Intervenção do Ministro da Solidariedade e da Segurança Social, Pedro Mota Soares, na comemoração do Ano Internacional das Cooperativas Assembleia da República, 19 julho 2012 Exmo. Senhor Vice-presidente da Assembleia da República, Dr. Eduardo Ferro Rodrigues; Exmo. Senhor Prof. Guilherme d`Oliveira Martins; Exmo. Senhor presidente da Comissão Parlamentar de Segurança Social e Trabalho, deputado José Manuel Canavarro; Exmo. Senhor Secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social, Dr. Marco António Costa; Exmas. Senhoras e senhores deputados; Exmo. Senhores presidentes da Confagri, Manuel dos Santos Gomes; Exmo. Senhor presidente da Confecoop, Dr. Jerónimo Teixeira; Exmo. Senhor presidente da imprensa nacional - casa da moeda; Exmas e Exmos dirigentes de organismos públicos; Caras e caros representantes dos parceiros sociais; Caros dirigentes cooperativistas; Minhas senhoras e meus senhores; O Governo português associou-se às comemorações do Ano Internacional das Cooperativas, proclamado pela ONU, e espera, em parceria com as organizações representativas do movimento cooperativo desenvolver e planificar ações que se não esgotem neste ano, antes permitam um saudável desenvolvimento do sector no horizonte da mudança da década. Gabinete do Ministro da Solidariedade e da Segurança Social Praça de Londres, 2 - 16º, 1049-056 Lisboa, PORTUGAL TEL + 351 21 844 17 00 FAX + 351 21 842 41 08 EMAIL [email protected] www.portugal.gov.pt Quero assim afirmar, em nome do Governo, um compromisso para o futuro com a consciência das dificuldades, mas com a convicção de que o cooperativismo é uma ideia cujos princípios e valores, herdados do passado, farão parte do futuro. O sector cooperativo merece e continuará a merecer da nossa parte, da parte de todo o Governo, o reconhecimento que é devido pelo seu papel no desenvolvimento socioeconómico do país. Ter feito coincidir este ano internacional das cooperativas com a crise mundial que atravessamos, não sendo em si uma boa coincidência, não obstante permitirá perceber e passar a notícia de que as cooperativas são, e serão, o setor que essa crise menos afetou, porque sendo um movimento de pessoas e não de capitais, o cooperativismo escolheu uma via mais sustentável na sua abordagem à economia e à sociedade, que obviamente há que potenciar. O elevado potencial do movimento cooperativo, no contexto da economia social, na resposta à crise foi por mim realçado logo na abertura do ano internacional das cooperativas – 2012, em janeiro passado: as cooperativas não são, como dizia o ex-ministro da agricultura do brasil roberto rodrigues, numa sessão na qual participei, uma espécie “de clube de poetas mortos”. As cooperativas são, pelo contrário, um modelo de empresa que deve ser prezado e apoiado por exigir ousadia, quiçá “loucura”, na iniciativa e responsabilidade na gestão. Estou crente que a forma cooperativa deve ser prestigiada pelos poderes públicos, e reconhecida pela sociedade, pois ao associar a vertente económica com a social, exigindo capacidade de cooperação, iniciativa e risco, unindo pessoas em torno de projetos viáveis, está mais próxima do que hoje todos começam a entender ser o modelo – ainda em definição – da sociedade Gabinete do Ministro da Solidariedade e da Segurança Social Praça de Londres, 2 - 16º, 1049-056 Lisboa, PORTUGAL TEL + 351 21 844 17 00 FAX + 351 21 842 41 08 EMAIL [email protected] www.portugal.gov.pt do futuro na qual a economia está condenada a incorporar mais cooperação e solidariedade. Saberemos potenciar ainda o contributo para o empreendedorismo originado pela via cooperativa, apelando o governo aqui para um trabalho conjunto entre o movimento cooperativo, e todos os parceiros sociais, por forma a concretizarem programas que permitam reduzir o desemprego, em particular, o desemprego jovem, através do fomento do cooperativismo. Em breve estará no terreno o programa Coop jovem, gerido pela cases, no âmbito do «Impulso Jovem», através do qual serão atribuídos estímulos para a criação sustentada de 100 cooperativas por ano constituídas por iniciativa de jovens. Procuraremos incentivar com as autarquias, e outros atores regionais, o enraizamento das cooperativas ao “local”, o seu comprometimento com as comunidades que alimentam, e de que se alimentam, contribuindo