A importância do afeto no desenvolvimento da

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A importância do afeto no desenvolvimento da aprendizagem
Daiane Krug1
[email protected]
Universidade de Cuiabá- UNIC/Brasil
Janete Rosa da Fonseca 2
[email protected]
Faculdade La Salle/Brasil
Tiago de Jesus Vieira3
Resumo
O presente artigo descreve formas, métodos e maneiras de se trabalhar com nossas
crianças em sala de aula. Ao contrário de quaisquer outras práticas, o trabalho com
crianças necessita de amor, carinho e afeto para se ter um melhor resultado de
educação. O dia a dia na sala de aula nos mostra como nossas crianças são
carentes em relação ao trabalho com amor e acima de tudo o compreendimento de
cada uma, por isso da escolha desse tema. Através de alguns autores e de práticas
em sala é possível observar no decorrer do artigo como podemos fazer com que o
afeto se torne método de ensino e desenvolvimento da aprendizagem. Para que haja
uma formação plena, é preciso mais do que uma simples transmissão de um
conteúdo, é preciso que a escola e professores se convertam em um ambiente
afetivo. Além de tudo é preciso que o professor olhe nos olhos de seus educandos e
pense o que fazer visando enriquecer e desenvolver a humanidade de cada um
deles.
Palavras-Chave: Afeto, desenvolvimento da aprendizagem e ensino.
Abstract
This article describes forms, methods and ways of working with our children in the
classroom. Unlike any other practices, working with children need love, care and
affection to have a better outcome of education. The day to day in the classroom
shows us how our children are lacking in relation to work with love and above all
compreendimento of each, so the choice of this theme. By some authors and
practices in the classroom can be seen throughout the article how we can make the
affection becomes method of teaching and learning development. So there is a full
training, it takes more than a simple transmission of content, it is necessary that the
1
Pedagoga, Especialista em Didática e Metodologia do Ensino pela Universidade de Cuiabá
campus Sorriso/ Mato Grosso- Brasil
2
Pedagoga, Especialista em Orientação Educacional, Mestre e Doutora em Educação.
Docente dos Programas de Pós graduação da Faculdade La Salle,da Faculdade de Sinop e
da Universidade de Cuiabá campus Sorriso/ Mato Grosso- Brasil
3
Mestre em Educação- Orientador deste artigo pela Universidade de Cuiabá campus
Sorriso/ Mato Grosso- Brasil
1
school and teachers provide a nurturing environment. Besides all that it takes the
teacher look into the eyes of their students and think what to do aiming to enrich and
develop the humanity of each.
Keywords: Affection. Development of learning.Education.
INTRODUÇÃO
Na atualidade vivemos uma educação, diferente de antigamente. A escola
hoje tem muito mais do que o compromisso de ensinar, de mediar o conhecimento,
ela precisa também dar o amor, o carinho e atenção que muitas vezes não
encontram em casa, devido a falta de estrutura familiar.
As famílias estão cada vez menos presentes no dia a dia escolar de seus
filhos, deixando o verdadeiro sentido do educar de lado, fazendo com que as
crianças fiquem revoltadas com si mesmas e até com o mundo.
É nesse período escolar que a família exerce um papel fundamental para a
vida da criança, papel esse que resulta para o desenvolvimento e evolução da
criança. O meio que a criança está inserida é o que a modela para a sociedade
geral.
A participação dos pais na aprendizagem escolar é necessária, a família
antes era cúmplice da escola, hoje já é promotora de erros e falhas, fazendo com
que o maior prejudicado seja seu filho, nosso aluno.
Dessa forma, a família é essencial para o desenvolvimento do indivíduo,
independentemente de sua formação. É no meio familiar que o indivíduo tem seus
primeiros contatos com o mundo externo, com a linguagem, com a aprendizagem e
aprender os primeiros valores e hábitos que darão os caminhos corretas para a
sociedade.
