexual durante a
atividade sexual?
( ) não tenho atividade sexual
( ) muito alto
( ) alto
( ) moderado
( ) baixo
( ) muito baixo ou nada
5. Nas últimas quatro semanas, quanta confiança você tem de excitar-se durante a atividade
sexual?
( ) não tenho atividade sexual
( ) muito alto confiança
( ) alto confiança
( ) moderada confiança
( ) baixa confiança
( ) muito baixa ou nada de confiança
6. Nas últimas 4 semanas, com que freqüência você se sentiu satisfeita com sua excitação
durante a atividade sexual?
( ) não tenho atividade sexual
( ) sempre ou quase sempre
( ) a maioria das vezes (mais que a metade)
( ) as vezes (ao redor da metade)
( ) poucas vezes (menos que a metade)
( ) quase nunca ou nunca
7. Nas últimas 4 semanas, com quanta freqüência você sentiu lubrificação ou umidade vaginal
durante a atividade sexual?
( ) não tenho atividade sexual
( ) sempre ou quase sempre
( ) a maioria das vezes (mais que a metade)
( ) as vezes (ao redor da metade)
( ) poucas vezes (menos que a metade)
35
( ) quase nunca ou nunca
8. Nas últimas 4 semanas, foi difícil lubrificar-se (umedecer-se) durante a atividade sexual?
( ) não tenho atividade sexual
( ) extremamente difícil ou impossível
( ) muito difícil
( ) difícil
( ) pouco difícil
( ) não me é difícil
9. Nas últimas 4 semanas, com que freqüência manteve sua lubrificação (umidade) vaginal até
finalizar a atividade sexual?
( ) não tenho atividade sexual
( ) sempre ou quase sempre a mantenho
( ) a maioria das vezes a mantenho (mais que a metade)
( ) as vezes a mantenho (ao redor da metade)
( ) poucas vezes a mantenho (menos que a metade)
( ) quase nunca ou nunca mantenho a lubrificação vaginal até o final
10. Nas últimas 4 semanas, lhe é difícil manter sua lubrificação (umidade) vaginal até
finalizar a atividade sexual?
( ) não tenho atividade sexual
( ) extremamente difícil ou impossível
( ) muito difícil
( ) difícil
( ) pouco difícil
( ) não me é difícil
11. Nas últimas 4 semanas, quando você tem estimulação sexual ou relações, com que
freqüência você alcança o orgasmo ou clímax?
( ) não tenho atividade sexual
( ) sempre ou quase sempre
( ) a maioria das vezes (mais que a metade)
( ) as vezes (ao redor da metade)
( ) poucas vezes (menos que a metade)
( ) quase nunca ou nunca
12. Nas últimas 4 semanas, quando você tem estimulação sexual ou relações, lhe é difícil
alcançar o orgasmo ou clímax?
( ) não tenho atividade sexual
( ) extremamente difícil ou impossível
( ) muito difícil
( ) difícil
( ) pouco difícil
( ) não me é difícil
13. Nas últimas 4 semanas, quanto satisfeita você está com sua capacidade para alcançar o
orgasmo (clímax durante a atividade sexual)?
( ) não tenho atividade sexual
( ) muito satisfeita
36
( ) moderadamente satisfeita
( ) nem satisfeita, nem insatisfeita
( ) moderadamente insatisfeita
( ) muito insatisfeita
14. Nas últimas 4 semanas, quanto satisfeita você está com o envolvimento emocional
existente entre você e seu parceiro durante a relação sexual?
( ) não tenho atividade sexual
( ) muito satisfeita
( ) moderadamente satisfeita
( ) nem satisfeita, nem insatisfeita
( ) moderadamente insatisfeita
( ) muito insatisfeita
15. Nas últimas 4 semanas, quanto satisfeita você está com relação sexual com seu parceiro?
( ) muito satisfeita
( ) moderadamente satisfeita
( ) nem satisfeita, nem insatisfeita
( ) moderadamente insatisfeita
( ) muito insatisfeita
16. Nas últimas 4 semanas, quanto satisfeita você está com sua vida sexual em geral?
( ) muito satisfeita
( ) moderadamente satisfeita
( ) nem satisfeita, nem insatisfeita
( ) moderadamente insatisfeita
( ) muito insatisfeita
17. Nas últimas 4 semanas, quantas vezes você sente desconforto ou dor durante a penetração
vaginal?
( ) não tenho atividade sexual
( ) sempre ou quase sempre
( ) a maioria das vezes (mais que a metade)
( ) as vezes (ao redor da metade)
( ) poucas vezes (menos que a metade)
( ) quase nunca ou nunca
18. Nas últimas 4 semanas você sente desconforto ou dor depois da penetração vaginal?
( ) não tenho atividade sexual
( ) sempre ou quase sempre
( ) a maioria das vezes (mais que a metade)
( ) as vezes (ao redor da metade)
( ) poucas vezes (menos que a metade)
( ) quase nunca ou nunca
19. Nas últimas 4 semanas, como classificas seu nível (intensidade) de desconforto ou dor
durante e depois da penetração vaginal?