desse modo para a não desertificação de vastas regiões do País. Assinalo que ainda este ano, em setembro próximo, entre outras atividades, decorrerão encontros nacionais de cooperativas, em Moura e Palmela, respectivamente nas áreas da cultura e das cooperativas de interesse público. E não descuraremos a cooperação internacional, sobretudo no domínio da lusofonia, sem esquecer o espaço europeu e o mediterrânico, que são os nossos espaços naturais de cooperação. O cooperativismo tem dado, e dará certamente, um importante contributo à sociedade e economia nacionais. Aguardo com muita expectativa os resultados da conta satélite que o INE e a CASES estão a preparar respondendo à necessidade do país dispor de estatísticas fiáveis acerca da realidade da economia social que em Portugal é constituída por uma rede de, pelo menos, 50 000 organizações. Nessa altura teremos confirmação do emprego real que as cooperativas geram e do Gabinete do Ministro da Solidariedade e da Segurança Social Praça de Londres, 2 - 16º, 1049-056 Lisboa, PORTUGAL TEL + 351 21 844 17 00 FAX + 351 21 842 41 08 EMAIL [email protected] www.portugal.gov.pt contributo do sector para a criação de riqueza, no contexto da economia social no seu conjunto. Registo a preocupação do programa da AIC -2012 com o desemprego jovem podendo anunciar que a cases levará a cabo, no último trimestre do ano, o programa Geração Coop, em parceria com o fórum estudante, promovendo a divulgação da via cooperativa junto da juventude através de um conjunto alargado de iniciativas junto das escolas de todos os graus de ensino. O ano internacional será, aliás, ocasião para o estudo e preparação da resposta aos desafios e oportunidades que os novos documentos da estratégia comunitária 2014-2020 proporcionarão, sejam os do pacote de coesão, os relativos ao empreendedorismo, ao microcrédito e à microfinança, ou os referentes às pequenas e médias empresas. O programa nacional de microcrédito conhecerá, muito em breve, novos desenvolvimentos alargando os destinatários, além de desempregados, a micro entidades e cooperativas até 9 cooperadores/trabalhadores. O Governo Português congratula-se com o facto de a comissão europeia ter proposto a economia social como uma das prioridades do futuro fundo social europeu. Mas nada se conseguirá sem ganhar escala, sem delinear projetos estruturados e com objetivos realistas. A CASES, em parceria com o IEFP e outras entidades, certamente que poderá dar o apoio de que as estruturas cooperativas, e outras da economia social, precisarão para aproveitar os fundos comunitários. No plano legislativo o Governo irá acompanhar o trabalho parlamentar em curso sobre a lei de bases da economia social já aprovada na generalidade. A lei não bastará por si própria, não é o seu objetivo ser uma manifestação programática, datada no tempo, antes se quer potenciadora de atividades concretas, em prol da economia e da sociedade. Gabinete do Ministro da Solidariedade e da Segurança Social Praça de Londres, 2 - 16º, 1049-056 Lisboa, PORTUGAL TEL + 351 21 844 17 00 FAX + 351 21 842 41 08 EMAIL [email protected] www.portugal.gov.pt O Governo reafirma a ideia de dinamizar o Conselho Nacional da Economia Social (CNES) e, através dele, ouvir nele as estruturas representativas da economia social, as IPSS´S, as misericórdias, as mutualidades, as fundações, todas em conjunto com o movimento cooperativo para que se possa a desenvolver, prosperar, a ser agente importante no diálogo social, contribuindo para minorar as dificuldades que hoje atravessamos entre nós, mas também a nível mundial. Hoje que comemoramos o Dia Internacional das Cooperativas quero finalmente reafirmar que o governo está atento e tudo fará, no difícil contexto socioeconómico e financeiro presente, para que a especificidade do movimento cooperativo, que a Constituição da República consagra, seja considerada no âmbito da reforma da legislação ordinária que a lei de bases da economia social prevê, processo que será certamente partilhado entre o Governo e as organizações cooperativistas portuguesas ao longo dos anos de 2012 e 2013. Gabinete do Ministro da Solidariedade e da Segurança Social Praça de Londres, 2 - 16º, 1049-056 Lisboa, PORTUGAL TEL + 351 21 844 17 00 FAX + 351 21 842 41 08 EMAIL [email protected] www.portugal.gov.pt