Contudo, como fazer com que a afetividade se torne importante no meio
familiar e escolar, visando o aprendizado de nossas crianças?
O estudo do artigo e sua escrita se deu devido a falta de conhecimento de
como trabalhar com as crianças de forma afetiva, principalmente as crianças mais
carentes da sociedade visando então o processo de aprendizagem significativa,
trazendo as famílias para a escola.
Para o presente artigo optou-se fazer um apanhado de autores que abordam
a importância da afetividade, destacando-se Ana Rita Silva Almeida, Celso Antunes,
Gabriel Chalita, Maria Antonieta Antunes Cunha, Antônio Eugênio Cunha, Ana
Beatriz Barbosa Silva, Henri Wallon.
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É possível compreender que a afetividade é de suma importância para o
desenvolvimento das crianças, seja ele social, intelectual, físico, entre outros. O
presente artigo busca mostrar que o trabalho afetivo faz com que a criança aprenda
com mais facilidade, tornando-a assim, um ser que compreende melhor a sociedade
em que está inserida.
O principal objetivo é compreender como fazer para que o aluno aprenda com
mais facilidade e como trazer a família para a escola no intuito da aprendizagem dos
alunos, tendo como as maiores ferramentas o afeto e a família.
A criança frequenta a escola com vontade de estudar, aprender o novo, sendo
assim o afeto é de grande importância nesse período, quanto melhor lidar com o
aluno mais ele irá querer aprender e se tornar um cidadão crítico e pensante para a
sociedade.
Nos anos iniciais, as crianças, possuem uma visão de mundo diferente, já
veem a escola de forma diferente. Portanto, buscar novos métodos de ensinar, com
certeza é importante para que uma aula seja mais aproveitada, trazer a família até a
escola, para que esta criança se sinta importante e perceba que todos estão
interessados no que ela está aprendendo e fazendo na sala de aula ajuda muito no
processo de aprendizagem.
Segundo Chalita (2004), o processo de aprendizagem é complexo e qualquer
radicalização, cria um fosso intransponível. Todo aluno traz uma carga de
experiência da própria família: bloqueios, medos, ansiedades e outros traumas que
atrapalham o processo de aprendizagem porque geram insegurança. É preciso se
dispor a conhecer cada um deles para auxiliá-los.
Percebe-se em toda sala de aula que alguns alunos, estão mais aptos para o
aprendizado, demonstram-se mais interessados e participativos do que outros.
Muitos apresentam dificuldade de comunicação, leitura, participação e nem por isso
devem ser deixados de lado. Forçar e ameaçar o aluno não é nada educativo, ao
escolher a profissão de educador, o professor precisa estar ciente de que o
compromisso com a sensibilidade humana deve estar presente em todos os
momentos, inclusive no de dificuldades.
Ainda de acordo com Chalita, na vida familiar é que se dá o primeiro contato
do cidadão com o mundo. O exemplo materno e paterno, a alimentação, os sons
recebidos do mundo externo, os mitos que começam a se formar, os medos, as
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ambições, o aprendizado da linguagem. Esse processo continua por toda a vida,
mesmo que as relações familiares mudem, e que os filhos decidam morar sozinhos,
não há como negar que por toda a vida se carrega a estrutura básica obtida na
formação da infância que se dá fundamentalmente na família.O aluno como todo ser
humano gosta de ser elogiado, precisa de afeto para se sentir valorizado. O
professor é o ponto de referência do aluno, é modelo, é exemplo a ser seguido, o
pouco que o este fizer por seu aluno afetuosamente, seja uma palavra, um gesto,
será o bastante para um aluno com problemas.
2. DESENVOLVIMENTO
O professor que chama o aluno pelo nome, que repara em novos detalhes,
que menciona ter conhecido alguém da família e lhe faz algum elogio, aquele que
realiza pequenos gestos de atenção quebram barreiras e f ertilizam o terreno entre
ambos, este é o famoso afeto que não exige sacrifício algum basta um pouco de boa
vontade e muita vocação.
