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Epidemiologia e
Vigilância
Epidemiológica
Macro de São Paulo
Maria do Socorro Cavalcante
CEVEPI - Fortaleza - CE
Epidemiologia
É uma ciência que estuda quantitativamente a
distribuição dos fenômenos de saúde/doença, e
seus fatores condicionantes e determinantes,
nas populações humanas.
Pessoa, Lugar e Tempo: são as três
dimensões tradicionalmente utilizadas para
caracterizar padrões de ocorrência de doença.
Aplicações de Epidemiologia
1. Supervisão de Doenças
• Epidemia: Um rápido e dramático aumento na frequência de uma
doença dentro de uma população.
• Taxa de Incidência de uma doença: mede a rapidez com que
novos casos da doença aparecem.
2. Procurando as causas da doença
• Estudo Caso-Controle: presença (casos) ou ausência (controle)
da doença de interesse.
• Estudo de Coorte: baseados na presença (exposição) ou ausência
(não exposição) de um fator de risco de interesse.
Aplicações de Epidemiologia
3. Testando o Diagnóstico
Verificação dos resultados dos testes:
• Um bom teste deve ter: um baixo percentual de falsos positivos ou
uma alta especificidade e um baixo percentual de falsos negativos
ou uma alta sensibilidade
• Sensibilidade = P(Teste + | Doença Presente)
Ex: VDRL (78% a 100%)
Análise de secreção da técnica de Gram 90%
• Especificidade = P(Teste - | Doença Ausente)
• TPHA (98% a 100%)
•
Análise de secreção da técnica de Gram 98%
Vigilância Epidemiológica
• O termo vigilância epidemiológica é recente,
porém o conceito por trás do nome existe há
muito tempo. O principal objetivo da vigilância
epidemiológica sempre foi coletar e analisar
dados e fatos que pudessem desencadear
ações de prevenção e combate às doenças.
Vigilância Epidemiológica
Funções da VE consideradas de interesse público:
 Impedir a propagação de doenças de caráter epidêmico que coloquem em risco a
sociedade;
 Controlar a disseminação de doenças e agravos provenientes de outros países ou
regiões;
 Manter a ordem política, econômica e social sob a ameaça de epidemias e mortes;
 Monitorar a dinâmica populacional e controlar a ocorrência de doenças, agravos e
óbitos na população;
 Organizar as medidas de prevenção de doenças e agravos que incidem sobre a
população por meio das tecnologias disponíveis no campo da clínica e da saúde
pública.
Vigilância Epidemiológica
Segundo a Lei Orgânica da Saúde (8080) a Vigilância Epidemiológica é
definida como:
“o conjunto de atividades que permite reunir a informação indispensável
para conhecer, a qualquer momento, o comportamento ou história natural
das doenças, bem como detectar ou prever alterações de seus fatores
condicionantes, com o fim de recomendar oportunamente, sobre bases
firmes, as medidas indicadas e eficientes que levem à prevenção e ao
controle de determinadas doenças”.
Vigilância Epidemiológica
• Objetivo: Interromper a cadeia de transmissão.
A informação deve ter:
• Exatidão: Maior precisão possível
• Oportunidade: Fluir com rapidez
• Fidedigna: Sem transformações
• Completa: Todos os dados e variáveis necessárias
• Objetiva: Critérios estabelecidos e padronizados
• Valida: Critérios uniformes
• Comprovável: Permita a confrontação com outros dados
Vigilância Epidemiológica
• DADO: “ O número bruto que ainda não sofreu
qualquer tratamento estatístico”.
• INFORMAÇÃO: “O resultado da análise e
combinação de vários dados”.
Vigilância Passiva
Bases de dados dos
Sistemas Nacionais
•
•
•
•
•
Estatísticos
Demográficos
Clínica
Laboratório
Óbitos
Fontes:
• Anuários demográficos,
estatísticos, histórias
clínicas de hospitais e
consultórios, declaração de
óbito e outros.
Vigilância Ativa
• Morbidade
• Mortalidade
• Notificação de surtos e
epidemias
• Investigação de contatos
• Pesquisa sorológica,
bacteriológica
• Laboratórios
Fontes especiais de dados:
• Estudos epidemiológicos
(inquéritos e levantamentos)
• Investigação Epidemiológica
Sistemas sentinela:
• estudo sentinela de
parturientes, conscritos do
exército.
