INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA – IBRATI

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INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA – IBRATI
SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA – SOBRATI
MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA
VICENÇA MARIA AZEVEDO DE CARVALHO GOMES
PERFIL DE PACIENTES INTERNADOS NUMA UNIDADE DE TERAPIA
INTENSIVA ADULTO
Brasília - DF
2014
1
VICENÇA MARIA AZEVEDO DE CARVALHO GOMES
PERFIL DE PACIENTES INTERNADOS NUMA UNIDADE DE TERAPIA
INTENSIVA ADULTO
Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Terapia Intensiva, do Instituto
Brasileiro de Terapia Intensiva, como requisito
parcial para obtenção do título de Mestre em
Terapia Intensiva.
Orientador: Prof. M.e Marttem Costa de Santana
Brasília - DF
2014
2
VICENÇA MARIA AZEVEDO DE CARVALHO GOMES
PERFIL DE PACIENTES INTERNADOS EM UMA UNIDADE DE TERAPIA
INTENSIVA ADULTO
Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Terapia Intensiva, do Instituto
Brasileiro de Terapia Intensiva, como requisito
parcial para obtenção do título de Mestre em
Terapia Intensiva.
Aprovada em: 27 de julho de 2014.
BANCA EXAMINADORA
Prof. M.e Marttem Costa de Santana
Instituto Brasileiro em Terapia Intensiva – IBRATI/PPGTI
Presidente (Orientador)
Prof. Dr. Douglas Ferrari Carneiro
Instituto Brasileiro em Terapia Intensiva – IBRATI/PPGTI
Examinador
Prof. M.e Edilson Gomes de Oliveira
Instituto Brasileiro em Terapia Intensiva – IBRATI/PPGTI
Examinadora
3
Dedico este trabalho, à minha família, esposo,
filhos, pais e irmãos, pelo apoio incondicional,
força, incentivo e amizade sem igual. Sem eles
nada disto seria possível.
4
[...] No abraço coletivo estaremos felizes e
confortáveis, pois é fácil reconhecer o AMOR,
sem despistas, sem desculpas e sem
descrenças. O AMOR é o caminho do desejo e
da vontade, quando o outro nos quer por perto,
não existem desculpas sem fundamento.
(SANTANA, 2013, p. 5).
5
RESUMO
A Unidade de Terapia Intensiva é um ambiente hospitalar necessário para o tratamento de
paciente gravemente enfermo, que precisam de monitoramento contínuo por uma equipe
interdisciplinar especializada. Partindo desse contexto, unidades de cuidados intensivos tem
sido alvo de diversas pesquisas para a melhoria na qualidade do serviço oferecido. Objetivouse traçar o perfil de pacientes hospitalizados numa Unidade de Terapia Intensiva na cidade de
Floriano no Estado do Piauí. Trata-se de pesquisa descritiva de abordagem quantitativa. A
amostra constitui-se de 1198 pacientes obtidos no Serviço de Arquivo Médico e Estatística
(SAME) da UTI em estudo, no período de janeiro de 2011 a abril de 2014. Coletou-se os
dados por meio de um instrumento de pesquisa individual elaborado pela pesquisadora. Para a
realização da análise e discussão dos dados, adotou-se uma abordagem categorial, baseada em
Bardin (1977). Revela-se que os pacientes internados numa UTI são pessoas acima de 65
anos, 273 (22,78%) admitidos com problemas neurológicos, 197 (16,44%) circulatórios, 195
(16,27%) gastrointestinais e 180 (15,03%) respiratórios. Provenientes de Floriano/PI, Barão
de Grajaú/MA, Canto do Buriti/PI e Guadalupe/PI. Realça-se que a produção de dados serve
de base para aperfeiçoamento, qualificação do serviço, além de iluminar a confecção de
protocolos/condutas padronizadas para melhorar a qualidade dos cuidados intensivos.
Palavras-chave: Unidades de Terapia Intensiva. Hospitalização. Relações ProfissionalPaciente.
6
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO.......................................................................................................
07
2
REVISÃO DA LITERATURA..............................................................................
08
3
METODOLOGIA....................................................................................................
10
4
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS.................................................
12
5
CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................