( ) não tenho atividade sexual
( ) muito alto
( ) alto
37
( ) moderado
( ) baixo
( ) muito baixo ou nada
38
PARTE II – 1º ARTIGO
AVALIAÇÃO DOS TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS EM MULHERES COM
SÍNDROME DE OVÁRIOS POLICÍSTICOS E SUA RELAÇÃO COM O ÍNDICE DE
MASSA CORPORAL
EVALUATION OF COMMON MENTAL DISORDERS IN WOMEN WITH POLYCYSTIC
OVARY SYNDROME AND ITS RELATIONSHIP WITH BODY MASS INDEX
- Aceito na Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (RBGO)
Cristine Eliane Gomes Rodrigues1, Luana de Lima Ferreira1, Karen Jansen1, Mariane Ricardo
Acosta Lopez1, Cláudio Raul Drews Jr1, Luciano Dias de Mattos Souza1
1
Universidade Católica de Pelotas
Rua Gonçalves Chaves, 373, Campus 1 – Sala 411 C – Prédio C - Cep: 96015-560 - Centro
O presente projeto não recebeu auxílio de bolsa de estudos, financiamento, fornecimento de
drogas, reagentes ou equipamentos.
Autor correspondente
Nome: Cristine Eliane Gomes Rodrigues
Endereço: UCPel: Rua Gonçalves Chaves, 373, Campus 1 – Sala 411 C – Prédio C
Cep: 96015-560 – Centro
E-mail: [email protected]
39
Fone: (53) 81388555 / (53) 21288404
40
RESUMO
Objetivos: Avaliar a prevalência de transtornos mentais comuns em mulheres diagnosticadas
com Síndrome de Ovários Policísticos (SOP) e comparar com controles pareadas sem SOP.
Métodos: Estudo transversal com grupo controle. Participaram mulheres entre 18 e 30 anos
que não faziam uso de antidepressivo e procuraram o serviço de Ginecologia dos locais de
pesquisa. Para cada mulher diagnosticada com SOP buscou-se outra sem esse diagnóstico
com mesma idade, condição de escolaridade e presença ou ausência de parceiro sexual fixo.
No total, 166 pacientes aceitaram participar sendo 95 diagnosticadas com SOP e 71 no grupo
controle.
Resultados: Não houve diferenças significativas quanto à idade, escolaridade, presença de
parceiro sexual fixo, cor da pele, nível socioeconômico, uso de medicação psiquiátrica e
busca por consulta em saúde mental. A proporção de mulheres obesas e com indicativo de
transtorno mental comum foi significativamente maior no grupo de mulheres com SOP do
que no grupo controle. No grupo com IMC saudável, a diferença de proporções referentes ao
indicativo de transtorno mental comum entre mulheres com e sem SOP foi estatisticamente
significativa (0,008).
Conclusões: As mulheres com SOP apresentam proporção quase três vezes maior de
transtornos mentais comuns quando comparadas com mulheres sem SOP. Mesmo as mulheres
com SOP e IMC saudável apresentam maior risco de comorbidade psiquiátrica.
Palavras-chave: Ovários policísticos; Transtorno Mental Comum; Obesidade; Índice de
Massa Corporal.
41
ABSTRACT
Purpose: To evaluate the prevalence of common mental disorders in women diagnosed with
Polycystic Ovary Syndrome (PCOS) and compare with controls paired without PCOS.
Methods: cross-sectional study with a control group in which women between 18 and 30 who
did not use antidepressant and sought the Gynecology Service of the research sites. For every
woman diagnosed with PCOS was sought another without this diagnosis with the same age,
educational status and presence or absence of sexual partners. In total, 166 patients agreed to
participate it is 95 diagnosed with PCOS and 71 in control group.
Results: There were not significant differences in age, education, presence of sexual partners,
ethnicity, socioeconomic status, use of psychiatric medication and search for consultation in
mental health. The proportion of obese women with and indicative of common mental
disorders was significantly higher in women with PCOS than the control group. In the group
with healthy BMI, the difference of the proportions related to the indicative of common
mental disorders among women with and without PCOS were statistically significant (0.008).
Conclusions: Women with PCOS have almost three times higher proportion of common
mental disorders compared with women without PCOS. Even women with PCOS and healthy
BMI have an increased risk of psychiatric comorbidity.
Keywords: Polycystic ovaries; mental health problems; obesity; Body Mass Index.
42
INTRODUÇÃO
A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é um distúrbio endócrino-ginecológico que
afeta entre 5 a 10% das mulheres em idade reprodutiva.1,2,3,4,5,6,7. Os ovários policísticos são
caracterizados por: hiperandrogenismo, resistência à insulina e anovulação crônica.
Manifestações clínicas incluem: hirsutismo, acne, alopecia, obesidade, irregularidade
menstrual e infertilidade, porém não necessariamente ocorram todos esses sintomas em
conjunto.1,8
Essas manifestações apresentam-se de forma bastante heterogênea, havendo diferenças
marcantes na sua prevalência e intensidade entre diferentes grupos de mulheres que
apresentam SOP.2Engloba não somente uma condição endócrina, como também reprodutiva e
psicológica das mulheres que tem sua imagem alterada pela obesidade, hirsutismo e acne,
além da infertilidade, cursando com mudanças no modo de vida, podendo gerar insatisfação
sexual e depressão.9,10
Alguns estudos relatam a associação dos ovários policísticos com um alto nível de
depressão e ansiedade, causando impacto na qualidade de vida das mulheres, até mesmo
levando a redução do sono, fobias e pânico.5 A relação entre as doenças afetivas e o sistema
endócrino vem sendo amplamente estudada e é de grande interesse nos últimos anos. Os
ovários policísticos é uma disfunção altamente relacionada com as manifestações físicas
femininas que causam uma modificação da imagem da mulher podendo levar à depressão.8
A literatura sobre o tema ainda é escassa. Um estudo realizado no Rio de Janeiro com
72 pacientes mostrou que 57% apresentaram pelo menos um diagnóstico psiquiátrico.11 Entre
os diagnósticos mais freqüentes estiveram o transtorno depressivo maior e transtorno de
humor bipolar. A SOP em comorbidade com um transtorno psiquiátrico pode causar prejuízo
funcional aumentado. Da mesma forma, o tratamento medicamentoso para transtornos de
humor parece estar associado ao desenvolvimento de SOP.11
Este estudo tem como objetivo avaliar a prevalência de transtornos mentais comuns em
mulheres com ovários policísticos quando comparadas a controles saudáveis.