A afetividade segundo Cunha (2008), não se trata apenas de uma linguagem,
ou um caminho para educar. Não se resume em palavras ditas na emoção de um
momento nem em valores que descortinamos quando estamos sensíveis. Não é
somente a dor que sentimos ou a felicidade que queremos dar. Trata-se de tudo isso
junto, movendo nossas mentes, sentimentos e emoções na complexidade do nosso
ser na interação com a vida.
Já para Celso Antunes (2006, p.05), a afetividade é um conjunto de
fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções que provocam
sentimentos. A afetividade se encontra “escrita” na história genética da pessoa
humana e deve-se à evolução biológica da espécie. Como o ser humano nasce
extremamente imaturo, sua sobrevivência requer a necessidade do outro, e essa
necessidade se traduz em amor. Por outro lado, o instinto de sobrevivência humano
e a percepção da necessidade de intervenção fazem que a mãe e eventualmente o
pai apresentem também o sentimento de amor pela cria, e a reciprocidade desse
amor – do nascido aos geradores – funde-se, ocasionando o fenômeno da
afetividade.
Para Cunha (2008), a escola é uma árvore. A árvore é alimentada e alimenta.
Abriga e ensina aos passantes à sua sombra. Sustenta os que se aconchegam e
fazem seus ninhos e, como pássaros, prepara ali uma nova geração para voar.
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Percebe-se então, que a afetividade na escola contribui para o processo de
ensino aprendizagem, a partir desta premissa,deve-se considerar que o professor
não apenas media conhecimentos, mas ouve os educandos e ainda estabelece
troca. O professor deve dar atenção aos educandos, e deve cuidar para que cada
um aprenda a expressar-se, expondo suas próprias opiniões.
É de suma importância, os aspectos afetivos e cognitivos para a construção
de conhecimento, pois funções afetivas diriam respeito à necessidade de expressão,
sendo necessário um desejo, que momento mais tarde pode revelar um querer, que
normalmente se encontra circunscrito na afetividade.
Segundo Chalita (2004), o aluno precisa ser olhado de outra forma, que as
relações sejam menos traumáticas porque nascidas no respeito ao espaço e ao
papel de cada um. Os alunos serão diferentes a cada ano, a cada dia, e o professor
também será. Um mestre que tem diante de si a responsabilidade e a missão de
formar pessoas equilibradas e felizes, além de competentes.
Conforme Chalita cita em sua fala cada ano temos alunos diferentes,
realidades que são diferentes de outras já passadas. Portanto, quando o professor
ministra suas aulas ele precisa estar sempre atento a sua clientela, qual é o tipo de
aluno que irá atender e o que se espera desse aluno, em qualquer nível escolar.
Para isso o planejamento é de suma importância nesse papel, é preciso transformar
as aulas em aulas afetivas, eis um dos grandes desafios do professor. Construir uma
aula que seja preparada para um momento de convivência e de aprendizagem, uma
aula libertadora e afetiva. Quem sabe organizar uma aula que envolva a família,
competições, jogos educativos com a participação de todos os alunos de diferentes
idades e pais com as mais diversas habilidades. O objetivo é a interação, a
convivência de toda a comunidade escolar visando assim o desenvolvimento da
aprendizagem de nossos alunos.
Para Chalita (2004), a alfabetização tem de ser acompanhada pela família. Os
primeiros escritos, o incentivo a leitura, os brinquedos pedagógicos. É melhor dar a
uma criança um jogo de habilidades do que uma arma de plástico, é melhor um
canal educativo do que uma novela. A sociedade exige muito de todos nós,
devemos estar atentos às novas tecnologias, notícias, novelas, a moda do momento,
assim também é com a criança não adianta proibir uma criança de fazer algo em
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casa, se na rua ela pode encontrar coisas muito diferenciadas e quem sabe
melhores ao seu olhar.