19
REFERÊNCIAS....................................................................................................... 20
7
1 INTRODUÇÃO
A Unidade de Terapia Intensiva é um ambiente hospitalar necessário para o tratamento
de paciente gravemente enfermo, que precisam de monitoramento contínuo por uma equipe
interdisciplinar especializada. Partindo desse contexto, unidades de cuidados intensivos tem
sido alvo de diversas pesquisas para a melhoria na qualidade do serviço oferecido.
O presente estudo tem como questão norteadora: Qual o perfil de pacientes
hospitalizados numa Unidade de Terapia Intensiva na cidade de Floriano no Estado do Piauí?
Enfatizando a inexistência de outros estudos nesta mesma vertente na UTI escolhida, optamos
pela realização da pesquisa que teve como objetivo principal: traçar o perfil de pacientes
hospitalizados numa Unidade de Terapia Intensiva na cidade de Floriano no Estado do Piauí.
A inserção de outros tratamentos, o desenvolvimento tecnológico, o aumento da
expectativa de vida e o aumento do índice de adoecimento por doenças crônicas, que
necessitam de cuidados intensivos, em algum momento, são fatores que têm determinado a
rápida evolução de novas especialidades (FREITAS, 2010). Por conseguinte, as UTIs têm
sido uma unidade estratégica para a oferta de suporte especializado de assistência à saúde,
envolvendo o uso de recursos tecnológicos e terapêuticos de ponta.
Nossa motivação em realizar o presente trabalho esta no fato de considerar o
reconhecimento do perfil do paciente gravemente enfermo na UTI um instrumento de grande
importância na efetivação da qualidade da prática de cuidados intensivos, da assistência
personalizada, com também, pelo fato de termos o referido hospital como campo de estágio
de faculdades de graduação e técnicos de enfermagem da macrorregião do Vale dos Rios
Piauí e Itaueiras.
Nesta investigação, refletiremos sobre a necessidade de conhecer a clientela
hospitalizada na UTI adulto como forma de compartilhar e integrar os saberes entre a equipe
interdisciplinar
para
o
fortalecimento
do
trabalho
interativo
admissão/mobilização/recuperação/reabilitação do paciente crítico.
voltado
para
a
8
2 REVISÃO DA LITERATURA
Nesse seção, aprofundamos sobre a temática em questão, procurando buscar
informações que justifiquem as hospitalizações em Unidades de Terapia Intensiva. Dessa
forma, procuramos, embasados na literatura, responder: Qual o perfil do paciente Internar na
UTI.
O Brasil conta com 27.373 leitos de UTI dos quais 17.357 (62,57%) são relativos ao
Sistema Único de Saúde (SUS). Com base nesses dados, o Brasil possui uma cobertura de
apenas 4,5% de leitos de UTI (BRASIL, 2010).
No Brasil, as primeiras Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) ocorreu na década de
70, onde pacientes graves foram admitidos em uma área do hospital adequada com
improvisação de equipamentos e materiais, além da capacitação de recursos humanos para
oferecer uma assistência segura ao paciente. Em 1993, vinte e três anos depois, surgiu a
segunda maior Sociedade Mundial de Unidade de Terapia Intensiva e Emergência,
(SOBRATI), com características interdisciplinar, coordenando a formação de profissionais
intensivas de todas as formações, qualificando, humanizando e democratizando as unidades
emergenciais e intensivas brasileiras (ABRAHÃO, 2010).
Com o aperfeiçoamento continuado de novas tecnologias, o paciente gravemente
enfermo é mantido por um período prolongado nessas unidades, mesmo quando a morte é
inevitável, ocasionando altos custos financeiros, morais e psicológicos para todos os
envolvidos (MORITZ; SCHWINGEL; MACHADO, 2005).
Para tanto, o conhecimento sobre o perfil da clientela assistida em UTI é importante,
no intuito de oferecer dados consistentes que permitam melhor planejar o processo de
assistência à saúde dos pacientes. A importância desse conhecimento está relacionada ao
direcionamento da assistência prestada a esse tipo de clientela, com especial atenção aos
efeitos da terapia, ao prognóstico e fatores de riscos aos quais estão expostos (FAVARIN;
CAMPONOGARA, 2012).