43
44
MÉTODO
Desenho do estudo
Foi desenvolvido um estudo de transversal com grupo controle com duração de
fevereiro de 2011 a dezembro de 2012.
Sujeitos da pesquisa
As mulheres entre 18 e 30 anos e que não faziam uso de antidepressivo que
procuravam o serviço de Ginecologia dos locais de pesquisa foram convidadas para participar
do estudo. Para cada mulher diagnosticada com SOP buscou-se outra sem esse diagnóstico
com mesma idade, condição de escolaridade e presença ou ausência de parceiro sexual fixo.
No total, 166 pacientes aceitaram participar sendo 95 diagnosticadas com SOP e 71 no grupo
controle.
Instrumento de coleta de dados
A presente investigação científica obedeceu os critérios para o diagnóstico dos ovários
policísticos baseados em consenso realizado em 200312 que impõe a necessidade de haver
dois dos três seguintes critérios para se diagnosticar a SOP: oligoamenorréia ou amenorréia,
hiperandrogenismo, morfologia policística dos ovários ao ultrassom.3,4,13 Apoiados nesse
consenso é que vários autores estudaram a morfologia ovariana e definiram como avaliar os
ovários ao ultrassom.4,14
As participantes foram convidadas a responder um questionário que avaliava dados
sóciodemográficos e indicativo de transtornos mentais comuns. Além disso, as participantes
foram avaliadas quanto a sua altura e peso.
A avaliação socioeconômica dos participantes será realizada através da escala de
classificação da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, que se baseia no acúmulo de
bens materiais e na escolaridade do chefe da família, este instrumento classifica em a situação
45
socioeconômica em “A, B, C, D e E”, sendo “A” a situação socioeconômica mais alta e “E” a
mais baixa.15
O cálculo do índice de massa corporal foi realizado através da divisão da massa, em
quilogramas, pelo quadrado da altura, em metros. A categorização dos escores considerou
resultados entre 18,6 e 24,9 como saudável, entre 25 e 29,9 como excesso de peso, 30 ou mais
pontos como obesidade.16
O indicativo de transtorno mental comum foi avaliado pela escala SRQ-20 (SelfReportingQuestionnarie 20 itens), onde sintomas de ansiedade, de humor e somatoformes são
aferidos. O mesmo é recomendado pela OMS e validado para a população brasileira por Mari
e Williams17. No presente estudo, as mulheres com pontuações acima de 7 pontos foram
consideradas com indicativo de transtorno mental comum.
Comitê de Ética
A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Católica de Pelotas e Fundação de Apoio Universitário, cujo protocolo foi
2011/03. Todas as entrevistadas foram informadas pelos pesquisadores dos reais motivos da
pesquisa bem como da preservação de suas identidades, através da leitura e assinatura do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Local de Estudo
O estudo foi realizado em quatro ambulatórios que continham serviço especializado de
Ginecologia. Estes foram: Fundação de Apoio Universitário, Posto de Saúde Virgilio Costa,
Hospital Clinicamp e Clinica de Ultrassonografia Centrus.
Cálculo Amostral
A presente investigação está inserida em um projeto de maior amplitude que visa
avaliar diferenças genéticas nas mulheres diagnosticadas com SOP, portanto, o cálculo da
amostra foi realizado em função deste objetivo e a coleta de dados segue em andamento.
Contudo, considerando o número de participantes em cada grupo do estudo e as proporções
do desfecho transtorno mental comum, a participação de 166 mulheres assegura
confiabilidade de 95% e poder estatístico de 92% para diferenciação entre o indicativo de
46
transtorno mental comum e diagnóstico de SOP. O cálculo de confiabilidade e poder
estatístico foi realizado no programa EpiInfo 6.04.
Análise dos dados
Os instrumentos foram codificados com caracteres padronizados e depois duplamente
digitados no programa EpiInfo 6.04 para posterior verificação e correção de inconsistências
na entrada de dados.
Para a análise dos dados de associação das variáveis em estudo foram realizados os
testes estatísticos de qui-quadrado, para verificação de diferenças de proporções, e teste t, para
observar diferenças de médias. Por fim, foi realizada uma análise de qui-quadrado
estratificada pela categorização do índice de massa corporal, para verificar as diferenças de
proporções de indicativo de transtorno mental comum entre os grupos de mulheres com e sem
SOP.
47
RESULTADOS
Até o momento, 166 mulheres participaram do estudo. Do total, 95 foram
diagnosticados com SOP enquanto 71 foram as mulheres pareadas no grupo controle.