Todo educando precisa entender, que não se pode parar de estudar, de se
aprimorar,
este
processo
é
chamado
de
formação
continuada.
Projetos
desenvolvidos no âmbito escolar já são uma forma de atuação e permitem que o
aluno se sinta trabalhador, tendo de dar conta de tarefas, solução de problemas e
outros fatores que auxiliam para encarar uma sociedade.
Segundo Almeida (1999), a ausência de uma educação que aborde a emoção
na sala de aula traz prejuízos para a ação pedagógica, pois suas consequências
atingem não só o professor, mas também o aluno. A falta de habilidade em
administrar as imprevisíveis crises emocionais provoca um desgaste físico e
psicológico no professor. Ao não interpretar os efeitos da emoção e, desta forma,
deles se aproveitar no desenvolvimento da atividade pedagógica, o professor pode
deparar, em face das emoções de seus alunos, com um “presente de grego”, na
medida em que, ao assistir a seu espetáculo, torna-se vítima do seu contágio.
Ainda para Almeida (1999), devemos estudar a emoção como um aspecto tão
importante quanto à própria inteligência e que, como ela, está presente no ser
humano. A emoção deve ser entendida como uma ponte que liga a vida orgânica à
psíquica. É o elo necessário para a compreensão da pessoa como um ente
completo.
Wallon (2007) coloca que todas as emoções consistem essencialmente em
sistemas de atitudes que, para cada uma, correspondem a certo tipo de situação.
Atitudes e situação correspondente se implicam mutuamente, constituindo uma
maneira global de reagir que é tipo arcaico e frequente na criança.
Celso Antunes (2006) relata que a aprendizagem é uma mudança
comportamental relativamente permanente que resulta da experiência. Toda pessoa
humana nasce com habilidade para aprender, mas a aprendizagem em si somente
ocorre com a experiência. Os bebês aprendem com o que veem, ouvem, cheiram,
provam ou tocam, avaliando a linguagem de seus sentidos. A aprendizagem,
portanto, é uma forma de adaptação ao ambiente que resulta da experiência.
Entende-se então, que toda criança tem suas próprias experiências
adquiridas no seu cotidiano, e essas experiências geram mudanças no seu
comportamento. Cabe então ao professor aceitar o seu conhecimento empírico, e
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sua forma de se comportar para que ocorra um melhor desenvolvimento da criança,
resultando a partir disso, numa aprendizagem mais rápida.
De acordo Eugênio Cunha (2008),muito se tem escutado durante a infância
que a “criança não pensa”. Criança pensa. Mas faz também algo mais importante,
que amadurecendo desaprendemos: ela é contemplando uma mancha na parede,
um inseto no capim ou a revelação de uma rosa, ela não está apenas olhando. Está
sendo tudo isso em que se concentra.
Compreende-se assim, que a criança passa a conhecer melhor os objetos, no
momento em que ela observa as coisas que a rodeia, deixando claro e certo, o que
realmente é aquilo que está vendo. Quando a criança observa alguma coisa, ela já
se coloca no lugar desse objeto, assim como citou Lya Luft, ela não está apenas
olhando, mas sim, está sendo tudo isso em que se concentra, ou seja, se ela está
observando uma formiga, ao mesmo tempo, se coloca ali no lugar dela, e assim sua
imaginação flui grandiosamente, é nesse momento que se deve partir com
afetividade para aproveitar essa observação, levando a criança a expor o seu
pensamento.
Para Almeida (1999), a falta de preocupação com a área da afetividade
revela-se como uma cortina no estudo da criança. A escola, que ainda continua à
margem dos estudos sobre o desenvolvimento infantil. Desconhece as relações
entre os aspectos: afetivo, motor, pessoal e cognitivo, limitando-se a prover este
último.