As UTIs estão cada vez mais especializadas tantos em recursos materiais como em
recursos humanos. Essa qualificação objetiva a restauração da saúde e da vida desses clientes
críticos, partindo da combinação de cuidados de enfermagem com a constante atuação de
médicos intensivistas no atendimento (VIANA; LEÃO; FIGUEIREDO, 2010).
O conhecimento de dados epidemiológicos de uma unidade de saúde permite a tomada
de decisões estratégicas visando aperfeiçoar a qualidade da atenção. A aquisição de
tecnologias, o treinamento dos recursos humanos, a reavaliação dos processos de atenção e a
9
adaptação estrutural podem ser planejadas com vista à adequação da unidade as características
demográficas da população que ela recebe (LANETZKI et al., 2012).
A hospitalização faz com que o sujeito abandone suas rotinas deixando para trás o
papel de ser um indivíduo ativo para ser um paciente, passando de um sujeito independente
para um ser dependente de cuidados em um ambiente que lhe é estranho e totalmente novo. O
ambiente, a doença, as dores, os medos, os procedimentos e a espera pelo diagnóstico são
alguns dos inúmeros fatores que podem desencadear a crise no paciente e em sua família no
meio hospitalar (HENRIQUES; CABANA, 2013).
A hospitalização caracteriza-se por um processo que exige adaptações do paciente
relativas à estrutura física, às rotinas e normas e, principalmente, às relações com as outras
pessoas. Somado a estas mudanças do cotidiano que o paciente tinha no seu domicílio,
agravos à saúde podem gerar diminuição abrupta da autonomia e da funcionalidade, aspecto
nem sempre compreendido pelo paciente/família e pelos profissionais da saúde (BRASIL,
2013).
10
3 METODOLÓGIA
3.1 Caracterização do tipo de pesquisa
A pesquisa é do tipo descritiva, de abordagem qualitativa. Oliveira (2008, p. 59)
considera que “[...] na abordagem qualitativa, o pesquisador deve ser alguém que tenta
interpretar a realidade dentro de uma visão complexa, holística e sistêmica”. Para Richardson
et al. (2009, p. 90):
A pesquisa qualitativa pode ser caracterizada como uma tentativa de uma
compreensão detalhada dos significados e características situacionais apresentadas
pelos entrevistados, em lugar da produção de medidas quantitativas de
características e comportamentos.
Procuramos reconhecer o fenômeno, hospitalização, nas evidências científicas
indexadas em banco de dados virtuais.
Os estudos descritivos exigem do pesquisador uma série de informações sobre o que
deseja pesquisar. [...] O estudo descritivo pretende descrever ‘com exatidão’ os fatos
e fenômenos de determinada realidade. [...] Quando se estabelecem relações entre
variáveis, o estudo se denomina estudo descritivo e correlacional. [...] Estes estudos
têm por objetivo aprofundarem a descrição de determinada realidade. (TRIVIÑOS,
1987, p. 110).
3.2 Campo empírico da pesquisa
Efetivamos a seleção dos textos científicos nos meses de janeiro, fevereiro e março de
2014, obtivemos o acesso on-line de três bases de dados: Literatura Latino-Americana em
Ciências de Saúde (LILACS), National Library of Medicine and National Institutes of Health
(MEDLINE) via PubMed e Scientific Eletronic Library (SCIELO).
Realizamos o cruzamento dos seguintes descritores controlados, presentes nos
Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “Unidades de Terapia Intensiva” e
“Hospitalização”. Os dados empíricos foram coletados nos livros de registros e nos
prontuários dos pacientes hospitalizados na UTI de um Hospital Público de Floriano/PI, no
período de 2011 a 04/2014.
3.3 Instrumento de produção de dados
Para coleta dos dados dos artigos selecionados, utilizamos Questionário como
instrumento de pesquisa para coletar as informações dos textos científicos. Segundo Creswell
11
(2010), a utilização de questionário é útil quando os participantes não podem ser diretamente
observados.
3.4 Produção de dados da pesquisa
Selecionamos seis artigos científicos que atendessem à questão de pesquisa, tendo
como critérios de inclusão: textos brasileiros, redigidos em português, e na íntegra que
demonstrassem a temática em questão e publicados e indexados nas bases de dados entre os
anos de 2007 a 2013 de acesso online e gratuito.