Critérios que devem nortear a seleção
de doenças e agravos
• Magnitude: avaliação da dimensão do problema
• Potencial de disseminação: poder de transmissão
• Transcendência: severidade, relevância social e econômica
da doença
• Vulnerabilidade: disponibilidade de tecnologias eficazes e
efetivas para o controle ou erradicação
• Compromissos internacionais: ações necessárias para o
controle ou erradicação com organismos internacionais
• Ocorrência de epidemias, surtos e agravos inusitados à
saúde: notificação imediata de todos os casos suspeitos em
situações emergenciais
Etapas da VE
INFORMAÇÃO
• Diagnóstico, suspeição
• Coleta de dados
• Processamento
DECISÃO
• Análise e interpretação
• Recomendação das
medidas de controle
AÇÃO
• Promoção das ações de
controle indicadas
• Avaliação da eficácia e
efetividade das medidas
adotadas
• Divulgação de
informações pertinentes
Sistemas de Informações
Sistema de Informação de Agravos de Notificação
(SINAN)
Agravos de Notificação
Compulsória
- Portaria nº 5 SVS/MS de 21/02/06
- 41doenças
• Agravos de interesse nacional
• Surtos
• Agravos de interesse estadual
e municipal
Outros: SIM, SINASC, SIH/SUS, SIA/SUS, SIAB, SISVAN, SI-PNI, SIAGUA
Avaliação do Sistema de Vigilância
QUALIDADE DA INFORMAÇÃO:
a) a) Sensibilidade – capacidade de detectar casos verdadeiros do
evento.
b) Especificidade – expressa a capacidade de excluir os “nãocasos”.
c) Representatividade – o sistema identificar todos os subgrupos
da população onde ocorrem os casos.
d) Oportunidade – refere-se à agilidade do fluxo do sistema de
informação.
e) Simplicidade – facilitar a operacionalização e reduzir os custos.
f) Flexibilidade – capacidade de adaptação do sistema a novas
situações epidemiológicas ou operacionais.
g) Aceitabilidade – utilização do sistema pelos profissionais
Investigação Epidemiológica
Roteiro de Investigação
• Qual a suspeita?
• De quem foi contraída a infecção?
• Qual a via de disseminação da infecção?
• Que outras pessoas podem ter sido infectadas pela
mesma fonte?
• Quais as pessoas a quem o caso pode haver transmitido
a doença?
• A quem o caso ainda pode transmitir? Como evitar?
Investigação Epidemiológica
1. Coleta de dados
• Dados de identificação
• Dados de anamnese e exame
físico
• Suspeita diagnóstica (definição de
caso)
• Exames laboratoriais
2. Busca de pistas
• Período de incubação
• Modo de transmissão
• Grupo etário, sexo, raça
• Outros casos na localidade
• Existência de vetores
• Fatores de risco: fonte de contágio
mais comum,Época em que
ocorreu
3. Busca ativa de casos
• Identificar casos adicionais
(secundários ou não) ainda não
notificados ou aqueles que não
buscaram atenção médica.
4. Processamento e análises
parciais dos dados
5. Encerramento dos casos
Avaliação da Vigilância Epidemiológica
Atualmente utiliza-se em todo mundo as diretrizes propostas pelo CDC para
avaliação da vigilância epidemiológica. Este procedimento favorece a comparação
de dados encontrados em qualquer lugar do planeta, possibilitando intercâmbio de
dados.
Na avaliação, são utilizados indicadores epidemiológicos e operacionais.
Epidemiológicos: as frequências, incidências, prevalências, mortalidade e letalidade
de cada doença são avaliadas para indicar a importância do agravo à saúde. Dentro
desta ótica também é possível avaliar o impacto real de ações de combate aos
agravos.
Operacionais: são instrumentos usados para avaliar o desempenho das atividades de
vigilância de acordo com os atributos considerados.
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Indicadores Epidemiológicos
• Indicadores – valores numéricos com os quais se mensura o nível
de saúde de uma população pela frequência de óbitos ou eventos
mórbidos – ocorrência de doenças e agravos à saúde registrados ou
medidas da oferta de procedimentos de serviços específicos de saúde.
• Taxa de Incidência e Prevalência
• Taxa de letalidade
• Coeficiente de Detecção
• Taxa de Mortalidade
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Algumas Definições
Parâmetro – é uma atribuição (valor concreto) que se dá para permitir
comparações, avaliações de serviços e outros. Os parâmetros
destinam-se a orientar os gestores na melhoria da gestão do SUS.
Ex: Valores utilizados para a avaliação do Planejamento e da
Programação Integrada (PPI), nº de consultas preconizadas pelo MS.
• Meta – é um objetivo relacionado a tempo e valor. As metas devem
ser específicas, desafiantes, realistas, qualificadas e associadas a um
horizonte de tempo.
Ex: Implantar 100% da testagem HIV no Brasil até o ano 2015.
Reduzir em 01 caso de SC por 1.000 nascidos vivos no Brasil até
2015.