A partir dessa premissa, pode-se entender que a família é o espaço que a
criança vive suas mais intensas sensações, alegrias, prazer, e ao mesmo tempo
encontra desencantos, brigas, desencontros, e é nesse momento que a escola tem o
papel de acolher a criança como um ser, que necessita de ajuda para descobrir o
afeto e aprender sua linguagem de vida.
Em nosso dia a dia é comum ver os pais mais preocupados com a
compreensão do que seu filho fez ou deixou de fazer do que com o educar,
deixando então essa responsabilidade para a escola. A criança vai para a escola no
intuito de aprender, ser transformada em um ser pensante que esteja preparado
para a sociedade. Assim, não só a escola, a família, mas também, a sociedade tem
um enorme papel para educar as crianças. A sociedade educa através de mitos,
ritos e regras com que se adquire a significação de vida e descoberta do outro.
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É importante entender durante o processo de desenvolvimento da criança,
que a afetividade é como uma fonte energia, que libera ações, e nada mais claro,
que a escola deve-se levar em consideração a importância da relação entre
professor e aluno, de maneira que ambos convivam em um ambiente gostoso, de
harmonia, de paz, e que a aprendizagem, dessa forma, flua com mais facilidade,
alcançando um maior rendimento e uma maior interação entre eles.
Segundo Antunes (2006, p.188), toda criança e todo adolescente, quando
confiam no adulto, falam de seus medos e de suas angústias, contam o segredo que
temem, revelam a situação tensa que o deixam inseguro e temeroso, mas nem
sempre é com palavras que falam. Por essa razão é que quem educa necessita
estar sempre atento a essa linguagem invisível, as palavras que não são ditas.
Educar é saber ler intenções no olhar e descobrir o pedido de amparo e de ajuda
teme de ser pronunciado.
Antunes (2006), ainda nos coloca que o refrão da antiga música “quem sabe,
faz a hora”, nos alerta que educar com afeto é conquistar o bom senso de saber o
momento certo para a bronca precisa, o instante exato para a alegre piada, o
momento oportuno para a gostosa brincadeira e, naturalmente, a melhor hora para
passar as recomendações mais importantes, para produzir uma aprendizagem com
protagonismo e com emoção.
Conforme nos coloca Celso Antunes, existem horas para ensinar, para fazer
lição, para leitura e pesquisa, mas é essencial que jamais se esqueçam da hora de
jogar bola, de brincar, de conversar com os amigos, de ver TV, de ficar até mesmo à
toa. O bom educador em casa e na rua sabe que todo ser humano precisa de
estímulos, mas que todos os estímulos em excesso cansam, por isso que transforma
um educando em uma máquina de produzir rouba-lhes o encanto do crescer e o
surpreendente desafio de viver em sociedade.
3.CONCLUSÃO
No momento da prática, presente na vida profissional dos educadores, é
possível observar que crianças de mais ou menos nove anos de idade, apresentam
comportamentos, atitudes, dificuldades, tanto cognitiva, intelectual, na maioria das
vezes físicas e social relacionado à afetividade.
Conforme Antunes (2006), trabalhar a afetividade no cotidiano escolar implic a
dois procedimentos reflexivos: um que questiona a maneira como se ensina, e outro
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que reclama que se assuma um novo olhar sobre a significação e importância social
da escola.
O professor quando entra em sala, cumprimenta seus alunos, e logo em
seguida vê como estão sentados, se estão enfileirados, depois pede para que abram
o caderno e copie o que está no quadro, sem nenhuma conversa. Cabe ai, a cada
professor, parar e avaliar que forma que se deve ensinar, será que a maneira que
ensino está correto, tudo isso, influenciará no desenvolvimento de ensino
aprendizagem da criança.
Sobre o ato de educar, Cunha (2008,), deixa claro que não devemos educar
para criar seres iguais à nossa imagem e semelhança. Não possuímos o molde da
perfeição. Possuímos virtudes, é certo, mas a maior delas é o amor. O amor jamais
carrega o ego da escravidão, mas, para a liberdade, educa e conquista o
aprendente. O afeto gerencia as relações com o saber, que perdurarão ao longo da
vida não com as digitais do professor, mas com as marcas da amorosidade que
possibilitarão ao aprendente conquistar sua autonomia. É para a liberdade que
educamos, e, onde há liberdade, há identidade e amor.
