COMUNICAÇÃO ENTRE EQUIPE DE ENFERMAGEM E PACIENTE EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA TAINARA GENRO VIEIRA ([email protected]) / Enfermagem/Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria-RS KEITY LAIS SIEPMANN SOCCOL ([email protected]) / Enfermagem/Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria-RS NATIELI CAVALHEIRO VIERO ([email protected]) / Enfermagem/Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria-RS ORIENTADOR: CARMEM LÚCIA COLOMÉ BECK ([email protected]) / Enfermagem/Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria-RS Palavras-Chave: ENFERMAGEM, UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA, COMUNICAÇÃO Introdução As unidades de terapia intensiva (UTI) são unidades preparadas para receber pacientes graves ou potencialmente graves, com chances de recuperação e contam com uma equipe médica e de enfermagem especializadas e de equipamentos de alta tecnologia para auxiliar no tratamento. A internação em uma UTI expõe o paciente à iluminação contínua, ruídos e procedimentos invasivos, os quais são constantes na rotina de cuidados dos pacientes internados (SALACIO, 2006). A equipe de enfermagem deve se empenhar nos cuidados, no sentido de aumentar as chances de sobrevida dos pacientes, com uma assistência de qualidade e humanizada (SALACIO, 2006). A humanização do cuidado, na atualidade, é um termo muito utilizado nas áreas da saúde pelos trabalhadores de enfermagem. A comunicação compõem este processo como um importante instrumento para humanizar a assistência prestada pela equipe de enfermagem (CAMARGO e DIAS, 2002), destacando-se como essencial para que a interação entre o paciente e os profissionais de enfermagem seja eficaz e eficiente, ou seja, para o cuidado em um sentido ampliado.(ZINN, 2003). Considerando-se a assistência de enfermagem em um ambiente fechado como a UTI, onde encontram-se pacientes com alteração nos níveis de consciência e utilizando drogas sedativas, fica o questionamento: como acontece (ou não) a comunicação entre enfermagem e paciente? O objetivo do trabalho foi investigar como acontece ou não a comunicação entre a equipe de enfermagem e os pacientes internados na UTI. Metodologia Foi realizada uma pesquisa bibliográfica relacionando artigos online publicados entre 2001 e 2011. Os critérios de inclusão: artigos disponíveis online, na íntegra em língua portuguesa e tendo comunicação, unidade de terapia intensiva e enfermagem como palavras-chave. Excluíram-se teses, capítulos de livros e artigos que não convergiam com a temática. Por fim, foram selecionados cinco artigos para o embasamento teórico da pesquisa. Resultados Estudos de Araújo et al (2009) identificam que para a equipe de enfermagem intensivista a comunicação, além de ser uma manifestação primaria para o ser humano, é vital para a relação profissional-paciente. A comunicação em UTI nem sempre é clara e objetiva, especialmente quando o paciente faz uso de prótese respiratória, o que pode frustrar a enfermagem, tornando estes momentos tensos e estressantes. O desafio é, em uma unidade crítica no meio do “corre-corre” de suas rotinas, entender o que um paciente esta expressando, bem como suas necessidades. Quando isso não ocorre, surgem sentimentos de angústia, frustação e culpa. Por meio de depoimentos na pesquisa de Zinn (2003), percebeu-se que a comunicação enfermeiro-paciente varia de acordo com o grau de sedação e a forma que o paciente responde aos estímulos, sendo também utilizada como forma de mensurar a eficácia das drogas que estão sendo administradas. Com o decorrer dos anos, a escassez de tempo, a rotina e a falta de reflexão por parte da equipe de enfermagem pode dificultar a compreensão que a comunicação faz parte do cuidado humanizado e de uma assistência de qualidade (ZINN, 2003). Segundo Salicio (2006), no discurso realizado pelos seus entrevistados, fica claro que a assistência em UTIs está longe de ser humanizada, tendo como principal dificuldade a ausência de uma filosofia assistencial nas instituições e o não comprometimento da equipe de saúde. Pesquisa de Pina, Lapchinsk e Pupulim (2008) sobre a percepção de pacientes que tiveram sua internação numa Unidade de Terapia Intensiva foram classificadas como satisfatória e insatisfatória. A dificuldade de comunicação por uso de tubo orotraquel foi apontado como ponto negativo, associada a sentimento de solidão, a saudade da família, a falta de autonomia e a exposição do corpo. Por outro lado, constatou que pacientes relacionam a UTI como possibilidade de vida e de cura, sendo a internação marcada pela atenção e dedicação dos profissionais, caracterizando uma assistência humanizada. Conclusão Diante dos dados e sentimentos expressados pelos pacientes, pode-se perceber a importância da comunicação verbal e não verbal em UTI, para que aconteça a troca e interação entre equipe de enfermagem e pacientes, na perspectiva da melhora do quadro clínico. Com a utilização da comunicação, não somente se estará melhorando a qualidade da assistência prestada, mas também o atendimento às necessidades dos pacientes. Percebe-se diante das informações que a qualidade da atenção, o acolhimento e a satisfação dos pacientes, é algo que parece um discurso idealizado, mas longe da realidade. Assim sendo, é essencial que os gestores tenham em suas prioridades políticas de intervenção neste sentido, considerando os aspectos de humanização, assim como a equipe de enfermagem identifique suas responsabilidades neste processo. Além disso, os pacientes precisam ser, cada vez mais esclarecidos acerca do seu direito de receber um atendimento de qualidade. REFERÊNCIAS: ARAUJO, F.G.; PINHEIRO, S. C.; RIBEIRO, F, P.; SANTOS, C. R. M.; TAVARES, R. S.; Comunicação com paciente consciente usando prótese respiratória: uma interlocução na unidade de terapia intensiva.; http://189.75.118.67/CBCENF/sistemainscricoes/arquivosTrabalhos/I10403.E3.T2322.D3AP.pdf.; agosto, 2011. PINA, R.; LAPCHINSK, L.; PUPULIM, J. ; Percepção de pacientes sobre o período de internação em unidade de terapia intensiva ; ciência, cuidado e saúde; 7 ; 503-508; 2009. SALICIO, D. M. B. S.; GAIVA, M. A. M. ; O significado de humanização da assistência para enfermeiros que atuam em UTI.; Revista Eletrônica de Enfermagem; 8; 370-376; 2006. ZINN, G. R; SILVA, M. Júlia P; TELLES, S. C. R. ; Comunicar-se com o paciente sedado: vivência de quem cuida. ; Latino americano de Enfermagem; 11; 326-332; 2003. CAMARGOS, A. T.; DIAS, L. O. ; Comunicação: um instrumento importante para humanizar o cuidado de enfermagem em unidade de terapia intensiva; http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=MSC0000000052002000100029&lng=en &nrm=abn.; agosto,2011.