Optamos como critérios de exclusão: relatos de casos informais, capítulos de livros,
dissertações, teses, reportagens, notícias, editoriais, textos não científicos, e artigos científicos
sem disponibilidade na íntegra on-line e os que constavam em mais de uma base de dados.
3.5 Análise de dados da pesquisa
Para explorar os textos científicos, elegemos a análise de conteúdo, pois a mesma não
se preocupa com frequência de variáveis, é mais intuitiva, é mais maleável, contudo ela não
rejeita qualquer forma de quantificação. Para Bardin (1977, p. 115), “[...] o que caracteriza a
análise qualitativa é o fato de a inferência sempre que é realizada ser fundada na presença do
índice (tema, palavra, personagem, etc.), e não sobre a frequência da sua aparição, em cada
comunicação individual”.
Desta forma, a análise de conteúdo se processou com reflexões sobre as narrativas dos
pesquisadores, obedecendo à totalidade das mesmas, sobre as vivências e particularidades
durante a hospitalização em instituições de saúde.
Ponderamos os dados quantitativos, relacionados à hospitalização numa UTI situada
num hospital público da cidade de Floriano (PI), estatisticamente por meio de análise
descritiva, de acordo com Toledo e Ovalle (2008) e Morettin e Bussab (2010), e apresentamos
os resultados em quadros.
12
4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS
Esta seção corresponde apresentação e discussão dos dados produzidos pelos autores.
Essa etapa tem por objetivo envolver as suas interpretações, incentivar um processo de
pensamento e julgamento, levantando discussões que irão determinar outras propostas e
compartilhamento de experiências, resultando em um processo de decisão e avaliação.
Na presente revisão de literatura foram analisados seis artigos científicos que
atenderam rigorosamente à seleção da amostra previamente estabelecida e, a seguir, será
apresentado um quadro síntese desses artigos selecionados, segundo autoria/ano,
periódico/local, considerações/temática.
Quadro 1 – Artigos indexados na Biblioteca Virtual em Saúde sobre Hospitalização
AUTORIA/
ANO
FREITAS, Kátia
Santana;
KIMURA,
Miako;
FERREIRA,
Karine Azevedo
São Leão
(2007)
VALADARES,
Glaucia
Valente; PAIVA
Raquel
Silva (2010)
PROENÇA,
Michele de
Oliveira; DELL
AGNOLO, Cátia
Millene (2011)
REVISTA/
LOCAL
Rev. Latino-am.
Enfermagem,
São Paulo, SP
Rev. Rene,
Fortaleza, CE
Rev Gaúcha
Enferm., Porto
Alegre, RS
TÍTULO DO
ARTIGO
Necessidades de
familiares de
pacientes em
unidade de terapia
intensiva: análise
comparativa entre
hospital público e
privado
Estudos sobre o
cuidado à família
do cliente
hospitalizado:
Contribuições para
enfermagem
Internação em
unidade de terapia
intensiva:
percepção de
pacientes
CONSIDERAÇÕES/
TEMÁTICA
A hospitalização de um familiar em
UTI geralmente ocorre de forma
inadvertida, restando pouco tempo
para o ajustamento familiar.
Depreende-se de tal fato que essa
situação é estressante para os
familiares, fazendo-os sentir-se
desorganizados, desamparados e com
dificuldades para se mobilizar, diante
de suas variadas necessidades a
serem atendidas.
A hospitalização tende a ser uma
situação complicada e delicada na
vida de qualquer ser humano visto
que há diversos fatores envolvidos
neste processo. Dentre as principais
dificuldades encontradas por um
cliente hospitalizado, está à falta de
um ambiente acolhedor - em seus
aspectos físico, psicológico e social e
a mudança de sua rotina que implica
no distanciamento do convívio
familiar.
Durante a hospitalização a pessoa
sente-se frágil e insegura. Estar
distante dos familiares e amigos
provoca mais medo e solidão. Neste
sentido, a equipe representa a
extensão da família que ficou do lado
de fora e oferece todo amparo e
assistência.
