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CARACTERIZAÇÃO FITOQUÍMICA E PADRONIZAÇÃO DA DETERMINAÇÃO
DE ÁCIDO BETULÍNICO POR CLAE EM EXTRATOS DE Dillenia indica
(DILLENIACEAE)
Morgana Miranda Clarinda1,3(IC); Amanda Fernandes Freitas1,2 (IC); Marina dos Reis
Correa1,3(IC); Simony Davet Müller4(MSc.); Luiz Alberto Kanis4,5(Dr.); Dr. Maicon
Roberto Kviecinski4,5 (orientador)
INTRODUÇÃO
Dillenia indica L. é uma espécie arbórea da família Dilleniaceae. Possui denominação
popular variada, dependendo do local, é mais conhecida como maçã-de-elefante ou árvore
da pataca. O fruto é marcante, uma cápsula globosa e pêndula, de pericarpo duro, circulado
pelo cálice; sabe-se que ele é rico em ácido betulínico1,2. Pode ser facilmente encontra no
litoral de Santa Catarina. As partes aéreas são utilizadas pela medicina popular. No Brasil e
notavelmente em Santa Catarina, o fruto é utilizado em garrafadas, basicamente extratos
hidroetanólicos para o tratamento de inflamações. Existem relatos populares de melhora
significativa no tratamento de lesões psoriáticas. Um projeto foi iniciado na Universidade do
Sul de Santa Catarina – campus Tubarão, no qual os pesquisadores do grupo TECFARMA
conduzem a avaliação de alguns extratos do fruto de D. indica em busca de um produtos
promissores para o tratamento da psoríase, relacionando os achados ao conteúdo de ácido
betulínico dos extratos. Esta avaliação necessita ser complementada pela caracterização
fitoquímica, uma análise dos constituintes químicos presentes nos extratos mais
promissores. Extratos são misturas complexas de substâncias químicas e em suas
formulações são encontrados entre os princípios ativos, substâncias com efeito
farmacológico ou não. Este tipo de investigação cumpre seu objetivo somente depois de
identificado os reais princípios ativos, em procedimentos que vão desde a coleta e análise
dos dados etnofarmacológicos, a avaliação do efeito biológico, até a elucidação das
estruturas das substâncias ativas isoladas e/ou obtenção de derivados3.
Palavras-chave: Dillenia indica; Ácido betulínico. Constituição qualitativa.
---------------------------------------1
Acadêmicas do Curso de Farmácia da Unisul campus Tubarão, SC, Brasil.
2
Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC). E-mail:
[email protected]
3
Bolsistas Artigo 170. E-mails: [email protected]; [email protected]
4
Docentes do Curso de Farmácia da Unisul campus Tubarão, SC, Brasil. E-mail:
[email protected]
5
Docentes do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Unisul, SC, Brasil.
Grupo de Desenvolvimento em Tecnologia Farmacêutica (TECFARMA). E-mails:
[email protected]; [email protected]
MÉTODOS
Amostras da planta foram coletadas nas mediações da UNISUL em Tubarão (SC),
Brasil. Uma exsicata encontra-se depositada no Herbário Laelia purpurata na mesma
Universidade (SRS 5103). Os frutos foram moídos e submetidos frescos à maceração (1:1
w/v) com éter de petróleo, acetato de etila ou água-etanol (1:8). Os solventes foram
eliminados sob pressão reduzida4. O conteúdo de ácido betulínico em cada extrato foi
determinado por cromatografia líquida de alta eficiência5,6.A presença de alcalóides foi
avaliada por reações de precipitação com os reagentes de Mayer, Dragendorff ou
Bouchardat7. A presença de flavonóides foi avaliada pela reação de Pew8. A presença de
esteróides e triterpenos foi avaliada pelo teste de Liebermann-Burchard7. A presença de
antraquinonas ou derivados antracênicos foi avaliada pela reação de Borntraeger9. A
presença de cumarinas foi avaliada pelo método descrito por Haskins e Gorz10.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Devido ao rendimento extremamente baixo da extração com éter de petróleo
(Tabela 1), somente os extratos hidroetanólico (EHE) e acetato de etila (EAE) foram
cromatografados para a padronização em termos de ácido betulínico.
Tabela 1 – Rendimentos das extrações e concentração de ácido betulínico nos extratos
hidroetanólico e acetato de etila do fruto de Dillenia indica.
Fonte: Extração por maceração a partir do fruto de Dillenia indica. Determinação de ácido betulínico por
CLAE.
Os cromatogramas são apresentados na Figura 1. Determinação em EHE: Padrão:
Tempo de retenção (TR) = 4,6 min, área do pico = 1372069 UA. Solução de EHE: TR = 4,6
min, área sob o pico = 162400 UA. Na determinação de ácido betulínico em EAE: Padrão:
Tempo de retenção (TR) = 4,716 min, área do pico = 818924 UA. Solução de EAE: TR =
4,7 min, área sob o pico = 4407066 UA. A concentração de ácido betulínico nos extratos
está apresentada na Tabela 1. EAE contém cerca de 20 vezes mais ácido betulínico que
EHE.
Figura 1. Cromatogramas obtidos por CLAE a partir do padrão ácido betulínico Sigma-Aldrich® Cat. 91466
em metanol 0,2 mg/ml (A/C). Cromatogramas obtidos a partir dos extratos do fruto de Dillenia indica:Extrato
hidroetanólico5 mg/ml (B). Extrato acetato de etila 10 mg/ml (D).
Tabela 2 – Varredura qualitativa sobre a constituição química do extrato acetato de etila (EAE) do
fruto de Dillenia indica.
Fonte: Ensaios qualitativos sobre a constituição química de EAE. (+) reação levemente positiva; (++) reação
moderadamente positiva; (+++) reação fortemente positiva; (-) reação negativa.
CONCLUSÕES
Os frutos de Dillenia indica são ricos em ácido betulínico. O ácido é bem extraído por
maceração com acetato de etila. O extrato acetato de etila é composto em mais de 10% por
ácido betulínico. Este extrato também contém flavonóides, esteróides, tripertenos e taninos.
Somente um traço ínfimo de alcalóides foi encontrado neste extrato (Tabela 2).
REFERÊNCIAS
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