O pareamento proposto para formação dos grupos em estudo foi efetivo uma vez que
não houve diferenças estatisticamente significativas entre estes em relação a idade,
escolaridade e ter parceiro fixo. A média de idade das mulheres com SOP foi de 24,36 (3,56)
anos enquanto no grupo controle as participantes apresentaram média de idade de 24,38
(3,75). No grupo de participantes com SOP a proporção de mulheres com um parceiro sexual
fixo foi de 89,1% enquanto 91,5% do grupo controle também relatou ter um parceiro sexual
fixo. Quanto à escolaridade, no grupo de mulheres diagnosticadas com SOP, 48,4% relataram
ter segundo grau completo e 37,9% ensino superior completo enquanto estas proporções no
grupo controle foram de 50,7% e 39,4%, respectivamente.
A Tabela 1 apresenta a caracterização e a diferenciação dos dois grupos de
participantes. A proporção de mulheres obesas e com indicativo de transtorno mental comum
foi significativamente maior no grupo de mulheres com SOP do que no grupo controle.
Após a análise estratificada por IMC (Tabela 2), no grupo de mulheres saudáveis, a
diferença de proporções de indicativo de transtorno mental comum entre mulheres com e sem
SOP foi estatisticamente significativa (0,008).
48
DISCUSSÃO
Na rotina de consultório ginecológico é pouco comum o questionamento as pacientes a
respeito de sintomas emocionais. Contudo, a demanda de queixas em saúde mental também
pode surgir nesse momento18 trazendo à tona a necessidade de orientação e acompanhamento.
O presente estudo enfatiza a que as mulheres com SOP apresentam proporção quase três
vezes maior de transtornos mentais comuns quando comparadas com mulheres sem SOP. Este
dado corrobora com outros estudos que sinalizam a elevada demanda em saúde mental desta
população.5,11
Contudo, parte da literatura científica aponta como uma possível explicação para esta
elevada prevalência de transtornos psiquiátricos o impacto negativo da obesidade na auto
estima feminina6. Em contrapartida, existe a perspectiva que todas as mulheres com SOP
possuem preocupações em relação ao seu peso e, portanto, esta não seria uma características
diferencial de fato e transtornos mentais ocorrem de forma independente do IMC19,20. Os
dados aqui apresentados indicam que mesmo as mulheres com SOP e peso considerado
saudável apresentam maior risco de comorbidade psiquiátrica. Estes dados vem ao encontro
de recente estudo de metanálise que evidencia um risco quatro vezes maior para depressão em
mulheres com SOP de forma independente de seu IMC.21
Houve algumas limitações no presente estudo. Tivemos um número pequeno de
mulheres obesas, especialmente as sem diagnóstico de SOP. É provável que a mesma relação
encontrada no grupo de mulheres saudáveis esteja presente nos demais grupos. O desenho do
estudo impõe o viés de causalidade reversa, assim, não é possível distinguir qual a condição
foi primeiro manifestada, SOP ou TMC. Contudo, podemos pensar que a SOP pode deixar a
mulher mais vulnerável emocionalmente, se não pelas consequências do sobrepeso/obesidade,
por outras características da síndrome que potencialmente possuem implicações semelhantes,
como hirsutismo10, acne22, infertilidade23. Além disso, alterações hormonais características do
quadro clínico também podem contribuir significativamente para o surgimento de transtornos
mentais em mulheres com SOP24,25. Desta forma, é importante que futuros estudos busquem
aferir a relação entre transtornos mentais, em especial transtornos de humor, e SOP através de
avaliações hormonais e genéticas.
49
Na prática clínica há necessidade de uma conscientização dos profissionais da saúde,
em especial neste caso o ginecologista, para indagarem a respeito da saúde mental de sua
paciente e quando necessário encaminhá-la para um profissional apto para acompanhá-la e dar
continuidade ao tratamento. Um grupo seria o ideal para que em conjunto, ginecologista,
psicólogo e endocrinologista pudessem cuidar dessa paciente; ou seja uma equipe
multidisciplinar se faria necessária para avaliação de medicação e suas interações e
continuidade ao tratamento.
50
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53
Tabela 1 – Diferença de proporções entre mulheres com e sem SOP.
Casos (n=95)
Controles (n=71)
n (%)
n (%)
p valor
0,434
Nível socioeconômico
A
16 (16,8)
10 (14,1)
B
59 (62,1)
53 (74,6)
C ou D
20 (21,1)
8 (11,3)
0,649
Cor da pele
Branca
85 (89,5)
61 (85,9)
Não branca
10 (10,5)
10 (14,1)
0,003*
Índice de Massa
Corporal
Saudável
48 (51,6)
50 (71,4)
Excesso de peso
21 (22,6)
14 (20,0)
Obesidade
24 (25,8)
6 (8,9)
1,000
Consulta em saúde
mental
Sim
39 (41,1)
29 (40,8)
Não
56 (58,9)
42 (59,2)
0,289
Medicação psiquiátrica
nos últimos 30 dias
Não
79 (83,2)
64 (90,1)
Sim
16 (16,8)
7 (9,9)
0,001*
Transtorno Mental
Comum
Não
57 (60,0)
60 (84,5)
Sim
38 (40,0)
11 (15,5)
* diferença estatisticamente significativa.
54
Tabela 2 – Diferença de proporções de indicativo de transtorno mental comum entre mulheres
com e sem SOP, análise estratificada por IMC.
Casos
Controles (n=71)
(n=95)
Índice de Massa
Corporal
n (%)
n (%)
p valor
Saudável (n=98)
TMC
Excesso
de
0,008*
Não
29 (60,4)
43 (86,0)
Sim
19 (39,6)
7 (14,0)
peso
(n=35)
TMC
0,162
Não
14 (66,7)
13 (92,9)
Sim
7 (33,3)
1 (7,1)
Obesidade (n=30)
TMC
1,000
Não
13 (54,2)
3 (50,0)
Sim
11 (45,8)
3 (50,0)
* diferença estatisticamente significativa.