13
AUTORIA/
ANO
REVISTA/
LOCAL
TÍTULO DO
ARTIGO
CONSIDERAÇÕES/
TEMÁTICA
A população idosa utiliza os serviços
hospitalares de maneira mais
Perfil Dos
intensiva que os demais grupos
Pacientes
etários, implicando maiores custos,
FAVARIN,
Internados Na
duração do tratamento e recuperação
Simone Spiazzi;
Rev. Enferm
Unidade De
mais lenta. De um modo geral, as
CAMPONOGAR
UFSM, Santa
Terapia Intensiva
UTI recebem, cada vez mais,
A, Silviamar
Maria - RS
Adulto De Um
pacientes em idade avançada, com
(2012)
Hospital
doenças crônicas agudizadas, que
Universitário
exigem tratamentos complexos,
muitas vezes, combinados com
recursos limitados.
É necessário conhecer as questões
relacionadas com o significado da
Alterações na
internação numa UTI e suas
SELL, Camilla
dinâmica familiar
implicações na vida e no cotidiano
Rev. Enferm.
Telemberg et al.
com a
dos familiares, compreender melhor
UERJ, Rio de
(2012)
Hospitalização em
suas atitudes, comportamentos,
Janeiro, RJ
unidade de terapia
expectativas e percepções
intensiva
relacionadas à hospitalização e com
isso, promover estratégias de
intervenção, de acolhimento.
Nos casos de indisponibilidade de
Internação por
vaga hospitalar no serviço público é
VARGAS, Mara
Rev. Gaúcha
ordem judicial:
responsabilidade do gestor
Ambrosina de
Enferm., Porto
dilemas éticos
providenciar leito do SUS em serviço
Oliveira (2013)
Alegre, RS
vivenciados por
privado, garantindo assim o direito à
enfermeiros
recuperação da saúde dos cidadãos.
Fonte: Elaborado pelo pesquisador elaborado pelo pesquisador com base nos dados e resultados
da pesquisa, 2014.
Os artigos foram publicados em cinco revistas distintas, sendo um da cidade de São
Paulo, um de Fortaleza, um de Santa Maria, um do Rio de Janeiro e dois de Porto Alegre. As
produções científicas foram publicadas nos anos compreendidos entre 2007 a 2013, sendo
dois estudos indexados no ano de 2012.
Freitas, Kimura e Ferreira (2007) relatam que a hospitalização na UTI ocorre na
maioria das vezes de forma imprevista, impossibilitando o ajustamento familiar. Essa situação
estabelecida se torna conflitante para os familiares, ao ponto de sentirem-se desordenados e
desamparados, tendo dificuldades para resolver as situações diante problematização da
internação na UTI.
Valadares e Paiva (2010) comentam que a hospitalização é um processo difícil na vida
de qualquer ser humano e mostra ainda que há várias situações que envolvem esse processo
de internação, tais como, local ou ambiente desconhecido e alteração na rotina familiar.
14
Proença e Dell Agnolo (2011) explanam que a hospitalização faz a pessoa sentir-se
delicada e indefesa ao estar afastada dos familiares e amigos o que leva a um processo de
insegurança e isolamento e mostra que os profissionais de saúde nesse momento se tornam a
extensão da família para oferecer todo o auxílio necessário.
Favarin e Camponogara (2012) esclarecem que as pessoas mais idosas fazem uso dos
serviços de saúde com mais frequência em relação às outras faixas etárias, elevando os gastos
e aumentando o tempo de tratamento e desse modo as UTIs admitem pacientes cada vez mais
em idades progredidas e com doenças mais complexas que requerem intervenções mais
avançadas, tudo isso associado condições restringidas dos pacientes.
Sell (2012) informa que é imprescindível reconhecer as situações que estão associadas
à internação em uma UTI e quais são as decorrências na vida e no dia a dia dos familiares
para assim entender com mais exatidão as ações, condutas e esperanças envolvendo a
hospitalização e com isso, gerar mecanismos de assistência e amparo.
Vargas (2013) afirma que diante da ausência de vaga no serviço hospitalar para
internação de pacientes, ficará o gestor responsável para fornecer leito do SUS nos serviços
privados e garantir o direito à saúde dos usuários do serviço de saúde.
