1 Neurociência e Saúde Mental INDIFERENÇA AFETIVA Indiferença afetiva e uma completa ausência de sensibilidade moral observada em certas personalidades anti-sociais. Essa indiferença envolve ausência de compaixão, vergonha, de responsabilidade, remorso e consciência. É uma alteração qualitativa dos processos afetivos, tornando os sentimentos inadequados diante de situações emocionais inquietantes. Para entender a indifernça afetiva é necessário compreender do que se trata a afetividade. Afetividade compreende o estado de ânimo ou humor, os sentimentos, as emoções e as paixões e reflete sempre a capacidade de experimentar o mundo subjetivamente. A afetividade é quem determina a atitude geral da pessoa diante de qualquer experiência vivencial, promove os impulsos motivadores e inibidores, percebe os fatos de maneira agradável ou sofrível, confere uma disposição indiferente ou entusiasmada e determina sentimentos que oscilam entre dois pólos a depressão e a euforia. A indiferença afetiva é um estado que suporta inatividade diante de situações desagradáveis ou insuportáveis para outros com padrão normopsíquico. Esse estado se assemelha a certos casos de falta de afetividade. Assim sendo, observa-se uma incapacidade para sentir emoções delicadas. Admiti-se que nos estados demenciais e na deficiência mental existe uma deficiência da afetividade. O transtorno se concentra na alteração de raciocínio e não na afetividade. Perdem o conceito do que é bom, do que é possível, do que é belo não demonstrando sentimentos socialmente adequados. Este estado está presente nas personalidades neuróticas e depressão. Se a afetividade é quem confere o modo de relação do indivíduo com a vida e através desse estado o indivíduo percebe o mundo e a realidade, a indiferença afetiva promoverá um afastamento dos elos com o mais saudável da existência, as interrelações; exercendo profunda influência sobre o pensamento e sobre toda a conduta do indivíduo com seu meio. ________________________ Dr. Maurício Aranha - Sócio-Fundador da ANERJ - Associação dos Neurologistas do Estado do Rio de Janeiro. Filiado da SBNeC - Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento da USP. Filiado da APERJ Associação Psiquiátrica do Estado do Rio de Janeiro (Federada da ABP – Associação Brasileira de Psiquiatria e da WPA - Associação Mundial de Psiquiatria). Pesquisador do Núcleo de Ciências Médicas, Psicologia e Comportamento do Instituto de Ciências Cognitivas. Formação: Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora, Brasil. Psiquiatria Forense pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil. Psiquiatria pela Universidade Estácio de Sá, Brasil. Psicopedagogia Clínica e Institucional pelo Grupo de Ação Educacional, Brasil. Psicologia Analítica pela Universidade Hermínio da Silveira e Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação, Brasil. Neurolingüística pelo Instituto NLP in Rio & NLP Institut Berlin, Brasil/Alemanha. Neurociência e Saúde Mental pelo Instituto de Neurociências y Salud Mental da Universidade da Catalunya, Espanha. E-mail: [email protected]