55
PARTE III – 2º ARTIGO
QUALIDADE DE VIDA NA SÍNDROME DE OVÁRIOS POLICÍSTICOS
Síndrome de Ovários Policísticos
- Artigo que será submetido à revista FertilityandSterility
Autores
Cristine Eliane Gomes Rodrigues1, Mestre
Karen Jansen1, Doutora
Luana de Lima Ferreira1, Psicóloga
Mariane Acosta Lopez Molina1, Mestre
Danielly Mendes Danelon1, Psicóloga
Luciano Dias de Mattos Souza1, Doutor
Instituição
1
Programa de Pós-Graduação em Saúde e Comportamento da Universidade Católica de
Pelotas
Autor Correspondente
Nome: Luciano Dias de Mattos Souza
Endereço: Rua Gonçalves Chaves, 373, Campus I – Sala 411 C – Prédio C
Cep 96015-560 – Centro – Pelotas – RS – Brasil
E-mail: [email protected]
56
Fone: (53) 81180444 / (53) 21288404
57
RESUMO
Introdução: A Síndrome de Ovários Policísticos (SOP) não é apenas um problema físico que
pode levar a obesidade entre outros sintomas, mas também a estressores psicossociais,
interferindo e comprometendo a qualidade de vida das mulheres que a apresentam. Objetivo:
Comparar a qualidade de vida (QV) de mulheres diagnosticadas com SOP em relação a um
grupo de mulheres saudáveis. Delineamento: Estudo transversal com um grupo controle.
Sujeitos: 102 mulheres de 18 a 30 anos de idade, com diagnóstico de SOP selecionadas por
conveniência e 93 mulheres sem diagnóstico de SOP pareadas por idade, escolaridade e
situação conjugal. O diagnóstico foi realizado por ultrassom transvaginal. Principais
medidas de desfecho: AQV foi verificada pela Medical OutcomesSurvey Short-form General
Health Survey. Resultados: A SOP esteve associada a maior prevalência de TMC (51% vs.
17.2%; p=0,001) e excesso de peso/obesidade (47,1% vs. 28%; p=0,009). Na análise ajustada,
a QV foi menor no domínio dor (p=0,006), estado geral de saúde (p=0,001) e capacidade
funcional (p=0,051) entre as mulheres com SOP quando compradas as saudáveis; nos
domínios vitalidade (p=0,084) e aspecto emocional (p=0,088) houve uma tendência a
menores escores entre as mulheres com SOP. Conclusão: TMC e excesso de peso/obesidade
são mais prevalentes entre mulheres com SOP do que mulheres saudáveis. Contudo, concluise que, principalmente, nos domínios físicos a SOP parece ter impacto sobre a percepção de
QV após ajuste para TMC e excesso de peso/obesidade.
Palavras-chave: Síndrome de Ovários Policísticos; Obesidade; Transtornos Mentais
Comuns; Qualidade de Vida.
58
ABSTRACT
Introduction:PolycysticOvarySyndrome (PCOS) isnotonly a physicalproblemthatcan lead
toobesityandothersymptoms,
butalsothepsychosocialstressors,
interferingandcompromisingthequalityoflifeofwomenwhohave.
Objective:To
compare
thequalityoflife (QOL) ofwomendiagnosedwith PCOS comparedto a groupofhealthywomen.
Design: Cross-sectionalstudywith a controlgroup. Subjects: 102 women 18-30 yearsof age,
diagnosedwith PCOS selectedbyconvenienceand 93 womenwithout a diagnosisof PCOS
matched for age, educationand marital status. The diagnosiswasmadebyultrasonography.
MainOutcomeMeasures: QOL wasverifiedbythe Medical OutcomesSurvey Short-Form
General Health Survey. Results: SOP wasassociatedwithgreaterprevalenceof TMC (51% vs.
17.2%, p = 0.001) andoverweight / obesity (47.1% vs. 28%, p = 0.009). In
theadjustedanalysis, QOL waslower in thepaindomain (p = 0.006), general health (p = 0.001)
andfunctionalcapacity (p = 0.051) amongwomenwith PCOS whenboughtthehealthy;
fieldsvitality (p = 0.084) andemotionalaspects (p = 0.088), therewas a tendencytolower scores
amongwomenwith PCOS. Conclusion: TMC andoverweight /
obesity are more
prevalentamongwomenwith
it
especially
in
PCOS
physicaldomains
thanhealthywomen.
PCOS
However,
isconcludedthat,
seemstohaveanimpactontheperceptionof
QOL
afteradjustment for TMC andoverweight / obesity.
Keywords:PolycysticOvarySyndrome, Obesity, Common Mental Disorders, Qualityof Life.
59
INTRODUÇÃO
A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é um distúrbio endócrino-ginecológico que
afeta de 5 a 10% das mulheres em idade reprodutiva.1-7 Os ovários policísticos são
caracterizados por: hiperandrogenismo, resistência à insulina e anovulação crônica.