Quadro 2 – Distribuição dos pacientes internados na UTI segundo tipo de alta hospitalar e ano
da hospitalização
ANO DA HOSPITALIZAÇÃO
TIPOS DE ALTA
HOSPITALAR
ALTA PARA
DOMICÍLIO
TRANSFERÊNCIA
INTERNA
TRANSFERÊNCIA
EXTERNA
ÓBITO
TOTAL
2011
2012
2013
04/2014
TOTAL
N
%
N
%
N
%
N
%
N
%
54
20,61
33
8,33
22
5,46
15
10,95
124
10,35
83
31,67
157
39,64
156
38,71
52
37,95
448
37,39
33
12,60
65
16,42
63
15,64
25
18,25
186
15,53
92
35,12
141
35,61
162
40,19
45
32,85
440
36,73
262
100
396
100
403
100
137
100
1198
100
Fonte: Pesquisa Direta, Hospital Público de Floriano-PI, 2014.
O quadro 2 apresenta a distribuição dos 1198 pacientes internados na UTI segundo
tipo de alta hospitalar e ano da hospitalização. No que diz respeito ao desfecho da internação na
15
UTI, quatro opções foram levadas em consideração: Alta para domicílio (10, 35%), transferência
interna (37,39%), transferência externa (15,53) ou óbito (36,73%).
Ao contrário do que se esperava, verificamos um alto índice de alta por óbito que vem
aumentando gradativamente.
Quadro 3 – Distribuição dos pacientes internados na UTI segundo faixa etária e ano da
hospitalização
ANO DA HOSPITALIZAÇÃO
FAIXA
2011
2012
2013
04/2014
TOTAL
ETÁRIA
N
%
N
%
N
%
N
%
N
%
15 - 19
04
1,53
01
0,25
03
0,74
02
1,46
10
0,84
20 – 24
06
2,29
06
1,51
04
0,99
02
1,46
18
1,51
25 – 29
10
3,81
14
3,53
12
2,97
08
5,83
44
3,68
30 – 34
04
1,53
08
2,02
15
3,72
06
4,38
33
2,76
35 – 39
05
1,90
13
3,28
20
4,96
05
3,65
43
3,59
40 – 44
06
2,29
18
4,55
11
2,72
05
3,65
40
3,34
45 – 49
14
5,34
16
4,05
19
4,72
07
5,11
56
4,68
50 – 54
12
4,58
18
4,55
19
4,72
06
4,38
55
4,59
55 – 59
17
6,49
25
6,32
21
5,22
06
4,38
69
5,75
60 – 64
14
5,34
20
5,05
23
5,70
07
5,11
64
5,34
65 – 69
19
7,26
35
8,84
38
9,42
12
8,76
104
8,68
70 – 74
28
10,69
39
9,85
34
8,43
15
10,95
116
9,68
75 – 79
44
16,79
41
10,36
44
10,92
16
11,68
145
12,10
80 – 84
22
8,39
55
13,88
46
11,42
13
9,49
136
11,35
85 – 89
20
7,64
49
12,37
46
11,42
12
8,76
127
10,60
+ 90
37
14,13
38
9,59
48
11,92
15
10,95
138
11,51
TOTAL
262
100
396
100
403
100
137
100
1198
100
TOTAL
GERAL
1198
Fonte: Pesquisa Direta, Hospital Público de Floriano-PI, 2014.
Na análise da distribuição dos 1198 pacientes internados na UTI por faixa etária e ano
da hospitalização, é notório o fato de que a maioria das hospitalizações se encontra na faixa
16
etária de 70 e 79 anos, com 145 pacientes hospitalizados. A maioria dos pacientes são pessoas
idosas de 65 anos e mais perfazendo um total de 766 (63,94%).
Isto tende a acontecer, pois, estudos mostram projeções estatísticas que demostram um
crescimento significativo da população idosa, associada ao fato que o envelhecimento traz
complicações e agravamentos no quadro de saúde, estando o individuo idoso mais susceptível
a alterações fisiológicas e aos procedimentos invasivos (MOREIRA et al., 2013).