Segundo Antunes, (2006), não pode vincular-se á pedagogia do afeto quem
trabalha com o outro e não sente anseio em cuidar, aspiração em acreditar que o
mundo pode fazer-se melhor e cobiça em confiar sempre na coragem e no otimismo
de que não se educa se não se propiciam transformações. Aprender a afetividade
para melhor ensiná-la equivale à ambição de aprender a gozar: sentir prazer e
satisfação, fruir e desfrutar do privilégio de educar.
Para Silva (2009), amar uma pessoa com qualquer tipo de dificuldade pode
exigir maestria e grande habilidade na arte de amar, uma vez que a relação amorosa
costuma ter a mesma intensidade que uma montanha-russa. A imagem figurativa é
exatamente esta, pois tudo pode acontecer nessas relações num espaço de tempo
tão curto que os amantes chegam ao ponto de duvidar da realidade dos fatos. Amar
uma criança com dificuldades de aprendizagem pode significar ter sua vida virada de
ponta-cabeça em poucos minutos.
De acordo com Antunes (2006), a pedagogia da afetividade, como várias
vezes se tem buscado reafirmar, não constitui um método de ensino que se adota ou
não e, menos ainda, apenas uma maneira carinhosa e atenta de trabalhar com o
aluno, como a primeira vista seu nome faz parecer. A pedagogia da afetividade é
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uma nova maneira de pensar a aprendizagem, pensar o protagonismo do aluno,
pensar a estratégia de aula, pensar a avaliação e pensar o professor.
Através do que foi abordado no decorrer do artigo, percebe-se que a criança
precisa de afeto. Então, as reflexões feitas acerca da afetividade na relação
professor e aluno, deixam claro, que afetividade e inteligência na maioria das vezes
se misturam, dependendo uma da outra para evoluir, visto que a dimensão afetiva é
muito importante para o desenvolvimento da criança, e de toda espécie humana.
Pode-se perceber que é fundamental que não só o professor, mas toda a
equipe escolar esteja consciente de sua responsabilidade frente a uma sala de aula,
levando em consideração, a tomada de decisões de acordo com os valores morais,
e condições de vida familiar e social de seus educandos. Em síntese, não é a
aprendizagem que deve se ajustar ao ensino, mas sim o ensino que deve
potencializar a aprendizagem.
No entanto, entende-se que a afetividade se desenvolve na busca pelo desejo
que o indivíduo tem de conhecer a si próprio, de encontrar uma definição para sua
vida. O querer saber, ter desejo de conhecer, aprender, são condições principais
para que a criança possa de fato adquirir novos conhecimentos e o
afeto é
essencial para o desenvolvimento do educando, pois toda aula que é ministrada com
mais dedicação, carinho, com um pouco mais de atenção para cada educando,
passa sem perceber. Trabalhar com amor, com certeza é de grande valia, tanto para
o professor quanto para o educando.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Ana Rita Silva. A emoção na sala de aula. Campinas/SP: Papirus, 1999.
ANTUNES, Celso. Afetividade na escola: educando com firmeza. Londrina/PR:
Maxprint, 2006.
CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto. São Paulo: Ed. Gente, 2004.
CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura Infantil:Teoria e Prática. São Paulo:
Ática, 2006.
CUNHA, Antônio Eugênio. Afeto e Aprendizagem: amorosidade e saber na prática
pedagógica. Rio de Janeiro: Wak, 2008.
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SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Mentes Inquietas: TDAH desatenção, hiperatividade e
impulsividade. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
WALLON, Henri. A evolução psicológica da criança. São Paulo: Martins Fontes,
2007.
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