Manifestações clínicas incluem: hirsutismo, acne, alopecia, obesidade, irregularidade
menstrual e infertilidade, porém não necessariamente ocorram todos esses sintomas em
conjunto.1,8 Essas manifestações apresentam-se de forma bastante heterogênea, havendo
diferenças marcantes na sua prevalência e intensidade entre diferentes grupos de mulheres que
apresentam SOP.2 Engloba não somente uma condição endócrina, como também reprodutiva
e psicológica das mulheres que tem sua imagem alterada pela obesidade, hirsutismo e acne,
além da infertilidade, cursando com mudanças no modo de vida, podendo gerar insatisfação
sexual e depressão.9,10
Os ovários policísticos não se confinam apenas àquelas mulheres com sintomas
clássicos. Ao contrário, com o avanço da ecografia transvaginal é comum a presença de
ovários policísticos em mulheres assintomáticas e sem alteração de sua qualidade de vida.4
A qualidade de vida tem uma definição multidimensional que engloba aspectos,
físicos, emocionais e sociais do ser humano.11 Ela é definida como o grau de satisfação
encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental e na própria estética existencial.
Estudos relatam que a redução na qualidade de vida devido aos ovários policísticos se reflete
na insatisfação sexual e pessoal, agressividade, dor e até mesmo mudança na
personalidade.6,12 Obesidade e hirsutismo se associam com os aspectos da qualidade de vida,
mas a acne não.10
No que se refere à SOP, Coffey e Mason observaram altos índices de depressão e
alterações psicosexuais nas pacientes com SOP, assim como uma pior qualidade de vida
associada com alterações do ciclo menstrual e infertilidade.13Hahn e col. concluíram que
mulheres com SOP tem pior qualidade de vida quando comparadas com saudáveis, o que
acarreta distúrbios psicossociais e piora a satisfação sexual dessas mulheres.10 Além disso,
Jones e col. enfatizaram o aumento do Índice de Massa Corporal (IMC) e piora da qualidade
de vida em mulheres com SOP.11 Não foram encontrados estudos brasileiros que
relacionassem a qualidade de vida com a SOP.
60
Visto que aspectos culturais podem influenciar o constructo qualidade de vida, estudos
que objetivem verificar a associação da SOP com a qualidade de vida se fazem necessários.
Sabe-se, portanto, que com pequenas mudanças principalmente na rede básica de assistência à
saúde, um simples exame de rotina poderia diagnosticar e com o tratamento, mudar a
qualidade de vida de muitas pacientes. Assim, este estudo tem como objetivo comparar a
qualidade de vida de mulheres diagnosticadas com SOP em relação a um grupo de mulheres
saudáveis.
61
MÉTODOS
Estudo transversal com grupo controle, tendo como população-alvo mulheres entre 18
e 30 anos que foram diagnosticadas (casos) ou não (controles) como portadoras de Ovários
Policísticos por ultrassom transvaginal. A coleta de dados foi realizada durante o período de
fevereiro de 2011 a abril de 2013, na Fundação de Apoio Universitário, no Posto de Saúde
Virgílio Costa, Hospital Clinicamp e Clínica de Ultrassonografia Centrus.
Foram incluídas neste estudo, para compor o grupo de casos, as mulheres que
obedeceram os critérios para o diagnóstico dos ovários policísticos, que se baseiam no
consenso de Rotterdam em 200314 e é com base nesse consenso que se impõe a necessidade
de haver dois dos três seguintes critérios para se diagnosticar a SOP: oligoamenorréia ou
amenorréia, hiperandrogenismo, morfologia policística dos ovários ao ultrassom.3-4,15
Apoiados nesse consenso é que vários autores estudaram a morfologia ovariana e definiram
como avaliar os ovários ao ultrassom.4,16 Para o grupo controle, mulheres sem diagnóstico de
SOP foram pareadas por idade, escolaridade e ter ou não parceiro fixo.
Após a seleção das participantes, as mulheres foram convidadas a responder um
questionário que avaliava: idade, cor da pele, escolaridade, parceiro/companheiro fixo,
classificação econômica, excesso de peso/obesidade, TMC e QV. A classificação econômica
foi verificada através da escala da Associação Brasileira de Empresa de Pesquisas (ABEP),
um instrumento baseado no relato de bens de consumo e escolaridade do chefe de família.
Possibilita uma classificação entre A, B, C, D e E, onde “A” é a classificação mais alta e “E”
a mais baixa.17
Para recodificar a variável “excesso de peso/obesidade” foi verificada a altura e o peso
das mulheres por auto relato e calculado o índice de massa corpórea (IMC), na qual IMC≥25
foi considerado positivo para o grupo excesso de peso/obesidade. O indicativo de transtorno
mental comum foi avaliado pela escala SRQ-20 (Self-ReportingQuestionnarie 20 itens), onde
sintomas de ansiedade, depressão e somatoformes são aferidos. O mesmo é recomendado pela
OMS e validado para a população brasileira por Mari e Williams18. Neste estudo, foi
considerada a presença de TMC quando SRQ-20 ≥ que 7 pontos.
A qualidade de vida foi avaliada através do MOS SF-36 (Medical OutcomesSurvey
Short-form General Health Survey). Trata-se de uma escala desenvolvida para obter uma
62
estimativa subjetiva do estado funcional relacionada à saúde dos pacientes. Consiste em 36
itens que perguntam sobre como a vida diária tem sido limitada devido a problemas de saúde
(caminhando, fazendo compras, subindo degraus, etc). Ao ser completado, resulta em uma
classificação de oito domínios: capacidade funcional, aspecto físico, dor, vitalidade, aspecto
social, aspecto emocional, saúde mental e estado geral de saúde. Os oito domínios são
avaliados em uma escala padronizada de 0-100, na qual o escore mais alto representa um
estado melhor de saúde. A escala SF-36 foi adaptada para ser usada na população do Brasil
por Ciconelli19.