Quadro 4 - Causas da hospitalização na UTI do Hospital Público de Floriano-PI
CAUSAS DE ADMISSÃO
ANO DA HOSPITALIZAÇÃO
2011 - 2012 - 2013 - 04/2014
273
197
195
180
89
59
55
47
29
23
19
13
13
05
01
1198
SISTEMA NEUROLÓGICO
SISTEMA CIRCULATÓRIO
SISTEMA GASTROINTESTINAL
SISTEMA RESPIRATÓRIO
SISTEMA GENITURINÁRIO
SISTEMA ENDÓCRINO
IGNORADO
SEPTICEMIA
INTOXICAÇÕES
ESTAFILOCOCCIAS
NEOPLASIAS
SISTEMA MUSCOLOESQUELÉTICO
GINECOBSTETRÍCIA
AGENTES ETIOLÓGICOS
SISTEMA HEMATOLÓGICO
TOTAL GERAL
Fonte: Pesquisa Direta, Hospital Público de Floriano-PI, 2014.
TOTAL
%
22,78
16,44
16,27
15,03
7,43
4,93
4,59
3,92
2,42
1,92
1,59
1,09
1,09
0,43
0,08
100
Durante o período estudado, obtivemos os seguintes resultados: 273 (22,78%)
pacientes admitidos com problemas neurológicos, 197 (16,44%) circulatórios, 195 (16,27%)
gastrointestinais e 180 (15,03%) respiratórios.
A caracterização de pacientes de UTI pode auxiliar nas diretrizes das admissões e altas
dessa unidade, pois, o conhecimento do perfil dos doentes críticos favorece o estabelecimento
de critérios objetivos para essa finalidade. A aplicação de critérios objetivos para admissão e
alta da UTI pode promover o uso dos leitos de forma mais racional e evitar a exposição do
paciente a riscos desnecessários. Dessa forma, conhecer os pacientes e esses critérios é
informação essencial para planejar e organizar a assistência nas UTIs e nas unidades
hospitalares que recebem os pacientes na sequência do tratamento (MOREIRA et al., 2013).
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Quadro 5 – Procedência dos pacientes hospitalizados na UTI do Hospital Público de
Floriano/PI
MUNICÍPIOS
FLORIANO – PI
BARÃO DE GRAJAÚ – MA
CANTO DO BURUTI – PI
GUADALUPE – PI
NAZARÉ DO PIAUÍ – PI
SÃÕ FRANCISCO DO PIAUÍ – PI
SÃO JOÃO DOS PATOS – MA
URUÇUÍ – PI
SÃO JOSÉ DO PEIXE
BERTOLÍNIA / FRANCISCO AIRES / ITAUEIRA – PI
PAVUSSÚ / RIO GRANDE DO PIAUÍ – PI
JERUMENHA – PI
FLORES – PI
ANTONIO ALMEIDA / LANDRI SALES / MARCOS PARENTE
SÃO RAIMUNDO NONATO
PARAIBANO – MA / PASTOS BONS – MA / SUCUPIRA DO
RIACHÃO – MA
AMARANTE / ARRAIAL / CANAVIEIRA / PORTO ALEGRE
DO PIAUÍ
COLÔNIA DO GURGUÉIA – PI / SÃO JOÃO DO PIAUÍ – PI
BAIXA GRANDE DO RIBEIRO / OEIRAS – PI
BENEDITO LEITE - MA
MANOEL EMÍDIO / RIBEIRA DO PIAUÍ / SÃO FRANCISCO
DO MARANHÃO
BONFIM DO PIAUÍ / BREJO DO PIAUÍ / CARACOL
CURIMATÁ / DIRCEU ARCOVERDE / ELISEU MARTINS
SEBASTIÃO LEAL / MONTE ALEGRE / JÚLIO BORGES
NOVA IORQUE – MA
AVELINO LOPES / PAJEÚ / RIBEIRO GONÇALVES
CAMPO ALEGRE DO FIDALGO / SÃO BRÁS DO PIAUÍ /
LAGOA DO BARRO – PI
BRASÍLIA – DF
ANISIO DE ABREU / SÃO FÉLIX DO PIAUÍ / SEBASTIÃO
LAURENÇO – PI
GILBUÉS / SIMPLÍCIO MENDES / BOM JESUS / TERESINA
CAMPINAS / CAPITÃO GERVÁSIO OLIVEIRA / CRISTINO
CASTRO
CORRENTE / PALMEIRAS DO PAIUÍ / PEDRO
LAURENTINO
PAES LANDIM
SEBASTIÃO BARROS
QUANTIDADE
517
63
48
46
32
27
24
22
20
19
18
12
11
10
09
08
07
06
05
04
03
02
Fonte: Pesquisa Direta, Hospital Público de Floriano-PI, 2014.