Organização e apresentação dos
Dados
Classificação das variáveis:
•Qualitativas ou Categóricas : podem ser
nominais ou ordinais
•Quantitativas: podem ser discretas (resultante de
contagens) ou numéricas
Formas de apresentação dos dados:
•Gráficos
•Tabelas
Organização e apresentação dos
Dados
•Tabelas de Frequência simples (absolutas e
relativas)
•Toda tabela e gráfico exige a presença de um
Título e a especificação da origem dos dados
(Fonte).
Organização e apresentação dos
Dados
Tabela 1. Número e percentual de casos de sífilis congênita, segundo ano de
diagnóstico e realização de pré-natal em residentes de Fortaleza, CE. 2001 a 2009*.
Ano
diagnóstico
Realização do pré-natal
Sim
%
Não
%
Ign
%
Total
2001
13
56,5
2
8,7
8
34,8
23
2002
28
71,8
3
7,7
8
20,5
39
2003
56
62,2
13
14,4
21
23,3
90
2004
84
58,3
31
21,5
29
20,1
144
2005
157
67,4
39
16,7
37
15,9
233
2006
231
72,9
54
17,0
32
10,1
317
2007
227
68,2
90
27,0
16
4,8
333
2008
247
62,2
126
31,7
24
6,0
397
2009
239
67,5
90
25,4
25
7,1
354
Total
1282
66,4
448
23,2
200
10,4
1.930
Fonte: SMS/CEVEPI/SINANW E NET * Dados até 01.10.09 sujeitos a revisão
Organização e apresentação dos
Dados
Tabela 2 – Número de casos e taxas de incidência e mortalidade de
sífilis congênita no Brasil, 1999 – 2007.
Ano
Casos
SC
Tx inc SC/
1000 Brasil
Tx Mort
SC /100 mil Brasil
1999
3198
1,0
4,5
2000
4131
1,3
2,7
2001
3958
1,3
2,9
2002
3943
1,3
3,3
2003
5218
1,7
2,6
2004
5203
1,7
2,2
2005
5833
1,9
2,5
2006
5901
2,0
3,2
2007
5301
1,8
2,4
2008
1004
...
...
Total
46530
Fonte: MS/DATASUS
Organização e apresentação dos
Dados
•Tabela de Contingência: utilizada para analisar o relacionamento
entre duas ou mais variáveis categóricas. (Ex:Teste de hipóteses).
Tabela 3 - Casos de Sífilis congênita, segundo diagnóstico na Gravidez e realização do
pré-natal. Santa Bárbara, 1999 a 2008
Realização Pré-natal
Sim
Não
Total
Sim
885
242
1127
Não
397
406
803
1.282
648
1.930
Sífilis na Gravidez
Total
Fonte: SES/Santa Barbara * Dados fictícios
Organização e Apresentação dos
Dados
Principais Tipos de Gráficos
•Gráficos em barras (horizontais): variáveis
categóricas
•Gráficos em colunas: variáveis categóricas
•Gráficos em linhas: variáveis numéricas
•Gráficos em setores (pizas): variáveis categóricas
•Cartogramas: mapas geográficos
•Histogramas: variáveis numéricas
Principais Tipos de Gráficos
Gráfico em barra
Fonte: SMS/CEVEPI/SINANW E NET sujeitos a revisão
Figura 1 – Distribuição de gestante HIV positiva, segundo utilização das
medidas profiláticas em Fortaleza.1999 – 2009.
Principais Tipos de Gráficos
Gráfico em coluna
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
1999
2000
2001
2002
2003
Gesta com sifilis
2004
2005
2006
2007
2008
Casos SC
Figura 2 – Comparativo de sífilis em gestante e congênita em Santa Bárbara,
1999 – 2008.
Principais Tipos de Gráficos
Gráfico em linha
4
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
1999
2000
2001
2002
2003
Tx incid SC por mil SB
2004
2005
2006
2007
2008
Tx incid SC por mil Brasil
Figura 3 – Comparativo da Taxa de incidência de sífilis congênita entre
Brasil e Santa Bárbara, 1999 – 2008.
Principais Tipos de Gráficos
Gráfico por setor (piza)
Figura 4. Distribuição do numero e percentual de casos de gestantes infectadas pelo
HIV, segundo momento do diagnóstico da infecção em residentes de Fortaleza.
1999 – 2009*.
Principais Tipos de Gráficos
Cartograma (mapas)
Figura 5. Distribuição espacial de Casos de Aids de 1995 a 1999 em residentes de
Fortaleza, CE.
Obrigada!
CEVEPI
[email protected]
(85) 3254-6986
9973-9672
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