Este projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Católica de Pelotas (2011/03). Todas as mulheres incluídas no estudo, após
terem sido devidamente esclarecidas sobre a pesquisa, assinaram o termo de consentimento e
foram informadas que poderiam se retirar do estudo a qualquer momento, sem nenhum
prejuízo para sua saúde.
Os instrumentos foram codificados com caracteres padronizados e depois duplamente
digitados para checar a consistência da entrada de dados no programa Epi-Info 6.04d. Para a
análise dos dados foi utilizado o software SPSS 21. A comparação do grupo de mulheres com
SOP com o grupo controle em relação às características investigadas foi realizada através do
teste qui-quadrado. A comparação das médias dos domínios de qualidade de vida entre estes
grupos (com e sem SOP) foi realizada pelo teste t de Student e apresentadas graficamente.
Além disso, foi apresentado o coeficiente dos domínios da QV entre os grupos de
casos e controles através de regressão linear bruta e ajustada para as variáveis com pvalor<0,20 (TMC e excesso de peso/obesidade). Para todos os testes estatísticos foram
consideradas associações significativas quando p-valor<0,05.
63
RESULTADOS
No total, 12 mulheres se recusaram a participar do estudo. Assim, a amostra foi
composta por 102 casos e 93 controles. Na tabela 1, observa-se equivalência entre os dois
grupos quanto a idade, cor da pele, escolaridade, parceiro/companheiro fixo e classificação
econômica.
Para esta amostra, a prevalência de TMC foi maior entre as mulheres com SOP (51%)
do que entre as mulheres sem SOP (17,2%; p<0,001). Também foi observado que a
prevalência de excesso de peso/obesidade foi maior entre as mulheres com SOP (47,1%) do
que entre as saudáveis (28%; p=0,009) (tabela 1).
Quanto a QV, na análise bruta dos dados, nos oito domínios da SF-36 avaliados, as
mulheres com SOP relataram pior percepção do que as saudáveis. Sendo, a diferença entre as
médias estatisticamente significativa nos domínios: capacidade funcional; dor; estado geral de
saúde; vitalidade; aspecto social; e saúde mental (p<0,001). Os aspectos físicos e emocionais
não tiveram diferença estatisticamente significativa (p>0,05) (Gráfico 1).
Na regressão linear bruta as mulheres com SOP apresentaram piores escores em todos
os domínios da QV, exceto nos domínios aspecto físico e emocional, quando comparadas as
mulheres sem SOP. Após ajuste para TMC e excesso de peso/obesidade é possível observar
que a presença de SOP perdeu o efeito do coeficiente da regressão em todos os domínios,
permanecendo prejuízo estatisticamente significativo na qualidade de vida no que se refere ao
domínio capacidade funcional, dor e estado geral de saúde (Tabela 2).
64
DISCUSSÃO
Neste estudo, a SOP está associada a uma elevada probabilidade de transtornos
mentais e excesso de peso/obesidade. Na análise bruta as mulheres com SOP relataram pior
percepção de qualidade de vida em todos os domínios quando comparadas às mulheres
saudáveis. Quando ajustada a relação entre qualidade de vida e SOP, para TMC e excesso de
peso/obesidade, pode-se observar que estas medidas estavam confundindo a associação entre
a exposição e desfechos avaliados, exceto no domínio capacidade funcional, dor e estado
geral de saúde, ou seja, a SOP está associada com a QV, mas possui um efeito mais forte
quando ocorre comorbidade com TMC e excesso de peso/obesidade.
A síndrome de ovários policísticos se constitui de uma alteração hormonal, ou seja,
tem como consequência um hiperandrogenismo e aumento da resistência à insulina,1,8 os
quais podem justificar um aumento do IMC e de sintomas depressivos. Estas alterações
hormonais podem explicar o porquê de metade das mulheres com SOP, neste estudo,
apresentarem transtornos mentais comuns e excesso de peso/obesidade.
De uma forma geral é descrito na literatura que mulheres com SOP apresentam piores
escores de QV do que mulheres sem SOP. Em uma meta-análise as mulheres com SOP
apresentaram escores médios de qualidade de vida significativamente inferiores em todos os
domínios do SF-36.20 No entanto, tanto a presença de transtornos mentais21,22 quanto a
obesidade estão diretamente relacionados à piora na qualidade de vida,23 e estes fatores não
foram considerados como confundidores nos trabalhos apresentados nesta meta-análise,
dificultando a interpretação dos dados. Do mesmo modo, estudos anteriores verificaram
associação entre a presença de TMC e a SOP,24 bem como, relação entre a obesidade e a
SOP.25 Os achados do presente trabalho indicam que a presença de TMC e excesso de
peso/obesidade foram preditores da associação entre a SOP e o prejuízo na QV,
principalmente, entre os domínios que se referem ao componente mental.
A síndrome de ovários policísticos é uma disfunção altamente relacionada com as
manifestações físicas femininas, como acne, hirsutismo, alopecia, oleosidade, irregularidade
menstrual e até mesmo infertilidade.1,8 Estas características levam a uma modificação da
percepção da imagem feminina, que pode resultar em depressão.26 Os sintomas depressivos,
somados a sintomas ansiosos e somatoformes definem transtornos mentais comuns e estão
65
diretamente relacionados com os componentes psicológicos da QV. Por conseguinte, podem
explicar melhor do que a SOP a percepção de prejuízo na qualidade de vida dentre os
domínios do componente mental.