Floriano é a cidade que mais tem uma população de pacientes gravemente enfermos
hospitalizados na UTI adulto, seguido das cidades de: Barão de Grajaú/MA, Canto do
18
Buriti/PI e Guadalupe/PI. O estado piauiense possui 224 municípios, sendo os mais
populosos: Teresina, a capital com 30% do total, Parnaíba, Picos, Piripiri e Floriano, juntos,
respondem por 35,6% da população (IBGE, 2007).
O Território Vale dos Rios Piauí e Itaueiras está localizado na Macrorregião de
Desenvolvimento do Cerrado Piauiense. Formado por 22 municípios, sendo 19 do lado
piauiense e três do lado maranhense. Os municípios piauienses são os seguintes: Arraial,
Floriano, Francisco Ayres, Nazaré do Piauí, Nova Santa Rita, Paes Landim, Pedro Laurentino,
Ribeira do Piauí, Socorro do Piauí, São José do Peixe, São Miguel do Fidalgo, Brejo do Piauí,
Canto do Buriti, Flores do Piauí, Itaueira, Pajeú do Piauí, Pavussú, Rio Grande do Piauí e
Tamboril do Piauí (PIAUÍ, 2007).
Quadro 6 – Distribuição dos pacientes internados na UTI segundo admissão e ano da
hospitalização
ANO DA HOSPITALIZAÇÃO
ADMISSÃO NA UTI
2011
2012
2013
04/2014
262
396
403
137
TOTAL GERAL
1198
Fonte: Pesquisa Direta, Hospital Público de Floriano-PI, 2014.
Podemos perceber, no Quadro 3, que o numero de internações vem aumentando
gradativamente desde a sua inauguração no ano de 2011. A relação entre pacientesmédicos/enfermeiro/fisioterapeuta é 10, e entre pacientes/técnico auxiliar de enfermagem é 2.
Faz-se necessário racionalizar uma conduta para admissão de pacientes em UTI,
principalmente quando são apenas 10 leitos. A escolha de pacientes está direcionada aos mais
graves com múltiplas disfunções e escassas possibilidades de tratamento, fato que limita a
monitorização em pacientes com potenciais riscos que acabam sendo atendidos tardiamente.
Em termos operacionais, o procedimento consistiu em imputar, para cada município, a
quantidade de pessoas hospitalizadas. A seleção de pessoas para ocupação de leitos de UTI
tem se tornado um assunto relevante; sobretudo, no que se refere a critérios de admissão, pela
perspectiva de assegurar vagas a pacientes gravemente enfermo com excelentes chances de
recuperação/reabilitação.
19
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As informações encontradas nos estudado pode perceber que, os pacientes internados
numa UTI são pessoas acima de 65 anos, 273 (22,78%) admitidos com problemas
neurológicos, 197 (16,44%) circulatórios, 195 (16,27%) gastrointestinais e 180 (15,03%)
respiratórios; provenientes de Floriano/PI, Barão de Grajaú/MA, Canto do Buriti/PI e
Guadalupe/PI.
Os dados obtidos nesta investigação podem respaldar discussões e trabalhos futuros
em torno das admissões de paciente gravemente enfermo, como também, auxiliar os
executores e planejadores de políticas de saúde voltadas para o atendimento integral e
humanizado.
Ressaltamos ainda, a necessidade de melhorias ou modificações nas estratégias de
políticas de saúde em relação à população estudada, bem como, a importância da atuação
conjunta da equipe interdisciplinar. O estudo contribui para uma intervenção atenta e precisa
dos profissionais envolvidos para uma prática de cuidados intensivos com o objetivo de
promover orientações que estimulem o autocuidado e previnam complicações, diminuído
além do risco de sequelas e mortalidade decorrente da internação na UTI.
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