Na literatura não existe um consenso se a obesidade afeta mais os componentes físicos
ou psicológicos da QV. Autores relatam que o aumento do IMC está diretamente relacionado
com a piora da QV e consequentemente piora do componente mental.27 A obesidade está
associada à diminuição de bem estar psíquico, dificuldade de integração social e baixa
autoestima,28 sendo ela, claramente, um fator que pode afetar a QV sem a presença de outros
sintomas clínicos em sujeitos saudáveis.27,29
Os domínios que se referem ao componente físico – capacidade funcional, dor e estado
geral de saúde, com exceção do aspecto físico – permaneceram impactando de forma negativa
a percepção de prejuízo na qualidade de vida das mulheres com SOP. Um outro estudo
verificou que quando ajustado para o IMC, a SOP apresentou índices nos domínios físicos
similares ou até mesmo melhores que outras doenças como asma, epilepsia, diabetes e doença
coronariana31. Parece assim que a manifestação clínica e fisiológica da SOP não justifica o
prejuízo nos componentes físicos da qualidade de vida, quando comparada as mulheres
saudáveis; parece ser apenas a consequência de queixas somáticas ou uma distorção
perceptiva em função da consciência de ter sido diagnosticada com SOP.
Um ensaio clínico sugere que hábitos de vida saudáveis, como a prática habitual de
atividade física e dieta adequada, interferem diretamente na qualidade de vida e bem estar de
mulheres com ovários policísticos.30 Assim, se reforça a necessidade de atuação
multidisciplinar no tratamento da SOP, onde o encaminhamento para psicólogo, nutricionista
e educador físico pode promover uma melhora na qualidade de vida global destas mulheres.
É importante salientar que apesar deste estudo verificar a relação entre SOP e
qualidade de vida, considerando a avaliação de transtornos mentais e índice de massa
corporal, diferente dos demais estudos encontrados na literatura, as inferências causais entre a
SOP e a QV estão limitadas em função do delineamento transversal. Sugere-se assim, estudos
longitudinais que possam investigar se o prejuízo na QV é decorrente da SOP.
A partir deste trabalho, pode-se concluir que o TMC e o excesso de peso/obesidade
são mais prevalentes entre mulheres com SOP do que mulheres saudáveis. Também verificou-
66
se que, principalmente, nos domínios físicos a SOP parece ter impacto sobre a percepção de
QV e que a presença de comorbidade com TMC e/ou excesso de peso/obesidade podem
predizer prejuízo nos domínios psicológicos.
67
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Bano
G,
Mason
womenwithpolycysticovarysyndrome:
a
HD.
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Tabela 1: Diferença de proporções entre mulheres com e sem diagnóstico de SOP.
Total
Casos
Controles
n (%)
n (%)
n (%)
0,632
Idade
18 – 24 anos
94 (48,2)
47 (46,1)
47 (50,5)
25 – 30 anos
101 (51,8)
55 (53,9)
46 (59,5)
0,997
Cor da pele
Branca
173 (88,7)
91 (89,2)
82 (88,2)
Não branca
22 (11,3)
11 (10,8)
11 (11,8)
0,466
Parceiro fixo
Não
23 (11,8)
14 (14,1)
9 (9,7)
Sim
169 (88,8)
85 (85,9)
84 (90,3)
0,568
Escolaridade
Ens. Fund./Médio Incompleto
25 (12,8)
15 (14,7)
10 (10,8)
Ensino Médio Completo
94 (48,2)
48 (47,1)
46 (49,5)
Superior
76 (39,0)
39 (38,2)
37 (39,8)
0,228
Classificação econômica
A/B
135 (69,2)
75 (73,5)
60 (64,5)
C /D
60 (30,8)
27 (26,5)
33 (35,5)
0,009
Excesso de peso ou obesidade
Não
121 (62,1)
54 (52,9)
67(72,0)
Sim
74 (37,9)
48 (47,1)
26 (28,0)
<0,001
TMC
Não
P-valor
127 (65,1)
50 (49,0)
77 (82,8)
71
Sim
Total
68 (34,9)
52 (51,0)
16 (17,2)
195
102
93
---
72
73
Gráfico 1: Escores médios dos domínios da SF-36 entre as mulheres com e sem SOP.
74
Tabela 2: Qualidade de vida entre as mulheres com e sem SOP: coeficiente da Regressão Linear bruto e ajustado para IMC e TMC.
Análise bruta
Análise ajustada
Domínios da SF-36
Coeficiente (IC 95%)
P-valor
Coeficiente (IC 95%)
P-valor
Capacidade funcional
9,49 (5,18 – 13,81)
<0,001
4,25 (-0,03 – 8,53)
0,051
Aspecto físico
7,47 (-0,83 – 15,77)
0,078
-3,35 (-11,44 – 4,75)
0,416
Dor
15,45 (9,48 – 21,42)
<0,001
8,25 (2,38 – 14,12)
0,006
Estado geral de saúde
15,86 (10,20 – 21,51)
<0,001
9,28 (3,66 – 14,90)
0,001
Vitalidade
13,13 (7,51 – 18,75)
<0,001
4,37 (-0,93 – 9,33)
0,084
Aspecto social
12,73 (6,85 – 18,62)
<0,001
4,37 (-1,11 – 9,85)
0,118
Aspecto emocional
2,71 (-6,60 – 12,02)
0,567
-7,96 (-17,14 – 1,21)
0,088
Saúde mental
12,42 (7,05 – 17,79)
<0,001
3,07 (-1,45 – 7,58)
0,182
75
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